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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
O ATLETISMO COMO POSSIBILIDADE DE AVALIAÇÃO DA
COORDENAÇÃO MOTORA
Paulo Cesar Rodrigues1
Miguel Archanjo de Freitas Jr2
RESUMO
O presente artigo refere-se ao estudo realizado sobre a influência da coordenação motora na aprendizagem de novas habilidades ludo esportivas. Para a sua realização, analisou-se 63 alunos, de duas turmas de 6° anos do Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen, localizado na cidade de Ponta Grossa – PR. Entende-se que a avaliação das modalidades de correr e saltar são fatores que auxiliam o professor a planejar suas aulas, assim como propõe ao aluno novos desafios. Apresenta-se neste estudo a aplicação dos testes de avaliação da coordenação motora, tendo como base os fundamentos do atletismo. A aplicação foi dividida em 8 testes com 17 requisitos. Os fundamentos do atletismo deram suporte metodológico para a avaliação e aprimoramento da coordenação motora dos alunos. Percebeu-se a importância da coordenação motora como elemento central no processo de avaliação do conteúdo esporte, pois por meio deste o professor poderá verificar se o aluno encontra-se preparado para a aprendizagem de fundamentos especializados. Palavras-chave: Avaliação motora. Coordenação motora. Atletismo.
1. INTRODUÇÃO
Os fundamentos dos esportes ou até mesmo brincadeiras que requerem o
domínio do corpo na realização de movimentos coordenados, normalmente resultam
em atividades de grande dificuldade de execução. Essa dificuldade interfere
diretamente nas aulas de Educação Física, muitas vezes dificultando para que os
professores alcancem os objetivos pré-estabelecidos, evitando que o aluno consiga
se apropriar de novos movimentos, auxiliando diretamente para que considere a
atividade desinteressante, pois os mesmos sentem constrangidos por não realizar
determinadas atividades que exigem um mínimo de coordenação motora.
1 Licenciado em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa em 1994. Especialista em Ciência da Educação Motora pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1995). Especialista em Mídias na Educação pela Universidade Federal do Paraná (2013). [email protected] 2 Possui doutorado em História pela Universidade Federal do Paraná (2009), mestrado em Ciências Sociais Aplicadas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (2000). Atualmente é Coordenador do Curso de Licenciatura em Educação Física, Coordenador do Programa de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID - Educação Física) e professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Professor do Programa Stricto Sensu em Ciências Sociais Aplicadas (UEPG); Líder do Grupo de Pesquisa Esporte, Lazer e Sociedade; membro do grupo de Pesquisa Futebol e Sociedade.
Este trabalho de intervenção pedagógica foi idealizado a partir da experiência
como professor de Educação Física em escolas públicas, nas quais se encontram
diversas dificuldades, tais como: falta de espaço e falta de material, entre outros
fatores. Contudo, uma das dificuldades que nos chama atenção está relacionada ao
processo de ensino aprendizagem, pois quando trabalhamos com o conteúdo
esportes, muitas vezes verificamos que alguns alunos apresentam dificuldades para
aprender aquilo que é proposto. O que nos leva a um questionamento inicial: Por
que esmo o professor modificando a metodologia adotada, nem todos os alunos
conseguem aprender ao mesmo tempo?
A resposta não é fácil e nem pode ser sanada a premissa de uma única
variável. Por isso, a bateria de testes escolhida, centrou-se na importância que a
coordenação e avaliação têm para o processo de ensino aprendizagem. A avaliação
proposta nesta discussão visa subsidiar o professor, no trabalho no seu dia a dia
escolar, servindo como uma possibilidade metodológica de avaliação da
coordenação motora, podendo auxiliar no processo ensino aprendizagem dos
alunos.
A estruturação dos testes teve como parâmetros comparativos para
estabelecer os índices de normalidade, os indicativos apresentados pelo quadro de
desenvolvimento motor elaborado por Gallahue (2005). O ponto de partida foi a
realização de uma revisão bibliográfica sobre coordenação, seus aspectos
funcionais e a aprendizagem.
2. REFERECIAL TEÓRICO
2.1 Coordenação Motora
O estudo da coordenação motora foi o propulsor desta pesquisa o problema
que se colocou para este estudo foi: Em que medida a falta de coordenação motora
geral interfere no processo de aprendizagem de novas habilidades ludo esportivas,
dos alunos dos 6º anos do Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen, Ponta Grossa –
PR?
Essa dificuldade interfere diretamente nas aulas de Educação Física, muitas
vezes dificultando para que os professores alcancem seus objetivos pré-
estabelecidos, evitando que o aluno consiga se apropriar de novos movimentos,
auxiliando diretamente para que ele considere a atividade desinteressante. Muitas
vezes esta dificuldade é decorrente da aprendizagem incorreta de um gesto técnico,
o qual foi aprendido pelo aluno no meio extra-escolar cabendo ao professor o
objetivo de auxiliar para a reeducação motora deste aluno. A cultura do movimento
envolve a relação entre corpo, natureza e cultura, ou seja, ela se manifesta através
da maneira que o indivíduo faz uso de seu corpo e das informações que recebeu do
meio social, através dos esportes, das lutas, da ginástica, da dança entre outros.
Estes fatos foram destacados por Kunz (1991)
Kunz (1991) pontua que a Educação Física deverá ser uma práxis social, com
estreita relação no plano sociocultural e político do professor, sendo que é função do
professor, iniciar o trabalho a partir dos movimentos vivido pelos alunos.
Respeitando essa cultura diferenciada e a dificuldade de alguns alunos em realizar
determinados movimentos, é que lançamos a proposta de intervenção, objetivando
auxiliar, para que os alunos consigam realizar dentro de um padrão mínimo de
movimento, gestos técnicos como correr, saltar, lançar e mantendo uma relação
otimizada com o tempo e o espaço3.
O domínio de movimentos é a combinação básica entre a realização do gesto,
o tempo e o espaço. Contudo, uma série de movimentos organizados requer que
todo o corpo esteja envolvido no movimento e não somente uma parte dele. Como
destaca Gallahue; Ozmun (2005) "... a coordenação tem sua ligação com
componentes motores de aptidão motora4 de equilíbrio, velocidade e de agilidade,
porém não está ligada diretamente à força e à resistência".
Habilidade de integrar, em padrões eficientes de movimento, sistemas motores separados com modalidade sensoriais variadas. Quanto mais complicada as tarefas motoras, maior o nível de coordenação necessário para um desempenho eficiente (GALLAHUE; OZMUN, p. 298)
Neste sentido é importante enfatizar que a coordenação motora não está
somente na aprendizagem de movimentos técnicos dos esportes ou em atividades
recreativas, ela está presente no cotidiano, quando realizamos movimentos
coordenados sem perceber como: andar, correr, lançar, agarrar, dançar entre outros
Desta forma pode-se constatar que a coordenação está presente em diferentes
3 O aprendizado é um processo interno que produz alterações consistentes no comportamento
individual em decorrência da experiência, da educação e do treinamento com processos biológicos. Sua construção tem fortes vínculos com o estado de desenvolvimento de um individuo, relacionando-se diretamente com a prática, ou seja, o aprendizado é um fenômeno no qual a experiência é pré-requisito; o desenvolvimento, em oposição, é um processo que pode ocorrer independentemente da experiência. (GALLAHUE, 2001, p. 17). 4 Aptidão Motora é definida como um conjunto de atributos que uma pessoa possui relacionada à habilidade de realizar uma atividade física, combinando com a bagagem genética e a manutenção nutricional adequada. Aptidão pode ser subdividida em aptidão relacionada á saúde e relacionado ao desempenho. (GALLAHUE, OZMUM 2005 p. 92).
fases das nossas vidas, como demonstra Galahue e Ozmun (2001) ao relatarem
que:
A coordenação motora é a capacidade do cérebro de equilibrar os movimentos do corpo, mais especificamente dos músculos e das articulações, a mesma pode ser analisada em crianças e se constatada sua deficiência pode-se recorrer a práticas que estimulem sua melhoria, como é o caso das atividades físicas que faz com que a criança estimule o cérebro para que este equilibre seus movimentos. É de particular importância no início da infância a coordenação motora, bem como o equilíbrio. Neste período a criança começa a ter algum controle das suas habilidades motoras fundamentais. Os fatores de produção de força tornam-se mais importantes após a criança controlar os seus movimentos fundamentais, transitando assim para a fase motora especializada (2001, p. 346).
De acordo com os autores, a coordenação pode e deve ser trabalhada desde
a mais tenra idade, pois o domínio da habilidade motora proporciona ao aluno
desenvolver ações motoras para diversas situações, esportivas e do dia-a-dia.
Weineck (1999) complementa o entendimento da coordenação motora ao diferenciar
a capacidade motora específica da geral. O autor mostra que a capacidade
específica está relacionada com aprendizagem de uma determinada modalidade
esportiva, enquanto a coordenação geral serve de base para assimilação da
coordenação específica dos esportes.
O processo de aprendizagem de movimentos coordenados para ser
apropriada requer capacidades coordenativas. Contudo, entendemos que a
coordenação não é uma qualidade que pode ser avaliada sem levar em
considerações outras variáveis interferem na aprendizagem do gesto. Meinel e
Schnabel (2010) diferenciam os componentes das capacidades coordenativas,
auxiliando-nos nesta compreensão:
1) Diferenciação: Obtenção de uma coordenação harmoniosa de todos os
membros em um movimento.
2) Equilíbrio: Manter o equilíbrio durante uma atividade ou a recuperação do
mesmo após uma falha.
3) Orientação: Mudança de posição e determinação em um movimento seja no
espaço ou no tempo, com relação ao campo de ação.
4) Ritmo: Adaptação a um determinado ritmo interiorizá-lo e reproduzi-lo em
movimento.
5) Reação: Responder com uma ação motora rápida e objetiva a um movimento ou
sinal; depende da objetividade da resposta e da velocidade de ação; a máxima
velocidade possível é a velocidade ideal.
6) Adaptação a Variações: Adaptar-se a uma nova situação durante um
movimento devido à percepção do meio ou das condições externas, de modo a
complementar esse movimento de outra forma.
Além destes fatores, verifica-se que as capacidades coordenativas também
são relacionadas com a idade. Observando o desenvolvimento motor, verifica-se
que os movimentos fundamentais são divididos em três estágios, os quais
determinam o movimento de acordo com as fases de desenvolvimento do indivíduo.
É o que apresentam Gallahue; Ozmun:
Estágio Inicial: Fase de movimentos fundamentais representa as primeiras tentativas da criança orientadas para o objetivo de desempenhar uma habilidade fundamental. Estágio Elementar: O estágio envolve maior controle e melhor coordenação rítmica dos movimentos fundamentais. Aprimora-se a sincronização dos elementos temporais e especiais do movimento, mas os padrões de movimento neste estágio são ainda geralmente restritos ou exagerados, embora mais bem coordenados. Estágio Maduro: Nessa fase de movimentos fundamentais é caracterizado por desempenhos mecanicamente eficientes, e coordenados e controlados (GALLAHUE; OZMUN, 2001, p. 60).
Os estágios definidos como inicial, elementar e maduro dos movimentos não
são somente definidos pela idade (maturação) que é também um ponto relevante no
amadurecimento do movimento. Porém, os fatores ambientais e de desafios
interferem nos padrões dos movimentos fundamentais.
Pode-se relacionar dessa forma os estágios motores que se processam
longo da vida do indivíduo, divididos em fases, fato que tem auxiliado para que esta
área do conhecimento ganhe espaço entre os estudiosos da Educação Física, em
virtude da preocupação com a individualidade do aprendiz, verificou-se que cada
aluno tem um tempo peculiar para o desenvolvimento de habilidades motoras.
Para identificar as fases da coordenação motora, se faz necessário uma
avaliação motora. Por essas razões destacamos que diversos estudos sobre
motricidade são realizados com o objetivo de conhecer melhor as crianças e poder
estabelecer instrumentos de confiança para avaliar e analisar o desenvolvimento dos
alunos em diferentes fases, podendo passar do estágio elementar para maduro e
assim para movimentos especializados.
Diante do exposto, verifica-se que a avaliação não é mera exigência
pedagógica, mas uma ferramenta importante em qualquer área da educação, pois
oferece aos professores a oportunidade de medir a capacidade e o progresso dos
alunos e a sua eficiência no processo ensino aprendizagem. Contudo, a avaliação
não serve somente para medir a evolução dos alunos, pois como indicam os
Parâmetros Curriculares Nacionais:
[...] a avaliação deve ser de utilidade, tanto para o aluno como para o professor, para que ambos possam dimensionar os avanços e as dificuldades dentro do processo de ensino e aprendizagem e torná-lo cada vez mais produtivo (PCNs p. 58).
Na Educação Física pode-se ter a avaliação como um meio de identificação
de possíveis problemas que afetam o ensino aprendizagem do aluno, sendo eles,
motores, neurológicos, psicossociais entre outros. Em uma abordagem mais
tradicional da Educação Física os procedimentos para avaliar as capacidades físicas
do aluno estão ligadas a uma abordagem do ensino com métodos próprios para
verificar se os objetivos estão alcançados. (RECH; KALINOWKI; SILVA, 2012).
A importância em avaliar a coordenação motora, para identificar o grau de
desenvolvimento motor dos alunos de 6º anos, que passam pela transição do ensino
fundamental séries iniciais, para ensino das séries finais do fundamental requer uma
atenção diferenciada em relação as suas aptidões motoras que interferem na
aprendizagem de atividades esportivas e lúdicas.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do 3º e 4º ciclos a
avaliação na área da Educação Física está dividida em:
a) Avaliação Diagnóstica ou Inicial: avalia os conhecimentos prévios.
b) Avaliação Formativa: Ocorre durante todo processo ensino aprendizagem.
c) Avaliação Final ou Sistemática: Avalia o final do processo de aquisição dos
conteúdos.
A avaliação que se enquadra na presente proposta é a diagnóstica, e pode
ser realizada em ambiente externo, por meio de uma bateria de testes seguindo
objetivos definidos para avaliar um grupo de alunos de modo geral, quantificando,
qualificando e identificando possíveis problemas. A avaliação em Educação Física
torna-se um instrumento de ações possíveis na intervenção pedagógica
possibilitando ao professor a retomada de suas ações no contexto escolar, que se
dá através de seu conhecimento sobre a avaliação. Parâmetros Curriculares
Nacionais do 3º e 4º ciclo a avaliação na área da Educação Física.
Para avaliar é preciso definir objetivos, uma vez que determinam o conteúdo a
ser trabalhado e os critérios para observar as etapas da aprendizagem. Assim,
descobrir o próprio corpo para utilizá-lo melhor em atividades motoras básicas ou
específicas (passes no basquete ou handebol, chutes no futebol) e compreender e
respeitar as regras de um jogo e agir na coletivamente determina a eficácia do
trabalho desenvolvido e a propriedade da avaliação.
A aplicação de testes de coordenação motora aplicada aos alunos permitirá
avaliar as dificuldades em realizar movimentos coordenados que exige dos membros
inferiores e superiores a sincronia na realização de movimentos, levando em
consideração as fases de desenvolvimento.
3. METOLOGIA
A metodologia utilizada no teste teve por base os fundamentos do Atletismo,
possibilitando desta forma adequar atividades que auxiliaram na identificação da
coordenação motora dos alunos. A bateria de testes motores que envolveram a
avaliação da coordenação motora pode ser subdividida da seguinte forma:
3.1. Teste:
A avaliação diagnóstica foi escolhida por ter a função de identificar os possíveis
problemas de coordenação motora. Optou-se pela avaliação por critério, pois
neste tipo de avaliação os resultados são comparados com níveis anteriores, ou
com níveis específicos de competência, considerados como critérios estabelecidos
e definidos por características ou comportamento específico. Por se tratar de uma
avaliação realizada no contexto escolar, optou-se por uma bateria de teste
motores, devido à possibilidade de poder avaliar um grande número de pessoas. O
conjunto de exercícios a ser avaliados são pré-requisitos atletismo do correr e
saltar. Os equipamentos que auxiliam aplicação dos testes: câmeras fotográficas,
trenas, cones etc... Os testes foram aplicados na quadra e em ambiente fechado.
O barulho não interferiu na aplicação dos testes, porém é melhor evitá-los.
Procedimentos: Aplicação do teste com as recomendações determinadas
para cada etapa da avaliação. Existem protocolos que facilitam a tomada de
decisão, contudo o professor deve fazer um teste piloto antes para perceber as
adequações necessárias que variam de escola para escola. Determinar, mensurar
a aplicação. O Professor com a fundamentação da parte técnica determina os
pontos a ser avaliados no conforme descrito na ficha de avaliação.
Existem medidas a serem tomadas para que tudo ocorra como planejado
antes durante e depois da aplicação e planificação dos dados. A mensuração foi de
maneira quantitativa.
3.2 Procedimentos de aplicação dos Testes:
1) Apresentação, para os alunos dos testes aplicados. Vídeo explicativo do que
seria feito e avaliado nos fundamentos do Atletismo.
3.3 Protocolo de aplicação:
a) Objetivo: Analisar um componente motor: Coordenação Motora movimentos
combinados e membros inferiores e superiores nos exercícios de correr e saltar
em deslocamentos.
b) Equipamentos: cones, arcos, cronômetro, filmadora, máquina fotográfica, giz,
escada de coordenação. Televisão, DVD.
c) Espaço Físico: Sala de aula, quadra esportiva ou espaço plano de
aproximadamente 25 metros.
d) Procedimentos: Os alunos receberam uma explicação prévia dos testes e como
seria realizado. O preenchimento da ficha de avaliação foi na sala de aula assim
como o questionário que identificou fatores inerentes à avaliação especifica.
e) Apresentação aos alunos: por meio de vídeo sobre os movimentos que serão
realizados no teste. (Educativos do Atletismo) Obs.: dia anterior do teste. A
Organização dos testes foi seguindo o livro de chamada, após separação dos
grupos.
f) Demonstração: Para cada grupo foi demonstrado o exercício avaliado. Obs.: O
aluno teve duas tentativas em cada exercício da bateria de teste.
g) Filmagem: Foi filmado em duas posições frontal lateral
h) Escores: Anotação de cada ficha e verificação do preenchimento de dados
pessoais. O professor ficou em posição lateral para verificação dos movimentos.
i) Espaço da avaliação 10 metros.
j) Tempo de realização de cada de teste: Aproximadamente 40 minutos desde a
organização em sala de aula e aplicação em local determinado.
Os critérios da avaliação foram pautados nas técnicas dos fundamentos do
atletismo, os quais tiveram como referência a descrição realizada por Redkva e
Freitas Jr (2010), que apresentaram os seguintes parâmetros para a corrida:
Equilíbrio
O equilíbrio geral do corpo depende, em parte, do comportamento da cabeça,
que é um dos meios mais eficazes de controle. Também são importantes a posição
do tronco e o movimento dos membros, pois os braços movimentam-se
incessantemente, sincronizados com a movimentação das pernas.
Coordenação
É importante destacar que o estilo individual surge naturalmente com o
decorrer da prática diária. Cabe salientar que os gestos motores básicos da corrida
foram exaustivamente analisados e chegou-se à conclusão de que existe um padrão
mínimo de movimentos que devem ser respeitados, independentemente do estilo
individual de cada aluno é necessário cuidar dos seguintes fatores:
Movimento dos braços
Os braços devem ser movimentados no sentido ântero-posterior (da frente
para trás) sem cruzar excessivamente o plano anterior e/ou posterior do corpo,
apenas o suficiente para possibilitar o ritmo da corrida, contribuindo para o equilíbrio
e o deslocamento para frente.
Colocação dos pés
A colocação do pé no solo, ao realizar os apoios nas passadas, depende
muito do estilo próprio do corredor. Nas corridas de meio-fundo, por exemplo, o pé
deverá apoiar-se primeiramente sobre o metatarso. Em todos os casos, os pés
devem ser colocados paralelamente um ao outro e apontados para frente.
Movimentação das pernas
Ao realizar a passada, o pé responsável pelo apoio posterior só deixa o solo
após a extensão total da perna. Nas provas mais longas, as pernas executam um
movimento pendular, com uma elevação não muito acentuada do calcanhar da
perna de trás. Nas provas de velocidade, o movimento é circular, havendo uma
flexão mais acentuada da perna traseira que provoca uma aproximação maior do
calcanhar junto à parte posterior da coxa e, consequentemente, faz com que o
joelho se eleve mais, para cima e para frente, no momento em que essa perna vai à
frente para realizar o apoio seguinte (apoio anterior).
4.2 Saltos horizontais e saltitos
São dois exercícios distintos cada um com suas características de movimento
que serão definidas a seguir:
4.3 Salto horizontal com pé de impulsão:
Tem no seu movimento o ato explosivo que acontece no preparado do
movimento coordenado de pernas e braços, envolvendo todo o corpo é um
movimento complexo onde o salto sai com um pé e aterrissa com os dois pés.
Divide-se em:
1) Corrida de aproximação: É o deslocamento de um ponto de partida para um
ponto pré-estabelecido.
2) Aceleração: Preparação para o salto, sendo as três últimas passadas.
3) Impulsão: Fase onde em que pé de impulsão toca o ponto estipulado liberando
energia para o salto.
4) Voo: Onde o corpo está no ar em equilíbrio projetado para o alto e para frente.
5) Queda: fase final do salto onde o corpo toca o solo com os dois pés juntos e o
corpo e projetado para frete.
4.4 Salto horizontal com dois pés:
O corpo é projetado para frente com a impulsão das pernas unidas e braços
tendo uma grande participação do movimento sendo coordenado com as pernas,
são flexionados como uma mola liberando a energia no movimento. Esse Estágio do
salto é definido como Maduro. (GALLAHUE, 2001, p. 250).
1) Braços se movem para o alto e para traz durante o agachamento preparatório.
2) Durante o impulso, braços se inclinam para frente com força e alcançam a altura.
3) Braços para o alto durante toda ação do salto.
4) Tronco inclinado em ângulo aproximado de 54° graus.
5) Ênfase maior na distância horizontal.
6) Agachamento preparatório profundo e consistente.
7) Extensão completa de tornozelos e joelhos e quadris ao impulsionar.
8) Coxas mantêm-se paralelas ao solo durante o voo; pernas pendem
verticalmente.
9) Peso corporal inclina-se para frente ao pousar.
Saltito:
Ato de saltitar é de similar ao salto em distância e o salto vertical. Porém,
tanto impulso como o pouso são feitos com o mesmo pé (GALLAHUE, 2001, p. 253).
Segundo Gallahue (p. 254) o saltito no estágio maduro seria o movimento já
dominado com as seguintes características da movimentação:
1) Pernas opostas à de sustentação flexionada 90° graus;
2) Coxa oposta à de sustentação se eleva com movimento vertical firme de
sustentação;
3) Maior inclinação do corpo;
4) Ação rítmica da perna é a sustentação (balanço pendular auxiliando a produção
da força);
5) Braços se movem juntos em elevação rítmica, enquanto o pé de sustentação
deixa a superfície de contato;
Braços não são necessários para o equilíbrio, porém são usados para aumentar a
produção de força.
Resultados dos testes:
Foram aplicados 7 testes com 17 requisitos da avaliação para 63 crianças 26
meninas e 37 meninos não sendo divididos por gênero. Os gráficos são
representados da seguinte forma:
SIM: Corresponde aos alunos que não apresentaram dificuldades
NÃO: Representa os alunos que apresentam algum tipo de dificuldade.
Tabela 1 - Corrida de velocidade
Fonte: Elaborado pelos autores, 2014.
Resultados encontrados nas análises:
01) Fase de voo definida: onde o aluno não tem contato com o solo. Verificou-se que
a maioria das crianças apresenta o voo definido.
02) Posição dos braços: Foi preciso observar os braços que estavam em oposição
aos pés. Constatou-se que essa fase é "natural", sendo possível que as crianças
realizam o movimento sem apresentar dificuldades.
03) Cotovelos flexionados: nesta fase a criança tem a facilidade "natural" em
flexionar o braços para realizar a corrida. Verificou-se no feminino, há maior
dificuldade em realizar essa técnica, apresentando os braços na linha da cintura
cruzando a frente do corpo.
04) Contato plantar: os avaliados apresentaram dificuldades em correr com a parte
anterior dos pés. Quando isso acontece não é natural, percebendo-se que os alunos
ainda apresentam dificuldades em assimilar esse movimento.
CORRIDA DE VELOCIDADE 01
sim não
05) Fase a do voo definida: nesta fase a perna de apoio deve estar flexionada e os
pés sem contato com o solo. Verificou a preponderância do movimento natural da
corrida, sem apresentar dificuldades que influenciassem na coordenação. Porém,
constatou que algumas crianças apresentam dificuldade em correr com um ângulo
maior de flexão das pernas.
Tabela 2 - Galope
Fonte: Elaboado pelos autores, 2014.
01) O pé de liderança seguido pelo outro pé: Não mostrou dificuldade de movimento
natural bem assimilados pelos alunos.
02) Fase de voo definida. Apresenta na maior parte dos alunos uma boa altura
definida se arrasto dos pés.
03) Braços flexionados próximos ao quadril: Tiveram dificuldades em manter os
braços na altura do quadril
04) Capaz de liderança com os dois pés: Definição do pé de liderança facilita na
realização do movimento.
Constatou-se que o teste 02 o galope, que é uma brincadeira de criança,
apresenta pouca dificuldade. Enquanto que a maior dificuldade aparece nos
exercícios que exigem coordenação dos braços.
Já no pé de liderança não houve dificuldade e a perna de arrasto apresentou
uma complexidade maior que a perna que flexiona. É importante salientar que o
ritmo do exercício foi desconsiderado nesta avaliação.
GALOPE 02
SIM NÃO
Tabela 3 - Saltito pé esquerdo, esquerdo e direito-direito.
Fonte: Elaborado pelos autores, 2014.
01) Tem força para realizar movimento com equilíbrio. Foi analisada a capacidade
de realizar o movimento força e equilíbrio. Apresentou uma constante na aplicação
não interferindo diretamente na execução.
02) Tem dificuldade de coordenação. Mostrou na realização do movimento
dificuldade da definição das pernas e braços nos movimentos não coordenados.
03) Braços flexionados coordenados com as pernas. Identificou com movimentos
rápidos não definidos porem mais como uma corrida trocando de pernas o
movimento não harmonioso.
O teste três, saltito, apresentou com maior dificuldade de coordenação na sua
realização não apresentando movimentos harmoniosos dos braços com elevação
dos joelhos abrindo lateralmente.
Tabela 4 - Salto alternado esquerdo, direito
Fonte: Elaborado pelos autores, 2014.
01) Salta com pé aterrissa com o outro. A troca dos pés no salto definido não
apresenta dificuldade relevante.
SALTITO: ESQUERDO, ESQUERDO DIREITO, DIREITO 03
SIM NÃO
SALTO ALTERNADO: DIREIRTO ESQUERDO 04
SIM NÃO
02) Fase do voo preparada. Dificuldade na realização do movimento como os
braços e elevação dos joelhos.
Foi analisada a coordenação com salto alternado identificando-se dificuldade
maior na preparação do salto em que coordenação foi visível que o aluno não
prepara o salto com os movimentos dos braços elevando-se para o alto
alternadamente. A fase do voo e que apresentou menor índice foi na frequência do
salto, enquanto na troca das pernas apresentou dificuldades.
Tabela 5 - Salto horizontal pernas unidas
Fonte: Elaborado pelos autores, 2014.
01) Projeta o corpo com auxilio dos braços simultâneos com as pernas. Dificuldade
com os braçoos e pernas coordenação.
O teste apresentou dificuldade na realização do movimento com a
coodenação na preparação do salto em que o aluno usa somente as forças da
pernas não usando os braços para alavancar o salto com um ponto de equilibrio na
finalização do salto, o peso do corporal na maioria das vezes pende para traz com
desequilibrio.
Tabela 6 - Skiping e deslocamento
Fonte: Elaborado pelos autores, 2014.
SALTO HORIZONTAL 05
SIM NÃO
SKIPING 06
SIM NÃO
01) Eleva joelhos coordenados alternados. O skiping apresentou a maior dificuldade
de coordenação com os braços para se trabalhar lateralmete em seguência
natural.Movimentos dos joelhos, a força teve interferência na execução.
Tabela 7 - Deslocamento lateral passada cruzada
Fonte: Elaborado pelos autores, 2014.
01) Coordena pernas cruzadas à frente para trás e braços cruzados na linha do
ombro. O teste apresentou dificuldade na lateralidade onde a posição do corpo
interferiu na coordenação, Assim como os braços na linha do ombro mostrando
dificuldade acentuada na realização do movimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A proposta deste trabalho apresentou a avaliação da coordenação motora
com alguns fundamentos do atletismo em que esse foi dividido por critérios de
avaliação com o intuito de identificar possíveis problemas de coordenação
apresentados por alunos dos 6°.
No trabalho foi avaliada a coordenação motora com requisitos coordenativos
para realização dos movimentos da corrida, galope, Skiping e passada cruzada e
salto e saltito dos alunos dos 6° anos do Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen.
Foram submetidos sete testes com dezessete requisitos da avaliação em sessenta e
três crianças sendo vinte e seis meninas e trinta e sete meninos não levando em
consideração o sexo mas a condição geral da turma, tendo como referência o
estágio maduro em que apresenta requisitos básicos dos fundamentos que são
caracterizados por desempenhos eficiente, coordenados e controlados (GALLAHUE;
OZMUN, 2001, p.60).
DESLOCAMENTO LATERAL, PASSADAS CRUZADAS 07
SIM NÃO
Na análise dos gráficos referente aos testes pode-se verificar que as crianças
apresentaram dificuldades em alguns requisitos da coordenação.
A vivência dos alunos interfere na realização dos movimentos, logo, podemos
pontuar que a diferenciação da coordenação harmoniosa dos membros não
apresenta dificuldades de coordenação dos membros superiores com os inferiores.
O Equilíbrio que interfere na coordenação da execução do movimento apresentou
pouca dificuldade, porém na retomada da sequência de um exercício os movimentos
apresentaram dificuldades consideráveis.
A Orientação dos movimentos no espaço e tempo apresentou uma
considerável complexidade quando as crianças tiveram que realizar um movimento
em determinado espaço com orientação espacial. O ritmo, não foi uma constante na
execução dos movimentos não interferindo diretamente na coordenação. Verificou-
se uma considerável reação dos movimentos por ação rápida, porém não com
velocidade ideal.
Percebeu-se na execução do movimento que os saltito que é um pré-quesito
nessa forma de avaliação dentro do atletismo tem variantes que interferem na
realização do movimento a concentração do aluno, assim como a representação do
que já realizou de forma não eficiente nos padrões técnicos do exercício. Por meio
ainda deste exercício pudemos verificar algumas dificuldades de mudança dos
movimentos com eficiência. Os pontos analisados juntos com os requisitos básicos
dos fundamentos do atletismo como o correr, saltar, saltitos e skipim apresentaram a
coordenação considerável do repertório motor. Porém somente com a vivência de
movimentos básicos coordenados em aulas de Educação Física em séries
anteriores o aluno terá uma base para desenvolver atividades que requerem um
maior grau de dificuldade em exercícios complexos.
Comparando o estágio elementar com o estágio maduro verificamos nos
testes que os alunos já deveriam estar no estágio maduro apresentado requisitos
dos movimentos maduros da coordenação motora, porém ainda apresentam
dificuldades em assimilar novos movimentos coordenados do estágio maduro
passando para o específico. O estágio elementar ainda faz parte do repertório motor
com a execução de exercícios com pouca eficiência.
Assim concluímos que nas aulas de Educação Física se faz necessário a
retomada de exercícios que propiciem ao aluno atividades de coordenação e que
seja trabalhado com mais periodicidade e com maior grau de dificuldade,
possibilitando assim aprimorar a qualidade física da coordenação.
A coordenação é um requisito básico para prática de atividades esportivas
bem como as recreativas passando do estágio maduro ao especializado. Assim
pontua-se a necessidade de um maior aproveitamento das aulas de Educação
Física para se trabalhar atividades que requer um maior grau de dificuldades de
coordenação motora dos alunos.
REFERÊNCIAS:
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