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Participação dos Pesquisadores de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP) Na Literatura Científica Internacional* Elisabeth Schneider de Sá Instituto Biomédico, Universidade federal Fluminense Niterói, RJ RESUMO Foram examinadas 229 revistas brasileiras que pudessem conter artigos de interesse à Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP), num total de 808 fascículos. Submetidas ao estudo da dispersão de Bradford, apresentaram-se conforme. Os 1977 autores e respectivos artigos extraídos da amostra foram estudados sob diversos aspectos, entre eles os de origem, idioma, níveis de indexação e produtividade, a qual exibiu uma distribuição muito semelhante à enunciada pela Lei de Lotka modificada por Price. O intervalo decorrido entre a publicação do artigo científico e a respectiva divulgação pelos índices internacionais, oscilou entre dois meses e três anos, com o máximo de indexações incidindo no nono mês após a publicação do trabalho indexado O percentual de representatívidade dos autores brasileiros de MIP na literatura mundial atingiu 62,5% quando computados em conjunto os que publicaram no Brasil e no exterior. O mais a/to nível de indexação do matéria/ brasileiro foi alcançado pelo Biological Abstracts, com quase 75% de cobertura dos artigos indexados. INTRODUÇÃO Muito pouco tem sido escrito sobre a representatividade da literatura cienti'fica brasileira nos círculos internacionais. Em uma análise efetuada na seção de ciências biológicas do Current Contents nos anos 1968, 1969 e 1970, Sandoval & Nunez (14,22) observaram urna média anual de 968 artigos produzidos na América Latina e publicados em revistas estrangeiras, o que consideraram como reflexo da má qualidade das revistas nacionais e alta qualidade da produção científica nativa. Do total de artigos provenientes desta região, a maior contribuição partiu da Argentina e do Brasil, cada qual com 31,6% e 21,7% respectivamente. Em fevereiro de 1973, Lechin &Van der Dijs (l l) apresentaram ao 2° Congresso Venezuelano de Cardiologia, realizado em Maracaibo, as conclusões de seu trabalho sobre a situação da pesquisa cienti'fica na América Latina, especialmente no campo da medicina. Esse trabalho, baseado no levantamento efetuado no Index Medicus de 1970 e também em dados obtidos anteriormente por outros autores, analisa estatisticamente a Iiteratura indexada pelo Index Medicus independente da produção havida nos países de origem durante o mesmo período. Encontraram que, do total de artigos arrolados, a América Latina concorreu com apenas 2,3% dos 19.650 artigos indexados. Em 1974, Arends (l), estudando o comportamento da literatura científica de seu país, a Venezuela, mencionou a distribuição geográfica das revistas científicas e técnicas provenientes da América Latina e indexadas pelo Biosciences Information Service (BIOSIS) do Biological Abstracts; Index Medicus e Science Citation Index, concluindo que deixaram de ser indexados pelo Biológica/ Abstracts entre 1968 e 1972 um total de 170 revistas latino-americanas. Um dos critérios mais fidedignos, que nos permite avaliar o grau de desenvolvimento científico de um país, é através da qualidade e quantidade de trabalhos científicos que nele são efetuados (II). Condensação de dissertação apresentada ao IBICT/UFRJ para obtenção do grau de mestre em Biblioteconomia e Documentação, em 05 07 76 Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2):43-69, 1976 43

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Participação dos Pesquisadores deMicrobiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP)Na Literatura Científica Internacional*

Elisabeth Schneider de SáInstituto Biomédico, Universidade federal FluminenseNiterói, RJ

RESUMO

Foram examinadas 229 revistas brasileiras que pudessemconter artigos de interesse à Microbiologia, Imunologia eParasitologia (MIP), num total de 808 fascículos.Submetidas ao estudo da dispersão de Bradford,apresentaram-se conforme.Os 1977 autores e respectivos artigos extraídos daamostra foram estudados sob diversos aspectos, entreeles os de origem, idioma, níveis de indexação eprodutividade, a qual exibiu uma distribuição muitosemelhante à enunciada pela Lei de Lotka modificadapor Price.O intervalo decorrido entre a publicação do artigocientífico e a respectiva divulgação pelos índicesinternacionais, oscilou entre dois meses e três anos, como máximo de indexações incidindo no nono mês após apublicação do trabalho indexadoO percentual de representatívidade dos autoresbrasileiros de MIP na literatura mundial atingiu 62,5%quando computados em conjunto os que publicaram noBrasil e no exterior. O mais a/to nível de indexação domatéria/ brasileiro foi alcançado pelo BiologicalAbstracts, com quase 75% de cobertura dos artigosindexados.

INTRODUÇÃO

Muito pouco tem sido escrito sobre a representatividadeda literatura cienti'fica brasileira nos círculosinternacionais.Em uma análise efetuada na seção de ciências biológicasdo Current Contents nos anos 1968, 1969 e 1970,Sandoval & Nunez (14,22) observaram urna média anualde 968 artigos produzidos na América Latina epublicados em revistas estrangeiras, o que consideraramcomo reflexo da má qualidade das revistas nacionais e

alta qualidade da produção científica nativa. Do totalde artigos provenientes desta região, a maiorcontribuição partiu da Argentina e do Brasil, cada qualcom 31,6% e 21,7% respectivamente.Em fevereiro de 1973, Lechin &Van der Dijs (l l)apresentaram ao 2° Congresso Venezuelano deCardiologia, realizado em Maracaibo, as conclusões deseu trabalho sobre a situação da pesquisa cienti'fica naAmérica Latina, especialmente no campo da medicina.Esse trabalho, baseado no levantamento efetuado noIndex Medicus de 1970 e também em dados obtidosanteriormente por outros autores, analisaestatisticamente a Iiteratura indexada pelo IndexMedicus independente da produção havida nos paísesde origem durante o mesmo período. Encontraram que,do total de artigos arrolados, a América Latinaconcorreu com apenas 2,3% dos 19.650 artigosindexados.Em 1974, Arends ( l ) , estudando o comportamento daliteratura científica de seu país, a Venezuela, mencionoua distribuição geográfica das revistas científicas etécnicas provenientes da América Latina e indexadaspelo Biosciences Information Service (BIOSIS) doBiological Abstracts; Index Medicus e Science CitationIndex, concluindo que deixaram de ser indexados peloBiológica/ Abstracts entre 1968 e 1972 um total de 170revistas latino-americanas.Um dos critérios mais fidedignos, que nos permiteavaliar o grau de desenvolvimento científico de umpaís, é através da qualidade e quantidade de trabalhoscientíficos que nele são efetuados ( I I ) .

Condensação de dissertação apresentada ao IBICT/UFRJ paraobtenção do grau de mestre em Biblioteconomia e Documentação,em 05 07 76

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ELISABETH SCHNEIDER DE SÁ

Na área governamental brasileira consta como prioridadeda política científica e tecnológica a "garantia àqualidade da pesquisa realizada" sob a alegação de que"a pesquisa científica ou é de nível internacional ou nãoé ciência" (4).Toda nação precisa cuidar de seus investimentos emciência e tecnologia, e este cuidado em geral tem sidomedido em termos de "Input" - gastos com recursoshumanos altamente qualificados instrumentais, etc.O maior problema, contudo, é a estimativa do "output",o que pode ser verificado pelo cálculo da produção dedescobertas científicas pelos pesquisadores de cadaárea.Preocupados com a representatividade da literaturacientífica brasileira na esfera internacional e suaconseqüente utilização pelos especialistas de outrasáreas geográficas, resolvemos proceder a um estudo docomportamento da produção científica de nosso país.Procuramos estudar mais pormenorizadamente ostrabalhos publicados em revistas nacionais, sem deixar,contudo, de considerar aqueles que foram publicadosem revistas estrangeiras.

MATERIAL

Limites do assunto

Em vista do imenso volume de dados a manusear,restringimo-nos à área biomédica e, dentro desta, àMicrobiologia, escolhida aleatoriamente. Devido àligação e interdependência da matéria escolhida a outras,verificamos ser impossível tomá-la separadamente, oque nos forçou a incluir no assunto a ser pesquisado aImunologia e a Parasitologia (MlP).Tomando por base, então, a estrutura do DepartamentoMicrobiologia, Imunologia e Parasitologia do InstitutoBiomédicoda Universidade Federal Fluminense (Fig. 1),que espelha didaticamente a situação de entrelaçamentodas matérias, resolvemos incluir no levantamento todosos assuntos pertinentes a ele.

FIG. 1

Depto. de MIP do Instituto Biomédico da UFF

Matérias

Microbiologia

Imunologia

Parasitologia

Disciplinas

BacteriologiaVirologiaMicologia

Imunologia

Parasitologia

Unidade

ProtozoologiaHelmintologiaEntorno log ia

Para efeito de seleção dos artigos, a Microbiologia,Imunologia e Parasitologia foram consideradas em seusentido mais amplo, ou seja, não somente em suasimplicações diretas com o animal e o homem, mastambém nas suas ligações com as áreas tecnológicas eagronômicas. Assim, foram incluídas no levantamento,a fitopatologia, a microbiologia do solo, do ar e daágua.Consideramos pertinentes ao assunto os trabalhos sobrevetores de doenças produzidas por microrganismos, taiscomo estudos entomológicos e malacológicos; a açãoexperimental de medicamentos anti-microbianos; astécnicas para diagnóstico das infecções; inquéritosparasitológicos onde se identificam as espéciesencontradas e se promovem tratamentos experimentais;relatos de casos onde são isolados e identificados osagentes etiológicos; estudos sobre substâncias anti-microbianas derivadas de plantas e seus efeitos sobre osdiversos microrganismos e também as provas de cultivode virus para o diagnóstico etiológico da infecção.Por outro lado, não foram considerados os artigos que,embora de alguma forma apresentassem ligações com aMicrobiologia, se propunham a estudos clínicos eterapêuticos das doenças infecciosas e parasitárias.

Seleção das Fontes

Foram utilizados, para o levantamento de artigos deMIP, 229 títulos de revistas publicados no Brasil eexistentes no Estado do Rio de Janeiro, num total de808 fascicules consultados um a um.Não foram incluídos os periódicos do tipo noticioso,boletins de associações, publicações com finalidadesestatísticas de caráter epidemiológico e obras dereferência.

Período Pesquisado

Dada a finalidade do trabalho, a determinação doperíodo a ser abrangido pela pesquisa foi fundamental.Escolhemos o ano de 1971. Com isso, procuramos nossituar num ponto cujas probabilidades de indexaçãovariassem num espaço de tempo entre dois meses equatro anos após a publicação do trabalho, além depermitir futuras incursões com a mesma base de dadosem estudos que visem a determinar o grau de citabilidadedos artigos levantados.Os estudos destinados a quantificar a produçãointelectual escrita de determinados grupos vêm obtendoresultados de grande significado, mesmo quandoaplicados a períodos de tempo aparentemente pequenos.Trabalhos da maior importância e seriedade como osde autoria de Garfield, Presidente do Institute forScientific Information (8,9), que indicam os periódicostécnicos e científicos mais citados ou os arranjados por

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PARTICIPAÇÃO DOS PESQUISADORES BRASILEIROS DE MIP NA LITERATURA CIENTIFICA INTERNACIONAL

Fator de Impacto, se basearam em períodosconsideravelmente inferiores a um ano, calcados queforam numa amostra extraída do último trimestre de1969,Por outro lado. Price (20) indica que em umdeterminado ano a maioria dos autores é constituídadaqueles que terão produzido em anos anteriores e queproduzirão em anos subsequentes, sendo que, emboraalguns publiquem a intervalos, muitos o fazem em anosadjacentes.Uma pesquisa cobrindo um período de 7 anos e calcadano banco de dados do ISI, responsável pelo ScienceCitation Index e pelo Who is Publishing in Science,que deriva do Current Contents, e, portanto, de grandevalor, já que possui uma cobertura ampla da literaturade todas as áreas das ciências básicas ou aplicadas,revelou que em cada ano 66% dos autores arroladospublicaram anteriormente e que 74% deles continuarama publicar nos anos seguintes.Além disso, mostrou que, numa população de 100autores publicando em um dado ano, 76 pertencem aogrupo dos "established scientific authors" (aqueles quepublicam regularmente) e apenas 24 fazem parte dos"unestablished", constituidos dos nomes que nuncapublicaram antes nem publicarão depois.Ao universo de autores tomado em um ano qualquer,considerando 100 autores como modelo, estima-se oacréscimo de 22 novos nomes, dos quais 30% ingressamno grupo dos consagrados vindos de sua 1a publicaçãoe os demais 70% permanecem como eventuais, nuncamais tornando a publicar. Assim, para os 76 autoresconsagrados e os 24 eventuais, devem existir 33 quefazem parte do 1º grupo (consagrados) e que nãopublicaram no anos em questão, mas que reaparecerãoem anos futuros.Como foi necessário estabelecer um critério fixo parao período abrangido, consideramos somente a literaturacientífica relativa ao ano escolhido, ou seja, nos casosde publicações que são editadas com atraso não levamosem conta o mês em que elas foram efetivamenteeditadas, mas sim o período a que correspondiam. Adistorção que poderia advir deste critério é compensadapela não inclusão no levantamento de artigos que,embora dados à luz em 1971, diziam respeito apublicações relativas a ano(s) anterior(es).

Classificação do Material

Foram utilizados apenas artigos de periódicos que,segundo Price (19) e outros cientistas da informação,constituem o principal veículo para o registro doconhecimento científico, além de ser o único capaz deatingir um grande número de leitores por seu caráterválido e permanente.Para o levantamento da literatura, estabelecemos

previamente um critério de classificação dos artigos queentraram no cálculo.Segundo a UNESCO (24), são artigos científicos etécnicos:a) as memórias científicas originais, contendo descrição

de pesquisas ou aparelhos novos;b) as publicações provisórias ou notas preliminares;c) revisões da literatura ou atualizações.Seguindo este conceito, não incluímos na pesquisatrabalhos que, embora provenientes de cientistas outécnicos, eram apresentados sob forma de editoriais,resumos apresentados a reuniões científicas, artigos dedivulgação etc., cuja contribuição para o progresso daciência é muito discutível.Para a verificação do percentual de trabalhos de MIPcolocados à disposição de pesquisadores de outras áreasgeográficas, utilizamos os seguintes índices da literaturainternacional:ABSTRACTS ON HYGIENE. London, Bureau ofHygiene and Tropical Disease, 1926 — MensalBIOLOGICAL ABSTRACTS. Philadelphia, BioscienceInformation Service, 1926 — QuinzenalEXCERPTA MEDICA. Immunology, Serology andTransplantation. Sec. 26. Amsterdam, Excerpta MedicaFoundation, 1967 — MensalEXCERPTA MEDICA. Microbiology. Sec. 4.Amsterdam, Excerpta Medica Foundation, 1948 —MensalEXCERPTA MEDICA. Virology. Sec. 47. Amsterdam,Excerpta Medica Foundation, 1971 — MensalCURRENT CONTENTS. Agricultural, Food &Veterinary Sciences. Philadelphia, Institute for ScientificInformation — SemanalCURRENT CONTENTS. Life Science. Philadelphia,Institute for Scientific Information, 1958 —SemanalINDEX MEDICUS. Washington, National Library ofMedicine, n. s. 1960 — MensalTROPICAL DISEASES BULLETIN. London, Bureauof Hygiene and Tropical Diseases, 1912 — Mensal

METODOLOGIA

Leis Bibliométricas

A análise quantitativa dos processos da comunicaçãoescrita recebeu de Paul Otlet (7,15), em 1934, no seufamoso "Traité de Documentation", a denominaçãoposteriormente consagrada por Alan Pritchard (21)de bibliometria.No Brasil, o interesse por este campo da documentação— já conhecido entre nós, através de trabalhos pioneirosdisponíveis, mas esquecido como instrumento avaliadordo potencial documentário — foi despertado pelo insignemestre Tefko Saracevic que, através de brilhantesexposições sobre o tema, motivou uma série de trabalhos

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ELISABETH SCHNEIDER DE SÁ

empregando uma metodologia bibliométrica.A partir dos trabalhos de Braga (3) e Figueiredo (6),sucederam-se outros de caráter ora prático ora teórico,e dirigidos aos mais variados temas do conhecimentouniversal.A bibliometria se utiliza principalmente de leisempíricas, como as de Zipf, Bradford, Lotka,Mandelbrot etc., que têm diferentes aplicações naciência da informação.

Lei de Dispersão de Bradford

A lei de Bradford (2) de dispersão da literatura temsido estudada, ampliada, modificada e aplicada porum número considerável de cientistas da informação(10, 18, 25, 26), e pode ser expressa do seguinte modo:"Se as revistas cientfficas forem ordenadas em ordemde produtividade decrescente de artigos sobre umdeterminado assunto, poderão ser distribuídas numnúcleo mais particularmente dedicado a este assunto eem diversos grupos ou zonas contendo o mesmo númerode artigos do núcleo, enquanto que o número deperiódicos no núcleo e nas zonas sucessivas será iguala 1 : n : n2 : n3. . ."Foi utilizada a lei de dispersão de Bradford no presenteestudo com a finalidade de verificar se a literatura deMIP no Brasil obedece à mesma distribuição por elaequacionada, e se o núcleo é constituído das revistasque representam a nossa produção científica nos índicesinternacionais, além de verificar se a elite demicrobiologistas brasileiros publica neste núcleo.

Lei de Produtividade de Lotka

Outra lei de bibliometria foi utilizada para verificaçãoda produtividade dos autores de MIP de nacionalidadebrasileira: a chamada lei de Lotka.Esta lei estabelece que "o número de autores publicandon trabalhos é inversamente proporcional a n², ou seja,O número de pessoas produzindo 2 trabalhos é cerca de1 /4 dos que produzem 1; o número de autores com 3contribuições é mais ou menos 1/9 etc. e os quecontribuem com n trabalhos é cerca de 1 /n² dos quepublicam 1, sendo a proporção dos autores com 1 únicotrabalho aproximadamente 60% do total". (12)Para solucionar o problema dos grandes produtores,já que o número destes decresce mais rapidamente queo inverso do quadrado dos trabalhos produzidos,aproximando-se do inverso de seu cubo. Price, em1963 (18), e posteriormente em 1971 (17), depois deexaminar a natureza da lei quadrática inversa deprodutividade, concluiu que o número de grandesprodutores parece ser da mesma ordem de grandezaque a raiz quadrada do número total de autores, e queum terço da literatura corresponde a um décimo donúmero total de produtores.

Processos

Foram elaborados cinco fichários, a saber:l. Títulos de revistas brasileiras pesquisadas, com

especificação dos fascículos e número de artigosde MIP encontrados em cada um.

11. Autores brasileiros publicando em revistas nacionais.Referência bibliográfica completa dos artigos deMIP e desdobramento, quando foi o caso, para osautores secundários.

III. Autores brasileiros publicando em revistasestrangeiras. Também compreendendo a referênciacompleta do artigo e com desdobramento para osdemais autores.A base deste fichário foi: 1) a relação de autoresobtida através do fichário 11, que permitiu apesquisa nos fndices de autores das obras dereferência consultadas; 2) a pesquisa, item poritem, nas seções do Biological Abstracts, entre osanos de 1971 e 1975; Allergy Bacteriology (Generaland Systematic), Economic Entomology (inclusivechellcerata), Food and Industrial Microbiology,Genetic of Bacteria and Viruses, Immunology(Immunochemistry), Immunology (Parasitological),Invertebrate, (General and Systematic Zoology),Medical and Clinical Microbiology (includesVeterinary), Microbiological Apparatus (Methodsand Media), Microorganisms (General, inclusiveProtista), Morphology and Cytology of Bacteria,Parasitology (includes Ecto and Endoparasites),Physiology and Biochemistry of Bacteria, PublicHealth, Soil Microbiology e Virology; 3) o encontrocasual de autores durante a pesquisa e 4) a consultadireta a 25 títulos de revistas estrangeiras publicadasem 1971 dedicadas a MIP, entre elas algumasincluídas na lista de Garfield como as mais citadas.

IV. Títulos de revistas estrangeiras utilizadas pelosautores brasileiros arrolados no fichário III.

V. Instituições de procedência dos autores. Para adeterminação da origem dos autores foram adotadosos seguintes critérios: 1) Quando um mesmo autorse repetia mais de uma vez e somente em um dosartigos constava a instituição, esta valeu para asdemais. 2) Quando um autor se identificava demaneira diferente em cada ficha, consideramosválida somente a identificação correspondente.Ex.: O autor X aparecia na ficha a como daFMUF RJ e na ficha b como pertencente ao IOC.Contamos uma vez para a 1? instituição e uma vezpara a 2ª; 3) Quando, porém, na mesma ficha elese identificava como procedente de váriasinstituições, todas elas foram consideradas.4) Quando o autor se identificava como de umdeterminado órgão com exercício em outro, foiconsiderado apenas o 2P; 5) Quando o autor se

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PARTICIPAÇÃO DOS PESQUISADORES BRASILEIROS DE M l P NA LITERATURA CIENTIFICA INTERNACIONAL

situava num órgão maior sem especificar a unidade,somente o 1 ° pode ser considerado, apesar deoutros autores aparecerem no órgão mais específico.Ex.: O autor /aparecia como sendo da Faculdadede Medicina da Universidade de Campinas e o autorZ como simplesmente da Universidade de Campinas.

RESULTADOS

Distribuição da Literatura de M IP no Brasil

Das 229 revistas consultadas e que representam oconjunto de revistas regulares capazes de produzirartigos de M l P, 117 apresentaram zero artigos, ou seja,apenas 49% das revistas brasileiras que cobrem a áreabiomédica ou afins publicam artigos da área pesquisada.Das 112 revistas (49%) que publicaram artigosrelacionados com o assunto pesquisado, obtivemos ostítulos da tabela 1, correspondente a uma produçãoigual ou superior a 10 artigos de MIP durante o ano eordenadas por produtividade decrescente de artigos eque, como veremos adiante, compõem as 4 primeiraszonas estabelecidas pela aplicação da lei de Bradford.Observamos que as revistas arroladas procedem de 14estados da Federação e do Distrito Federal, não tendosido encontradas revistas oriundas do Acre, Alagoas,Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba eTerritórios. Somente os Estados de São Paulo e Rio deJaneiro contribuem corn 70% da produção global derevistas do país, o que não chega a surpreender, tendoem vista que estes dois estados constituem o polo demaior desenvolvimento econômico, social e cultural danação.

Dispersão segundo Bradford

Ao fichário l foi aplicada a lei de Bradford para oreconhecimento do núcleo de revistas brasileiras naárea e as demais finalidades relatadas em outro pontodeste estudo.Para a verificação da dispersão Bradfordiana da literaturade MIP no Brasil foi construída a Tabela 2, onde sepode confirmar a hipótese de Bradford que motivou sualei, ou seja, "os artigos de interesse de um especialistapodem ocorrer não somente nos periódicos relativos aoassunto da sua especialidade, mas também,ocasionalmente, em outros periódicos que crescem emnúmero à medida que a relação entre os seus campos e odo assunto em cada periódico também diminui (2)".Aplicando-se à tabela 2 o método de Bradford,encontramos somente uma possibilidade de distribuiçãopor zonas como mostrado na tabela 3, onde o número deperiódicos em cada zona aumenta à medida que suaprodutividade decresce (col. B), e o número de artigosem cada uma se eqüivale (col. C) com o constituinte de

cada uma, portanto, produzindo inversamente ao seugrau de afastamento da 1? zona.Podemos observar que há confirmação da lei com ummultiplicador aproximadamente constante até a 5? zona.Somente a 6? zona se desvia dos padrões estabelecidoscom um multiplicador se aproximando do dobroprevisto, o que provoca no gráfico, representativo dadispersão encontrada (Fig. 2), um desvio para a direitacausado pela grande concentração de revistas na últimazona.

Artigos Obtidos e Número de Autores

Para uma população de 1977 autores brasileiros, forampublicados 903 trabalhos de MIP, tanto em revistasnacionais como em revistas estrangeiras, de acordo com atabela 4.Analisando-se esta tabela, encontramos uma média geralde 2,17 autores por trabalho. Particularizando-se estaanálise, temos para as revistas nacionais uma média de2,41 e para as revistas estrangeiras 2,2 autores/trabalho.Entre os autores que publicaram em revistas brasileiras,encontramos 77 autores procedentes de 15 outros paísese 34 cidades, principalmente dos Estados Unidos,México e Argentina.Entre os autores brasileiros que publicaram no exterior,encontramos alguns que produziram seus trabalhos comcolegas estrangeiros, os quais, por razões óbvias, nãofazem parte deste estudo e só são computados aquinumericamente e perfazem o total de 29 estrangeirosque publicaram em colaboração com 27 brasileiros.

Origem dos Autores de MIP

Temos a assinalar neste ponto a imensa dificuldade naobtenção de informações coerentes a respeito da filiaçãodos autores à esta ou àquela instituição. Além doscritérios já descritos para elaboração do fichário V, deque trataremos agora, observamos uma despreocupaçãoquase generalizada dos autores brasileiros de MIP emadotar normas ou critérios fixos que identifiquem o seuórgão de origem. Em alguns casos até foi impossívelidentificá-lo. Em outros, principalmente com respeitoàqueles organismos de âmbito nacional ou estadual, foipreciso a adoção de critérios pouco científicos e muitosubjetivos para determinação do local de procedência doautor. Foram observados casos em que a mesmainstituição era citada 3 ou 4 vezes de formas diferentes,ora apenas pela sigla (não oficial na maioria das vezes),ora pelo órgão mais abrangente ou o mais específico.Encontramos autores que mencionam apenas os seustítulos, ou os que se referem somente a um determinadolaboratório, unidade ou cadeira, sem mencionar de queórgão ou instituição de pesquisa. Observamos, também,que a mudança de nomes das instituições foi

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ELISABETH SCHNEIDER DE SÁ

outro fator de inexatidão.Contudo, procuramos, da melhor maneira possível,corrigir estas discrepâncias e dar uma ordenação lógica àsinformações colhidas nos documentos pesquisados,através principalmente de consultas pessoais,comparação ou conhecimento próprio.Em relação à origem dos autores, concluímos que elaapresenta uma distribuição geográfica muito semelhanteà exibida pelos periódicos. Sendo que neste caso oEstado de São Paulo, com 802 autores, além de manter aliderança em número de autores que produz, apresentauma acentuada diferença para o 2° maior produtor, oEstado do Rio de Janeiro, que concorre com 469autores.Comparando-se os dados de procedência dos autorescom os de procedência de revistas, verificamos apresença dos mesmos Estados (São Paulo, Rio deJaneiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia,Pernambuco e Paraná) em ambos os grupos até a 7?colocação, exibindo, portanto, uma grande coincidênciae comprovando inequivocamente tratar-se, este grupo deestados brasileiros, do núcleo avançado de pesquisas deMl P no país.Quanto aos órgãos de origem dos autores, encontramosao todo 314 instituições, sendo 265 brasileiras e 49estrangeiras, compreendendo os autores de outros paísesque publicaram em revistas nacionais.Aqui, encontramos uma surpresa: a instituição depesquisa que mais autores produziu não pertence àcidade de São Paulo, como seria de se esperar pelosresultados obtidos em outros pontos deste estudo, mas àcidade do Rio de Janeiro,Com 109 autores de MlP publicando em 1971, oorganismo de maior fertilidade é o Instituto OswaldoCruz da Fundação do mesmo nome.Em ordem decrescente de produção de autores,apresentamos a tabela 5, de institutos de pesquisasbiológicas que geraram uma produção de autores de M l Pigual ou superior a 10.Assim, pela determinação da origem dos autores porestado e por instituição, fica identificado o núcleo ativode pesquisas de MlP no Brasil, que poderá servir comoinstrumento a uma política nacional de desenvolvimentono setor.

Revistas Estrangeiras Escolhidas pelos AutoresBrasileiros de MlP

Consultando-se o fichário IV, encontramos 65 revistasestrangeiras utilizadas pelos pesquisadores brasileiros deM IP.Estas revistas são editadas em 15 países diferentes, eaparecem em ao menos um sistema internacional deindexação.

Para uma tentativa de conclusão a ser extraída dos dados

indicados, precisamos lembrar os estudos de Garfield (9)que, em 1972, utilizando uma amostra de cerca de ummilhão de citações extraídas do Science Citation Index,compilou o índice de citação de revistas (JournalCitation Index) que mostra a freqüência de citação porrevistas citadas em ciência e tecnologia, baseada em maisde dois mil títulos representados na amostrautilizada.Contudo, o próprio Garfield (8), logo após a publicaçãode sua lista das 50 revistas mais citadas, iniciou umaespeculação em torno do que aconteceria aos artigosmais importantes se não fossem publicados neste núcleo,e observou que a freqüência de citações inclina-se a favordas grandes revistas, ou seja, se um dado periódicopublica em um ano 1.000 artigos, ele terá umapossibilidade muito maior de ser citado do que aqueleque publica somente 20.Desta forma, retomou o conceito de impacto de revistas,iniciado há muitos anos. Escolheu, para medir o Fator deImpacto (Impact Factor), o método de dividir o númerototal de citações obtidas por um periódico em um anoqualquer pelo número de artigos publicados naquele ano.O Fator de Impacto, portanto, não discrimina aspequenas revistas.Assim, baseado na mesma amostra anterior, organizou alista das 50 revistas com alto Fator de Impacto e querepresentam os primeiros 10% do total de 565 revistasestudadas e que contam mais de 75% das citações.Comparando-se as revistas estrangeiras utilizadas com alista das 50 revistas mais citadas ou que produziram omaior Fator de Impacto segundo Garfield, encontramoscinco das revistas utilizadas pelos pesquisadoresbrasileiros de MIP na 1a lista de Garfield e duas na 2a..Deste modo, e levando-se em conta que ambas as listasde Garfield foram extraídas do universo de revistas quecompõem a base de dados do International ScientificInformation, e portanto abarcando todas as áreascientíficas, onde as ciências biomédicas ou agronômicasnão passam de uma parcela, poderíamos concluir que aescolha dos pesquisadores brasileiros de MIP apresentadecisões acertadas sobre a melhor forma de divulgar ostrabalhos publicados fora do país, com maiorpossibilidade, não somente de ser lido, mas também deser citado.Uma análise mais detalhada, porém, mostra que somente16 dos 216 autores brasileiros de MIP e que publicaramfora do país optaram pelas revistas arroladas emqualquer das listas.

Níveis de Indexação

Com a base de dados fornecida pela elaboração dofichário II, partimos, via índice de autor, para a pesquisafasciculo por fascículo nos índices, abstracts e sumáriosjá relacionados anteriormente e que pudessem conter a

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literatura de MIP. Foram consultados 812 fascículospublicados entre janeiro de 1971 e dezembro de 1974para todos os índices, exceto para o BiologicalAbstracts, que foi pesquisado até o mês de junho de1975 por apresentar um período maior de incidênciade indexações, como veremos adiante.Evidentemente não foram examinados todos os serviçosde indexação existentes, mas somente aqueles quepareceram relevantes e cuja possibilidade de cobrir oassunto pesquisado era evidente. Além disso foiconsiderado o caráter de internacional idade dos serviços.

Cobertura Geral e por índice

Para se obter um melhor entendimento da coberturaproporcionada pelos índices, do material brasileiro deMIP, este foi considerado sob dois aspectos distintos: deautores e de artigos.Da totalidade de autores e artigos levantados nosperiódicos nacionais, encontramos 58% de autores e53% de artigos indexados.Se acrescentarmos aos 1019 autores (58%) os 216 quepublicaram fora do país e que foram em sua totalidadeindexados, temos que 62,5% dos autores brasileiros deMIP estão representados na literatura internacional.Adotando-se o mesmo procedimento para o cálculo deartigos indexados, isto é, acrescentando-se aos 428artigos aparecidos em ao menos um índice os 98publicados no exterior, encontramos 58% da literaturabrasileira de MIP à disposição dos profissionaislocalizados em outras regiões. Estes resultados sãomostrados nas figuras 3 e 4 e parecem indicar umpercentual de cobertura bastante animador.Procedemos à verificação da cobertura por índiceatravés da contagem de vezes em que cada autor ouartigo aparecia representado em um dado índice echegamos aos gráficos das figuras 5 e 6 que mostramos percentuais obtidos por cada um na cobertura daliteratura brasileira de MIP.As proporções obtidas foram calculadas sobre os totaisindexados, porém a soma dos percentuais alcançados emcada um, mais os não indexados, não corresponde aos100% da literatura pesquisada, uma vez que um mesmoautor ou artigo pode ter sido indexado por um ou maisserviços.Pela observação das figuras 5 e 6 vemos que a "partedo leão" da literatura brasileira de MIP indexada cabeao Biological Abstracts do BIOSIS, com mais do que odobro de indexações que o Index Medicus, o 2º emcobertura da literatura nacional, e cerca de 13,4 vezeso alcançado pelo Current Contents do IS I.Estes resultados parecem altamente significativos, seconsiderarmos que os estudos anteriores quemencionaram os níveis de indexação dos trabalhosbrasileiros (l, II) se basearam exatamente no Current

Contents, um dos índices de menor cobertura de nossaliteratura científica, segundo observamos.

Cobertura Múltipla

Como em alguns casos a mesma referência era indexadapor mais de um índice, tentamos achar o número devezes em que isso acontecia, não tendo sido encontradasmais de quatro indexações múltiplas.Os níveis de indexação, por autores indexados uma veze não indexados, são os seguintes:625 (35,5%) — indexados uma única vez394 (22,5%) — indexados mais de uma vez742 (42,0%) - não indexadosCom base nas observações que nos levaram à autoriamúltipla, procuramos conhecer os percentuais decobertura múltipla de periódicos, tomando por base asrevistas brasileiras arroladas pelos serviços internacionaisde indexação. Também como na cobertura de autores,não foi encontrado o mesmo título de revista em maisde quatro índices.Para as revistas incluídas nas listas dos serviços deindexação, o percentual de cobertura múltipla nãoultrapassa os 25%, em contraste com os 38% obtidospara autores, havendo, portanto, 75% de revistascobertas por apenas 1 índice.Do grupo de revistas brasileiras considerado nesteestudo, 50% (114 títulos) não estão contidos no grupode revistas indexadas, sendo importante notar quedesses 114 títulos somente 2 fazem parte do grupoconstituído pelas 4 primeiras zonas de dispersão daliteratura brasileira de MIP segundo aplicação da lei deBradford, podendo-se observar um aumento gradativode revistas não incluídas nos serviços bibliográficosinternacionais à proporção em que se afastam da 1?zona (núcleo), culminando com o grupo constituídodas revistas com zero artigos de MIP, do qual fazemparte 76 revistas sem potencial de indexação, quaisquerque sejam os artigos nelas contidos (Tabela 6).Este fenômeno talvez possa ser encarado comomanifestação de valores qualitativos tambémmensuráveis através da aplicação da lei de dispersão deBradford.Note-se que no grupo das revistas de produção zeropara artigos de MIP o percentual de não indexadas éexatamente equivalente ao dobro das encontradas noconjunto de todas as zonas estabelecidas pela aplicaçãoda lei.

Cobertura por idiomas

Dos artigos publicados nos periódicos nacionais, 82%foram escritos em português, enquanto entre ospublicados em revistas estrangeiras, 75,5% apresentam-seem inglês. Outrossim, considerando o idioma dos artigos

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não indexados encontramos um percentual equivalenteentre os escritos em português e espanhol, apenas osescritos em inglês apresentaram uma menorpercentagem de não indexações, apesar de na mesmarevista encontrarmos indexados os artigos escritos emportuguês e não os escritos em inglês.

Revistas Brasileiras Arroladas pelos Serviços deIndexação

Examinando as listas de periódicos arrolados pelosserviços internacionais de indexação, encontramos umtotal de 247 revistas brasileiras distribuídas pelos cincoserviços consultados.Sem dúvida, o Biológica! Abstracts, com 230 títulos,confirma a sua grande liderança na cobertura do materialbrasileiro, porém o 29 lugar em número de periódicosarrolados passa a ser a Excerpta Medica, que mostrouum fraco desempenho na cobertura de autores e artigos.O Index Medicus, que apresentou uma cobertura porreferências relativamente boa, apresenta agora noconfronto de periódicos um modesto 4° lugar. Os outrosdois serviços (BHTD e ISI), entretanto, exibem umacerta coerência com os resultados da pesquisa por autore artigo.Todas as revistas (exceto I) componentes do núcleos edas zonas sucessivas até a 4ª da literatura brasileira deMIP segundo Bradford e que compõem a tabela 1, estãoarroladas em ao menos 1 índice da literatura mundial,o que nos leva à suposição de que cerca de 95% dosartigos publicados neste núcleo foram indexados.Contudo, verificamos, por comparação, que grande partedos trabalhos contidos nas revistas arroladas não foramindexados por nenhum índice, revelando umaindexação real muito inferior à indexação potencial,como mostrado na tabela 7.Verificamos, também, que 65 revistas brasileirasrelacionadas já haviam desaparecido há pelo menos2 anos antes da publicação das listas, sendo que 17 hámais de 10 anos.Uma análise na relação dos países de origem das revistasarroladas pelo Biological Abstracts mostra para o Brasiluma posição de destaque, situando-o em 89 lugar comocontribuinte em 1972, entre 101 países participantes.Contudo, uma tabela comparativa extraída da mesmafonte, mostra, de 1968 a 1972, um contínuo decréscimona participação dos países das Américas Central e do Sul,revelando uma queda de 25% no número total de revistasprovenientes da América Latina nesse período. A mesmadiminuição se verifica no Index Medicus pelo número derevistas brasileiras arroladas, que passa de 39 em 1968 a18 em 1973.Comparando a redução no número de revistas brasileirasindexadas pelo BIOSIS e pela N LM com as cifras deautores brasileiros aparecidos no Current Contents

nos anos de 1971,1972 e 1973, que cresceu quase aodobro, o fato parece bastante grave, pois não podemosesquecer que a origem dos autores, neste caso, não éindício da origem das revistas onde publicaram.

Período de incidência das Indexações

Com a finalidade de conhecer o intervalo decorridoentre a sua divulgação pela fonte primária e sua difusãopelas fontes secundárias de comunicação científica,foram comparados os meses de referência dos artigosindexados com o mês em que se deu a citação dosmesmos pelos diversos serviços de indexação.Chegamos a uma variação que oscilou entre dois meses(Abstracts on Hygiene) e três anos (Biological Abstracts)após a publicação do trabalho indexado, como pode servisto na tabela 8.De acordo com a fig. 7, a curva de incidência deindexações da literatura brasileira de MIP apresentouuma ascenção contínua e acentuada principalmentea partir do 49 mês após a publicação do trabalho, tendoatingido o máximo de indexações no nono mês(53 artigos). Com algumas oscilações, temos a partir do139 mês uma queda brusca nos níveis de indexação,até o seu total desaparecimento após o 369 mêsdecorrido da publicação.

A Elite de Autores Brasileiros de MIP

Reunimos os fichários II e III de forma a obtermos atotalidade de autores no espaço e no tempo pesquisados.O produto desta fusão foi novamente rearranjado porordem decrescente de produtividade de autores, osquais, como já vimos, não estão limitados aos principais,mas incluem, em igualdade de condições, o 29, o 39etc. autores mencionados no trabalho. Com isso,obtivemos a tabela 9.De acordo com o método descrito anteriormente, eaplicando-o aos dados encontrados no nosso estudo,observamos que a proporcionalidade de aumentoexponencial na produtividade de autores não foiencontrada. Contudo, a maior parte dos trabalhos deMIP publicados foram produzidos por um númeroconsideravelmente pequeno de pessoas, sendo que onúmero de autores com uma produção igual a umtrabalho ascendeu a 72%.Como vimos em tópico anterior, a Lei de Lotkamodificada por Price estabelece que a produtividadeelevada está associada com 1/3 dos trabalhos e commenos de 1/10 dos autores. Assim, se considerarmosos autores com mais de 3 trabalhos, chegaremos a umresultado muito semelhante, o que sem dúvida vemconfirmar a Lei, apesar de aplicada a um períodoconsideravelmente menor que o usual para este tipo deestudo.

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Observando-se a tabela 9, temos também que os maioresprodutores correspondem à raiz quadrada do númerototal de autores, conforme enunciado, ou seja, a raizquadrada de 1302, sendo igual aproximadamente a 36,corresponde ao número de autores com uma produçãosuperior a 5 trabalhos. Deste modo, fica estabelecidoum limite entre o grande e o pequeno produtor.Na tabela 10, aparecem ordenados de forma decrescenteos autores brasileiros de MIP mais produtivos em1971 e os respectivos números de trabalhos.Pelo estudo da dinâmica de autores científicos estudadapor Price & Guersey (20), este conjunto de autoresencontrados como a elite de MIP em 1971 deve seraquela porção pequena e dominante de nomes queocorrem em quase todos os anos.Alguns autores (16,23) têm afirmado que não existeuma correlação entre a fertilidade de um cientista e suainfluência, e até que há uma independência entre onúmero de trabalhos publicados por um dado autor esua importância ou qualidade de pesquisa.O princípio do que Merton (13) em 1968 chamou de"Efeito de São Mateus na Ciência" (The Mattheweffect in Science) explicaria, entretanto, a correlaçãoexistente entre a produtividade e qualidade de um autor:'"Pois ao que tem dar-se-lhe-á e terá em abundância; masao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado"(Evangelho segundo São Mateus 13:12).Este princípio consiste na maior possibilidade que temum cientista de prosseguir publicando à proporção queobtém sucesso. Cada novo sucesso reduzindo a chancede ele vir a parar de publicar. Cada êxito tornando maisprováveis novos êxitos, através de novas publicações, oque explicaria o crescimento geométrico da produção decientistas, contra um crescimento apenas aritmético daelite de produtores (5,17).É inegável também que muito mais facilmente seencontrará entre os prolíficos a maior parte dos autoresconsagrados, embora possamos achar entre os de menorprodução uma pequena parcela deles. É o que pareceter ocorrido com a nossa amostra, onde, entre os 1.158autores de baixa produção (1 e 2 trabalhos) no períodopesquisado, encontramos nomes do quilate de IvanMota, Paulo de Góes, Lauro Travassos e Gobert AraújoCosta com 1 único trabalho, e Isaac Roitman, NelsonMendes, Wilson Lobato Paraense e Luiz Rachid Trabulsicom 2 artigos cada um. Esses nomes e talvez mais algunsconsagrados devem constituir a reduzidíssima minoriainserida entre os que Price chamou de "unestablishedscientific authors".Assim, baseando-nos a partir daí no grupo compreendidopelos grandes produtores, observamos que cerca de 50%não foram indexados e que, das 40 revistas brasileirasutilizadas, somente 20 estão contidas nas zonas maisprodutivas de acordo com a distribuição de Bradford.

Contudo, 83% dos autores de maior produção e queutilizaram revistas brasileiras publicaram no núcleo ounas zonas subseqüentes, ficando os restantes 17%distribuídos pelas 20 revistas de baixa produtividade.Observamos, também, que entre os autores maisprolíficos, 27 (cerca de 11%) usaram revistasestrangeiras, num total de 14 títulos.Como vimos, a porcentagem de autores brasileirosindexados foi menor entre os grandes produtores (50%)que a porcentagem obtida com o total de autoresarrolados (62,5%). Este fato talvez possa ser explicadopela preferência de escolha de revistas brasileiras, porparte da elite de pesquisadores, incidindo sobre asrevistas de maior produção e cuja indexação real difereda indexação potencial, conforme mostrado na tabela 7.Assim, no grupo de pesquisadores com uma produçãocientífica elevada, encontramos 40 membros quepublicaram nas 3 primeiras revistas (indexação = 0) databela 7 (Revistas Arroladas pelos ServiçosInternacionais de Indexação e que ApresentaramCobertura de Artigos Inferior à Produção Efetiva).Deste modo, encontramos alguns autores dos maisprodutivos com nenhum dos seus artigos indexados, esomente 9 nomes dos 36 com sua produção indexadaintegralmente.

Especialidade dos Trabalhos Produzidos pela Elite deAutores Brasileiros de MIP

A produção científica da elite de pesquisadores de MIPno Brasil, estabelecida segundo aplicação da Lei deLotka, está distribuída entre todas as disciplinas eunidades de disciplinas pesquisadas, porém comincidências diferentes para cada uma.Tomando a distribuição por matérias, notamos maiorincidência de artigos na Parasitologia, com 158trabalhos, sendo mostrada na tabela 11 a distribuiçãoencontrada por matérias e disciplinas.Observando esta distribuição, vemos que somente aunidade de Entomologia concorre com 35,5% daliteratura produzida pela elite de pesquisadores.

Autoria Múltipla entre a Elite

Dos 243 trabalhos, 69 (28%) foram publicados por umúnico autor e, inversamente, 174 tiveram autoriamúltipla. Verificamos também que, dos que publicaramde parceria, 82 (34%) o fizeram como autores principaise 92 (38%) como co-autores, sendo que, no grupopesquisado, a um maior número de autores correspondeum número menor de artigos e vice-versa, comomostrado na tabela 12.

CONCLUSÕES

a) A literatura brasileira de MIP está contida em 49%

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das publicações biomédicas editadas no Brasil econsideradas neste estudo, e apresentou-se deconformidade com a Lei de Bradford para dispersãode artigos de periódicos em um dado assunto.A aplicação da lei mostrou também que cerca de84% da literatura de MIP no Brasil se concentra em48 revistas, ou seja, em menos da metade dasrevistas produtoras.

b) Foram encontrados 1977 autores brasileiros de MIP,com uma produção científica se aproximando de ummilhar em 1971. Isto pode ser considerado comoindício de que o grupo de pesquisadores biomédicosdedicados à MIP no Brasil é atuante e representativodas condições de saúde do país, que ainda apresentaaltos índices de doenças infecciosas e parasitárias,responsáveis por cerca de 40% do total de mortescalculadas para o país em 1964, e, entre outrasprovidências, dependem para sua erradicação deestudos experimentais capazes de tornar maisconhecidos os agentes etiológicos e vetores,propiciando, desse modo, meios mais eficazes de

combate.c) A média de autores por artigo se situou em 2,17

para a literatura de MIP publicada por pesquisadoresbrasileiros, compatível com a verificada por Clarkeem 1964 para os escritos biomédicos.

d) Os autores arrolados na amostra pesquisadaapresentaram uma origem geográfica muitosemelhante à verificada pelos periódicos, o quevem mostrar a existência de um núcleo ativo depesquisas de MIP no Brasil, compreendendo osEstados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Paraná,sendo que 70% das revistas arroladas procedem dosEstados de São Paulo e Rio de Janeiro. Nota-se aausência de um centro mais dinâmico na regiãonorte, o que pode ser conseguido com incentivosàs instituições biológicas do Pará (8° lugar), demodo a polarizar para este Estado as pesquisasefetuadas na região. A instituição mais prolixa foi oInstituto Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, com109 autores de MIP publicando no espaço de 1 ano.A identificação desses pólos de estudos de MIPpode significar economia de esforços, tempo edinheiro, no sentido de se poder canalizar commaior segurança o assessoramento e a ajudaeconômica, com maior possibilidade de resposta.

e) Os autores brasileiros de MIP não apresentaram umadecisão acertada na escolha dos periódicosestrangeiros em que publicaram, o que pode serinterpretado de diversas maneiras:1. O desconhecimento, por parte dos autoresbrasileiros de MIP, de núcleos de revistas com maioraceitação entre a comunidade científicainternacional, pelo grau de impacto que produzem,

alto nível de citação ou maior possibilidade deleitura.2. A rejeição de seus trabalhos por parte das grandesrevistas internacionais devido ao caráter altamenteseletivo das mesmas.3. Preocupação exclusiva em ser indexado ou seja,em ingressar nos meios internacionais de pesquisa deMIP, apenas com a possibilidade de ser arrolado nosserviços de indexação, o que efetivamente é degrande importância, mas não é uma garantia de serlido ou citado, já que nem sempre as revistasindexadas fazem parte dos acervos das bibliotecasutilizadas, pois mesmo nos países ricos existe umapreocupação com os orçamentos, e os estudosvisando o conhecimento dos núcleos ativos derevistas, livros, autores, etc. se destinam a umapolítica de aquisição prevendo orçamentos

limitados.4. A colocação de artigos em revistas estrangeirasnão se dá por escolha, mas por oportunidade, deacordo com um convite, entendimento pessoal,

identidade com o idioma predominante na revista,etc.

f) A análise dos níveis de indexação revelou para o"Biological Abstracts" um alto nível de coberturada literatura brasileira de MIP, equivalente a quase75% dos autores indexados. O mesmo ocorreu emrelação a artigos, onde a contribuição de indexaçõesdo Biological Abstracts foi equivalente a 61% dosindexados.Por outro lado, o mais baixo índice de indexaçõesda literatura brasileira de MIP coube ao CurrentContents, com 3,2% de cobertura de autores eartigos. Estes resultados parecem demonstrar que,apesar do caráter internacional atribuído ao CurrentContents, este não é significativo para estudos dosníveis de indexação de material brasileiro, Nesteponto, é possível extrapolar as conclusões paraqualquer área biomédica, uma vez que encontramosarrolados na relação de periódicos indexados peloISI, nas seções consultadas do Current Contents,apenas 4 revistas brasileiras, contra 230 noBiological Abstracts.

g) A conclusão mais importante deste estudo refere-seao percentual de autores e trabalhos indexados, eque revelou o grau de participação dos

pesquisadores brasileiros de MIP na literaturacientífica internacional.Do total de autores brasileiros de MIP queproduziram em 1971, 62,5% foram colocados,através de ao menos 1 índice, em contato com acomunidade científica internacional, a qual dispôstambém, pelos mesmos meios, de 58% dos artigosde MIP publicados por brasileiros.Consideremos bastante elevados estes percentuais, já

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que estudos anteriores efetuados em outros paísesda América Latina revelavam uma perda, verificadapela não inclusão da produção nacional nos sistemasbibliográficos internacionais, da ordem de 90 a 95%da produção científica e técnica.Apesar dos altos níveis obtidos, tentamos especularem torno de algumas possíveis causas queimpediram uma participação ainda maior.A primeira delas seria um defeito na linha dedistribuição das revistas editadas no Brasil e quetambém implicaria nos resultados, relativos aperiódicos com potencial de indexação e coberturareal inferior à sugerida.A segunda causa poderia ser a despreocupação denossos editores com a eliminação gradativa derevistas brasileiras dos serviços internacionais deindexação.Finalmente, poderíamos sugerir como causa oabandono gradativo das revistas nacionais pelospesquisadores brasileiros, talvez provocado pelamá qualidade de algumas revistas, peladescontinuidade ou irregularidade das mesmas, ouainda, pelo medo de que as nossas publicaçõesperiódicas não sejam bom veículo de divulgaçãodos seus trabalhos.A identificação dessas causas nos leva a sugerirmedidas tendentes a eliminá-las gradativamente, jáque os resultados obtidos são incentivadores de umapolítica de efetiva participação brasileira nacomunidade científica internacional.A primeira seria fomentar entre os editores ointeresse na manutenção de contatos permanentescom os serviços de indexação de modo a evitarlapsos na distribuição, que significariam perda deesforços financeiros e intelectuais.Seria bom, também, evitar a proliferação de revistasde baixa qualidade e concentrar os recursos naquelasde maior qualidade e tradição, as quais têm maisprobabilidades de serem indexadas, ao mesmotempo tentando interromper o ciclo de más revistasque são ruins porque os cientistas não publicamnelas e os cientistas locais não publicam nelasporque as revistas são ruins,

h) O estudo da cobertura por índice, de autores erevistas indexadas, revelou para os primeiros umpercentual de cerca de 38,5% de cobertura múltipla,o que pode ser benéfico, se considerarmos a maiorpossibilidade que terá o leitor de localizar o assuntoou o autor procurado através do índice ao seualcance, ou a partir de pontos de vista diferentes.Contudo, seria substancialmente mais proveitosose, ao invés disso, tivéssemos uma coberturaproporcionalmente maior.Os autores de determinados trabalhos foramrepresentados em até quatro índices, o mesmo

acontecendo com as revistas brasileiras, apenas empercentagem inferior - 25%, o que pode indicar apreferência dos autores brasileiros de MIP pelasrevistas arroladas em mais de 1 índice.Do total de autores e revistas brasileiras levantados,foram encontrados 42% de autores e 50% de revistasnão indexados.Para o primeiro grupo (autores) não foi possíveldistinguir uma causa provável de não indexação,quer pela qualidade do artigo ou pelo idioma emque publicaram. Para o segundo grupo (revistas),contudo, foi encontrada uma correlação entre asrevistas não indexadas e o seu grau de afastamentoda 1a zona estabelecida pela aplicação da lei deBradford, o que nos levou a concluir por umapossível manifestação de valores qualitativostambém mensuráveis pela aplicação da lei.

i) Cerca de 50% da produção de MIP publicada noBrasil é indexada antes do 15º mês após apublicação do trabalho, com ênfase no 99 mês,oscilando o intervalo entre a publicação e aindexação de 2 meses a 3 anos. O BiologicalAbstracts, que cobre quase 75% de literaturabrasileira de MIP indexada, apresenta uma baixaeficiência, no sentido de demora na divulgaçãodos dados a fim de poder prover os leitores de umamaior efetividade, entendido como o grau peloqual os objetivos são atingidos.

j) Embora não tenha sido encontrado o aumentoexponencial na produção de autores conforme oenunciado pela lei de Lotka, esta foi mais uma vezconfirmada para a literatura de MIP produzida porpesquisadores brasileiros em 1971, devido àaplicação de outros parâmetros determinantes.Os autores com uma produção superior a 3trabalhos correspondem efetivamente à décimaparte do total de autores e produziram um terçodos trabalhos publicados.A elite de autores de MIP no Brasil parece serconstituída, de acordo com o enunciado da lei,pelos autores correspondentes à raiz quadrada donúmero total de autores — com uma produção,durante o ano de 1971, igual ou superior a 5trabalhos. Ainda que este tipo de estudo seja válidoe produza resultados satisfatórios quando aplicadosa períodos relativamente curtos de tempo, tendocomo condição única, segundo Price, que este seja"suficiente apenas para permitir que os que possamproduzir mais de um par de trabalhos o façam",sugerimos futuros estudos bibliométricos na áreade MIP que visem, ao contrário deste,especificamente à determinação da elite de autoresbrasileiros, no sentido de comprovar os nossosresultados, ampliando-os. Esses estudos poderiamse basear em um período de tempo equivalente ao

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período de vida de cada um, de forma a determinara elite brasileira de MIP em todos os tempos, ou nosúltimos 5 ou 10 anos, para comprovação da elitecontemporânea.A percentagem de indexações (50%) entre a eliteestabelecida é inferior à obtida pelo universo deautores brasileiros de MIP arrolado (62,5%), fatopossivelmente explicado pela presença de autoresde alta produção nas revistas com indexaçãopotencial maior que a efetiva, já que somente17% dos que publicaram no Brasil o fizeram emrevistas de baixa produção.Uma parcela de 83% dos autores de MIPcomponentes da elite brasileira (segundo aplicaçãoda lei de Lotka), e que usaram revistas nacionaispara divulgação de seus trabalhos, publicaram nas4 primeiras zonas bradfordianas de maior produçãode artigos, utilizando 20 das 27 revistascompreendidas nesse núcleo. Apenas 11% dosautores mais prolíficos publicaram seus trabalhosem revistas estrangeiras,

l) A elite de MIP no Brasil parece ser constituídaprincipalmente de parasitologistas que apresentaramuma contribuição superior à metade produzida pelogrupo, onde a disciplina mais representada foi aEntomologia (35,5%).Várias causas, sujeitas a comprovação, podem seratribuídas a essa distribuição por disciplinas:1. Uma tradição de pesquisas na área daEntomologia, herdada dos primórdios dodesenvolvimento científico brasileiro, quando, noInstituto de Manguinhos, o próprio Oswaldo Cruzlançou as bases da pesquisa entomológica, passandoo estudo dos Culicidios que iniciara a Carlos Chagase a Arthur Neiva. Outros consagrados pesquisadoresbrasileiros de MIP, como Lauro Travassos e AdolfoLutz, também trouxeram importantíssimascontribuições à entomologia, culminando comÂngelo Moreira da Costa Lima "o mais notávelentomologista brasileiro de todos os tempos", osquais legaram a seus discípulos e continuadores oamor à pesquisa entomológica, causado pelanecessidade do conhecimento dos insetos vetoresde grande número de doenças que assolavam e aindaassolam boa parte do território nacional;2. Uma população maior de entomologistas emrelação à demais áreas de MIP no Brasil, comoconseqüência do fato acima;3. Maiores verbas consignadas à especialidade;4. Laboratórios mais bem aparelhados e5. Menor tempo de pesquisa requerido peladisciplina.

m) Concluímos também que, entre a elite depesquisadores brasileiros de MIP, o percentual deautoria múltipla atingiu 72%, sendo que 34% dos

autores mais produtivos publicaram como autoresprincipais, 38% como co-autores e apenas 28%foram autores únicos de seus trabalhos.

AGRADECIMENTOS

Para a consecução da meta a que nos propomos, tivemoso valioso auxílio e apoio inestimável de diversas pessoasàs quais não poderíamos deixar de apresentar os nossosmais profundos e sinceros agradecimentos.Ao Professor Cláudio Armando Jurgensem, Chefe doDepartamento de Microbiologia, Imunologia eParasitologia da Universidade Federal Fluminense,queremos externar a nossa gratidão pela entusiásticaajuda oferecida sem a qual seria difícil ultrapassarmosa 1ª fase. Agradecemos ao Dr. Bert Roy Boyce daUniversidade de Missouri, Columbia, USA, a querndevemos as decisões iniciais deste trabalho, e muitoespecialmente à Profª Gilda Maria Braga, incansável esempre pronta ao diálogo.

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15. OTLET, P. Traité de documentation; le livre sur lelivre; theorie et pratique. Bruxelles, EditionsMundaneum, 1934.

16. PLATZ, A. Psychology of the scientist: XI Lotka'slaw and research visibility. Psycho/. Rep. 16:566-568,1965.

17. PRICE, D.J. de S. Some remarks on elitism ininformation and the invisible college phenomenonin science. J. Amer. Soc, Inf. Sci. 22 (2): 74-75,1971.

18. Hacia una ciência de Ia ciência. Trad.por Jose Maria Lopez Piñero. Barcelona, EditorialAriel, 1973.

19. Society's needs in scientific and

20. .. & GURSEY, S. The dynamics of

technical information. Ci. Inf. 3 (2): 97-103, 1974.

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21. PRITCHARD, A. Statistical bibliography orbibliometrics? Journal of Documentation 25 (4):348-349, 1969.

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26. WILKINSON, E.A. The ambiguity of Bradford'slaw./. Doc. 28 (2): 122-132, 1972.

ABSTRACT

A selection of MIP's articles from 229 BrazilianBiomedical Journals revealed a distribution inaccordance with the Bradford's Law.The 1977 authors of the MIP's articles were studiedfrom the point of view of language, institution, indexinglevel, productivity and so on. The author's productivityseemed to present a similar settlement of Lotka 'sDistribution (on the version modified by Price).The time interval since the article issue until its inclusionin the International Index wavered between two monthsand three years. However the majority of inclusionswere placed around the 9th month after the issue of theindexed articles.The covering degree of the Brazilian articles in itshighest level was presented by the Biological Abstracts(From BIOSIS) with an amount of 75 per cent.The representativeness of the MIP's Brazilian articlesregarding the International Biomedical Literature seemedto place oneself in 62.5 per cent of the issued papers inall international and national journals.

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2):43-69, 1976 55

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ELISABETH SCHNEIDER DE SÁ

Log. Z, R

FIG. 2- DISPERSÃO DA LITERATURADE MIP NO BRASIL

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2):43-69,1976 56

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PARTICIPAÇÃO DOS PESQUISADORES BRASILEIROS DE MIP NA LITERATURA CIENTIFICA INTERNACIONAL

AUTORES INDEXADOS

AUTORES NÃO INDEXADOS

FIG. 3 - NÍVEL DE INDEXAÇÃO DOSAUTORES BRASILEIROS DE MIP

ARTIGOS INDEXADOS

ARTIGOS NÃO INDEXADOS

FIG. 4- NÍVEL DE INDEXAÇÃO DOSARTIGOS BRASILEIROS DE MIP

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2): 43-69,1976 57

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FIG. 5 - PERCENTUAL DE AUTORES INDEXADOSNOS DIVERSOS ÍNDICES

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2): 43-69, 1976 58

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PARTICIPAÇÃO DOS PESQUISADORES BRASILEIROS DE MIP NA LITERATURA CIENTIFICA INTERNACIONAL

PERCENTUAL DE ARTIGOS

FIG. 6 - PERCENTUAL DE ARTIGOS INDEXADOSNOS DIVERSOS ÍNDICES

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2): 43-69, 1976 59

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QUANTIDADE DEARTIGOS INDEXADOS

CONVENÇÕES

50 •

TOTAL ACUMULADOBIOSCIENCE INFORM. SERVICENATIONAL LIBRARY OF MEDICINEBUREAU OF HYGIENE AND TROP. DISEASEEXCERPTA MEDICA

NÚMERO DE MESES APÓS APUBLICAÇÃO DO ARTIGO

FIG. 7- REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO

PERÍODO DE INCIDÊNCIA DAS INDEXAÇÕES

NOS DIVERSOS SERVIÇOS BIBLIOGRÁFICOS

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5(1/2):43-69, 1976 60

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PARTICIPAÇÃO DOS PESQUISADORES BRASILEIROS DE MIP NA LITERATURA CIENTIFICA INTERNACIONAL

TAB. 1

REVISTAS BRASILEIRAS COM PRODUÇÃO SUPERIOR A DEZ ARTIGOS DE MIP EM 1971

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2):43-69, 1976 61

TÍTULOS DAS REVISTAS

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

Atas da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro

Revista Brasileira de Biologia

Papéis Avulsos de Zoologia

Arquivos do Museu Nacional

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Revista de Micróbio log ia

Arquivos do Instituto Biológico

0 Biológico

Memórias do Instituto Oswaldo Cruz

Pesquisa Agropecuária Brasileira

Revista de Agricultura

0 Hospital

Revista Brasileira de Malariologia e Doenças Tropicais

Ciência e Cultura

A Folha Médica

Anais da Academia Brasileira de Ciências

Revista do Instituto Adolfo Lutz

Revista de Saúde Pública

Studia Entomológica

Arquivos da Escola de Veterinária de Minas Gerais

Revista Brasileira de Medicina

Nº DE

ARTIGOS

63

46

45

35

33

30

29

23

23

19

17

15

14

14

13

13

12

11

11

11

10

10

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TAB. 2

DISPERSÃO DOS ARTIGOS DE MIP NAS REVISTAS BRASILEIRAS

A

N°de

Revistas

(R)

1

1

1

1

1

1

1

2

1

1

1

2

2

1

3

2

5

5

4

5

7

g12

15

28

B

Nº de

Artigos

(A)

63

46

45

C

R x A

63

46

45

35 35

33

30

29

23

19

17

15

14

13

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

33

30

29

46

19

17

15

28

26

12

33

20

45

40

28

30

35

36

36

30

28

D

2 R

1

2

3

4

5

6

7

9

10

11

12

14

16

17

20

22

27

32

36

41

48

57

69

84

112

E

2 (R x A)

63

109

154

189

222

252

281

327

346

363

378

406

432

444

477

497

542

582

610

640

675

711

747

777

805

F

Log. (2 R]

0,0

0,7

1,0

1,4

1,6

1,8

1,9

2,2

2,3

2,4

2,5

2,6

2,8

2,9

3,0

3,1

3,3

3,5

3,6

3,7

3,9

4,0

4,2

4,4

4,7

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2):43-69, 1976 62

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PARTICIPAÇÃO DOS PESQUISADORES BRASILEIROS DE MIP NA LITERATURA ClENTÍFICA INTERNACIONAL

TAB. 3

ZONAS MÁXIMAS DE DISPERSÃO DA LITERATURA BRASILEIRA DE MIP

A

ZONA

1

2

3

4

5

6

B

NP DE REVISTAS

3

4

7

13

21

64

C

Nº DE ARTIGOS

154

127

125

136

133

130

D

MULTIPLICADOR

-

1,3

1,7

1,8

1,6

3,0

TAB. 4

NO DE AUTORES BRASILEIROS DEVOTADOS À MIP E RESPECTIVO Nº DE ARTIGOS

Nº FICHÁRIOII

III

REVISTAS

Nacionais

Estrangeiras

TOTAL

Nº AUTORES

1761

216

1977

NP ARTIGOS

805

98

903

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2):43-69, 1976 63

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ELISABETH SCHNEIDER DE SÁ

TAB. 5

DISTRIBUIÇÃO DOS AUTORES BRASILEIROS DE MIP SEGUNDO SUASINSTITUIÇÕES DE ORIGEM

INSTITUIÇÕES

Instituto Oswaldo CruzFaculdade de Medicina da USPInstituto Biológico de São PauloInstituto de Medicina Tropical de São PauloMuseu NacionalFaculdade de Medicina da UFMGEscola Superior de Agricultura Luiz de QueirozInstituto de Ciências Biológicas da UFMGFaculdade de Medicina de Ribeirão PretoInstituto Adolfo Lutz

Nº DE AUTORESBRASIL

108837246514340373738

Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu j 27Instituto Agronômico de CampinasEscola Paulista de MedicinaMuseu de Zoologia da USPFaculdade de Medicina da UFRSInstituto de Microbiologia da UFRJSecretaria de Saúde do Estado de São PauloFaculdade de Medicina da UFPeFaculdade de Saúde Pública da USPFaculdade de Ciências Médicas da UEGUniversidade Federal de Sta. MariaFaculdade de Medicina da UFRJInstituto ButantanEscola de Veterinária da UFMGFaculdade de Medicina Veterinária da USPCentro de Pesquisas René RachouUniversidade Federal Rural do Rio de JaneiroFaculdade de Medicina da UFBaFaculdade de Medicina da UFFHospital do Servidor Público Estadual FranciscoMorato de OliveiraInstituto Biológico da BahiaInstituto de Ciências Biomédicas da USPInstituto Evandro ChagasSuperintendência das Campanhas EndêmicasUniversidade Federal do ParanáFaculdade de Ciências da Saúde da UFBraFaculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio ClaroInstituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do SulFaculdade de Ciências Médicas da Univ. Est. de CampinasHospital de Isolamento Emilio RibasUniversidade Federal de ViçosaFundação Ensino Especializado de Saúde PúblicaInstituto de Biociências da USPInstituto de Biologia e Pesquisas TecnológicasInst. de Pesq. e Experimentação Agropecuária do Centro-SulCentro de Pesquisas Biológicas da SURSANCentro Tecnológico de Saneamento Básico

332331222724152523232115181314191117

181812101213141414131313121010121110

EXTERIOR

113

15

—668736-g1836

121

——16275

—71

——

5732_—-————22

———

TOTAL

10996735151494645444133333232303030272623232221202019191818

181817171515141414131313121212121110

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2):43-69, 1976 64

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PARTICIPAÇÃO DOS PESQUISADORES BRASILEIROS DE MIP NA LITERATURA CIENTÍFICA INTERNACIONAL

TAB. 6

PROPORCIONALIDADE POR ZONAS BRADFORDIANAS DE REVISTAS NÃO INDEXADAS

ZONA

123456

Rev. c/0 art. MIP

TOTAIS

Nº DE REV/ZONA

347

132164

117

229

NO DE REV. NÃO INDEXADAS

0002g

2776

114

TAB. 7

REVISTAS COM INDEXAÇÃO EFETIVA INFERIOR À INDEXAÇÃO POTENCIAL

TÍTULOS DAS REVISTAS

Atas da Sociedade de Biologia do Rio de JaneiroArquivos do Museu NacionalRevista de AgriculturaRevista do Instituto Adolfo LutzA Folha MédicaPesquisa Agropecuária Brasileira0 HospitalRevista Brasileira de MedicinaCiência e CulturaRevista Brasileira de Malariologia e Doenças TropicaisMemória do Instituto Oswaldo CruzArquivos do Instituto Biológico0 BiológicoRevista da Sociedade Brasileira de Medicina TropicalRevista de MicrobiologiaPapéis Avulsos de ZoologiaRevista Brasileira de Biologia

N9 DE ART.PRODUZIDOS

4633151113171410131419232330293545

NO DE ART.INDEXADOS

00023688

121117222222263139

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5(1/2):43-69,1976 65

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TAB. 8

PERÍODOS DE INCIDÊNCIA DAS INDEXAÇÕES NOS DIVERSOS SERVIÇOS E RESPECTIVOS ÍNDICES

\ Nº DE

índices\MESES

BIOS IS

NLM

BHTD

E. M.

B.A.

LM.

T.D.B.

A.H.

E. M. M

E.M.I.

E.M. V.

TOTAL

2

0

0

0

1

0

0

0

1

Nº DEINDICES \ MESES

BIOSIS

NLM

BHTD

E.M.

B.A.

I.M.

T.D.B.

A.H.

E.M.M.

E.M.I.

E.M.V.

TOTAL

20

19

2

0

21

3

2

0

1

0

0

0

0

3

21

9

8

1

18

4

1

0

6

1

0

0

0

8

22

5

0

0

5

5

5

9

16

1

0

0

0

31

23

5

0

2

7

6

16

11

9

1

0

1

1

39

24

5

1

2

8

7

g

13

12

3

2

0

2

41

25

4

2

6

8

9

21

9

3

6

0

1

49

26

4

3

7

9

29

10

10

2

1

0

1

53

27

2

2

10

11

13

4

1

4

0

3

36

28

1

1

11

29

5

6

0

4

0

1

45

29

2

2

12

27

13

5

1

3

0

0

49

30

0

0

13

27

7

4

1

3

0

2

44

31

0

0

14

21

5

1

1

4

1

0

33

32

0

0

15

20

6

3

2

0

0

0

31

33

1

1

16

15

0

2

0

0

1

0

18

34

0

0

17

11

0

0

0

1

1

0

13

35

18

23

0

0

0

0

0

23

36

1

1

19

10

3

4

0

17

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PARTICIPAÇÃO DOS PESQUISADORES BRASILEIROS DE MIP NA LITERATURA CIENTÍFICA INTERNACIONAL

TAB. 9

DISTRIBUIÇÃO DO NO DE AUTORES E SEUS RESPECTIVOS NOS DE TRABALHOS

A

Autores

1

1

1

36~\/1302 = 5 ~ 1/10

7

7

14

33

75

219

939 72%

1302

a

Trabalhos/Autor

18

14

10

8

7

6

5

4

3

2

1

A x a

Nº Acumulado

de Trabalhos

18

14

10

243 40 ~ 1/3

49

42

70

132

225

438

939

1977

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2): 43-69,1976 67

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ELISABETH SCHNEIDER DE SÁ

TABELA 10

A ELITE DE AUTORES BRASILEIROS DE MIP SEGUNDO APLICAÇÃO DA LEI DE LOTKANA AMOSTRA DE 1971

AUTORES QUE COMPÕEM A ELITE DE MIP Nº DE TRABALHOS

CARVALHO, José C. M. 18HUGGINS, Donald 14GOMES, ítala da Penha 10AMATO NETO, Vicente 8CAMARGO, Mário E. 8COSTA, A.S. 8

PELLEGRINO,José 8ZAJCIW, Dmytro 8COURA, José Rodrigues 7

GIORGI,Waldyr 7GOMES, Delir Corrêa 7KATZ, Naftale 7LOPES, Hugo de Souza 7REICHARDT, Hans 7SUASSUNA, ítalo 7FONTES, Argentino Viegas 6FORATTINI.Oswaldo Paulo 6KOHN, Anna 6LANDIM, Carminda da Cruz 6MELLO, Maria Luiza S. 6PORTUGAL, Manuel A.S.C. 6PINTO, R. Magalhães 6BECKER, Vitor Osmar 5CARNEIRO, Jayme de Azevedo 5CORRÊA, Marcelo Oswaldo Alvarez 5CORRÊA, W.M. 5COSTA, Sylvio Celso Gonçalves da 5KITAJIMA, E.W. 5LOBATO, A. Sayão 5MENEZES, Humberto 5PIZAJR., S. de Toledo 5REIS, Ronaldo 5VEIGA, Genesio 5VÊRONESI, Ricardo 5FÁBIO, Sueli'P. de 5NORONHA, Dely 5

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2): 43-69,1976 68

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PARTICIPAÇÃO DOS PESQUISADORES BRASILEIROS DE MIP NA LITERATURA CIENTIFICA INTERNACIONAL

TAB. 12

AUTORIA MÚLTIPLA ENTRE A ELITE

N9 DE ARTIGOS

69471810421

Nº DE AUTORES/ART.

123456

10

Ci. Inf., Rio de Janeiro, 5 (1/2): 43-69, 1976 69

TAB. 11

DISTRIBUIÇÃO

Parasitologia —

Microbiologia —

Imunologia —

POR MATÉRIAS Ê

(158)

(68)

(17)

DISCIPLINAS DOS ARTIGOS PRODUZIDOS PELA ELITE

ProtozoologiaHelmintologiaEntomologia

BacteriologiaVirologiaMicologia

- 19- 53- 86

- 43- 16- 9