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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA OS DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE NA ATUALIDADE Maria Janete Nogueira Silva MARTINS - RN 2016

OS DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE NA ATUALIDADE · que os problemas da educação – que refletem no dia a dia das escolas – são sociais, portanto ao invés de apenas propor mudanças

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA

OS DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE NA ATUALIDADE

Maria Janete Nogueira Silva

MARTINS - RN

2016

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Maria Janete Nogueira Silva

OS DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE NA ATUALIDADE

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia, na modalidade à distância, do Centro de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação do professor Ms. Hélder Pacheco de Medeiros.

MARTINS - RN

2016

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OS DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE NA ATUALIDADE

Por

Maria Janete Nogueira Silva

Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia, na modalidade à distância, do Centro de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Ms. Hélder Pacheco de Medeiros (Orientador)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________________

Profª. Antônia Costa de Andrade

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________________________________

Profª. Hiltnar Silva Muniz Rochael

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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OS DESAFIOS DA PRÁTICA DOCENTE NA ATUALIDADE

SILVA, Maria Janete Nogueira1

MEDEIROS, Helder Pacheco2

RESUMO Uma reflexão atual sobre a prática docente traz a tona uma série de desafios que os professores precisam superar para promover uma educação de qualidade. O estudo realizado nesse artigo objetiva elencar e discutir os principais desafios impostos atualmente à prática docente, analisando quais desses desafios estão presentes no dia a dia dos professores dos anos iniciais de duas escolas do município de Martins, Rio Grande do Norte: o Centro Educacional Raimunda Barreto e a Escola Estadual Almino Afonso. Para desempenhá-lo, realizou-se uma revisão bibliográfica de estudos já realizados que abordam essa temática, elaborando assim um referencial teórico capaz de fundamentar o estudo realizar. Logo após realizou-se uma série de entrevistas com os cinco professores dos anos iniciais que lecionam nas escolas acima descritas. Os resultados alcançados mostram que os professores do município de Martins encontram desafios semelhantes aos encontrados pelos demais professores brasileiros: desvalorização da profissão, indisciplina dos alunos, superlotação das salas de aula, ausência da família na escola, dentre outros. Porém, tais professores buscam sempre estratégias para superar tais desafios e ofertar sempre a melhor educação possível para as crianças do município de Martins. PALAVRAS-CHAVE: Docência. Educação. Desafios. ABSTRACT A current reflection on teaching practice brings up a series of challenges that teachers need to overcome in order to promote quality education. The study carried out in this article aims to present and discuss the main challenges currently faced by teachers, analyzing which of these challenges are present in the daily life of teachers from the initial years of two schools in the municipality of Martins, Rio Grande do Norte: Raimunda Educational Center Barreto and the Almino Afonso State School. To perform it, a bibliographical review of studies already carried out that approached this theme was carried out, thus elaborating a theoretical framework capable of supporting the study. Soon after a series of interviews with the five professors of the initial years that they taught in the schools described above were realized. The results show that teachers in the city of Martins find challenges similar to those found by other Brazilian teachers: devaluation of the profession, lack of discipline of students, overcrowding of classrooms, absence of family in school, among others. However, such teachers always seek strategies to overcome such challenges and always offer the best possible education for the children of the municipality of Martins.

1 Graduanda do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Email:

[email protected] 2 Mestre e Professor da Escola de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Professor Orientador do Curso de Pedagogia EAD – UFRN. E-mail: [email protected]

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KEYWORDS: Teaching. Education. Challenges.

INTRODUÇÃO

Quando nos propomos a refletir sobre a função do docente na sociedade

moderna, nos deparamos com inúmeros obstáculos impostos a sua prática

pedagógica. O novo contexto educativo tem exigido do professor novas

competências, habilidades e atitudes, especialmente nos anos iniciais da educação

básica.

Prado et al (2013) destaca que, nesse cenário, o docente necessita ir além,

ultrapassando uma fundamentação técnica e fragmentada, para agir em situações

novas e problemáticas, que conduzam as ações decisórias e a capacidade de

iniciativa, através de uma postura flexível, permeada por uma visão sistêmica e

estratégica.

Essas novas situações representam desafios para a prática docente. Prova

disso é que, no dia a dia do professor, surgem contratempos capazes de prejudicar

a construção de conhecimentos, bem como o processo de ensino-aprendizagem. O

espaço, o mobiliário, os materiais didáticos, a indisciplina dos alunos, a falta de

planejamento e a ausência da família na escola são alguns dos fatores presentes

nos atuais contextos escolares que criam desafios para os docentes.

Diante desse cenário, realizou-se uma pesquisa com os professores dos anos

iniciais de algumas escolas do município de Martins, Rio Grande do Norte, que se

propôs a conhecer quais são os principais desafios enfrentados por eles ao

desempenharem sua prática pedagógica.

Discutir tais enfrentamentos se fez importante e necessário, tendo em vista o

constante surgimento de novas situações problema para os docentes solucionarem

e superarem.

O objetivo principal desse estudo foi elencar e discutir os principais desafios

impostos atualmente à prática docente, analisando quais desses desafios estão

presentes no dia a dia dos professores dos anos iniciais de duas escolas do

município de Martins, Rio Grande do Norte: o Centro Educacional Raimunda Barreto

e a Escola Estadual Almino Afonso.

Além do objetivo central, desejou-se ainda entender a visão dos professores

no que se refere ao papel que a escola, a família e o governo exercem nesse

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cenário dificultoso; entender como os professores buscam agir quando se deparam

com alguma situação problemática; e traçar um paralelo entre a educação de hoje e

a educação ofertada no passado.

Para alcançar esse objetivo, foi realizado inicialmente um levantamento

bibliográfico, analisando artigos, revistas, livros e periódicos que tratam sobre o tema

escutado. Em seguida, foi realizada uma série de entrevistas com cinco professores,

constante de questões que serão capazes de sanar as dúvidas apontadas nos

objetivos gerais e específicos.

Encerrada a pesquisa, os resultados foram capazes de responder a seguinte

problemática: quais os principais desafios encontrados pelos professores de seres

iniciais que atuam nas escolas do município de Martins/RN?

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O PAPEL DA ESCOLA NO CONTEXTO ATUAL

A sociedade pós-moderna trás por marcas avanços de todos os tipos. Seja na

comunicação e na informática, seja nas transformações tecnológicas e científicas, o

avanço tem chegado cada vez mais rápido, e assim sendo, tem exigido da

sociedade uma capacidade muito maior de adaptação. Sendo a escola o centro de

formação de tal sociedade, esse avanço não poderia deixar de afetar o seu

cotidiano. De tal modo, é inquestionável o fato de que o papel da escola no contexto

atual tem se modificado.

Oliveira et al (2006, p. 4) destaca que a atitude nesse novo contexto deve ser

de intensificar cada vez mais os investimentos com educação “com o intuito de

enfrentar os desafios e o avanço acelerado da ciência e da tecnologia, da

mundialização, da economia, da transformação dos processos de produção, do

consumismo e do relativismo moral.”

Em um ambiente de mudanças tão tangentes, como este pelo qual passamos,

o objetivo da educação, e assim o sendo também das escolas, precisa ser

repensado. Neste cenário crítico, as escolas precisam propor e dispor uma formação

abrangente, capaz de compreender o ser humano em sua totalidade, envolvendo

não só suas dimensões cognitivas, mas também suas dimensões físicas, sociais e

econômicas. (LIBÂNEO, 2001)

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Há, porém, pensadores que defendem outra vertente. Veiga (2000) afirma

que os problemas da educação – que refletem no dia a dia das escolas – são

sociais, portanto ao invés de apenas propor mudanças para a educação em si, deve-

se buscar realizar mudanças na própria sociedade.

O fundamental, no entanto, é que independente da vertente abraçada, fato é

que o objetivo da educação hoje necessita ser diferente. Não se pode mais pensar

escolas ou educação básica do mesmo modo como se pensava antigamente.

Quanto a esses objetivos, Libâneo (2001, p. 84) propõe a discussão alguns deles,

vendo-os como fundamentais para a estruturação de uma nova educação básica.

São eles:

Preparação para o mundo do trabalho em que a escola se organize para atender às demandas econômicas de emprego; Formação para a cidadania crítica, formando um cidadão-trabalhador capaz de interferir criticamente na realidade para transformá-la; Preparação para a participação social fortalecendo os movimentos sociais com o objetivo de viabilizar o controle público não estatal sobre o Estado; Formação ética que explicita valores e atitudes por meio das atividades escolares, para uma formação quanto a exploração que se mantém o capitalismo contemporâneo.

Diante de tais objetivos, surge portanto a necessidade de uma nova escola,

não podendo esta ser mais apenas um ambiente para transmissão de informações.

É preciso que as escolas transformem-se em locais de análises de mundo, bem

como de formação de críticas frente aos problemas da sociedade. É isso que o

mundo atual exige da educação.

Considerando os professores como agentes que promovem essa educação, é

preciso que eles mudem a sua prática. Essa mudança, infelizmente, tem aparentado

ser o grande desafio atual para a docência. Sobre isso, analisaremos mais a fundo

em seguida.

DOCÊNCIA: O CONTEXTO IDEAL VERSUS A REALIDADE DO TRABALHO

A figura do professor sempre foi entendida como necessária. Ao professor,

coube desde os mais remotos tempos a tarefa de garantir a emancipação pelo

saber, transmitindo conhecimentos e criando ambientes propícios para a

argumentação e para a criação de ideias. Sócrates, famoso pensador grego,

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acreditava ser função do professor persuadir, seduzir as mentes mais jovens,

criando neles uma fome de conhecimento capaz de fazer a sociedade progredir.

No contexto atual, Gauthier e Martineau (1999) ainda defendem a ideia de

Sócrates. Para eles, o professor continua tendo como principal função persuadir o

jovem, despertando nele o desejo de aprender. E essa persuasão vai além da

técnica, sendo também um trabalho emocional. Cabe ao professor ouvir seu aluno,

estimulá-lo a dialogar e a utilizar o seu raciocínio para construir o seu saber. É nesse

ponto que a prática docente começa a encontrar dificuldades.

A prática docente sofreu influência durante a história. Uma dessas influências

merece um destaque especial: o início da modernidade. Como é de saber comum, o

período da modernidade foi marcado pelo surgimento das fábricas. Estas passaram

a exigir uma prática de ensino mais especifica. Era necessário que, ao terminar os

estudos, as pessoas possuíssem um currículo mínino, capaz de preparar os

estudantes para o novo mercado de trabalho. (SAVIANI, 2006)

O autor acredita ter sido nesse período que a ênfase do ensino deixou de ser

exclusivamente a aprendizagem e passou a ser o alcance de pontuações e de

resultados.

De lá para cá, a prática docente tem se afastado cada dia mais do contexto

de sedução defendido por Sócrates. Os professores têm encontrado grandes

dificuldades em sala de aula. Em 1992, Corina Dotti apresentou um estudo que

apontava uma triste realidade para a educação brasileira. Frente a essa realidade, a

autora apontava a necessidade que a sociedade possui de encontrar, como saída,

um culpado para tal situação. Dotti (1992, p. 24) diz que:

De início, projeta-se a culpa sobre a família e o aluno. Mas não para por aí. A procura vai além, chegando a recair sobre o professor e a escola. Nossa categoria [de professores] passa por uma desvalorização. Para a sociedade, somos incompetentes, descompromissados. A culpa está em todos, menos no poder que gera toda essa situação.

É nesse ponto que a classe pedagoga se encontra atualmente. Os

professores sentem-se desvalorizados, desrespeitados. A estrutura de governo não

facilita a prática docente, e assim sendo, prejudica a educação do país.

Para Arroyo (2004), a teoria aprendida na faculdade não prepara os futuros

professores para com o que realmente vão se deparar. Durante o curso, os

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discentes não entram em contato com o real contexto das escolas. Assim sendo, ao

ingressarem nas escolas, esses estudantes se sentem perdidos, pois as imagens

que possuíam da educação e das escolas diferem em muito do que eles têm que

lidar.

A identidade profissional do professor

Comentado o contexto no qual a prática docente está inserida, vale comentar

também o modo como está se dá atualmente a identidade profissional do professor.

Vianna (1999, p. 52) afirma que:

A identidade é um processo de construção histórica reajustada ao longo das diferentes etapas da vida e de acordo com o contexto no qual a pessoa atua. É uma construção que exige constantes negociações entre tempos diversos do sujeito e ambientes ou sistemas nos quais ele está inserido.

O modo como o professor se identifica depende do contexto no qual ele está

inserido. As possibilidades, as problemáticas, os suportes e as obrigações definem a

identidade profissional de um professor. Nesse sentido, Pimenta (2002, p.7)

comenta que:

A identidade profissional do professor se constrói a partir da significação social da profissão. Constrói-se também, pelo significado que cada professor, enquanto ator e autor, confere à atividade docente de situar-se no mundo, de sua história de vida, de suas representações, de seus saberes, de suas angústias e anseios, do sentido que tem em sua vida: o ser professor. Assim, como a partir de sua rede de relações com outros professores, nas escolas, nos sindicatos, e em outros agrupamentos.

Considerando então que a identidade do professor é construída através da

significação social da profissão, podemos afirmar que a construção dessa identidade

passa por momentos difíceis.

Prado et al (2013, p. 6) contextualizam a prática docente em um ambiente

problemático. Dentre as dificuldades do cenário docente, destacam-se “as

dificuldades na interação social com os grupos onde trabalha, a insatisfação com as

condições de trabalho, a desvalorização social e os sentimentos de insegurança em

relação à sua integridade física.”

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Unido a esse cenário estão as políticas públicas para a educação e o próprio

posicionamento do Estado, que por meio de suas práticas acaba criando um cenário

de incerteza para o professor. Sobre esse assunto, os autores continuam

comentando:

As reformas políticas educacionais implantadas pelo Estado elaboradas sem nenhuma participação dos professores cabendo a eles apenas executar, sem direito a refletir e discutir sobre relações que trarão conseqüências diretas para o seu trabalho vêm causando mudanças no cotidiano docente. O fazer do professor, sua autonomia e a identidade docente, que também está intimamente atrelada à instituição escolar, vêm sofrendo com essas decisões políticas da educação.

Embora se propague o contrário, o fato é que o contexto atual é de desafio.

Atualmente, o professor atua mais como “ensinante” do que como educador. O

professor vem perdendo espaço e respeito. Já não possui mais autonomia sobre sua

sala de aula e convive diariamente com a sensação de “mãos atadas”, vendo muito

pouco espaço de manobra. O desejo de inspirar já não é mais correspondido. A

identidade profissional do professor está em crise. As pessoas não desejam mais

serem professores. Ao contrário, se compadecem dos que desenvolvem essa árdua

missão. (ARROYO, 2004)

O ENSINO, O ALUNO E O TRABALHO DO PROFESSOR

A educação é um elemento fundamental para o ser humano, e a sua prática

existe desde muito antes da sua formalização. Como exposto, o papel do educador

remota de tempos antigos, do contexto grego.

Saviani (2013, p. 19) afirma que o papel do educador enquanto pedagogo

está fundamentado na condução ao saber e à cultura. Nesse sentido, a escola

passa a ser a instituição responsável por tal ensino e prática. Para o autor “cabe à

escola a identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos

indivíduos, concomitantemente à descoberta das formas mais adequadas para

atingir este objetivo.”

As ideias de Saviani corroboram com o pensamento já expresso por Paro

(1993). Em sua obra, o autor propaga que a prática pedagógica se expressa como

ação, reflexão e transformação do sujeito que dela participa. Não é estática, mas sim

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passível de mudança e adaptação. O autor quer dizer que a prática pedagógica tem

o poder de se renovar diariamente, no contexto de sala de aula. Nesse sentido ele

escreve:

Nesse processo humano-social, a aula é momento privilegiado de transmissão/assimilação, em que algo permanecerá para além do ato de aprender. A transformação do aluno passa dessa forma pela sua condição não passiva e humana. Ele tem um papel no processo de produção pedagógico e dele participa na condição de produtor e co-produtor. (PARO, 1993, p. 103)

Cabe destacar que essa troca de interação favorece tanto o aluno quanto o

professor. O aluno serve para o professor de reflexo do contexto atual e assim

sendo atua como elemento capaz de nortear o seu trabalho. A interação professor-

aluno permite que o professor aperfeiçoe sua prática, crescendo assim como

profissional. E tal pensamento nunca foi tão atual.

Como mencionado, a realidade de sala de aula é um dos fatores que mais

assusta o professor recém formado. A faculdade prepara os pedagogos para a

teoria, mas a é no contexto de sala que aprendemos a prática. Ter, portanto, a

capacidade de – lidando com o aluno, aprendendo com ele – criar um ambiente

próprio e que, mesmo nas adversidades, é capaz de educar, é um dos desafios

incumbidos aos professores da contemporaneidade.

Ressalta-se porém que a prática pedagógica composta somente de artifícios

não é somente abstratos. Hagemeyer (2004, p. 73) destaca que:

O ensino, como ofício, é um conjunto de tarefas técnico-didáticas, decorrentes do conhecimento científico e de relações humanas estruturadas de determinada maneira na escola. O planejamento individual e coletivo, o contato com pais, participação de comissões, reuniões, elaboração de relatórios e informes escritos etc. engendra um mosaico de atividades que, na vivência de cada profissional, se organiza e ganha significado.

Considera-se aqui que o professor, no exercício de seus atributos, é capaz de

vivenciar ambos os aspectos, e que a sua prática docente será tão mais fácil quanto

for o seu entendimento da importância de ambos os aspectos destacados. O

professor precisa, para alcançar sucesso, dominar tanto a arte de ensinar quanto a

de formar. Ser capaz de enxergar os aspectos intangíveis de seu dia a dia, mas

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também de saber lidar com as técnicas necessárias para realizar de modo

satisfatório o seu trabalho.

Baseado nesse contexto, Sacristán (1999, p. 48) escreveu:

Esclarecer as finalidades assumidas para a escolarização e descobrir como são vivenciadas na prática docente é penetrar nas razões mais profundas da ação da educação formal institucional. Nada, nem o pensamento cientificista e sua especialização fragmentária, é mais importante do que a função para a qual acreditamos que as escolas existem, já que sua razão de ser tem a ver com um projeto cultural e político. Os professores são principalmente agentes culturais e suas posições, aquilo que desenvolvem e acreditam que devem difundir, são determinantes para suas práticas.

Esse comentário mostra que o entendimento da dualidade pedagógica não é

recente, e portanto deve ser dominado para que o dia a dia do docente passe a

enfrentar menos adversidades.

EDUCAÇÃO, SOCIEDADE E A PRÁTICA PEDAGÓGICA

A educação, enquanto ciência social, baseia-se na relação homem/sociedade.

Essa relação é sustentada pelo tripé família-escola-comunidade. Educar uma

criança exige, portanto, o empenho de cada um desses pilares.

A família é o ambiente onde todo o processo se inicia. É no núcleo familiar

que a criança começa a aprender. Aprende a se comunicar, aprende a andar,

começa a entender o que é certo e o que é errado. É dos pais a tarefa de preparar a

criança para o ambiente externo, além da família. Cabe a eles ensiná-las sobre

como se comportar, como lidar com as outras pessoas, como agir de acordo com o

que outras pessoas lhe propõem.

Depois do núcleo familiar, a criança é inserida no ambiente escolar, e neste a

prática não é tão diferente assim. Os professores, iniciando o contato com tais

crianças, são responsáveis por entendê-las, ver o modo como se portam e traçar

assim um perfil da criança. Esse perfil permite que o professor compreenda em que

nível aquela criança se encontra. Fato é que nem sempre os alunos são capazes de

se desenvolver no mesmo nível. Nesse sentido, Santos (2011, p. 4) escreve: “É

preciso compreender que a intervenção pedagógica deve estar associada ao

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nivelamento apresentado por cada discente, a fim de promover não só a

aprendizagem programática, mas o senso crítico dentro da ação formadora.”

A dualidade aprendizagem programática e senso crítico é outro fator que deve

ser compreendido pelas escolas e, assim sendo, pelos professores. Acontece que a

escola, agindo como formadora do aprendizado das crianças, não deve se propor

apenas a transferir conteúdos, mas também a preparar aquela criança, entendendo-

a como cidadã capaz, que necessita compreender o mundo que a cerca. Paulo

Freire, famoso pensador da área pedagógica, sempre deixou claro esse

pensamento. Em sua obra “Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

educativa” (1996, p. 23) ele destaca:

Ensinar, não é simplesmente transferir conteúdos pré-determinados, mas construir novos saberes necessários que representem um conjunto de princípios essenciais para a formação de conduta do indivíduo. É neste sentido que ensinar não é simplesmente transferir conhecimentos e conteúdos. É também ação pela qual um sujeito criado dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado.

O terceiro pilar que influencia a formação educativa de um indivíduo é o seu

meio, ou seja, a sua comunidade. Nela, a educação é construída através das

experiências vivenciadas. Assim o sendo, o processo de aprendizagem já não se

dará através das correntes sociais que exprimem a construção do conhecimento,

mas sim de tudo aquilo que é constituído a partir das necessidades de

sobrevivência. (SANTOS, 2011)

Para obter sucesso, um professor precisa adequar a sua prática respeitando

as influências de cada um desses pilares. Precisa compreender que a criança já

possui conhecimentos prévios, adquiridos tanto no seio da família como no próprio

dia a dia de comunidade, e tais conhecimentos fazem parte do seu mundo, e

influenciam a sua capacidade de aprender.

Para Santos (2011) a valorização desses elementos responsáveis por

construir o saber da criança fora do ambiente escolar é fundamental. Ele acredita, no

entanto, que tal valorização não está ocorrendo da maneira que deveria, e por isso a

prática pedagógica tem enfraquecido. Ao ver do autor:

A prática pedagógica atual não busca adequar a realidade do aluno com o que propõe à lógica do ensino. Neste sentido, todo esse processo de aprendizagem é atormentado por uma série de atributos

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que desqualificam a prática docente dentro e fora da escola, a saber: à evasão, a repetência, as dificuldades de aprendizagem, a desmotivação, atitudes que enfraquecem a prática pedagógica e também a capacidade do professor de educar.

Esse é, portanto, mais um dos desafios enfrentados pelos docentes na

atualidade.

OS DESAFIOS DE SER PROFESSOR NA ATUALIDADE

A palavra que melhor define o contexto social atual é mudança. Nas ultimas

décadas o mundo tem vivenciado constantes mudanças, seja no meio social, seja

econômica ou culturalmente. Tais mudanças têm feito com que o mundo preste mais

atenção na educação, afinal é ela o ambiente norteador de toda a sociedade. Prado

et al (2013, p. 8) corrobora tal ideia ao afirmar que:

O mundo todo tem prestado mais atenção na educação, especialmente a que se desenvolve nos sistemas escolares, submetendo-a a uma análise pública constante. [Desse modo] educar tem se tornado uma tarefa cada vez mais exigente e de enorme responsabilidade. Isso requer equilíbrio e coerência entre orientação formativa, procedimentos pedagógicos adaptados e expectativas dos implicados no processo: o professor e o aluno.

Para adquirir esse equilíbrio, de modo a ofertar uma educação de qualidade

capaz de suprir o que dela se espera é preciso que o professor reúna

conhecimentos e competências que lhe sirvam de suporte. Tardif (2008) acredita

que tais conhecimentos devem ser construídos ao longo do tempo, através das

experiências vivenciadas pelos professores tanto no contexto profissional quanto no

contexto pessoal. Tais experiências sofrem influência de diversas dimensões. Sob a

ótica do autor, o saber docente se relaciona com a pessoa, com a sua identidade,

com a sua experiência de vida, com a sua história profissional, com as suas relações

com os alunos na sala de aula e com os outros.

Considerando esse cenário, fica claro que não é possível falar em

aprendizado sem considerar o professor, e considerar o professor significa

considerar também todas as dificuldades e desafios enfrentados pelos mesmos no

exercício de sua profissão.

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Diversos autores têm pesquisado os desafios que a prática docente enfrenta

nessa nova era contemporânea, e cada um deles aponta os próprios desafios que

consideram como principais dificuldades enfrentadas pelos professores no contexto

atual.

Hagemeyer (2004) aponta três problemáticas que, ao seu ver, tem dificultado

a prática docente dos professores. O primeiro se refere ao posicionamento dos

governos, ao tratar sobre educação. Para ele a relação vertical adotada pelos

órgãos oficiais educacionais ao propor reformas e novas propostas educacionais

vêm dificultando as ações do professor, pois afasta-o das discussões próprias de

suas funções.

O segundo aspecto destacado pelo autor se refere relação professor - aluno.

Para ele, essa nova era renovou o modo como se dá o acesso aos conteúdos. Hoje,

a internet agiliza todo e qualquer processo de comunicação, e essa mudança atua

diretamente sobre a personalidade dos alunos. Há uma pluralidade infinita de grupo,

tribos, valores e maneiras, e nesse cenário o professor se encontra tencionado a

rever toda a sua prática, a pensar em como redimensionar suas funções frente à

validação de todas as formas de ser e estar na sociedade.

Por fim, o autor destaca como desafio o que chama de “mal-estar docente”.

Esse termo se refere ao conjunto de reações dos professores, como classe

profissional, frente a uma mudança social desajustada, no sentido profissional. Esse

desajuste possui fatores e primeira ordem, incidentes de maneira direta sobre a

ação dos professores (por exemplo, imposições administrativas) provocando

sentimentos negativos nos professores; e de segunda ordem, considerando as

condições ambientais do contexto onde exerce a docência (falta de tempo, material

adequado, excesso de alunos, condições salariais precárias), com ação direta sobre

a motivação e desempenho na função.

Ramos (2013) ao expressar seu ponto de vista, expõe que o principal desafio

da prática docente é exatamente a falta de incentivo para que ela continue a existir.

Para ele o cenário é de desvalorização. Segundo pesquisa realizada pelo mesmo,

apenas 2% dos jovens desejam seguir carreira docente, e essa desmotivação em

relação à profissão provoca um incontestável déficit de professores. A sociedade

enxerga na profissão docente uma profissão mal remunerada, que oferece pouca

oportunidade de crescimento, não possui um bom plano de carreira e não possui

boas condições de trabalho. A de se considerar que tal cenário não faz da profissão

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docente alvo de desejo. Isso reflete diretamente na desmotivação dos profissionais e

em outro aspecto que também deve ser considerado: a superlotação das salas de

aula. Faltam profissionais, mas não faltam alunos. É uma matemática que não bate.

A esses desafios, Simas (2009) ainda acrescenta outros, comuns ao dia a dia

de sala. Na lista dos grandes desafios a serem encarados hoje dentro da escola

constam a indisciplina, as dificuldades de aprendizagem, os problemas psicológicos

e comportamentais. Todos esses desafios são frutos de um problema maior: a

formação pedagógica dos professores no Brasil não se preocupa em conciliar teoria

e prática.

A autora destaca que o currículo do curso de Pedagogia e das licenciaturas

sofre algumas modificações de acordo com cada instituição, mas de maneira geral a

carga horária dedicada a disciplinas como Psicologia da Educação e Fundamentos

da Educação Especial é insuficiente para capacitar o professor para lidar com as

dificuldades que aparecem em sala de aula. Assim sendo, os professores – ao se

depararem com situações adversas em sala – não se sentem preparados.

É comum para os professores encontrar crianças com dificuldade de

aprendizagem e problemas psicológicos, mas os professores não são preparados

para lidar com esses cenários durante a graduação. A pedagoga e especialista em

formação de professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Verônica

Branco, quando entrevistada por Simas afirmou acreditar que a falta de prática

dentro de sala de aula durante a graduação é um fator fundamental que compromete

o desempenho do professor depois de formado. Não estando preparado, qualquer

cenário que fuja ao convencional se transforma em um grande desafio para o

docente.

Prado (2013, p. 8) sintetiza todo esse cenário ao realizar a seguinte

afirmativa:

Ao professor têm sido colocadas demandas de naturezas bastante distintas. Em se tratando do ponto de vista social ele tem tido que aprender a conviver mais intensamente com os interesses e pensamento dos alunos e pais no cotidiano escolar e a ter uma maior interação com a comunidade onde a escola está inserida. No campo institucional, ele tem sido solicitado a participar mais ativamente nas definições dos rumos pedagógicos e políticos da escola, a definir recortes adequados no universo de conhecimentos a serem trabalhados em suas aulas, a elaborar e gerir projetos de trabalho. Quanto ao aspecto pessoal, tem sido chamado a tomar decisões de modo mais intenso sobre seu próprio percurso formador e

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profissional, a romper paulatinamente com a cultura de isolamento profissional, a partir da ampliação da convivência com colegas em horários de discussões coletivas e nos trabalhos em projetos, a debater e reivindicar condições que permitam viabilizar a essência do próprio trabalho.

Entendendo, portanto, que os desafios são diversos, e percebidos de maneira

diferente por cada cenário, vale estudar um cenário mais próximo, entendendo como

esses desafios estão articulados num ambiente mais micro.

METODOLOGIA

O objetivo principal do estudo apresentado nesse artigo é elencar e discutir os

principais desafios impostos atualmente à prática docente, analisando quais desses

desafios estão presentes no dia a dia dos professores dos anos iniciais de duas

escolas do município de Martins, Rio Grande do Norte: o Centro Educacional

Raimunda Barreto e a Escola Estadual Almino Afonso.

A pesquisa realizada para alcançá-lo apresenta um enfoque qualitativo, pois

não reduz os processos e fenômenos à quantificação. Enquanto pesquisa

qualitativa, manteve o foco nos aspectos subjetivos do objeto analisado, estudando

as suas experiências pessoais.

Tais objetos foram os professores dos anos iniciais que atuam em escolas do

município de Martins, estado do Rio Grande do Norte. Foram estudados cinco

professores, selecionados de maneira não probabilísticas, seguindo o critério de

conveniência e acessibilidade. Para Marôco (2011) essa técnica costuma ser

adotada quando o pesquisador seleciona aleatoriamente indivíduos para compor um

estudo.

Antes, porém, da realização das entrevistas que norteiam as análises e

conclusões desse estudo, realizou-se uma revisão bibliográfica de estudos já

realizados que abordam essa temática, elaborando assim um referencial teórico

capaz de fundamentar o estudo.

ANÁLISES E DISCUSSÕES

A análise agora apresentada tomou por base uma série de entrevistas

realizadas com professores de duas escolas do município de Martins, Rio Grande do

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Norte: a Escola Estadual Almino Afonso e o Centro Educacional Raimunda Barreto.

Ao todo, forma entrevistados cinco professores.

O perfil dos professores entrevistados se dá da seguinte forma: apenas um

dos cinco entrevistados é do sexo masculino; apenas um dos entrevistados possui

menos de quarenta anos de idade e apenas um deles não possui especialização.

Dentre as especializações obtidas, duas são em Educação Infantil, uma em Mídias

na Educação e uma em Psicopedagogia. Quatro dos professores entrevistados

estão a, no mínimo, dez anos em sala de aula.

A fundamentação teórica desse estudo abordou diversas vezes a importância

dos professores manterem sempre uma atualização de seus conhecimentos, por

meio de um processo de formação continuada. A entrevista iniciou, portanto,

buscando descobrir a opinião dos professores acerca dessa importância. Todos os

professores concordam que é importante para a sua prática manter um processo de

formação continuada.

Um dos entrevistados destacou que é através da formação continuada que o

professor consegue se aperfeiçoar e se preparar para enfrentar os desafios da sala

de aula. Outro afirmou que: “No mundo cheio de avanços tecnológico e tantos

recursos ao alcance de todos, é imprescindível que o professor tenha uma formação

continuada, atualizando assim a sua prática.

Em seguida, perguntou-se aos professores se eles consideravam haver

dificuldades para exercer a sua profissão. Todos afirmaram que sim. As dificuldades

abordadas são bastante semelhantes àquelas apresentadas na fundamentação

teórica desta pesquisa: superlotação das salas de aula, ter que lidar com turmas nas

quais os alunos estão em diferentes níveis de aprendizagem, falta de valorização da

profissão, o que impõe a necessidade de trabalhar mais para complementar a renda,

falta de acompanhamento da família durante o desenvolvimento do aluno, falta de

estrutura física e de suporte didático nas escolas, e até mesmo a falta de interesse

dos próprios alunos que, embora ainda estejam na educação básica, já apresentam

uma propensão a não gostar do ambiente escolar, apresentando um alto nível de

indisciplina.

Considerando a experiência dos professores, pediu-se para que eles

traçassem um paralelo, comentando se antigamente era mais fácil ser professor ou

se mesmo naquela época os problemas eram os mesmos. O principal aspecto

destacado pelos professores é a indisciplina. Para eles, o aluno de antigamente

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tinha mais respeito pela figura do professor. E não só os alunos. Três dos cinco

entrevistados destacaram que a presença da família se dava de forma mais firme no

passado.

De acordo com os entrevistados, o professor vive hoje quase como um refém

do sistema, estando a serviço dos pais, dos alunos e até mesmo da própria escola.

Os professores afirmaram que havia, sim, antigamente um déficit de recursos, mas

que isso era compensado pelo interesse de aprender, que hoje se vê em menor

escala por parte dos alunos.

Traçado o cenário introdutório, e detectado certos posicionamentos dos

professores, questionou-se: “Como professor, quais são os principais desafios que

você enfrenta?”. Foram obtidos diversos resultados, e considera-se oportuno

elencar todos eles, a saber:

Indisciplina e falta de atenção por parte dos alunos;

Falta de material didático adequado para realizar aulas mais dinâmicas, com

problemas inclusive no próprio livro didático, que dificilmente retrata a

realidade do aluno;

Recursos tecnológicos precários, com internet de baixa qualidade,

dificultando a realização de pesquisas;

Falta de um laboratório de ciências que possibilite a prática dos conteúdos

científicos, bem como suas pesquisas;

Trabalhar a heterogeneidade e a inclusão em sala de aula;

Alfabetizar várias crianças ao mesmo tempo, estando cada uma delas em um

nível diferentes, em salas de aulas superlotadas;

Lidar com a omissão das famílias quanto aos princípios básicos de educação

dos filhos, principalmente daqueles que apresentam maior desinteresse pela

escola;

Ter que trabalhar em mais de um turno, o que acaba sobrecarregando o

professor

Conforme percebido, os desafios encontrados pelos professores que

lecionam no município de Martins são bastante semelhantes àqueles encontrados

pelos professores de maneira geral, retratados no referencial teórico desse estudo.

Trata-se de desafios estruturais, sociais e pedagógicos, que acabam por

sobrecarregar e prejudicar a qualidade do ensino ofertado.

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Frente a tais desafios, procurou-se saber quais as estratégias utilizadas pelos

professores para enfrentá-los e buscar superá-los. As estratégias mais recorrentes

foram o diálogo e a criatividade. Diálogo com a turma e com os pais, de modo a

otimizar o rendimento dos alunos e fazê-los entender que o posicionamento deles na

escola pode ser um fator determinante para o seu futuro. E criatividade para inovar,

elaborando aulas que, mesmo com o déficit de recursos, se tornem atrativas para os

alunos.

Um ponto importante destacado na fundamentação desse estudo foi a

qualidade do ensino. Os estudiosos afirmam que as dificuldades enfrentadas pelos

profissionais docentes prejudicam de maneira severa o processo de ensino-

aprendizagem. Perguntou-se, então, aos professores se eles concordam com essa

afirmativa. Um dos professores afirmou não concordar com esse pensamento.

Segundo ele, um bom educador deve trabalhar apesar de todas as dificuldades, não

deixando nunca de oferecer aos alunos os conhecimentos básicos que o educando

merece absorver. Todos os demais, no entanto, acreditam que as dificuldades

afetam sim o processo de ensino-aprendizagem.

Para estes professores, tal prejuízo se reflete de diversas formas: quando o

professor planeja uma aula e não encontra os recursos necessários para executá-la;

quando o aluno não participa das aulas, inviabilizando assim o processo de ensino-

aprendizagem; por tais dificuldades afetarem diretamente e negativamente na

execução das funções do professor; por não encontrar num cenário centralizado

abertura para trabalhar o novo; dentre outros aspectos.

Além das ações próprias dos professores, quis-se saber o que estes

acreditam que a equipe de suporte da escola (diretor, coordenador e supervisor

escolar) pode fazer para minimizar as dificuldades enfrentadas pelos docentes nas

escolas. Um dos professores destacou que tal equipe passará a ajudar na

superação dos desafios quando realmente interagir com a categoria, se propondo a

mostrar soluções que colaborem para ao menos minimizar tais dificuldades, pois na

maioria das vezes tal equipe prioriza tão somente as questões burocráticas da

escola, esquecendo-se da parte pedagógica.

Outro docente destacou algumas atitudes ou atividades que podem ser

realizadas por tal equipe, auxiliando em muito o professor, a saber: apoio na

realização de projetos ou atividades diferenciadas; ajuda no combate a indisciplina

dos alunos, que pode se dá através de conversas com os alunos mais difíceis e com

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os pais; promoção de momentos entre pais e mestres; incentivo e condução de

reuniões pedagógicas que abordem a realidade da sala de aula e busque possíveis

soluções. Tais atitudes, tida pela unanimidade como fundamentais, são

indispensáveis para que o professor, e assim sendo a própria escola, obtenha

resultados positivos.

Destacado o papel da escola, enquanto equipe de suporte, na superação do

cenário atual, partiu-se para outro viés igualmente importante: a família. Os

entrevistados foram instigados a descrever como a família pode contribuir para

minimizar as dificuldades enfrentadas pelos professores em sala de aula. É

importante destacar aqui que, dentre as atitudes elencadas pelos professores,

nenhum fugiu do perfeitamente possível. Na realidade, os professores não

demandam dos pais nada mais do que a sua obrigação.

Para os professores, os pais contribuiriam para o enfrentamento desses

problemas: acompanhando a vida escolar do seu filho, participando desta

ativamente, ajudando-o em casa, comparecendo às reuniões e dando suporte às

atividades do professor; e educando os seus filhos para o convívio social, impondo a

ele os limites necessários à boa convivência. Unindo essa exposição ao que já foi

exposto na base teórica dessa pesquisa é possível deduzir que a família brasileira

não tem cumprido com a sua obrigação no processo formador das crianças e

adolescentes.

Anteriormente, os professores afirmaram que era mais fácil conduzir a prática

docente no tempo passado, pois os alunos tinham mais respeito pela figura do

professor, bem como as famílias eram mais presentes nas escolas. Unificando essas

duas afirmativas, é possível deduzir ainda que as atitudes de tais famílias têm

afetado diretamente no dia a dia das escolas, bem como na vida dos professores

que recebem a árdua missão de preparar os seus filhos para a vida adulta.

Além da escola e da família, considerou-se oportuno saber como os

professores vêem o posicionamento do governo frente à prática docente.

Considerando que o governo se comunica com a escola através de seus

documentos, questionou-se se os documentos nacionais (Lei de Diretrizes e Bases,

Parâmetros Curriculares Nacionais, Diretrizes Curriculares Nacionais) são úteis para

a prática pedagógica dos professores entrevistados. Todos afirmaram que sim, afinal

tais documentos são norteadores de toda a prática pedagógica, de modo que todo o

planejamento escolar é feito de acordo com as diretrizes educacionais vigentes.

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Porém, os mesmos destacaram que embora os documentos nacionais sirvam

como base, atualmente os mesmos retratam teorias muito distantes da realidade

atual. Diante desse comentário, formulou-se a seguinte indagação: “Ao seu ver, o

que precisa ser mudado para que os objetivos educacionais sejam alcançados?”

Cada entrevistado apresentou uma mudança distinta. Unificados os

resultados, constatou-se que os professores demandam mudanças:

Na valorização do professor;

No tratamento da educação como prioridade, possibilitando que ela atue

realmente como protagonista na formação social;

No comportamento da família em dois aspectos: conscientizando-se que a

função da escola é escolarizar a criança, e não educar, e desse modo

passando a se fazer mais presente no dia a dia escolar dos filhos;

No comportamento da sociedade, passando a reconhecer o valor do

professor; e

No sentido estrutural em si, ocasionando mudanças curriculares, físicas, de

capacitação, de organização da turma, enfim, solucionando os contextos que

prejudicam a prática docente atual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa realizada apresentou resultados capazes de satisfazer todos os

objetivos inicialmente traçados.

Todos os professores analisados entendem o valor da formação continuada

para a prática pedagógica. Tanto que de todos eles, apenas um não possui

especialização. Os professores afirmaram que estar sempre atualizado é uma das

estratégias que podem ajudá-los na superação dos desafios da profissão.

Em relação a tais desafios, os apontamentos dos professores do município de

Martins são semelhantes aqueles abordados pelos professores brasileiros de

maneira geral.

As principais dificuldades encontradas pelos professores na realização de sua

prática são a superlotação das salas de aula, ter que lidar com turmas nas quais os

alunos estão em diferentes níveis de aprendizagem, falta de valorização da

profissão, o que impõe a necessidade de trabalhar mais para complementar a renda,

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falta de acompanhamento da família durante o desenvolvimento do aluno, falta de

estrutura física e de suporte didático nas escolas, e até mesmo a falta de interesse

dos próprios alunos que, embora ainda estejam na educação básica, já apresentam

uma propensão a não gostar do ambiente escolar, apresentando um alto nível de

indisciplina.

Porém os professores destacaram que tais dificuldades, embora tornem árduo

o processo de ensino-aprendizado, não podem constituir motivo de desistência. Pelo

contrário: todos eles foram capazes de apresentar estratégias utilizadas para

superar esses desafios e ofertar uma educação de qualidade para os alunos. Dentre

as estratégias apresentas, as mais recorrentes foram o diálogo e a criatividade.

Quando questionados a cerca do papel que a escola pode desempenhar para

ajudar no enfrentamento de tais dificuldades, os docentes destacaram algumas

atitudes ou atividades que podem ser realizadas pela escola, auxiliando em muito o

professor, a saber: apoio na realização de projetos ou atividades diferenciadas;

ajuda no combate a indisciplina dos alunos, que pode se dá através de conversas

com os alunos mais difíceis e com os pais; promoção de momentos entre pais e

mestres; incentivo e condução de reuniões pedagógicas que abordem a realidade da

sala de aula e busque possíveis soluções.

Dos pais, os professores esperam contribuições mais simples, mas que

infelizmente ainda não são frequentes: o acompanhando da vida escolar do seu filho

e o fornecimento para eles de uma educação capaz de prepará-lo para o convívio

social. Do governo, eles demandaram legislações que conduzam mais com a

realidade dos alunos.

A pesquisa contribuiu para o meio acadêmico ao passo que apresentou

sugestões de estratégias as quais podem ser adotas por professores, escolas e

pais, na tentativa de superar desafios semelhantes aos enfrentados pelos

professores pesquisados.

O estudo apresentou limitações por ter entrevistado apenas cinco

professores. Sugere-se, então, para o futuro a realização de pesquisas que

englobem um número maior de entrevistados, fornecendo assim um maior grau de

confiabilidade para os resultados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA

Pesquisa: Os Desafios da Prática Docente na Atualidade Aluna: Maria Janete Nogueira Silva Orientador: Hélder Pacheco de Medeiros

QUESTIONÁRIO

PÚBLICO ALVO: PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS NOME DO ENTREVISTADO:

Prezado Professor (a) Gostaríamos de agradecer, desde já, a sua receptividade e valiosa colaboração para a realização da pesquisa que ajudará a compor um artigo científico referente ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Pedagogia da EAD/UFRN, Pólo de Martins. Na construção do artigo serão abordados pontos referentes ao tema: Os Desafios da Prática Docente na Atualidade.

1. PERFIL DO ENTREVISTADO

Idade: ________ Escolaridade: ( ) Ensino médio com magistério ( ) Ensino superior completo. Especificar: ____________________________ ( ) Especialização. Especificar: ____________________________ ( ) Mestrado. Especificar: ____________________________

( ) Doutorado. Especificar: ____________________________

2. Você considera importante a formação continuada do professor? Justifique

sua resposta.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3. Você considera haver dificuldades em exercer a profissão de ser professor?

Quais?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4. Se sim, Você acha que ser professor antigamente era mais fácil ou tinha as

mesmas dificuldades dos dias atuais? Justifique

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5. Como professor, quais são os principais desafios que você enfrenta?

___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

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6. Quais as suas estratégias utilizadas para enfrentar os desafios em sala de

aula? Consegue superá-los?

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

7. Você considera que as dificuldades enfrentadas, pelos professores, no

cotidiano escolar podem prejudicar o processo de ensino-aprendizagem em

sala de aula? Justifique.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

8. Você considera que o espaço escolar (mobiliário, estrutura, materiais

didáticos, entre outros) são fatores desafiadores para a prática docente?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

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9. Para você, como a equipe de suporte da escola (diretor, coordenador,

supervisor escolar), podem contribuir para minimizar as dificuldades

enfrentadas pelos professores em sala de aula?

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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10. Para você, como a família pode contribuir para minimizar as dificuldades

enfrentadas pelos professores em sala de aula?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

11. Os documentos nacionais (LDB, PCNS, DCNS) ajudam na sua prática

pedagógica? Se sim, de que forma?

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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12. Em sua opinião o que precisa mudar para os objetivos educacionais serem

alcançados?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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