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Domingo 16 de abril 2017 . www.jn.pt . €1,60 . N.º 319 . Ano 129 . Diretor Afonso Camões . Diretor-executivo Domingos de Andrade . Subdiretores David Pontes, Inês Cardoso e Pedro Ivo Carvalho . Diretor de Arte Pedro Pimentel Publicidade IVAN DEL VAL/GLOBAL IMAGENS o Carvalho . 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PORTO P. 45 e 46 Marrocos e Tunísia recebem produção de empresas portuguesas Patrões queixam-se da escassez de operários qualificados Páginas 4 e 5 Apresentamos as contas a quem temos de apresentar” Carlos Cabecinhas Reitor do Santuário de Fátima P. 10 Sem-abrigo Mais de quatro mil à espera de plano do Governo Páginas 8 e 9 Poupança Famílias perdem 2,8 mil milhões com descida dos juros Página 6 LENA D’ÁGUA E SALVADOR SOBRAL A UMA SÓ VOZ Meia Culpa Dois condenados licenciaram-se na cadeia Páginas 18 e 19 Lisboa e Funchal Três mortos por violência doméstica Páginas 20 e 21 Falta de trabalhadores leva têxtil para África NOTÍCIAS MAGAZINE ALOJAMENTO AUMENTA 50% COM ENCHENTE DE VISITANTES TERÇOS DE FÉ André Silva entrevistado por miúdos “Não tenho medo de águias nem de leões” á s ág ui as nem de l eões

Patrões queixam-se da escassez de operários qualificados ...jornal-t.pt/wp-content/uploads/2017/04/JN.pdf · Marrocos e Tunísia recebem produção de empresas portuguesas Patrões

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Domingo 16 de abril 2017 . www.jn.pt . €1,60 . N.º 319 . Ano 129 . Diretor Afonso Camões . Diretor-executivo Domingos de Andrade . Subdiretores David Pontes, Inês Cardoso e Pedro Ivo Carvalho . Diretor de Arte Pedro Pimentel

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Tropeção no MinhoDragões empatam e ficam a três pontos do líder Benfica. Brahimi expulso do banco em mais um jogo com arbitragem polémica

Grátis hoje

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● Marrocos e Tunísia recebem produção de empresas portuguesas ● Patrões queixam-se da escassez de operários qualificados Páginas 4 e 5

Apresentamos as contas a quem temos de apresentar”Carlos Cabecinhas Reitor do Santuário de Fátima P. 10

Sem-abrigo Mais de quatro mil à espera de plano do Governo Páginas 8 e 9

Poupança Famílias perdem 2,8 mil milhões com descida dos jurosPágina 6

LENA D’ÁGUA E SALVADOR SOBRAL A UMA SÓ VOZ

Meia Culpa Dois condenados licenciaram-se na cadeiaPáginas 18 e 19

Lisboa e Funchal Três mortos por violência domésticaPáginas 20 e 21

Falta de trabalhadores leva têxtil para África

NOTÍCIAS MAGAZINE

ALOJAMENTO AUMENTA 50% COM ENCHENTE DE VISITANTES

TERÇOS DE FÉ

André Silva

entrevistado por

miúdos

“Não tenho medo de

águias nem de leões”ágg ságguias nem de leões

16 de abril de 2017

Primeiro Plano

Indústria Marrocos e Tunísia recebem trabalho de empresas nacionais.

Escassez de qualificados afeta também mobiliário, calçado e metalurgia

3 As empresas do setor têxtil es-tão a deslocalizar parte das confe-ções para países de África devido à falta de mão de obra. A carência de profissionais é um problema relatado por empresários, sindi-catos e centros de formação. O problema, na indústria afeta tam-bém o calçado – apesar de este es-tar a conseguir minimizar os “es-tragos” –, o mobiliário e a meta-lurgia.

“Há, nos últimos tempos, insu-ficiência de mão de obra em todos os domínios, sobretudo de costu-reiras, no setor do vestuário”, re-sume João Costa, empresário e vice-presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), associação patronal nacio-nal que agrupa 730 empresas. Como consequência da falta de costureiras, várias têxteis estão a deslocalizar parte das confeções para Marrocos, Tunísia, Cabo Ver-de e Roménia, com maior enfoque para a produção marroquina, de-vido à proximidade, estabilidade política e mão de obra excessiva.

A deslocalização “tem de acon-tecer, sob pena de se parar a pro-dução”, acrescenta João Costa, um dos principais impulsionadores da Modatex, Centro de Formação Profissional do setor, que lançou um número recorde de formações em 2016. Porém, continuam a ser insuficientes para acompanhar as necessidades dos empresários.

Delfim Machado e Roberto Bessa Moreira [email protected]

A escassez de costureiras é jus-tificada com os baixos salários e a intensidade produtiva, o que dá imagem negativa a esta profissão. E embora os ordenados tenham aumentado, concordam patrões e sindicatos, a fama pouco mudou. “São profissões que se tornaram pouco atrativas para os jovens, pouco dignificadas na progressão na carreira, salários, segurança e

saúde no trabalho”, resume Ma-nuel Freitas, da Federação dos Sin-dicatos dos Trabalhadores Têxteis, Vestuário e Calçado (Fesete).

No caso do calçado, admite, há ainda fábricas a deslocalizar pro-dução para a Índia, Vietname e Camboja, pese embora este seja “um problema europeu” e não apenas nacional. Com a falta de costureiras, as empresas “dispu-tam as melhores” e isso reflete-se num aumento “de 150 a 200 eu-ros” acima do salário mínimo.

Vale do Sousa precisa de 200 A zona do Vale do Sousa espelha bem o problema. As confeções, mas também as empresas da col-

Homens Cada vez há mais na costuraUm dos fenómenos cada vez mais atuais no setor das confe-ções é a presença de homens. Ao contrário de outros tempos, os jo-vens do sexo masculino já fre-quentam as formações e estão a iniciar carreiras no setor da costu-ra, confirma João Costa.

O Centro de Formação Modatex formou mais de 13 mil profissio-nais do têxtil, com enfoque na cos-tura, em 2016. O número traduz-se em 1,2 milhões de horas de for-mação e é um recorde absoluto com taxa de empregabilidade “ele-vadíssima”, sustenta o centro.

Modatex Treze mil formados em 2016Emprego

Produção têxtil foge para África devido à falta de mão de obra

choaria, radicadas em Paços de Fer-reira e em Paredes, precisam de 200 costureiras. Mas, garante a As-sociação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF) e empresários con-tactados pelo JN, há pouca gente que queira a profissão. E nem orde-nados de 900 euros são suficientes para atrair jovens à procura do pri-meiro emprego. As empresas la-mentam, também, a falta de forma-ção dos poucos candidatos. Uma la-cuna que a AEPF quer colmatar com a cursos profissionais.

“Paços de Ferreira tem um pro-blema grave. Não tem gente para trabalhar”, lamentou, recentemen-te, Rui Carneiro, presidente da AEPF. O dirigente associativo asse-gurou que faltam 200 costureiras para a confeção de sofás e estofos de cadeiras, atividade que cresceu 50% em Paços de Ferreira, e ainda para as empresas têxteis de uma região conhecida como Capital do Móvel, mas onde as confeções re-presentam 30% das exportações e 90 milhões de euros.

Para responder ao problema da formação, a AEPF criou o Curso de Técnico de Costura Industrial. Foi o primeiro nos últimos oito anos. Porém, das 30 vagas, só 22 foram preenchidas e, após 200 horas de formação, apenas 18 formandas, como Rosalina e Matilde (declara-ções em cima), seguiram para es-tágio em empresas. “As perspetivas de trabalho são elevadas, já que as empresas que as receberam estão a contratar profissionais. A AEPF assegura aos formandos uma taxa de empregabilidade de 75%”. �

No calçado, fábricas começam a apostar na deslocalização da produção para a Ásia

Empresária lamenta falta de formação e de vontade de trabalhar3 Rosa Costa garante que na Dom Prato, confeção em Gan-dra, Paredes, não se paga so-mente o salário mínimo. “Se as funcionárias tiverem qualidade, são compensadas no ordenado”, assegura. Porém, nem assim esta empresa dedicada à produ-

ção de casacos, “quase toda para exportação”, consegue contratar os profissionais que necessita. “Temos 45 funcionárias, mas precisava de mais, desde que fossem boas trabalhadoras”, as-sume a responsável. Rosa dia-gnostica outros problemas: “Fal-

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MOBILIÁRIO No final do ano passa-do, Ricardo Leal investiu 1,7 mi-lhões de euros na construção de uma nova unidade industrial para a produção de móveis. Agora, o dono da Ricardo Jorge Interiores, de Rebordosa, Paredes, queria criar uma segunda fábrica, de es-tofos, para responder a um núme-ro crescente de encomendas, mas não consegue pessoal. “Pretendia começar com cinco trabalhadores, mas não consigo empregar nin-guém. Está tudo pronto e a nova fá-brica só não arranca por falta de funcionários”, lamenta.

O jovem empresário revela que a maior dificuldade está na contra-tação de “operadores de CNC”, máquinas industriais com um ele-vado nível de computorização, mas também “há falta de pessoal para todos os setores de uma em-presa de móveis e de estofos”. Nos últimos meses, diz, “contratei 10 pessoas, mas precisava de mais sete ou oito. No entanto, demoro muito tempo a encontrar alguém com os conhecimentos que neces-sito”, acrescenta o mentor da em-presa, que produz para os merca-dos interno e externo.

Fábrica de estofos parada por não haver funcionários

TÉCNICOS ESPECIALIZADOS Ape-sar de oferecerem o dobro do sa-lário, quando comparados com o têxtil e calçado, há metalurgias que também não conseguem en-contrar mão de obra qualificada para trabalhar. Há, no setor, um défice de quatro a cinco mil tra-balhadores. A recente visita do presidente da Câmara de Famali-cão à empresa TSF, de metalurgia de precisão, expôs uma realidade que os empresários daquele ramo têm vindo a constatar.

“A principal dificuldade é a fal-ta de mão de obra qualificada, apesar de os vencimentos serem, pelo menos, o dobro do têxtil”, revela o administrador, Fernando Moreira. Aquela empresa fabrica máquinas e peças para indústrias de vários tipos. Produz maquina-ria para encher os frascos de per-fume de França, cria válvulas para controlar fluidos das cen-trais nucleares e peças para aviões da Airbus, exportando 90% da produção, com quantida-des reduzidas de produtos, mas de alto valor acrescentado.

A Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) alerta que a metalurgia nacional tem um défice de quatro a cinco mil profissionais, entre operado-res e técnicos especializados e outros perfis qualificados. O for-te crescimento do setor e o pre-conceito em relação àquele tra-balho são os principais motivos para a falta de profissionais. DELFIM MACHADO

SOLUÇÃO Foi em 2009 que o setor do calçado começou a sentir difi-culdades em encontrar mão de obra qualificada. Isto porque, des-de então, as exportações aumenta-ram quase 60%, exigindo mais tra-balhadores para o acréscimo de produção. Mas a indústria soube reinventar-se. Paulo Gonçalves, da Associação Portuguesa dos Indus-triais de Calçado (APICCAPS), su-blinha que, em toda a fileira, o setor conseguiu criar mais de 9000 no-vos postos de trabalho.

A explicação é simples: desloca-lizaram-se as fábricas para o inte-rior do país, no sentido de colmatar a falta de mão de obra disponível nas cidades ligadas ao setor, e in-vestiu-se na formação.

Encontrar costureiras e gaspea-deiras parece ser o mais difícil, mui-to porque a costura corresponde a 60% da linha de produção, esgotan-do facilmente a mão de obra exis-tente. Mas é aqui que entra a Aca-demia de Design e Calçado, com polos em São João da Madeira e em

Calçado investe no interior e na formação

Metalurgia necessita de 4000 apesar de pagar melhor

Felgueiras, e com formação à me-dida.

Além da aposta da APICCAPS na comunicação para atrair jovens, a Academia procura junto dos cen-tros de emprego captar desempre-gados que, não estando ligados ao calçado, possam fazer formação adaptada às necessidades das em-presas. Recentemente, passou a ir às fábricas dar formação, designa-damente àquelas que se desloca-ram para o interior. É o caso da Ca-rité, que em 2013 ampliou a produ-ção para Celorico de Basto, forman-do 60 novos funcionários. “Ainda não é o ideal. Gostávamos de ter mais oferta para as empresas, prin-cipalmente para as áreas de produ-ção”, afirma Eduardo Costa, dire-tor-geral da Academia. CATARINA SILVA

“Contratei 10 pessoas, mas precisava de mais sete ou oito”

Câmaras Combate ao estigma na agendaPara reduzir o estigma das profis-sões relacionadas com o têxtil, os centros de formação têm feito parcerias com as câmaras muni-cipais e deslocalizam as forma-ções. Aconteceu com as autar-quias de Lousada, Marco de Ca-naveses, Santo Tirso e Pinhel.

Fator que está a condicionar uma maior deslocalização de confeções são as 10 semanas que as têxteis têm para concluírem encomendas para a Inditex, grupo da Zara. A ur-gência torna impossível a desloca-lização, obrigando a trabalho extra das costureiras nacionais.

Deslocalizações Grupo da Zara é travão

Ricardo quer fábrica de estofos para juntar à de móveis que possui em Rebordosa

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Formação cria esperança

“O curso foi útil. Estou a estagiar e a dona da empresa já disse que quer que eu fique aqui a trabalhar” Rosalina Alves Formanda do Curso de Técnico de Costura Industrial da AEPF

“Gostei do curso. Sinto-me com ca-pacidade para fa-zer tudo e espero ficar onde estou a estagiar” Matilde Carneiro Formanda do Curso de Técnico de Costura Industrial da AEPF

ta formação e vontade de traba-lhar a quem se candidata a um lugar”. Sobretudo, explica, “nas funcionárias mais novas, que têm muita dificuldade em se adaptarem ao ritmo de traba-lho”. Por outro lado, “a maioria que aqui chega não sabe fazer nada, não há formação suficiente para este setor”, acrescenta. Des-te modo, o sucesso da empresa assenta nas colaboradoras que estão desde o início do projeto. “Se dependesse de novas funcio-nárias, a empresa já tinha fecha-do”, assume a empresária. R.B.M.

do mobiliário. “Não há trabalhado-res com a formação necessária. Na área dos estofos e da serralharia, o problema é ainda maior”, assegu-ra o mentor da Las Kasas, design de interiores. Este empresário ale-ga, ainda, que “os jovens não se sentem atraídos pelo trabalho ma-nual”, o que o impede de contratar os “10 ou 15 bons profissionais” que necessita para as suas fábricas. ROBERTO BESSA MOREIRA

Também Celso Lascasas afir-mou, recentemente, ao JN que, “neste momento, há mais oferta do que procura” de emprego no setor

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