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Painel:A realidade brasileira das IES: perfil e fundamentação das ações
FUNDAMENTOS ÉTICOS E FUNDAMENTOS ÉTICOS E ANTROPOLÓGICOSANTROPOLÓGICOS
Prof. Theophilos RifiotisDepartamento de Antropologia / Núcleo da Terceira Idade (NETI)Universidade Federal de Santa Catarina
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Objetivos1. Sistematizar um conjunto de elementos
éticos e antropológicos sobre as configurações do sujeito contemporâneo.
2. Repensar o lugar da universidadeRIFIOTIS, T. ”O idoso e a sociedade moderna: desafios da gerontologia”. Pro-Posições, v. 18, n. 1 (52), 2007.
http://www.proposicoes.fe.unicamp.br/~proposicoes/textos/52-artigos-rifiotist.pdf
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Configurações do sujeito
A.A. Modos de configuração socialModos de configuração social• Reprodução social• Re-rituralização do ciclo vital
B.B. Agência do sujeitoAgência do sujeito• Maioridade dos sujeitos• Judicialização
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Dilema contemporâneo“A antiga motivação que levava as pessoas
a ter filhos, que possibilitou a homens e mulheres do passado trabalharem e se reproduzirem durante centenas de gerações, a fim de que outros pudessem viver como eles viveram, não existe mais. Nossa geração terá uma espécie curiosa de fim no sentido de que ela não terá sucessor.”
MEAD, M. Le fossé des générations. Paris, Denoël/Gothier, 1979.
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Novas identidades
• Pais e filhos procuram uma nova identidade, ambos estão mergulhados num mundo sem precedentes.
• Cada qual se fecha sobre si mesmo, ampliando a distância e aprofundando o fosso de gerações.
• “Todos somos jovens!”• “Só é velho quem quer...”
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Processos de socialização
• Adiamento constante• Formação - Escolaridade• « Processo de fetalização prolongado »• Experiências vividas individualmente
RÓHEIM, G. Psychanalyse et anthropologie. Culture-Personalité-Inconscient. Paris, Gallimard, 1967.
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Sistemas de referências• Pós-figurativo• Co-figurativo• Pré-figurativo
MEAD, M. Le Fossé des générations. Paris, Denoël/Gonthier, 1979.
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Cultura Pós-figurativa• Características fundamentais:• Os mais novos são instruídos antes de
mais nada pelos mais velhos;• Convívio de duas gerações• Convicção da geração mais idosa de que
seus atos e modos de vida permanecerão os mesmos
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Cultura Co-figurativa• Novos e velhos aprendem
preferencialmente com seus pares• Condições de surgimento:
• Mudança na composição etária• Desenvolvimento de novas tecnologias• Diásporas• Expectativa de que as novas gerações criem
modelos comportamentais e estilos de vida diferentes
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Cultural Pré-figurativa• Novos ensinam os velhos.• Intensificação da cultura co-
figurativa• Relativização das instituições e valores
• Família• Centralidade da tecnologia
• Desenvolve-se o fosso de gerações• Fenômeno transversal
• Individualismo
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Re-ritualização do ciclo vital• Dilemas e conflitos
• Velhas imagens e novas experiências• “Revolução dos idoso”
• Re-ritualizações vitais• Relação significativa entre começo e fim
SCHIRRMACHER, F. A Revolução dos idosos. R.J. Elsevier, 2005.
ERIKSON, E.H. El Ciclo vital completado. México, Paidos Studio, 1990.
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Repensando o ciclo vital
• Metáfora do ciclo do dia• Amanhecer: Infância• Meio-Dia: Adulto• Entardecer: Idoso
• Eventos fundamentais do ciclo vital• Nascimento• Morte
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Ciclo vital: modelos culturais
• Nascimento• Reprodução social• Família e parentesco
• Finitude• Ancianidade e ancestralidade
• Preparação para a próxima etapa da vida (T.Rifiotis)
• Vida pós-morte
RIFIOTIS, T. “O Ciclo vital completado”. A dinâmica dos sistemas etários em sociedades negro-africanas”. IN: BARROS, M.M.L. Velhice ou terceira idade? R.J., FGV, 1998.
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Longevidade
• Expectativa de vida: 30 anos• Imediatez
• Viver intensivamente
• Expectativa de vida: 80 anos• Adiamento - “Fetalização prolongada”• Segunda vida• Viver extensivamente
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• Jovens - Velhos• Projetos - Memórias
• Velhos sem projetos e Jovens sem memória
• Idosos que não envelhecem
• Perdas do envelhecimento• Cirurgias cosméticas
• Negação da Morte
Tensões atuais
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Saberes e discursos técnicos
• Poder de nominação e base institucional do ciclo vital
• Escola, hospital, asilo, pedagogia, psiquiatria, demografia, ciências sociais, psicologia, geriatria e gerontologia
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Segmentação Técnica• Infância
• Primeira infância• Fases intra-uterinas
• Adolescência• Pré-adolescência
• Maturidade• Velhice
• Terceira-idade ou Jovem-velho• Velho-velho
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Biotecnologia
• DNA• Bio-genética
• Ultra-sonografia• Vida antes do nascimento
• UTI• Morte cerebral
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Re-significação do ciclo vital
• Categorias relacionais• Nascimento: filho, mãe, pai, (...), avós
• Categorias simbólicas• Passagem ritual e vivência individual
• Casamento, trabalho, aposentadoria, morte
• Variação histórica e social• Sentido da variação e variação de sentido
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Agência do sujeito
• Protagonismo e sujeito inocente• Sujeito inocente
• Infantilismo• Vitimização
BRUCKER, P. A Tentação da inocência. Rio de Janeiro, Rocco, 1997.
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Sujeito inocente
• Urgência do prazer: « eu quero agora! »
• Onipotência: « posso tudo! »• Reencantamento do mundo:
• Lazeirização• Consumismo
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Minoridade do sujeito
• Infantilismo• Todos são culpados, exceto eu• Estado e a socidade devem suprir minhas carências
• Vitimização• Aquele que é maior me vitimiza• Estado e a sociedade são culpados-responsáveis
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Judicialização dos problemas sociais• Lutas por reconhecimento social:
• Estatuto da Criança e do Adolescente• Estatuto do Idoso• Delegacia da Mulher• Delegacia do Idoso• Lei Maria da Penha
• Estratégias judicializantes: medidas de curto prazo
RIFIOTIS, T. “As delegacias especiais de proteção à mulher no Brasil e a judicialização dos conflitos conjugais”. Revista Sociedade e Estado, Brasília, 19(1), 2004.
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JudicializaçãoConjunto de práticas e valores,
pressupostos em instituições como a Delegacia da Mulher e, que consistem fundamentalmente em traduzir o conflito inter-pessoal numa leitura criminalizadora e estigmatizada em torno da polaridade “vítima-agressor” ou na figura jurídica do “réu”.
RIFIOTIS, T. "Derechos Humanos y otros derechos:
aporias sobre el proceso de judicilisación y la institucionalisación de los movimientos sociales". IN: ISLA, A. En los márgenes de la ley. Buenos Aires, Paidós, 2007.
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Lugar da universidade• Definição formal:Definição formal:
• Ensino• Pesquisa• Extensão
• Responsabilidade socialResponsabilidade social• Lugar do intelectual-cidadãoLugar do intelectual-cidadão
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Responsabilidade social da universidade“Numa sociedade cuja quantidade e qualidade de
vida assenta em configurações cada vez mais complexas de saberes, a legitimidade da universidade só será cumprida quando as atividades, hoje ditas de extensão, se aprofundarem tanto que desapareçam enquanto tais e passem a ser parte integrante das atividades de investigação e ensino.”
SANTOS, B.S. “Da idéia de universidade à universidade de idéias”. IN: ----. Pela Mão de Alice. O social e o político na pós-modernidade. S.P., Editora Cortez, 1996.
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Intelectual-Cidadão“O trabalho de um intelectual não é o de modelar
a vontade política dos outros; é pelas análises que ele faz nos seus campos de estudo que ele re-interroga as evidências e postulados, sacode os hábitos, modos de agir e de pensar, dissipa as familiaridades admitidas, retoma a medida das regras e das instituições e partir desta re-problematização ele participa da formação de uma vontade pública.”
FOUCAULT, M. “Entrevue”. Magazine Littéraire. n. 207, mai 1984.