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Tricomoníase
• Generalidades• Infecção sexualmente transmitida, que atinge homens e mulheres, mas
geralmente assintomática em homens.
• Agente etiológico• Trichomonas vaginalis
• Outras espécies• T. tenax (boca) e T. hominis (intestino)
• Não patogênicas
• Parasita monoxênico estenoxeno• Possui apenas um hospedeiro
• Nunca descrita em outro hospedeiro
• Forma de vida• Trofozoíto
Epidemiologia
• Mundial• IST não viral mais prevalente
• ~140 milhões de casos/ano
• Prevalência• Até 74% em mulheres
• Até 29% em homens
• Importância• Causa de baixo peso de bebês e de nascimento prematuro
• Predispõe mulheres à doença inflamatória pélvica, câncer cervical e infertilidade
• Aumenta o risco de contágio e transmissão de outras ISTs• HIV, HPV, herpes, gonorreia e clamídia
TRICOMONÍASE
Epidemiologia
• Brasil• 4,3 milhões de casos/ano
• Prevalência em mulheres: 22%
• Maior incidência
• Populações de baixa renda
• Múltiplos parceiros
• Portadores de outras ISTs
Incidência nas Américas (WHO, 2008)
Morfologia
• Trofozoítos• Organismo polimorfo
• Piriforme ou oval
• Pseudópodes
• 1 membrana ondulante
• 4 flagelos
• 1 axóstilo
• Habitat• Trato geniturinário
• Vagina
• Uretra
• próstata
• Anaeróbio
Dimensões:7 a 32 µm comprimento
5 a 12 µm larguraflagelos
membrana ondulante
axóstilo
Flagelos e axóstilo
microtúbulos
Ciclo de vida
Transmissão sexualSecreção vaginalSecreção prostáticaUrina
Não formam cistosNão sobrevivem no meio ambiente (máx. 6 horas)
trofozoítos
trofozoítos
ReproduçãoFissão binária
Aspectos clínicos
• Mulher• Variável
• 25% assintomático
• Vaginite• Corrimento vaginal
• Fluido abundante
• Amarelo-esverdeada
• Espumoso
• Odor fétido
• Mais frequente no período pós-menstrual
• Prurido ou irritação vulvovaginal
• Dor durante as relações sexuais
• Disúria (dor ao urinar) e poliúria (aumento da frequência miccional)
Período de incubação: 3 a 20 dias
Aspectos clínicos
• Espumosa / bolhosa (presente em 20% das pacientes)
• Strawberry cervix (presente em 2% das pacientes)
(colo com aspecto de morango ou framboesa)
Pontos hemorrágicos na parede cervical
Strawberry cervix
Aspectos clínicos
• Homem• Comumente assintomática
• Uretrite• Corrimento leitoso ou purulento
• Prurido
• Ardência miccional
• Hiperemia do meato uretral
• Complicações
• Prostatite
• Balanopostite
• Glande e prepúcio
• Cistite (bexiga)
Patogenia
• Estabelecimento da infecção
1. Aumento do pH vaginal• Alteração da microbiota
• Redução de Lactobacillus acidophilus
• Aumento de bactérias anaeróbicas
2. Aderência e degradação de mucinas
3. Degradação da matriz extracelular, anticorpos e complemento
4. Lesão da junção entre as células epiteliais• Inflamação e formação de úlceras
• Aumento da vulnerabilidade a infecções oportunistas
Alteração do pH → Aderência → Citotoxicidade
Diagnóstico laboratorial
• Exame microscópico• A fresco
• Trofozoítos em movimento
• Secreção vaginal
• Colhida no máx. há 20 min
• Secreção + salina → lâmina
• Sêmen fresco
• Exsudato uretral
• Secreção prostática
espéculo
Diagnóstico laboratorial
• Exame microscópico• Sedimento urinário
• Papanicolau
• Baixa sensibilidade
• Fixação dificulta a identificação
Exame a fresco de conteúdo vaginal
Papanicolau (seta: T. vaginalis)
Sedimento urinário
Diagnóstico laboratorial
• Cultivo• InPouchTV®
• Maior sensibilidade (90%)
• Resultado em 1-5 dias
• Sorologia• ELISA
• Imunofluorescência
• Hemaglutinação
• Testes imunocromatográficos
• Rapid test® e Xenostrip-Tv®
• 10 minutos
• Molecular• PCR
Sistema de cultura para T. vaginalis
Diagnóstico diferencial
• Vaginose bacteriana• Desequilíbrio da microbiota vaginal• Substituição dos lactobacilos por uma
variedade de micoplasmas e bacilos gram-negativos
• Principalmente: Gardnerella e Chlamydia
• Teste das aminas• Whiff test ou Sniff test• Adição de duas gotas de hidróxido de
potássio (KOH) 10% ao conteúdo vaginal• Odor de peixe (putrescina e cadaverina)
• Clue cells• Células epiteliais da vagina que obtêm sua
aparência pontilhada por serem cobertas por bactérias
células epiteliais
clue cells
células epiteliais normais
clue cells
Diagnóstico diferencial
Corrimentos vaginais
Tricomoníase genital
Candidíase vaginal
Vaginosebacteriana
Características clínicas
Amarelo-esverdeado, bolhoso, fétido e
abundante
Branco-grumoso, aderido às paredes
vaginais
Branco-acinzentado, bolhoso, com odor
fétido
Vulvite ModeradoIntensa, com
possibilidade de fissuras
Leve
pH vaginal > 4,5 4,0 – 4,5 > 4,5
Teste das aminas + - +++
Exame a frescoParasitas móveis e
flageladosLeucócitos +++
Esporos e hifasLeucóitos +++
Clue-cellsPoucos leucócitos
Tratamento
• Metronidazol• 2 g, VO, dose única
• 500 mg, VO, 12/12 h por 7 dias
• 250 mg, VO, 8/8h por 7 dias
• Tinidazol ou secnidazol• 2 g, VO, dose única
• Observações:• Contra indicados para gestantes
• Apenas aplicação local
• Ambos os parceiros devem ser tratados
Profilaxia e controle
• Uso de preservativos• Método mais eficaz para a redução do risco de ISTs
• Diagnóstico e tratamento• Casos sintomáticos ou não (ex. parceiros)
• Aconselhamento • Orientações ao paciente
• Observação das possíveis situações de risco
• Percepção da importância do tratamento conjunto
• Promoção do uso de preservativos