28
Ano X nº 270 setembro/ 2017 AEAARP Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto TECNOLOGIA Oportunidades brasileiras em microeletrônica QUÍMICA A profissão e a crise ARQUITETURA Expectativas e oportunidades no evento da AEAARP painel As relações de trabalho mudaram e levam cada vez mais profissionais para o empreendedorismo, um campo muito conhecido dos engenheiros, arquitetos e agrônomos QUAL É O TAMANHO DA SUA IDEIA?

painel Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de … · Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente,

Embed Size (px)

Citation preview

Ano X nº 270 setembro/ 2017

A E A A R P

Ass

ocia

ção

de E

ngen

hari

a, A

rqui

tetu

ra

e A

gron

omia

de

Rib

eirã

o P

reto

Tecnologiaoportunidades brasileiras em microeletrônica

Químicaa profissão e a crise

arQuiTeTuraexpectativas e oportunidades no evento da aeaarP

paine

l

as relações de trabalho mudaram e levam cada vez mais profissionais para o empreendedorismo, um campo muito

conhecido dos engenheiros, arquitetos e agrônomos

Qual é o tamanho da sua ideia?

pala

vra

do p

resi

dent

e

Uma das ferramentas mais efetivas para gerar oportunidades é o relaciona-mento entre os pares – profissionais da mesma área, de setores diferentes, interesses diversos, com expectativas e experiências que somam, mesmo que aparentemente possa parecer competição. Por necessidade, oportuni-dade ou vocação, tem muita gente empreendendo. Um dos nossos desafios tem sido criar o ambiente propício para isso.A criação da Sala do Associado foi uma das iniciativas acertadas da AEAARP nesse sentido. Centenas de reuniões aconteceram naquele espaço nos últimos anos, obedecendo sempre a vocação que a originou: ser o apoio físico para o associado reunir-se com o seu cliente. Avançamos no último ano com o estreitamento da relação com o Sebrae, importante parceiro que tem promovido encontros de negócios em nossas dependências. Além disso, o órgão tem designado representantes para palestras e encontros com profissionais e estudantes onde são passadas as orientações iniciais para empreender; até o final do ano, o Sebrae pro-moverá rodadas de negócios na AEAARP.Há quase 70 anos, quando a AEAARP foi fundada, os costumes, o com-portamento, as ferramentas, a cidade, tudo era muito diferente de hoje. Alguns desafios são semelhantes – combater o exercício da profissão por leigos, o sombreamento de atribuições etc. – mas outros exigem de nós mais envolvimento e compromisso. É esta a resposta que estamos dando aos associados: nós da AEAARP estamos comprometidos com a sua ação profissional.Os encontros sociais, culturais, profissionais e as semanas técnicas são a oportunidade de estreitar laços e aprofundar conhecimentos. São as ferramentas de hoje para que a AEAARP siga forte no propósito fundador: valorizar engenheiros, arquitetos e agrônomos.

Eng. civil Carlos Alencastre

índi

ce

ESPECIAL 06Empreender, modo imperativo

TECnOLOgIA 10Brasil tem 22 empresas desenvolvedoras de circuitos integrados

OPORTUnIdAdE 13O mercado brasileiro da microeletrônica

gESTãO 14Modelando a carreira

CARREIRA 15Engenharia química é sensível à crise

ARqUITETURA 18Vivência, experiência e conhecimento

SOCIAL 20

MEIO AMBIEnTE 22Boa notícia para a Mata de Santa Tereza

CULTURA 23Monteiro Lobato é tema do AEAARP Cultural

CREA-SP 24normativa lista critérios de investigação de acobertamento

PROdUTIVIdAdE 25Introdução ao Power BI – O Self-Service BI da Microsoft

nOTAS E CURSOS 26

ConselhoPresidente: Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo

Conselheiros Titulares Arq. e urb. e Eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Arq. e urb. Luiz Eduardo Siena MedeirosEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. agr. Gilberto Marques SoaresEng. civil Edgard CuryEng. civil Elpidio Faria JuniorEng. civil Jose Aníbal Laguna Eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Eng. civil Roberto MaestrelloEng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. civil Wilson Luiz LagunaEng. elet. Hideo KumasakaEng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado

Conselheiros suplentesArq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart BolonheziEng. agr. Jorge Luiz Pereira RosaEng. agr. José Roberto ScarpelliniEng. agr. Ronaldo Posella ZaccaroEng. civil Fernando Brant da Silva Carvalho

REVISTA PAINELConselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - [email protected]

Conselheiros Titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. CanadáRibeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | 3234.1110 [email protected]

Editora: Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Foto de capa: Freepik

Publicidade: 16 2102.1719

Tiragem: 3.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça NaderImpressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 - Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge Eng. civil Fernando Junqueira 1º Vice-presidente 2º Vice-presidente

Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17hCREA - das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

painel A s s o c i A ç ã ode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

Diretoria OperacionalDiretor administrativo - eng. agr. Callil João FilhoDiretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri FilhoDiretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor de promoção e ética - eng. civil e seg do trab. Hirilandes AlvesDiretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos

Diretoria FuncionalDiretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza LeiteDiretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor social - eng. civil Rodrigo AraújoDiretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

Diretoria TécnicaAgronomia - eng. agr. Alexandre Garcia TazinaffoArquitetura - arq.urb. Marta Benedini VechiEngenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli

Revista Painel6

empreender, modo imperativo

Empreendedorismo é uma das fortes características dos profissionais do sistema CONFEA/CREA e CAU; os modelos de negócio, oportunidades e modelos de investimento mudam

com o tempo, e seguem requerendo foco, iniciativa e planejamento

O instinto humano mais primitivo é a sobrevivência, que gera necessidades. A frase resume o princípio básico da pro-dução. Porém, em tempos de mudanças sociais, econômicas e culturais, não a define totalmente.

O engenheiro Tadeu Rivalta de Barros e

o arquiteto Fabrício Menezes Spanó são de gerações diferentes. O primeiro, em mais de 30 anos de carreira, investiu com vigor no perfil do negócio que definiu para a sua empresa: construções de alto padrão. “Sou empreendedor, não nasci para ser empregado”, fala.

No início dos anos de 1990, uniu-se a outros empresários da construção e deu início a uma das mais marcantes expansões urbanas de Ribeirão Preto: abriu a Avenida João Fiúsa. Vinte anos depois do início da primeira fase de comercialização, não há mais terreno

especial

Imag

ens:

Fre

epik

AEAARP7

disponível para novas construções. E parar não é uma opção.

Há demanda de mercado: o cresci-mento populacional dos últimos 20 anos requer pelo menos mais 60 mil unidades habitacionais, nas contas do empresário. Para seguir, não poderia ficar parado na Avenida João Fiúsa.

Há cerca de 10 anos, prevendo o es-gotamento físico da área, buscou outra, a Fazenda Olhos D’Água, que terá 20 terrenos de 4.500 m² a serem ocupados por edifícios residenciais.

“Oxigênio” para ele é índice baixo de inflação e taxa de juros de 7% ao ano, um cenário econômico de recuperação e aquecimento para a construção. Com esses números, adquirir um imóvel pode ser um bom negócio.

A empresa liderada por Barros surgiu da necessidade do mercado e se alimenta dela, tendo cerca de 600 colaboradores, diretos e indiretos. Quando começou, o mercado demandava engenheiros. Dois meses de salário, conta, eram suficientes para comprar um automóvel zero quilô-metro. Bons tempos aqueles.

GeraçõesAs relações do homem com o produ-

to de seu trabalho, com o mercado e com os negócios, por exemplo, sofrem alterações em razão do ambiente, das alterações climáticas, sociais, políticas e tecnológicas. É o que separa o início da carreira de Barros desta que vivencia agora o arquiteto Spanó.

Ele tem 30 anos – dois a menos do que a empresa de Barros – e trabalha em um espaço colaborativo, onde profissionais trocam experiências, serviços, firmam parcerias, captam clientes em conjunto, fazem pausas para café, happy hour e

todo o tipo de evento ou oportunidade que possa significar uma nova experiên-cia, que pode se converter em um novo negócio. Ou não. O relacionamento, neste caso, gera a oportunidade e a necessidade.

Ele, por exemplo, contou com um parceiro do espaço colaborativo para definir estratégias de marketing de seu escritório. O espaço, aliás, é projetado por ele. No currículo, Spanó já carrega intervenções urbanas importantes, como

Tadeu Rivalta de Barros

Fabrício Menezes Spanó

o Parque Sul, projeto no qual atuou en-quanto trabalhava como estagiário no escritório do arquiteto Marcos Cotrim.

Quando buscou novas possibilidades de trabalho, optou por instalar-se no que é conhecido como um coworking, O termo não tem tradução, significa compartilhar espaços de trabalho, le-vando para um mesmo lugar múltiplas experiências que possam gerar relações colaborativas. Spanó vê na experiência uma oportunidade. “Faltava na profissão ter contato com outras áreas”, fala.

NúmerosSegundo o Serasa, entre janeiro e no-

vembro de 2016 foram criadas cerca de 2 milhões de empresas no Brasil.

Segundo levantamento do Sebrae feito em 2016, cerca de 57,5% dos empreen-dedores tiveram a oportunidade como principal motivação e 42,5% abriram o próprio negócio por necessidade. “No entanto, com o aumento do desemprego de 2016 até o momento atual, o empre-endedorismo por necessidade cresceu”, fala Mariana Rossatti Molina, consultora do Sebrae em Ribeirão Preto, que alerta para o fato de o cenário econômico in-fluenciar as estatísticas.

“Independentemente da motivação para abrir um novo negócio, o planeja-mento aumenta as chances de sobre-vivência desta nova empresa”, ensina. Mais de 20% das empresas no Brasil fe-cham as portas nos dois primeiros anos. Dentre os novos negócios que surgem em razão de oportunidade – na definição de Molina como aquele que “visualizou uma oportunidade de mercado e esco-lheu investir, mesmo com outras possi-bilidades” – 3,4% investem em serviços especializados de construção.

Revista Painel8

“Alguns empreendedores possuem os comportamentos natos, no entanto, o mais normal é o desenvolvimento des-ses comportamentos ao longo da vida, na prática e por meio de cursos, auto-conhecimento e outras metodologias”, explica Molina. Ela acrescenta que é necessário equilibrar as características. Por exemplo: de nada serve desenvolver o comportamento de iniciativa se não souber calcular riscos.

Saulo Rodrigues, gerente da Supera Incubadora de Empresas, fala que co-locar uma ideia em prática não é tarefa fácil. “Nós adotamos várias metodologias para auxiliar os empreendedores neste processo como: Lean Startup, Desco-berta de Clientes, Validação de Clientes, Modelos de Negócios, Design Thinking etc.”, enumera.

Para começar um negócio, o empre-endedor deve “identificar uma ‘dor’, um problema que os potenciais clientes pos-suem”. Para isso é necessário entender o público que pretende atingir, seus pen-samentos, opiniões etc. “Após entender muito bem os clientes, sugerimos fazer o modelo de negócios, colocando no papel

as hipóteses que serão utilizadas para estruturar a empresa”, ensina Rodrigues. Só depois de validar essas questões é que o empreendedor deve buscar inves-timento para a sua ideia.

Em 2016, mais de 300 reuniões foram realizadas na Sala do Associado, um espaço exclusivo que os membros da AEAARP podem utilizar gratuitamente para reuniões de negócios. O local é dotado de sistema de vídeo e áudio e é climatizado. O uso é exclusivo para associados mediante agendamento prévio.CONSULTE DISPONIBILIDADE DA SALA: 16 2102.1700

AntropologiaUma aldeia Yupik, no Alaska, trava

historicamente embates severos com os ciclos naturais de inverno rigoroso, estocagem de alimentos, produção de roupas de peles de animais e ferramen-tas manuais para sobreviverem. “Mas, será que hoje sobrevivem da mesma maneira? Costuram suas roupas de forma tradicional ou constroem fer-

OS 10 COMPORTAMENTOS EMPREENDEDORES, SEGUNDO A ONU

1. Busca de oportunidade e iniciativa2. Persistência3. Correr riscos calculados4. Exigência de qualidade e eficiência5. Comprometimento6. Busca de informações7. Estabelecimento de metas8. Planejamento e monitoramento sistemáticos9. Persuasão e rede de contatos10. Independência e autoconfiança

O sucesso do empreendimento depende do mercado, mas esses comportamentos, se natos ou desenvolvidos, aumentam as chances de sucesso da empresa, segundo Mariana Rossatti Molina, consultora do Sebrae. O estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) é utilizado na metodologia Empretec, programa aplicado pelo Sebrae no Brasil que visa desenvolver características empreendedoras e identificar oportunidades de novos negócios.

ramentas?”, questiona a antropóloga Danielle Moro, especialista em desen-volvimento organizacional.

Ela mesma responde que não. “Seu contexto foi modificado em razão das mudanças climáticas e da inserção de novos artefatos. Essa alteração muda o eixo de responsabilidade e de poder da aldeia. Novas formas e soluções co-meçam a surgir com novos habitantes de novas gerações. Vivemos isso a todo instante”, explica.

As mudanças dos modelos de negó-cios aconteceram bem recentemente. Uma delas é a organização do modelo do negócio: a conectividade proporcio-

SALA DE NEGóCIOS NA AEAARP

Foto

: Fre

epik

AEAARP9

StartupsEntre 1996 e 2001, quando começaram

a surgir os negócios baseados em tecno-logia e inovação, surgiram as primeiras startups, definidas como empresas com essas características e que são criadas por um grupo de pessoas. No Google, site de buscas originado a partir de um desses modelos de negócios, várias pá-ginas trazem diferentes definições sobre essas empresas. Em resumo, a boa ideia deve combinar com tecnologia, geração de valor, sustentabilidade do ponto de vista econômico e escala, o que significa crescer sem mudar o modelo de negócio.

Em Ribeirão Preto, o Supera Parque abriga essas empresas, desde aquelas que estão ainda no campo do planeja-mento até as que necessitam de apoio. O requisito é que tenham base tecno-lógica e sejam inovadoras. A seleção é feita por meio de um processo aberto frequentemente para a Incubadora de Empresas ou classificar-se no edital de concorrência pública para o Centro de Negócios. Habilitadas, as empresas passam a receber qualificação, apoio de consultorias e assessorias, networking e podem usar o espaço físico do Supera.

Atualmente, 56 empresas estão no Supera; 14 no Centro de Negócios e 42 na Incubadora de Empresas, dos setores de tecnologia da informação e comunicação (TIC), biotecnologia, equipamentos médi-

co-hospitalares, odontológicos, educação e agropecuária. No ambiente do Supera, a maioria das empresas surgiram a partir das pesquisas acadêmicas da Universidade de São Paulo. Porém, os coordenadores afirmam que as oportunidades não estão restritas aos egressos dessa instituição. Isto é: se você tem uma ideia de negócio inovador e com base tecnológica, pode ter sua empresa no Supera Parque, indepen-dente de sua origem acadêmica.

UniversidadeA escassez de postos de trabalho no

modelo tradicional, o desaquecimento econômico, uma boa ideia ou oportuni-dade podem levar o jovem universitário a pensar em seu próprio negócio. Porém, é necessário cautela. O engenheiro José Aurélio Resende, coordenador do curso de engenharia de produção do Centro Universitário Moura Lacerda, aconselha: tenha primeiro uma experiência no mer-cado, depois empreenda.

“Acredito que a carreira solo deva vir após algum tempo de exercício da pro-fissão, para que o aluno possa conhecer aspectos profissionais mais de perto, tenha mais experiência em gestão de negócios e também para que possa escolher uma área com a qual se identifique melhor”, fala.

O arquiteto André Avezum, coordena-dor do curso de arquitetura e urbanismo

ENGENHEIROS, ARQUITETOS, AGRôNOMOS E EMPREENDEDORESO histórico profissional do presidente da AEAARP, Carlos Alencastre, é o testemunho de uma época: ele concluiu a graduação nos anos de 1970, atuou por algum tempo na iniciativa privada, empreendeu por curto período e prestou concurso para o cargo no governo de São Paulo que ocupa até hoje. Para ele, a característica empreendedora é nata nos profissionais do sistema CONFEA/CREA e CAU. “Observe os currículos: começam na iniciativa privada ou no serviço público, mas seguem sempre trabalhando, construindo, projetando, mesmo depois de aposentados”, fala. Em sua opinião, é a possibilidade de criar, modificar os modelos de produção e a paisagem que são as características marcantes dessas profissões.

no mesmo centro universitário, diz que os trabalhos de conclusão de curso (TCCs) podem sim ser fontes de inspiração para novos negócios. Mas, sobretudo, indicam o perfil que aquele aluno adotará na vida profissional. Para se preparar, “é impor-tante que tenha na matriz curricular do curso disciplinas que proporcionem a prática, como também estágios, visitas e viagens técnicas, intercâmbios, etc”.

O engenheiro Fernando Brant, coorde-nador do curso de engenharia na UNIP, acredita que 80% dos egressos da uni-versidade seguem carreira na iniciativa privada; 10% optam pela vida acadêmica e o restante por seu próprio negócio. Na graduação, algumas disciplinas apre-sentam aos estudantes o universo do empreendedorismo. Ele opina que, para empreender, “depende muito da oportu-nidade e condição do engenheiro”.

“Quase sempre será necessário um certo capital para iniciar. Alguns já pos-suem algum parente no setor e dão con-tinuidade ao negócio da família. Seguir a carreira solo independente necessita de um espírito empreendedor natural”, fala.

O importante, na opinião dos professo-res e dos especialistas consultados para esta reportagem, é planejar, ter visão de futuro e de mercado. E não parar nunca. Afinal, como disse Barros, esta não é uma opção.

na a união de profissionais de diferen-tes áreas, o que seria possível apenas presencialmente. “A conexão entre pensadores, articuladores e membros do time é completamente diferente, mais rápida e à distância. Esse fato pos-sibilita que consigamos mesclar formas diferentes de solucionar problemas e novos negócios surgem. Trocamos conhecimento e experiência de forma mais rápida”, explica Moro.

Revista Painel10

Brasil tem 22 empresas desenvolvedoras de circuitos integrados

As Design Houses estão em vários estados brasileiros; a maior concentração é na região Centro-Sul do país

Imag

ens:

Fre

epik

Nem só de celulares e computadores vivem as Design Houses (DH) – empresas desenvolvedoras de circuitos integrados (CI), popularmente conhecidos como chips. A microeletrônica está presente em equipamentos utilizados em vários setores da economia – automação in-

dustrial, automobilismo, agropecuária, logística e saúde.

O engenheiro eletricista Maurício Santos Pupo, associado da AEAARP, trabalhou no projeto de um chip de marca-passo (estimulador cardíaco), cuja função é executar o ritmo e gerar

os disparos dos pulsos para o coração. O projeto foi desenvolvido no Instituto de Pesquisas Eldorado, uma das 22 DHs bra-sileiras. Além de serem responsáveis pela concepção e projeto de circuitos integra-dos, as Design Houses ajudam a inovar o mercado brasileiro de microeletrônica.

tecnologia

AEAARP11

Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o modelo de negócio em microeletrônica está fundamentado em quatro grandes blocos:

▪ Concepção (esquema elétrico dos circuitos) e projeto (desenho dos circuitos para serem aplicados ao silício) – Design Houses

▪ Fabricação Front End (produção dos chips de silício pelos processos fotográ-ficos, físicos e químicos) – foundries

▪ Encapsulamento e teste back end (montagem dos chips para permitir sua aplicação em placas de circuito impresso) – montagem

▪ Serviço ao cliente (auxílio na aplicação, análise de falha do sistema etc.)

Assista dois vídeos – publicados pelo portal TecMundo – que mostram o funcionamento de uma gigantesca fábrica de chips, localizada na cidade de Malta, em Nova York (EUA). A reportagem está na área de Notícias, no ende-reço eletrônico da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

LEI DE INFORMÁTICAOutra ferramenta criada para ajudar o setor, é a Lei de Informática (conforme as leis 8.248/91, 10.176/01, 11.077/04 e 13.023/14) que concede incentivos fiscais – redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – às empresas de pesquisa e desenvolvimento de hardware e componentes eletrônicos.

MercadoEm meados de 2005, o Ministério da

Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) analisou o setor de microeletrônica e detectou a escassez de projetistas, alimentada pela ausência de empresas especializadas em projetos e desenvolvi-mento de circuitos integrados no Brasil. Para reverter o quadro, foram criadas três metas: incentivar a atividade eco-nômica na área de projetos, expandir a formação de projetistas de CIs e criar uma indústria nacional de semiconduto-res. Com objetivo de ampliar o mercado e inserir o país no cenário internacional de semicondutores, o governo federal, empresas e setor acadêmico desenvol-

veram, em 2005, o Programa CI Brasil. O CI Brasil é responsável pelo Pro-

grama de Treinamento Integrado, com duração de 11 a 12 meses, que anual-mente vem capacitando profissionais em três áreas: Projeto de Sistemas Digitais, Projeto de Sistemas Mixed-Signals e Projeto de Sistemas de Radiofrequência. A maioria das 22 Design Houses do país são resultado desse programa. Dessas, 13 não têm fins lucrativos, cinco têm essa finalidade e originaram-se a partir de em-presas privadas nacionais, multinacionais ou startups locais. Quatro delas, embora componham o cenário brasileiro de DHs, são independentes do programa.

“Eu modelava o hardware do chip para que ele atendesse requisitos funcionais como o tempo que o sinal leva para percorrer o circuito, potên-cia, quantidade de calor gerado etc.”. Essas funcionalidades são trabalhadas em circuitos com dimensões muito pequenas – micrômetros (um milio-nésimo de metro) ou nanômetros (um bilionésimo de metro). Os projetos são altamente complexos e são desen-volvidos no computador. Para isso, é usada uma linguagem de modelamen-to de hardware que, basicamente, descreve o funcionamento do chip e a sua concepção.

AEAARP11

Revista Painel12

De acordo com o relatório analítico sobre as Design Houses (DHs) brasileiras, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), as DHs brasileiras têm tendência em desenvolver projetos ana-lógicos. Essa característica pode significar

o posicionamento mercadológico comple-mentar às empresas internacionais, volta-das a projetos complexos de processado-res, lógica digital e sistemas de memórias. Segundo o relatório, sistemas analógicos são usados na maioria dos chips, mesmo

Veja dados econômicos do setor e o relatório analítico

sobre as Design Houses brasileiras, no endereço

eletrônico da AEAARP, na área de Notícias.

www.aeaarp.org.br

No ano de 2016, o faturamento da in-dústria eletroeletrônica atingiu R$ 129,4 bilhões, 9% inferior ao ano de 2015 (R$ 142,5 bilhões), de acordo com a Asso-ciação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE). Segundo o órgão, a baixa atividade do setor deve-se tanto pelo segmento de bens de consumo, como de bens de capital. A queda da renda da população, a alta e crescente taxa de desemprego e o elevado endivi-damento foram fatores que reduziram o poder de compra. Além disso, os consu-midores conviveram com juros elevados e crédito contraído. Já os segmentos de bens de capital sofreram com a queda de investimentos no país.

os que concentram processamento digi-tal. Pupo explica que são muito comuns os circuitos integrados híbridos, aqueles que têm tanto o circuito analógico quanto o digital no mesmo invólucro.

Fonte: ABDI

Revista Painel12

AEAARP13

oportunidade

o mercado Brasileiro da microeletrônica

Ainda embrionário, setor de tecnologia está em desenvolvimento no país, segundo engenheiro

O engenheiro eletricista Maurício San-tos Pupo ingressou no setor de circuitos integrados através CI Brasil. Ele entrou no Instituto de Pesquisas Eldorado, na uni-dade de Campinas (SP), em 2014. O en-genheiro explica que após o treinamento, acontece um dia de recrutamento, onde as Design Houses (DHs) fazem entrevistas e selecionam os projetistas para os seus centros de pesquisa. “Quando entrei na

No dia 17 de novembro, vai acontecer o Workshop: Projetos de Circuitos Integrados - Oportunidades no Brasil, promovido pela ABINEE, na cidade de São Paulo (SP).

mentais, muitos colegas foram trabalhar na Europa em busca de condições melho-res de trabalho.

Formado há 20 anos em engenharia elétrica, Pupo comenta que na época não tinha disciplinas relacionadas ao de-senvolvimento de chips, pois o mercado é muito recente. Em contrapartida, os estudantes que estão saindo agora das universidades, segundo ele, já têm noção de modelamento de hardware para cir-cuitos integrados, principalmente quem faz cursos relacionados à tecnologia ou ciência da computação.

empresa passei por outro treinamento mais complexo, com duração de seis meses, depois que migrei para a área de projeto”. A Eldorado é uma instituição privada, sem fins lucrativos e tem mais duas unidades: Brasília (DF) e Porto Alegre (RS). Além dos CIs para o marca--passo, o engenheiro também trabalhou em um chip conversor analógico-digital – conhecido como ADC (em inglês, analog to digital converter) – que seria utilizado em uma balança.

Para Pupo, o mercado brasileiro de microeletrônica não está aquecido, mas está em evolução. “Teve um boom de incentivo do governo federal, em meados de 2005, porém agora está mais reduzi-do. Hoje, temos investimento privado. Era a intenção do governo criar mão de obra especializada para as empresas se instalarem aqui”, analisa. O engenheiro conta que antes dos incentivos governa-

Maurício Santos Pupo Im

agem

: Fre

epik

Revista Painel14

Adriano Bardella Monteiro consultor de negócios

gestão

Modelando a carreira

Falar sobre a formação de um profissional nos leva a pensar nos conhecimentos técnicos que são necessários para executar uma tarefa. Porém, algumas profissões têm em sua essência o empreendedorismo. A expectativa de um estudante é ter seu próprio escritório ou consultório, começar seu próprio negócio. Qual é o preparo dado a este profissional? Como ele captará e administrará os recursos necessários para exercer sua profissão? Em um país incerto, como podemos pensar em aplicar recur-sos, que muitas vezes demorou anos para economizar, em um negócio que não sabemos quando recuperaremos o capital?

A resposta é: planejamento.É comum ouvir que muitas empresas fecham no primeiro

ano – cerca de 27%. Óbvio que existem fatores econômicos, mas muitos fechamentos ocorrem por falta de planejamento e podem ser evitados se houver um bom plano de negócio.

Para iniciar um empreendimento, primeiramente passamos pela elaboração. Nesta fase existem ferramentas que auxiliam na modelagem do negócio, e uma delas é o Canvas (www.sebraecanvas.com). Abaixo, algumas dicas que podem apoiar nessa modelagem.

Começamos pela definição de valor: o que a empresa irá entregar que realmente tem valor? Um cliente que procura um arquiteto não quer um desenho, ele quer concretizar um sonho. Quem procura um advogado não quer abrir um processo, ele busca proteção ou segurança. Quem procura um psicólogo quer vencer uma barreira interna e não alguém para conversar. Entender o valor que seu cliente percebe ajuda você a ser assertivo no produto que entrega.

Pensando nisso, podemos segmentar quais clientes estamos focando. Qual é o perfil dele? Qual é a faixa etária? Quais são os hábitos? Assim, você conhece seu público, sabe quem vai atender, conseguirá desenhar como eles entenderão o valor que deseja entregar.

Definindo o segmento que deseja atender, chegou a hora de pensar como ele busca essa necessidade? Quais são os canais que ele utiliza? De que forma o produto ou serviço chega até o cliente?

Como já sabemos identificar a necessidade, chega a hora de saber como se relacionar com o cliente, cada segmento exige uma forma de relacionamento, existem particularidades para cada público, o empreendedor pode otimizar a experiência do cliente quando tem esses princípios bem definidos. Nos resta saber quanto o cliente está disposto a investir por essa experiên-cia, nesse momento é definido como a empresa irá obter receita.

Aqui, chegamos na metade do caminho. Já sabemos o que, para quem, como, por onde e por quanto vamos entregar. E, para fazer? Como incluir nesse modelo?

Podemos descrever a atividade-chave para entregar esse produto ou serviço, o que é essencial para entregar o valor pro-posto? Existem atividades que são determinantes no resultado e devem ser consideradas mesmo que não sejam entregues. Como no projeto de uma casa, se a sua proposta de valor é a otimização dos recursos, o cliente não deseja saber a posição do sol e a predominância dos ventos. Mas, na elaboração de um bom projeto, essas informações são importantes para promover o conforto térmico e garantir uma boa experiência ao cliente.

O próximo passo é estimar os recursos, equipamentos, fer-ramentas, instrumentos e todos outros itens inerentes à ativi-dade. Lembre-se que em uma parceria todos os lados ganham, a escolha dos parceiros é um ponto crucial e estreitar esse relacionamento chave pode ajudar no futuro.

Por fim, quanto se deve gastar para entregar a proposta de valor desejada? Nesse ponto definimos o futuro da empresa, o lucro não é um pecado capital, é a reentrada de recursos para manter o negócio. Com o negócio modelado é hora de começar o seu plano. Fica a dica: muito papel, muita caneta e boa sorte.

AEAARP15

engenharia Química é sensível à crise

carreira

20 de setembro marca o dia dessa profissão, uma das mais bem remuneradas do sistema CONFEA/CREA, mas também uma das mais afetadas pelo arrefecimento do mercado sucroenergético

Alimentício, metalúrgico, mineração, petroquímico, ambiental, farmacêuti-co, sucroalcooleiro. Esses são apenas alguns exemplos dos vários setores que o engenheiro químico pode trabalhar. O leque de atuação é grande. O que mais os 35.906 profissionais registrados na modalidade de Engenharia Química – segundo o CONFEA – têm para come-morar no dia 20 de setembro, Dia do Engenheiro Químico? A revista PAINEL entrevistou três profissionais da área para saber como anda o mercado, quais os setores que mais empregam e o nível de especialização da mão de obra.

PAI DA ENGENHARIA QUíMICAAlfred Nobel (1833-1896) é um dos químicos mais famosos do mundo e é considerado o pai da Engenharia Química. Ele contribuiu para o desenvolvimento de novos processos químicos, para a criação da dinamite e da borracha sintética. Um dos seus sonhos era a criação de um prêmio que reconhecesse o trabalho de profissionais que tivessem contribuído para a humanidade. Após sua morte, foi criado o Prêmio Nobel. A primeira cerimônia aconteceu em 1901.

Os 35.906 profissionais registrados no Sistema CONFEA/CREA na modalidade Engenharia Química dividem-se em vários títulos entre bacharéis, técnicos e tecnólogos.

No passado recente, o cenário era bastante promissor. Pesquisa feita pela consultoria Kelly Services no início desta década, divulgada no portal do Instituto Brasileiro de Recolocação Assertiva (IBRA), revela que a Engenharia Química é a que oferecia os melhores salários em compara-ção às outras modalidades de engenharia. Em 2013, o Instituto de Pesquisa Econô-mica Aplicada (IPEA) publicou estudo no qual 93,37% dos engenheiros químicos

apareceram como empregados. Na época, a média de salários desses profissionais era o de maior valor: R$ 5.815,28.

Hoje, entretanto, a realidade pode ser diferente. De acordo com o engenheiro químico Arnaldo Olinto Bastos Neto, consultor em engenharia de processo, o mercado de engenharia química não está bom, principalmente no setor sucro-alcooleiro. “Ninguém está contratando, muitas usinas faliram, pois passaram muito tempo sem renovar o canavial”. Ele avalia que só neste ano algumas usinas começaram o processo de renovação agrícola. “Na melhor das hipóteses, acredito que no segundo semestre de 2018 haverá melhora no setor”.

Já o engenheiro químico e químico industrial José Roberto Coelho Júnior, especialista na área de gases industriais e hospitalares, acredita que o mau momento para a Engenharia Química deve-se ao choque da área com outras engenharias como, por exemplo, as de alimentos e agrícola. “Criaram também a biotecnologia, que também poderá subs-

Foto

s: A

rnal

do O

linto

Bas

tos N

eto

Destilaria Del Chira, em Piúra (Peru), com projeto e supervisão do engenheiro químico Arnaldo Olinto Bastos Neto

Revista Painel16

DemandaBoa parte da demanda pelo profissional

de Engenharia Química é do setor petro-lífero, segundo Lopes. Mas, segmentos tradicionais se mantêm estáveis, como a indústria de polímeros, de tintas e verni-zes. “Nos próximos anos, deve aumentar também a procura pelo setor agroindus-trial, onde o engenheiro trabalha com a produção de fertilizantes e defensivos, assim como na indústria de papel e celu-lose, na pesquisa e desenvolvimento de produção e métodos para tratar os resí-duos industriais”. Ela contabiliza também que na área ambiental começam a surgir vagas no tratamento de resíduos, no re-aproveitamento de matérias-primas e na geração de energia de fontes renováveis.

Na visão de Neto, o alto padrão da remuneração praticado pela indústria

QUAL A DIFERENçA ENTRE QUíMICO E

ENGENHEIRO QUíMICO?Segundo a química industrial Car-men Silvia Gonçalves Lopes, profes-sora na área de química industrial e engenharia da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), são di-ferentes os campos de atuação. O bacharel em química trabalha em laboratórios, fazendo análises químicas, desenvolvendo materiais e propondo novos processos para obtenção de produtos químicos. O engenheiro químico também se ocupa de processos químicos, mas em escala industrial; ou seja, ele tra-balha na indústria, dimensionando equipamentos e definindo as etapas do processo de fabricação. O curso de química tem foco em disciplinas ligadas às ciências puras, enquanto a engenharia trabalha com a aplicação dessa ciência no dia a dia de uma indústria. Assista ao vídeo da pro-fessora da UNAERP falando sobre a profissão de engenheiro químico no endereço eletrônico da AEAARP, na área de Notícias.

www.aeaarp.org.br

tituir o químico ou engenheiro químico na indústria farmacêutica”.

Júnior também acredita que existe confusão entre as competências do químico e do engenheiro químico. “O último está apto para pesquisa e desenvolvimento de equipamentos e suas instalações. Já o químico atua no laboratório fazendo análises e é auxiliado por técnicos”. Segundo ele, é comum os químicos atuarem como técnicos e engenheiros atuarem como químicos. “Daí vêm os baixos salários que o mercado tem oferecido atual-mente”, diz Junior.

Na opinião de Lopes, o curso de engenharia química deve ter disciplinas na área básica das ciências químicas, físicas e matemáticas, de processos químicos, operações unitárias da indústria química, dimensionamento de equipamentos como bombas, reatores, colunas de destilação, dentre outros, fenômenos de transporte, engenharia ambiental, materiais para a indústria química, administração, simulação e controle de processos, projeto, qualidade, gestão de pessoas e projeção gráfica. Além disso, as diretrizes curriculares nacionais exigem que para os cursos de engenharia sejam cumpridas, no mínimo, 160 horas de estágio durante a graduação. “É muito importante o aprendizado prático, principalmente, na área industrial e tecnológica. O estágio oferece ao estudante o contato com a profissão durante o processo de formação”, analisa a professora.

Carmen Silvia Gonçalves Lopes, pro-fessora na área de química industrial e engenharia da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), acredita que, apesar da crise, existem oportunidades em setores em expansão como a indústria farmacêu-tica, o setor de papel e celulose e ainda no agronegócio. “As usinas de açúcar e álcool continuam absorvendo esses profissionais porque a produção está se recuperando”. Segundo ela, em 2016 houve queda na oferta de vagas em função do desaque-cimento da economia. Porém, avalia que em 2017 o setor industrial começou a se recuperar e as vagas aumentaram.

“Como a atuação do engenheiro quí-mico é abrangente, não faltam oportuni-dades. Quando um setor está em baixa, outras áreas estão em crescimento”, explica a professora. A recente crise hí-drica no Sudeste do país, por exemplo, fez aumentar a demanda por engenheiro químico especialista em gestão da água. Lopes complementa que o crescimento da produção mineral, a instalação de refinarias, a produção de vidro, borra-cha, tintas e a indústria petroquímica são setores que absorvem boa parte dos engenheiros formados.

Cada vez mais o mercado prioriza pro-fissionais recém-formados para baratear custos com mão de obra, segundo Neto. Para ele, é isso que faz aumentar a rota-tividade nas empresas e reduzir vagas para profissionais mais experientes. “Nos

Estados Unidos é comum que empresas contratem profissionais com mais de 60 anos de idade para cargos de consultor ou que exijam mais experiência”.

Neto conhece bem o mercado ameri-cano, pois presta serviços no país, além de outros da América Latina. Ele explica que o Brasil tem tradição e experiência no setor sucroalcooleiro e beneficiamento de cana, sorgo e milho, por isso empresas americanas têm contratado profissionais daqui para desenvolverem os projetos de suas usinas. Além disso, a mão de obra bra-sileira é mais barata do que a americana.

AEAARP17

petroquímica não é aplicado para a reali-dade atual. “O sonho de todo engenheiro químico era trabalhar na Petrobras”, fala. Após as denúncias de corrupção, empre-sas ligadas à Petrobras ruíram e diminuiu a demanda por engenheiros no setor.

Segundo Neto, existem dois setores que sempre vão contratar engenheiros químicos: as indústrias de alimentos e de remédios. “Por maior que seja a crise, esses setores sempre se mantêm”.

Apesar da característica essencial da pro-fissão, engenheiros químicos vão além do setor industrial, na visão de Lopes. “Podem atuar também nas áreas comercial e de gestão, podendo abrir seu negócio próprio”.

Foi o que fez Neto depois da apo-sentadoria. Há quatro anos ele presta consultoria para o setor sucroalcooleiro e de geração de energia elétrica. A maio-ria dos seus colegas de profissão, conta, atuam como autônomos.

A academia é outra oportunidade de trabalho para os profissionais. A profes-sora da UNAERP está ligada ao ambiente acadêmico desde sua formação, porém mantém contato próximo ao setor pro-dutivo, inclusive com trabalhos técnicos em prestação de serviços.

COMPETÊNCIAS E ESPECIALIZAçÕES“Muitos são os que formam, mas

nem todos vão para o mercado com as competências necessárias”, analisa Lo-pes. A professora comenta que além de frequentar bons cursos em universidades qualificadas, os recém-formados preci-sam de outros diferenciais: o engenheiro químico tem que saber trabalhar em equipe, se comunicar de forma eficiente – tanto na fala quanto na escrita –, ser inovador e ter espírito empreendedor, além das competências técnicas.

Neto destaca que o profissional deve ser fluente em pelo menos dois idiomas: inglês e espanhol. “Os melhores textos de engenharia química estão em inglês e as traduções são muito ruins”. Além disso, se for trabalhar em uma multina-cional ou prestar serviços para empresas estrangeiras, a comunicação em outro idioma é fundamental.

A graduação prepara o profissional de forma generalista e não especialis-ta, avalia Lopes. “É desejável que os profissionais busquem especialização nas áreas que escolherem. A vida pro-fissional exige constante aprendizado e aprimoramento”. Para Neto e Junior, a especialização não garante melho-res salários e eles também acreditam que a vivência no setor é o caminho para adquirir experiência e a especia-lização na área que o recém-formado deseja atuar.

Revista Painel18

“ALÉM DAS ExPECTATIVAS”

“As palestras foram ótimas e favo-receram o crescimento profissional. Acredito que foram mais importan-tes ainda para os estudantes, que é o meu caso. Tivemos a oportunidade de aprender mais, além de ter o con-tato com profissionais experientes na área; essa troca é importante, in-dispensável, e foi possível através da AEAARP. Dentre todas as palestras, a que mais me chamou atenção foi a de compatibilização de projetos, onde todos os presentes entende-ram como é importante ter esse co-nhecimento, um olhar mais sensível em relação ao seu próprio projeto e o do outro, sempre respeitando os projetos que integram uma obra e buscando solucionar os problemas juntos. O evento no geral foi além das minhas expectativas”.

Thaís Raquel Alves de Souza - estudante do curso técnico em edificações na

ETEC José Martimiano da Silva

vivência, experiência e conhecimento

Os três substantivos são a essência da 8ª Semana de Arquitetura da AEAARP

Três palestras, três dias de eventos e mais de 600 estudantes e profissionais participaram da 8ª Semana de Arqui-tetura da AEAARP. Para João Victor Serrano, que faz o curso técnico em edificação na ETEC José Martimiano da Silva, em Ribeirão Preto, “as palestras me ajudaram no quesito planeja-mento, onde posso usar melhor meu conhecimento atual de iluminação e paisagismo”. Ele tem 17 anos, cursa o ensino médio e pretende graduar-se em arquitetura.

arquitetura

AS PALESTRASNo primeiro dia, o arquiteto e urbanista Reginaldo Zanon de Medeiros falou sobre o uso da iluminação nos projetos e demonstrou o quanto a luminotécnica influencia no conforto e na eficiência dos projetos. No segundo dia, a arquiteta e urbanista Priscila Vanzo falou sobre a compatibilização de projetos e como os profissionais e empresas de construção poupam tempo e recursos ao adotar essa prática. No último dia, a arquiteta e paisagista Celeste Moraes compartilhou sua experiência desde o atendimento até a criação de projetos para mostras e clientes.

Serrano participou do evento com amigos do curso, dentre eles Michele Marinheiro. Para ela, o evento foi ins-pirador: compatibilidade de projetos deverá ser o tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso.

A arquiteta e urbanista Denise Rosário, docente na ETEC, opina que a semana técnica proporciona o contato dos estu-dantes com profissionais da área e que, para os estudantes de nível técnico, pode ser um estímulo para seguirem a carreira em nível superior, na arquitetura ou na engenharia civil.

“Mais do que as palestras, o contato com as pessoas, professores, imprensa é um momento de visualizar como é a nossa rotina. Isso é fundamental para os estudantes, pois desmistifica a pro-fissão”, comenta.

AEAARP19

NO FACEBOOKAs palestras foram transmitidas ao vivo pela rede social e estão disponíveis na biblioteca na área de vídeos da página da AEAARP. Veja em Facebook.com/AEAARP

Aproximar o estudante e o jovem profissional da realidade do mercado é o objetivo que, na visão da arquiteta Marta Benedini Vecchi, foi alcançado pelo even-to. Ela é diretora de arquitetura da AEA-ARP e coordenadora técnica da Semana.

“Quando a gente sai da faculdade, um novo mundo nos espera. É bom ter referências de atendimento ao cliente, precificação, projeto e oportunidade”, fala a arquiteta. Transcender o apren-dizado da sala de aula, na opinião de Marta, aproxima o aspirante à carreira de arquiteto da realidade do mercado.

Samira Giantomassi Geraigire Mielli, estudante de arquitetura e urbanismo, destaca a oportunidade de encontrar colegas e profissionais da área. “A atmos-fera é de aprendizado e troca de conhe-

cimento. As palestras com profissionais renomados me incentivaram e somaram à minha formação”, declara.

“Ficamos quase sempre dentro da sala de aula vendo teorias que na maioria das vezes fogem um pouco da realidade do mercado de trabalho. Foi bem interes-sante ter contato com as pessoas que já estão nesse mercado e que passam conhecimentos que a gente só consegue ter na prática mesmo”, opina a estudante de arquitetura Lorrayne Nogueira.

O contato com os temas das palestras colabora com o aprendizado dentro da sala de aula à medida que, como com-

Celeste Moraes

Cerca de 600 pessoas participaram do evento

João Victor Serrano

Marta Benedini VecchiPriscila Vanzo Reginaldo Zanon de Medeiros

plemento de conhecimento, deixa os estudantes mais observadores. “Quem vai nas palestras volta para a aula com um conhecimento maior e o assunto chega a ser discutido em sala de aula. Eu vou todos os anos e sempre gostei muito dos assuntos e dos palestrantes”, fala Priscila Porfírio.

Revista Painel20

social

Um sarau literário com poetas mineiros – Carlos Drumond de Andrade e Adélia Prado –, um almoço solidário com roda de samba e um delicioso happy hour compuseram a agenda social da AEAARP em agosto, que atraiu muita gente inspirada, alegre e solidária.

Alegria

O mês de agosto foi encerrado com comida de boteco, cerveja gelada e música popular brasileira no Happy Hour Ritmos do Brasil.

Angelo Sanches e Sueli GianeloCristiane, Alexandre, Antônio e João Tazinaffo

Ivani e Eleonice EleutérioMarisa bagatin e Maria Flausina

Cláudio Massaro e Elisa MassaroDulcinea Elizabeth Chalés Costa, Salete Fayão, Ronaldo Fayão e José Luiz Costa

Rodrigo, Juliana, Gislaine e Paulo Araújo

Inspiração

A poetisa Mara Senna, a atriz Cida Carminetti e o coral Som Geométrico foram as atrações do 2º AEAARP Cultural, um sarau dedicado aos poetas Carlos Drumond de Andrade, Adélia Prado e à música mineira.

A poetisa Mara Senna foi uma das convidadas do evento

Cida Carminetti, Mara Senna e Ercília Pamplona

Giulio Roberto Azevedo Prado, Cláudia Marinceck, Luiz Siena de Medeiros, Cecília Baldochi, Shirlei de Paula e Silva, Genésio Abadio de Paula e Silva e Celso Santos

Revista Painel20

AEAARP21

Deiverson e Silvana Gulá, Carlos Judice Marcos Virgílio, Cristiane Ribeiro, Maria e Eduardo Rocha

Rodrigo e Juliana Araújo

Solid

arie

dade

Mais de 150 pessoas responderam ao convite da AEAARP para o Almoço do Dia dos Pais, uma ação solidária que contou com a parceria de Alberto Gonzaga Fotografia, Tavares Canini Construtora, Casa Pronta Construtora, Construplan, DPM Construtora, Félix Empreiteira Instalações Elétricas, Fernando Corrêa da Silva Sociedade de Advogados, Infratécnica Engenharia e Construções, Marmoré Granitos e Mármores, Construtora Pacaembu, Tudo Aço e Vitrali Esquadrias. O almoço teve roda de samba com a Turma do Bebel, um grupo de profissionais liberais de Orlândia (SP) que se dedica à música nas horas vagas.

Haroldo e Augusta Curti

Denize Ribeiro e Carlos Alencastre

Dora e Raul Mello, Márcio e Marialba Falleiros

Nathalia e Rafael ReisPaulo Rodrigues, Solange Fecuri, Selma Foguel, Angela Dorta, Daniela Antunes e Carlos Alencastre

Sandra e Lyang Zao, Weruska Vidal, João Braga, Thaíza e Leandro Melo

Turma do Bebel

Vera e João Paulo Figueiredo

AEAARP21

Revista Painel22

O incêndio que atingiu a mata e queimou 98 hectares aconteceu em 2014 e desde então nenhuma medida havia sido tomada para evitar novas ocorrências ou recuperar a área afetada. Naquele ano, por determinação da Secretaria de Meio Ambiente (SMA) do estado de São Paulo, foi criado um Grupo de Trabalho (GT), formado pela Secretaria, a Fundação Florestal, Prefeitura de Ribeirão Preto e integrantes da sociedade civil com intuito de elaborar o Termo de Referência para embasar os projetos futuros de restauração florestal. Na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, uma Comissão Especial de Estudos (CEE) foi instalada para debater o tema – mas não houve conclusão. Na Painel que circulou no mês de julho, a reportagem de capa mostrava a situação da Mata. Veja no site www.aeaarp.org.br.

meio ambiente

Boa notícia para a mata de santa tereza

Duas empresas, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Leão Engenharia, assumiram os trabalhos de recuperação da Mata de Santa Tereza por meio de acordos de compensação ambiental. Cada empresa cumprirá seus Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental (TCRA) em áreas distintas: a primeira responderá por 40 hectares e a segunda por 42 hectares.

De acordo com Fundação Florestal, ór-gão do governo paulista responsável pela gestão da Estação Ecológica Ribeirão Pre-to (EERP, nomenclatura oficial da Mata), os projetos preveem cinco anos de tra-balho que incluem diagnóstico, definição de técnicas de manejo adequadas, como o controle de gramíneas e trepadeiras, implantação e monitoramento. O plantio de espécies será feito preferencialmente nos períodos de chuva.

Secretaria de Meio Ambiente do estado de São Paulo anuncia medidas de proteção e recuperação da Mata de Santa Tereza

No final de agosto, a CPTM assinou o acordo com a Fundação. A Leão Engenha-ria, que está ampliando área de lavra de basalto na região, já foi autorizada pelo órgão a compensar na Estação Ecológica e prepara o projeto executivo para assi-nar o TCRA. Para a recomposição, serão usadas espécies nativas de ocorrência regional, como angico, jerivá, mandio-queiro, cedro e paineira.

IncêndioConcomitantemente, a Fundação Flo-

restal também adotou a Operação Corta Fogo, que prevê a implantação de torres de monitoramento contra incêndios, dentre outras medidas. A Fundação Flo-

QUATRO ETAPAS DA RECUPERAçÃO1) retirada de fatores de

degradação (retirada das espécies oportunistas, as lianas, que cresceram após o incêndio)

2) manutenção e condução de regeneração

3) plantio de adensamento4) plantio de enriquecimento

restal destaca que “o trabalho coletivo e de parceria entre órgãos públicos, socie-dade civil e a iniciativa privada, em Ribei-rão Preto, tem assegurado importantes avanços em atividades de prevenção a incêndios e capacitação de voluntários para ações emergenciais”.

Funcionários da Estação Ecológica participaram de treinamento do Cor-po de Bombeiros, além das oficinas de treinamento, envolvendo a EERP e seus parceiros, realizadas cons-tantemente, segundo a Fundação. O objetivo é capacitar brigadistas voluntários para prevenir e combater incêndios, distribuindo equipamen-tos para eventual combate.

www.aeaarp.org.br

AEAARP23

Os personagens do universo de Mon-teiro Lobato dão o ar da graça no Espaço Gourmet da AEAARP no dia 19 de outu-bro. A escritora Áurea Laguna é a convi-dada do projeto AEAARP Cultural junto com o coro juvenil do Colégio Waldorf. Os convidados serão recepcionados com um lanche ao estilo da cozinha de Dona Benta.

Áurea é especializada em Monteiro Lo-bato e organiza frequentemente palestras e oficinas sobre o escritor para funcioná-rios de livrarias ou editoras, livreiros, con-tadores de histórias, professores e pais.

O Projeto AEAARP Cultural é aberto ao público, com ingresso solidário (um quilo de alimento não perecível para as entidades cadastradas na associação), realizado todos os meses com objetivo de apresentar artistas e profissionais do meio cultural da cidade.

A arquiteta Ercília Pamplona, coorde-nadora do projeto, adianta: “Teremos intervenções do coro e algumas situa-ções artísticas e lúdicas para tornar a noite didática, animada e bem ao gosto, quem sabe, deste que é um dos grandes escritores brasileiros”.

HumanasO presidente da AEAARP, Carlos Alen-

castre, ressalta que o Projeto AEAARP Cultural é uma ação aberta à comunida-

de. “A Associação quer relacionar-se com todos os públicos da cidade. Desenvol-vimento significa qualidade de vida em todos os sentidos, daí que este projeto cultural é mais uma oportunidade de trazer a cidade para dentro da AEAARP e continuar debatendo o futuro de Ri-beirão Preto”.

Para Ercília, as reuniões para debater temas que saem do ambiente cartesiano das profissões do sistema CONFEA/CREA e CAU são oportunas para proporcionar a ampliação do conhecimento e dos horizontes. “A gente precisa disso para dar um pouco mais de poesia à vida, para nos relacionarmos com os nossos pares e também para oxigenar as nossas experiências”, fala.

monteiro loBato é tema do aeaarp cultural

cultura

AEAARP CulturalA literatura para crianças de Monteiro LobatoData: 19 de outubro Horário: 19hLocal: Espaço Gourmet AEAARP Rua João Penteado 2237

AGEN

DA

Projeto AEAARP Cultural acontece mensalmente

Revista Painel24

DECISÃO NORMATIVA Nº 111/2017Art. 3º [...]§ 1º§ 2º A critério do setor de fiscalização e consideradas suas capacidades operacionais, poderão ser selecionados mais profissionais, respeitados, cumulativa e sucessivamente, os seguintes critérios:I – maior número de ARTs registradas;II – não terem sido objeto de fiscalização nos últimos doze meses; eIII – não ter em seu nome processo em andamento para averiguação de acobertamento profissional.Art. 4º [...]§ 1º Com o intuito de caracterizar a sua efetiva participação como responsável pela atividade e serviço técnico registrados na ART, o profissional poderá apresentar, conforme o caso, além de outros documentos julgados cabíveis, o seguinte:I – esclarecimentos sobre a sua efetiva participação, informando detalhes do projeto, do andamento dos trabalhos, das próximas etapas e do material empregado;II – cópia do contrato de prestação do serviço;III – cópia dos projetos devidamente assinados e aprovados pelos órgãos competentes;IV – laudos e outros documentos relacionados à obra, ao serviço ou ao empreendimento;V – licenças ou alvarás relacionados à obra, ao serviço ou ao empreendimento, emitidos pelos órgãos oficiais competentes;VI – fotografias da obra, serviço ou empreendimento, com os principais detalhes;VII – declarações prestadas pelo proprietário da obra ou serviço, ou seu preposto, sobre o devido acompanhamento técnico; eVIII – Livro de Ordem de obras e serviços de Engenharia, Agronomia, Geografia, Geologia, Meteorologia e demais profissões vinculadas ao Sistema CONFEA/CREA, Livro de Caldeiras ou Livro de Certificação Fitossanitária, entre outros.§ 2º A documentação apresentada será analisada pelo setor de fiscalização do CREA.

crea-sp

normativa lista critérios de investigação de acoBertamento

Em agosto último, por meio da Decisão Normativa nº 111, o CONFEA estabeleceu diretrizes para que as ARTs sejam anali-sadas sob o ponto de vista do combate ao acobertamento e exercício ilegal da profissão. O engenheiro Araken Mutran, gerente do escritório regional do CREA-SP em Ribeirão Preto, lembra que emprestar o nome para pessoas, empresas ou insti-

Objetivo do Conselho é combater o exercício ilegal da profissão

Câmara Especializada do CREA indicará bimestralmente a atividade e o serviço técnico que serão objeto de fiscalização pormenorizada para averiguação de ocorrência de infração por acobertamen-to profissional”, diz o texto. A Decisão define também que para cada indicação das Câmaras, o setor de fiscalização identificará o profissional com maior número de ARTs registradas no período de 12 meses. Este será selecionado para fiscalização pormenorizada.

Caso esse profissional selecionado tenha sido fiscalizado nos últimos 12 meses em razão de suspeita de acober-tamento ou em caso de ter processo em andamento para averiguação desse tipo de infração, o setor de fiscalização deverá selecionar o próximo profissional com o maior número de ARTs registradas, sucessivamente, até que se identifique o profissional com o maior número de ARTs registradas e que ainda não tenha sido objeto de fiscalização no período.

No processo de análise qualitativa, o CREA poderá verificar a viabilidade de efetiva participação do profissional nas ati-vidades registradas nas ARTs, a quantidade de cargo ou função segundo a complexi-dade das atividades e serviços técnicos desempenhados, verificar a quantidade de ART em nome de diretor ou sócio pro-prietário de empresa incompatível com o dimensionamento de seu quadro técnico, com possibilidade de apropriação indébita de acervo técnico, dentre outras medidas.

A Decisão Normativa estabelece tam-bém as penalidades. Veja a íntegra na página de legislação do CONFEA.

tuições sem a efetiva participação na obra caracteriza-se como exercício ilegal da profissão. Ele ressalta que isso não é novo: está previsto na alínea c do Art. 6° da Lei n° 5.194, de 1966, que regula o exercício dos profissionais do Sistema CONFEA/CREA.

A Decisão Normativa determina que sejam feitas análises quantitativas e qualitativas das ARTs registradas. “Cada

AEAARP25

produtividade

Fábio Gatti, especialista em Pacote Office

introdução ao power Bio self-service Bi da

microsoft

O mundo está mudando muito rapidamente e, com ele, a for-ma com a qual trabalhamos com tecnologia. O acesso facilitado e o aumento da oferta tecnológica favorecem cada vez mais a produção de informação e dados, que circulam na web.

Para elucidar a importância da análise de dados na atualidade, vamos falar de números:

• Em 2016, atingimos a meta de 1 zettabyte de dados gerados no mundo (aproximadamente 1.000.000.000.000.000.000.000 (1021) bytes).

• Se as projeções se mantiverem da forma que estão hoje, no ano de 2020 serão gerados cerca de 1,7 me-gabytes de novas informações para cada habitante do planeta Terra por segundo.

• “A previsão é de que a utilização de dados gere um lucro de US$ 1,6 trilhão nos próximos quatro anos”, segundo o country manager da BSA, Antonio Eduardo Mendes da Silva.

Desta forma, podemos garantir que a afirmativa “informação é poder” deixou de ser verdade. Cada vez mais buscamos formas de compreender e analisar este universo de informações e transformá-los em indicadores.

O Excel, desde a versão 2010, começou a introduzir alguns suplementos voltados à ETL (Extract, transform, load) e Big Data. Nesse início, surgiram as ferramentas Power Query e

Power Pivot, que permitem a conexão, extração, transformação e armazenamento no Excel de dados externos, com tamanhos, muitas vezes, maior do que as 1.048.576 linhas tradicionais da planilha. Nascia então a ferramenta que tornar-se-ia líder de mercado global em BI, em 2017, segundo Gartner: o Power BI (Business Intelligence) da Microsoft.

Power BI, é um conjunto de serviços dispostos em um único produto, que permite localizar, conectar, transformar e visuali-zar dados, apoiar a tomada de decisão e publicar os resultados obtidos on-line.

Revista Painel26

SIGA => FACEBOOK.COM/AEAARP

prÓximos eventos aeaarp

13 de setembroRODaDa De NegóCiOs sebRae

(participação da Aeaarp)

14 de setembroAEAARP CULTURAL

16 de setembroVISITA TéCNICA PLATARUm

21 de setembroHaPPy-HOuR

26 de setembroRODaDa De NegóCiOs sebRae

(participação da Aeaarp)

7 de outubroalmOçO DOs agRôNOmOs

16 de outubroHaPPy-HOuR

19 de outubroAEAARP CULTURAL

23, 24 e 25 de outubrosemaNa De eNgeNHaRia

7 de novembroRODaDa De NegóCiOs sebRae

(participação da Aeaarp)

23 de novembroAEAARP CULTURAL (Consciência Negra)

30 de novembroHaPPy-HOuR

8 de dezembroFesTa PROFissiONais DO aNO

notas e cursos

46

rio + cidadesNo dia 25 de outubro, o CAU promoverá em Ribeirão Preto o encontro do projeto “Rios

+ Cidades”, com a participação de especialistas convidados pelo Conselho. A importância e necessidade da recuperação dos rios para o meio ambiente, sua integração com a cidade resultando em benefícios para a população são eixos da discussão. Segundo José Eduardo Tibiriçá, gerente de gabinete da presidência do CAU/SP, “o Conselho será o catalisador nesse processo de interação entre todos nós e para todos nós”. O Conselho ainda não confirmou o local do evento, que será informado na página do Facebook da AEAARP.

Escolha sempre a AEAARP na sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).Alínea 46 fortalece a atuação da sua entidade de classe.

novos associados

Ana Claudia Domingos de Mello Arquiteta e urbanista

Maria Julia Campos Pedroso Gomes Arquiteta e urbanista

Domingos Ragazzi Engenheiro agrônomo

João Carlos Buzzi Rodrigues Engenheiro agrônomo

Adriano Mendonça Masson Engenheiro eletricista

Anderson Caldeira Tazinafo Engenheiro eletricista

Ednilson Malvesti de Lima Engenheiro eletricista

João Ricardo Turatti Engenheiro civil

Orlei Aparecido Bernuzzi Engenheiro civil

João Marcelo Ferreira Engenheiro civil

Carlos Bocchi Neto Engenheiro civil

Paulo Sergio Buzzi Rodrigues Engenheiro mecânico

Luis Roberto Sordi Zanardi Engenheiro mecânico

Adhemar Bocardo Filho Engenheiro mecânico

Luiz Carlos Seixas Filho Engenheiro químico

Rosane Ramos Pereira Engenheira de segurança do trabalho

Wagner Nascimento de Figueiredo Técnico em eletrotécnica

Mariela Markies Egydio Estudante agronomia

Pedro Henrique de Barros Signorini Estudante agronomia

Juliana Treve de Carvalho Estudante arquitetura

Victor Henrique Barros Mazaroski Estudante arquitetura

Thulio Lemos Santos Caetano Estudante engenharia civil

Felipe Sabino de Jesus Estudante engenharia civil

acessibilidade Aconteceu na AEAARP o

workshop “Acessibilidade – Contexto Urbano Contem-porâneo”, com foco no con-ceito do Desenho Universal e na Lei Brasileira de Inclu-são. O evento foi promovido pelo CAU e objetivou a capa-citação dos profissionais que trabalham e residem nos municípios paulistas, fomen-tando o conhecimento para

garantir cidades sustentáveis e inclusivas, adequadas aos usuários em quaisquer fai-xas etárias, estatura ou capacidade.

Membro do Grupo de Trabalho de Acessi-bilidade do CAU/SP e presidente da Comis-são Permanente de Acessibilidade (CPA) da Prefeitura de São Paulo, Silvana Cambiaghi, defende que o conceito de Desenho Univer-sal não engloba apenas os 24% de brasileiros com algum tipo de deficiência, segundo os dados do IBGE, e sim todas as pessoas que, em dado momento da vida, serão bene-ficiadas pela acessibilidade conforme vão mudando suas necessidades.

“O Desenho Universal também atende às pessoas com outras condições, como as idosas, gestantes, obesas, portadoras de cardiopatias e até as que estejam carregando objetos com grande volume”, destacou Silvana.

O melhor lugar para sua festa é aqui

Condições especiais para associadosReservas: 16 2102.1700 A E A A R P