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Ôxe! - Agosto de 2013

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As Conferências Municipais de Cultura em nossa região e a população participando da construção de novos caminhos para a cultura na capa do Ôxe! desse mês. Além disso, conversamos com Cleber Leme do Projeto Raízes de Franco da Rocha, que está recuperando parte da história da cidade através de fotografias históricas. Além disso, nosso parceiro Remisson Aniceto analisa a resposta do Governo Federal às manifestações da população que também é tema da poética canção de Tiago Henrique; tem também as poéticas colaborações do beijoqueiro Messias Silva, da sonhadora Pamela Gabrielle e do atemporal Régis Andrade, juntamente com o gigante dorminhoco de Betto Souza e o olhar crítico de Sidney Santos sobre a visita papal. Ademais, inspiradoras frases de união, seis dicas NaFaixa, Registro, as próximas datas do nosso Sarau ConPoeMa e muita vontade de construir um bom lugar!

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Page 1: Ôxe! - Agosto de 2013

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gráfico foramutilizados

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ANO V − Numero 515.000 ExemplaresFrancisco Morato - São Paulo

Brasil

CCoommppoorrttaammeennttooSSoocciieeddaaddeeCCuull ttuurraa

ee pprroottaaggoonniissmmoo!!

AAggoossttoo // 220011 33 VVeennddaa PPrrooiibbiiddaa DDiissttrriibbuuiiççããoo GGrraattuuii ttaa ggrraaççaass aaoo aappooiioo ddoo ccoomméérrcciioo llooccaall

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ProgramasUbuntu 12.04 (ubuntu.com)LibreOffice 3.5.7.2 (pt-br.libreoffice.org)GIMP 2.6.12 (gimp.org)Scribus 1.4.1.svn (scribus.net)Inkscape 0.48.3.1 r9886 (inkscape.org)Mozilla Firefox 22.0 (br.mozdev.org)Audacious 3.4 (audacious-media-player.org)

::. O que a gente usou nessa edição

::. Colaboraram nesta edição:

Betto Souza(subjetividadeematividade.blogspot.com.br)

Messias Silva([email protected])Pamela Gabrielle([email protected])Régis Andrade([email protected])Remisson Aniceto([email protected])Sidnei Santos([email protected])Tiago Henrique([email protected])

O informativo Ôxe! é uma iniciativa daÔxe! Produtora Comunitária que visapropiciar à população de Francisco Mo-rato e região, um veículo de jornalismocidadão e produção, difusão e divulga-ção de ideias e informações na área cul-tural. Todas as informações, ilustraçõese imagens são de responsabilidade deseus respectivos autores e obedecem alicença Creative Commons 3.0 BrasilAtribuição-Uso Não-Comercial-Com-partilhamento pela mesma Licença(acesse o blog para maiores detalhes),salvo indicações do(a) autor(a) em con-trário. Para ver uma cópia desta licença,visite http://creativecommons.org/li-censes/by-nc-sa/3.0/br/ ou envie umacarta para Creative Commons, 171 Se-cond Street, Suite 300, San Francisco,California 94105, USA.

A Equipe Ôxe! é: Fabia Pierangeli,Gilberto Araújo, Mari Moura e RogerNeves ([email protected])

::. Diga, Ôxe! Cleber Leme, do ProjetoRaízes de Franco da RochaÔxe!: Pra quem não conhece, quem éCleber Leme?

Cleber: O Cleber é uma pessoa que tentafazer algo diferente, algo que valha a pena,no sentido de preservar a memória e me-lhorar um pouco a situação atual da socie-dade. Hoje em dia, a maioria não liga praessas coisas mais antigas, então, o Cleber éum cara que tenta preservar um pouco dahistória, independente de como ou porquê.

Ôxe!: Como surgiu o interesse pela histó-ria de Franco da Rocha?

Cleber: Passei minha infância no Ju-query, fiquei lá por 12 anos, minha mãe foifuncionária da instituição desde 1970 e tra-balhou 36 anos, então eu sempre gostei dosares juquerienses. Simplesmente me apai-xonei pela arquitetura e comecei a estudarRamos de Azevedo, quando fiz o técnicoem edificações, daí em diante comecei apesquisar e não parei mais, em 2005 conhe-ci o acervo do professor José Parada e pen-sei: “Isso tem que ser mostrado pro mundo,não pode ficar guardado”. Então, veio aideia de digitalizar o acervo e tentar vascu-lhar um pouco mais a história do Juquery eagora, estamos conseguindo dar os primei-ros passos do projeto.

Ôxe!: O que é o Projeto Raízes?Cleber: Tudo começou quando conheci

o acervo das fotos e decidi que elas tinhamque ser mostradas ao público. Comecei afazer a digitalização de forma errada e ama-dora, foi quando conheci um jovem chama-do Maurilio Garcia, que trabalhava numaempresa de digitalização de acervo paramuseus e ele me ensinou tudo o que preci-sava saber para criar acervos digitais, comtodas as especificações do CONARQ, ta-manho da foto, formato, me apresentou osistema da Apple, o scanner adequado paraarquivo digital de acordo com todas as re-gras. E comecei a digitalizar mais profissio-nalmente. Em 2009, eu e Maurilio fomospara o Rio de Janeiro digitalizar 9.000 ne-gativos de vidro da Comissão Rondon, noMuseu do Índio, fotos do Rondon com osíndios e acabei tendo esse contato maravi-lhoso com acervos mais antigos e decidi daruma atenção especial a esse acervo deFranco, porque o professor José Parada temde 8.000 a 10.000 fotos, inclusive muitasimagens que vemos na internet são desseacervo, que nós disponibilizamos de modoerrôneo, sem colocar os créditos e muitos seaproveitaram disso. Continuando a pesqui-sa, estive no Juquery várias vezes, conver-sando com a diretoria técnica e descobri umacervo imenso lá também, comecei a pes-quisar de forma jurídica a melhor maneira

para escreverum projetocom base emSão Paulo, naSecretaria doEstado daCultura, paratermos acessoe conseguir-mos digitali-zar esseacervo tam-bém. Depoisjuntaremos o

acervo como um todo e a intenção é fazerum site com todas essas imagens e tudo oque tem a ver com Franco da Rocha, as his-tórias dos bairros, todas as publicações dohospital Juquery, de 1924 a 1993 existiuuma revista que teve vários nomes, as pri-meiras tinham até tradução pro francês, foiuma dessas edições que o Freud teve acessoe mandou cartas ao Dr. Ozório César, infe-lizmente a biblioteca do Juquery se perdeuna noite do dia 17/12/2005 e eu conseguialguns exemplares com exs funcionários, emsebos e vamos disponibilizar esse materialem pdf no site, e ainda estou atrás dos volu-mes que não encontrei. Tem muito conteú-do legal, conseguimos um exemplar de1935 com toda a história de implementaçãodo manicômio judiciário. É claro que quan-do falamos em site, as pessoas acham queficará pronto rápido, mas ainda estamos nafase de pesquisa, estamos apenas engati-nhando, vamos trabalhar muito para tentarlançar o site daqui 1 ano e meio ou pelomenos parte dele, para interesse público. Te-remos essas imagens e textos sobre o surgi-mento da cidade, inclusive as histórias dos106 bairros de Franco da Rocha, atualmentetemos apenas de 32, também precisamosfazer esse mutirão. É um universo muitogrande e até utópico querer colocar toda ahistória da cidade num site! O projeto estáno início, além de mim, tem o MaurilioGarcia, Profº José Parada e a Iná Rosa, queescreveu todos os trabalhos acadêmicos so-bre a história do Juquery e se disponibilizoua ajudar, estamos redigindo a parte burocrá-tica em São Paulo e está tudo encaminhado,inclusive o professor Parada vai fazer umaautorização via cartório para divulgarmosseu acervo com tudo legalizado.

Ôxe!: Qual a importância do ProjetoRaízes pra cidade?

Cleber: Ele resgata histórias e imagensda cidade que muita gente não conhece.Encontramos fotos muito interessantes,por exemplo, onde hoje tem o ginásio deesportes Paulo Rogério, existia uma lagoa.E também Franco da Rocha é uma cidadedormitório, muita gente vem de fora e osjovens não sabem essa parte histórica, co-mo quem foi Franco da Rocha, que o Ju-query foi o maior hospital da américalatina e um dos maiores do mundo, che-gou a ter 16.000 internos, é por toda essahistória que muitos não conhecem.

Ôxe!: Ao todo, quantas imagens já foramdigitalizadas?

Cleber: São 98 pastas no total, já fizemos45, então deve ter em torno de 3.000 ima-gens concluídas, se formos pensar nessaquantidade e no que é divulgado, tem mui-tas fotos que as pessoas não conhecem.

Ôxe!: As pessoas podem colaborar de al-guma maneira?

Cleber: Nesse primeiro momento, esta-mos focando em terminar o acervo do pro-fessor José Parada, pra tê-lo catalogado demaneira correta. A segunda fase do projetoque pode demorar um pouco, vamos pedirpara pessoas que tenham fotos mais antigasou que julguem interessante, que nos man-dem para divulgarmos futuramente no site.Com certeza, tem muita gente com materialimportante guardado, que não conhecemos

e se perderam no tempo. Nessas pesquisas,conheci uma moça do hospital do Juquery, eela conta que em um dos prontuários estavaescrito sobre uma paciente no ano de 1910,que chegou pra ser internada, mas dizia quenão poderia entrar porque iria para um bai-le, nesse prontuário estava escrito que Fran-co da Rocha estava atrás da porta ouvindo,estendeu a mãe pra ela e a levou pra dentro,dançando. Então, tem histórias muito inte-ressantes como essa, que as pessoas podemcolaborar. E esse aspecto do Juquery estámuito presente nas raízes dessa cidade.

Ôxe!: Quanto tempo você se dedica a essetrabalho?

Cleber: Eu tento digitalizar no minímo30 fotos por dia, se estou com o dia livre, éo dia todo, tem dias que não rende porqueas imagens são pesadas e as maiores demo-ram demais pra digitalizar, por conta da re-solução.

Ôxe!: Como é sua relação com o ProfessorJosé Parada?

Cleber: Ele é muito especial e dedicado,algo que eu acho incrível nele é que elenunca pediu créditos e fica meio constran-gido de falar nisso, está de braços abertos epresenteia as pessoas com esse acervo. En-tão eu falei que é importante mencioná-lonos créditos, mas ele é muito bondoso e re-cebe todos muito bem. Ele não é natural deFranco da Rocha, mas criou um amor inve-jável por essa cidade e a defende muito. Eleabraçou o projeto e somos grandes amigos.

Ôxe!: E pro futuro, o que você espera?Cleber: Espero que o futuro seja muito

bom, muito esperançoso, espero que o pro-jeto tenha visibilidade, que as pessoas se in-teressem, independente de reconhecimento,não é meu interesse, estou fazendo algo quealguém iria fazer um dia, sou apaixonadopor isso e é uma experiência pra vida. Que-ro acender essa chama sobre a importânciada história da cidade, hoje ela pode ser feiae desordenada como muitas outras cidadesda região metropolitana de São Paulo, sóque a gente vive aqui e precisamos valorizá-la. Nossa história é riquíssima. As pessoastem que fazer tudo com muito amor, acre-ditar e não ter medo de errar, eu acreditonesse projeto e estou arriscando, quem qui-ser ajudar, vai ser bem vindo. .::

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Cleber Leme iniciou e toca boa parte do Projeto Raízessozinho, sem apoio do estado e de modo voluntário.

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::. Sarau ConPoeMa no CIC Francisco MoratoE o nosso Sarau ConPoeMa desse mês acontecerá no

próximo dia 24 de agosto, a partir das 19h, no CICFrancisco Morato (Rua Tabatinguera, 45, Centro, Fran-cisco Morato). Portanto, comece desde já a se preparar:separe uma poesia, uma música, uma cena, uma coreogra-fia, uma história ou o que mais você quiser compartilhar ese achegue. O Sarau ConPoeMa é um espaço para a livreexpressão, é um espaço nosso, seu e de todos aqueles quequiserem se expressar, que tiverem o que falar. Nós, da or-ganização do Sarau, estaremos lá a partir das 17h, se qui-ser chegar mais cedo pra fazer parte dessa organização, ésó aparecer por lá, combinado?

O Sarau ConPoeMa é uma realização da AssociaçãoCultural ConPoeMa. Mais informações: 4488-8524

::. Programação Cultural do Espaço Eco'sAlém do ambiente agradável, dos deliciosos caldos e

bebidas que estão aquecendo esse inverno, das pessoas in-teressantes que frequentam o local, o Espaço Eco's vem setornando um importante espaço de difusão cultural na ci-dade de Francisco Morato, acolhendo e apresentando ar-tistas das áreas de teatro, dança, música e artes visuais.

Confira a programação desse finalzinho de agosto:

- Até o dia 31, quem passar por lá poderá conferir a ex-posição fotográfica “A que será que se destina?”, queconta a nossa trajetória, da Ôxe! Produtora Comunitá-ria e do Teatro Girandolá.

- Todas as quintas, a partir das 20h, tem Balaio Auto-ral e você, que canta, dança, escreve, interpreta e temobras autorias, pode ir até lá e se inscrever pra participar emostrar sua arte.

O Espaço Eco's fica na Rua João Mendes Júnior, 542,Centro, Francisco Morato e está aberto de quarta a do-mingo, a partir das 18h.

Mais informações: 4881-6057 ou www.facebo-ok.com/espacoecosnovo

::. Confraria Eros estreia no Laura BressaneFormada por jovens “famintos” de arte e cultura, a

Confraria Eros, dirigida por Jonas Gomes, estreia seuprimeiro espetáculo: "Vozes no silêncio", uma perfor-mance teatral que mescla o drama e a comédia, o lúdico emuita expressão corporal.

Durante a criação do espe-táculo e como forma de di-vulgar e também incentivar aarte, a Confraria Eros apre-senta esquetes do espetáculoem escola municipais.

O espetáculo será apre-sentado no Auditório LauraBressane, que fica dentro doCSU, no dia 31 de agosto às19h e no dia 01 de setem-bro, às 18h.

A entrada é GRATUITA,

mas nos dias das apresentações, o grupo recolherá ali-mentos não perecíveis que serão doados para a APAE.Vamos lá, programe-se e prestigie essa galera!!!

::. CONFAFRAMO 201 3O CONFAFRAMO – Concurso de Fanfarras Fran-

cisco Morato, que acontece na cidade desde o ano 2000,esse ano, depois de ser adiado duas vezes, acontecerá nodia 25 de agosto, a partir das 8h, no Largo dos Artistas,em sua 14ª edição. O concurso receberá mais de 30 cor-porações musicais, de diversas partes do Brasil. Reúna afamília e aproveite o domingão pra curtir um dia recheadode boa música!

::. Oficina de Capoeira no CICEstão abertas as inscrições para a oficina de capoeira

com o Mestre Antônio. As aulas acontecerão todas asterças-feiras das 19 às 21h e as inscrições podem ser fei-tas na diretoria do CIC, de segunda a sexta-feira, das 9 às17h. A oficina é GRATUITA e o CIC fica na Rua Taba-tinguera, 45, Centro, Francisco Morato.

::. Mini jornada da CidadaniaNo dia 24/08 a partir das 9h acontece, na EM Mario

Quintana (Rua Olavo Bilac, 951, Jardim Santo Antônio),a Mini Jornada da Cidadania, onde, além da emissão dedocumentos - 1ª via de RG, 2ª via de certidões, 1ª e 2ª viade carteira profissional – ainda serão feitos cadastros paravagas de emprego. Tudo isso GRATUITO e promovidopelo CIC Francisco Morato.

Mais informações: 4489-3133

"A união dorebanho obrigao leão a deitar-se com fome."

Provérbioafricano

::. Na Faixa Por: Fabia Pierangeli

A trupe estreia seu primeiroespetáculo no Laura Bressane

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"A arte é umdos meiosque une oshomens."

Leon Tolstoi

Nesse mês de agosto, foram realizadas em nossa regiãoduas Conferências Municipais de Cultura: no dia 09/08 emFranco da Rocha e nos dias 10 e 11/08, em Francisco Mo-rato. Tive a oportunidade de, ao lado dos meus parceiros doÔxe!, acompanhar e participar das duas desde que come-çaram a ser concebidas até suas finalizações e posso afir-mar que sai bastante animada desses encontros.

As Conferências estão se consolidando em nosso paíscomo importantes espaços para o diálogo entre poder pú-blico e sociedade civil, e ao longo dos anos, começam a darmostras em pequenos e animadores resultados. Estas co-meçam a refletir que o povo brasileiro está de olho na for-ma como nosso país, nossos estados e municípios vemsendo administrados; exigindo mudanças, responsabilidadee compromisso por parte dos governantes, mas, ao mesmotempo, assumindo sua parcela de responsabilidade também,nesse sistema de governo conhecido como democracia.

Sim, participar de uma Conferência é assumir seu papelde cidadão, que participa, discute, debate, dá ideias, faz crí-ticas e ajuda a construir uma sociedade melhor e mais jus-ta, pra você e para as gerações futuras.

Passei três dias intensos dentro dessas duas Conferências,que não tinham muita gente não, mas que rendeu conversase trocas muito boas... Tentarei aqui, nessas poucas linhas,em relação ao tanto de conversa que rolou, registrar umpouco e resumidamente das minhas impressões sobre asreflexões que rolaram e sobre as conclusões a que chega-mos, coletivamente, ao lado de diversos realizadores cultu-rais franco-rochenses e moratenses.

A primeira coisa que eu gostaria de salientar foi que pelaprimeira vez na minha vida ouvi gestores públicos falandosem me chatear e me cansar. Em Franco tivemos a oportu-nidade de ouvir Mônica Severo, representante do Ministé-rio da Cultura – MINC, e Eufra Modesto, atual Secretáriode Cultura de Jundiaí; e em Morato ouvimos Tadeu deSouza, da FUNARTE, e Henry Durante, também repre-sentantes do MINC. Todos eles reconheceram as limita-ções do poder público e salientaram que mudanças efetivassó acontecerão com a participação da população. Todoseles reconheceram que a administração pública não conse-gue dar conta de maneira igualitária e portanto justa, de to-da a população brasileira e salientaram que é precisoencontrar outras formas de administrar.

Agora, entrando um pouco nas discussões, foram muitase diversas, todas elas pautadas no tema da Conferência Na-cional de Cultura, que é “UMA POLÍTICA DE ESTADOPARA A CULTURA: DESAFIOS DO SISTEMA NACI-ONAL DE CULTURA”.

O Sistema Nacional de Cultura está em fase de implanta-ção e surgiu do Plano Nacional de Cultura – PNC, que porsua vez surgiu como demanda de fóruns e conferências,que estão sendo realizados desde 2003. Sim, faz tempo epode até parecer tempo demais, mas hoje, 10 anos depois,

já podemos perceber alguns pequenos, mas significativosavanços. Na minha opinião, o próprio Plano Nacional deCultura, que foi aprovado em 2011, já é um significativoavanço. Nele temos 53 metas que devem ser alcançadas até2020 e dele surge esse Sistema Nacional de Cultura – SNC,que é uma espécie de SUS Cultural, um sistema que enten-de que o acesso à cultura é um direito fundamental do serhumano, um direito ao qual qualquer pessoa, independentede sua classe social, tem direito.

Num país como o nosso, onde tudo recomeça a cada no-va gestão, ter um plano que define metas que devem ser al-cançadas em 10 anos, independente de quem seja oprefeito, o governador ou o presidente, é sim um grandeavanço. Parece que finalmente se começa a entender o ób-vio: que o administrador que assume um novo mandatoporque ganhou eleição, não pode ignorar e parar tudo o que

estava sendo feito pelo seu antecessor. Ele precisa ter umolhar sensível, razoável e de bom senso, percebendo queestá lá para dar continuidade e continuar buscando alterna-tivas e caminhos para melhorar a vida da população. E cha-mar uma conferência é abrir espaço pra ouvir os anseios dapopulação.

É claro que o simples fato de decidir fazer uma confe-rência, não significa necessariamente que os administrado-res estejam abertos pra ouvir a população. Certeza quemuitos gestores decidem fazer conferências “pra inglêsver”, mas a partir do momento que a população resolve seapropriar desse espaço, ir lá, participar, criticar e propor,automaticamente os gestores assumem um compromisso,que é oficial, que é registrado e que será cobrado e reavali-ado, a cada nova conferência.

No caso das conferências municipais de cultura, elas fa-zem parte do calendário da Conferência Nacional de Cultu-ra e tudo o que foi conversado, discutido, acertado por aqui,já foi encaminhado para o estado e para o governo federal.Isso é uma das coisas que mais me deixou animada comessa história toda, o fato de tudo, dentro do Plano e do Sis-tema Nacional de Cultura, ser amarradinho, comprometen-

do todas as esferas de governo: municipal, estadual efederal. O Plano Nacional de Cultura convoca prefeitos,governadores e presidente a assumirem suas responsabili-dades, estimulando a cooperação entre eles e lembrando otempo todo que uma gestão só pode ser feita de acordocom as demandas de cada lugar, que não adianta o prefeito,o governador ou o presidente, que não adianta os vereado-res, deputados ou senadores, que não adianta os secretáriosou ministros definirem ações de suas cabeças, de acordocom seus gostos pessoais, que eles estão lá pra definir açõesque contemplem os anseios da população, que estão lá pragerir e administrar aquilo que é importante pro povo.

E foi nesse clima, de identificar demandas, de avaliar arealidade e de prospectar o futuro que transcorreram asconferências municipais de cultura de Franco e de Morato.Os realizadores que se fizeram presentes falaram com pro-priedade das dificuldades locais e dos possíveis caminhospra superar essas dificuldades.

Falamos da falta de espaços físicos e simbólicos para acriação e produção artístico-cultural, da falta de apoio paraque os artistas locais se desenvolvam e permaneçam emsuas cidades de origem, da importância e urgência de sepropor um projeto de registro da memória e história local,da importância e urgência em se pensar e criar um espaçoonde as crianças possam ter acesso a arte de boa qualidade,da necessidade de se criar espaços para o lazer e para afruição artística, da importância de um estabelecimento realde parceria entre a educação e a cultura, da necessidade deformação para os gestores e produtores culturais locais, danecessidade da formação e especialização dos artistas lo-cais, da urgência de se reavaliar a forma como a Culturavem sendo gerida, de buscar uma forma de mapear os es-paços, territórios, manifestações e realizadores culturais, daimportância de se fazer um cadastro e também de socializaressas informações, da importância de que o governo hajacom transparência em cada uma de suas ações, desde aconcepção até a prestação de contas, mas falamos princi-palmente do nosso desejo de definir junto com a adminis-tração pública os rumos que a área da cultural deve seguir.

Falamos da nossa necessidade de buscar caminhos paraque esse diálogo entre poder público e sociedade civil sejacontínuo e pra isso sugerimos que outros encontros acon-tecessem, nos comprometemos com a criação de um con-selho municipal de políticas públicas em Franco da Rochae com a reativação do Conselho Municipal de Cultura deFrancisco Morato. Falamos do nosso desejo de que nossascidades integrem o Sistema Nacional de Cultura e assim,comecemos desde já a criar e trilhar um caminho em buscade uma sociedade menos injusta, mais sensível e humana.

E se você, que está lendo esse texto agora não teve aoportunidade de participar das conferências, ainda está emtempo... envolva-se, participe, transforme. Faça surgir amudança que você tanto deseja!!! .::

CONSTRUINDO JUNTOS!Por: Fabia Pierangeli

Abaixo: Em Morato a conferência aconteceu no CIC e em Franco foi noC. C. Newton Gomes de Sá, em ambas participaram cerca de 40 pessoas.

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"Unir-se é um bomcomeço, manter aunião é um pro-gresso e trabalharem conjunto é a

vitória"

Henry Ford

No ato em que tu ergues a bandeirade um povo que ainda não se findou,mostras, tão muito, a maneiracomo este povo respira na dor.

Defendes, com tua mão, as pedrase, com mais esmero, os ciscos do chão,porque tudo são pertences da terraem que nutristes tu e teu irmão.

E quem extrai de qualquer eitoesta garrida vontade de mudança,tão igual a ti, será eleitopara reduzir os nós da infâmia.

Tanto sabes que são coisas de sangueo teu grito em comunhão com a liberdade.Será por isso que zelas cada instantecomo as chaves difíceis da eternidade?

Frente à vil sujeira do caminho,tua marcha convida o grande povoa desfilar, audaz, contra o inimigo.

E nas ruas e praças passam todos,jovens e pais, senhores e filhos,a bradar por liberdade em estribilho,pela conquista triunfal de um tempo novo.

Assim, tu lutas, exercendo milagres reaise possíveis na vontade comum dos homens,cujo sentido são as inspirações naturaisde uma força que iguais todos consomem.

Verter a morte em vida é um dom materialque está nas guerrilhas gerais do anti-mundodo mártir ainda vivo, embora já imortalnas asas do seu povo dissoluto. .::

Coitado do povo brasileiro, quando, no plebiscitode 21 de abril de 1993, consultado, decidiu manter aRepública Presidencialista como sistema de governo.De lá pra cá, tendo a liberdade de votar, mesmo as-sim na maioria das vezes escolhemos os represen-tantes errados para os governos.

Desde então, o que o Estado, astuto, matreiro, ob-servador, que sempre se antecipa aos clamores po-pulares, fez em favor da Nação? Como o povo,notadamente carente de educação e cultura, saberá oque é “matéria de acentuada relevância”?

Para que proposição, aprovação, calendário, cam-panha, votação e legislação, para então o CongressoNacional elaborar uma leizinha ou um atozinho, quecertamente terá “mudancinhas” catastróficas na ideiaoriginal que, infelizmente, não é oriunda da popula-ção? O povo terá que pedir outro plebiscito paramudar novamente esta lei ainda nas fraldas? Alémdo mais, há tanta lei para ser criada, tanta lei pra sermudada, que um plebiscito ou um referendo é ni-nharia.

Se é o Congresso Nacional, através do Artigo 49ºda Carta Magna, que decide se uma medida de inte-resse nacional deve ser submetida a um plebiscito oureferendo, se é o Congresso Nacional que convoca aconsulta e que enumera as perguntas que serão reali-zadas, então qual o poder da Dilma Rousseff nestasquestões, se ela pode sugerir um plebiscito, mas sódeputados e senadores podem aprová-lo?

Vejam que o povo não está propondo mudanças,que o Estado decide o que fazer, como fazer, enu-merando o que será mais adequado para ele Estadoe não para a população. Esta votará nas propostas dogoverno e não dela.

É quase certo que, quando as leis chegarem paraconsulta popular, elas já terão sido aprovadas peloCongresso Nacional, o que transforma antecipada-mente o plebiscito em referendo. E as leis, cujos tex-tos só podem ser interpretados por pouquíssimaspessoas (até a maioria dos políticos não são capazesdesta proeza), já estarão, desta forma, aprovadas an-

tes do plebiscito.

Quem pode dizer que o Estatuto do Desarma-mento de 2005, que já havia sido aprovado na Câ-mara dos Deputados e no Senado, foi algograndioso, transformador? As pessoas continuamsendo mortas na mesma ou maior proporção assal-tadas nas ruas, nos ônibus, nas lojas, nas casas. Faltarealmente uma Lei que seja aplicada e cumpridanestes casos.

Em outras épocas e em outros países, comoFrança e Estados Unidos, por exemplo, leis eramimplantadas por imposição do povo, que se revoltavafortemente contra os governos, contra as ações ab-surdas dos governantes. Estas revoltas iam ganhandomais volume e maior força e a população, mesmocom grandes baixas, não recuava, obrigando os Es-tados a retrocederem e promoverem as mudanças.

No Brasil sempre foi diferente. A Proclamação daRepública foi um levante político-militar que derru-bou a Monarquia. Cadê a participação popular? ALei Áurea foi assinada pela Princesa Isabel, mas semqualquer pressão do povo, nem mesmo dos escravosnegros. Nunca houve algo realmente grandioso etransformador na história do país que fosse provo-cado pelo movimento popular.

O que precisa ser feito é uma mudança na Consti-tuição. Não pode? Apenas porque os políticos dizemque não se pode mexer na Constituição? Como não?Basta querer. Pois somente plebiscito ou referendonão adiantam. Um detalhe ou outro de uma leizinhaou outra, uma nova leizinha que não trará grandesbenefícios senão para os próprios políticos, de queservirão?

Há questões maiores cujas soluções dependem degrandes alterações e de novas e fortes leis, que, nasua criação, esbarrarão em tantas entrelinhas destaantiga Constituição que jamais sairão do papel.

Como a Constituição, cuja maior parte só existeali, naquele calhamaço, roncando, dormindo, hiber-nando, apodrecendo inútil, infrutífera, exatamentecomo a política brasileira. .::

Por: Remisson Aniceto

PLEBISCITO OU REFERENDO?COITADO DO POVO BRASILEIRO...

Por: Tiago Henrique

Canção para um rebelde

a Fernando P. Cardoso

Saiba: blogduoxe.blogspot.comSiga: @informativo_oxeCurta: Produtora Ôxe!

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Gostaria, eu, de aprender beijarpensei tudo, desse prazer, manjar,O primeiro beijo que percebifoi de minha mãe que recebi,Mamãe, para me beijar, esperou um tempinhoela dizia que eu não podia contrair sapinho,Ganhei beijinhos, na bochecha, com gostoa maioria, estalados, no rosto,Sempre levei beijos-de-tabelaaté hoje levo beijos de mulheres belas,Beijado, fui, mas, não beijeiquando criança, beijar, não desejei,Depois cresci e gostei dos estalinhosdas beijocas e dos selinhos,Mas ainda não aprendi beijar certocomo o beijoqueiro nato ainda acerto,Não como àquele malucoque beija os astros por lucro,Ele é beijador desencanadosurpreende os famosos com o beijo-danado,Desafia seguranças debaixo dum cabocloao objetivo, lasca o beijo-louco,Passa dias à ocularpara a, seleta, vítima oscular,O célebre beijoqueiro deixa muitos trôpegosao dar, nos artistas, o beijo-sôfrego,Nos braços da polícia o vívido homem-longevoda viatura, joga beijos de longe,Não consigo beijar de boca coladaa nêga me beijou de boca calada,Quando, por ela, fui beijadonotei que fui manejado,Para as outras, beijou-me esnobecom olhos fechados, uma boa manobra,Conquisto beijos por MSN e por pensamentofora os que ganho pessoalmente,Muitos levam vida lascíviabeijam, de língua, o demorado beijo-lascivo,Muita gente desistiu de beijar demaisdeviam ver que o beijo veio dos animais,O homem descobriu que o beijo não é recente

evoluiu depois do beijo inocente,Na astrologia a natureza do beijara influência, através do signo, a boca à almejar,Aries e Leão aplicam o beijo ardenteCapricórnio vai esquentando lentamente,Touro prolonga; Escorpião o apaixonadoAquário o criativo; Virgem o calculado,Gêmeos o rápido; Libra o desinibidoCâncer o meigo; Peixes o gostoso; Sagitário o

decidido,Todo estilo de beijar estudeime vacinar, dos teus, não deu,A beijar ensinei estagiários desde o aprendiztodavia, dos teus, me livrar não aprendi. . . .::

Por: Régis Andrade

Contra Tempo

Em dias difíceis para sonharHabitei o esconderijo das sombrasEstive com poetasMe fiz pensadoraHabitei as nuvens, os vazios, os espaços. . .Nestes dias,A morte falavaE eu atarraxava os fones nos ouvidosFingindo que lá ela não estava.Difíceis dias para sonhar,Quando quem falava, acredite, era mamãeQue eu não devia tentar.E eu gritava, porque não queria acreditar, não queria

escutar.Caminhei descalça em chão de estrelasEm chão de terra, chão de pedrasVejo muitos mencionarem a mudança,Menos ainda, os que querem fazer parte delaOuço vozes, ouço gritosDe uma revolução que não sai da panela.Um presente me veio após o sonho,Aberto o laço e descubro:É o hoje.Ele é lindo para os que apreciam,E selvagem para os que o encaram.Enxergá-lo com as lentes da periferiaÉ reinventá-lo dia-a-dia.O cotidiano é nocivo.Atenção é redobradaAs cores apontam ao perigo.Mais um dia, e sou a bússola de meus filhosEu dou o norte e eles sabem encontrar o sul.Eu sou resistênciaE eles compõem minha existência.Mas um dia e todo o meu respeitoAos que somam e aos que representam a Resiliência.Transformar esperanças em possibilidadesMato angústias entre pernilongos.Transformar sonhos em realidade.Eu digo, os dias são duros.Mas, só dizê-lo não dará condição de vencê-lo.Eu me recuso calar, eu me recuso ser massa,Recuso-me ser eu mesma, se quiser ser outra.Recuso-me ser um espírito de dor, sem identidade, que vem

e que passa.Pisando duro, sigo em marcha.Meus pés tem a dureza do chão que pisoMinhas costas se curvam às toneladas dos meus sonhosE eu não curvo minhas ideias pra qualquer risoOs dias são duros para os sonhadoresE, eu não os desperdiço,Eles me fazem crer em mim mesmaCrer num potencial que está além do euDe pedras, areias, estrelas esse chão é meu,E de todas e todos que marcham.Com destinos em comum.Trocam ideias, dividem essências.Não ouse pensar que são mais um.

Dos que resistem, existem e insistem todos somos um. .::

Eu vi tristeza em seu rostoquando soube que ele não viriaspra você foi dolorosopra ele a dor o impediu.¨Nem tudo na vida é como a gente quersempre há, seus contratemposentão aproveitem quando juntos estiverem;todos os bons momentos .̈

A distância carnal é dolorosaanestesiar é encurtar com pensamentosQue produz sua imagem de forma realtentando amenizar o sofrimento.

Veja só o retratar dessa vidaE a forma que você retratouO enfocar da vida tem muita nitidezO que você focou?você ainda não revelou. . . .::

Por: Messias SilvaDuros dias para Sonhar

Por: Pamela Gabrielle

PRECISO APRENDER BEIJAR

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6Agosto / 201 3

::.BettoSouza

Estamos diante da presença ilustre dorepresentante maior da Igreja Católica ApostólicaRomana aqui no País das Maravilhas (BRASIL).Diante de um acontecimento que as autoridadesentendem como Evento Histórico me coloco àdisposição para fazer análises e me fazer algumasperguntas, embora não terei respostas.

Muito bom o Papa e sua delegação cristã vir aoBrasil fazer peregrinação, visitar alguns órgãospúblicos e incentivar crianças a ter bonscomportamentos e sempre estar nos caminhos doSenhor. O que realmente me incomoda é saber queuma simples visita gasta tanto dinheiro, e que essedinheiro vem das economias e arrecadação que oGoverno faz nas cobranças de impostos quesabemos que aqui no Brasil são um absurdo osvalores.

E que esse dinheiro cobrado tem que serobrigatoriamente convertido em serviços públicoscomo habitação, transporte, saúde, educação, etc.Embora saibam que as devidas condições quepassamos com os atendimentos públicos por parte

governamental em todos os seguimentos; comopode desembolsar 18 milhões de reais numarecepção tão calorosa sabendo que passamos pornecessidades públicas aqui no país das maravilhas?

Sem contar que acabamos de passar por umenorme assalto nos cofres públicos para realizaçãode um campeonato futebolístico que a FIFAproduziu e vai produzir nos próximos períodos!

Imagina só o quanto esses 18 milhões de reaispoderiam nos adiantar se fossem gastos nas SantasCasas que estão agonizando nas inúmerasperiferias espalhadas na cidade de São Paulo?

E faço uma pergunta:

Porque uma pessoa como o Papa que é tãoquerida pela população precisaria de tantasegurança policial para desfilar nas ruas do Rio deJaneiro? Será que ele não está fazendo o papeldele? Ou a igreja já não está sendo tão aceita poruma boa parte de seus seguidores? Estão seesquecendo das cartilhas a serem seguidas.Cêtámaluco. .::

PPoorr:: SSiiddnneeyy SSaannttooss

VViissii ttaa ppaappaall

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imagem: Tânia Rêgo/ABr - ebc. com.br

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