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Para Elias, o profeta - Travessa.com.brimg.travessa.com.br/capitulo/SEXTANTE/E_MELHOR_SER_FELIZ_DO_Q… · Para Elias, o profeta. Sumário Prefácio 9 Introdução 10 PARTE I Como

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  • Para Elias, o profeta

  • Sumár io

    Prefácio 9

    Introdução 10

    PARTE I Como as “pessoas normais” se tornam infelizes

    As pessoas normais estão adormecidas, mas pensam que estão vivendo 14

    Como cachorros em seus canis 17

    A expulsão do paraíso da inocência 20

    Pare de bancar a vítima! 23

    O que não funciona (mais) em sua vida? 27

    Diga adeus à luta da vida 31

    Medo: o elixir da vida das pessoas normais 35

    Sem o seu passado, você se liberta imediatamente 40

    Você não pode fazer esse tipo de coisa! 44

    Você deveria estar com vergonha de si mesmo! 49

    O rabugento e o desafiador 52

    O homem totalmente normal 55

    A mulher totalmente normal 60

    PARTE II Transforme a sua vida

    Ponha a sua vida em ordem finalmente! 66

    A pessoa mais importante da sua vida é você 71

    Saúde não é uma questão de sorte; doença não é uma questão de destino 77

    Ame as suas emoções: elas são seus filhos 82

  • As maiores portas para a sua liberdade 87

    Use seus “anjos irritantes” para trazer paz a si mesmo 92

    Perdoe a si mesmo e torne-se um pacificador 97

    Por que você se comporta assim? 101

    Viva o masculino e o feminino e encontre o equilíbrio ideal 106

    Meta-se com a sua própria vida 112

    Mães e pais, pemitam que seus filhos sigam os próprios caminhos! 117

    PARTE III Ingressando em um novo caminho de vida e amor

    “Nada disso é normal!” 124

    Você está aqui agora para ser feliz 128

    Se amar a si mesmo, você se libertará 132

    Instruções sobre o caminho para uma vida nova e feliz 137

    Sobre a insensatez de manifestar desejos e estabelecer metas 160

    Livre-se do estresse diário 163

    O caminho para o novo homem 168

    O caminho para a nova mulher 173

    Viva a sua vida como o original e não como uma cópia 180

    Posfácio 185

    Quanto a mim 188

    Meus agradecimentos 190

  • 9

    Prefácio

    E ste livro é para todos que anseiam por qualidade de vida, que almejam uma existência de alegria, paz, liberdade e abundân-cia, ou seja, uma vida feliz.

    Há quem acredite que isso é pedir demais – o que é compreen-

    sível, se levarmos em consideração o fato de que muitos já pa-

    deceram tanto que hoje veem o sofrimento como uma condição

    normal. Eu, no entanto, estou totalmente convencido de que a

    alegria é um direito natural do ser humano.

    Ao ler É melhor ser feliz do que ser normal você vai reconhecer o

    que o levou à situação em que está agora e encontrar a ajuda ne-

    cessária para transformar, de maneira profunda, sua vida.

    Vivemos numa época de grande turbulência e precisamos ter

    consciência do poder que existe dentro de nós. Costumamos nos

    esquecer dessa força enorme que carregamos e por isso utilizamos

    apenas uma pequena fração dela, aquela que nos torna “normais”

    aos olhos dos nossos semelhantes.

    Eu o convido a deixar para trás a vida de uma “pessoa normal” e

    a assumir a vida de um indivíduo consciente, desperto e feliz. Este

    livro e os exercícios aqui recomendados serão guias e companhei-

    ros abençoados para você.

    Nos últimos anos, muitas pessoas que compareceram às minhas

    palestras ou que participaram dos meus seminários alcançaram

    sucesso na elaboração de mudanças. Tenho certeza de que você

    será capaz de fazer o mesmo.

    RobeRt betz

  • 10

    Introdução

    Em primeiro lugar, um aviso ao leitor: se você realmente ler este livro, em vez de apenas folheá-lo como talvez esteja fazendo neste exato momento, precisa se preparar para os “efeitos colate-

    rais”. Você pode e deve contar com a possibilidade de não ser, no

    futuro, a mesma pessoa que é, ou acredita ser, hoje. Considere pul-

    sar de maneira diferente amanhã. De pensar, sentir e se comportar

    de outro modo e olhar para o mundo com outros olhos. Daqui a

    no máximo um ano talvez você ria da vida que vinha levando até

    este instante. E irá se beliscar para acreditar em todas as coisas que

    mudaram dentro e ao redor de você.

    E um dos “efeitos colaterais” sobre o qual quero preveni-lo é:

    não espere que os outros fiquem felizes com as transformações

    pelas quais você passará. Pelo contrário: algumas pessoas que o

    cercam irão criticá-lo, chamá-lo de burro e até se afastarão por

    você não estar mais participando daqueles velhos jogos dos quais

    todos vêm participando há milhares de anos e que estão chegando

    ao fim agora. Muitos serão incapazes de compreendê-lo e o con-

    denarão por você se negar a reclamar e a sofrer com eles e também

    por se recusar a julgar as outras pessoas e a culpá-las por estarem

    frustradas.

    Se as pessoas estão infelizes há tempos, se nunca se sentiram

    livres e realizadas, se desconhecem a sensação de considerar to-

    dos os dias interessantes e excitantes e cada ano mais bonito e

    satisfatório do que o anterior, elas sentirão medo quando seus

    semelhantes pararem de ser “normais” como elas. Se você viver

  • 11

    de acordo com o que está escrito neste livro, vai virar a visão que

    elas têm do mundo de cabeça para baixo.

    Aconselho você a não apenas ler, mas sorver, digerir e metabolizar

    este texto. A mera leitura de um livro não muda uma história de

    vida. Estou lhe oferecendo mais do que palavras de incentivo e mo-

    tivação. Estou lhe mostrando, de maneira concreta e lógica, como

    despir o seu casacão pesado e desgastado, como descalçar os seus

    sapatos velhos e como dizer, de forma carinhosa, adeus à sua vida

    antiga. Para atingir esse fim, não é necessário muito esforço. Você

    tem permissão para se tornar suave, especialmente em seu coração,

    e o seu espírito tem autorização para se abrir à verdade que sempre

    existiu dentro dele. Todo o conhecimento está em você, mas é pro-

    vável que sua mente crítica e cética não acredite nisso.

    Esta é uma leitura que deve ser feita com o coração e com o

    cérebro. Reserve uns segundinhos aqui e ali para parar e sentir

    como certas frases o afetam. Elas são energias que fluem através de

    nossos olhos e ativam nossos pensamentos, emoções e sensações.

    Portanto, concentre-se no que toca seu coração e seu corpo. Todos

    os pensamentos verdadeiros produzem sensações de relaxamento,

    expansão, leveza e franqueza em nós. Os pensamentos inverídicos

    fazem nossos músculos se contraírem e nossos corpos enrijece-

    rem, gerando um grande mal-estar. Portanto, leve seu corpo com

    você enquanto estiver lendo.

    As páginas que estão diante de você foram escritas com muito

    amor, e, se abrir seu coração, poderá senti-lo. Ele poderá produ-

    zir milagres em sua vida. Portanto, acomode-se numa posição

    bem confortável, aprecie a leitura, trate cada capítulo como uma

    experiência agradável e esteja aberto para recebê-la.

    Este livro é o meu presente. Cabe a você decidir se o aceita. Eu

    já sei que milhares de pessoas seguirão seus impulsos e mudarão

    suas vidas totalmente. Que você seja uma delas, que acorde todas

    as manhãs com um sorriso alegre para poder dizer: “A vida é bela

    e eu sou parte dela!”

  • P A R T E I

    COMO AS “PESSOAS NORMAIS”

    SE TORNAM INFELIZES

  • 14

    As pessoas normais estão adormecidas, mas pensam

    que estão vivendo

    Não sei o que aconteceu em sua vida até este momento nem como você se sente ao acordar, mas imagino que não seja uma daquelas pessoas totalmente deslumbradas que enxerga a

    existência como algo excitante e inspirador. Acredito que você

    gostaria de despertar todos os dias pensando: “Esplêndido, que

    bom poder viver mais um dia na Terra e no meu corpo! Quantas

    alegrias me aguardam? Quantos encontros, contatos, experiências

    e descobertas eu poderei vivenciar hoje? Muito obrigado por este

    novo dia! Agradeço àquele que me criou. Agradeço àqueles que

    me trouxeram ao mundo e cuidaram de mim. Agradeço a todos

    que me acompanham, tocam, inspiram e estimulam. E agradeço

    a mim mesmo pelo excitante caminho que posso percorrer e no

    qual posso permanecer graças a esta aventura que é a minha ‘vida

    humana’.’’

    Imagino que o início habitual do seu dia deva ser um pouco

    diferente disso e que a tendência seja ele permanecer da forma

    como começou. Algo singular acontece todas as manhãs. A vida

    o chama: “Eu sou o novo dia e estou me dando a você nesta nova

    manhã. Sou uma folha de papel em branco e estou me pergun-

    tando que história você escreverá ou que imagem pintará. Sou o

    seu instrumento e anseio pela música que você tocará em mim.

    Entrego-lhe a voz e aguardo a canção que cantará comigo. Alegre-

    mente o chamo e digo: ‘Faça algo comigo! Torne-me a coisa mais

  • 15

    bonita que você puder! Mas não me deixe passar despercebido,

    apagado e desamado. Porque só existo hoje, amanhã terei partido.

    Viva em mim agora!’”

    Nós fechamos nossos olhos e sentidos a este chamado da vida.

    Embora os dias continuem clamando por nós, permanecemos

    adormecidos e permitimos que eles simplesmente passem para

    vivermos nossas pequenas existências normais, que não são real-

    mente dignas da palavra “vida”. Por que nos deixamos levar por

    tantas aflições e pressões, tantos esforços em vão, tantas preocupa-

    ções e tão pouco entusiasmo, prazer e amor?

    Por uma razão muito simples: porque não conhecíamos (e

    ainda não conhecemos) nada melhor e porque aqueles que nos

    antecederam nos mostraram como viver desta maneira. O ritmo

    musical da “normalidade” soa há gerações e as pessoas acordam

    a cada manhã e pensam: “Não tenho escolha! Preciso levantar da

    cama outra vez. Tenho que ir trabalhar, me esforçar. Não posso me

    entregar. Preciso me aprumar.” E assim por diante.

    É assim que, toda manhã, homens e mulheres se encaminham

    para suas vidas repletas de supostas obrigações, supostos deveres

    e encargos. Eles fazem um grande esforço para cumprir e satisfa-

    zer as expectativas dos outros e esperam, em troca, um pouco de

    reconhecimento por parte dos grupos de pessoas normais. Essa

    insanidade que chamamos de normal está chegando ao fim agora.

    É hora de acordarmos. Um amanhecer diferente está nos con-

    vidando para, de fato, despertar, abrir nossos olhos e ver as coisas

    com clareza. Algo completamente novo está acontecendo à nossa

    geração. Muitos estão abandonando as tradições de “pessoa nor-

    mal” e optando por levar vidas totalmente diferentes. Estão abrin-do mão da segurança à qual os outros se agarram por medo. A

    “pessoa racional” avalia esse tipo de atitude como “ingenuidade”

    e “ausência de sintonia com a realidade”. Ela só acredita naquilo

    que é visível, tangível e mensurável. Mas até mesmo o ser hu-

    mano mais equilibrado vai ser estimulado e desafiado agora a

  • 16

    questionar suas crenças anteriores e a reconhecer que dentro de

    si também há um coração que bate com entusiasmo. Um coração

    que almeja amar e pulsar com alegria.

    Até estar preparado para abrir um coração que manteve tran-

    cafiado e rejeitado por tanto tempo, esse indivíduo continuará

    batendo a cabeça contra os muros que teimam em surgir à sua

    frente, usando-os como desculpa para criar um caminho mais

    difícil para si mesmo. Quando a dor for tão grande a ponto de

    ele não conseguir imaginar uma maneira de sair do labirinto pelo

    qual sua mente o vem guiando, avistará uma porta se abrir para ele

    com a seguinte inscrição: “Bem-vindo à vida!”

  • 17

    Como cachorros em seus canis

    A s pessoas normais não sabem o que fazem porque não sabem quem são. Você percebe o que vem fazendo a si mesmo ao longo da vida? Como conseguiu tornar seu caminho

    tão árduo, difícil e exaustivo? Tem consciência de quanto se

    desvalorizou e se depreciou para criar a percepção de ser um

    indivíduo insignificante e imperfeito, que precisa trabalhar duro

    para conseguir sobreviver e enfrentar as demandas do seu dia

    a dia?

    No início da sua vida, disseram que você não valia nada, que

    precisava se aperfeiçoar, que não merecia afeição e que para re-

    ceber apenas um pouco de amor dos outros era necessário se

    esforçar muito. Você aprendeu que conquistaria amor por meio

    de realizações, bom comportamento e conformismo. E, como

    dependia dos adultos, tentou fazer tudo aquilo que eles falavam.

    E acreditou naquilo que diziam sobre você. Assim como milhões

    de pessoas normais, a sua visão sobre si mesmo foi moldada por

    críticas e julgamentos negativos. Declarações como “Eu não sou

    legal”, “Eu não sou merecedor de amor” e “Eu sou inútil” são al-

    guns dos pensamentos básicos profundamente internalizados que

    as pessoas têm sobre si mesmas. Aqueles que o cercam, seus pais,

    avós ou até mesmo seus professores, não conseguiram evitar isso.

    Durante um longo processo de lavagem cerebral, eles também

    aprenderam a se depreciar.

    Se você diz a uma criança que ela é burra, ela se tornará burra.

    Se lhe disser que é inútil, será muito difícil ela conseguir se enxergar

  • 18

    como um membro valioso da sociedade e descobrir os tesouros que se

    escondem dentro de si.

    Aquilo que pensamos sobre nós mesmos, a maneira como nos

    vemos, é a base para tudo o que encontramos na vida. O que pen-

    samos sobre nós mesmos determina nosso destino. Você se tornará

    aquilo que acredita a seu respeito e os outros o tratarão conforme

    seu próprio ponto de vista. É possível ler na testa da maioria das

    pessoas: “Não sou digno de ser amado. Sou burro demais, mau

    demais, fracassado demais e feio demais.” Muitos trazem “Bata em

    mim!” escrito no alto da cabeça e, logo abaixo, em letras miúdas:

    “Faço isso a mim mesmo todos os dias!”

    As “pessoas normais” batem em si mesmas diariamente. Mas,

    ao contrário dos ascetas dos tempos antigos, que chicoteavam a si

    mesmos até sangrar, elas hoje em dia fazem isso de modo incons-

    ciente, em espírito.

    Infligimos a nós mesmos todos os nossos ferimentos, mesmo

    quando não parece ser o caso. Talvez você esteja pensando que

    ninguém é tão burro a esse ponto. Mas isso não é “burrice” – é

    falta de consciência. E nossa falta de consciência sobre como

    pensamos, falamos e nos comportamos é a principal causa de to-

    dos os desapontamentos e aflições que acreditamos ser impostos

    pelos outros.

    As pessoas normais criam vidas cheias de sofrimento, dor,

    doença e pobreza para si mesmas porque ninguém lhes mostrou

    como a vida “pulsa” (e como elas pessoalmente “pulsam”). Você

    pode aprender mais sobre isso neste livro e em muitos outros,

    mas os seres humanos estão tão profundamente adormecidos, ou

    tão acostumados a seus estados de confinamento, que chamarão

    de louco qualquer um que queira lhes mostrar que a porta para a

    liberdade está aberta. Eles se parecem com pássaros que há muitos

    anos vivem em gaiolas, são alimentados com algumas poucas mi-

    galhas todos os dias e reclamam de suas vidas limitadas e de seus

    donos com frequência, embora vejam essa vida enjaulada como

  • 19

    “normal”. Eles não conseguem notar que a porta da gaiola apenas

    parece estar fechada, que na verdade ela já não está trancada há

    tempos.

    As pessoas normais vivem como cachorros em seus canis. Elas re-

    cebem uma quantidade maior ou menor de comida a cada dia e têm

    permissão para ocasionalmente correr livres – nos fins de semana ou

    quando saem de férias. Nem é preciso assobiar para que elas voltem

    para seus cercadinhos habituais e façam o que lhes ordenam. Elas

    querem ser como todas as outras sem se destacar na multidão. So-

    nham com uma vida de liberdade de vez em quando, para poder ir

    ao cinema ou ler um romance. No entanto, temem a possibilidade

    de ser o herói (ou a heroína) da história de sua própria vida.

    É o medo que mantém as pessoas impotentes e perdidas em

    seus caminhos. As pessoas normais se esforçam para fazer, da me-

    lhor maneira possível, aquilo que se espera delas: elas trabalham,

    pagam suas contas, consomem, cumprem suas tarefas e tentam

    não atrair qualquer atenção negativa. Embora reconheçam que

    isso não as torna felizes, acreditam não ter escolha. Na tentativa de

    escapar do vazio e do enfado que criaram para si mesmas, se dis-

    traem com uma variedade de atividades ou adquirem vícios. Elas

    reprimem sentimentos de medo, raiva ou aflição, o que muitas

    vezes faz seu corpo adoecer.

    Na realidade, as pessoas morrem de tristeza em seus corações.

    Corações que só desejavam compartilhar amor e que desde muito

    cedo tiveram suas vozes continuamente ignoradas. A traição ao

    próprio coração é a causa real da morte da pessoa normal, alguém

    que nunca teve a coragem de conduzir a própria vida e de se abrir

    ao amor e ao afeto. Você está preparado para encerrar esse tipo de

    vida? Está pronto para deixar de fazer barganhas com seu coração

    e parar de ignorar totalmente sua voz?

  • 20

    A expulsão do paraíso da inocência

    O ser humano nasce para uma vida de dependência e restrição. A criança não tem escolha. Ela precisa se adaptar àque-les que têm poder sobre ela. No início, ela necessita do carinho,

    da afeição, da atenção, da aceitação e do amor de outra pessoa.

    No entanto, é provável que esta outra pessoa não tenha recebi-

    do amor suficiente em sua própria vida e tenha aprendido que

    só alcançaria o alimento espiritual de “atenção, reconhecimento

    e amor” se certas condições fossem atendidas; e, mesmo assim,

    apenas em porções muitas pequenas. Somos criados por adultos

    que ainda são criancinhas magoadas, eles próprios famintos de

    amor e insatisfeitos consigo mesmos. Então, além de não pode-

    rem nos fazer felizes, talvez só possam nos mostrar como nos

    tornarmos infelizes.

    Até mesmo hoje em dia, a criação é basicamente composta por

    um conjunto de instruções sobre como ser infeliz, mesmo quan-

    do os pais querem fazer o melhor por seus filhos. Essa dolorosa

    experiência da infância de ter de corresponder às expectativas e às

    condições dos outros para receber amor é vivenciada por todos. É

    a nossa “expulsão do paraíso” e, ao mesmo tempo, é um desvio da

    percepção da nossa própria singularidade. Isso envolve um treina-

    mento para nos submetermos a padrões, para nos tornarmos uma

    “pessoa normal” – imagem que transmitimos para nossos filhos.

    Temos a audácia de pensar que sabemos o que é correto para

    eles. Desde pequenos, os encorajamos a buscar vitórias e deseja-

    mos sentir orgulho deles. Queremos que comecem a andar com as

  • 21

    próprias pernas e se tornem independentes, mas logo em seguida

    os forçamos a permanecer imóveis e a fazerem o que esperamos

    que façam. Não permitimos que brinquem tanto quanto querem e

    reservamos muito pouco tempo de nossas vidas para brincar com

    eles e para ouvir, com a mente aberta, sobre seus medos, sonhos,

    ideias e esperanças.

    Mas a verdade é que nós também estamos famintos de amor.

    Crescemos e agora acreditamos que somos adultos, mas, dentro

    de cada um de nós, a criança ainda permanece viva e ansiando por

    viver em um mundo de amor e segurança, de risadas, de brinca-

    deiras e de apreciação da vida.

    Essa criança conversa conosco quando não estamos bem. Quan-

    do alguém nos aborrece ou nos provoca raiva, tristeza, medo, in-

    ferioridade ou impotência, é ela quem sente. Na realidade, não é o

    adulto, mas a criança em nós que nos faz lembrar de que o paraíso,

    aquele mundo de amor e de afeto, foi perdido. Ela quer voltar para

    lá. E nosso coração quer ir junto, pois sabe que nascemos do amor

    e que somente este amor em nossos corações pode nos tornar

    felizes.

    Num futuro próximo, este retorno ao paraíso estará na agenda

    das nossas vidas. Muitas pessoas já compreendem que cabe a elas

    mesmas se libertar das prisões autoimpostas, das jaulas da nor-

    malidade, do conformismo e da autocrítica. Percebem que todas

    as aflições e privações que vivenciam são criadas por elas. A porta

    para a liberdade está aberta e clamando: “Venham! Coragem! Não

    há nada a perder e tudo a ganhar!”

    Pare de ouvir de si mesmo e dos outros que você não tem opção!

    Decida-se por uma vida de alegrias e realizações, de leveza e abun-

    dância, uma vida de amor, paz e liberdade.

    Permanecer no velho jogo do conformismo – manter um casamen-

    to ou uma parceria sem amor, trabalhar em um emprego sem sentir

    prazer ou fazer aquilo que outras pessoas esperam que faça – será

    muito doloroso para você.

  • 22

    Em nossos corações, o próprio amor está se tornando ativo e

    nos fazendo lembrar que todos estamos aqui com um desígnio:

    trazer amor à Terra. O amor é a nossa herança, o nosso lar, e, neste

    momento de grandes mudanças, estamos voltando para lá. Mais

    e mais pessoas despertam para o propósito e a essência do ser

    humano: amar. Ninguém conseguirá escapar dessa verdade pro-

    fundamente enraizada em nós. É verdade que às vezes pegamos

    atalhos dolorosos em busca desse propósito. Mas você está prepa-

    rado para sair desses desvios agora e partir em busca daquilo que é

    fundamental, ou seja, a essência da sua humanidade?

  • 23

    Pare de bancar a vítima!

    A s pessoas normais acham que são vítimas de outros indiví-duos ou da injustiça da vida. Porém, enquanto acreditarem nisto, continuarão a viver como vítimas – irão se zangar, sofrer e

    julgar. Elas não percebem que estão infligindo esse sofrimento a

    si mesmas.

    Costumamos julgar e reclamar da nossa infância difícil, da in-

    diferença dos outros, da economia, dos políticos incompetentes,

    dos parceiros infiéis, dos filhos mal-agradecidos, dos colegas inti-

    midadores e de muitas outras coisas. Para a “vítima”, os outros são

    a causa de seu sofrimento. Mas essa não é a verdade. Somos nós

    quem decidimos, inconscientemente, continuar com nossas dores

    e nossos sofrimentos todos os dias.

    Todas as vezes que julgamos outra pessoa, nos tornamos vítimas

    dela. Se você ainda não está em paz com seu passado, provavel-

    mente vive dizendo a si mesmo: “Estou me saindo mal hoje por

    causa da minha infância.” Isso é verdade? Não! Milhares de pessoas

    que tiveram experiências terríveis quando crianças são, hoje, adul-

    tos felizes. Se você tiver vivenciado experiências dolorosas com um

    ex-parceiro (ou ex-parceira), talvez esteja dizendo a si próprio: “Eu

    estaria melhor hoje se ele ou ela tivesse se comportado de outra

    maneira.” Isso é verdade? Não!

    Nós só sofremos por causa dos nossos pensamentos sobre uma

    determinada época e dos sentimentos que repudiamos há anos.

    Esses pensamentos garantem que continuemos a vivenciar expe-

    riências desapontadoras e sofridas. Desta maneira, prolongamos

  • 24

    nossas infâncias infelizes, transformando-as em vidas infelizes. E,

    em vez de perdoarmos a nós mesmos e a nossos ex-parceiros (ou

    ex-parceiras) pelas dolorosas experiências em comum, nós as per-

    petuamos; até o dia em que iremos acordar e nos dar conta de que

    estamos fazendo tudo errado.

    Se você continuar reclamando, isso vai gerar um peso, uma

    carga a mais em seu corpo, em sua vida. Milhões de pessoas “nor-

    mais” carregam sobre os ombros o fardo de um passado pelo qual

    ainda não se perdoaram.

    Sofremos por nosso passado conflituoso e por nossos próprios

    julgamentos. Apesar de enfrentarmos uma guerra fora de nós, isto

    é, em nossas famílias, nos negócios, nas empresas, etc., ela existe

    mesmo é dentro de nós. É uma guerra contra nós mesmos.

    As vítimas dizem: “Não fui eu. Os outros e a vida me trataram

    mal. Eles são maus.” As vítimas vivem em estado interno de revolta

    e acham que a vida e as outras pessoas lhes devem algo, uma com-

    pensação. Procure e ouça, dentro de si mesmo, sobre quais situa-

    ções você pensa e fala nesse tom de reclamação, de acusação e de

    protesto. Você espera dos outros algo que não dá a si mesmo: amor.

    As pessoas normais desistem de sua capacidade de fazer algo ma-

    ravilhoso em suas vidas ao se levantarem de manhã: elas renunciam

    às habilidades criativas que possuem. Como não têm consciência dos poderes criativos que receberam da vida, elas pensam, falam

    e se comportam de maneira pouco afetuosa todos os dias. E se

    recusam firmemente a amar a si mesmas. Elas pensam: “Não há

    nada digno de amor em mim. Sou uma criatura desprezível, uma

    fracassada. Não sou um indivíduo inteligente, atraente, bem-

    -sucedido ou espiritualizado... Eu não sou bom suficiente.” Elas se

    depreciam em seus pensamentos, o que fortalece seus sentimentos

    de pequenez, vergonha, culpa e insuficiência, levando-as a ficar

    zangadas, tristes, deprimidas e ansiosas.

    Se acha que isso é um exagero, preste atenção a como você trata

    a si mesmo no dia a dia. Observe com especial cuidado os momen-

  • 25

    tos em que não está se sentindo bem ou que algo não está saindo

    do jeito que esperava. Vejamos um exemplo simples: Você tem um

    compromisso importantíssimo, está atrasado e não consegue en-

    contrar suas chaves. O que acontece dentro de você nesse momen-

    to? Como lida com isso? A maioria das pessoas fica imediatamente

    aborrecida e começa a se tachar de bagunceira, desmemoriada

    e desligada. Elas se insultam em seus pensamentos e entram em

    pânico. Mas, em momentos como esse, outras dizem a si mesmas:

    “Vou me sentar, repirar fundo e relaxar. Isso me ajudará a lembrar

    onde coloquei as chaves.” E esse é apenas um exemplo dos mui-

    tos pequenos incidentes que o levam a se depreciar ao longo do

    seu dia.

    Se você quiser ser livre e feliz terá que desistir deste “jogo de ví-

    tima” e tomar as rédeas de sua vida. Desde que saiu da casa de seus

    pais, viu-se livre para pensar, dizer e fazer o que bem entendesse.

    Mas a verdade é que você não acredita nisso (ainda). Ouça com

    mais atenção seus pensamentos sobre suas vitórias até o presente

    momento, sobre o seu comportamento e as suas qualidades. Se

    anotar esses pensamentos numa folha de papel, você logo verá

    por que precisava vivenciar exatamente aquelas experiências pelas

    quais passou.

    Comprometa-se a registrar todos os seus pensamentos e des-

    cubra quão profundamente a sua apreciação, a sua rejeição e as

    suas ideias sobre si mesmo estão de fato enraizadas. Esses pensa-

    mentos são as sementes que você vem plantando no mundo há

    décadas. E ainda está surpreso com o fato de que nenhuma fruta

    bonita, nenhum relacionamento harmonioso, nenhuma vida

    bem-sucedida e feliz tenha brotado? O problema é que você está

    cultivando arbustos espinhosos e pedras afiadas que o machucam

    de maneira constante.

    Cada um dos nossos pensamentos é como um bumerangue que

    jogamos para o mundo e volta para nós. Se for um pensamento

    crítico, ele se tornará realidade na sua vida, no seu corpo, nos seus

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    relacionamentos e no seu local de trabalho. Todo o universo, e

    todas as pessoas, pode ouvir e sentir o que você pensa e reagirá de

    acordo. Pois, enquanto você não amar a si mesmo, estará automa-

    ticamente dizendo para os outros: “Por favor, não me ame porque

    eu também não me amo. Não me considero digno de amor.”

    Se você não ouvir sincera e honestamente a verdade do seu co-

    ração, os outros também não ouvirão. Se você não se respeitar, não

    será aceito e não será respeitado pelos outros. Seus filhos, seu par-

    ceiro e seus colegas de trabalho não poderão admirá-lo se você se

    privar de dignidade, respeito, aceitação e amor. A vida o tratará exa-

    tamente como você trata a si mesmo. E agora, você já está finalmente

    pronto para desistir deste relacionamento perverso consigo mesmo?

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