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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
ESTUDO DO ELETROMAGNETISMO ATRAVÉS DE AULAS
PRÁTICAS
Autor: Ariston dos Santos
Orientador: Daniel Gardelli
RESUMO: O desconhecimento histórico dos conceitos relacionados com a eletricidade é um
dos fatores que dificulta a compreensão dos conceitos associados ao eletromagnetismo e seus
efeitos.
A força eletromagnética está associada a muitos fenômenos físicos que se encontram no
cotidiano do homem. Neste trabalho é feito um estudo mais profundo sobre esse assunto com o
objetivo de facilitar o seuentendimento para o educando de modo a torná-lo mais agradável e
compatível com sua vivência.
Discussão, reflexão, troca de experiências e vivências são as tarefas de sempre, mas
prioritárias no momento.
Assim é importante, sempre que possível, introduzir o trabalho experimental em um curso de
Física. Os experimentos podem ser feitos, em sua grande maioria, com material caseiro de fácil
manipulação e baixo custo, em aulas no laboratório que facilitem a participação dos alunos, de modo
que eles consigam realizar e interpretar todas as experiências propostas.
Palavras-Chave: Aulas Práticas de Física; Eletricidade; Eletromagnetismo.
1-Introdução
Hoje em dia, ministrar aulas de Física no Ensino Médio das escolas públicas é
desesperador. A incapacidade de relacionar os conceitos teóricos com o cotidiano
das pessoas, a aceitação cômoda de um amontoado de textos descritivos e uma
infinidade de equações com um único objetivo de tentar utilizá-las em provas e
avaliações, para simplesmente obterem aprovação em disciplinas ou no ano letivo, e
obter ao final do curso um diploma ou certificado, é a marca registrada dos alunos
egressos do Ensino Médio atual.
O desconhecimento histórico dos conceitos relacionados com a eletricidade é
um dos fatores que dificulta a compreensão dos conceitos associados ao
eletromagnetismo e seus efeitos.
As ideias aqui apresentadas procurarão explicitar algumas das dimensões a
serem consideradas na reformulação das práticas e objetivos formativos do ensino
de Física no Ensino Médio.
1 Professor da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná. Graduado em Ciências, com habilitação em Física,
Química e Matemática. Especialização no Ensino de Física, Ensino de Matemática e em Metodologia e Didática do Ensino Superior. Professor participante do PDE 2013. E.mail: [email protected]
Deve ser considerado, no entanto, apenas como ponto de partida para uma
discussão hoje imprescindível e urgente. É necessário que seja dada uma atenção
toda especial para a articulação entre as competências, conhecimentos, projetos e
estratégias a serem propostos e desenvolvidos.
Essa, com certeza, é uma articulação que demanda atenção e discussão, para
que gradualmente possam ser identificados os fatores que integrem esses vários
aspectos, concretizando novas práticas de sala de aula. Discussão, reflexão, troca
de experiências e vivências são as tarefas de sempre, mas prioritárias no momento.
E embora a questão educacional tenha sempre se revelado como altamente
complexa, a garantia de sucesso para a empreitada é nunca perder de vista o
objetivo último da cidadania desejada, uma cidadania consciente, atuante e
solidária.
Assim devemos, sempre que possível, introduzir o trabalho experimental em
um curso de Física. Os experimentos podem ser feitos, em sua grande maioria, com
material caseiro de fácil manipulação e baixo custo. Desta maneira, sem
sobrecarregar demasiadamente com trabalhos complexos envolvendo materiais de
difícil aquisição, devemos propor aulas no laboratório que facilitem a participação
dos alunos, de modo que eles consigam realizar e interpretar todos os experimentos
propostos.
2- O Ensino do Eletromagnetismo nas aulas práticas de Física
O efeito âmbar, isto é, a propriedade de atrair corpos leves adquirida pelo
âmbar ao ser atritado, já era conhecido há mais de dois mil anos. Praticamente na
mesma época observou-se também que certas pedras – os ímãs – naturais atraíam
pedaços de ferro. Durante muito tempo, julgou-se que estes dois fenômenos eram
de mesma natureza, que eram devidos a uma mesma propriedade dos corpos
materiais.
Entretanto, ainda na Antiguidade, percebeu-se uma grande diferença entre
eles: o âmbar atritado exercia sua atração sobre vários outros corpos, enquanto o
ímã só atraía pedaços de ferro. Portanto, estas atrações não deviam ser
confundidas entre si, pois correspondiam a fenômenos diferentes. Em nossa
linguagem atual, esta verificação é traduzida dizendo-se que o âmbar atritado exerce
uma força elétrica e o ímã exerce uma força magnética.
No século XVI, o médico inglês William Gilbert desenvolveu um estudo
detalhado sobre os fenômenos elétricos e magnéticos, publicando-os em 1600 em
um extenso tratado denominado De Magnete, no qual apresenta os resultados de
suas observações. Um dos capítulos desta obra era dedicado exclusivamente ao
efeito âmbar.
Gilbert conseguia detectar a existência de forças elétricas muito pequenas
usando um aparelho que ele inventou e ao qual denominou versorium. Este aparelho
consistia em uma seta de madeira suspensa em um suporte vertical em torno do
qual ela podia girar livremente.
Se a seta girasse quando um corpo atritado fosse aproximado de sua
extremidade, concluía-se que ele estava apresentando o efeito âmbar (estava
eletrizado). Como o versoriumeraum aparelho muito sensível, Gilbert conseguiu
verificar que um grande número de substâncias atritadas adquiria aquela
propriedade, e não apenas o âmbar, como se acreditava até então. Ele descreve
esta descoberta no De Magnete da seguinte maneira:
[...] pois não é apenas o âmbar, como eles supõem que atrai pequenos corpos, mas
também o diamante, a safira, a opala, a ametista, o cristal etc. Estas substâncias
atraem todas as coisas, não somente as limalhas, mas todos os metais, madeira,
pedra, terra e também a água e o azeite e tudo o que está sujeito a nossos sentidos
e é sólido (GILBERT, 1600, p.162).
Para explicar a atração exercida por todas aquelas substâncias, Gilbert adotou
a hipótese do eflúvio, rejeitando veementemente a ideia da simpatia entre os corpos
que se atraem.
Costuma-se observar que quando um corpo leve é atraído por um objeto
atritado, após tocar este corpo, o corpo leve passa a ser repelido pelo objeto
atritado.Este fenômeno foi observado alguns anos após a morte de Gilbert, pelo
jesuíta italiano Nicolo Cabeo. Em virtude desta observação, a teoria do eflúvio teve
de sofrer modificações, pois ela não era capaz de explicar o fenômeno da repulsão
elétrica de ligas metálicas, que contêm principalmente ferro, carbono, cobalto, cobre,
molibdênio, níquel e alumínio.
Cerâmicas, feitas com pó de uma substância chamada ferrita – uma mistura de
óxidos de ferro e de bário- apesar de frágeis, podem ser ligadas com plásticos ou
borracha, constituindo assim ímãs flexíveis.
Os ímãs são dipolos, ou seja, tem dois polos.
Quando um ímã é suspenso por um barbante, verificamos que ele se direciona
na direção norte-sul terrestre, aproximadamente. Assim suas extremidades passam
a ser chamadas de polo norte e polo sul. O polo norte do ímã se alinha em direção
ao polo norte geográfico e o polo sul do ímã se alinha com o pólo sul geográfico,
devido ao campo magnético da Terra ser o contrário.
Os polos iguais se repelem e os polos diferentes se atraem.
Os ímãs podem ser naturais ou artificiais:
.Ímãs naturais: são minerais com propriedades magnéticas. Esses ímãs são
constituídos de magnetita (óxido de ferro, Fe3O4).
.Ímãs artificiais: são barras de ferro ou aço, às quais se comunicou a
propriedade magnética por vários processos. São mais vantajosos que os ímãs
naturais; têm mais elevado poder atrativo e podem receber a forma que melhor se
adapta a seu uso: ímãs em forma de U, em forma de disco etc. O níquel e o cobalto
são também substâncias magnéticas, porém em grau menor do que o ferro e o aço.
Sempre que dividimos um ímã ao meio, ou tiramos um pedaço dele, ele
sempre continuará tendo o seu campo magnético, ou seja, sempre terá os seus dois
polos. Verificou-se experimentalmente que não se consegue obter um polo
magnético separado.
Aquecendo um ímã até uma temperatura denominada “temperatura Curie” ele
perde suas propriedades magnéticas.Cada ímã possui uma determinada
“temperatura Curie” que dependerá das características de cada substância.
O campo magnético envolve totalmente os ímãs, de forma que qualquer ímã ou
qualquer outro corpo ferromagnético seja submetido a uma força magnética.
Podemos construir as linhas do campo magnético ao redor do ímã, sabendo
que elas saem do polo norte em direção ao polo sul, por fora do ímã, e que estão
orientadas do polo sul para o polo norte, por dentro do ímã. Ou seja, as linhas de
campo magnético são consideradas sempre fechadas, diferentemente das linhas de
campo elétrico que são abertas.
* Ímã em forma de barra:
Obs.: Infelizmente, não se costuma representar as partes das linhas de campo magnético na região
interior ao ímã, de modo a evidenciar o fato de serem linhas fechadas.
* Ímã em forma de ferradura:
Obs: As linhas de um imã em forma de ferradura são paralelas.
3- Implementação da Produção Didática Pedagógica na Escola
A implementação da Produção Didática Pedagógica no Estudo do Eletromagnetismo
através de Aulas Práticas na disciplina de Física se deu através da aplicação das Práticas
estabelecidas no mesmo, relacionadas com o conteúdo desenvolvido em sala de aula,
estipulados no planejamento do Colégio.
1.1-Criando um ímã:- Determinados materiais apresentam propriedades
magnéticas. Na interação entre dois objetos feitos de materiais magnéticos há
também a possibilidade de repulsão entre eles.
Passar várias vezes o alfinete sobre o ímã natural, sempre na direção do seu comprimento e
no mesmo sentido. Sugestão (acompanhe na figura abaixo): coloque o alfinete paralelamente à
lateral do ímã de um alto-falante; passe o alfinete contra a lateral do ímã, no sentido das setas
1.2-Construção de um eletroscópio: -Alguns materiais apresentam,sob
determinadas condições, fenômenos elétricos que podemos explicar usando um
modelo teórico.
Estes fenômenos são observados pelo homem desde a Antiguidade. E desde
aquela época, houve vários modelos que foram propostos para tentar explicar a sua
origem.
O modelo que melhor explicou tais fenômenos foi o de cargas elétricas, que é
usado até os dias de hoje. Este modelo prevê a existência de dois tipos de cargas
elétricas, uma carga de sinal positivo e outra de sinal negativo.
Para explicar os fenômenos elétricos que eram observados, foi proposta a lei
da atração e repulsão: cargas elétricas de mesmo sinal se repelem entre si e cargas
elétricas de sinais opostos se atraem entre si. Veja o esquema das leis de atração e
repulsão na figura abaixo.
O eletroscópio de folhas é composto por uma garrafa transparente isolante, fechada por uma rolha
igualmente isolante. Na parte de cima, uma esfera metálica. No interior, duas finíssimas folhas metálicas, de
ouro ou de alumínio. Se o eletroscópio estiver neutro, suas folhas estarão abaixadas. A aproximação de um corpo
carregado à esfera superior induz cargas no sistema, e as folhas se separam, por possuírem cargas de mesmo
sinal. Se esse corpo carregado tocar a esfera superior, o eletroscópio também ficará eletricamente carregado. O
princípio de funcionamento deles é simples, quando carregados as folhas inferiores móveis se repelem,
afastando-se mais na medida que aumenta a carga acumulada nelas. Em um teste com uma fonte de tensão
calibrada foi constatado que tensões a partir de 300 a 400 volts são suficientes para provocar este afastamento de
maneira perceptível.
1.3-Bússola de copo d'água: - A bússola é um instrumento muito importante
para a orientação em geral; e também pode ser usada como detector de materiais
magnéticos.
Este instrumento de orientação é constituído basicamente por dois elementos:
uma agulha magnetizada e um suporte que permite que esta agulha gire livremente
em torno de seu eixo.
Por ser a agulha muito leve e o atrito entre ela e o suporte que a sustenta muito pequeno, a
bússola se torna um instrumento muito sensível, podendo detectar materiais que estejam fracamente
magnetizados.
A detecção se dá na forma de alinhamento, ou seja, a agulha da bússola é um pequeno ímã e
como já foi dito no contexto, os ímãs podem ser atraídos ou repelidos por outros ímãs ou por campos
magnéticos próximos. Logo, quando uma bússola é posta na presença de um campo magnético, a
atração e a repulsão se manifestam simultaneamente, na forma de deflexão (rotação parcial ou
completa) desta agulha em relação à sua posição anterior. Em outras palavras, a agulha alinha-se
com o campo detectado.
1.4-Construção de um eletroímã: -Quando uma corrente elétrica atravessa um
fio condutor, uma agulha magnética em suas proximidades sofre um desvio em
relação à sua posição de equilíbrio. Este efeito foi verificado por Hans Christian
Orsted em 1820. Além disso, o eletroímã é capaz de atrair pequenos objetos
metálicos como clips e pregos.
Um solenóide constitui-se de um fio condutor enrolado de tal modo que forme uma sequência
de espiras em forma de tubo. Se por ele passar uma corrente elétrica, gera-se um campo magnético
no sentido perpendicular a uma seção reta do solenóide. Este arranjo em forma de tubo faz com que
o solenóide passe a se comportar como um ímã, como se tivesse polaridades norte e sul bem
definidas
1.5-Associação de pilha em série e em paralelo: - Pilhas são um dos vários tipos
de geradores que podem fazer parte de circuitos elétricos. Por exemplo, uma
associação de pilhas que resulte numa diferença de potencial (ddp) de 12 volts, tem
o mesmo efeito que uma bateria de 12 volts neste mesmo circuito, embora não
tenha a mesma durabilidade.
Por causa desta equivalência usamos neste experimento pilhas de 1,5 V ao
invés de outro tipo de gerador. Logo, ao ler pilha neste experimento, entenda que ela
pode ser substituída por outro gerador equivalente, até mesmo uma usina.
Numa associação em série, duas pilhas são conectadas de forma que o polo positivo de uma
se ligue ao polo negativo da outra e os polos da extremidade estão livres para se conectarem ao
circuito, como mostra a parte "Associação em série" da figura abaixo.
Nesta associação, a ddp é a soma do potencial individual de cada pilha, ou seja, 3,0 V, e a
corrente total "it" fornecida ao circuito tem valor igual às correntes que saem de cada pilha, nesta
associação.
Numa associação em paralelo, duas pilhas são conectadas de forma que o polo positivo de
uma se ligue ao polo positivo da outra e o mesmo acontece com os polos negativos. E destes polos
saem as pontas que se ligarão ao restante do circuito, como mostra a parte "Associação em paralelo"
da figura abaixo.
Nesta associação, a ddp resultante da associação é igual em valor da ddp individual de cada
pilha. A corrente elétrica total "it" fornecida ao circuito é dividida entre as pilhas de forma que
somando a corrente que cada pilha fornece ao circuito tem-se a corrente total consumida pelo
circuito.
1.6- Associação de resistores em série e em paralelo: - Os resistores de um
circuito podem ser combinados em paralelo ou em série.
Quando a combinação é feita em paralelo temos que a tensão (ou diferença de
potencial elétrico) entre os terminais das resistências será a mesma, mas a corrente
elétrica que percorre o circuito é dividida entre as resistências, de forma que a
corrente elétrica total seja a soma das correntes que passam pelos resistores.
Já na associação em série, temos que a corrente entre os terminais das
resistências será a mesma, mas a tensão sobre o circuito é dividida entre as
resistências, de forma que a tensão total seja a soma das tensões em cada resistor.
Figura 1- Associação de resistores em série.
Em uma associação em série de resistores, o resistor equivalente é igual à soma de todos os
resistores que compõem a associação. A resistência equivalente de uma associação em série
sempre será maior que o resistor de maior resistência da associação. Veja porque:
- A corrente elétrica que passa em cada resistor da associação é sempre a mesma: i = i1 = i2 =
i3 = i4
- A tensão no gerador elétrico é igual à soma de todas as tensões dos resistores: V = V1 + V2 + V3 +
V4 .
Figura 2– Associação de resistores em paralelo.
Em uma associação em paralelo de resistores, a tensão em todos os resistores é igual, e a
soma das correntes que atravessam os resistores é igual à resistência do resistor equivalente (no que
nos resistores em série, se somava as tensões (V), agora o que se soma é a intensidade (i)).
A resistência equivalente de uma associação em paralelo sempre será menor que o resistor
de menor resistência da associação.
1.7- Aplicação e verificação do Efeito Joule: - A energia possui a característica
de poder existir sob várias formas e ser transformada de uma forma para outra. Por
exemplo, a energia mecânica que se transforma em energia elétrica numa usina
hidrelétrica ou a transformação de energia elétrica em energia térmica numa
resistência de chuveiro.
A transformação de energia pode ser em alguns casos bem vinda, e em outros
não. Por exemplo: para um automóvel em movimento, a transformação da energia
cinética em térmica, em função da resistência do ar não é bem vinda. Já a
transformação de energia elétrica em calor na resistência de um chuveiro num dia
de frio, é muito bem vinda.
Este último fenômeno denomina-se Efeito Joule: é a transformação de energia
elétrica em calor num material por onde passa uma corrente elétrica.
Recorte uma fita de papel alumínio de aproximadamente 3 mm por 10 cm (comprimento
suficiente para ligar os polos da pilha);
Ligue as extremidades da fita de alumínio e aguarde uns dois minutos;
Sinta pelo tato se houve aquecimento da tira de papel alumínio.
OBS: A implementação de todas as práticas foram desenvolvidas no laboratório de
Física pelo professor e os alunos da 3ª série do Ensino Médio, através de vídeos, Data
Show e montagem.
No segundo momento, pré-estabelecido pelo professor da disciplina, os alunos de uma
3ª série, programavam as práticas desenvolvidas para os alunos da outra 3ª série.
As preparações do material para a realização das aulas práticas aconteceram da
seguinte forma:
1o Apresentação e realização de atividades em sala de aula sobre o conteúdo
desenvolvido;
2º Atividades extraclasse; para pesquisa sobre o assunto no laboratório de informática;
3º Organização de material concreto, para realização e montagem das práticas que
forem realizadas;
4º Registro, pelo professor, após a aplicação das atividades;
5º Correção das atividades realizadas pelos alunos, tais como: trabalho de pesquisa,
realização das práticas e os relatórios elaborados pelos alunos.
4. Os Participantes do Grupo de Trabalho em Rede
O Grupo de Trabalho em Rede – GTR é uma das atividades obrigatórias do
PDE, prevista no Plano Integrado de Formação Continuada do Programa, com a
finalidade de socializar as produções do professor PDE, por meio da interação deste
com os demais docentes da Rede Estadual de Ensino (PARANÁ - PDE, 2013, p.70).
Sendo assim, o projeto de intervenção Pedagógica na disciplina de Física, para
melhor compreender o estudo do eletromagnetismo: é um desafio para a escola
pública. Mas, de uma maneira geral, todos os participantes do GTR na disciplina de
Física tiveram grande participação. A troca de ideias e de experimentos foi
formidável. Como tutor, fiquei encantado com o interesse e a vontade de todos em
aprenderem novas práticas para trabalhar com seus alunos.
Segue abaixo um pequeno trecho sobre o que os meus colegas cursistas
acharam do estudo do eletromagnetismo através destas práticas.
JOSUE DUDA- Participante do GTR 2014: Todas as aulas elaboradas foram
muito bem detalhadas e por isso a compreensão ficou fácil, permitindo que tais
experimentos sejam desenvolvidos por todos os professores de Física em sua sala
de aula.
Eu achei todas as experiências muito interessantes e já estou começando a
aplicar com os meus alunos.
O eletroscópio já é uma prática que realizo com os meus alunos e sempre
apresenta bons resultados, pois a construção do eletroscópio e a sua utilização para
verificar os corpos eletrizados faz com que o aluno tenha contato com conceitos
abstratos que podem ser verificados com a experiência.
As associações de resistores e de pilhas estão muito bem apresentadas e são
parte essencial para a compreensão dos circuitos elétricos que estudamos em
eletrodinâmica. A maneira como são realizados os experimentos não deixam
dúvidas para o aluno que costuma confundir as propriedades das associações.
O experimento do eletroímã é muito interessante porque demonstra a
interação de eletricidade e magnetismo, permitindo numa ampliação da aula
demonstrar a produção de energia elétrica e o funcionamento das usinas.
O efeito Joule é fantástico para compreenderem como a energia elétrica é
transformada em energia térmica. Mas o experimento apresentado com a tira de
papel alumínio e a palha de aço é muito legal para compreender a questão da
corrente elétrica e da resistência.
Acredito que o trabalho realizado está muito bom e permite um grande estudo
de alguns aspectos do eletromagnetismo que pode ser feito até mesmo ampliando
as propostas apresentadas, ficando apenas a Física Moderna para ser pensada em
novas abordagens que facilitem a sua compreensão. Parabéns pelo seu trabalho;
muito bom mesmo.
MAURO CESAR RUFINO- Participante do GTR 2014: A metodologia envolvida
no seu trabalho, em forma de aula expositiva interativa, a leitura de artigos
contextualizados, as atividades de listas de exercícios, ou discussão de textos
seguida da realização de experimentos, considero fundamental para que o aluno
realmente desenvolva várias habilidades cognitivas aplicando-as enquanto cidadão,
conhecedor das suas capacidades e da realidade onde vive, para que possa
interferir, quando necessário, de forma plena e consciente das suas ações.
O primeiro experimento, Criando um ímã, permite ao aluno aprender os
conceitos fundamentais do magnetismo, de forma simples e significativa.
O segundo experimento, Eletroscópio, através de materiais de fácil aquisição
e uma montagem simples, o aluno compreende o modelo de cargas elétricas e
entende o Princípio da Atração e Repulsão.
No terceiro experimento, Bússola de copo d’água, o aluno constrói uma
bússola para detectar campos magnéticos, principalmente o campo da Terra. Ele
descobre quais são os polos de um ímã e de qualquer outro objeto imantado, além
de realizar atividades de orientação e navegação.
No quarto experimento,Eletroímã, o aluno vê que é possível criar um ímã com
as mesmas características de um ímã natural, fazendo uso da eletricidade.
No quinto experimento, Associação de pilhas, o aluno verifica como é
possível fazer associações ou arranjos de pilhas (geradores de energia) em circuitos
elétricos e suas aplicações. O aluno aprenderá a fazer associações de pilhas, em
série e em paralelo.
No sexto experimento, Associação de Resistores, os alunos que nunca
viram como funciona uma associação de resistores, aprendem o papel dos
resistores num circuito elétrico e como estes resistores se comportam de maneira
diferente quando se muda o tipo de arranjo. Os alunos que já estudaram ou estão
estudando eletricidade, aprendem que uma bateria libera para o circuito uma
corrente apropriada, que depende da necessidade de cada circuito. Para aqueles
que não têm noções de eletricidade, após a realização do experimento, fica claro
que a intensidade luminosa é diferente nos dois tipos de associação. As lâmpadas
brilham mais na associação em paralelo do que na associação em série. Para
aqueles alunos que já estudaram um pouco de eletricidade, é possível explicar esse
fenômeno com o auxílio da matemática.
No sétimo experimento, Efeito Joule, construindo um circuito elétrico simples,
o aluno comprova a transformação de energia elétrica em calor num material por
onde passa uma corrente elétrica.
No final de cada experimento, também considero a elaboração do relatório, de
extrema importância para que o aluno possa realmente expressar suas
observações, ideias, utilizando uma linguagem científica. Sempre peço aos alunos
para que anotem em seus cadernos o que observam na aula experimental para
utilizar suas anotações na elaboração do seu relatório.
Todos os experimentos mencionados em seu Projeto despertam o prazer no
aluno e o gosto pela atividade experimental. Assim ele compreende os conceitos
básicos envolvidos em cada experimento e sente uma satisfação em montar o seu
experimento e vê-lo funcionar.
Concordo com você que, no ensino da Física, ao longo dos três anos do
Ensino Médio, o aluno deva construir o conhecimento científico de conceitos
importantes dentro do eletromagnetismo, através de experimentos, permitindo que
possa relacionar e aplicar esses conceitos nas situações do seu dia-a-dia. É um
trabalho contínuo, que exige empenho, paciência e motivação por parte do
professor. Parabéns pelo seu Projeto.
PEDRO BENEDITO PATRICIO- Participante do GTR 2014: Trabalhar os
conteúdos de Física nas escolas hoje não é uma tarefa muito fácil, pois depende de
muito esforço por parte dos professores, já que encontramos alunos desmotivados
sem nenhum interesse pelos estudos. Outro fator que dificulta nosso trabalho é o
tempo de duas aulas por semana ser muito pouco. Por estes motivos, o professor
tem que ser dedicado e criativo em suas atividades para vencer estes obstáculos e
alcançar seus objetivos que é de oferecer o melhor a seus alunos.
A Produção Didática Pedagógico sobre o ensino do Eletromagnetismo
elaborado pelo professor Ariston é de extrema importância, pois permite a
compreensão dos conteúdos sobre eletromagnetismo de maneira que o aluno
consiga visualizar e relacionar prática e teoria, o que facilita seu aprendizado. Os
experimentos apresentados são de fácil aquisição tornando possível a participação
dos alunos nas aulas e despertando um maior interesse nos mesmos. As aulas
práticas são parte essencial para o desenvolvimento da disciplina de Física, pois
promove maior interesse nos alunos em participar das aulas melhorando assim seus
conhecimentos científicos. Portanto, os experimentos sobre eletroscópio, bússola de
copo d’água, eletroímã e as associações são práticas fundamentais nas aulas de
Física e no processo de aprendizagem, tornando-se essenciais em minhas aulas.
CARLOS HEGETO- Participante do GTR 2014: A importância da sua Produção
Didático-Pedagógica é de grande valia, pois sabemos que a maioria das escolas
públicas tem poucas possibilidades de investir em laboratórios, e nesse ponto é que
vejo a eficácia de sua produção, pois demonstra que podemos ensinar a Física por
meios de experimentos de baixo custo.
As aulas práticas contidas em sua produção fazem com que nossos alunos
visualizem os fenômenos de formas mais claras e definidas, facilitando o seu
entendimento na conexão teoria-prática. Graças à observação, estudo e participação
nos experimentos é que se efetua a aprendizagem dos nossos alunos.
CRISTIAN RODRIGO MULLER- Participante do GTR 2014: Não é de hoje que
muito se fala no uso de atividades prático-pedagógicas, sejam elas em Física,
Química ou Matemática. Disciplinas que trazem em seu âmago, teorias e conceitos
abstratos, que em geral, são abordados apenas de forma teórica. Dessa forma,
entende-se que cabe ao docente intervir junto aos discentes no intuito de
desmistificar tais disciplinas e, claro que isso se faz a partir do concreto, a partir da
construção do conhecimento científico.
Ainda, segundo as palavras de Sacristán e Pérez Gomes (1998, p. 78): "A
possibilidade de a teoria fecundar a prática é limitada. Pelo contrário, é necessário
incentivar a aquisição de uma consciência progressiva sobre a prática, sem
desvalorizar a importância da contribuição teórica..." e Freire (1996, p. 25), o qual
afirma que: "ensinar não é transferir conhecimento, conteúdos, nem formar é ação
pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e
acomodado. [...] Não há docência sem discência... Quem ensina aprende ao ensinar
e quem aprende ensina ao aprender."
Portanto, a partir das aulas práticas que sugere e, também de tantas outras
possíveis, podemos afirmar com certeza que tais aulas contribuem e muito na
aquisição dos conteúdos e na formação unilateral do educando. Sem citar, é claro, a
troca de experiências que esse tipo de aula proporciona.
E para finalizar, gostaria de deixar nas palavras de Piaget (1950, p.35), que:
"Uma verdade aprendida não é mais que uma meia verdade, enquanto a verdade
inteira deve ser reconquistada, reconstruída ou redescoberta pelo próprio aluno."
KARIN ALINE GALVAN VIACELLI- Participante do GTR 2014: As atividades
propostas pelo professor são todas simples e aplicáveis em qualquer sala de aula,
mesmo que a escola tenha recursos ou não, pois nenhum dos experimentos usa
materiais caros.
Ao utilizarmos as práticas em consonância com os conceitos ensinados, com
certeza temos uma efetivação do aprendizado. O aluno tem a possibilidade de fazer
a observação, participar ativamente da aula e ainda discutir os resultados.
Acredito que o melhor caminho para conquistarmos nossos alunos e convencê-
los a estudar Física é através do uso de experimentos. Além disso, é muito
importante mostrar para eles onde esses conceitos e práticas são aplicados na
prática, como por exemplo, nos aparelhos eletrônicos, usinas de produção de
energia, sistema de localização, entre tantas outras.
5.A Visão dos Alunos sobre o Projeto
A visão dos alunos sobre o Projeto foi excelente, pois eles participavam com
muito entusiasmo. O interesse pelo aprendizado do conteúdo, estava demonstrado
na fisionomia de cada um dos alunos, cada um queria dar sua explicação, queria
mostrar que entendeu a ocorrência dos fenômenos que estávamos trabalhando. Em
geral, as aulas práticas chamam os alunos para aprender e compreender o que o
professor está ensinando.
6. Considerações Finais
Ao tecer as considerações finais deste artigo, verifiquei que existe uma
necessidade muito grande, entre os professores que trabalham na disciplina de
Física na rede estadual de ensino, de encontros para troca de ideias, e até mesmo
de aplicação de experimentos sobre diversos conteúdos abordados.
As autoridades governamentais e instituições escolares deveriam realizar com
mais frequência estes tipos de encontros, sempre lançando um novo olhar sobre a
disciplina de Física no que se diz à preparação dos docentes para aplicação das
aulas práticas em laboratórios. Em especial, nós, professores, devemos nos inteirar
das discussões que vêm ocorrendo entre os pesquisadores das diferentes áreas, em
especial a acadêmica, sobre este novo status das práticas em laboratório, na
atualidade, diante das transformações cotidianas no nosso dia a dia, para que
melhor possamos entender e compreender este mundo que nos cerca.
No que diz respeito aos alunos, por meio da implementação do Projeto, pôde
ser constatado que a maioria deles se sente mais motivado a aprender
Eletromagnetismo quando o assunto é demonstrado através de práticas
laboratoriais. Portanto, é de fundamental importância que o professores, em seus
planos de trabalho, planejem espaços e atividades direcionados à prática de
laboratório, bem como adotem uma postura mais comunicativa com seus alunos,
encarando o processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos de Física como um
fenômeno dinâmico, sempre em constante construção.
Embora existam muitos obstáculos para o desenvolvimento da competência e
domínio por parte dos alunos na compreensão dos conteúdos de Física, devemos
insistir em motivá-los para compreender melhor, e saber utilizar satisfatoriamente o
Eletromagnetismo dentro de seu cotidiano.
1.3.5-Referências
AMALDI, Ugo. Física: As ideias e as experiências do Pêndulo aos Quarks. São
Paulo: Scipione,1995.
ARAÚJO, I.L.Introdução à filosofia das ciências. Curitiba: Editora da UFPR, 2003.
FREIRE Paulo – Pedagogia da Autonomia – São Paulo: Editora Paz e Terra S/A,
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