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49 O ATO DE ESCREVER

Paper 49 :: O ato de escrever

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A escrita é uma das atividades mais antigas da humanidade e, claro, uma das mais importantes. Conheça os elementos que a compõem e suas várias formas de utilização no dia a dia.

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Page 1: Paper 49 :: O ato de escrever

Na próxima edição: ADORO PAPEL

Esta publicação foi imprEssa Em papEl cErtificado pElo programa brasilEiro dE cErtificação florEstal

Promovendo o manejo florestal sustentávelwww.inmetro.gov.br/qualidade/ceflor.asp

maio 2012

esta é uma publicação mensal da

Nosso cérebro só atinge todo seu potencial se for estimulado adequadamente. O ideal é que isso aconteça desde os primei-ros meses de vida dos bebês. Um recém-nascido possui cerca

de um quarto da massa cerebral dos adultos, mas já conta com todos os neurônios que usará ao longo da vida. Para desenvolver a aprendiza-gem dos pequenos, eles devem ser estimula-dos com sons e objetos distintos. Por exemplo: ao desenvolverem a coordenação motora, com brinquedos de diferentes tamanhos, aprender a manejar os lápis para escrever pode se tor-nar mais fácil.

Pense nisso

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• Diretoria Jurídica e de Assuntos Corporativos Ricardo C. Zangirolami• Direção do Projeto Gisele Gaspar - Gerente de Comunicação Corporativa (e-mail: [email protected]) • Coordenação do Projeto Tayla Monteiro - Comunicação e Marketing Institucionais (e-mail: [email protected])• Estagiário de Comunicação e Marketing Henrique Ishihara• Criação e Produção Agência Ideal • Direção de Arte e Projeto Gráfico Tom Comunicação • Coordenação Editorial Marina Rodriguez• Redação Camila Gonçalves e Marina Rodriguez• Revisão Ricardo Cesar • Impressão Ogra • Jornalista responsável Ricardo Cesar – MTB 33669.• Colaboraram nesta edição: Cecilia Ben David, coordenadora pedagógica do Centro da Cultura Judaica; Cintia Fondora Simão, pedagoga e coordenadora pedagógica da Escola

Castanheiras; Eduardo Fonseca, gerente-geral de Relações Governamentais da IP; Gláucia Faria, analista de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da IP; Ivete Gattás, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP); Leonardo Araújo, analista de Comunicação da IP; Lizzi Colla, gerente de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da IP; Monica Ihy, calígrafa artística; Suely Vieira Calasans, coordenadora técnica do Poupatempo da unidade Santo Amaro.

• Sugestões e Correspondências Avenida Paulista, nº 37, 14° andar – CEP 01311-000

Projeto Guardiões do Verde capacita jovens para o mercado de trabalho

O Projeto Guardiões do Verde, criado há sete anos pelo Instituto International Paper, tem como objetivo conscientizar jovens sobre a importância da preservação do meio ambiente e inseri-los no mercado de trabalho.

Em 2012, o projeto conta com uma grande novida-de. Em parceria com a Faculdade Franco Montoro, do município de Mogi Guaçu, o programa passa a capacitar os participantes para a função de vivei-rista, com certificado reconhecido pelo Ministério da Educação após 40 horas de aula. O Guardiões do Verde também conta com a parceria da Prefei-tura de Luiz Antônio, que cedeu seu viveiro para a prática educacional dos alunos. “As atividades do programa são sustentadas por dois pilares: au-mento da economia local, por meio da capacita-ção dos jovens para o mercado de trabalho; e pela conscientização para as questões ambientais, com a produção de mudas arbóreas nativas, exóticas e plantas ornamentais”, afirma Lizzi Colla, gerente de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da IP. Em 2011, o Projeto Guardiões do Verde capaci-tou 77 jovens e produziu cerca de 70 mil mudas, colocadas à venda na região.

IP tem novo gerente-geral de Relações Governamentais

Eduardo Imperatriz Fonseca é o novo gerente-geral de Relações Governamentais da IP

América Latina. Formado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, ele

é pós-graduado em Gestão Empresarial pela Universidade de São Paulo (USP) e es-

pecialista em Gestão Internacional pela Universidade de Columbia, em Nova York. O

profissional atuou por mais de uma década na Câmara Americana de Comércio Brasil-

-Estados Unidos (AMCHAM) e nos últimos cinco anos esteve, à frente da área de Rela-

ções com o Governo.

Nova edição do IPesca na Lagoa em Luiz Antônio

Proporcionar a integração entre profissionais e familiares, por meio de um momento de lazer e descontração. Esse é o objetivo do IPesca na La-goa, evento realizado em 14 de abril, na unidade de Luiz Antônio. Ao todo participaram 120 profis-sionais e foram pescados 60 quilos de peixe.

Profissionais da IP e suas famílias no IPesca na Lagoa, realizado em Luiz Antônio

Projeto Guardiões das Águas inicia as atividades de 2012 em Luiz Antônio

Em 22 de março, é comemorado o Dia Mundial da Água. Na mesma data, foram iniciadas as atividades de 2012 do Projeto Guardiões das Águas, na região de Luiz Antônio. O projeto busca informar e cons-cientizar os participantes sobre o uso racional da água e incentivar sua conservação. Entre as ações do programa, estão campanhas que orientam professores a trabalharem a temática com seus alunos, já que eles são agentes multiplicadores em sua comunidade. A expec-tativa é que este ano o projeto conte com a participação de 80 educa-dores e 2.400 alunos, desenvolvendo mil ações. Além de Luiz Antônio, serão atendidas as cidades de Altinópolis, Guatapará e Santa Rosa de Viterbo. O Projeto Guardiões das Águas teve início em 2009. Para saber mais sobre essa e outras iniciativas do Instituto International Paper, acesse www.institutoip.com.br.

IP é reconhecida como uma das melhores empresas para profissionais em início de carreiraPela segunda vez consecutiva, a International Paper recebeu o prêmio “Melhores Empre-sas para Começar a Carreira”, oferecido pela revista Você S/A, da Editora Abril, em parceria com a Cia de Talentos e a Funda-ção Instituto de Administração (FIA). O reco-nhecimento foi oferecido em 10 de maio de 2012, e o resultado é contabilizado a partir de uma pesquisa com jovens profissionais entre 20 e 28 anos, com pelo menos seis meses de vínculo empregatício. Empresas de todo o País foram avaliadas sobre seus ambientes de trabalho e práticas e políticas de gestão de pessoas perante os profissio-nais. A classificação da empresa é compos-ta pelos itens satisfação do jovem com a empresa, qualidade de gestão da empresa e felicidade do jovem. Mais do que um or-gulho pela conquista, a IP entende que essa é uma oportunidade de conhecer a opinião dos profissionais e atuar em melhorias para fazer da companhia um lugar cada vez me-lhor para se trabalhar.

Jovens participam do Projeto Guardiões do Verde

49O ATO DE ESCREVER

Page 2: Paper 49 :: O ato de escrever

Sem dúvida, uma das maiores vitórias é apren-der a escrever o próprio nome. Mais que uma palavra, trata-se de um texto cheio de significados. “A grafia é a identidade: quem eu sou e como me chamo. Com o passar do tempo, os alunos reconhecem as letras do seu nome em outras palavras e se referem a elas como ‘minha letra’”, explica Cintia. O processo de al-fabetização altera significativamente a realidade das crianças. “De forma simples, a decodificação aconte-ce quando o cérebro associa o ‘desenho’ de uma de-terminada palavra a sua representação figurativa. A interpretação concreta do mundo é alterada para a interpretação simbólica. Trata-se de um grande salto para o desenvolvimento”, pontua Ivete Gattás, coorde-nadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Ado-lescência da Universidade Federal de São Paulo (UNI-FESP). Além das crianças, os adultos também podem ser alfabetizados. E mais de uma vez. É o que acontece, por exemplo, com os alunos do curso de língua he-braica do Centro da Cultura Judaica, localizado na ci-

dade de São Paulo. O idioma utiliza um alfabeto cuneiforme (como são conhecidas as escri-

tas que eram registradas com ferra-mentas em forma de prisma em

materiais como madeira

está longe, como casos de migrantes ou parentes que estão presos. Também são recorrentes mensagens para programas de televisão, pedindo a realização de sonhos. “Normalmente, a pessoa chega dizendo que quer escrever uma carta, mas não sabe o que dizer”, aponta Suely. Nesse momento, a sensibilidade do vo-luntário é fundamental. Ele começa a fazer perguntas, como há quanto tempo as pessoas não se veem, ou o que têm de novo para contar. “Então o voluntário redi-ge a carta e a lê para o usuário do programa. Assim, ele tem certeza de que está transmitindo a mensagem exata”, diz Suely. Todas as cartas são escritas à mão, com exceção das destinadas a empresas ou pedidos de emprego, que demandam formalidade e são digita-das e impressas.

A importância de um detalhe

Neste exato momento, você está segurando a Paper em suas mãos. Pode não parecer, mas entender todos os símbolos que formam as letras e compõem estas palavras envolve séculos de história. O primeiro alfa-beto foi criado na Mesopotâmia por volta do ano 4000 a.C. Era uma escrita pictográfica, com ideias expres-sas por meio de desenhos. O alfabeto latino, espécie de “avô” da escrita que utilizamos hoje, foi desenvol-vido a partir do século VII a. C., com elementos dos idiomas etrusco e grego. Portanto, ao escrever uma carta, fazer anotações em uma aula ou simplesmente deixar um bilhete, você está colocando em movimento séculos e mais séculos de conhecimento. Aprender a decodificar tantos significados por meio da alfabetiza-ção é uma tarefa muito bem planejada. Os pequenos estão em contato permanente com a escrita, ainda que não consigam entendê-la. Logo, toda essa expe-riência é levada em consideração quando um educa-dor inicia o processo de alfabetização. “Por volta dos três anos, as crianças já sabem muito sobre o mundo

Uma letra de cada vez

No filme Central do Brasil, dirigido por Walter Salles, a personagem Dora trabalha em uma estação de trem como escrevedora de cartas para pessoas analfabetas ou com dificuldades em se expressar. Ins-pirado pela história, o Governo do Estado de São Paulo criou, em 2001, o programa Escreve Cartas. O serviço é completamente gratuito - desde a escrita das cartas à postagem - e está localizado nos postos do Poupatem-po de Santo Amaro, Itaquera, São Bernardo do Campo e Guarulhos. Além de escrever cartas, são oferecidos serviços como a elaboração de currículos ou preenchi-mento de formulários. Desde sua implantação, o pro-grama já atendeu 272 mil pessoas, com a dedicação de 231 voluntários. Entre as pessoas que trabalham no Escreve Cartas está Suely Vieira Calasans, coordena-dora técnica na unidade Santo Amaro. Ela participa do dia a dia do programa desde outubro de 2011 e acom-panhou todo seu processo de crescimento. “A procura dos serviços é muito variada e a privacidade de quem o utiliza é totalmente preservada”, garante. “Em al-guns casos, as pessoas que buscam pelo programa são analfabetas, em outros, sabem escrever, mas têm muita dificuldade em estruturar o raciocínio em uma carta”, explica. Os voluntários são orientados a ouvir a mensagem a ser transmitida, escrever a carta e man-ter sigilo sobre o seu conteúdo. Entre os destinatários mais comuns, estão famílias que escrevem para quem

e pedra). Bastante diferente do nosso alfabeto, sua

leitura é feita da direita para a esquerda. “Os alunos

passam por algumas fases: olhar a letra, identificar

seu som, escrevê-la, unir as demais letras, formar

uma palavra e interpretá-la”, afirma Cecilia Ben Da-

vid, coordenadora pedagógica do Centro da Cultura

Judaica. Tal qual a alfabetização de crianças, os alu-

nos de Cecilia são acostumados às letras hebraicas

aos poucos. Em uma aula, são apresentados a uma

média de três letras. Conforme o conhecimento vai

aumentando, eles começam a formar palavras que

possam ser usadas no dia a dia. Os objetivos dos alu-

nos que buscam as aulas são variados. Além de dese-

jar conhecer Israel, muitos trabalham em empresas

que exigem hebraico, querem aprender a ler textos

bíblicos ou fazer orações em seu idioma original. Mas

também existem aqueles que, simplesmente, que-

rem exercitar o intelecto. “Todas as nossas ações são

orquestradas pelo cérebro. Para aprender uma nova

língua, é necessária a integração de inúmeras vias

em várias áreas cerebrais, visuais, auditivas, asso-

ciativas, motoras, entre outras”, enumera Ivete. No

caso de um idioma tão diferente do português, como

o hebraico, Cecilia aconselha que os alunos estudem

ao menos 15 minutos todos os dias para a assimila-

ção total do vocabulário.

Escrever a história do outro

Desnecessário lembrar que a formatura e o casamento são alguns dos dias mais importantes na vida de qualquer pessoa, e cada detalhe é fundamen-tal para tornar a celebração inesquecível. O primeiro contato com a festa é o convite. Para torná-lo ainda mais especial, muitas pessoas contratam o trabalho de um calígrafo, que escreve os nomes dos convidados de forma elaborada. Monica Ihy atua como calígrafa artística há 12 anos, e seu interesse pela profissão começou durante a faculdade de desenho industrial. “Trabalhava com o mercado de casamento e sempre tive interesse por arte e tintas”, recorda-se. Para se aperfeiçoar na arte da caligrafia, Monica fez algumas aulas e, o mais importante, treinou muito. “A caligrafia e a letra pessoal são coisas diferentes. Trata-se de um desenho, uma arte”, afirma. Cada convite demanda um tipo de letra, a ser cuidadosamente planejada e pode combinar com o design do convite, ou ser adaptada a partir de uma referência apresentada pelos clientes. “O tempo de trabalho varia de acordo com o papel, a tinta utilizada ou mesmo o trabalho da caligrafia”, ex-plica. Um a um, Monica escreve com bico de pena e tinta guache os nomes das pessoas que participarão de momentos especiais na vida de seus familiares e amigos. Prova de que, às vezes, uma história impor-tante é composta por muitas palavras. Ou, em outras, por apenas uma.

da escrita, como os livros que os pais leem ou mesmo as teclas do computador. O que elas ainda não apren-deram é o código envolvido, de que forma as letras funcionam ou quais mensagens transmitem”, expli-ca Cintia Fondora Simão, pedagoga e coordenadora Pedagógica da Escola Castanheiras, em São Paulo. Inicialmente, as crianças se expressam por meio de imagens, que já são repletas de significados. Em um primeiro momento, a sua relação automática é rela-cionar a imagem ao objeto. “Uma pesquisa apresen-tou as palavras ‘formiguinha’ e ‘boi’ a crianças não alfabetizadas, e pediu para que apontassem qual era qual. Elas sinalizavam a palavra grande como sendo ‘boi’ por ser maior, como o animal”, recorda-se Cin-tia. A relação entre os sons e os grafismos deve ser estimulada por pais e professores aos poucos. Para que a criança se sinta incluída, vale incentivar brin-cadeiras como de restaurante, em que ela anota os pedidos, ou que façam um resumo, à sua maneira, de suas histórias preferidas.

Page 3: Paper 49 :: O ato de escrever

Sem dúvida, uma das maiores vitórias é apren-der a escrever o próprio nome. Mais que uma palavra, trata-se de um texto cheio de significados. “A grafia é a identidade: quem eu sou e como me chamo. Com o passar do tempo, os alunos reconhecem as letras do seu nome em outras palavras e se referem a elas como ‘minha letra’”, explica Cintia. O processo de al-fabetização altera significativamente a realidade das crianças. “De forma simples, a decodificação aconte-ce quando o cérebro associa o ‘desenho’ de uma de-terminada palavra a sua representação figurativa. A interpretação concreta do mundo é alterada para a interpretação simbólica. Trata-se de um grande salto para o desenvolvimento”, pontua Ivete Gattás, coorde-nadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Ado-lescência da Universidade Federal de São Paulo (UNI-FESP). Além das crianças, os adultos também podem ser alfabetizados. E mais de uma vez. É o que acontece, por exemplo, com os alunos do curso de língua he-braica do Centro da Cultura Judaica, localizado na ci-

dade de São Paulo. O idioma utiliza um alfabeto cuneiforme (como são conhecidas as escri-

tas que eram registradas com ferra-mentas em forma de prisma em

materiais como madeira

está longe, como casos de migrantes ou parentes que estão presos. Também são recorrentes mensagens para programas de televisão, pedindo a realização de sonhos. “Normalmente, a pessoa chega dizendo que quer escrever uma carta, mas não sabe o que dizer”, aponta Suely. Nesse momento, a sensibilidade do vo-luntário é fundamental. Ele começa a fazer perguntas, como há quanto tempo as pessoas não se veem, ou o que têm de novo para contar. “Então o voluntário redi-ge a carta e a lê para o usuário do programa. Assim, ele tem certeza de que está transmitindo a mensagem exata”, diz Suely. Todas as cartas são escritas à mão, com exceção das destinadas a empresas ou pedidos de emprego, que demandam formalidade e são digita-das e impressas.

A importância de um detalhe

Neste exato momento, você está segurando a Paper em suas mãos. Pode não parecer, mas entender todos os símbolos que formam as letras e compõem estas palavras envolve séculos de história. O primeiro alfa-beto foi criado na Mesopotâmia por volta do ano 4000 a.C. Era uma escrita pictográfica, com ideias expres-sas por meio de desenhos. O alfabeto latino, espécie de “avô” da escrita que utilizamos hoje, foi desenvol-vido a partir do século VII a. C., com elementos dos idiomas etrusco e grego. Portanto, ao escrever uma carta, fazer anotações em uma aula ou simplesmente deixar um bilhete, você está colocando em movimento séculos e mais séculos de conhecimento. Aprender a decodificar tantos significados por meio da alfabetiza-ção é uma tarefa muito bem planejada. Os pequenos estão em contato permanente com a escrita, ainda que não consigam entendê-la. Logo, toda essa expe-riência é levada em consideração quando um educa-dor inicia o processo de alfabetização. “Por volta dos três anos, as crianças já sabem muito sobre o mundo

Uma letra de cada vez

No filme Central do Brasil, dirigido por Walter Salles, a personagem Dora trabalha em uma estação de trem como escrevedora de cartas para pessoas analfabetas ou com dificuldades em se expressar. Ins-pirado pela história, o Governo do Estado de São Paulo criou, em 2001, o programa Escreve Cartas. O serviço é completamente gratuito - desde a escrita das cartas à postagem - e está localizado nos postos do Poupatem-po de Santo Amaro, Itaquera, São Bernardo do Campo e Guarulhos. Além de escrever cartas, são oferecidos serviços como a elaboração de currículos ou preenchi-mento de formulários. Desde sua implantação, o pro-grama já atendeu 272 mil pessoas, com a dedicação de 231 voluntários. Entre as pessoas que trabalham no Escreve Cartas está Suely Vieira Calasans, coordena-dora técnica na unidade Santo Amaro. Ela participa do dia a dia do programa desde outubro de 2011 e acom-panhou todo seu processo de crescimento. “A procura dos serviços é muito variada e a privacidade de quem o utiliza é totalmente preservada”, garante. “Em al-guns casos, as pessoas que buscam pelo programa são analfabetas, em outros, sabem escrever, mas têm muita dificuldade em estruturar o raciocínio em uma carta”, explica. Os voluntários são orientados a ouvir a mensagem a ser transmitida, escrever a carta e man-ter sigilo sobre o seu conteúdo. Entre os destinatários mais comuns, estão famílias que escrevem para quem

e pedra). Bastante diferente do nosso alfabeto, sua

leitura é feita da direita para a esquerda. “Os alunos

passam por algumas fases: olhar a letra, identificar

seu som, escrevê-la, unir as demais letras, formar

uma palavra e interpretá-la”, afirma Cecilia Ben Da-

vid, coordenadora pedagógica do Centro da Cultura

Judaica. Tal qual a alfabetização de crianças, os alu-

nos de Cecilia são acostumados às letras hebraicas

aos poucos. Em uma aula, são apresentados a uma

média de três letras. Conforme o conhecimento vai

aumentando, eles começam a formar palavras que

possam ser usadas no dia a dia. Os objetivos dos alu-

nos que buscam as aulas são variados. Além de dese-

jar conhecer Israel, muitos trabalham em empresas

que exigem hebraico, querem aprender a ler textos

bíblicos ou fazer orações em seu idioma original. Mas

também existem aqueles que, simplesmente, que-

rem exercitar o intelecto. “Todas as nossas ações são

orquestradas pelo cérebro. Para aprender uma nova

língua, é necessária a integração de inúmeras vias

em várias áreas cerebrais, visuais, auditivas, asso-

ciativas, motoras, entre outras”, enumera Ivete. No

caso de um idioma tão diferente do português, como

o hebraico, Cecilia aconselha que os alunos estudem

ao menos 15 minutos todos os dias para a assimila-

ção total do vocabulário.

Escrever a história do outro

Desnecessário lembrar que a formatura e o casamento são alguns dos dias mais importantes na vida de qualquer pessoa, e cada detalhe é fundamen-tal para tornar a celebração inesquecível. O primeiro contato com a festa é o convite. Para torná-lo ainda mais especial, muitas pessoas contratam o trabalho de um calígrafo, que escreve os nomes dos convidados de forma elaborada. Monica Ihy atua como calígrafa artística há 12 anos, e seu interesse pela profissão começou durante a faculdade de desenho industrial. “Trabalhava com o mercado de casamento e sempre tive interesse por arte e tintas”, recorda-se. Para se aperfeiçoar na arte da caligrafia, Monica fez algumas aulas e, o mais importante, treinou muito. “A caligrafia e a letra pessoal são coisas diferentes. Trata-se de um desenho, uma arte”, afirma. Cada convite demanda um tipo de letra, a ser cuidadosamente planejada e pode combinar com o design do convite, ou ser adaptada a partir de uma referência apresentada pelos clientes. “O tempo de trabalho varia de acordo com o papel, a tinta utilizada ou mesmo o trabalho da caligrafia”, ex-plica. Um a um, Monica escreve com bico de pena e tinta guache os nomes das pessoas que participarão de momentos especiais na vida de seus familiares e amigos. Prova de que, às vezes, uma história impor-tante é composta por muitas palavras. Ou, em outras, por apenas uma.

da escrita, como os livros que os pais leem ou mesmo as teclas do computador. O que elas ainda não apren-deram é o código envolvido, de que forma as letras funcionam ou quais mensagens transmitem”, expli-ca Cintia Fondora Simão, pedagoga e coordenadora Pedagógica da Escola Castanheiras, em São Paulo. Inicialmente, as crianças se expressam por meio de imagens, que já são repletas de significados. Em um primeiro momento, a sua relação automática é rela-cionar a imagem ao objeto. “Uma pesquisa apresen-tou as palavras ‘formiguinha’ e ‘boi’ a crianças não alfabetizadas, e pediu para que apontassem qual era qual. Elas sinalizavam a palavra grande como sendo ‘boi’ por ser maior, como o animal”, recorda-se Cin-tia. A relação entre os sons e os grafismos deve ser estimulada por pais e professores aos poucos. Para que a criança se sinta incluída, vale incentivar brin-cadeiras como de restaurante, em que ela anota os pedidos, ou que façam um resumo, à sua maneira, de suas histórias preferidas.

Page 4: Paper 49 :: O ato de escrever

Na próxima edição: ADORO PAPEL

Esta publicação foi imprEssa Em papEl cErtificado pElo programa brasilEiro dE cErtificação florEstal

Promovendo o manejo florestal sustentávelwww.inmetro.gov.br/qualidade/ceflor.asp

maio 2012

esta é uma publicação mensal da

Nosso cérebro só atinge todo seu potencial se for estimulado adequadamente. O ideal é que isso aconteça desde os primei-ros meses de vida dos bebês. Um recém-nascido possui cerca

de um quarto da massa cerebral dos adultos, mas já conta com todos os neurônios que usará ao longo da vida. Para desenvolver a aprendiza-gem dos pequenos, eles devem ser estimula-dos com sons e objetos distintos. Por exemplo: ao desenvolverem a coordenação motora, com brinquedos de diferentes tamanhos, aprender a manejar os lápis para escrever pode se tor-nar mais fácil.

Pense nisso

pape

r fo

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ação

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a.

• Diretoria Jurídica e de Assuntos Corporativos Ricardo C. Zangirolami• Direção do Projeto Gisele Gaspar - Gerente de Comunicação Corporativa (e-mail: [email protected]) • Coordenação do Projeto Tayla Monteiro - Comunicação e Marketing Institucionais (e-mail: [email protected])• Estagiário de Comunicação e Marketing Henrique Ishihara• Criação e Produção Agência Ideal • Direção de Arte e Projeto Gráfico Tom Comunicação • Coordenação Editorial Marina Rodriguez• Redação Camila Gonçalves e Marina Rodriguez• Revisão Ricardo Cesar • Impressão Ogra • Jornalista responsável Ricardo Cesar – MTB 33669.• Colaboraram nesta edição: Cecilia Ben David, coordenadora pedagógica do Centro da Cultura Judaica; Cintia Fondora Simão, pedagoga e coordenadora pedagógica da Escola

Castanheiras; Eduardo Fonseca, gerente-geral de Relações Governamentais da IP; Gláucia Faria, analista de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da IP; Ivete Gattás, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP); Leonardo Araújo, analista de Comunicação da IP; Lizzi Colla, gerente de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da IP; Monica Ihy, calígrafa artística; Suely Vieira Calasans, coordenadora técnica do Poupatempo da unidade Santo Amaro.

• Sugestões e Correspondências Avenida Paulista, nº 37, 14° andar – CEP 01311-000

Projeto Guardiões do Verde capacita jovens para o mercado de trabalho

O Projeto Guardiões do Verde, criado há sete anos pelo Instituto International Paper, tem como objetivo conscientizar jovens sobre a importância da preservação do meio ambiente e inseri-los no mercado de trabalho.

Em 2012, o projeto conta com uma grande novida-de. Em parceria com a Faculdade Franco Montoro, do município de Mogi Guaçu, o programa passa a capacitar os participantes para a função de vivei-rista, com certificado reconhecido pelo Ministério da Educação após 40 horas de aula. O Guardiões do Verde também conta com a parceria da Prefei-tura de Luiz Antônio, que cedeu seu viveiro para a prática educacional dos alunos. “As atividades do programa são sustentadas por dois pilares: au-mento da economia local, por meio da capacita-ção dos jovens para o mercado de trabalho; e pela conscientização para as questões ambientais, com a produção de mudas arbóreas nativas, exóticas e plantas ornamentais”, afirma Lizzi Colla, gerente de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da IP. Em 2011, o Projeto Guardiões do Verde capaci-tou 77 jovens e produziu cerca de 70 mil mudas, colocadas à venda na região.

IP tem novo gerente-geral de Relações Governamentais

Eduardo Imperatriz Fonseca é o novo gerente-geral de Relações Governamentais da IP

América Latina. Formado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, ele

é pós-graduado em Gestão Empresarial pela Universidade de São Paulo (USP) e es-

pecialista em Gestão Internacional pela Universidade de Columbia, em Nova York. O

profissional atuou por mais de uma década na Câmara Americana de Comércio Brasil-

-Estados Unidos (AMCHAM) e nos últimos cinco anos esteve, à frente da área de Rela-

ções com o Governo.

Nova edição do IPesca na Lagoa em Luiz Antônio

Proporcionar a integração entre profissionais e familiares, por meio de um momento de lazer e descontração. Esse é o objetivo do IPesca na La-goa, evento realizado em 14 de abril, na unidade de Luiz Antônio. Ao todo participaram 120 profis-sionais e foram pescados 60 quilos de peixe.

Profissionais da IP e suas famílias no IPesca na Lagoa, realizado em Luiz Antônio

Projeto Guardiões das Águas inicia as atividades de 2012 em Luiz Antônio

Em 22 de março, é comemorado o Dia Mundial da Água. Na mesma data, foram iniciadas as atividades de 2012 do Projeto Guardiões das Águas, na região de Luiz Antônio. O projeto busca informar e cons-cientizar os participantes sobre o uso racional da água e incentivar sua conservação. Entre as ações do programa, estão campanhas que orientam professores a trabalharem a temática com seus alunos, já que eles são agentes multiplicadores em sua comunidade. A expec-tativa é que este ano o projeto conte com a participação de 80 educa-dores e 2.400 alunos, desenvolvendo mil ações. Além de Luiz Antônio, serão atendidas as cidades de Altinópolis, Guatapará e Santa Rosa de Viterbo. O Projeto Guardiões das Águas teve início em 2009. Para saber mais sobre essa e outras iniciativas do Instituto International Paper, acesse www.institutoip.com.br.

IP é reconhecida como uma das melhores empresas para profissionais em início de carreiraPela segunda vez consecutiva, a International Paper recebeu o prêmio “Melhores Empre-sas para Começar a Carreira”, oferecido pela revista Você S/A, da Editora Abril, em parceria com a Cia de Talentos e a Funda-ção Instituto de Administração (FIA). O reco-nhecimento foi oferecido em 10 de maio de 2012, e o resultado é contabilizado a partir de uma pesquisa com jovens profissionais entre 20 e 28 anos, com pelo menos seis meses de vínculo empregatício. Empresas de todo o País foram avaliadas sobre seus ambientes de trabalho e práticas e políticas de gestão de pessoas perante os profissio-nais. A classificação da empresa é compos-ta pelos itens satisfação do jovem com a empresa, qualidade de gestão da empresa e felicidade do jovem. Mais do que um or-gulho pela conquista, a IP entende que essa é uma oportunidade de conhecer a opinião dos profissionais e atuar em melhorias para fazer da companhia um lugar cada vez me-lhor para se trabalhar.

Jovens participam do Projeto Guardiões do Verde

49O ATO DE ESCREVER