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CURSO: USO DE WEBCONFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
UNIDADE 2. CONCEITUAÇÃO DE WEBCONFERÊNCIA
1 PPAACCCC
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Unidade 2: Conceituação de webconferência
Autora
Sílvia Dotta
PACC – Programa Anual de Capacitação Continuada
Curso: Uso da webconferência em EaD, de Dotta, S (Coord.), Aguiar, P.; Areias, C. Carteano, R. Fitaroni, L; Jorge, É. Oliveira, C.A.; Tedesco,, R., é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 3.0 Não-Adaptada. Permissões além do escopo dessa licença podem estar disponíveis em http://uab.ufabc.edu.br.
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Implicações do uso da webconferência síncrona em EaD
O uso da webconferência em cursos a distância justifica-se pela
necessidade de se fazer uma transição de cursos centrados em conteúdos
para cursos centrados no diálogo. A presença síncrona de professores e
alunos favorece a sensação de pertencimento ao grupo, promovendo o
engajamento do aluno. Metodologias que organizam conteúdos e
atividades de aprendizagem centrados no estudante [SANDHOLTZ, et al.,
1997], como, por exemplo, aprendizagem por pesquisa [DEMO, 1998],
aprendizagem colaborativa [BARKLEY, 2005], dentre outras, têm
apresentado resultados muito eficazes no que diz respeito ao
engajamento do estudante e à efetiva aprendizagem [DOTTA, 2009]. Por
outro lado, sua implementação tem enfrentado muitas dificuldades, seja
por resistência de professores (devida à cultura instrucionista,
transmissiva), seja por resistência dos estudantes (devida à cultura de
receptor-passivo), seja por razões institucionais ou de outras ordens
[SANDHOLTZ, et al.1997].
A preocupação de se praticar um diálogo que seja capaz de engajar
o aluno, estimular o senso de pertencimento ao grupo e promover um
ambiente de aprendizagem colaborativa tem sido foco de pesquisa desde
os primeiros estudos sobre a comunicação mediada por computador
(CMC) no contexto da Educação [por. ex. HARASIM, 1986].
Um aspecto levantado por Mello [2003] refere-se ao fato de que a
EaD esbarra na tradição da sala de aula presencial, na qual geralmente
identifica-se uma grande quantidade de alunos passivos, consumistas de
informações prontas, desmotivados e com baixo grau de autonomia e
organização. Outros estudos [BARBOSA e REZENDE, 2006; LOPES e XAVIER,
2007] constataram que a interação mediada por computador pode ser
“fria”, uma vez que está subtraído o contato físico. De outro lado, algumas
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análises [p. ex. DOTTA, 2009] sugerem que as estratégias dialógicas e
problematizadoras adotadas por tutores permitem a anulação da frieza e
a criação da parceria tutor-aluno, favorecendo a aprendizagem dialógica.
Pesquisas realizadas com estudantes [p. ex. HARASIM, 2000] revelaram que
a educação on-line pode ser mais social, uma vez que ela oportuniza a
participação de todos os alunos, ao contrário da sala de aula presencial,
onde, invariavelmente, os diálogos são polarizados, e nem todos têm
oportunidade de interagir.
Por outro lado, a aula por webconferência síncrona, ainda que
ofereça a possibilidade de interação multidirecional, possui uma série de
limitações em relação à sala de aula convencional, podendo ser mais
cansativa e menos variada em termos de estímulos sensoriais para o
aluno. Somam-se a isso imprevistos relacionados à instabilidade e
velocidade de conexão, dificuldades de configurações de áudio, vídeo ou
outras, enfim, problemas técnicos incomuns à sala de aula presencial. Isto
passa a exigir do docente uma elevada dose de criatividade no
desempenho da sua atividade para superar estas limitações e promover
um ambiente de ensino efetivo, atraente e produtivo.
A evolução dos sistemas de webconferência tem trazido um
conjunto de funcionalidades que favorecem seu uso em ambientes
acadêmicos, devido à considerável economia de tempo e recursos para
reunir professores e estudantes e desenvolver atividades em equipes.
Todavia, muitos dos potenciais e limites educativos da webconferência
ainda não foram totalmente explorados, o que pudemos perceber em
pesquisas bibliográficas realizadas durante a preparação deste curso, e
que resultou em poucos estudos relacionados ao uso da webconferência
na Educação.
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Conhecer as características técnicas e pedagógicas da
webconferência, refletir sobre as alternativas metodológicas de condução
de aulas virtuais síncronas utilizando esses sistemas e preparar-se para a
superação dos desafios enfrentados nesse tipo de aula são os principais
objetivos deste curso.
Conceituação da webconferência
Na Unidade 1, você viu que a comunicação é uma parte essencial
dos processos educativos, e cursos a distância têm procurado
implementar ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas a fim
de intensificar a interação entre professores e alunos. A eficácia do uso
destas tecnologias depende muito mais da concepção de cursos e
estratégias didáticas do que de suas características e potencialidades
técnicas. Entretanto, algumas ferramentas, como, por exemplo, sistemas
de webconferência multimodal e multimídia, podem favorecer que
sentimentos de empatia e interações pessoais sejam mais intensamente
encorajados, pois oferecem múltiplas possibilidades de interação.
Historicamente, um sistema de webconferência é qualquer sistema
de comunicação, síncrona ou assíncrona, cujo acesso ocorra pela web.
Portanto, todas as ferramentas de comunicação estudadas na unidade
anterior (e-mail, fórum, blog), podem ser chamadas de webconferência.
No caso deste curso, iremos nos deter à condução de aulas virtuais
síncronas por meio de uma webconferência multimodal e multimídia.
Na Unidade 1, você conheceu as características da comunicação
síncrona: os agentes da comunicação podem estar em qualquer lugar, mas
devem estar conectados ao mesmo tempo (any place/real time). A
webconferência multimodal possui inúmeras ferramentas de
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comunicação em um mesmo ambiente, permitindo interações
multidirecionais por voz, texto (chat) e vídeo. A webconferência
multimídia possibilita o compartilhamento de arquivos, de aplicativos, de
telas do computador etc. Além dessas características, esses sistemas
possuem recursos comuns às salas de aula, como quadro branco e
organização de grupos, ferramentas que auxiliam na condução de aulas e
atividades colaborativas. Como exemplo de webconferência multimodal
e multimídia, utilizaremos o Adobe Connect Pro®, um sistema de
webconferência alocado na RNP, onde a UFABC tem acesso a uma sala de
aula virtual, conforme mostra a Figura 1. Entretanto, é importante que
você tenha em mente que este curso discorrerá sobre conceitos e práticas
educativas para aulas virtuais síncronas que podem ser conduzidas por
meio de qualquer sistema de webconferência.
Figura 1. Tela inicial do Adobe Connect Pro®.
A comunicação multimodal, as características multimídia e a
necessária sincronicidade entre os participantes de uma webconferência
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apresentam novos desafios para a condução de aulas virtuais síncronas. A
função docente passa a englobar uma equipe composta por profissionais
com distintas competências (especialista em conteúdo, pedagogo, técnico
de web, programador, designer instrucional, designer gráfico, roteirista,
tutor etc). Portanto, a gestão da sala de aula virtual exige uma
reconfiguração dos papéis docentes, conforme discutiremos na próxima
seção.
Agentes e papéis em uma webconferência
A necessária transição de cursos centrados em conteúdos para
cursos centrados no diálogo, conforme já discorremos neste curso, tem
aparecido como tema recorrente em inúmeras pesquisas da área da
Educação. Entretanto, como você deve estar imaginando, essa prática não
é tarefa trivial. Em aulas virtuais síncronas, conforme aponta Belloni
(1999) o professor não pode manter uma posição de mero apresentador
de conteúdos e centro das atenções, que costuma ocupar nas aulas
presenciais tradicionais. Ele assume um novo papel de formação, de
grande importância para a autonomia do estudante, caracterizando-se
como o professor coletivo, que se torna parceiro dos estudantes na tarefa
de construção do conhecimento. Ele passa a ser responsável, também, por
elaborar uma nova forma de condução da aprendizagem. Nesse novo
papel, o docente terá ainda de controlar um sistema com inúmeras
funcionalidades técnicas: em nosso caso a webconferência multimodal e
multimídia.
Para iniciar a reflexão sobre os papéis docentes durante uma
webconferência, tomaremos como ponto de partida as categorias
elencadas por Garonce (2009), cuja pesquisa buscou definir os papéis
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desempenhados pelos professores, quando atuando em ambientes
síncronos: papel pedagógico, papel social, papel gerencial e papel técnico.
O papel pedagógico é o que os educadores estão mais
acostumados a desempenhar em suas atividades profissionais cotidianas,
no qual a sua principal função é a de ser um facilitador educacional por
meio da definição dos objetivos educacionais a serem alcançados, os
conteúdos a serem abordados e as estratégias que serão adotadas com os
alunos. Para desempenhar bem este papel, o docente deve usar meios
eficazes de motivação e promover a interação na sala de aula, quer seja
pela construção de uma comunidade colaborativa aprendizagem, quer
seja pela elaboração de simples questões que motivem a discussão dos
assuntos que estão sendo abordados. Especialmente quando lidando com
adultos, o professor deve evitar a adoção de um estilo autoritário no
desempenho deste papel, tornando-se um facilitador, motivador,
provocador cognitivo (Holmberg, 1986), de modo a favorecer a
aprendizagem.
O papel social é relacionado à responsabilidade que o docente tem
de criar condições para que se estabeleça um clima amigável entre os
estudantes e que estes interajam, ainda que afastados fisicamente, mas
que se sintam próximos e com liberdade para estabelecer relações de
amizade, criando um clima de coesão no grupo. O professor deverá, no
desempenho deste papel, ajudar os alunos a desenvolverem a capacidade
de trabalhar em grupo, ainda que virtualmente, e incentivá-los a
ajudarem- se mutuamente.
O papel gerencial é relacionado à administração, por parte do
docente, de todas as situações e atividades do curso em relação ao tempo
programado. O professor deve, no exercício deste papel, conduzir as
situações inusitadas que venham a acontecer no âmbito do curso, ser
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claro quanto às atividades docentes e discentes, as regras acadêmicas,
prazos limites e as normas do curso às quais todos estarão sujeitos. É
importante atentar para o fato de que o computador é a interface que
possibilita a webconferência e, apesar das suas inúmeras possibilidades,
amplamente exploradas, possui uma infinidade de limitações em termos
de relações interpessoais, cabendo ao docente o gerenciamento de
diversas situações.
O papel técnico é levar os estudantes a sentirem-se confortáveis
em relação à tecnologia empregada, especialmente quanto à utilização do
software. O objetivo do docente deve ser o de fazer com que a tecnologia
seja o mais transparente (imperceptível) possível, de modo que os
estudantes possam se concentrar nos conteúdos abordados e que o
aparato tecnológico seja apenas um meio através do qual todos estarão
conectados.
É importante atentar para o fato de que esses papéis em grande
parte das situações são transversais, não têm uma delimitação tão clara
quanto a divisão que fizemos aqui pode levar a entender. Por essa razão,
como apontou Garonce (2009), para muitos pesquisadores, todas as
atividades docentes são enquadradas como sendo um papel pedagógico,
uma vez que todas as ações docentes têm objetivos pedagógicos.
Entretanto, o exercício desses papéis em uma aula virtual síncrona, por
meio de um sistema de webconferência multimodal e multimídia, torna a
função docente difícil de ser realizada individualmente. Daí a ideia de
professor coletivo, apontada por Belloni (2009), cujas tarefas devem ser
realizadas por uma equipe – conforme discorremos na seção anterior. Na
prática, sugere-se que essa equipe distribua todos esses papéis docentes
entre si, de modo que os desafios técnicos e pedagógicos não se
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imponham como obstáculos para a condução da aprendizagem. Em outras
palavras, a equipe precisa garantir, minimamente,
(1) a manutenção da atenção e do interesse dos estudantes para
o assunto abordado;
(2) o incentivo ao diálogo, à interação e ao debate saudável de
modo a fomentar a construção de conhecimentos;
(3) a transparência (ou a “invisibilidade”) dos aparatos técnicos
utilizados durante a aula.
Portanto, a título de exemplo, propomos uma distribuição de
papéis entre as seguintes funções: docente (D), mediador pedagógico
(MP), mediador técnico (MT), estudante (E). Em Educação a Distância
centrada no diálogo, e não na transmissão de conteúdos, o estudante é o
sujeito da aprendizagem, portanto, neste exemplo, ele ocupa um papel
pedagógico ativo de participar do debate. Se esse papel não for por ele
exercido, os objetivos pedagógicos não serão realizados. Neste caso, é de
se esperar que o docente e os mediadores estimulem a participação do
estudante nas interações.
Essa distribuição de papéis não deve ser confundida com a
fragmentação da atividade docente, pois a fragmentação coloca em risco a
visão global que o docente deve ter do processo de condução da
aprendizagem. O docente deve ter conhecimento e controle sobre todas
as atividades que serão realizadas durante a aula, ele é o responsável por
planejar, elaborar e conduzir a aula. Na Unidade 4, discorreremos sobre
uma metodologia de planejamento da aula, que poderá auxiliá-lo a ter
pleno domínio do processo. O mediador pedagógico auxiliará o docente na
gestão da aula, gerindo as interações e sistematizando os conhecimentos
que vão sendo construídos ao longo da aula. O mediador técnico deve
gerenciar acessos, realizar testes de conexão e auxiliar tecnicamente a
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todos os usuários da sala virtual. O estudante deve interagir e participar
ativamente do processo de aprendizagem. O Quadro 1 apresenta como
seria essa distribuição de papéis e seu exercício, de acordo com o exemplo
dado:
Quadro 1. Exercício dos papéis docentes
Para tanto, é importante destacar que um sistema de
webconferência deve oferecer funcionalidades que favoreçam o exercício
desses papéis, isto é, além das ferramentas de comunicação e
compartilhamento de conteúdos, o sistema deve oferecer instrumentos
para gerir a sala de aula virtual e realizar a mediação técnica e pedagógica.
No caso do Adobe Connect Pro®, a sala virtual utilizada pela UFABC, esses
papéis podem ser exercidos pelos seguintes status: participante,
apresentador e host.
O host (H) é o administrador da sala e como tal tem acesso e
controle de todas as suas funcionalidades. Tecnicamente ele pode
compartilhar conteúdos, gerenciar participantes (permitir ou não o
acesso a microfone e câmera, organizar grupos etc.), criar layouts,
compartilhar arquivos etc. O apresentador (A) é o responsável pela
exposição de conteúdos, portanto, pode compartilhar apresentações e
documentos, anotações, arquivos e links. Normalmente, esta função é
exercida pelo docente, mas pode ser delegada a um participante da
webconferência, a critério do próprio apresentador. O participante (P)
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pode assistir às apresentações, interagir por texto e solicitar permissão
para interagir por áudio e vídeo. Esses status são os disponibilizados pelo
sistema de webconferência, entretanto, a forma como os usuários se
apropriam deles é que irão determinar o seu uso. A Figura 2 mostra como
o sistema de webconferência apresenta cada um desses status.
Figura 2. Papéis x status em uma webconferência no Adobe Connect Pro®.
Em uma mesma sala virtual o sistema permite ter mais de um
apresentador e mais de um host. Isso favorece a distribuição dos papéis
entre várias pessoas. Por exemplo, o status de host pode ser atribuído a
uma pessoa para exercer, exclusivamente, o papel de mediação técnica,
enquanto, à outra pessoa, também com o status de host, pode ser atribuída
a mediação pedagógica, social e gerencial. O Quadro 2 apresenta a
distribuição dos papéis sugeridos no exemplo acima, de acordo com os
status permitidos pelo Adobe Connect Pro®:
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Quadro 2. Exercício dos papéis docentes no Adobe Connect Pro®.
Na Unidade 3. Estratégias para condução de aulas síncronas, você
será apresentado a algumas propostas metodológicas nas quais poderá se
aprofundar sobre o uso dessas funções. Até lá, recomendamos que você
acesse alguns tutoriais para se aprofundar nas funcionalidades da
webconferência:
Conferência Web – Tutores a Distância, UAB/UnB Tutoriais Conferência Web, UAB/CAPES Conferência Web para Apresentadores, TST Conferência Web para Administradores, TST Learn Adobe Connect, Adobe.com
Categorização de webconferências
Uma aula virtual síncrona pode apresentar diferentes formatos, de
acordo com os objetivos pedagógicos. Neste curso, com o objetivo de
abordar a aprendizagem dialógica como proposta para a condução de
aulas síncronas na UAB/UFABC, discorreremos sobre o webinário e a aula
interativa. Cada um desses formatos apresenta diferentes características,
e, portanto, diferentes limites e potencialidades de aprendizagem.
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Destacamos que não foi encontrada na literatura nacional ou
estrangeira estudos que classifiquem ou diferenciem diferentes modelos
para webconferências, portanto, a categorização que apresentamos aqui é
resultado de estudos e experiências práticas realizadas pela equipe
PACC/UAB/UFABC, durante o ano de 2011 (Dotta e Jorge, 2011). Esses
estudos não são concludentes, e merecem ainda muita reflexão, por isso,
conhecer as peculiaridades de cada formato e realizar uma análise
comparativa entre eles pode auxiliá-lo a refletir sobre possíveis
estratégias para melhor condução de suas aulas virtuais.
Webinário
O termo webinário (do inglês webinar) é amplamente utilizado em
ambientes corporativos para significar reuniões ou a transmissão de
palestras virtuais pela web, utilizando-se ou não de um sistema de
webconferência. É comum encontrarmos “aulas” nesse formato: um
professor (apresentador ou palestrante) “transmite” um determinado
conteúdo, com o apoio da exibição de slides, para seus alunos (ou outra
plateia) que podem ou não estar fisicamente presentes durante a palestra.
Um aspecto positivo do webinário é o fato de poder ser transmitido
sincronamente ou gravado e disponibilizado na web para ser assistido de
forma assíncrona, sem prejuízo de forma ou conteúdo. Por outro lado,
nesse tipo de transmissão raramente há a possibilidade de o “ouvinte”
interagir com o apresentador. Nesse caso, o ouvinte fica diante do
computador em uma posição de receptor passivo, sem poder se
comunicar com o palestrante ou com outros participantes da palestra.
Essa característica torna a atividade da aula um processo cansativo e,
invariavelmente, favorece a dispersão.
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Um exemplo bastante conhecido desse modelo é o TED – Ideas
worth spreading. Utilizando-se de recursos de gravação de vídeos
digitais, as palestras proferidas pelo TED são transmitidas pela web. Um
exemplo brasileiro é o IPTVusp experimental, cujas palestras são gravadas
também se utilizando de recursos de vídeos digitais e transmitidas pela
web. Inúmeros exemplos de palestras virtuais síncronas utilizando
sistemas de webconferência podem ser acessados pela internet. Para ter
uma ideia, acesse Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa ou Resolução de
provas da Fundação Carlos Chagas.
Uma proposta de aplicação mais interativa do webinário seria a
realização de seminários através da web. Assim como em salas de aula
presenciais, o webinário pressupõe a exposição e debates acerca de um
determinado assunto por um grupo de estudantes. Esse modelo apresenta
as mesmas vantagens encontradas na apresentação de seminários em
aulas presenciais: pode estimular a pesquisa (ao menos pelo grupo
apresentador do seminário), pode promover o debate polifônico de ideias,
em detrimento ao discurso unívoco do professor. Cada estudante, para
expor seu entendimento sobre o assunto debatido, necessariamente
precisa se apropriar de conceitos, e assim reconstrói o conhecimento
produzindo seus próprios significados e sedimentando seus
conhecimentos. Porque a relação entre os estudantes não é assimétrica
(como costuma ser entre professor-aluno), as possibilidades de interação
entre todos são amplificadas, desde que o professor seja capaz de exercer
o papel de mediador do conhecimento foco do webinário.
Por outro lado, assim como em aulas presenciais, o webinário pode
levar à polarização do debate apenas para o grupo responsável pela
apresentação do tema, enquanto os outros estudantes comportam-se de
maneira passiva, não interagem e não participam do debate. Mais uma
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vez, cabe a intervenção do professor, em uma atitude de motivador,
assunto que será abordado mais profundamente na Unidade 3. Estratégias
para condução de aulas síncronas.
Aula Interativa
A aula interativa, como o nome diz, pressupõe interação, diálogo. A
comunicação em uma aula interativa é multidirecional, isto é, todos
podem/devem interagir com todos, pois entende-se que a construção do
conhecimento será resultado do diálogo. O trecho da aula “Selecionar um
Webinário” exemplifica as interações ocorridas em uma aula interativa.
Video 1 – Aula “Selecionar um Webinário”
A aula interativa favorece o estabelecimento de empatia entre os
seus participantes e intensifica a sensação, principalmente nos
estudantes, de presença social e de pertencimento ao grupo, uma vez que,
ao contrário de se manter em uma posição passiva, de ouvinte, o
estudante é estimulado a participar do debate e a conhecer diferentes
pontos de vista sobre um mesmo assunto.
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Em uma aula interativa é mais fácil manter a atenção e interesse
dos participantes e evitar a dispersão, problema comum em
webconferências. Uma aula interativa conduzida de maneira adequada
evita a polarização do debate, pois todos são incitados a interagir.
Diferente de aulas transmissivas, nesse modelo o foco em
conteúdos é substituído pelo foco nas interações. Nesse caso, a
administração do tempo não é tarefa trivial. Ao contrário do webinário,
cujo tempo da fala do apresentador é facilmente mensurável, na aula
interativa é muito difícil de se realizar previsões sobre o tempo em que as
interações ocorrerão. Então, docente e mediadores precisam desenvolver
estratégias e habilidades para manter o foco da discussão e estimular a
participação de todos. Este assunto será tratado na Unidade 3. Estratégias
para condução de aulas síncronas.