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Paracas, tesouros inéditos do Peru antigo” na Galeria de Arte do SESI- SP Entre 19 de setembro e 2 de novembro, um conjunto de 84 peças paracas, do Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e História do Peru, visitará o Brasil pela primeira vez e mostrará uma das facetas da diversidade cultural daquele país na Galeria de Arte do SESI. Créditos: MMAAHP -Daniel Giannoni As peças, verdadeiros tesouros da humanidade, sofreram recentemente processo de restauro financiado pelo governo francês e só saíram do Peru, onde algumas jamais foram expostas, uma única vez para serem mostradas na França. A mostra, que tem museografia do arquiteto Haron Cohen, apresenta peças – com mais de 2 mil anos de idade - restauradas e que medem, em média, 3,15 x 1,60 cm. A exposição é desenvolvida a partir da reconstituição de um fardo (pacote funerário típico dos paracas), descoberto pela equipe do arqueólogo Julio Tello no ano de 1927. Na mostra, este será exposto sem a presença da múmia, mas apresentando objetos pessoais do indivíduo, como tecidos, roupas, turbantes, pinças e armas. Foram construídas estruturas especiais de madeira e vidro, reconstituindo um fardo funerário, de forma a detalhar o ritual funerário dos paracas.

Paracas

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Paracas, tesouros inéditos do Peru antigo” na Galeria de Arte do SESI- SP

Entre 19 de setembro e 2 de novembro, um conjunto de 84 peças paracas, do Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e História do Peru, visitará o Brasil pela primeira vez e mostrará uma das facetas da diversidade cultural daquele país na Galeria de Arte do SESI.

Créditos: MMAAHP -Daniel Giannoni

As peças, verdadeiros tesouros da humanidade, sofreram recentemente processo de restauro financiado pelo governo francês e só saíram do Peru, onde algumas jamais foram expostas, uma única vez para serem mostradas na França.

A mostra, que tem museografia do arquiteto Haron Cohen, apresenta peças – com mais de 2 mil anos de idade - restauradas e que medem, em média, 3,15 x 1,60 cm. A exposição é desenvolvida a partir da reconstituição de um fardo (pacote funerário típico dos paracas), descoberto pela equipe do arqueólogo Julio Tello no ano de 1927. Na mostra, este será exposto sem a presença da múmia, mas apresentando objetos pessoais do indivíduo, como tecidos, roupas, turbantes, pinças e armas.

Foram construídas estruturas especiais de madeira e vidro, reconstituindo um fardo funerário, de forma a detalhar o ritual funerário dos paracas.

Créditos: MMAAHP -Daniel Giannoni

Outros módulos da exposição destacam os tecidos deste povo – os paracas são considerados um dos mais sofisticados povos tecelões do período pré-colombiano - tanto os mantos mortuários quanto aqueles usados como vestimentas. Confeccionadas em uma base de algodão e bordados com lãs, principalmente de animais como a lhama e a vicunha, as obras paracas são apresentadas de forma a revelar a trajetória de um povo.

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Sobre Paracas

A civilização de Paracas surgiu na costa sul do território peruano em 700 a.C., sendo conhecida por suas práticas funerárias. Como herança histórica e cultural, deixou grandes templos em forma de pirâmide, como o de Animas Altas, Huaca Soto, Huaca Alvorado e Huaca Santa Rosa.

Paracas foi governada por uma aristocracia teocrática e a base social desta interessante civilização era composta basicamente por agricultores e pescadores que ofereciam suas oferendas e trabalhos para o culto de Kon, o deus da água.

A cultura Paracas foi descoberta em 1925 pelo arqueólogo Julio C. Tello, que encontrou, no cemitério Cerro Colorado, tumba subterrânea com muitos “fardos” que continham múmias com crânios deformados e perfurados. Dois anos mais tarde o mesmo arqueólogo descobriu, no cemitério de Wari Kayan – cujas tumbas tinham formatos retangulares - múmias cobertas com finos mantos bordados.

Esta civilização tinha o costume de enterrar seus mortos em posição fetal, embalados em diversas camadas de tecidos, sendo que as mais externas eram sempre as mais ricamente bordadas. Uma vertente de estudos mostraram que quanto maior a posição social do indivíduo, mais exuberante era o seu fardo - este poderia conter seus objetos pessoais. Na mesma tumba, mas externo ao fardo, eram encontrados outros objetos desta cultura, como cerâmicas depositadas ali em oferenda mortuária.

Do ponto de vista artístico, o legado mais destacado dessa civilização são os tecidos. Em sua grande maioria policromados e bordados, fazem alusão aos deuses, sacerdotes, danças e rituais.

Têxteis

Os tecidos pré-hispânicos tem sido objeto de admiração desde os tempos da conquista espanhola devido a grande variedade de materiais, técnicas construtivas, desenhos e

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elementos decorativos que utilizavam os antigos moradores da área centro-andina, na qual está localizado o território peruano.

O tecido desempenhou um papel decisivo na organização social, política, religiosa e militar desta sociedade. O poder dos governantes ou autoridades esteve evidenciado em parte pela vestimenta – sua posição era apresentada pela qualidade do tecido que usava.

A sociedade Paracas (700 a.C – 100 d.C), desenvolvida na península homônima, elaborou – magistralmente - diversos tipos de peças de vestuário como oferenda para um fim ritual-mortuário. Sua variedade tecnológica é resultado de ampla habilidade e conhecimento das fibras usadas, como o algodão e o pelo de animas da família dos camelídeos – lhama, vicunha, alpaca e guanaco. Esta técnica foi herdado por meio da tradição ancestral em seus dois períodos de desenvolvimento: Paracas Cavernas (tumba subterrânea) e Paracas Necrópolis (tumba com estrutura externa). Assim, a função da peça têxtil estava acompanhada de uma variedade iconografia que denota a visão global do homem paraquense, reforçada visualmente por meio do uso de uma extensa gama cromática em seus componentes.

Exposição: Paracas - Tesouros Inéditos do Peru Antigo

Local: Galeria de Arte do SESI - Av. Paulista, 1313 – Metrô Trianon-Masp

Até 2 de novembro

Horários: às segundas-feiras, das 11h às 20h, de terça-feira a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos, das 10h às 19h.

Informações: (11) 3146-7405 / 3146-7406

Entrada franca

Agendamento de grupos: de segunda-feira a sexta-feira, das 10 às 13h e das 14 às 17h, pelo telefone 3146-7396 / falar com Leni

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