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S TA . E DWIGES Padres e Irmãos Oblatos de São José * Arquidiocese de SP * Ano XXVI * N. 303 * Março de 2016 Pág. 14 Especial Confira na página 04 a pro- gramação da Semana Santa do Santuário Santa Edwiges. Programação da Semana Santa Pág. 04 Para os Oblatos de São José, Congregação religiosa fundada por São José Marello, a busca dos interesses de Jesus é um projeto de vida. Os Interesses de Jesus Pág. 07 Pág.08 Vocações Semana de Formação Catequética De 25 a 29 de janeiro aconteceu no Santuário Santa Edwiges, a Semana de Formação Catequética com o tema: Atualizando a vida da Igreja e o lema: Estudo das prioridades pastorais 2016. Pág. 06 Entrevista com o Padre Valdinei Pini Entrevista O Santuário Santa Edwiges já tem um novo Vigário Paroquial. E neste mês, o Jornal Santa Edwiges conversou com o Padre Valdinei para os leitores conhecê-lo melhor Palavra do Pároco-Reitor A Campanha da Fraternidade de São José O que José nos inspira é o cuidado sem muitos alardes, fazer a escuta atenta e, no seguimento das leis propostas, não deixar de devolver ao seu meio a responsabilidade com os seus.

Paróquia Santuário Santa Edwiges - O que José nos inspira é o … · 2019-05-09 · 06 palavra do pároco-reitor santuariosantaedwiges.com.br março de 2016 Caros Devotos, Paroquianos,

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STA. EDWIGESPadres e Irmãos Oblatos de São José * Arquidiocese de SP * Ano XXVI * N. 303 * Março de 2016

Pág. 14

Especial

Confira na página 04 a pro-gramação da Semana Santa do Santuário Santa Edwiges.

Programação da Semana Santa

Pág. 04

Para os Oblatos de São José, Congregação religiosa fundada por São José Marello, a busca dos interesses de Jesus é um projeto de vida.

Os Interesses de Jesus

Pág. 07

Pág.08

Vocações

Semana de Formação CatequéticaDe 25 a 29 de janeiro aconteceu no Santuário Santa Edwiges, a Semana de Formação Catequética com o tema: Atualizando a vida da Igreja e o lema: Estudo das prioridades pastorais 2016.

Pág. 06

Entrevista com o Padre Valdinei PiniEntrevista

O Santuário Santa Edwiges já tem um novo Vigário Paroquial. E neste mês, o Jornal Santa Edwiges conversou com o Padre Valdinei para os leitores conhecê-lo melhor

Palavra do Pároco-ReitorA Campanha da Fraternidade de São José

O que José nos inspira é o cuidado sem muitos alardes, fazer a escuta atenta e, no seguimento das leis propostas, não deixar de devolver ao seu meio a responsabilidade com os seus.

Page 2: Paróquia Santuário Santa Edwiges - O que José nos inspira é o … · 2019-05-09 · 06 palavra do pároco-reitor santuariosantaedwiges.com.br março de 2016 Caros Devotos, Paroquianos,

Desde 1963 no Brasil, durante a Quaresma, é lançada a Campanha da Fraternidade que nos pro-põe a cada ano um tema diferente para que pos-samos nos converter e mudar. Pela quarta vez, a Campanha da Fraternidade nos pede que olhemos com mais atenção para o planeta.

O tema da CF 2016 é “Casa comum: nossa responsabilidade” e o lema: “Quero ver o di-reito brotar como fonte e a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). Na mensagem do Papa Francisco para os brasileiros ele menciona:

“Todos nós temos responsabilidade por nossa Casa Comum, ela envolve os governantes e toda a sociedade. Por meio desta Campanha da Fra-ternidade, as pessoas e comunidades são convi-dadas a se mobilizar, a partir dos locais em que vivem. São chamadas a tomar iniciativas em que se unam as Igrejas e as diversas expressões re-ligiosas e todas as pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico. O acesso à água potável e ao esgotamento sanitário é condição necessária para a superação da injustiça social e para a erradicação da pobre-za e da fome, para a superação dos altos índices de mortalidade infantil e de doenças evitáveis, e para a sustentabilidade ambiental.”

Outro aspecto que devemos olhar com muita atenção este ano, é o mosquito da dengue que está causando transtornos pelo mundo todo. Um mos-quito não é mais forte que do que o mundo, por isso vamos juntos vencer essa batalha, cuide da sua casa e do seu bairro, para que possamos ven-cer esse mosquito que tanto nos aterroriza.

A Páscoa se aproxima, e diante de tantos pro-blemas que o mundo está enfrentando, Cristo nos dá a força que precisamos. A morte de Jesus pa-recia o fim para alguns, mas ele triunfou sob ela e ressuscitou! Tenhamos também em nós a certeza deste Cristo que nos traz vida nova!

Fiquem com Deus!

calendário02

Estrada das Lágrimas, 910 cep. 04232-000 São Paulo SP / Tel. (11) 2274.2853 e 2274.8646 Fax. (011) 2215.6111

Paróquia Santuário Santa Edwiges Arquidiocese de São PauloRegião Episcopal Ipiranga Congregação dos Oblatos de São José Província Nossa Senhora do Rocio Pároco-Reitor: Pe. Paulo Siebeneichler - OSJ

Responsável e Editora: Karina OliveiraProjeto Gráfico: 142comunicacao.com.brFotos: Gina Santos e Arquivo InternoEquipe: Ângela; Antônia; Aparecida Y. Bonater; Izaíra de Carvalho Tonetti; Jaci Bianchi da Cruz; Guiomar Correia do Nascimento; Rosa Cruz; Marlene; Maria e Valdeci Oliveira.

Site: www.santuariosantaedwiges.com.br E-mail: [email protected] Conclusão desta edição: 01/03/2016Impressão: Folha de Londrina. Tiragem: 3.000 exemplares. Distribuição gratuita

santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

Karina [email protected]

editorialPlaneta Terra:

Nossa Responsabilidade

8 Ter Confissões- Quaresma Paróquia São Vicente 20h

9 Qua Confissões- QuaresmaReunião das Equipes (ECC)

SantuárioSalão São José

20h20h

10 Qui Confissões- QuaresmaNovena em Louvor a São José

Paróquia S. J. ClímacoSantuário

20h19h30

11 Sex Confissões- QuaresmaNovena em Louvor a São José

Paróquia N. Sra. Aparecida- ArapuáSantuário

20h19h30

12 Sáb

Grupo Emanuel (Encontro)Grupo de OraçãoCatequese (Encontro) Novena em Louvor a São JoséMissa Votiva N. Sra. AparecidaCPCConfissões CrismaDMJ Setor Regional- Via SacraCurso de Formação Ministros da Eucaristia

Salão São JoséSantuárioSantuárioSantuárioComunidade N. Sra AparecidaComunidade N. Sra AparecidaA definirA definirAuditório C. Univ S. Camilo

20h19h9h e 14h3016h20h15h----8h30 às 12h

13 Dom Promoção GeralNovena em Louvor a São José

SantuárioSantuário

O dia todo18h30

14 Seg Novena em Louvor a São José Santuário 19h30

15 TerConfissões- QuaresmaNovena em Louvor a São JoséReunião do Clero- Espiritual. Da Quaresma

Paróquia N. Sra das MercêsSantuárioCent. de For. Sag. Família (Sta.Paulina)

20h19h309h ás 12h

16 Qua Novena em Louvor a São José Santuário 19h30

20 DomProcissão Domingo de RamosQuis Geral dos CrismandosDMJ- Dia Mundial da Juventude

Comunidade N. Sra. Aparecida----

8h 45

23 Qua Celebração com Unção dos Enfermos Santuário 15h

24 Qui Celebração da Missa do Crisma (Santos Óleos)Missa de Lava-Pés Catedral da Sz 9h

25 Sex Celebração da Paixão do Senhor Santuário e Capela 15h

26 Sab Vigília Pascal Santuário e Capela 20h

27 Dom Domingo de Páscoa na Ressurreição do Senhor Santuário Capela

7h, 9h, 11h e 18h3010h

30 Qua Reunião de Equipes (ECC) Salão São José 20h

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cantinho da catequese 03santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

FOI DADA A LARGADA...Aconteceu no sábado, dia 06/02, a

primeira reunião do ano da Catequese, com todos os catequistas e auxiliares e com a presença da Irmã Silvana, num momento lindo de Espiritualidade, nos motivando sobre a importância de sermos luz na vida uns dos outros e de mantermos essa chama acesa.

Novidades, ânimo e amor nesse se-mestre que se inicia é o que recheia a Catequese.

Que nossas crianças possam apro-veitar cada momento, juntamente com suas famílias e catequistas.

O Grupo de Oração Nossa Senho-ra de Fátima III, convida a comu-nidade paroquial, para participar de seus encontros que aconte-cem na Paróquia Santa Edwiges, todos os sábados às 19h.

VENHA PARTICIPAR!

Convite

TURMA DA CATEQUISTA CIDA E BRUNO TURMA DA CATEQUISTA MARIA E LEANDRO

TURMA DA CATEQUISTA KETELYN E BRUNA

TURMA DA CATEQUISTA CIDA E BRUNO

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04 osse santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

Estamos iniciando um novo ano de atividades e trabalhos no CCA Santa Edwiges/ OSSE. Novos sonhos, obje-tivos e expectativas.

Esperamos que seja um novo come-ço de ampliações de horizontes e co-nhecimentos para as nossas crianças/adolescentes.

Que elas possam contribuir com seu amor para um ano feliz em seus lares e comunidade.

O nosso objetivo é mostrar o cami-nho, para que os nossos atendidos al-cancem seus sonhos, tornando-os re-alidades e conquistas bem sucedidas.

No mês de Fevereiro trabalhamos com as nossas crianças/adolescentes o tema de como nos relacionamos com o próximo socialmente.

Nossas amizades nos acrescentam como seres humanos solidários?

Caros leitoresRealizamos com os nossos atendi-

dos as atividades lúdicas do dia-a-dia, dinâmica de grupo com o intuito de integração social, festa dos aniversa-riantes e baile de carnaval.

Temos muitas metas para atingir nesse ano de 2016 e te-mos plena convicção que va-mos realizar. Sabem por quê?

Trabalhamos com amor e dedicação para que possa-mos plantar em nossas crian-ças/adolescentes as sementes do amor, res-peito e solida-riedade.

Desejamos a vocês que-ridos leitores um ano de 2016 abenço-ado por Deus

e iluminado pela nossa padro-eira Santa Edwiges.

Equipe CCA Santa Edwiges/OSSE.Marina Lacerda / Silmara Silva.

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05palavra do bisposantuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

“CASA COMUM, NOSSA RESPONSABILIDADE”

A Igreja Católica no Brasil instituiu no ano de 1964 a Campanha da Fra-ternidade, com abrangência nacional, tendo como principal objetivo “evan-gelizar”. Isso acontece em sintonia com o tempo da Quaresma e constitui espaço privilegiado de formação dentro da motivação proposta para cada ano. Neste ano de 2016 o tema abordado é saneamento básico. Ainda, a Campanha será ecumênica, ou seja, reunirá outras igrejas cristãs, além da católica.

Por que discutir saneamento básico no Brasil? Porque a falta de saneamento básico destrói a casa comum e a vida da família que habita essa casa!

A título de conhe-cimento, estudos da ONU estimam que

no mundo uma criança morre a cada 2,5 minutos por não ter acesso à água potável, por falta de redes de esgotos e por falta de higiene. A insalubridade causa problemas de ordem psicológica e emocional, não apenas físicos. Em nosso país temos o flagelo provocado

pelo “mosquito aedes aegypit”, vetor dos vírus da dengue, chikungunyae e zika. Em boa parte das moradias brasi-leiras, pessoas utilizam fossas rudimen-tares em quintais ou lançam seus esgo-tos a céu aberto, disseminando doenças como: diarreia, cólera, hepatite e febre tifoide, entre outras. Os serviços de saneamento básico são essenciais para evitar a proliferação de doenças.

Mas não é só o poder público que precisa agir. Também temos responsa-bilidades pessoais. Podemos e deve-mos reduzir nossa produção diária de lixo. É nossa contribuição pessoal ao saneamento básico. De que modo po-demos ajudar? Usando sacolas retorná-veis, evitando as embalagens descar-táveis, cozinhando somente o que será consumido, evitando o desperdício e reduzindo a geração de resíduos. Tam-bém a coleta seletiva do lixo pode aju-dar significativamente no tratamento adequado dos resíduos e na reciclagem.

Portanto, saneamento básico não é um detalhe, não é luxo, mas uma neces-sidade imperativa para que as pessoas possam ter uma vida saudável. Somos todos, chamados a defender esse direi-to básico de todo cidadão. Justamente, por isso, o lema da CF 2016 é: “Quero ver o direito brotar como fonte e cor-rer a justiça qual riacho que não seca” (Am 5, 24). O profeta Amós compara a prática da justiça como uma fonte que jorra água limpa e com um rio perene, que não seca nem no tempo da estia-

Dom José RobertoBispo Auxiliar de SP e Vigário Episcopal da Região Ipiranga

gem mais severa. A justiça não pode ser comparada a um rio temporário, que só tem água na época das chuvas. A justi-ça não pode interromper seu fluxo. Não pode ser um regato que desaparece. Deve correr sempre. Saneamento bási-co é justiça ambiental. É um direito de toda população, e não apenas de alguns privilegiados. A Igreja, como voz pro-fética dos mais pobres, tem a obrigação de defendê-los.

Na encíclica “Laudato Sì”, o Papa Francisco afirma: “O amor cheio de pe-quenos gestos de cuidado mútuo, é tam-bém civil e político, manifestando-se em todas as ações que procuram cons-truir um mundo melhor” (n. 231). Jus-tiça ambiental é uma forma de exercer o amor fraterno. Se fosse escrito hoje, o grande discurso escatológico de Jesus (cf. Mt 25, 35-36) poderia ser acrescen-tado com a seguinte afirmação: “estava precisando de um ambiente saudável e trabalhastes para cuidar da natureza que garante a minha vida”.Fraternidade é amor concreto ao próximo. Não nos esqueçamos nunca dessa verdade.

Enfim, a Campanha é instigante e exige nossa conversão para que nossa casa comum seja habitável como Deus quer. Uma santa Quaresma a todos!

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06 palavra do pároco-reitor santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

Caros Devotos, Paroquianos, Romeiros lei-tores do Jornal e das Mídias de Santa Edwiges, que Deus te conceda a graça e a paz, e possa viver bem este Tempo da Quaresma buscando ter uma Santa celebração da Páscoa.

Estamos no Tempo da Quaresma, tempo para oração, jejum, prática da caridade, um tempo para rever a vida e celebrar a conversão, fa-zer uma mudança de vida, mudar os hábitos, dar uma repaginada nas atitudes, nas palavras, nas ações, para se reconfigurar com Cristo. A Igreja neste tempo, já a cinquenta anos promo-ve a Campanha da Fraternidade, e neste ano, por ocasião do tema proposto, realiza em co-munhão com o Conselho das Igrejas Cristãs, CONIC e ainda uma entidade Internacional, a MISEREOR da Alemanha, na busca de que a Campanha atinja mais cristãos a defesa de nos-sa casa, o planeta terra, tantas vezes descuidado e atingido por tantas atitudes humanas.

A CF 2016 tem como Tema: “Casa comum, nossa responsabilidade”, e este é animando

A CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE SÃO JOSÉ!

Pe Paulo Siebeneichler – OSJPároco-Reitor da P. S. Santa [email protected]

pelo versículo bíblico de Amós que serve de Lema: “Quero ver o direito brotar como fon-te e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5,24). A finalidade é de unir as Igrejas para lutar pela defesa ampla do planeta neste grande cuidado da casa comum, devolvendo aos rios, às fontes, às pessoas, animais, seres vivos, plantas, matas e florestas uma respeita-bilidade de evitar estragar o jardim que Deus, O Criador nos deu, e que hoje é devastado, des-truído e devolvido lixos e tantos elementos po-luentes em nosso meio ambiente.

Em se falar de justiça, celebramos no mês de março, São José, Ele o Pai de Jesus, o qual lhe dá a dimensão de ser o Guardião do Redentor, o que cuida certamente pode ser o Santo a ser para nós um luzeiro a iluminar o nosso horizon-te de viver o projeto de Deus, na escuta atenta da Palavra e fazendo a vontade do Senhor, com as virtudes das quais José cuidou da casa de Nazaré, onde com Jesus e Maria fizeram acon-tecer o Mistério da Encarnação. O que José nos inspira é o cuidado sem muitos alardes, fazer

a escuta atenta, e no seguimento das leis pro-postas, não deixar de devolver ao seu meio a responsabilidade com os seus.

O Tempo da Quaresma convida a con-versão, isso precisa de tempo, humildade, paciência, virtudes que José possuía e vivia junto com os seus. Olhando para José nesta Quaresma, possamos caminhar felizes para a Páscoa e alcançar a Justiça, o cuidado de nossa casa, da casa comum o planeta e fazer--se fraterno cuidando dos seres que habitam próximos de nós.

Uma Feliz Páscoa, depois de uma santa Quaresma, com a inspiração em São José, o Justo, o Santo que viveu em união e nos dá o exemplo da fidelidade ao projeto de Deus.

Um dos pontos mais importantes do pro-cesso terapêutico é a escuta. Na verdade a escuta acontece mais por parte do paciente, o psicólogo é apenas o mediador da fala da pes-soa consigo mesma. Alguns pacientes me fa-lam no atendimento, “é muito estranho falar isso, eu já pensei, mas falar é completamente diferente”.

Posso dizer que esse é um ápice da terapia, pois é nesse momento que o paciente perce-be-se assumindo as responsabilidades pela sua vida e falar para si mesmo quais são seus grandes problemas e angustias, auxiliam na evolução clinica.

Este é um grande desafio que os psicólogos devem enfrentar, pois há uma resistência enor-me das pessoas em assumirem seus problemas.

psicologando

VerbalizaçãoO comportamento verbal é tão importante para a vida e para a terapia que fica cada vez mais complicado. A tecnologia voltada para a comunicação tem sido usada de forma negli-gente pelas pessoas, e ao invés de facilitar as conversas, causa uma confusão enorme. Há um discurso cheio de ruídos e a comunicação é corrompida. O volume de conversa é mui-to grande, mas o conteúdo é vazio. De modo que as pessoas não conseguem ouvir nem a si, nem ao outro.

Por mais incomodo que seja, é preciso que nos ouçamos!

Givaldo da Silva Costa FilhoPsicólogo Clínico - CRP [email protected]

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07santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016 entrevista

JSE: Qual foi a sua maior motivação para querer ser padre? E quanto tempo faz que se ordenou?

Pe. Valdinei: Eu iniciei a minha caminhada no Seminário dos Oblatos de São José aos 18 anos de idade, neste período eu estava trabalhando na cidade de Arapongas numa fábrica de Estofados. Eu era tapeceiro. Num dia qualquer chegou à minha casa o Pe. João Batista me convidando para fazer uma experiência de dois dias em Londrina, lá havia o seminário menor, hoje Centro vocacional juvenil. Ouvindo a experiên-cia de alguns seminaristas e padres, me despertou a vontade de ingressar ao Seminário e iniciar a minha caminhada na Congregação dos Oblatos de São José. Durante 10 anos no Seminário, eu fui me encantando cada vez mais pelo caris-ma da nossa Congregação. Confesso que não foi fácil, muitas pedras apareceram no caminho me iludindo para desistir da vocação. Sempre procurei meu refúgio na mãe querida, Nos-sa Senhora Aparecida, do qual hoje sou muito devoto.

Eu fui ordenado no dia 14 de março de 2009 no San-tuário São José em Apucarana. Estarei completando sete anos de sacerdócio. Agradeço muito a Deus e reconheço que Deus sempre esteve do meu lado me dando forças e oportunidades na caminhada.

JSE: O senhor já passou pelo Santuário Santa Edwiges como frei, qual é a sensação de voltar como sacerdote?

Pe. Valdinei: Eu estive aqui entre os anos de 2005 a 2008 no Seminário Pe. Pedro Magnone estudando Teo-logia e ajudava no Santuário em algumas pastorais como assessor. A pastoral naquela época era por mim esperada, era oportunidade de colocar em prática o que ouvíamos na faculdade. Lá tínhamos a experiência de ouvir e a prática

ENTREVISTA COM O PADRE VALDINEI PININOVO VIGÁRIO PAROQUIAL DO SANTUÁRIO SANTA EDWIGES

exercíamos nas pastorais, era fantástico. Eu tive a graça de trabalhar com algumas pessoas ma-ravilhosas.

Voltando depois de sete anos para trabalhar diretamente no Santuário como vigário paroquial (para auxiliar o Pe. Paulo, atual pároco), é come-çar um novo projeto diferente do qual eu vivi du-rante sete anos. Nestes sete anos o meu trabalho era focado diretamente na formação de novos jo-vens seminaristas, ajudando eles no discernimen-to vocacional. Agora é pensar um trabalho mais focado na Igreja ministerial e pastoral.

JSE: Sei que não tem nem um mês que o senhor chegou ao Santuário, mas quais são as suas expectativas nesse novo desafio que lhe foi proposto?

Pe. Valdinei: Agora o trabalho é focado mais com o povo de Deus, como: atendimento, confissões, bênçãos, retiros, celebrações das missas, batismos, e entre outros trabalhos que faz parte do ministério. Coloquei-me a disposição da Congregação e da Igreja, vim com o cora-ção aberto para viver bem e ajudar aqueles que precisam.

Neste pouco tempo que eu estou no santuário, já per-cebi que os desafios são muitos, principalmente quando retratamos as pastorais. A proposta é acompanhar, rezar, propor e viver juntos os desafios pastorais. Então vamos construir juntos, aprender juntos e tentar fazer uma experi-ência que Deus esteja conosco.

JSE: Como pretende desenvolver o seu trabalho de evangelização na Paróquia Santa Edwiges?

Pe. Valdinei: Acredito que a evangelização aqui no Santuário Santa Edwiges vai acontecendo no dia a dia, principalmente nas coisas pequenas como dizia nosso fundador São José Marello. O trabalho aqui no Santuário é muito vasto. No meu trabalho de evangelização, estarei acompanhando algumas pastorais juntamente com alguns freis em atividade. Vamos tentar melhorar, mas isto depen-de muito do Seminário, e diante das necessidades iremos tentar elaborar uma boa programação com formação não só da gente, mais também dos que estão juntos envolvidos e da disposição de cada um. Vou procurar dar o meu me-lhor para atender as necessidades da evangelização aqui na Paróquia Santuário Santa Edwiges.

JSE: Nós estamos no ano da Misericórdia, em sua opinião, o que os cristãos devem fazer para viver bem esse período?

Pe. Valdinei: Acredito que o nosso Papa Francisco é

um profeta nos tempos de hoje. Eu o admiro muito pelo seu trabalho de evangelização e fico mais admirado pela sua simplicidade de tratar as pessoas. Ao propor o ano da Misericórdia, eu sinto que o papa sente no coração que nós cristãos estamos cada vez mais distantes de Deus e das pessoas. Com a evolução da tecnologia, que eu acho necessário, nos facilitou demais em muitas coisas, porém a maioria das pessoas não conseguem usufruir de forma saudável e escravizam-se com os meios tecnológicos e se afastam umas das outras. Ir à Igreja já não é mais priorida-de. Buscar Deus eu vejo depois. Estamos numa sociedade cada vez mais paganizada e individualista. Sem contar que a maioria das pessoas já não sabe distinguir o que é pecado e não procuram mais se confessar.

Neste ano da Misericórdia, a proposta é que nos aproxi-memos mais das pessoas, que tenhamos um coração mais acolhedor, sensível com os mais necessitados. Que saiba-mos perdoar aqueles que nos magoaram, que nos ofende-ram e até nos caluniaram. Esta é a proposta do Evangelho do “Pai misericordioso” ou “Filho Pródigo” que encontra-mos em Lucas 15, 11-32. Vale à pena ler e sentir o amor do Pai pelo filho que retorna depois de perder a herança e pas-sar fome. É acolhido pelo Pai que aguardava o seu retorno.

Em suma, que este Ano da Misericórdia, que os ensi-namentos do Papa Francisco e de nossos bispos, padres e todos os evangelizadores nos ajudem a ser discípulos do Senhor, que sejamos pessoas alegres e entusiasmados com a vida. Que os problemas de nossa vida não nos impeçam de fazer a experiência de Deus que é misericórdia e amor.

JSE: Poderia deixar uma mensagem para os paro-quianos e leitores do nosso jornal?

Pe. Valdinei: A mensagem que eu quero deixar para os nossos paroquianos e leitores do Jornal Santa Edwi-ges é que sejam sempre alegres no amor de Deus. Sejam pessoas extraordinárias nas pequenas coisas. Nós padres estamos atendendo todos os dias aqui no Santuário, nos colocamos a disposição da comunidade para que sejamos instrumentos de Deus na vida de vocês.

Rezem pelos padres Oblatos e pelos padres de sua pa-róquia, pelos seminaristas e pelas vocações religiosas e diocesanas. Que o amor de Deus e nossa querida padroeira Santa Edwiges possa sempre abençoar vocês paroquianos e leitores de nosso jornal, principalmente a sua família e seu trabalho. Deus abençoe você!

CarinhosamentePe. Valdinei Nascimento Pini, OSJVigário Paroquial

O Santuário Santa Edwiges já tem um novo Vigário Paroquial. E neste mês, o Jornal Santa Edwiges conversou com o Padre Valdinei para os leitores conhecê-lo melhor.

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notícias08 santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

Semana de Formação CatequéticaDe 25 a 29 de janeiro aconteceu no

Santuário Santa Edwiges, a Sema-na de Formação Catequética com o tema: Atualizando a vida da Igreja e o lema: Estudo das prioridades pas-torais 2016. Os encontros foram di-vididos em cinco dias e, em cada dia, foi tratado um tema diferente.

Os palestrantes convidados para esta semana, mencionaram assuntos relacionados nos seguintes temas: Diretrizes da CNBB, Laudato Si’, Campanha da Fraternidade 2016, Dei Verbum e Lectio Divina. Os motivadores destas reflexões para a nossa comunidade paroquial foram os professores: Pe. Lisboa, Pe. Pedro Luis, Frei Edson Ikeda, Pe. Raimun-do e a Irmã Silvania.

Agradecemos a presença dos pales-trantes e de todos os presentes, que participaram desta semana de apren-dizados e reflexões.

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notícias 09santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

Abertura da Campanha da Fraternidade 2016Participaram da abertura da cam-

panha da fraternidade regional, cer-ca de 770 pessoas, representando as paróquias dos setores Anchieta, Cursino, Imigrantes, Ipiranga e Vila Mariana.

A Missa de abertura, presidida por Dom José Roberto Fortes Palau, aconteceu na paróquia Santa Rita de Cássia no dia 12/02. Em sua ho-milia, Dom José Roberto afirmou que a Campanha da Fraternidade deste ano, é “instigante a nós, onde devemos cuidar de nossa casa como Deus quer”. No término da Missa a paróquia ofereceu aos presentes um lanche comunitário.

Fonte: https://pt-br.facebook.com/regiaoipiranga/

Posse do Pe. Paulo Sérgio na Paróquia Nossa Senhora de Fátima

Aconteceu no dia 14 de fevereiro, a posse do Pe. Paulo Sérgio na Pa-róquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Sabrina. O presidente da celebra-ção foi o Dom Sergio de Deus Borges, Vigário Episcopal da Região de Santana.

Saiu do Santuário San-ta Edwiges, um ônibus com alguns paroquia-nos que foram prestigiar essa nova etapa da vida do Pe. Paulo Sérgio. Após a celebração, hou-ve uma confraternização de boas vindas dos paro-quianos e dos padres da Paróquia Nossa Senho-ra de Fátima para o Pe. Paulo Sérgio.

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juventude10 santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

Convivência de Carnaval 2016A convivência de carnaval -2016 foi uma

experiência que marcou muito os jovens que participaram. Com uma formação totalmente voltada para a oração e o estudo bíblico, os jovens sentiram a presença de Deus em cada detalhe e a responsabilidade de serem líderes em seus grupos.

Com o sucesso da formação sobre os Lec-tionautas aplicada pelo Padre Toninho Prado da CNBB, e a grande partilha de sentimentos e emoções na Santa Vigília da madrugada, a convivência sem dúvida foi o principal ponto de partida para um novo perfil de jovens jo-sefinos focados no amor pelo próximo e pelo compromisso de levar a palavra de Deus para as pessoas.

Vejam alguns depoimentos de jovens que sentiram algo de diferente em seus corações.

“A convivência em Curitiba foi muito gratificante pra mim, gostei muito dos momentos de formação e espiritualidade, principalmente os momentos na capela. Senti-me renovado ao voltar para São Paulo com vontade de compartilhar tudo que aconteceu e fazer valer as coisas que aprendi, foi muito bom ver os amigos que acabei fazendo nessa caminhada e conhe-cer pessoas novas. Agradeço pela equipe de Curitiba, CJV e ao Pe. Bennelson por proporcionar um evento maravilhoso.”

Derick Gomes - Paróquia Nossa Senho-ra de Fátima – São Paulo

Grupo: GAJOC

“Neste ano de 2016, tivemos uma pro-posta totalmente diferenciada das convi-vências anteriores, o Centro Juvenil se pre-ocupou em buscar abastecer os jovens com uma formação vinda de fora.

A convivência ocorreu em Curitiba, na Chácara Bagozzi, em que aproximadamen-te 120 jovens estavam reunidos. Nos dois primeiros dias, tivemos a presença do Pa-dre Toninho, formador juvenil da CNBB, em que nos apresentou e ensinou a utilizar o método dos Lectionautas em que nave-gamos pelo amplo e fascinante oceano da Palavra de Deus. Esse método consiste em uma maneira juvenil, exercitar a Lectio Di-vina, que nada mais é do que a leitura orante da Sagrada Escritura em quatro momentos: Leitura, meditação, oração e contemplação.

Também tivemos alguns momen-tos de descontração como o Lual, os passeios pelos parques de Curitiba (Jardim Botânico e Parque Tanguá), momentos esportivos e muita intera-ção entre as cidades presentes.

Percebemos que com a animação, o envolvimento e a espiritualidade desses jovens nesse nosso encontro, o ano de 2016 promete! “

Que venha 2016 com tudo!

Vanessa Dolinski- Paróquia Bom Senhor Jesus do portão – Curitiba

Secretaria Provincial

“Essa convivência em Curitiba par-ticularmente foi muito essencial para que eu pudesse voltar há aquele pri-meiro amor que eu tinha quando me converti. Cada ministração, ensina-mento fez com que eu aprendesse mais e despertasse mais uma vez aquilo que

Depoimentos

havia se apagado dentro do meu co-ração. Foi uma experiência marcan-te, pois há 4 ou 5 anos tenho tentado ter uma experiência dessa mas nunca havia condições, seja ela financeira ou por causa do trabalho. A convivência ficará marcada pelo resto de minha vida. Cada pessoa que conheci, todos os momentos de aprendizagem irei carregar comigo e assim passar para aqueles próximos á mim. Espero po-der participar dos próximos e ajudar de alguma forma. Obrigado a tudo e todos por esta oportunidade.”

Vinicius de Souza Ortega- Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Londrina

Grupo: EMINUS

Para mais informações acesse nosso site: www.cjvosj.com.br

Hugo LeandroJovem voluntário do Centro Juvenil Vocacional

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Olá gente boa!

Nossa caminhada rumo às descober-tas vocacionais continua mostrando pa-noramas lindos de pessoas que soube-ram responder ao chamado de Deus de uma forma mais que visível, chamaria de sensíveis à nossa sociedade e ecle-sialidade.

Nesse mês, apresento a figura de um francês do século XVIII chamado Irmão Carlos de Jesus ou também po-pularmente conhecido como Charles de Foucauld. Nasceu na cidade de Estras-

burgo, França em 15 de setembro de 1858, logo ficou órfão e foi criado pelos avós que ensinaram o ofício militar. Na sua juventude andou meio afastado da fé e, muitos o conheciam por ter uma vida ‘fácil’; nesse período empenhou--se numa exploração ao Marrocos a qual despertou a observar a vida e com-promisso dos Muçulmanos para com a fé e ao voltar à França, agora com 28 anos questionava-se: “Deus, se você existe, deixe-me saber quem é você!” Na sua caminhada em busca de redes-cobrir sua fé, encontrou um sacerdote que o ajudou nesse processo fazendo dar passos grandiosos nesse sentido.

vocações 11santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

A VOCAÇÃO CHARLES DE FOUCAULD

Pe. José Antonio Vieira Ferreira, OSJAnimador Vocacional dos Oblatos de São José

Fez uma peregrinação à Terra Santa e aí entrou para a Ordem Trapista onde passou sete anos; revelava-se assim um intenso desejo de seguir a Jesus Cristo mais intimamente. Foi ordenado sacer-

dote aos 43 anos no ano de 1901 e foi habitar com os Tuaregues* do Hoggar pelo desejo de es-tar entre os mais abandonados e queria que todos aqueles que

dele se aproximassem, o ti-vesse como “irmão univer-sal”; por isso se chamava Irmão. Dedicou sua vida a serviço daquele povo e na noite de 01 de dezembro de 1916 foi morto por um bando que cercara a sua casa.

Foucauld sonhou em compartilhar seu modo de vida para todos e mostrar que a “vida de Nazaré” é possível ser vivida com intensidade e mística. Es-creveu as regras de um instituto e hoje sua espiri-tualidade é conhecida, vi-vida e partilhada por várias instituições e comunidades religiosas, institutos secu-lares e fieis leigos no mun-do inteiro. Irmão Carlos de Jesus é para a juventude de hoje um modelo de se-guimento do Senhor que nos faz edificar o Reino. Que possamos fazer com que os jovens cresçam no amor a Deus e a partir da vivência desse amor, se-jam generosos em seguir optando pela Vida Consa-grada e Sacerdotal.

Convido a rezar comigo uma das mais belas ora-ções composta por Charles de Foucauld; a Oração do Abandono:

(*TUAREGUES: habitantes da região sahariana do norte da África constituída de pasto-res/agricultores/comerciantes semi-nômades e de maioria muçulmana)

Fonte: www.vatican.va

Meu Pai, eu me abandono a Ti. Faz de mim o que te agradar. Não importa o que faças de mim, eu Te agradeço. Estou pronto a tudo, eu aceito tudo. Tomara que Tua vontade se faça em mim, em todas as tuas criaturas, eu não desejo nada mais meu Deus. Eu coloco minha alma entre Tuas mãos. Eu a Te dou, meu Deus, com todo amor do meu coração, porque eu Te amo, e que é minha necessidade, de me colocar em tuas mãos sem medida, com infinita confiança; pois Tu És meu Pai.

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De maneira particular, não se pode relativizar o aspecto educativo de Jesus, o qual constitui uma componente fundamental da paternidade de José, visto que a sua tarefa era a de educar o Messias para o trabalho e para as experiências da vida, como afirma o Papa Paulo VI. A tarefa educativa de José em relação a Jesus foi muito bem realçada numa das homilias de Orígines, o qual depois de ter afirmado que o Espírito Santo honrou São José com o nome de pai, justificou este título que lhe é dado e que foi realçado nos evangelhos, pelo fato de ser ele o educador de Jesus.

Da mesma forma, o grande teólogo, Santo To-más de Aquino, acolhendo a posição de Orígines, acima reportada, reconhece que José, não obstante não tenha gerado Jesus, merece, todavia, o título de pai de Jesus por ter desempenhado todas as funções especificamente paternas, visto que o princípio da paternidade não é apenas de gerar ou dar existên-cia, mas também de educar e de instruir. O próprio Santo Tomás afirma que “a prole não é considera-da um bem do matrimônio apenas porque foi gera-da por meio dele, mas enquanto neste matrimônio é acolhida e educada”. Na verdade, o matrimônio de José com Maria foi querido por Deus especial-mente para isso, ou seja, para que por meio deste Jesus fosse acolhido e educado.

Em Nazaré, Jesus passará os seus anos não ape-nas como criança, mas também como adulto sob os olhos atentos de seus pais, e a presença deles plasmará a sua personalidade humana e influencia-rá consequentemente todas as suas ações humanas como o Pregador das multidões. O Papa Paulo VI soube colher muito bem esta verdade na vida de Jesus ao afirmar que “São José é o tipo do Evan-gelho que Jesus, depois de ter deixado a oficina de Nazaré e iniciar a sua missão de profeta e de mes-tre, anunciará como programa de redenção para a redenção da humanidade”.

A psicologia ressalta com propriedade a influ-ência que todos nós recebemos, particularmente na idade infantil, do ambiente em que vivemos e das pessoas com as quais convivemos. Por isso, a afirmação de Paulo VI está perfeitamente em con-sonância com os ensinamentos desta ciência, o que significa que aquele homem “novo” anunciado por Jesus, foi se formando em sua mente ao longo dos longos anos convividos na companhia de José em correspondência àquele modelo concreto que ele ti-nha tido sempre diante de si.

A contínua presença de José, homem honesto, tra-balhador, silencioso, humilde, sério e virtuoso terá influenciado positivamente e de maneira categórica ao menino Jesus. No ambiente familiar e no círcu-lo de convivência dentro da pequena Nazaré, Jesus enriqueceu sempre mais as suas experiências sobre

SÃO JOSÉ, O TIPO DE EVANGELHO QUE JESUS ANUNCIARÁ PARA O MUNDO

são josé12 santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

o comportamento humano e desta forma teve um conhecimento experimental do ser humano.

É significativa a expressão “tipo de evangelho”, pois ela designa o perfil de uma pessoa que sabe acolher incondicionalmente o reino de Deus, ou seja, que José foi para Jesus o modelo de mais perfeito, a prova mais cabal de que para ser um verdadeiro homem de Deus não é necessário rea-lizar coisas grandiosas, mas apenas a vivência de virtudes comuns, verdadeiras e autênticas.

Não podia ter havido para Je-sus um modelo mais perfeito que José, o qual era aceito, respeitado e chamado de pai por Jesus; era acolhido e valorizado como seu educador e mestre. Neste con-texto, São José desempenhava humilde e fielmente o plano de divino da encarnação e da reden-ção da humanidade, tornando-se desta maneira, o modelo perfeito para se espelhar. A comum parti-lha de vida de Jesus com Maria e José no dia-a-dia junto a pequena casa e a simples oficina de Naza-ré, proporcionou-lhe uma profun-da influência de caráter psicológi-co, afetivo, intelectual, espiritual e moral.

Pe. José Antonio Bertolin, [email protected]

CREDENCIADA – BONA e SINTEKO

ARCIA RASPADOR

Ademir

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São João Clímaco nasceu no ano de 580. Clímaco foi um monge do Monte Sinai, e deve o seu cognome a um li-vro seu Escada (Klímax – Clímaco). A Escada é um resumo da vida espiritual, concebida para os solitários e contem-plativos. Para Clímaco, a oração é a mais alta expressão da vida solitária; ela se desenvolve pela eliminação das ima-gens e dos pensamentos.

Daí a necessidade da ‘monologia’, isto é, a invocação curta, de uma só palavra, incansavelmente repetida, que paralisa a dispersão do espírito. Essa repetição deve assimilar-se com a respiração.

O nome de São João Clímaco é uma alusão à palavra “klímax’, que em grego significa escada. São João decidiu ado-tar este nome em virtude do livro escrito por ele mesmo, intitulado Escada para o Paraíso.

Nesta obra ele explica que existem

Se faz tempo que tudo começou? Nem sei mais. Parece que foi ontem, mas tantos ontem se passaram, que perdi a conta de a quanto tempo ga-nhei as estradas, a vida, a liberdade de fazer o que quero, sem ter que dar satisfação a ninguém. Nem a mim mesmo, pois caminho sem rumo, em direção a lugar nenhum, sem ponto de chegada e de saída. Apenas vou indo... Sou um pé na estrada, um er-rante. Meu endereço é o mundo.

Perdi meu emprego, comecei a be-ber, e aí minha mulher me abando-nou, levando meus filhos com ela. Dizia que eu não era mais o homem com o qual havia casado. Fiquei so-zinho com minha dor, e saí no mundo a caminhar.

Depois que superei a solidão, ficou mais fácil viver essa vida, que é mui-to diferente da vida que já vivi, e para a qual não quero voltar nunca mais. E se voltasse, tudo aquilo que deixei não existiria mais. Tudo estaria muito diferente. O tempo não estaria con-gelado à minha espera. Então eu sigo rumo ao nada...

Não tenho vínculo algum com coi-sa alguma, com ninguém, pois nessa vida tudo é provisório. Definitiva é só a morte. Sou um andarilho, sou tre-cheiro.[1]

Para mim não existe mais o tempo. Nada de presente, passado ou futuro. Não tenho dia, nem hora para nada. Estou livre da rotina, das contas a pa-gar, dos diz-que-diz-que...

Carrego meus documentos, a cascu-da,[2] a pá[3], alguma roupa, plástico para me abrigar da chuva, uma garra-fa de água, alguma comida, no galo de briga, no gogó da ema[4].

São João Clímaco21 de Fevereiro

Heloisa P. de Paula dos [email protected]

30 degraus a serem gal-gados para que possa-mos atingir a perfeição moral. Este livro foi um grande sucesso na época e chegou até mesmo a in-fluenciar monges e outros religiosos em sua conduta particular, tanto no Oci-dente como no Oriente. A importância desta obra li-terária para a época pode ser notada na utilização do símbolo escada na arte bizantina.

São João Clímaco foi muito famoso como ho-mem santo em toda a Palestina e Arábia. Viveu por volta do ano 650 e morreu no Monte Sinai.

Conta-se que ele era pa-lestino e na adolescência ingressou em um mostei-ro no Monte Sinai, onde passou a dedicar sua vida às orações e à meditação. Até os 35 anos viveu des-ta forma, mas quando seu mestre faleceu resolveu encerrar-se em uma cela

e viver à moda dos monges do deserto: jejuando, orando e estudando a Bíblia.

Durante este novo período de sua vida São João Clímaco decidiu nunca mais comer carne, fosse ela vermelha ou branca. Também passou a sair de sua cela apenas para participar da Eucaris-tia, aos domingos.

Já com 70 anos foi eleito bispo do Monte Sinai, muito embora preferisse continuar com sua vida isolada. Nesta época construiu hospitais para a popula-ção mais pobre, ajudado pelo papa Gre-gório Magno.

Os últimos quatro anos de sua vida foram dedicados a viver como ermitão. Neste período de total isolamento ele escreveu Escada para o Paraíso.

ErrânciaMensagem especial

http://santo.cancaonova.com/santo/san-ta-genoveva-virgem-consagrada/

santo do mês 13santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

Fujo do andarilho pardal, que é pe-dinte e abusa do álcool. Muitos tem um cachorrinho para conversar. Me-lhor caminhar sozinho.

Certa vez, precisei ser atendido por um médico. Fui até um posto rodovi-ário, e de lá fui levado ao hospital. O médico que me atendeu disse que eu sofria de dromomania.[5] Não enten-di nada e para quem perguntei tam-bém não sabia o que era. Senti muito medo. Até hoje não sei que tipo de doença é essa. Só sei que tomei uma injeção e sarei rapidamente...

Passo horas olhando as nuvens, que vão formando desenhos que tento adivinhar o que são. Ora parecem bi-chos, ora parecem gente...

Onde durmo? Nos postos de gaso-lina, debaixo de viadutos, no mato, onde puder dormir quando o sono chegar.

Se tenho medo? Tenho medo da maldade humana, das formigas e dos ratos que muitas vezes teimam em me fazer companhia.

Se sou feliz? Não sei mais o que essa palavra significa. Eu apenas vivo. Até quando Deus quiser...

[1] Pessoa que perambula pelas rodovias, de cidade em cidade.

[2] Vasilhame para comida.

[3] Colher.

[4] Saco para carregar pertences.

[5] Tendência patológica para andar, para ir embora.

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Um pouco de história. Na segunda metade do século XIX, no norte da Itália, as Congregações e Ordens religiosas ha-viam desaparecido. Havia uma situação política e social que era desfavorável a estas expressões de fé e, por isso, gran-des conventos estavam abandonados, obras sociais e assistenciais não existiam ou eram mantidas por particulares e por alguns poderes públicos. Havia uma cri-se de fé.

Em Asti, cidade da região do Piemon-te, norte da Itália, José Marello era um Padre zeloso, trabalhador, preocupado que as pessoas tivessem orientação re-ligiosa e acompanhamento. Aqueles eram os tempos da revolução industrial na Itália e muitos camponeses saiam de suas terras, indo para as grandes cidades trabalhar nas fábricas. Havia um deslo-camento social com a perda de muitos valores que a realidade rural preservava. A fé e a vivência da religião eram facil-mente deixados de lado, não por pregui-ça ou descaso, certamente, mas porque o modo de vida era diferente, difícil, in-seguro. Digamos que era muito “secula-rizado”, o que significa muito ligado ao “século”, que é o mundo, seus valores e exigências.

Padre José Marello desejou dar uma resposta a esta necessidade social e re-ligiosa. Reunindo alguns jovens interes-sados e fiéis, fundou um pequeno grupo que tinha como modelo São José, esposo de Maria e pai de Jesus. José Marello en-controu em São José um sinal eloquen-te do que o mundo precisava naquele momento, isto é — que os interesses de Jesus fossem realizados com precisão e capacidade.

No passado, bem no passado, se po-deria perguntar: “Qual ou quais são os interesses de Jesus?” Talvez fossem a conquista de uma terra, de um povo, a expansão dos reinos cristãos, e coisas do gênero. Mas, naqueles anos do sécu-lo XIX, naquela religião da Itália, o que seria necessário, quais seriam os interes-ses de Jesus se Ele pudesse expressa-los vivamente?

José Marello e seus discípulos, na sua simplicidade e humildade, entenderam que os interesses de Jesus seriam o cui-dado com os jovens operários, sem refe-rência familiar e muito menos cristã. Os interesses de Jesus seriam o zelo com os objetos das Igrejas e Capelas da região, que se encontravam vazias e malcuida-das. Seriam também a ajuda aos Párocos que necessitassem. Os Oblatos podiam dar catequese para os que a pediam, podiam assistir alguns doentes nas suas necessidades. Estas tarefas eram os inte-resses de Jesus no momento em que São José Marello e seus discípulos viviam.

José Marello, Fundador dos Oblatos de São José, foi um Santo com uma mís-tica intensa, mas muito ligada às neces-sidades concretas e reais. Os interesses de Jesus estavam não nos planos fora do comum, nas fantasias ou em algo extra-ordinário! Inspirados em São José, ele e seus discípulos, os primeiros Oblatos, deixavam-se envolver pela verdade de estar em comunhão com Deus como São José. Um pensamento do Padre Marello dizia: São José é sempre o Maestro do coro, que dá os tons, embora às vezes permita uma nota desafinada!” (Carta

osj14 santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

OS INTERESSES DE JESUS

Interesses são aproximações que al-guém tem sobre uma coisa, um objeto ou pessoa. O interesse é percebido com o tempo ou é gerado em função de ne-cessidades que aparecem, ainda que sem controle. Quando falamos aqui de “inte-resses de Jesus” estamos falando do que poderia estar em torno à Pessoa de Jesus Cristo. Necessidades dele ou que Ele po-deria ver que existem.

São Paulo, escrevendo aos Filipenses, destaca na sua carta um de seus discípu-los mais fiéis, chamado Timóteo. Este discípulo é comparado por Paulo com outros que, diversamente de Timóteo, …procuram atender os seus próprios interesses e não os de Jesus Cristo (Fili-penses 2,21). Para o Apóstolo Paulo não buscar os interesses de Jesus é um erro para o Cristão. E na sua exposição Paulo valoriza Timóteo pois, ele sim, busca os interesses de Jesus.

Esta ideia foi valorizada por São José Marello, Pai Fundador dos Oblatos de São José. Para este Padre, depois Bispo da cidade italiana de Acqüi, os interes-ses de Jesus são um projeto de vida e de espiritualidade. Ele transmitiu isto para seus filhos, os Oblatos de São José.

Para os Oblatos de São José, Congregação religiosa fundada por São José Marello, a busca dos interesses de Jesus é um projeto de vida.

206). Interessante esta imagem e obser-vação. Um maestro que rege um coral e que chega a permitir notas desafinadas. Talvez porque conheça seus cantores, sabe de seus limites e reconhece sua boa vontade.

Os interesses de Jesus hoje. São mui-to mais complexos do que no passado, pois a vida é mais complexa, mais cheia de surpresas. Jesus Cristo, a Palavra Eterna do Pai, a imagem de Deus na his-tória humana, terá por tudo um interesse de que as pessoas, sejam seus discípulos ou não, se envolvam com os mais fracos, os abandonados, os sofredores. Mas não pensemos apenas em uma atenção com os fragilizados. Pensemos também no interesse de tornar toda pessoa capaz de compreender a vida, de viver os desafios do dia-a-dia, de olhar para o futuro e não ter insegurança.

Saúde, educação, dignidade, respon-sabilidade, participação e envolvimento: são atitudes e posições pessoais que a pessoa, que deseja compreender os in-teresses de Jesus, pode buscar realizar em sua vida. Um pensamento do Padre Marello dizia: Peçamos a São José que obtenha para todos nós a graça de co-nhecer a vontade divina (Carta 278).

Hoje também devemos conhecer a vontade de Deus para nós, como o Pa-dre José Marello tentou conhecer em seu tempo. E a vontade de Deus será sempre, para os Oblatos e para quem entende o caminho de Fé que deve fazer, será sem-pre “os interesses de Jesus”. Também disse São José Marello: É preciso tomas as próprias inspirações de São José, que foi na terra o primeiro a cuidar dos in-teresses de Jesus: ele o guardou quando criança, protegeu-o menino, fez-lhe o papel de Pai nos primeiros trinta anos de sua vida na terra (Carta 76).

Pe. Mauro Negro - OSJBiblista PUC Assunção - São Paulo - [email protected]

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especial 15santuariosantaedwiges.com.brmarço de 2016

O EXÍLIO

No estudo e na leitura da Bíblia algumas coisas são co-muns e todos buscam conhecer. Por exemplo, a criação. Todos já leram os textos de Gênesis e tentaram, de alguma forma, interpretar aquelas páginas. E também as seguintes: o dilúvio, a torre de Babel, e meia dúzia de episódios. Des-pertam curiosidade e as pessoas, ou mais ou menos, leem. Moisés, a passagem pelo mar, e coisas assim, grandiosas, despertam atenção dos leitores. Também no Novo Testa-mento temos as páginas que levam à curiosidade, como a paixão e morte de Jesus. Tanto é assim que já se escreveu muito sobre isso e já se fez muitos filmes, teatros, etc.

Contudo, tem um episódio absolutamente importante na história e na teologia do Antigo Testamento e de toda a Bí-blia e que é praticamente desconhecido do grande público. Trata-se do exílio.

Exilar é tirar de um lugar que é próprio e levar para outro. Exílio é, então, um deslocamento físico, forçado, custoso, que acontece por imposição. Isto acontece na história do Antigo Testamento e foi determinante, mais do que se pode imaginar, para a formação da Sagrada Escritura e seu uso entre os Judeus e no Cristianismo primitivo.

O Povo de Deus, liderado por Josué, ocupou a chamada “Terra Prometida” e lá começou a viver, interagindo com a população local. Assim é que nos conta o livro de Josué. Este povo era a soma das chamadas tribos, que se reconhe-ciam herdeiras dos filhos do Patriarca Jacó. Não tinham um governo central, pois o que devia ocupar o centro do povo da Aliança devia ser o Deus da Aliança, o Deus único.

Com Samuel chegou-se à conclusão que este tipo de or-ganização não seria possível por muito mais tempo. É as-sim que aparecem os reis, sendo o primeiro o rei Saul, da tribo de Benjamim. Mas este rei não compreendeu bem sua tarefa. Era uma pessoa boa, mas confundiu-se e Samuel o rejeitou em nome de Deus. Foi escolhido um outro rei, que todos já ouviram falar: Davi. Era reinou sete anos em He-brom, sobre a tribo de Judá, e depois 33 anos em Jerusalém, sobre todas as tribos, unificando assim o reino.

A grande jogada de Davi foi dar a entender que ele, o rei, protegeria a Aliança com Deus. Para tanto, ele tomou consigo o sinal desta Aliança: a Arca. E com ela por per-to, ficou claro que a Aliança confirmava o seu reino. Isto tudo parecia muito bom e fácil de ser vivido. Mas Davi, como todo homem, comete pecados e isso dificultou muito a história. No entanto, o reino continuou unificado. Tam-bém com Salomão, que reinou em um período fácil. O trabalho mais difícil havia sido feito por Davi e, para seu filho, Salomão, coube os acordos políticos, as construções, a fama. Isto escondia muitos problemas internos, inclusive religiosos. Depois de sua morte, o reino, até então unido, se divide. Duas tribos, Judá e Simeão, formam o reino do sul, chamado de Judá, com capital em Jerusalém. Lá estava o Tempo, mandado construir por Salomão, onde se adorava o Deus da Aliança. E as outras tribos, insatisfeitas com a situação política, econômica, social e religiosa, formam o reino do norte, chamado de Israel, com capital em Samaria. Lá também construíram-se templos, onde se deviria adorar

o Deus da Aliança. Um Deus, uma Aliança, vários templos, dois reinos… As coisas não andavam bem.

Este é o tempo da Monarquia, durante o qual surgem os Profetas, homens que, com coragem e independência, acu-sam os erros do Povo e dos líderes e apontam para a Aliança e o Deus único, como se acreditava e se deveria viver.

Mesmo com a atuação dos Profetas as coisas não cami-nham bem. No ano de 720 a.C. o reino do norte, chamado Israel, cai sob o poder da Assíria. O reino do sul, Judá, é poupado e se torna bem mais fraco. No entanto, a conduta do Povo de Deus do reino de Judá não melhora. Mais de um século se passa e, no ano de 597 a.C. vem o Império neo ba-bilônico e invade, controla, troca o rei e impõe seu domínio. Não destrói a nação, mas impede sua total liberdade. Estes foram os tempos do Profeta Jeremias, que como os profetas anteriores, indica como motivo para todo este sofrimento o afastamento da Aliança por parte do Povo de Deus. Ele anuncia que coisas piores poderiam vir se não houvesse um comportamento adequado. Suas palavras, infelizmente, não são ouvidas e, em 587 a.C., dez anos depois, o Império re-torna e destrói Jerusalém, com o Templo que era o sinal de Deus com seu Povo. O rei foge mas é capturado. Os líderes são mortos ou levados presos para Babilônia. E aqui come-ça o Exílio.

O Salmo 137 (ou 136) descreve um pouco o estado de ânimo dos que estão exilados. Para eles a alegria terminou, pois eles não têm mais a Terra Prometida e estão escravos de pagãos, os babilônicos. Para os homens sábios da épo-ca, especialmente o Profeta Ezequiel, o motivo daquilo era dado pelo próprio povo, que havia se afastado da Aliança. Começam a recordar as profecias que afirmavam que um resto do povo iria voltar depois de um grande sofrimento. O sofrimento era o Exílio e o resto do povo seriam os que, no ano 535 a.C., ouviram as palavras do novo rei, Ciro, de um novo império, a Pérsia, que ordenou que todos os povos que haviam sido cativos dos Babilônios (o Povo de Deus não era o único) deviam retornar para sua terra. Em 535 a.C. alguns exilados, na realidade filhos ou netos dos anti-gos exilados, começam a retornar. Em 520 a.C. o rei man-da o governador Zorobabel para organizar a reconstrução de Jerusalém e o sacerdote Josué para retomar o culto. Em 515 a.C. o altar do Templo é reinaugurado e recomeçam os sacrifícios, restabelecendo, da parte do Povo de Deus, a Aliança com seu Deus.

Boa parte da história deste tempo pode ser lida nos livros de Esdras e Neemias. Ali está expressa a esperança que o resto do povo, retornando, poderá fazer uma nova nação, renovar a Aliança com Deus e criar um lugar onde habitará a paz. Na ver-dade, da parte de Deus, a Aliança jamais havia sido revogada.

Ocorre que foi neste período, entre o Exílio e o retorno da Babilônia, com a reconstrução de Jerusalém, do Templo e do seu altar, que floresceu entre os líderes e religiosos do Povo de Deus uma maneira de entender a história e dar-lhe um sentido. Eles fizeram uma teologia muito especial, cha-mada de “Deuteronomista”. Esta Teologia, junto com uma outra que também era importante, a chamada “Sacerdotal”,

deram à luz grande parte dos textos do Antigo Testamento. De fato, antes do Exílio não existia algo que poderíamos

chamar de Antigo Testamento, muito menos de Bíblia! O que existia eram as tradições orais, os costumes repetidos e aos poucos transformados, até corrompidos pelas influên-cias de outros povos com seus deuses. Claro que existiam alguns textos já escritos, mas eram poucos, não formavam livros. A Fé do Povo de Deus era mantida pelas tradições orais, pelas ações religiosas e por festas. Mas isto vai aos poucos se afastando do ideal original. Chegou-se ao ponto de se esquecer de como se celebrava a Páscoa, como lemos nos últimos capítulos do segundo livro dos Reis!

Os estudiosos do assunto concluem que foi nesta época que os sábios do Povo de Deus, olhando a história e ten-tando dar-lhe um sentido, inspirados por Deus fizeram os textos que depois comporão os primeiros livros da Bíblia, desde o que chamamos de Gênesis até o já citado segundo livro dos Reis. Eles utilizaram alguns textos já escritos, mas sobretudo interpretaram o que havia vivido, eles ou seus pais e avós, no tempo do Exílio. E tentaram dar a tudo isso um sentido.

Um personagem é muito importante neste processo, embo-ra não apareça tanto. Trata-se de Esdras, que segundo os en-tendidos reuniu o que estava escrito em nove livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Sa-muel e Reis (estes últimos eram, cada um, apenas um livro, não dois como nas nossas Bíblias modernas). Então Esdras deve ter separado os cinco primeiros livros, que são Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio e fez deste grupo o ensino fundamental. A palavra “ensino” pode ser “Torah” em hebraico. Significa também “caminho” e, por extensão, “Lei”. Os outros livros, Josué, Juízes, Samuel e Reis, ficaram sendo chamados “Profetas anteriores”. O conjunto destes li-vros, de Gênesis até o 2 Reis forma o que modernamente se pode chamar de “História Teológica de Jerusalém”.

E tem mais coisas! Muitos livros dos Profetas foram com-pilados, transmitidos e divulgados. Os Judeus assumiram o compromisso de não permitir que algo semelhante ao Exí-lio ocorresse novamente, como se lê no importante livro de Neemias, capítulo 7, versículo 72, ao capítulo 11, versículo 36, incluindo a impressionante poesia que é uma confissão nacional e pública de pecado e graça, em Neemias 9,5–37.

O Exílio, que parecia que fosse o fim da história, foi na realidade o início de algo grande. Se olharmos bem, tam-bém no Novo Testamento um fato semelhante acontece. Quando tudo parecia perdido com a paixão e morte de Je-sus, no Domingo de madrugada algo magnífico acontece: a Ressurreição. Parece que é uma marca na Bíblia: quando tudo está, certamente, perdido e terminado, na realidade é quando tudo está apenas começando!

Embora pouco comentado e conhecido, o período do Exíliofoi um tempo especial e decisivo para o Povo da Aliança

e para a criação de parte do que hoje conhecemos como Antigo Testamento.

Pe. Mauro Negro - OSJBiblista PUC Assunção - São Paulo - [email protected]

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Ademir Santiago Garcia (Garcia Raspador)Eliana Edwirges Pereira de SousaEudinice Feirza LoboFamília DuarteFamília Lima Helda Josefa AlvesJosé Edval Avelino José Rodrigo de OliveiraMaria de Lourdes Pereira Maria Terezinha GomesMiguel FerreiraZilda da Silva Alves

CAMPANHA PINTE A CAPELA DA PARÓQUIA SANTA EDWIGES

08/mar Alaide Cesar Ferreira06/mar Ana Paula Cassiano Bispo09/mar Anderci Silva10/mar Andreza Bezerra26/mar Antonio Caetano Sousa13/mar Avani Francisco Assim de Andrade25/mar Bendito Assunção Coimbra02/mar Cecília Matias da Silva18/mar Cícera Gomes Palmeira29/mar Cícero Cavalcante Florencio20/mar Cilene do Amaral14/mar Claudia Çima da Silva13/mar Conceição Aparecida Correia25/mar Edinaldo Mendonça02/mar Edite Henrique da Silva Oliveira22/mar Edna Maria Neris04/mar Ednaldo Vicente de Oliveira15/mar Edson Ichida31/mar Edvanha Ancelmo da Silva31/mar Eliane Gonçalves da Costa01/mar Elias Alves Ferreira17/mar Elizabeth Colognesi19/mar Elza Bansi Vieira13/mar Elza Conceição Gennaro25/mar Enalia Reis Machado Araujo04/mar Erenaldo Oliveira Santos22/mar Francisco das Chagas M. da Silva

25/mar Geralda Célia L. Gonçalves17/mar Gloria Giorgete26/mar Irene Rufino24/mar Jailda Ferreira da Silva11/mar Jéssica de Matos Monteiro24/mar João Carlos Crema10/mar Jocelma Costa de Araujo13/mar Joel Gonçalves Ribeiro02/mar José Caetano Sobrinho10/mar José Pedro Sobrinho23/mar José Valdo de Oliveira27/mar Juarez Matias de Souza13/mar Katia Maura da Silva08/mar Luciana Gangi Vitali03/mar Luiz Praxedes de Souza19/mar Márcia de Fátima Teixeira10/mar Marcos Antonio S. Silva18/mar Marcos da Roz28/mar Maria de Lourdes S. Nascimento31/mar Maria de Oliveira Aragão19/mar Maria Alzirene da Silva04/mar Maria Aparecida da Silva21/mar Maria Aparecida Ferreira Pessoa29/mar Maria Aparecida Mendes Ferreira09/mar Maria Cleonice de Araujo Cruz13/mar Maria das Graças dos Santos11/mar Maria de Fátima Alves Pinto

24/mar Maria de Lourdes S. Nascimento20/mar Maria Djanira Aquini Santiago26/mar Maria do Socorro Lopes N. Souza14/mar Maria do Socorro Vicente da Silva25/mar Maria Eronilda Pereira Feitosa12/mar Maria Helena V. Barros28/mar Maria José dos Santos27/mar Maria José Santos Abdala24/mar Maria Lucineide S. Carvalho10/mar Marlene Barreto Vieira18/mar Marleny de Jesus Santos Mota03/mar Nadir Lima30/mar Nadir Martin Brito02/mar Nelson Rezende03/mar Paula Aparecida Vicente22/mar Paulo Vicente Martins19/mar Raimundo Mendes Eufrasio28/mar Severina Joana da Silva21/mar Simone Barbosa Dias15/mar Talita Ferreira de Albuquerque23/mar Valéria Ferrari Tonche da Silva25/mar vVilma Paz Carvalho

PARABÉNS AOS DIZIMISTAS QUE FAZEM ANIVERSÁRIO NO MÊS DE MARÇO

RECADO DO DÍZIMO:

DÍZIMO

“Dízimo, é como uma árvore que tem sol e oferece sombra, quem é cristão e tem amor

oferece o dízimo”.

Obrigado aos que são dizimistas e aos que ainda não são, convidamos a fazer a experiência.

O NOSSO MUITO OBRIGADO!