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OS PERÍODOS DA FILOSOFIA GREGA 3ª aula Karina Oliveira Bezerra Unidade 1: Capitulo 03 Unidade 8: Capítulo 05 p.436-440

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OS PERÍODOS DA FILOSOFIA GREGA

3ª aula

Karina Oliveira Bezerra

Unidade 1: Capitulo 03

Unidade 8: Capítulo 05 p.436-440

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PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICO OU COSMOLÓGICO

Os principais filósofos pré-socráticos foram: Tales de Mileto e

Pitágoras de Samos.

As principais características da cosmologia são:

Physis (o elemento primordial eterno) O fundo eterno, perene, imortal

e imperecível de onde tudo brota e para onde tudo retorna

É uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem

e transformação da Natureza, da qual os seres humanos

fazem parte, de modo que, ao explicar a Natureza, a Filosofia

também explica a origem e as mudanças dos seres humanos.

Não existe criação do mundo, isto

é, nega que o mundo tenha

surgido do nada (como é o caso,

por exemplo, na religião judaico-

cristã, na qual Deus cria o mundo

do nada). Por isso diz: “Nada

vem do nada e nada volta ao

nada”.

Isto significa: a) que o mundo, ou a

Natureza, é eterno;

b) que no mundo, ou na Natureza, tudo

se transforma em outra coisa sem

jamais desaparecer, embora a forma

particular que uma coisa possua

desapareça com ela, mas não sua

matéria.

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OS DIFERENTES FILÓSOFOS ESCOLHERAM

DIFERENTES PHYSIS.

Isto é, cada filósofo encontrou motivos e razões paradizer qual era o princípio eterno e imutável que está naorigem da Natureza e de suas transformações.

Tales dizia que o princípio era a água ou o úmido;

Anaximandro considerava que era o ilimitado sem

qualidades definidas;

Anaxímenes, que era o ar ou o frio;

Heráclito afirmou que era o fogo;

Leucipo e Demócrito disseram que eram os átomos.

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QUESTÃO 01

A cosmologia é a parte da filosofia, que estuda o

mundo, a natureza, dialogando com a parte da

metafísica, que se ocupa da essência da matéria.

Acerca deste conhecimento, podemos associá-lo

A) à chamada Epistemologia pós-moderna.

B) à atuação filosófica dos pré-socráticos.

C) ao mito da caverna de Platão.

D) aos estudos de Foucault sobre a sexualidade

ocidental.

E) ao estudo desenvolvido por Spinoza sobre a

metafísica.

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QUESTÃO 02 O período pré-socrático é o ponto inicial das reflexões filosóficas. Suas

discussões se prendem a Cosmologia, sendo a determinação da physis

(princípio eterno e imutável que se encontra na origem da natureza e de

suas transformações) ponto crucial de toda formulação filosófica. Em tal

contexto, Leucipo e Demócrito afirmam ser a realidade percebida pelos

sentidos ilusória. Eles defendem que os sentidos apenas capturam uma

realidade superficial, mutável e transitória que acreditamos ser

verdadeira. Mesmo que os sentidos apreendam “as mutações das

coisas, no fundo, os elementos primordiais que constituem essa

realidade jamais se alteram.” Assim, a realidade é uma coisa e o real

outra.

Para Leucipo e Demócrito a physis é composta:

a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o quente e o frio.

b) pela água.

c) pelo fogo.

d) pelo ilimitado.

e) pelos átomos.

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QUESTÃO 03 Mario Quintana, no poema “As coisas”, traduziu o sentimento comum

dos primeiros filósofos da seguinte maneira: “O encanto sobrenatural

que há nas coisas da Natureza! [...] se nelas algo te dá encanto ou

medo, não me digas que seja feia ou má, é, acaso, singular”. Os

primeiros filósofos da antiguidade clássica grega se preocupavam

com:

a) Cosmologia, estudando a origem do Cosmos,

contrapondo a tradição mitológica das narrativas

cosmogônicas e teogônicas.

b) Política, discutindo as formas de organização da polis e

estabelecendo as regras da democracia.

c) Ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores e da vida

virtuosa.

d) Epistemologia, procurando estabelecer as origens e

limites do conhecimento verdadeiro.

e) Ontologia, construindo uma teoria do ser e do substrato

da realidade.

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MAPA DA GRÉCIA E DE SUAS COLÔNIAS,

IDENTIFICANDO OS LOCAIS DE ORIGEM DOS FILÓSOFOS

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PERÍODO SOCRÁTICO OU ANTROPOLÓGICO

Século de Péricles: É a época de maior florescimento da

democracia.

Garantia a todos a participação no governo, e os que dele

participavam tinham o direito de exprimir, discutir e defender

em público suas opiniões sobre as decisões que a cidade

deveria tomar.

Ora, para conseguir que a sua opinião fosse aceita nas

assembleias, o cidadão precisava saber falar e ser capaz de

persuadir. Com isso, uma mudança profunda vai ocorrer na

educação grega.

Assim, a nova educação estabelece como padrão ideal a

formação do bom orador, isto é, aquele que saiba falar em

público e persuadir os outros na política.

Para dar aos jovens essa educação, substituindo a educação

antiga dos poetas, surgiram, na Grécia, os sofistas, que são

os primeiros filósofos do período socrático.

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Diziam que os ensinamentos dos filósofos

cosmologistas estavam repletos de erros e

contradições e que não tinham utilidade

para a vida da polis.

"O homem é a medida de todas as

coisas". Protágoras

Argumentavam, por exemplo, que as

práticas culturais existiam em função de

convenções ou "nomos", e que a

moralidade ou imoralidade de um ato não

poderia ser julgada fora do contexto

cultural em que aquele ocorreu.

PERÍODO SOCRÁTICO OU ANTROPOLÓGICO:

SOFISTAS

Os sofistas ensinavam técnicas de persuasão para os jovens, que aprendiam

a defender a posição ou opinião A, depois a posição ou opinião contrária,

não-A, de modo que, numa assembléia, soubessem ter fortes argumentos a

favor ou contra uma opinião e ganhassem a discussão.

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QUESTÃO 01

Os sofistas, mestres da retórica e da oratória,

opunham-se aos pressupostos de que as leis e os

costumes sociais eram de caráter divino e

universal.

Deu-se assim, entre eles, o:

A) naturalismo.

B) relativismo.

C) ceticismo filosófico.

D) cientificismo.

E) racionalismo.

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QUESTÃO 02

Pode-se dizer que o conjunto das ideias sofistas (tal como

apresentado por Platão) se opõe ao propósito teórico dos pré-

socráticos no tocante a que:

A) os sofistas não defendem a possibilidade de verdades

universais e os pré-socráticos buscam o princípio de todas as

coisas.

B) os sofistas especulam sobre a origem de todas as coisas e

os pré-socráticos admitem a possibilidade da verdade.

C) os sofistas investigam o nomos buscando saber por que

tudo é como é e os pré-socráticos voltam-se para a physis

ocupando-se com saber como o princípio perpassa o múltiplo.

D) os sofistas entendem que a linguagem representa a

realidade e os pré-socráticos buscam as regras da linguagem.

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PERÍODO SOCRÁTICO OU ANTROPOLÓGICO:

SÓCRATES

O filósofo Sócrates, considerado o patrono da Filosofia, rebelou-se

contra os sofistas, dizendo que não eram filósofos, pois não tinham amor

pela sabedoria nem respeito pela verdade, defendendo qualquer ideia,

se isso fosse vantajoso. Corrompiam o espírito dos jovens, pois faziam o

erro e a mentira valer tanto quanto a verdade.

Propunha que, antes de querer conhecer a Natureza

(cosmológicos) e antes de querer persuadir os outros

(sofistas), cada um deveria, primeiro e antes de tudo,

conhecer-se a si mesmo. A expressão

que estava gravada no pórtico do templo de Apolo,

patrono grego da sabedoria, tornou-se a divisa de Sócrates.

Por fazer do autoconhecimento ou do conhecimento que os homens têm

de si mesmos a condição de todos os outros conhecimentos verdadeiros,

é que se diz que o período socrático é antropológico, isto é, voltado para

o conhecimento do homem, particularmente de seu espírito e de sua

capacidade para conhecer a verdade.

Conhece-te a ti

mesmo”

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PERÍODO SOCRÁTICO OU ANTROPOLÓGICO:

SÓCRATES

Sócrates perguntava aos atenienses, fossem jovens ou velhos, o que eram

os valores nos quais acreditavam e que respeitavam ao agir.

Sócrates: O que é a coragem? O que é a justiça?

Atenienses: São virtudes.

Sócrates: O que é a virtude?

Atenienses: É agir em conformidade com o bem.

Atenienses: O que é o bem?

Atenienses respondiam sem pensar no que diziam. Repetiam o que lhes fora

ensinado desde a infância.

Por vezes davam respostas diferentes e contraditórias.

E depois de um tempo ou Zangava-se e ia embora irritado, ou reconhecia

que não sabia o que imaginava saber.

Por que ficavam embaraçados?

Confundiam fatos e valores, pois ignoravam as causas ou razões por

que valorizavam certas coisas, certas pessoas ou certas ações e

desprezavam outras.

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PERÍODO SOCRÁTICO OU ANTROPOLÓGICO:

SÓCRATES

Maiêutica: Ironia e dialética.

“Eu também não sei, por isso estou perguntando”.

Donde a famosa expressão atribuída a ele:

A consciência da própria ignorância é o começo

da Filosofia.

O que procurava Sócrates? Procurava a definição daquilo

que uma coisa, uma ideia, um valor é verdadeiramente.

Procurava a essência verdadeira da coisa, da idéia, do

valor.

Procurava o conceito e não a mera opinião que temos de

nós mesmos, das coisas, das ideias e dos valores

“Sei que nada

sei”.

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PERÍODO SOCRÁTICO OU ANTROPOLÓGICO:

SÓCRATES Qual é o fundamento racional daquilo que você fala e pensa?

Ora, as perguntas de Sócrates se referiam a idéias, valores, práticas e

comportamentos que os atenienses julgavam certos e verdadeiros em si

mesmos e por si mesmos. Ao fazer suas perguntas e suscitar dúvidas,

Sócrates os fazia pensar não só sobre si mesmos, mas também sobre a

polis.

Aquilo que parecia evidente acabava sendo percebido como duvidoso e

incerto.

Sabemos que os poderosos têm medo do pensamento, pois o poder é mais

forte se ninguém pensar, se todo

mundo aceitar as coisas como elas são

ou melhor,como nos dizem e nos fazem

acreditar que elas são.

Sócrates foi acusado de desrespeitar

os deuses, corromper os jovens e violar

as leis. E foi brigado a suicidar-se.

Filme: O mundo de Sofia

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PERÍODO SOCRÁTICO OU ANTROPOLÓGICO:

SÓCRATES: ÉTICA OU FILOSOFIA MORAL

Toda cultura e cada sociedade institui uma moral.

Culturas e sociedades fortemente hierarquizadas podem possuir várias morais.

A existência da moral não significa a presença explícita de uma ética.

Entendida como filosofia

moral, a ética é uma reflexão

que discute, problematiza e

interpreta o significado dos

valores morais.

No Ocidente a ética surgiu

com Sócrates.

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PERÍODO SOCRÁTICO OU ANTROPOLÓGICO:

SÓCRATES:ÉTICA OU FILOSOFIA MORAL

Somos formados pelos costumes de nossa sociedade, que nos educa para respeitarmos e reproduzirmos os valores propostos por ela como bons e, portanto, como obrigações e deveres.

Dessa maneira, valores e maneiras parecem existir por si e em si mesmos, parecem ser naturais e intemporais, fatos ou dados com os quais nos relacionamos desde o nosso nascimento: somos recompensados quando os seguimos (respeitamos), punidosquando os transgredimos.

Qual o sentido dos costumes?

Quais as disposições de caráter (senso e consciência moral)?

Os costumes correspondem efetivamente a virtude e ao bem?

A pessoa tem consciência do significado e finalidade de suas ações?

É sujeito ético moral somente aquele que sabe o que faz, conhece as causas e os fins de sua ação, o significado de suas intenções e de suas atitudes e a essência dos valores morais.

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QUESTÃO 01

Sócrates era um cidadão comum de Atenas, até o oráculo de

Delfos indicar que ele era o homem mais sábio de seu tempo.

A partir daí, ele tomou como missão a Maiêutica, que

significava a “arte de trazer à luz” (“parto das ideias”), através

de longas conversas com interlocutores de todas as classes

sociais. O QUE SIGNIFICAVA ESSA ARTE?

A) Sócrates, que também era médico, auxiliava nos partos de

Atenas.

B) A luz do pensamento de Sócrates ofuscava todo o

conhecimento da outra pessoa.

C) Nenhuma das anteriores está correta.

D) Através do diálogo promovido por Sócrates, a pessoa

podia formular suas ideias e pensamentos.

E) A luz indicava que a pessoa não precisava se esforçar

para adquirir conhecimento.

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INTERPRETE ESSAS TIRINHAS

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PERÍODO SOCRÁTICO OU ANTROPOLÓGICO:

PLATÃO

O alegoria da caverna

Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração

após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus

pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer

sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para frente, não podendo girar

a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite

que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-

obscuridade, enxergar o que se passa no interior.

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A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa.

Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho

ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a

parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-

palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de

seres humanos, animais e todas as coisas.

Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os

prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das

estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas,

nem os homens que as transportam.

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Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras

vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras,

nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há

outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber

que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que

toda luminosidade possível é a que reina na caverna.

Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos,

a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de

imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e,

deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.

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Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na

verdade é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois,

acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as

estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas,

descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de

imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e

que somente agora está contemplando a própria realidade.

Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna,

ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e

tentaria libertá-los.

Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam

dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem

silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se

mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair

da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns

poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem

sair da caverna rumo à realidade.

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O que é a caverna? O mundo em que vivemos.

Que são as sombras das estatuetas? As coisas materiais e sensoriais que

percebemos.

Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo.

O que é a luz exterior do sol? A luz da verdade.

O que é o mundo exterior? O mundo das ideias verdadeiras ou da

verdadeira realidade.

o Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os

outros prisioneiros? A dialética (caminho entre as ideias)

o O que é a visão do mundo real iluminado? A Filosofia.

o Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam o filósofo? Porque

imaginam que o mundo sensível é o mundo real e o único verdadeiro.

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TEORIA DAS IDEIAS E JUSTIÇA

O processo de conhecimento se desenvolve por meio

da passagem progressiva do mundo das sombras e

aparências (impressões ou sensações e opinião

(doxa) para o mundo das ideias e essências.

https://www.youtube.com/watch?v=YlREcUSztSE

Então a opinião se forma no mundo apresentado pelos

sentidos, enquanto o conhecimento é de um mundo

eterno; a opinião, por exemplo, trata de coisas belas

determinadas; o conhecimento ocupa-se da beleza em

si.

No seu livro A república, imaginou uma sociedade ideal,

governada por reis-filósofos. Seriam pessoas capazes de atingir

o mais alto conhecimento do mundo das ideias, que consiste

na ideia do bem.

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QUESTÃO 01

Platão é apontado como o grande discípulo de

Sócrates, do qual fez uma defesa pública no

processo movido contra ele pela aristocracia

ateniense. A obra de Platão que nos apresenta

a essa situação é

A) Diálogos.

B) O Banquete.

C) Ética.

D) Apologia de Sócrates.

E) A Política.

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QUESTÃO 02

A opinião (doxa), no pensamento de Platão

representa um saber sem fundamentação

metódica. É um saber que possui sua origem:

a) Nos mitos religiosos, lendas e poemas;

b) Nas imprevisões e nas sensações das coisas

sensíveis;

c) No discurso dos sofistas na época da

democracia ateniense;

d) Num saber eclético, provenientes do

pensamento de alguns filósofos.

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PERÍODO SISTEMÁTICO:

ARISTÓTELES

Se devemos a Sócrates o início da filosofia

moral, devemos a Aristóteles a distinção entre

saber teorético e saber prático.

O saber teorético: é o conhecimento

de seres e fatos que existem e agem independentemente de

nós e sem nossa intervenção ou interferência. Temos

conhecimento teorético da Natureza. Ex: física, biologia,

meteorologia, matemáticas, astronomia.

O saber prático é o conhecimento daquilo que só existe

como consequência de nossa ação e, portanto, depende de

nós. Ex: Ética e política.

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PERÍODO SISTEMÁTICO:

ARISTÓTELES : ÉTICA OU FILOSOFIA MORAL

Aristóteles definiu: campo das ações éticas.

Estas pertencem àquela esfera da realidade na qual cabem a deliberação e a decisão ou escolha.

Natureza (necessário) x Possível

Aristóteles acrescenta à consciência moral, trazida por Sócrates, a vontade guiada pela razão como o outro elemento fundamental da vida ética.

Virtude da prudência: prudente é aquele que, em todas as situações, é capaz de julgar e avaliar qual a atitude e qual a ação que melhor realizarão a finalidade ética, ou seja, entre as várias escolhas possíveis, qual a mais adequada para que o agente seja virtuoso e realize o que é bom para si e para os outros.

O sujeito ético ou moral não se submete

aos acasos da sorte, à vontade e aos desejos de um outro, à tirania das paixões, mas obedece

apenas à sua consciência – que conhece o bem e as virtudes – e à sua vontade

racional – que conhece os meios adequados para chegar aos fins morais. A

busca do bem e da felicidade são a essência da vida ética.

A ética, portanto, era concebida como educação do caráter do sujeito moral para dominar

racionalmente impulsos, apetites e desejos, para orientar a vontade rumo ao bem e à felicidade, e

para formá-lo como membro da coletividade sociopolítica. Sua finalidade era a harmonia

entre o caráter do sujeito virtuoso e os valores coletivos, que também deveriam ser virtuosos.

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PERÍODO SISTEMÁTICO:

ARISTÓTELES : HISTÓRIA E VIRTUDES

Um vício é um sentimento ou uma conduta excessivos, ou, ao contrário, deficientes; uma virtude um sentimento ou uma conduta moderados.

Virtude Vício por excesso Vício por deficiência

Coragem Temeridade Covardia

Prodigalidade Esbanjamento Avareza

Respeito próprio Vaidade Modéstia

Veracidade Orgulho Descrédito próprio

Prudência Ambição Moleza

Amizade Condescendência Enfado

Justa indignação Inveja Malevolência

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