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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
COMBATE AO “BULLYING” NO COLÉGIO ESTADUAL “DR. ARTHUR
MIRANDA RAMOS”
Elizângela Aparecida Venci¹
Cassiana Baptista Metri²
Resumo
Este artigo apresenta uma síntese dos resultados do projeto de intervenção intitulado Combate ao “Bullying” no Colégio Estadual “Dr. Arthur Miranda Ramos”, tendo por objetivo esclarecer os fatos relacionados ao bullying escolar, enfatizando a necessidade de orientar as famílias e a sociedade para o enfrentamento da violência por meio de estratégias que possam diminuir as agressividades e desenvolver atitudes necessárias à proteção do educando. Pretende-se ainda, alertar os educadores, pais ou responsáveis sobre a importância de conhecer, refletir, tratar e prevenir o bullying.
Palavras-Chave: violência, adolescência, intervenção.
Abstract:
This article summarizes the results of the intervention project entitled
Combating "Bullying" in the State College "Dr. Arthur Ramos Miranda ", aiming
to clarify the facts related to school bullying, emphasizing the need to instruct
families and society to deal with violence through strategies that can reduce the
aggressiveness and develop attitudes necessary for the student's protection.
The aim is also, warn educators, parents or guardians about the importance of
knowing, reflecting, treating and preventing bullying.
Keywords: violence, adolescence, intervention
¹Pós-graduada em Psicopedagogia; graduada em Ciências Biológicas com Habilitação Plena
em Biologia, professora no Colégio Estadual “Dr. Arthur Miranda Ramos”.
²Dra em Ciências Biológicas – Zoologia, professora – orientadora Unespar – Campus de
Paranaguá
1 Introdução
O bullying é um fenômeno mundial que pode ocorrer em qualquer
contexto social (escolar, universitário, familiar, locais de trabalho, entre outros),
sendo um comportamento ligado à agressividade física, verbal ou psicológica.
O Bullying é um fator de risco no comportamento de nossos alunos e por isso
os tornam geradores de violência na sociedade. É na escola que iniciamos
nossa jornada rumo à vida adulta e é ela também uma das guardiãs dos
direitos da criança e do adolescente.
Sendo um dos problemas mais frequentes nas escolas atualmente, o
bullying deve ser combatido com o envolvimento de todos: professores,
diretores, funcionários, alunos e familiares.
O bullying pode ser considerado o retrato da violência e da covardia estampadas diariamente no templo do conhecimento e do futuro de nossos jovens: a escola (SILVA, 2010, p.22).
Muitas vezes nos deparamos com agressões, intolerância e desafeto. É
importante que a escola mantenha um trabalho interdisciplinar de
sensibilização, mudanças de hábitos e atitudes em busca de soluções que
melhore o relacionamento entre os alunos. Deve – se pensar em fazer algo em
conjunto (família, escola, poder público e sociedade em geral). É necessário
que os pais estejam atentos ao comportamento dos filhos, bem como às
necessidades para também orientá-los em sua conduta. São eles, os primeiros
a contribuir para a autoestima de seus filhos.
“[...]” bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro (s), causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do “comportamento bullying” (FANTE, 2005, p. 28 e 29).
Um ponto relevante é apontar ações a partir de políticas e práticas
educativas a fim de efetivar a redução e prevenção da ocorrência do bullying
nas escolas. Sendo necessários também debates sobre violência no ambiente
escolar visando à construção de um ambiente de respeito e cooperação.
O principal motivo para o desenvolvimento do projeto por mim
apresentado no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE e que se
apresenta neste artigo, objetiva em entender melhor as formas de agressões,
contribuir para a compreensão deste fenômeno e refletir sobre alguns de seus
desdobramentos, pensando nas possíveis consequências e suas formas de
enfrentamento. O interesse pelo tema partiu de experiências vivenciadas ao
longo dos anos trabalhados com alunos do Ensino Fundamental.
Buscando informações objetivas e orientações para a participação efetiva
dos educandos, sensibilizando – os quanto à questão da violência, desenvolvi
este projeto com os alunos do 1º Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual
“Dr. Arthur Miranda Ramos”, situado na cidade de Paranaguá – PR. Juntos,
procuramos uma forma de nos tornarmos multiplicadores de ações para os
alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental.
Foi criado a partir daí, um grupo de enfrentamento ao Bullying, que de
forma esclarecedora, investigou o problema que afeta a vida de milhares de
crianças e jovens, trazendo informações necessárias aos pais ou responsáveis
e profissionais para facilitar a identificação do problema, seus efeitos e assim
poder combater este mal.
A implementação foi dividida em 32 horas, no período compreendido
entre fevereiro a maio e envolveu 30 alunos.
Inicialmente o projeto foi apresentado para a direção, equipe pedagógica
e professores durante a Semana Pedagógica. Em outro momento, à
comunidade escolar e aos alunos, seguido da Aplicação do questionário. Na
sequencia, foi feito uma abordagem inicial através do filme: “As Melhores
Coisas do Mundo”, com aplicação de atividade referente ao conteúdo do filme.
Através de entrevista (comunidade escolar), buscou – se depoimentos de
pessoas que foram vítimas de bullying ou que conhecessem casos de bullying.
Também contamos com a palestra sobre Bullying Escolar ministrada pelo
professor e Dr. Bruno Gasparini, deixando evidente que onde há maior
interação entre professores, pais e alunos, há também maior possibilidade de
uma prática de implementação e de política anti – bullying para uma formação
crítica que possa contribuir para uma sociedade melhor.
2 Referencial teórico
Bullying é uma palavra sem tradução literal para a língua portuguesa.
Ela provém da língua inglesa, na qual bully na língua inglesa quer dizer
“valentão”. O termo significa o desejo consciente e deliberado de maltratar uma
ou outra pessoa e colocá-la sob tensão (TATUM; HERBERT, 1999 apud
FURTADO, 2009). É uma situação que caracteriza atos de agressão verbal ou
física de maneira repetitiva onde as vítimas sofrem silenciosamente, sendo
hoje nas escolas um dos problemas mais frequentes.
Normalmente, essas crianças ou adolescentes “estampam” facilmente as suas inseguranças na forma de extrema sensibilidade, passividade, submissão, falta de coordenação motora, baixa autoestima, ansiedade excessiva, dificuldades de se expressar. Por apresentarem dificuldades significativas de se impor ao grupo, tanto físico quanto verbalmente, tornam-se alvos fáceis e comuns dos ofensores (SILVA, 2010, p.38).
Seguindo a linha do pensamento de SILVA (2010), o comportamento
passivo de crianças e adolescentes que possuem uma natureza introspectiva,
faz com que sejam alvo fácil deste tipo de violência por demonstrarem
insegurança. Muitas vezes no ambiente escolar tais situações não são
percebidas, por se tratar de crianças com dificuldades de se expressar,
raramente buscam ajuda dos professores, fazendo com que sofram sozinhas.
O fenômeno bullying não escolhe classe social ou econômica, escola pública ou privada, ensino fundamental ou médio, área rural ou urbana. Está presente em grupos de crianças e de jovens, em escolas de países e culturas diferentes (CHALITA, 2008, p.81).
O bullying se caracteriza por diversas formas, conforme as listadas por
(SILVA, 2010):
Verbal (insultar, colocar apelidos pejorativos, xingar).
Físico e material (bater, beliscar, furtar ou destruir pertences da
vítima).
Psicológico e moral (humilhar, excluir, ignorar, desprezar ou fazer
pouco caso, perseguir, passar bilhetes e desenhos entre os
colegas de caráter ofensivo).
Sexual (assediar, insinuar, abusar).
Virtual (celula, internet).
[...] O bullying pode ser identificado, combatido e enfrentado por todos que heroicamente lutam para mudar o rumo dessa história. Para isso,
precisamos distinguir e classificar os protagonistas dessa dramática realidade (SILVA, 2010, p.37).
Os protagonistas dessa realidade classificam-se em vítimas, agressores
e espectadores. Uma pesquisa envolvendo cerca de dois mil alunos em oito
escolas das redes pública e particular, da região de São José do Rio Preto,
revelou que “49% dos estudantes estavam envolvidos com o bullying, sendo
22% vítimas, 15% agressores e 12% vítimas-agressores” (CHALITA, 2008,
p.121).
As vítimas do “bullying” geralmente apresentam características que
fogem do padrão social imposto pela maioria “são gordinhas ou magras
demais, altas ou magras demais; usam óculos; são “caxias”, deficientes
físicos;[...]; são de raça, credo, condição socioeconômica ou orientação sexual
diferentes...[...]” (SILVA, 2010, p.38).
Os alvos têm, em média, 11 anos. São meninos e meninas com poucos amigos e que não reagem contra os apelidos ofensivos ou qualquer outra atitude que lhes desagrada (CHALITA, 2008, p. 121).
Segundo Manzotti (2012, p.56), “geralmente, aquele que pratica bullying
gosta de aparecer e ser o centro das atenções. Precisa estar no comando da
situação para se autoafirmar e exterioriza sua raiva agredindo”. Não raro
encontramos alunos com estas características, buscando autoafirmação
através de atitudes rudes não somente com colegas de classe, mas também
com professores e funcionários da escola. Nesse caso, os agressores são de
ambos os sexos, agem sozinhos ou em grupo e apresentam aversão às
normas.
O desempenho escolar desses jovens costuma ser regular ou deficitário; no entanto, em hipótese alguma, isso configura uma deficiência intelectual ou de aprendizagem por parte deles. Muitos apresentam, nos estágios iniciais, rendimentos normais ou acima da média. O que lhes falta, de forma explícita, é afeto pelos outros. Essa afetividade deficitária (parcial ou total) pode ter origem em lares desestruturados ou no próprio temperamento do jovem (SILVA, 2010, p.43-44).
Enquanto escola, ainda não nos encontramos preparados para enfrentar
situações de “bullying”. Faz-se necessário “capacitar seus profissionais para a
identificação, o diagnóstico, a intervenção e o encaminhamento adequado de
todos os casos ocorridos em suas dependências” (SILVA, 2012, p.162).
No Brasil, o atraso em identificar e enfrentar o problema foi enorme. Por aqui, o tema só começou a ser abordado junto à sociedade a partir de 2000, quando Cleo Fante e José Augusto Pedra realizaram
uma pesquisa séria e bastante abrangente sobre o assunto. Esse trabalho pioneiro resultou em um programa de combate ao bullying denominado “Educar para a Paz”, colocado em prática no interior paulista no mesmo ano. Graças a esses esforços, o tema bullying começou a ganhar espaço em debates públicos (SILVA, 2012, p.161).
Programas como este deveriam ser inseridos nas escolas a fim de evitar
tragédias que ocorrem em virtude do bullying não identificado precocemente,
como aconteceu “na última década de 90, quando os Estados Unidos viveram
uma epidemia de tiroteios em escolas, onde foi constatado que os autores já
haviam sofrido algum tipo de bullying, e que só recorreram à violência após a
falha repetida da administração da escola em intervir” (WIKIPÉDIA, 2013).
Também de acordo com a Wikipédia (2013), no Brasil, a gravidade do
ato pode levar os jovens infratores à aplicação de medidas sócio-educativas.
De acordo com o código penal brasileiro a negligência com um crime pode ser
tida como uma coautoria. Na área cível, e os pais dos bullies podem, pois, ser
obrigados a pagar indenizações e podem haver processos por danos morais.
Os atos de assédio escolar configuram atos ilícitos, não porque não estão
autorizados pelo nosso ordenamento jurídico, mas por desrespeitarem
princípios constitucionais e o Código Civil que determina que todo ato ilícito que
cause dano a outrem gera o dever de indenizar. A responsabilidade pela
prática de atos de assédio escolar pode se enquadrar também no Código de
Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos
consumidores e são responsáveis por atos de assédio escolar que ocorram
nesse contexto. Na cidade brasileira de Curitiba todas as escolas têm de
registrar os casos de bullying em um livro de ocorrências, detalhando a
agressão, o nome dos envolvidos e as providências adotadas.
Neste contexto, cabe à escola sensibilizar o educando, levando-o a
refletir sobre as sanções cabíveis aos atos de bullying.
A escola não pode trabalhar qualquer valor. Sua responsabilidade encontra-se em propiciar a oportunidade para que seus alunos interajam reflexivamente sobre valores e virtudes vinculadas à justiça, ao altruísmo, à cidadania e à busca virtuosa da felicidade. Assim, valores calcados, por exemplo, na violência, no preconceito e na intolerância devem ser rechaçados. Se ela objetiva que seus alunos construam valores universalmente desejáveis, estes devem estar implícitos nos conteúdos abordados nas diversas disciplinas escolares e nas relações interpessoais que predominam na escola (AQUINO, 1999, p.44).
Muitas pessoas são vítimas do bullying virtual, um tipo de violência em
que a vítima não vê o agressor, mas sofre humilhações por meio das redes
sociais, que detêm o poder de espalhar rapidamente qualquer tipo de
informação.
Na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam o bullying ainda mais perverso. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender (SANTOMAURO, 2010).
Para Silva (2012), “as vítimas de ciberbullying atraem pessoas
inescrupulosas, que expõem suas imagens em rede mundial”. Atualmente com
a utilização de fotos nas redes sociais, se expande a utilização de imagens de
forma ilegal.
Hoje já é possível rastrear os autores de ciberbullying, o que deve ser feito com a ajuda de peritos policiais especializados em informática. Entretanto, sabemos que quando se trata de internet e avanços tecnológicos dessa monta, simplesmente não há limites. Quando alguém é alvo de tais perversidades, dificilmente consegue “limpar”, por completo, a “sujeira” deixada por seus praticantes, mesmo que aparentemente a situação esteja sob controle. As imagens, mensagens e filmes difamatórios podem estar, nesse momento, em qualquer computador, celulares e afins de todo o planeta (SILVA, 2012, p.130).
Uma prática que dificilmente é observada nas escolas é o chamado
bullying homofóbico, e respeitar as diferenças são uma das funções que a
educação deve apresentar aos educandos, visto que nem sempre pais e
educadores estão preparados para tal situação. Fante e Pedra (2008, p.42),
define o bullying homofóbico como “a prática das diversas formas de ataque
bullying contra os homossexuais, através de chacotas, humilhações, ameaças,
perseguições e exclusões sociais”.
Não existem dados estatísticos específicos sobre o bullying homofóbico. No entanto, podemos observar que os estudantes que assumem ou demonstram possuir tal orientação sexual sofrem de maneira mais acentuada o rechaço e a exclusão dos mais variados grupos de alunos, como também dos professores e de outros profissionais da escola (SILVA, 2012, p.149).
O despreparo e o desrespeito faz com que a sociedade encare a
homossexualidade de maneira preconceituosa, levando em consideração as
“[...] influências que recebemos por parte de uma educação religiosa e familiar
conservadora, repleta de valores negativos e princípios morais distorcidos em
relação ao sexo” (SILVA, 2012, p.149).
É fundamental que nossos jovens aprendam e compreendam que a homofobia, bem como qualquer outro tipo de discriminação, é, sobretudo, um desrespeito à liberdade e à individualidade de cada ser humano (SILVA, 2012, p.149).
Concluímos, portanto, que se faz necessário a conscientização por parte
dos educandos e de toda comunidade escolar, de que todas as formas de
bullying praticadas merecem uma atenção especial, levando em consideração
os danos causados às vítimas, pois ninguém vai para a escola para ser
maltratado com palavras e provocações.
3 Desenvolvimento do projeto de intervenção
3.1 Apresentação do projeto
Após a apresentação do projeto para a direção, equipe pedagógica e
professores (Semana Pedagógica), o mesmo foi apresentado aos alunos e
comunidade escolar por meio de uma palestra referente ao tema para orientar
sobre o que se pretende com o trabalho a ser desenvolvido.
3.2 Questionário de sondagem
Distribuídos aos alunos (apêndice A), com o objetivo de identificar o nível
de conhecimento dos mesmos e membros da família acerca da problemática
do bullying como um fenômeno social. Participaram desta atividade alunos e
familiares (uma vez que o questionário foi respondido em casa), não sendo
necessária a identificação. De acordo com esse levantamento, observou – se
que mesmo alguns já tendo breve conhecimento sobre o assunto fizeram – se
necessários à busca de novos conceitos. (Fig. 1)
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
Sexo entrevistados Você já sofreu bullying?
%
MA
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Quais foram as consequências?
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O que você pensa?
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40
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Que tipo de agressão vc já sofreu?
0
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30
40
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u
%
Você já fez algumas dessas ações?
Figura 1. Resultado da pesquisa sobre a percepção do bullying pelos
alunos.
3.3 Filme
Nesta atividade os alunos do 1º Ano do Ensino Médio assistiram ao filme:
“As Melhores Coisas do Mundo” e no mesmo dia tiveram a oportunidade de
participarem de uma palestra intitulada Diversidade de Gênero, com a
professora de Língua Portuguesa que também tratou sobre o assunto. Tudo
isso serviu para o enriquecimento do conteúdo. Em seguida, os alunos
enumeraram cinco palavras- chave a serem usadas na elaboração de questões
utilizadas na entrevista com a comunidade escolar. Houve a resistência de
alguns alunos na participação, porém, ao ver os demais alunos realizando a
atividade, aos poucos foram participando.
3.4 Entrevista
O objetivo desta entrevista foi buscar depoimentos de pessoas que já
foram vítimas ou que conhecessem casos de bullying. Com esses relatos, os
alunos deram início às atividades de confecção de materiais (cartilhas, slides,
folders, paródias, histórias em quadrinhos, coreografias, teatros, entre outros.)
que foram utilizados nas oficinas com os alunos de 6º ano do Ensino
Fundamental (Fig. 2).
3.5 Palestra
A palestra com o tema “Bullying Escolar” foi ministrada pelo Prof. Dr.
Bruno Gasparini, especialista em Direito Ambiental aos alunos do 1º Ano do
Ensino Médio, aos pais e à comunidade escolar visando esclarecer os fatos
relacionados (Fig. 3).
O envolvimento dos alunos foi muito satisfatório, visto que é de urgência a
necessidade de ações de prevenção de Combate ao Bullying nas escolas, a
fim de minimizar problemas sociais e de aprendizagem.
4 Experiências com o grupo GTR
Com a aplicação do GTR (Grupo de Trabalho em Rede), observei o
quanto foi importante a interação e a participação dos cursistas e do tutor. Este
convívio contribuiu muito para o enriquecimento do projeto. As participações
foram significativas e as trocas de experiências nos fez enxergar as
dificuldades encontradas nas mais diversas escolas e municípios, nos levando
a fazer uma análise do projeto e ao mesmo tempo, algumas adaptações.
Através dos relatos obtidos, cheguei à conclusão de que a escola é o lugar
privilegiado para trabalhar a prevenção do Bullying, pois ela tem grande
significância para as crianças e adolescentes. Aos poucos, fomos criando
conceitos fundamentais para a compreensão científica das situações
problematizadas e nos conscientizando de que é possível encontrar soluções
que amenizam os casos de desafeto entre os alunos no ambiente escolar.
Figura 2. Materiais confeccionados durante as oficinas de multiplicadores.
Fotografia: Elizângela Venci.
Figura 3. Palestra do Prof. Dr. Bruno Gasparini. Fotografias: Elizângela Venci
5 Conclusão
O encerramento do projeto ocorreu com as apresentações no pátio do
Colégio com a presença dos alunos e comunidade escolar, durante a Semana
de Integração Cultural. Foram apresentadas as atividades citadas
anteriormente, cuja abordagem principal era: “Paz sim, Bullying não!”
Observou-se o desenvolvimento do senso crítico, o fortalecimento da
autoestima dos alunos e consequentemente, o enfrentamento aos conflitos.
É importante salientar que a escola precisa estar atenta a essas
manifestações e insira nos conteúdos, um trabalho voltado para a construção
de princípios de tolerância e respeito. Conclui-se ainda, que há urgência de
ações e práticas educativas que resultem na redução do Bullying nas escolas.
6 Referências Bibliográficas
AQUINO, Júlio Groppa. Autoridade e Autonomia na Escola: alternativas
teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1999.
CHALITA, Gabriel. Pedagogia da amizade – bullying: o sofrimento das
vítimas e dos agressores. São Paulo: Editora Gente, 2008.
FANTE, Cleo; PEDRA, José Augusto. Bullying escolar: perguntas e
respostas. Porto Alegre: Artmed, 2008.
MANZOTTI, Reginaldo. Feridas da Alma: a luz e a sabedoria de Deus para a
superação de nossas dores e limites. Rio de Janeiro: Agir, 2012.
SANTOMAURO, B. Cyberbulling: a violência virtual. Nova Escola, São Paulo,
n.223, junho-julho 2010. Disponível
em:<http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-
adolescente/comportamento/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-agressao-
humilhacao-567858.shtml>. Acesso em: 02 jul. 2013.
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de
Janeiro: Editora Objetiva Ltda, 2010.
WIKIPÉDIA. Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/bullying>. Acesso em:
17 jul. 2013.
APÊNDICE A – Questionário
I Instruções: Preencha o questionário individualmente, não é necessária a
identificação. Essas informações são sigilosas. Pedimos que sejam sinceros (as).
Colégio:
Série:
Cidade:
1- Qual a sua idade?_____________________________
2- Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
3- Você já ouviu e sabe explicar o que significa bullying? Justifique.
_______________________________________________________________
____________________________________________________.
4- Os pais orientam os filhos para lidarem com esse tipo de violência ?
( ) sim ( ) não
5- Você já se sentiu mal com algum comentário que tenham feito sobre você? (
) sim ( ) não
6- Você já sofreu algum tipo de agressão, ofensa ou intimidação no ambiente
escolar? ( ) sim ( ) não
7- Quais foram as consequências para você, deste tipo de agressão?
( ) nenhuma
( ) me senti sozinho (a)
( ) fiquei triste
( ) fiquei com raiva e pensei em me vingar
( ) pedi ajuda
( ) outros:_______________________________________
8- O que você pensa sobre as pessoas que praticam este tipo de agressão:
( ) não penso em nada
( ) tenho pena deles (as)
( ) tenho raiva deles (as)
( ) penso que se denunciarmos podemos acabar com isso
( ) não conto para ninguém pois tenho medo das atitudes dessa pessoa
( ) outros:______________________________________
9- Que tipo de agressão, ofensa ou intimidação você sofreu? Nesta questão você
poderá marcar mais de uma alternativa.
a) Física, como: ( ) Agressão ( ) Surra ( ) Empurrões
b) Verbal, como: ( ) Xingamentos ( ) Apelidos ( ) Piadinhas
c) Racista, como: ( ) Cor da pele ( ) Tipo de cabelo ( ) Negro/a ( ) Loiro/a
( ) Ruivo/a ( ) Olho puxado ( ) Por ser homem
d) Sexual, como: ( ) Gay ( ) Lésbica ( ) Por ser mulher
e) Econômica, como: ( ) Ser simples ( ) Pobre ( ) Rico ( ) Estilo de vestir
f) Religioso, como: ( ) Católico ( ) Evangélico ( ) Ateu ( )
Outro:_______________________________________
g) Nunca sofri nenhuma agressão
10- Em que local do colégio você foi agredido, ameaçado ou incomodado?
( ) nunca fui incomodado
( ) no intervalo
( ) na aula de Ed. Física
( ) na sala quando o professor não estava
( ) na sala com a presença do professor
( ) nos passeios com a escola
( ) nos corredores
( ) no caminho da escola
( ) outros:__________________________________
11- Você já fez algumas dessas ações com seus colegas?
( ) deu apelido
( ) agrediu fisicamente alguém
( ) riu/debochou de alguém
( ) quebrou algum objeto de alguém
( ) pegou algo e não devolveu
( ) xingou alguém
12- Você tem amigos/colegas de colégio que são ou foram vítimas de bullying? (
) sim ( ) não
13- O colégio tem conhecimento e tenta resolver a situação?
( ) sim ( ) não
14- No seu colégio, já houve alguma palestra ou aula sobre bullying?
( ) sim ( ) não
15- Você gostaria que no seu colégio tivesse um projeto sobre bullying?
( ) sim ( ) não
Neste espaço você pode relatar algum fato que aconteceu ou deixar sua
opinião. Não se preocupe suas opiniões ficarão em sigilo!
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________