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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS – DPPE
Ficha para Identificação da Produção Didático-Pedagógica Professor PDE/2013
TÍTULO: Escola e Família: Uma possível Relação Dialógica Frente aos Desafios da Educação Atual
Autor: Roselaine Marin da Silva
Disciplina / Área Pedagogia
Escola de Implementação Escola Estadual Érico Veríssimo – Ensino Fundamental
Rua Marechal Cândido Rondon, 1731.
Município Laranjeiras do Sul
Núcleo Regional de Educação Laranjeiras do Sul
Professor Orientador Saulo Rodrigues Carvalho
Instituição de Ensino Superior UNICENTRO
Relação Interdisciplinar -
Resumo
Educar na atualidade continua sendo um grande
desafio, pois esta ação não é estanque ou
autodeterminada por um grupo de pessoas. O aluno
encontra-se inserido e participando do processo
dinâmico de evolução da sociedade humana. Como
parte da Equipe Pedagógica da escola, percebemos
que muitos alunos apresentam dificuldades de
aprendizagem ou participação efetiva de todas as
atividades escolares. Cada um dos atores envolvidos
no processo educativo tem incumbências que lhe são
próprias, e se atuantes e em sintonia, podem
colaborar significativamente para o enfrentamento das
dificuldades que tem se configurado nestes novos
cenários. O trabalho a ser desenvolvido junto aos
familiares e comunidade escolar, visa, portanto,
promover a ampliação de espaços de interação e
diálogo entre a família e a escola para que, juntas
possam trabalhar para o sucesso escolar do aluno.
Acredita-se que a troca de experiências e a busca de
intervenções, amparadas por teorias que possam
aprofundar o assunto, podem criar condições para que
possíveis soluções venham contribuir para articular a
relação dialógica entre escola e família. A
fundamentação que respalda este material baseia-se
em teóricos que se posicionam a favor de uma gestão
democrática de educação progressista e na pedagogia
Histórico Crítica. De acordo com a proposta do tema,
destacamos: a pesquisa-ação com estudo bibliográfico
de literatura específica; entrevistas com
representantes dos órgãos colegiados, pais/
responsáveis, alunos dos 8º anos, equipe diretiva e
pedagógica, que intencionará pesquisa qualitativa
descritiva para análise do contexto; grupos de estudos
e reuniões, onde o diálogo e a reflexão são
respaldados nas Unidades Didáticas, socialização de
caderno informativo; e divulgação junto à comunidade
escolar de uma Rede de Relacionamentos Virtual, que
contribuirá como espaço de dialógico entre escola e
família. O Caderno Pedagógico sob o título, “A Escola
e Família: Uma possível Relação Dialógica Frente aos
Desafios da Educação Atual” tem ainda por
possibilidade o enriquecimento mútuo e a ampliação
do espaço democrático na escola.
Palavras-chave Escola; Família; Participação; Aprendizagem.
Formato do Material Didático Caderno Pedagógico
Público alvo Direção, Equipe Pedagógica, Pais/ responsáveis e Alunos.
APRESENTAÇÃO
O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE tem como um dos
seus eixos, a Produção Didático Pedagógica que visa dar suporte à implementação
do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola. Este caderno sob o título de:
“Escola e Família: Uma possível Relação Dialógica Frente aos Desafios da
Educação Atual,” é uma destas propostas de subsídio teórico metodológico para o
desenvolvimento de ações que tem como objetivo promover a ampliação de espaços
de interação e diálogo entre a família e a escola.
O Caderno Pedagógico que se caracteriza como um material de
enriquecimento do tema proposto está organizado em três unidades, propondo-se
trabalhar com os seguintes temas: “A Educação e Família”, “A Educação e a Escola”
e “Relação Dialógica: Família e Escola.” Destina-se aos alunos, pais e/ou
responsáveis dos mesmos, órgãos colegiados e equipes pedagógica e diretiva da
Escola Estadual Érico Veríssimo – Ensino Fundamental.
Tendo em vista que, “a ação pedagógica se insere no movimento da prática
social coletiva - ou seja, os homens, produzindo e agindo conjuntamente na
A adoção de um modelo democrático, libertador, com novas práticas educativas,
novas atitudes e sentimentos, traz a família para uma condição de instituição
formadora que pode ter uma ação no sentido da mudança social.
(Szymanski, p.40, 2011)
produção de sua existência material” (LIBÂNEO, 1990, p.122), a elaboração deste
material se justifica em função da necessidade da criação de vínculos e espaços
dialógicos entre os alunos e a escola, e entre a escola e a família, compreendendo
que desta forma haverá diminuição de índices precários do desenvolvimento
escolar.
Para que a conscientização da importância da família na vida escolar dos
educandos seja efetiva são necessárias, além da reflexão sobre a organização da
gestão escolar, a troca de experiências, a busca de outras formas de intervenções,
amparadas por teorias que possam aprofundar o assunto e ainda, a criação de
condições para que possíveis soluções surjam neste contexto e venham contribuir
para articular a relação dialógica entre escola e família.
A escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais, para passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as questões pedagógicas. Só assim, a família irá se sentir comprometida com a melhoria da qualidade escolar e com o desenvolvimento de seu filho como ser humano. (PARO, 1997, p.30)
Um dos possíveis caminhos para amenizar a escassa participação dos pais
e responsáveis em reuniões e espaços formativos, seria conscientizá-los de que,
sendo estes os primeiros agentes socializadores da vida do aluno, são, portanto,
corresponsáveis por sua formação escolar. Cada um dos atores envolvidos no
processo de ensino e aprendizagem tem incumbências que lhe são próprias, e se
atuantes e em sintonia, podem colaborar significativamente para o enfrentamento
das dificuldades que possam surgir.
Por meio dos temas propostos, pretende-se:
Fazer uma análise de como a relação família-escola interfere no
processo educacional e na construção da identidade e cidadania dos alunos;
Analisar como a organização do Plano de Ação da escola pode reforçar
as possibilidades de espaços de interação dos pais com a comunidade escolar, na
perspectiva de melhor desempenho escolar dos alunos;
Subsidiar discussões e reflexões acerca das problemáticas do
processo de ensino e aprendizagem no cotidiano escolar e familiar;
Desenvolver atividades motivadoras, envolvendo representantes dos
órgãos colegiados, equipe diretiva, equipe pedagógica, famílias e alunos dos 8º
anos, no sentido de valorização dos espaços educativos.
ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
A metodologia proposta irá se respaldar na reflexão individual e coletiva, no
diálogo com grupos representativos da comunidade escolar e familiares dos alunos
e, posteriormente far-se-á a discussão e socialização das ideias levantadas,
culminando na elaboração de síntese, com o registro do pensamento crítico, que
será disponibilizado nos encontros e reuniões com a comunidade escolar.
Com ações socialmente mediadas se buscará “superar o senso comum (...) e
chegar à realidade plenamente compreendida”. (GASPARIN e PETENUCCI, 2008,
p.5).
Entre os recursos materiais que irão respaldar as intervenções pedagógicas,
destaca-se a utilização das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), que
costumam facilitar o processo de comunicação, a organização do tempo e a
sequência das falas. Segundo Pais, “A inserção dos recursos tecnológicos pode
contribuir para a melhoria das condições de acesso à informação, minimiza
restrições (...) e permite agilizar a comunicação.” (2008, p.29)
A internet viabilizará um dos espaços de interação entre a escola e as
famílias, facilitando o diálogo e a troca de ideias. A utilização do Power Point, no
aparelho Data Show, como recurso audiovisual, para exposição dos conteúdos que
integram os temas a serem desenvolvidos e os recortes de filmes (cine debates),
palestras e músicas, podem ampliar a capacidade dos participantes absorverem as
ideias e participarem das atividades, agregando e contrapondo opiniões opostas.
A intervenção pedagógica, totalizando a carga horária de 32 horas, será
desenvolvida no 1º semestre do ano de 2014. Organizar-se-á com as seguintes
ações:
•Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica: “Escola e Família:
Uma possível Relação Dialógica Frente aos Desafios da Educação Atual” às
Equipes Diretivas e representantes dos Órgãos Colegiados da escola;
•A utilização de entrevistas que intencionará pesquisa qualitativo-descritiva,
com o objetivo de analisar como se dá a relação família-escola e como esta interfere
no processo educacional e na construção da identidade e cidadania dos alunos.
As sugestões de questionários disponibilizados nos anexos desta Produção
Didático Pedagógica apresentam-se como Sondagem de Opinião e procurarão
evidenciar de que forma se dá a interação entre os sujeitos do estudo e o objeto da
intervenção. Estes serão elaborados com questões semiabertas e fechadas. Em
diferentes abordagens, serão direcionados a cada segmento, direção, equipe
pedagógica, alunos e pais/ responsáveis;
• A tabulação dos dados será realizada para aprofundamento das questões
que vão orientar os estudos junto à comunidade escolar;
• As Unidades Didáticas construídas serão socializadas e conterão textos de
diferentes gêneros referentes ao tema proposto, baseados em estudos que buscam
proporcionar melhoria ao processo educacional.
•Em momentos de estudos com a comunidade escolar, os dados das
pesquisas realizadas através de entrevistas, serão utilizados para a elaboração das
estratégias de intervenção, e então, apresentada a proposta de parceria, utilizando
material multimídia, o qual se apresenta embasado nas Unidades Didáticas;
•Realização de reuniões-debate, grupos de estudos, simpósio,
apresentações e mostra artística cultural. Estes espaços serão desenvolvidos de
forma a conduzir as reflexões, favorecendo o diálogo entre pais e a comunidade
escolar, valorizando suas culturas e sua realidade.
• Disponibilização de página em rede social para a socialização e avaliação
da metodologia e dos assuntos tratados nos grupos de estudos, ampliando as
possibilidades de interação entre a família e a escola;
• Avaliação no processo, observando se o tema abordado atingiu os
objetivos que foram propostos.
CRONOGRAMA
CRONOGRAMA – UNIDADE I
ENCONTROS
ATIVIDADE
PARTICIPANTES
DURAÇÃO
1º encontro
Período da Manhã
1º encontro
Período da Tarde
Reunião
Debate
Comunidade Escolar
e Pais/ responsáveis
dos alunos
1 hora e 10minutos
1 hora e 10 minutos
2º encontro
Período da Manhã
2º encontro
Período da Tarde
Grupo de
Estudos
Alunos dos 8º anos e
Equipe Pedagógica
1h40min. – 8ªA
1h40min. – 8ºB
1h40min. – 8ºC
1h40min. – 8ºD
3º encontro
Período da Manhã
3º encontro
Grupo de
Estudo
Pais/ responsáveis
dos Alunos,
representantes dos
1 hora
1 hora
Período da Tarde Órgãos Colegiados e
Equipe Pedagógica.
4º encontro
Período da Manhã
4º encontro
Período da Tarde
Grupo de
Estudos
Alunos e Equipe
Pedagógica
50 min. – 8ªA
50 min. – 8ºB
50 min. – 8ºC
50 min. – 8ºD
Total: 14 horas e 20 minutos
CRONOGRAMA – UNIDADE II
ENCONTROS
ATIVIDADE
PARTICIPANTES
DURAÇÃO
1º encontro
Grupo de
Estudos
Direção e Equipe
Pedagógica
2 horas
2º encontro
Grupo de
Estudos
Órgãos Colegiados e
Equipe Pedagógica
2 horas
3º encontro
Período da Manhã
3º encontro
Período da Tarde
Grupo de
Estudos
Alunos dos 8º anos e
Equipe Pedagógica
1h40min. – 8ªA
1h40min. – 8ºB
1h40min. – 8ºC
1h40min. – 8ºD
Total: 10 horas e 40 minutos
CRONOGRAMA – UNIDADE III
ENCONTROS
ATIVIDADE
PARTICIPANTES
DURAÇÃO
1º encontro
Período da Manhã
1º encontro
Período da Tarde
Simpósio,
apresentações
e Mostra
Artística.
Alunos dos 8º anos e
Pais/ responsáveis
dos alunos
1h30min.
1h30min.
2º encontro
Período da Manhã
2º encontro
Período da Tarde
Reunião
Debate
Comunidade Escolar
e Pais/ responsáveis
dos alunos
2 horas
2 horas
Total: 7 horas
TOTAL: 32 horas
UNIDADE I
1. A Educação e a Família
Para compreendermos o termo “família” podemos descrevê-lo, pois nem
sempre este é passível de conceituação, devido às transformações que advieram
em sua organização, relacionadas ao contexto social, político e econômico e às
muitas estruturas assumidas por ela ao longo dos tempos. A partir desta
consideração, Prado (1985, p.7) afirma,
No sentido popular e nos dicionários, significa pessoas aparentadas que vivem em geral na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos. Ou ainda, pessoas do mesmo sangue, ascendência, linhagem, estirpe ou admitidos por adoção.
Etimologicamente perduram dúvidas quanto à palavra: família. A mais
próxima deriva do latim - “famulus”, que significa: domésticos, escravos, servidores,
família (escravos domésticos). (SARAIVA, 2000)
Entre tantos conceitos que podemos encontrar sobre o termo “família”, a
seguinte definição parece se encaixar em qualquer linha teórica:
Família é todo conjunto de pessoas unidas por interações sociais com certo grau de coesão entre seus membros, com graus de parentesco artificiais ou concretos, declarados ou ocultos, com ou sem ligação genética. (RAMOS, 2011)
Observamos através da história da humanidade que a composição familiar foi
influenciada pelas mudanças históricas. Os modelos de educação e de família
sofreram muitas alterações. Ao estudar, por exemplo, as fases clássicas da
evolução da cultura, Engels aponta três grandes estágios:
Estado Selvagem, em que predomina a apropriação dos produtos naturais prontos para a utilização; Barbárie, quando aparecem a agricultura e a domesticação dos animais e, conforme avançam as formas do trabalho humano, incrementa-se a produção dos recursos da natureza; e Civilização que corresponde ao período da indústria, à elaboração cada vez mais complexa dos produtos naturais e ao surgimento das artes. Desde os tempos pré-históricos, a evolução da família consiste numa redução constante do círculo em cujo interior predomina a comunidade conjugal entre os sexos, círculo este que originariamente abarcava a tribo inteira. (ENGELS, 1982, p. 81)
Segundo Rigonatti (2003), alguns fatos históricos no século X foram cenários
de grandes transformações na estrutura familiar. Ainda hoje, é possível observar
marcas deixadas desde suas origens. Da família romana, por exemplo, temos a
autoridade do chefe da família, dada ao homem, sendo a esposa e os filhos,
submissos a ele. Da família medieval, perpetua-se o caráter sacramental do
casamento. Da cultura portuguesa, temos a solidariedade, o sentimento de sensível
ligação afetiva, abnegação e desprendimento.
Muitas são as evidências das transformações ocorridas no seio familiar.
Desde o grupo primitivo, que procurava garantir a sobrevivência, até chegarmos à
família atual, foram milênios de história. Parafraseando Orsi (2003), podemos
perceber quatro modelos de famílias contemporâneas: A família aristocrática e
camponesa dos séculos XVI e XVII; a família das classes trabalhadora e burguesa,
do século XIX. E, essencialmente na família burguesa, composta pelo marido, que
se posiciona como supridor das necessidades, pela esposa confinada ao lar para
prover as necessidades do marido e dos respectivos filhos, que a família passa a ser
vista como local produtor de pessoas saudáveis e educadas para manutenção da
ordem social. Em contrapartida, este mesmo núcleo se torna gerador de
desequilíbrios, desvios de comportamento e inseguranças.
O século XX é marcado pelo processo de globalização da economia
capitalista, o qual gera grandes transformações no modo de organização da
sociedade e da família. Orsi destaca,
A família foi marcada pela passagem de uma estrutura patriarcal para um tipo de organização nuclear, como resultante (…) do crescimento rápido e desordenado dos centros urbanos e pelo ingresso da mulher no mercado de trabalho. (2003, p. 44).
E assim, a mulher começa a colaborar com as decisões econômicas, que
antes eram exclusivas do marido. Conquista consequentemente, sua autonomia e
espaços de atuação.
De forma mais intensa, em meados dos anos 80, começam a se legitimar as
famílias reconstituídas, com novos arranjos familiares, devido à legalização do
divórcio, a mudança de valores na forma de educar os filhos, a divulgação da pílula
anticoncepcional há poucas décadas criada, onde a mulher pôde ter maior controle
sobre seu corpo. “Este fato criou condições materiais para que a mulher deixasse de
ter sua vida e sua sexualidade atadas à maternidade como um “destino”, (...) e,
ampliou as possibilidades de atuação da mulher no mundo social.” (SARTI, 2000,
p.21).
Já ao final do século XX e início do século XXI, o acesso à tecnologia, torna
acentuadas as transformações na família. Na história destas, observamos muitas
fases, entretanto, Ariès esclarece “O dossiê está longe de ser fechado. A história da
família está apenas se iniciando, e mal começa a despertar o interesse da
pesquisa”. (1981, p. 25)
Atualmente, a família enfrenta crises e conflitos. Dada à conjuntura que se
expressa pelo crescimento da pobreza, do desemprego, da marginalização social,
enfim, fatores diversos que podemos observar em meio às dinâmicas sociais, ela
configura-se de diferentes formas entre acertos, erros e tentativas. Parafraseando
José Filho (1998), nos cabe fazer alguns apontamentos sobre as funções da família,
que entre elas estão, a função biológica e demográfica que garante a reprodução e a
sobrevivência do ser humano; a função de ordem econômica que se dá no campo
do trabalho; função da seguridade física, moral, afetiva, a função recreativa e de
ordem educadora e socializadora, transmitindo conhecimentos, valores, afetos
através da comunicação verbal e corpórea, importantes nas relações interpessoais.
Segundo ele, a família é o espaço privilegiado para a socialização, divisão de
responsabilidades, prática de tolerância e busca de sobrevivência. Deveria ser este,
o principal lugar para o exercício da cidadania e base de conhecimento sobre
igualdade, respeito, direitos e deveres dentro da sociedade.
Em meio a tantos efeitos das transformações sociais que se manifestaram
nos modelos de famílias, reconhecemos que ela perdeu muito das suas funções.
Para Nunes, o espaço familiar passa a ser apenas lugar de residência e consumo,
dividindo responsabilidades financeiras e educacionais com instituições públicas ou
privadas. “As principais funções que permanecem são socializar e garantir equilíbrio
psicológico.” (2003, p.44).
Entretanto, este espaço socializador é de suma importância para o ser
humano, e o seu papel é decisivo, tanto na educação formal (a dita escolar), quanto
na educação não formal (atividades educativas realizadas fora do sistema oficial).
“Esses (…), constituem o caldo de cultura da proliferação de novos espaços
educacionais deslocados do estritamente escolar”. (TRILLA, 2008, p. 20)
Para as crianças e adolescentes, a falta de um núcleo familiar que contribua
para a defesa de seus direitos humanos, para a inclusão de valores, para a
construção da cidadania e ainda, para o equilíbrio emocional, pode acarretar
instabilidades, traumas e problemas dos mais diversos. O baixo rendimento escolar
é um, entre tantos efeitos deste desajuste.
Para Maldonado, “a falta de um contato mais próximo e afetuoso, surgem às
condutas caóticas e desordenadas, que refletem em casa e quase sempre, também
na escola em termos de indisciplina e de baixo rendimento escolar”. (1997, p.11).
Percebe-se desta maneira, que o papel da família é essencial para as mediações
que permitem o desenvolvimento humano. Uma família quando atuante possibilita a
melhoria do processo de humanização e socialização de seus filhos, favorecendo o
desenvolvimento emocional e a promoção dos valores morais necessários à vida em
sociedade.
1.1. Contribuição da Família no Desenvolvimento Escolar de seus
Filhos
O ser humano vai se humanizando durante sua vida através das relações
sociais, em meio às experiências e aprendizados. Na essência, a família é um lugar
de pertencimento, onde os que a compõe, compartilham sentimentos, valores e
ensinamentos. Como cita Nunes, “A família desempenha função socializadora
estratégica.” (2003, p.48) Consideramos, porém que dada à estrutura de sociedade
e fatores de ordem social, econômica ou cultural, nem sempre o indivíduo se
desenvolve inserido na “família” que o gerou, podendo estar vinculado neste
processo de socialização a outras instituições. As experiências educativas são
intensas, variadas e em contextos sociais distintos – família, escola, comunidade,
(órgãos assistenciais, organizações não governamentais, entre outros).
Para Gimeno, “Isso ocorre porque (...) participamos de formas de aprender
complementares e superpostas através das quais adquirimos e enriquecemos a
experiência, ligamo-nos à cultura e formamos nossa identidade”. (2002, p.34)
De acordo com entrevistas realizadas anteriormente com familiares e
profissionais da Escola Estadual Érico Veríssimo, a educação escolar é um direito
conquistado pela sociedade e é entendida como um processo de socialização e de
formação cidadã.
Para Paro a educação é “(...) atualização histórica do homem e condição
imprescindível, embora não suficiente, para que ele, pela apropriação da cultura
produzida historicamente, construa sua própria humanidade histórico-social.” (2007,
p.16).
Observa-se nas intervenções pedagógicas da escola, que há ciência dos
responsáveis, de que a família, no acompanhamento do processo de ensino e
aprendizagem, pode gerar na criança e no adolescente, segurança e apoio. Sawaia,
em seus estudos, cita que, “uma pesquisa realizada pela UNICEF em 2002, com
parcela representativa da população jovem de diferentes condições sociais e de
todas as regiões do Brasil, indica que 95% percebem a família como a mais
importante das instituições”. (2012, p.41) Outra pesquisa organizada pela Fundação
Getúlio Vargas, “(...) mostra que os efeitos da presença dos pais na vida escolar se
fazem notar por toda a vida adulta. Na infância e na adolescência, a participação da
família está associada a notas até 20% mais altas e riscos de evasão até 64%
inferiores”. (GOULART, 2012)
Na pesquisa já realizada na escola em que se propõe esta intervenção, da
mesma forma, percebe-se que os alunos que são acompanhados pelos familiares
em seus estudos e ensinados sobre a importância dos mesmos, demonstram
melhores condições físicas, psicológicas e cognitivas para o aprendizado.
Muitos alunos, entretanto, onde os seus responsáveis não usufruem tempo,
devido a jornada de trabalho, condições financeiras, saúde precária ou escolaridade
mínima, mostram-se desmotivados e desprovidos de expectativas futuras em termos
de estudo.
Gadotti nos traz algumas reflexões a respeito disto,
Os filhos têm um profundo amor pelos seus pais. (...) Como temos correspondido a esse amor? Como equilibramos nosso tempo de trabalho como o tempo de ficar com eles, na presença deles? (...) estar junto não é estar presente. Às vezes, estamos juntos e não estamos presentes. Muitas vezes podemos estar presentes sem estar juntos. Vale, sobretudo, a presença. E nossa caminhada já terá ido longe quando já tivermos aprendido a não banalizar seus problemas - nossos problemas - quando não forem percebidos como problemas “menores”, quando descobrirmos a importância de ir à escola com eles, sentar na carteira onde eles sentam, quando os acompanharmos ao médico, ao campo de futebol, ao jogo, quando juntos fizermos suas lições de casa (com eles e não para eles). Não ter isso é não ter pai. Porque ter pai significa estar amparado em alguém, contar com ele, ter um vínculo seguro, não sentir-se desamparado, abandonado. (1997, p.14-15)
As famílias entrevistadas pela Equipe Pedagógica compreendem que os
pais e/ou responsáveis precisam acolher seus filhos de forma estável e amorosa,
mas reconhecem também que as condições de vida e a realidade que muitos
enfrentam, é cruel e desumana. Relatam inclusive que o bom relacionamento com
os filhos, dada às mudanças sociais e culturais, não está sendo só uma opção de
escolha. As influências externas e a busca de independência nesta idade de vida
dos educandos se sobressaem paralelamente à educação dos pais.
O Adolescente provoca uma verdadeira revolução em seu meio familiar e social, e isto cria um problema de gerações nem sempre bem resolvido. Enquanto ele passa por uma adaptação para a fase adulta, seus pais vivem a ruptura do equilíbrio do desempenho do papel de pais de criança, para adquirirem, também com mais ou menos esforço e sofrimento, um novo papel, o de pais de adolescente, situação que lhes exigirá novas respostas. (LOSACCO, 2010, p.70)
Conforme citação acima, entendemos, portanto, que a intervenção familiar
envolve conhecimentos que mesmo não sendo formais ou sistemáticos, são
construídos socialmente de geração em geração. Parafraseando Losacco, 2010,
estes conhecimentos carregam ideologia, supõem possibilidades ao ser humano e,
inclusive comportam processos avaliativos. Não se podem desconsiderar as
dimensões afetivas e relacionais advindas dos núcleos familiares, pois estas são
complexas. Quanto mais eficiente a atuação dos educadores, melhores
instrumentados os filhos para participarem das esferas sociais.
A participação da família também na vida escolar dos filhos perpassa
inúmeras possibilidades de atuação. Há muitas ações no cotidiano de vida do aluno
que delineiam posturas que irão se refletir no interior da escola:
Primeiramente, os pais e/ou responsáveis devem lutar para garantir o
acesso e permanência de seus filhos na escola. Nunes afirma, “Trata também do
dever da sociedade, da família e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação.” (2003, p.121) Para que os filhos tenham garantido seu acesso à escola e
lá permaneçam com as condições necessárias para o desenvolvimento integral de
sua escolaridade, as famílias não devem se isentar de lutar por estes direitos.
Desde o momento que as famílias buscam informações sobre o calendário de
matrícula do ano letivo, e a efetivam, tendo o cuidado para que o aluno não falte à
escola sem justificativa e tenha aproveitamento integral do que lhe é necessário para
sua formação escolar, esta participação começa se configurar.
Outro cuidado é em relação à permanência do aluno na escola. O aluno
precisa não somente ser inserido nos processos de ensino, mas permanecer no
espaço escolar. Por isso, a atenção dada pelas famílias e pelos responsáveis às
condições de higiene, nutrição, vestimenta adequada e segurança quanto ao
transporte ou locomoção até a escola, são fatores primordiais, que possibilitam ao
aluno estudar com tranquilidade, sem distrações e desconfortos.
Práticas educativas são aqui entendidas como ações contínuas e habituais realizadas pelas agências socializadoras como a escola e a família, (...) a fim de possibilitar a construção e a apropriação de saberes, práticas e hábitos sociais pelos mais jovens, trazendo no seu bojo uma compreensão e uma proposta de ser-no-mundo com o outro, além de uma concepção de criança e adolescente. (SZYMANSKI, 2012, p.56)
Outro fator de suma importância na participação dos pais/ responsáveis na
vida escolar dos filhos é o acompanhamento do processo de ensino e
aprendizagem. Quando os responsáveis pelo aluno demonstram interesse pelo seu
desenvolvimento, percebe-se em meio à prática pedagógica, e nas entrevistas
realizadas com os alunos, que eles se percebem mais encorajados e estimulados à
superação das dificuldades que surgem, assim como, valorizam mais a escola e os
estudos, pois se sentem amados e protegidos por seus responsáveis.
A participação dos pais/ responsáveis contribui ainda para atuação social
das famílias. Como cita Paro, “que ele sinta que sua vida está integrada a um todo
social para o qual ele contribui com suas ações, com suas opiniões e com sua
participação em múltiplas instâncias.” (2007, p. 26).
Podemos concluir, que quando os envolvidos em um processo
emancipatório de educação compreendem sua função e lutam pelos mesmos
objetivos, constroem-se enquanto sujeitos de deveres e direitos, contribuindo para
mudanças significativas em sua realidade.
1.2. Educando filhos para serem atores sociais
Entre as várias funções das famílias, educar os filhos de forma que sejam
comprometidos com o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, solidária e
humana, destaca-se entre os anseios do mundo atual, onde o consumismo, a
violência, o individualismo, entre tantos fatores negativos, tem preocupado grande
parte da população que ainda tem esperança em um mundo melhor para as futuras
gerações.
É no seio familiar que também é possível se dar início à formação de atores
sociais, daqueles que podem através da reflexão da e na prática, agir de maneira
que se almeje a reconstrução social. Utilizando-se das palavras de Paro, (2007),
podemos compreender que a formação do cidadão deve ter em vista sua
contribuição para a sociedade, de maneira que esta concorra para a realização da
liberdade como emancipação social, e esta, com base em valores construídos
historicamente.
Educar para a cidadania democrática requer prover os futuros cidadãos de um meio ambiente de vida e de aprendizagem natural coerente. Nesse meio, é preciso que se reúnam normas de comportamento de caráter cívico e ético para a vida cotidiana, atitudes favoráveis à cooperação e à tolerância. (GIMENO, 2002, p.263)
Em Vygotsky (1984), percebemos que, tanto crianças quanto adolescentes
têm suas características individuais que são determinadas pela sua vivência e
relação com o seu ambiente sociocultural, transformando o meio conforme suas
necessidades. Assim, é possível em atitudes cotidianas visualizar algumas
possibilidades educativas, como por exemplo, o respeito e cumprimento às normas e
leis que organizam a vida social, a participação efetiva em espaços democráticos, o
cuidado com o meio ambiente, o respeito à diversidade étnica e cultural, entre tantas
outras que se configuram no dia-a-dia.
A participação, a transparência e a responsabilidade coletiva, são formas
significativas de intensificação da gestão democrática na escola que pode levar ao
cumprimento do seu verdadeiro papel social. Com o objetivo de subsidiar discussões
e reflexões acerca das problemáticas do processo de ensino e aprendizagem no
cotidiano escolar e familiar, é que se propõem realizar a “Reunião Debate”, com os
familiares dos alunos, representantes dos órgãos colegiados, equipe diretiva e
equipe pedagógica da escola. Neste espaço dialógico é possível promover
interações e avançar na construção de novas possibilidades educativas. Como
Avediane esclarece,
A reunião conceitualmente pode ser definida como um processo de decisão coletiva, através do qual os envolvidos, após a exposição e discussão de suas ideias, consegue chegar a uma conclusão capaz de atingir as expectativas e objetivos de todos os que mantinham interesse em seus resultados. (2009).
Para Cavalcanti,
A reunião de pais também é um importante instrumento de aproximação entre a família do aluno e a escola. "Não é o único e tão pouco o mais importante dos instrumentos, mas pode ser fundamental para que os pais se aprimorem como educadores dos filhos e compartilhem com os
professores e com outros pais, as dificuldades, desafios e soluções da educação" (1999).
Atualmente, com a gestão democrática vivenciada nas escolas, podemos
compreender que ao participar dos espaços de interação, os pais não estão
somente recebendo informações, mas junto à comunidade escolar, estão se
inserindo na busca da concretização do seu projeto educacional.
Através desta unidade didática, portanto, tentaremos diagnosticar junto às
famílias em quais circunstâncias participam dos processos de ensino e
aprendizagem dos filhos e ampliar o conceito de coparticipação entre pais e escola
em favor do desempenho escolar dos alunos.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Tema: Contribuição da família no desenvolvimento escolar de seus filhos.
Objetivo: Reforçar as possibilidades de espaços de interação através de exposição
dialogada e debate, para que os pais participem de forma ativa com a comunidade
escolar, na perspectiva de juntos buscarem melhor desempenho escolar dos alunos.
Introdução: 15’
1º ENCONTRO
FICHA DA REUNIÃO DEBATE
Recepção e acolhida: Exposição de mural com fotos de pais e
responsáveis participando de eventos e reuniões da escola;
Apresentação das equipes diretiva, administrativa, pedagógica,
docente e representante dos órgãos colegiados.
Declamação de parte do poema “Ensina a teu filho” de Frei Betto, com
a participação dos alunos dos 8º anos; (Anexo 1)
Desenvolvimento: 50’
Exposição dialogada com slides em Power Point no Data Show e
debate dirigido, através de questões sobre a importância da família na escola que
conduzam as reflexões;
A Mestra, graduada em Ciências Jurídicas e Sociais, Nadia Teresinha
da Mota Franco estará explanando sobre o tema: “Educação e dignidade”;
mostrando o papel da educação diante da legislação que ampara os direitos da
criança e do adolescente e desenvolvendo conceitos relacionados à dignidade
humana. Algumas questões serão sugeridas, durante a fala, para que haja debate
com os pais ou responsáveis dos alunos, entre elas: Qual a compreensão das
famílias e dos representantes da escola, quanto a:
1. Educação;
2. Educação x dignidade humana;
3. Papel dos pais no processo educativo;
4. Papel da escola no processo educativo;
5. Possibilidades de interações entre família e escola.
Conclusão com mensagem e Avaliação: 5’
Durante a explanação das atividades, será entregue aos pais a mensagem
impressa da poesia “Ensina a teu filho” de Frei Betto.
No quadro, far-se-á anotações dos pontos relevantes da exposição e dos
debates para visualização e comentários conclusivos.
Será impresso em papel, o quadro avaliativo da reunião, considerando se a
mesma atingiu os objetivos propostos. (Anexo 2)
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Tema: Ações possíveis para a participação dos pais no desenvolvimento escolar de
seus filhos.
Objetivo:
Diagnosticar a compreensão do conceito de “participação”;
Articular escola e família, a fim de sensibilizar os responsáveis, da
importância de sua participação nos processos de ensino e aprendizagem.
Introdução: 5’
Recepção e entrega do material: Cartilha informativa: “Como os pais/
responsáveis podem contribuir para a melhoria do desenvolvimento escolar dos
alunos”.
Desenvolvimento: 55’
Leitura coletiva da cartilha informativa;
A cartilha contém informações relevantes ao processo educativo, pois
aborda conceitos e dicas que podem contribuir de forma a orientar os familiares em
relação à organização dos estudos dos filhos, na prevenção de fatores que
atrapalhem e desenvolvimento do aluno, ao acompanhamento coerente às fases de
adolescência, o valor da autoestima e dos ensinamentos morais e éticos.
Espaço aberto para discussão dos presentes;
Apresentação de trechos da palestra em Vídeo: “Adolescência – Uma
fase de mudanças e oportunidades – Limites” - 15’ (FRAIMAN, 2012).
O vídeo apresenta uma fala bastante esclarecedora sobre a forma
como o adolescente se comporta diante das possibilidades de aprendizado e, como
os pais e a escola podem contribuir utilizando os limites e a postura educativa
durante este processo de mudanças que o ser humano enfrenta.
Apresentação de trecho de um documentário em vídeo: “Corrida para
lugar nenhum” – 2’ (ABELES).
O documentário apresenta depoimentos de jovens e adultos americanos,
expondo as dificuldades da pressão da escola e da família em meio à cultura da
competitividade e do sucesso nos Estados Unidos. O ensino ministrado nesta
realidade tem afetado com traumas psicológicos alunos de todas as idades.
Por meio deste vídeo é possível analisar a função social da escola e a
necessidade de equilíbrio nos processos educativos.
A proposta, portanto é, subdividir os pais/ responsáveis em grupos,
conduzindo-os às reflexões sugeridas a seguir:
1. Qual a compreensão do grupo quanto às questões de limites e
disciplina?
2. Qual o papel do elogio e da correção no processo educativo?
3. Procurem elencar ações possíveis às famílias, em relação ao
acompanhamento das atividades escolares;
4. Para vocês, quais são as possibilidades de delegar responsabilidades
aos filhos e em quais proporções?
5. O que é possível compartilhar das dificuldades e dos acertos em
relação ao seu acompanhamento escolar com os outros familiares?
No grande grupo, um relator escolhido anteriormente pelo seu grupo,
apresenta a síntese das discussões;
A avaliação será realizada pelos participantes após o encontro, no espaço
de interação em rede social: “Érico Pais”, a convite da Equipe Pedagógica e Diretiva
da escola.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Tema: Minha história, minha educação.
Objetivo: Levar os alunos a compreenderem o valor de suas vidas e a importância
de sua história, em meio às intervenções educativas que os cercam.
Introdução: 5’
Recepção e acolhida;
Desenvolvimento: 1h10’
Apresentação de parte do Vídeo Propaganda: “O Mundo dá voltas”5’,
Como forma de sensibilizar os participantes para iniciar as discussões a respeito da
importância das ações educativas em suas vidas, chamando a atenção para
determinadas cenas e as situações reais vivenciadas pelos mesmos;
Análise em conjunto das impressões deixadas pelo trecho de filme
apresentado, trabalhando o real vivido e o ideal proposto;
O vídeo narra ações de uma pessoa ajudando o próximo. Esta ação
estende-se como uma corrente, influenciando outras vidas. Ao final, a boa ação
retorna a ele por outras mãos.
Apresentação de slides com o tema: “Eu e minha história de vida”
Em duplas, os participantes conversam sobre os seguintes temas:
a) A história que já vivi;
3º ENCONTRO
FICHA DO GRUPO DE ESTUDOS
COM ALUNOS
b) O hoje;
c) Meus sonhos.
Produção em cartolina de um cenário que ilustre as conclusões da
troca de ideias;
Exposição das ilustrações aos colegas, descrevendo sua composição.
Avaliação: 10’
A avaliação será feita oralmente, de forma coletiva, após a realização dos
trabalhos, buscando analisar se os objetivos foram atingidos.
Encerramento e entrega de mensagem: 15’
Entrega de mensagem para os alunos refletirem, com o tema: “A família”
será utilizada no próximo encontro.
Confraternização e momento de lanche.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Tema: Minha Família.
Objetivos:
Possibilitar a compreensão do espaço familiar como estrutura dinâmica e
heterogênea, capaz de dar suporte ao desenvolvimento humano.
4º ENCONTRO
FICHA DO GRUPO DE ESTUDOS
COM ALUNOS
Introdução: 20’
Dinâmica: “Eu falo, você ouve”.
Objetivo da dinâmica: Contribuir para a melhoria da capacidade de
comunicação entre os alunos e o respeito às diferenças individuais e a diversidade
cultural presentes em cada realidade.
Desenvolvimento da dinâmica: Os alunos formam dois círculos, onde de
dois em dois, dão as mãos, ficando um de frente para o outro. Quando a professora
pedagoga, que coordena a dinâmica, dá o sinal: (duas palmas), inicia-se a fala, de
forma a descreverem tudo que sabem sobre a palavra escolhida. (casa, família,
educação, pais, descanso, estudo, escola, amigos, entre outros).
Em um primeiro momento, quem estiver do lado de fora, fala. O aluno que
estiver no círculo de dentro, só ouve. Na mudança de palavra, o círculo de fora, dá
um passo para a direita, mudando de par e invertendo o responsável pelo monólogo.
Ao final, faz-se um grande círculo e todos expressam o que sentiram participando da
atividade.
Este momento consiste em levar os alunos a refletirem sobre as diferentes
formas de se conceber o mundo e suas relações, partindo da compreensão que
cada ser humano é educado de determinada forma e com valores próprios,
construídos no seio familiar ou instituições de apoio.
Desenvolvimento: 30’
Apresentação em slides de gráficos dos resultados das pesquisas
feitas antecipadamente, através de questionários, com os alunos dos 8º anos da
Escola Estadual Érico Veríssimo; (Modelo do questionário - Anexo 4)
Análise e discussão dos apontamentos feitos pelos alunos nas
entrevistas, em relação:
a) Aos motivos pelos quais frequentam a escola;
b) Ao que pensam sobre os estudos;
c) A como se sentem frente às dificuldades e progressos com os estudos;
d) A quem recorrem quando surgem problemas de aprendizado e onde
encontram apoio;
e) A como os pais contribuem para seu desenvolvimento escolar;
f) Aos seus objetivos quanto ao estudo;
g) Às sugestões apresentadas às famílias e à escola em relação à
melhoria do desempenho escolar.
Avaliação: Será realizada de forma concomitante, pelos apontamentos feitos
durante as atividades.
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UNIDADE II
1. A educação e a escola
E a escola, qual seu papel no processo educativo?
Trilla (2008) aponta que,
A escola é uma instituição histórica. Não existe desde sempre nem nada garante sua perenidade. Foi e é funcional a certas sociedades, mas o que é realmente essencial a qualquer sociedade é a educação. A escola constitui apenas uma de suas formas, e nunca de maneira exclusiva. (…) Compreender este processo, portanto, implica entender a interação dinâmica entre todos os fatores educacionais que atuam sobre os indivíduos. (TRILLA, 2008, p.17)
Etimologicamente, a palavra “escola” deriva do grego e significa “lugar do
ócio”. Na Grécia Antiga, poucos podiam manter a sobrevivência, caso usassem o
tempo livre com o saber. Segundo Brandão “Só depois do advento do Cristianismo,
por volta do século IV, é que surge e se espalha por todo o Império Romano, a
schola publica mantida pelos cofres públicos” (2007, p. 51). No período medieval,
em meio à sociedade europeia, com o processo de ruralização, a escola restringiu-
se a poucos, sendo estes ligados ao clero. Somente com o renascimento dos
centros urbanos, que articulavam atividades comerciais, que o ensino se estende
para o público leigo, mas ainda mantém-se restrito. No século XVIII, com o
surgimento do Iluminismo, a necessidade da escola se torna indispensável, mesmo
entre tantas dificuldades de se estabelecerem espaços escolares. No século
passado com a expansão do ensino, o acesso à escola começou se tornar acessível
e democrático.
Cientes de que a escola veio a existir muito mais por interesses econômicos
e políticos do que propriamente sociais, como é observado em sua historicidade,
Brandão explica que,
Apenas quando a democratização da cultura e da participação na vida pública coloca a necessidade da democratização do saber, é que surge a escola aberta a qualquer menino livre da Cidade-Estado. A escola primária surge em Atenas por volta do ano 600 a.C. (2007, p. 39).
Parafraseando Manacorda, (2010) podemos compreender que as
instituições educativas aparecem historicamente vinculadas à própria necessidade
da sociedade, e o que parecia luxo das elites privilegiadas, torna-se uma exigência
de massas. O dinâmico desenvolvimento da sociedade atual coloca em brutal
confronto as estruturas de civilizações diversas, unificando-as tendencialmente. A
escola aos poucos vai se organizando, e se estruturando e, sendo apropriada de
acordo com cada realidade que está inserida, e interesse que deve atender. “Vimos
afirmando que na escola se aprendem as relações sociais de produção dominantes
na sociedade.” (ENGUITA, 1993, p. 219).
De acordo com Libâneo, “a escola é uma unidade social que reúne pessoas
que interagem entre si e que opera por meio de estruturas e processos organizativos
próprios, a fim de alcançar os objetivos da instituição” (2005, p.77). Saviani
considera que “(...) a escola é uma instituição cujo papel consiste na socialização do
saber sistematizado.” (2005, p.14).
Compreendemos assim, que a escola tem sua especificidade que é de
socializar conhecimentos científicos. Entretanto, devido à realidade atual, os
educadores confrontam-se diariamente além de suas próprias dificuldades
profissionais, com baixa remuneração e valorização profissional, com obstáculos
advindos das condições de vida dos alunos, que se apresentam na escola. Parece-
nos que os pais não têm disponibilidade de tempo e condições materiais e culturais
para educar seus filhos, que ficam muitas vezes, desprovidos de apoio emocional,
instrucional e psicológico. Um dos motivos desta situação pode ser apontado devido
à necessária ausência de suas casas, o que nem mesmo é uma escolha possível,
como podemos observar nas palavras de Enguita,
(...) enormes massas de pessoas veem-se obrigadas, não só economicamente, mas também pela força da lei, a vender, para subsistir, a única coisa vendável a única mercadoria de que ainda dispõem: sua capacidade de trabalhar, sua força de trabalho. (1993, p.177).
No interior da escola também podemos observar que há problemas gerados
pelas concepções de educação que assumem alguns gestores envolvidos na
efetivação das políticas educacionais, e que muitas vezes incentivam uma estrutura
de escola pautada simplesmente em assimilação de conteúdos e em resultados de
provas, onde a preocupação maior é o ingresso do aluno no mercado de trabalho, o
que leva a reforçar a marginalização e a segregação social.
Outro obstáculo é a dificuldade de frequência dos alunos à escola, devido à
precariedade de transporte, alimentação, vestuário, e outros fatores que se inter-
relacionam em sua condição de marginalização, a qual pode impossibilitar o
desenvolvimento escolar adequado.
Dada estas condições, compreendemos a importância da escola na vida
das crianças, adolescentes, jovens e adultos, pois somente através da apropriação
do conhecimento que podemos contribuir com a transformação desta realidade, pois
um povo consciente de suas condições materiais se insere no processo de
emancipação social. Como cita Libâneo,
A escola é o lugar de ensino e difusão do conhecimento, é instrumento para o acesso das camadas populares ao saber elaborado; é, simultaneamente, meio educativo de socialização do aluno. (...) A contribuição da escola para a democratização está no cumprimento da função que lhe é própria: a transmissão/assimilação ativa do saber elaborado. Assume-se, assim, a importância da difusão da escolarização para todos e do desenvolvimento do ser humano total, cujo ponto de partida está em colocar à disposição das camadas populares os conteúdos culturais mais representativos, do que de melhor se acumulou historicamente, do saber universal, requisito necessário para tomarem partido no projeto histórico-social de sua emancipação humana. (1990, p.75)
Quanto mais compreendermos a função social da escola, maior se torna as
possibilidades de formarmos o cidadão que detém um conhecimento significativo
para participar ativa e democraticamente da vida social, com possibilidades de
contribuir para a transformação da realidade.
(...) Trata-se de tornar a unidade escolar um lugar agradável e atrativo a seus usuários diretos e indiretos, dotando-a dos competentes mecanismos de participação capazes de atrair pais e demais componentes da comunidade externa, na convicção de que sua participação não é apenas um direito, (...) mas uma necessidade da escola, se esta quer fazer-se de fato educativa. (PARO, 2007, p.116)
Nos projetos políticos pedagógicos, faz-se necessária a participação efetiva
do coletivo escolar, construindo e dando clareza aos verdadeiros objetivos do
trabalho educativo que deve ser realizando. A escola precisa ensinar com grande
competência sem distinção e discriminação a todos os sujeitos, e os profissionais
que fazem parte desta escola, não podem negar a seriedade de sua atuação e de
toda a comunidade escolar frente a estas questões.
1.1. A escola enquanto espaço de emancipação social
Inúmeras são as possibilidades no processo educativo escolar de se
contribuir com o desenvolvimento pessoal e a formação da personalidade dos
alunos. O conhecimento pode gerar consciência da condição humana perante a
realidade social.
Parafraseando Silvia Losacco (2010) podemos observar que uma proposta
que considera o ser humano como prioridade, atenta para o sujeito em três
dimensões distintas, mas complementares: A primeira vê o sujeito como indivíduo
único, com necessidades físicas e emocionais; a segunda, como sujeito coletivo,
como expressão de um grupo e a terceira dimensão, percebe-o como sujeito
político, que influencia e é influenciado pelo contexto social em que vive.
De acordo com as dimensões citadas, observa-se que a criança e o
adolescente, conforme atravessam períodos de mudanças, principalmente de ordem
neurológica e corporal, são afetados pela insegurança das novas vivências e por
sentimentos diversos. Na adolescência evidencia-se a combinação instável de vários
corpos e identidades. “As possibilidades e, como consequência, as qualidades dos
enfrentamentos das vulnerabilidades advindas dessas mudanças, estarão
diretamente relacionadas às condições sociais nas quais este indivíduo se insere”
(LOSACCO, 2010, p.68).
A maneira como as crianças são preparadas para estas fases e o modo
como serão acolhidas na adolescência, em meio a variações de seu
desenvolvimento, pode determinar muito as condições psicológicas, emocionais e
cognitivas no futuro.
O adolescente é um viajante que deixou um lugar e ainda não chegou ao seguinte. Vivem um intervalo entre liberdades anteriores e responsabilidades/ compromissos subsequentes antes dos sérios compromissos da fase adulta. É um período de contradição, confuso, ambivalente e muitas vezes doloroso. Às vezes, eles se refugiam em seu mundo interno e, através do jogo da vivência das situações fantasiosas, preparam-se para a realidade. (LOSACCO, 2010, p.68-69)
Tanto a escola quanto a família, podem estar cientes e preparadas para lidar
com estas fases de desenvolvimento da infância e da adolescência, para que, o
aprendizado do aluno não seja prejudicado por fatores de ordens diversas aos da
escola. Como Paro expressa, “Grande parte do trabalho do professor seria facilitado
se o estudante já viesse para a escola predisposto para o estudo e se, em casa, ele
tivesse quem o estimulasse a esforçar-se ao máximo para aprender.” (2000, p.16)
Em uma educação onde há espaço para atitudes positivas e apoio incondicional, o
crescimento e os avanços na vida das crianças e dos adolescentes são visíveis.
Os profissionais da escola também precisam considerar que o aluno não se
forma apenas com os valores ensinados em suas práticas pedagógicas, portanto,
não devem se sentir coagidos a suprir todas as carências emocionais e sociais
apresentadas por eles, mas devem levar em conta suas necessidades e contribuir
com a continuidade desta educação, “(...) buscando formas de conseguir a adesão
da família para sua tarefa de desenvolver nos educandos atitudes positivas e
duradouras com relação ao aprender e ao estudar”. (PARO, 2000, p.16)
No processo em que o ser humano vai se desenvolvendo e sendo preparado
para intervir em sua realidade, encontra muitas situações que o confronta, como a
necessidade de se organizar, de adquirir conhecimento e de participar de forma
crítica de sua realidade. E é em meio a superações e conflitos que ele vai formando-
se cidadão, podendo estar preparado para um compromisso sério com ações
humanizadas frente às injustiças sociais. Como cita Szymanski,
O que ambas as instituições têm em comum é o fato de preparem os membros jovens para sua inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade da vida social. Ambas desempenham um papel importante na formação do indivíduo e do futuro cidadão. (2001, p. 63)
Para que a escola se efetive como espaço de emancipação social, precisa
preocupar-se em formar cidadãos íntegros e dotados de conhecimento, conhecer
sua realidade, mantendo um espaço democrático de troca de ideias com suas
famílias, onde estas possam acompanhar o processo escolar dos filhos e contribuir
com ações efetivas para a vida acadêmica dos mesmos.
1.2. O Gestor Escolar e sua relação com os familiares
O Perfil do Gestor da escola democrática participativa delineada pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (LDB) 9394/96, determina-o como
articulador e coordenador das diferentes ações educacionais, responsável pelo
processo e consequência do trabalho escolar, junto com a equipe de ensino e
administrativa, com competência para descentralizar as ações, coordenar as
diversas disciplinas e a capacidade de promover o trabalho coletivo.
Uma das principais funções do gestor é, portanto, efetivar a gestão
democrática definida no Projeto Político Pedagógico da escola. Destacamos o texto
do Regimento Escolar da Escola Estadual Érico Veríssimo, onde expressa que
compete ao diretor (a): “manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho
com seus colegas, com alunos, pais e com os demais segmentos da comunidade
escolar.” (2010 Art. 18, par. XXXII).
O gestor não assume sozinho todas as decisões e funções da escola, mas
pode e deve contar com a participação das famílias, dos órgãos colegiados e o
apoio da comunidade escolar, tanto para planejar como implementar as ações que
compõem o currículo da escola.
Para Szymanski, “O que mais escolas não percebem é que as pessoas se
desgastam muito mais numa relação de isolamento e/ou tensão com as famílias do
que desenvolvendo parcerias”. (2011, p.96) Cada sujeito do coletivo escolar tem
funções específicas no processo educativo, mas uma atuação de liderança que
integra e que disponibiliza espaços e tempos, que delega e incentiva, torna possível
a consolidação dos espaços democráticos.
A escola deve ministrar uma educação integral que busca o crescimento do
ser humano e a formação do cidadão, no entanto, o gestor em parceria com a
comunidade escolar, instâncias participativas e famílias dos alunos, precisa criar
situações para romper obstáculos entre a teoria e a prática e assegurar o processo
participativo, pois não basta falar de gestão democrática, são necessárias ações
efetivas para seu cumprimento. Segundo Libâneo, “há necessidade, pois, de uma
ação racional, estruturada e coordenada de proposição de objetivos, estratégias de
ação, provimento e ordenação dos recursos disponíveis.” (2004, p.145).
Na organização da escola, as instâncias participativas, como APMF
(Associação de Pais e Mestres), Conselho Escolar, Grêmio Estudantil e Conselho de
Classe, existem para subsidiar o trabalho escolar. Cabe ao gestor escolar incentivar
os membros destes órgãos colegiados à corresponsabilidade com os compromissos
assumidos, e assim, de forma representativa, a comunidade escolar pode participar
acompanhando e avaliando as ações da escola. Somente desta forma a
comunidade escolar construirá uma escola em concordância com sua necessidade,
que preencherá as lacunas deixadas pela educação tradicional e contribuirá para a
formação do cidadão criativo, crítico e autor de sua história.
Uma condição importante nas relações entre família e escola é a criação de um clima de respeito mútuo – favorecendo sentimentos de confiança e competência –, tendo claramente delimitados os âmbitos de atuação de cada uma. (...) A intermediação da comunidade, com a participação de seus
representantes, também abre perspectivas de uma parceria na qual a troca de saberes substitua a imposição e o respeito mútuo possa fazer emergir novos modelos educativos, abertos à contínua mudança. (SZYMANSKI, 2011, p.112)
Entre as muitas ações possíveis para o estreitamento da relação entre a
escola e os familiares dos alunos, apontamos a gestão democrática como uma
possível alternativa à participação dos pais nas dinâmicas escolares. “A prática
social coletiva – isto é, os homens produzindo e agindo conjuntamente na produção
de sua existência material – é o fundamento básico do desenvolvimento histórico.”
(LIBÂNEO, 1990, p.69) Uma gestão escolar onde todos os envolvidos no processo
educativo participam da construção, avaliação e acompanhamento do Projeto
Político Pedagógico da instituição, pode fazê-los se sentirem mais a vontade para
colaborar com opiniões e participar da resolução dos problemas que possam estar
relacionados com o meio social. Conhecer as experiências sociais dos alunos e o
que pensam a respeito de quem organiza o processo educativo, também é tornar
acessível à realidade concreta a qual os mesmos estão inseridos.
O Projeto Político Pedagógico da Escola Érico Veríssimo pretende representar à comunidade escolar a sua realidade, bem como a sua identidade. É uma forma de organizar o trabalho educativo junto ao coletivo escolar, a partir da avaliação de seus avanços e descontinuidades. Decorrente disto são propostas ações, por meio de um processo participativo, bem como alternativas inovadoras a fim de possibilitar a melhoria da qualidade de ensino. (PARANÁ, 2010, p.4)
O Projeto Político Pedagógico, quando construído por todos os envolvidos
no processo educativo e utilizado como instrumento diagnóstico e norteador,
respalda as ações da escola e os demais documentos que legitimam o trabalho
escolar. Devido a isto, toda a comunidade escolar e os familiares dos alunos podem
sentir-se inseridos à escola e motivados a participar com mais empenho das funções
que lhe são postas.
Ainda nesta perspectiva da gestão democrática, sugere-se à Equipe Diretiva
da escola, promover eventos, atividades e ações que possam contribuir para a
integração dos pais à escola, como por exemplo:
Analisar o Plano de Ação da escola em cada início de ano letivo,
observando se as estratégias apontadas para aproximar as famílias dos alunos da
escola, estão sendo adequadas e suficientes ou merecem novas iniciativas ou
ações;
No início do ano letivo, apresentar as normas que regem as relações
humanas nos ambientes escolares, os profissionais e funcionamento da escola aos
pais;
Promover com as famílias dos alunos reuniões, palestras, grupos de
estudos, debates, onde juntos todos possam refletir acerca de questões que
colaborem para o rendimento escolar do aluno;
Organizar espaços culturais e artísticos onde os alunos interajam com
os pais/ responsáveis;
Promover oficinas de artesanato, culinária, estética e saúde, entre
outras, para que os pais possam estar participando do ambiente escolar do aluno;
Dar visibilidade aos trabalhos dos alunos, de forma que os familiares,
ao inserirem-se nos espaços da escola, possam acompanhar os avanços dos filhos;
Em momentos de intervenção com os alunos, estimular a construção
de valores, onde diálogo e afetividade complementem a educação familiar, inclusive
para aqueles que são desprovidos de tal possibilidade no interior de suas casas;
Assegurar a atuação dos órgãos colegiados, incentivando a
participação de todos os pais dos alunos nas atividades promovidas por meio
destes.
Organizar momentos de interação da escola com os pais dos alunos de
forma que os horários e as datas sejam convenientes à participação dos mesmos no
ambiente escolar.
Entre estas sugestões de ações para promover a participação dos pais na
escola possíveis à atuação do gestor escolar, muitas ainda podem surgir e se
tornarem efetivas em meio às intervenções, grupos de estudos e reuniões.
1.3. A Equipe Pedagógica e sua relação com os familiares
De acordo com a concepção progressista de educação, o pedagogo tem a
função de mediar o trabalho pedagógico, sempre procurando garantir que a
qualidade da educação vise à emancipação humana. Utilizando as palavras de
Libâneo (2004), podemos compreender que a pedagogia tem em si o estudo das
práticas educativas visando explicitar finalidades, objetivos sociopolíticos e formas
de intervenção pedagógica, e este posicionamento é necessário, porque o ensinar
não ocorre de forma isolada das relações sociais, políticas, culturais e econômicas
da sociedade.
Em meio às dinâmicas escolares, o pedagogo encontra muitas situações
que precisa intervir. Mas a garantia de que o aluno está aprendendo e realmente
detendo o conhecimento, é alvo de especial cuidado. Portanto, diferentes são as
ações que a equipe pedagógica precisa desempenhar para atingir os objetivos do
seu trabalho.
Segundo o Edital nº 017/2013, do Estado do Paraná, da Secretaria de
Estado da Administração e da Previdência, Departamento de Recursos Humanos, o
cargo de professor pedagogo, entre as suas atribuições está a de “promover a
articulação com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da
sociedade com a escola”. (2013)
Desde a promoção de espaços socializadores e dialógicos de estudos e
troca de ideias, o pedagogo pode ainda auxiliar as famílias, mantendo o fácil acesso
às informações pertinentes a vida escolar do aluno para que estas possam
acompanhar desenvolvimento escolar dos filhos. Como expressa Szymanski, “o
diálogo cumpre sua função na práxis libertadora quando é instituído como caminho
para a constituição de sujeitos num processo de humanização”. (2011, p.35)
Atualmente há muitos recursos que se encontram disponíveis para aprimorar
o trabalho pedagógico, entre eles podemos citar os equipamentos tecnológicos que
podem alimentar os processos coletivos que configuram a prática pedagógica.
Parafraseando Morin (2002), a educação precisa ir além, ela deve buscar
desenvolver saberes para poder incorporar e acompanhar as inovações tecnológicas
e suas repercussões sociais necessárias à educação do futuro.
Ainda que nem todas as famílias tenham acesso às tecnologias disponíveis,
a própria escola pode disponibilizar e democratizar esses espaços, de forma que
não afete a dinâmica escolar. A equipe pedagógica e diretiva da escola podem ainda
informar sobre os espaços públicos onde as tecnologias encontram-se acessíveis a
todo o cidadão. A Internet, inclusive, estabelece um espaço aberto e livre que
permite acessar materiais, informações, aperfeiçoar o tempo e ser um canal
democrático de comunicação.
De acordo com Silva (2005, p.63), “se a escola não inclui a Internet na
educação das novas gerações, ela está na contramão da história, alheia ao espírito
do tempo e, criminosamente, produzindo exclusão social”. Para tanto, há muitas
formas de utilizar os recursos da Internet, e a equipe pedagógica, juntamente com a
direção, professores e órgãos colegiados, precisa estar realizando um trabalho de
conscientização em todos os momentos e processos do seu uso, para que não se
torne uma ferramenta que venha trazer detrimento à apropriação do conhecimento
ou fira os valores da boa convivência.
Entre os espaços de aprendizagem inseridos nas TICs, as redes sociais
propõem-se como uma “alternativa para que pessoas se aproximem e constituam
comunidades de relações”. (JUSTEN, 2007, p.143) Com as dificuldades de tempo e
o excesso de atividades que a sociedade atual enfrenta, segundo a mesma autora,
estas redes podem contribuir com a,
Conectividade que reforça os laços de relacionamento sem afetar a autonomia (...), possibilitam a construção coletiva do conhecimento, sob várias modalidades, como as listas de discussão e os fóruns virtuais. Caracterizam-se pela ausência de hierarquização nas relações e estabelecem elos que as constituem. (2007, p.145-146)
Para que a Equipe Pedagógica cumpra seu papel na escola, sugere-se:
Acolher os pais e responsáveis pelos alunos sempre que eles se façam
presentes na escola, organizando periodicamente momentos de estudos, trocas de
ideias, reuniões e debates;
Organizar e manter atividades em rede social como possibilidade de trocar
saberes, percepções, pontos de vista, estabelecendo assim, relação democrática e
dialógica entre a comunidade escolar e os pais/ responsáveis dos alunos;
Prezar pela participação do coletivo escolar na construção e avaliação do
Projeto Político Pedagógico e Regimento Escolar, propondo discussões que
contribuam com a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem;
Juntamente com a equipe diretiva e docente da escola, promover atividades
de interação com os pais, através de apresentações artísticas, mostras culturais,
oficinas, eventos esportivos, grupos de leituras, palestras que desenvolvam temas
presentes no cotidiano de vida dos alunos (nutrição, sexualidade, adolescência,
entre outros);
Realizar o acompanhamento pedagógico dos alunos para que se dê a
conhecer a individualidade em suas dificuldades e progressos, podendo assim,
contribuir junto aos docentes, nas orientações aos responsáveis destes, sobre as
formas de intervir em favor de seu rendimento escolar;
Promover espaços de estudo e discussão, com a comunidade escolar e
pais/responsáveis, sobre a importância da participação de todos, nos órgãos
colegiados da escola.
1.4. Escola em uma relação dialógica com os alunos
Entre a escola e os alunos também se faz necessário oportunizar estes
espaços de diálogo. Não abdicamos à autoridade quando dialogamos com a criança
ou com o adolescente, pelo contrário, instauramos o processo democrático e a
criticidade em todas as instâncias da escola. Dar credibilidade aos educandos ao
valorizar a capacidade de compreensão e participação, contribui com novas
possibilidades de superação da distância entre escola e família. Como cita
Szymanski, (...) Não significa ausência de conflitos, pois eles estão presentes na
dialética entre o vivido e o pensado. É na sua superação que se constrói um novo
saber. (2010, p. 35)
Como sugere a mesma autora, quando reconhecemos que o aluno é sujeito
neste processo e, devido a este fato, não deve ser excluído desta construção,
mesmo que por vezes conflitante, aproximamos os envolvidos do real, das suas
referências de vida mais próximas a si. A confiança mútua entre pais e trabalhadores
da educação, gerada em um espaço democrático, também pode contribuir para seu
desenvolvimento emocional.
A sociabilidade e a afetividade são elementos que podem se tornar
importantes para a convivência com a comunidade escolar. Segundo Gimeno,
As escolas são agentes provocadores de vínculos sociais de caráter
simbólico que colaboram, ao lado de outros, para cimentar as bases de entendimento entre os seres humanos. Seu poder socializador reside em sua capacidade de “englobar” ou de incluir os alunos em uma tradição cultural. (2002, p.95)
Entre as muitas ações possíveis para se trabalhar diretamente com os
alunos, destacamos:
Estabelecer nos planos de trabalho e planos de ação de todos os
profissionais da escola, atuação educativa e formativa de valores que contribuam
para o desenvolvimento emocional e social dos alunos;
Oportunizar a coparticipação dos alunos na organização e atuação dos
órgãos colegiados, promovendo a interação dos mesmos, no sentido que as
discussões coletivas se direcionem em prol da transformação social;
Ampliar o espaço da arte, da leitura, da pesquisa e do esporte,
abordando em meio às vivências, temas que levem os educandos a refletir sobre
sua vida, familiar, escolar e social;
Promover eventos culturais e esportivos onde os alunos possam
interagir com seus pais e/ou responsáveis, integrando-os à vida escolar;
Realizar aulas utilizando recursos tecnológicos, slides informativos,
recortes de filmes, trechos de música, relatos e depoimentos, abordando a
valorização da participação dos pais na vida escolar dos alunos.
Enquanto a escola proporciona experiências enriquecedoras em espaços
dialógicos e a família se posiciona como suporte, o aluno compreendendo seu papel
na construção do conhecimento pode vir a se desempenhar ativamente, investindo
em sua escolarização.
Como faz parte de uma etapa do seu desenvolvimento, experimentar e
exercer a independência emocional, social e intelectual, o aluno pode ainda, com
responsabilidade, encontrar o seu lugar na sociedade, e assumir uma postura crítica
diante das escolhas que tiver que tomar no seu dia a dia.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Tema: O trabalho da equipe diretiva e pedagógica em favor da democratização do
ensino e das relações democráticas no interior da escola.
Objetivos: Proporcionar a reflexão do papel da gestão escolar democrática para
estabelecer o compromisso dos familiares e comunidade escolar no processo
participativo, de forma a colaborar, avaliar e opinar em prol da qualidade do ensino e
da aprendizagem.
Desenvolvimento: 50’
Leitura dos gráficos que serão organizados para visualização e
interpretação dos diagnósticos das pesquisas realizadas através de questionários
com familiares, alunos, direção e equipe pedagógica, sobre a importância da
participação dos pais/ responsáveis no processo escolar. (Modelos dos
questionários - anexos 5 e 6)
Discussão das questões relacionadas à pesquisa, dos apontamentos
feitos pelos entrevistados, sobre as dificuldades e avanços da participação
democrática na escola;
Análise das ações estabelecidas para a aproximação da família com a
escola no Projeto Político Pedagógico, Regimento Escolar e Plano de Ação;
1º ENCONTRO
FICHA DO GRUPO DE ESTUDOS COM A EQUIPE DIRETIVA E PEDAGÓGICA
Apontamento de sugestões para o enfrentamento das dificuldades
encontradas em meio ao processo de interação da família com a escola e ações que
integrarão os documentos escolares.
A avaliação do Grupo de Estudos será realizada de forma que cada
participante pontue suas considerações aos presentes.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Tema: Atuação dos órgãos colegiados na gestão democrática.
Objetivos: Refletir sobre o papel dos órgãos colegiados na promoção de ações
efetivas que contribuam para efetivação da qualidade do trabalho pedagógico da
escola.
Introdução: 15’
Apresentação de partes do vídeo de entrevista: “Gestão Escolar Democrática”
(Vítor Paro)
Além de abordar como a escola é administrada, Vítor Paro esclarece o papel
da gestão democrática para a qualidade da educação e aborda que tanto o aprender
como o estudar, são valores culturais que precisam ser cultivados. Desde os
primeiros anos de vida começam a formar-se, e quando a criança inicia sua
escolaridade, precisa da permanência da família em seu acompanhamento.
2º ENCONTRO
FICHA DO GRUPO DE ESTUDOS
COM OS ÓRGÃOS COLEGIADOS
Desenvolvimento: 1h15’
Exposição, leitura e estudo das leis que normatizam o funcionamento
escolar e a promoção da educação: Artigos 205 e 206 da Constituição Federal,
Artigo 1º, e artigo 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9.394/96;
artigos 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90); Artigos 176,177
e178 do Regimento Escolar da Escola Estadual Érico Veríssimo;
Reflexão sobre as seguintes questões sugeridas:
a) O que o grupo entende por “processo participativo democrático”;
b) De acordo com a análise das leis apresentadas, o que se pode
observar quanto à sua efetivação?
c) Quais os avanços e dificuldades observadas pelos órgãos colegiados
em relação à educação escolar e familiar?
d) Como os órgãos colegiados podem contribuir com ações para a
melhoria das relações dialógicas na escola?
Avaliação: 10’
Através de troca de ideias, em grupos, realizar a avaliação do evento.
Encerramento: 20’
Espaço de interação, convidando os participantes para saborear lanche
enquanto conversam sobre a avaliação do evento.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Tema: Valorização da família e da escola em sua função de educadores.
Objetivos: Contribuir com estratégias que viabilizem o aluno a construir sua
identidade e autonomia, a partir da estrutura familiar e escolar em que está inserido.
Introdução: 15’
Recepção com lanche. O objetivo é oportuniza que os alunos conversem de
forma descontraída sobre suas expectativas em relação ao grupo de estudo do dia,
enquanto observam frases expostas em mural, com depoimentos de pessoas que
aprenderam a valorizar os espaços educativos.
Desenvolvimento: 1h35’
Leitura e discussão sobre as frases expostas no mural;
Apresentação dos dois trechos de vídeos documentários que mostram
cenas de momentos educativos em cenários de famílias:
a) 5’ “Pai e filho: Lição de vida”;
O vídeo apresenta a cena de um filho e um pai que estão sentados em um
banco observando um pássaro. O pai pede ao filho várias vezes para explicar o que
é o pássaro. O filho se irrita com o pai, por estar respondendo e o pai não estar
entendendo. Então o pai relata que só estava fazendo com que ele se lembrasse de
sua infância e, quando pacientemente e com amor, atendia as dúvidas que o filho
tinha.
b) 3’ “Um pai diferente”;
Quando criança o pai da personagem do vídeo se envergonha de ter um pai
com problemas auditivos. Este pai a ama e a cuida com muito zelo. E apesar de seu
preconceito e descaso, o pai salva a vida da filha quando esta tem problemas de
saúde. Ao final ela se dá conta das suas atitudes, mas já é tarde, pois seu pai morre
para poder salvá-la.
As duas experiências citadas nos levam a refletir sobre o valor de nossas
famílias e a necessidade de compreensão e respeito.
Apresentação de parte de uma conversa em vídeo com Leo Fraiman –“Para
estimular os estudos” 5’;
As palavras de Leo Fraiman trazem dicas para os alunos se sentirem
estimulados a pensar sobre sua vida escolar, de forma a compreenderem a sua
importância e organizarem-se para tornar o tempo escolar mais proveitoso.
Separar os alunos em grupos de cinco componentes para que
conversem sobre os significados das cenas dos filmes, pontuando as ideias
principais e analisando se os valores expressos fazem parte de suas experiências
de vida possibilitando essas ações em suas práticas diárias;
Exposição das ideias em plenário;
O professor pedagogo realiza a síntese final como análise dos
resultados.
Avaliação: 10’ Os alunos escreverão em uma pequena folha de papel, três palavras que
definam suas impressões sobre o grupo de estudos e o tema estudado.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Tema: Vivenciando os valores através da educação.
Objetivos: Buscar a compreensão da formação de valores morais e éticos,
relacionando-os às funções da escola e da família.
Introdução: “Dinâmica da sequência” - 30’
Objetivo: Possibilitar aos alunos o posicionamento crítico e a postura
democrática, frente às diferentes opiniões e situações de suas vidas.
Material: Folhas de papeis com as questões relacionadas à vida escolar e
familiar dos alunos e números impressos em folhas sulfite.
Desenvolvimento da dinâmica: Entregar aos alunos um papel com questões,
onde eles deverão numerar fatos citados do cotidiano de suas vidas por ordem de
gravidade. Nas paredes da sala estarão números de 01 a 10, dispostos a certa
distância. Os alunos vêm para o centro da sala com suas anotações e, conforme a
questão é apresentada pela professora pedagoga, os alunos deverão ir à frente do
número correspondente ao colocado no papel. Iniciam-se então as discussões, onde
cada grupo explica os motivos de sua escolha. Durante o debate orientado, a
professora pedagoga faz as intervenções e sínteses, passando para o outro
assunto. Ao final, todos avaliam os resultados da atividade e expressam como se
sentiram participando desta atividade.
Desenvolvimento: 1h10’
Aula expositiva dialogada utilizando apresentação de slides com o tema:
“Escola da Vida”, onde se abordam assuntos relacionados ao desenvolvimento
humano, como por exemplo: personalidade, caráter, relacionamentos, autoestima,
entre outros.
O professor pedagogo buscará o conhecimento prévio dos alunos a respeito
dos assuntos que serão abordados, e, com a exposição dos conteúdos, conduzirá
os alunos a questionar, interpretar e discutir os assuntos propostos;
Audição da música: “Como os nossos pais” do compositor Belchior e
intérprete Elis Regina. (Anexo 6)
A relação entre os filhos e os pais é o tema principal desta canção. Na visão
do jovem, parece que os pais estão errados em suas decisões, escolhas e formas
de educar. Mas conforme a música, quando o jovem cresce e tem filhos, repete o
mesmo que os pais fizeram.
Belchior aborda também a dinâmica do mundo, onde os fatos mudam, em
uma constante busca, mas a forma de ver o mundo é o mesmo. Há homens que
lutam por mudanças e homens que se acomodam. Esta música que foi um hino à
juventude, continua nos fazendo pensar sobre as angústias e inseguranças que os
adolescentes e jovens passam também atualmente.
Promover o diálogo entre os alunos sobre as impressões deixadas pela
música e após a exposição de ideias, pontuar quais os fatos citados que se
aproximam com a realidade vivida pelos adolescentes e jovens de hoje.
Organizar junto com os alunos, apresentação artística através de
teatro, o qual será apresentado às suas famílias e representantes dos órgãos
colegiados.
Criar alternativas para que os alunos possam analisar sua realidade e se
expressar em meio aos seus pontos de vista, pode contribuir para que os alunos e
familiares reforcem as possibilidades de comunicação e compreensão de suas
individualidades.
Segundo a DCE (Diretriz Curricular) de Arte,
O teatro promove o relacionamento do homem com o mundo. E numa sociedade que não compreende o sujeito em sua totalidade, fragmentando-o, surge a necessidade de integrar as partes que compõem esse sujeito, desenvolver a intuição e a razão por meio das percepções, sensações, emoções, elaborações e racionalizações, com o objetivo de propiciar ao aluno uma melhor maneira de relacionar-se consigo e com o outro. (PARANÁ, 2008, p.78)
O uso da dramatização, portanto, pode auxiliar no processo de socialização,
pois oportuniza aos alunos análise crítica de conhecimentos adquiridos em outras
realidades socioculturais.
Avaliação: 10’ - Em papel impresso, quadro avaliativo dos grupos de
estudos, considerando se os mesmos atingiram os objetivos propostos. (Anexo 7)
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MÚSICA:
Como os nossos pais – http://letras.terra.com.br/elis-regina/45670/
UNIDADE III
1. Família e Escola
1.1. Relação Escola e Família: Um pouco da sua história no
Brasil
O Brasil foi marcado por acontecimentos históricos de cunhos político,
econômico e social que afetaram profundamente os processos de desenvolvimento
da educação formal. No início do século XIX, a fim de garantir o progresso do país,
havia a preocupação em dar instrução às camadas populares de forma que a
civilidade e a ordem mantivessem as exigências necessárias aos propósitos da
ordem vigente. Segundo Faria Filho (2006) in: Campos,
Aquele modelo de educação individual, que acontecia no ambiente familiar, era ineficiente para os ideais desse período. O método mútuo (...) propiciava a instrução coletiva, demandando menos tempo e gastos”.
Parafraseando Campos, podemos visualizar neste tempo, um cenário
onde o processo de urbanização, a proliferação das indústrias e o ideal de uma
sociedade moderna, exigiam novas qualificações. A expansão do ensino, a
implantação de materiais adequados, a criação de programas, a formação de
professores e a transferência da educação familiar para a escolar, entre outras
políticas, foram adotadas pelo governo da época.
A família, por exemplo, não educaria mais sozinha, e contaria então, com
ideias do movimento escola novista, com o intuito de colaborar para que os filhos
fossem instruídos e civilizados nas escolas.
Um grupo de intelectuais, e entre eles, Anísio Teixeira, Armanda Álvaro
Alberto, Cecília Meireles, Fernando de Azevedo e Paschoal Lemme, conhecidos
como renovadores ou progressistas, apontaram uma série de questões que
deveriam ser priorizadas nas escolas. Entre eles, Heitor Lyra da Silva, criou em
1924, no Rio de Janeiro, a Associação Brasileira de Educação (ABE) e, foi no âmbito
dessa associação que surgiu a “Seção de Cooperação da Família”, cujo principal
objetivo era organizar atividades, como cursos, palestras, entre outros eventos, que
propiciassem a aproximação das famílias dos alunos com a escola. Nesse sentido,
foi criado o “Círculo de Pais e Professores” em escolas públicas e particulares, que
visava à colaboração entre familiares e educadores para atuarem em conjunto no
processo educativo.
Ainda segundo a autora, mesmo que a relação das famílias com as
escolas tenha se originado em uma época de mudanças no contexto social e
educativo, destaca-se a atuação desses intelectuais, no sentido de contribuírem
para que a escola não se fechasse em torno de si mesma. Além disso, foi nesse
momento da história da educação brasileira que o discurso sobre a relação família e
escola se originou e se estendeu para as décadas seguintes.
Com o passar do tempo, porém, dada a configuração de sociedade
moderna, ocorreu o afastamento da família do ambiente escolar, o que gerou entre
os professores um sentimento de desamparo nos processos educativos.
Muitas atribuições que antes faziam parte do universo familiar, como a
preocupação com a saúde e a higiene das crianças e adolescentes, ensino dos
valores morais, entre outros, foram sendo transferidos para escola, devido
principalmente, ao modelo de sociedade que se desenvolvia, onde o tempo familiar
foi se modificando em conta das novas exigências do mundo do trabalho e as
carências sociais, advinda dessa nova sociedade de classes.
É importante avançar no sentido de que a escola deve prezar pela
qualidade do ensino. Como expressa a DCE,
Formar sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora de sociedade. (PARANÁ, 2009, p.31)
Tanto a família como a escola, encontra-se atualmente, inseridas em uma
realidade que as põem na responsabilidade de superar posturas inoperantes de
culpabilização. Estratégias conjuntas podem resultar em ótimas possibilidades para
o desenvolvimento acadêmico dos educandos.
1.2. Família e Escola: uma relação dialógica em busca da
qualidade do ensino
Promover a aproximação das famílias com a escola é contribuir com a
democratização do saber. Tanto escola como família, são dotados de funções
próprias, como já citado neste trabalho, mas que intrincadas, podem beneficiar
consideravelmente o desenvolvimento dos alunos.
Se educação é mediação, isso significa que ela não se justifica por si mesma, mas tem sua razão de ser nos efeitos que se prolongam para além dela e que persistem, mesmo após a cessação da ação pedagógica. Considerando-se, como já se explicitou, que dado o caráter da educação como mediação no seio da prática social global, a relação pedagógica tem na prática social, o seu ponto de partida e seu ponto de chegada. Resulta inevitável concluir que o critério para se aferir o grau de democratização atingido no interior das escolas deve ser buscado na prática social. (SAVIANI, 2009, p.69)
Redefinindo os papéis da escola e da família, compreendemos que a família é
responsável pelos primeiros ensinamentos e pelo desenvolvimento de uma
personalidade saudável, através das experiências de afeto, confiança e acolhimento,
e à escola, é exigida a complementação deste processo educativo. Como nos
aponta Parolim:
Tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família têm suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa instituição. A escola tem sua metodologia e sua filosofia, no entanto, ela necessita da família para concretizar seu projeto educativo. (2003, p.9)
Abrir as portas da escola, criar espaços de discussão e compartilhar as
responsabilidades, democratizando a educação, sem dúvida, é hoje uma
necessidade real e concreta no ambiente de aprendizagem.
Assim, a escola que toma como objetivo de preocupação levar o aluno a querer aprender, precisa ter presente à continuidade entre a educação familiar e a escolar, buscando formas de conseguir a adesão da família para sua tarefa de desenvolver nos educandos atitudes positivas educadoras com relação ao aprender e ao estudar. (PARO, 2007, p.16)
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, inclui em seu
texto, a importância da família no processo de ensino e aprendizagem, orientando
que:
Art. 12 – Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando processo de integração da sociedade com a escola; VII – informar os pais e responsáveis sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como a execução de sua proposta pedagógica. (BRASIL, 1996)
Criar espaços dialógicos pode vir a dar sustentabilidade às muitas interações
que família e escola organizam. Para Ferreira,
Diálogo como confraternização de ideias e de culturas que se respeitam porque constituem diferentes produções humanas. Diálogo como uma verdadeira forma de comunicação humana, na tentativa de superar as estruturas de poder autoritário que permeiam as relações sociais e as práticas educativas a fim de se construir, coletivamente na escola, na sociedade em todos os espaços do mundo, uma nova ética humana e solidária. Uma nova ética que seja o princípio e o fim da gestão democrática da educação comprometida com a verdadeira formação da cidadania. (2004, p.1242)
Em Faria (2010), compreendemos ainda que,
Essa conversa entre escola e família, sem defesa, sem ataque, sem julgamentos, nem culpados ou vilões é premissa indispensável para que o diálogo possa se concretizar. Poderemos realmente colocar a criança em primeiro lugar e fazermos os ajustes necessários. Não há ninguém certo e/ou errado. A família vê por um prisma e a escola/professora, analisa por outro. Uma dificuldade em casa ou uma situação que precise de cuidados pode aparecer na escola e não se manifestar em casa. E uma situação que necessite de ajustes pode surgir na escola, sem sequer ser notada no ambiente familiar. Por isso devemos ter esse diálogo franco, aberto, entregue e confiante. E esta manifestação só poderá se tornar realidade se considerarmos, família e escola, tais como grandes parceiros.
Observa-se no interior da escola, porém, que ainda há um grande
distanciamento entre família e escola. Um dos fatores que colabora para isto pode
estar ligado à maneira como as famílias se sentem, devido a pouca escolaridade e,
muitas vezes, não se acham aptas a acompanhar as atividades realizadas na
escola.
Outro fator pode se dar devido às constantes convocações aos pais que na
maioria das vezes, são por problemas disciplinares ou de baixo rendimento de seus
filhos, o que gera nesta relação uma situação tensa entre escola e família.
No trabalho da escola com as famílias, a preocupação inicial é que este seja
contínuo e processual, permitindo a avaliação constante dos avanços, das
conquistas, das dificuldades das práticas que se estabeleçam, assim como a
organização de novas ações compatíveis às necessidades que se apresentam. O
respeito às histórias de vida familiares e experiências escolares também devem se
dotar de ética, para que as intervenções se potencializem e transformem a
realidade, e não se tornem ações de caráter antipedagógico.
(...) a atuação dos profissionais da educação e dos usuários (alunos e pais) na gestão da escola. (...) por meio de canais de participação da comunidade, a escola deixa de ser uma redoma, um lugar fechado e separado da realidade, para conquistar o status de uma comunidade educativa que interage. (LIBÂNEO, 2004, p.139)
Em suma, a presença da família ou dos responsáveis na escola, tende a
refletir o empenho pelo compromisso com o desenvolvimento das crianças e
adolescentes e se efetiva nas oportunidades de troca de informações e
experiências. Gimeno esclarece: “A essência da educação é a comunicação, a
mediação.” (2002, p.42) Intervenções planejadas e conscientes, criadas em espaços
de estudo e reflexão sobre temas que envolvem o processo educativo, pode
oportunizar as famílias e à escola, a discussão de assuntos como: aproveitamento
escolar, práticas educativas, a qualidade da realização dos trabalhos e tarefas, a
estruturação do aprendizado em casa, comportamento moral, desenvolvimento de
virtudes, entre outros.
À medida que a escola e as famílias se harmonizam, são visíveis os
benefícios trazidos para os processos de aprendizagem. Os pais ou responsáveis
pelos alunos podem colaborar e opinar sobre questões que aprimorem o processo
educacional, pois são detentores de deveres junto ao processo de formação de seus
filhos.
Levar os filhos/alunos a reconhecer a escola como um local de trabalho,
onde precisam remir o tempo, tirando o máximo de proveito dele, realizando as
atividades com responsabilidade e valorizando o conhecimento ministrado por seus
professores, ampliam as possibilidades do aproveitamento e sucesso escolar.
Segundo o Projeto Político Pedagógico da escola,
(...) a criança ou o adolescente, cuja família participa de forma mais direta no cotidiano escolar, apresenta um desempenho superior em relação àquela onde os pais estão ausentes do seu processo educacional. Ao conversarem com o filho sobre o que acontece na escola, cobrarem dele a assiduidade à escola, ajudarem a fazer a tarefa de casa, incentivar em tirar boas notas e o hábito de leitura, os pais estão contribuindo para o sucesso escolar. Com a participação da família, no processo de ensino aprendizagem, o aluno ganha confiança e percebe que todos se interessam por ele. A família passa a conhecer quais são as dificuldades e facilidades de aprendizagem que o filho apresenta. (PARANÁ, 2010, p.16)
Para que os vínculos entre a família e a escola realmente aconteçam é
necessário dispor de ações que busquem sintonia entre estas instâncias ao
discutirem as dinâmicas educativas. Desde o planejamento da escola, onde a
mesma viabiliza horários, datas, linguagem e temas adequados em reuniões e
espaços formativos, até a promoção de atividades onde os pais e os profissionais da
escola possam trabalhar juntos, refletindo formas para melhorar esta relação,
adotando posturas que contribuam para a melhoria da qualidade do aprendizado dos
alunos.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
1º ENCONTRO
FICHA DA REUNIÃO DEBATE COM PAIS/RESPONSÁVEIS
Tema: Educação e formação de valores.
Objetivos: Sensibilizar os pais/ responsáveis sobre a importância da educação dos
valores éticos e morais para o desenvolvimento humano.
Introdução: 20’
Apresentação da peça teatral organizada pelos alunos.
Desenvolvimento: 1h’
Exposição dialogada da psicóloga Jane Aparecida Lazare Pereira e
professora pedagoga, que se propõe a promover o pensamento crítico e o debate
dirigido a respeito da “Educação e formação de valores na vida dos filhos”.
Algumas questões serão sugeridas, durante a fala para serem
debatidas com os pais ou responsáveis dos alunos, entre elas;
a) Como se dá o desenvolvimento da criança e do adolescente, nas áreas
física, emocional, psicológica e cognitiva?
b) O que se exige dos pais e da escola em relação aos educandos no
período de seu desenvolvimento escolar?
c) Como promover o desenvolvimento humano diante das mudanças
sociais?
d) Quais as maiores dificuldades enfrentadas nos espaços interativos?
Como superá-las?
Interação nos grupos e avaliação: 20’
Em grupos de quatro pessoas, discutir e anotar os pontos relevantes do
debate dirigido, e no que mais podem contribuir com a sua realidade, e, avaliar se a
reunião debate atingiu aos objetivos propostos e se contribuiu para a formação
pessoal dos presentes.
Confraternização: 20’
Com auxílio da APMF da escola será servido um chá com biscoitos.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Tema: Interagindo nos espaços dialógicos.
Objetivos: Reconhecer a importância do apoio e da participação da família na
escola como forma de contribuir para a melhoria do desempenho escolar dos filhos.
Introdução: 30’
Visita dos pais acompanhados pelos alunos, à mostra cultural: “Vivências
educativas”, na Escola a ser organizada pela professora pedagoga e alunos dos 8º
anos.
Desenvolvimento: 60’
Apresentação de um vídeo construído durante os encontros, com cenas que
relatam o desenvolvimento da intervenção na escola: “Escola e família: uma possível
relação dialógica frente aos desafios da educação atual”.
Através de simpósio, discutir sobre a educação familiar e escolar, onde o
conteúdo é apresentado e debatido por todos os participantes.
Avaliação: Será realizada pelas famílias através do espaço de interação da escola
com os pais em rede social.
2º ENCONTRO
FICHA DO SIMPÓSIO, APRESENTAÇÕES E MOSTRA ARTÍSTICA COM ALUNOS E
FAMILIARES
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96 –
Brasília: Imprensa Oficial, 1996.
CAMPOS, Alexandra Resende. As Práticas de Escolarização de Famílias Rurais: um Estudo Comparativo entre Famílias Negras, Mestiças e Brancas do Povoado de Goiabeiras, São João Del-Rei, MG. Tese. Doutorado em educação- Universidade Federal Fluminense/UFF, aprovado em 24 jan.2011, visualizada em 22/11/2013.
FARIA, Daniella Freixo De. A Real Parceria entre Escola e Família. Revista Literatura. Disponível em: http://literatura.uol.com.br/literatura/figuras-linguagem/37/artigo225056-1.asp. Acesso em: 15 de maio de 2013.
FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Repensando e ressignificando a gestão democrática da educação na “cultura globalizada”. In: Revista Educação & Sociedade. Campinas, vol.25, n.89, Set./Dez.2004. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/es/v25n89/22619.pdf. Acesso em 08/05/2013.
J. GIMENO SACRISTÁN. Educar e Conviver na Cultural Global: As exigências da cidadania, editora Artmed, Porto Alegre, 2002.
JOSÉ FILHO, Mário. Tese de Doutorado. A Família como Espaço Privilegiado para a Construção da Cidadania. Universidade Estadual Paulista - UNESP, Franca, 1998.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. 5. Ed. Goiânia: Alternativa, 2004.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Educação Básica: Ciências. Curitiba: SEED, 2009.
__________ Projeto Político Pedagógico. Escola Estadual Érico Veríssimo. Laranjeiras do Sul, 2012.
PARO, Vitor Henrique. Gestão escolar, democracia e qualidade do ensino. São Paulo: Ática, 2007.
PAROLIN, Isabel. As dificuldades de aprendizagem e as relações familiares. Livro da 5ª Jornada de Educação do Norte e Nordeste. Fortaleza, 2003.
SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia: Teorias da Educação, Curvatura da Vara, Onze Teses sobre a Educação Política, 41. Ed. Revista-Campinas, SP: Autores Associados, 2009.
Através das atividades apresentadas, espera-se que todos os envolvidos no
processo educativo, possam rever o papel da escola em sua função socializadora
dos conhecimentos científicos e culturais, assim como as responsabilidades que
estão agregadas a seus papéis de educadores, empenhando-se em contribuir de
forma significativa para superação das dificuldades encontradas no processo
educativo dos alunos, tornando-os pessoas preparadas para a vida em sociedade.
ANEXOS
Anexo 01 – Cópia de trecho do poema: “Ensina a teu filho” (Frei Betto).
Anexo 02 – Ficha da Avaliação da Reunião Debate para os pais/ responsáveis;
Anexo 03 – Modelo de Questionário de Pesquisa com Alunos;
Anexo 04 – Modelo de questionário de Pesquisa com a Direção e a Equipe
Pedagógica;
Anexo 05 - Modelo de Questionário de Pesquisa com os Pais/ responsáveis pelos
alunos;
Anexo 06 – Cópia de parte da música: “Como nossos pais” (Belchior);
Anexo 07– Ficha da Avaliação dos Grupos de Estudos para os alunos;
Anexo 08 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Anexo 01
“Ensina a teu filho”, Frei Betto.
Ensina a teu filho que o Brasil tem jeito e que ele deve crescer feliz por ser brasileiro.
Ensina a teu filho que neste país há políticos íntegros, administradores competentes, autoridades honradas,
que não se deixam corromper, não varrem as mazelas para debaixo do tapete, não temem desagradar
amigos e desapontar poderosos, ousam pensar com a própria cabeça e preservar mais a honra que a vida.
Ensina a teu filho que não ter talento esportivo ou rosto e corpo de modelo, e sentir-se feio diante dos
padrões vigentes de beleza, não são motivos para ele perder a autoestima. A felicidade não se compra nem é
um troféu que se ganha vencendo a concorrência. Tece-se de valores e virtudes, e desenha, em nossa
existência, um sentido pelo qual vale a pena viver e morrer.
(...)
Ensina a teu filho que o Brasil possui dimensões continentais e as mais férteis terras do planeta. Não se
justifica, pois, tanta terra sem gente e tanta gente sem terra. Assim como a libertação dos escravos tardou,
mas chegou a reforma agrária haverá de se implantar. Tomara que regada com muito pouco sangue.
Ensina a teu filho que o Brasil é uma nação trabalhadora e criativa. Milhões de brasileiros levantam cedo
todos os dias, comem aquém de suas necessidades e consomem a maior parcela de suas vidas no trabalho,
em troca de um salário que não lhes assegura sequer o acesso à casa própria. No entanto, essa gente é
incapaz de furtar um lápis do escritório, um tijolo da obra, uma ferramenta da fábrica. Sente-se honrada por
não descer ao ralo.
Ensina a teu filho evitar a via preferencial dessa sociedade neoliberal que tenta nos incutir que ser
consumidor é mais importante que ser cidadão, incensa quem esbanja fortuna e realça mais a estética que a
ética. Convence-o de que a felicidade não resulta da soma de prazeres e a via espiritual é um tesouro
guardado no fundo do coração.
Ensina a teu filho que ele não precisa concordar com a desordem estabelecida e que será feliz ao unir-se
àqueles que lutam por transformações sociais que tornem este país livre e justo. Então, ele transmitirá a teu
neto o legado de tua sabedoria.
Ensina a teu filho a votar com consciência e jamais ter nojo de política, pois quem age assim é governado por
quem não tem, e se a maioria o tiver será o fim da democracia. Que o teu voto e o dele sejam em prol da
justiça social e dos direitos dos brasileiros.
Ensina a teu filho que a uma pessoa bastam o pão, o vinho e um grande amor. Cultiva nele os desejos do
espírito, a reverência pelos mais velhos, o cuidado da natureza, a proteção dos mais frágeis
Saiba o teu filho escutar o silêncio, reverenciar as expressões de vida (...).
Anexo 02
ESCOLA ESTADUAL ÉRICO VERÍSSIMO – EF
AVALIAÇÃO DA REUNIÃO DEBATE
SIM NÃO PARCIALMENTE
O tempo de duração da reunião foi
satisfatório para compreensão dos temas
discutidos?
O assunto discutido era de seu interesse?
A forma como a reunião foi organizada
correspondeu a sua expectativa?
Sua participação na reunião foi
satisfatória?
As instalações para a reunião foram
adequadas?
Sugestões ou comentários:
Anexo 03
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA – Com os Alunos
Idade: _______ Turno:_________
Esta pesquisa tem por objetivo a busca de melhorias no processo educacional. Para tanto, peço sua colaboração, respondendo de maneira responsável e sincera as perguntas a seguir:
01. Por que você frequenta a escola? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 02. O que você pensa a respeito dos estudos? ( ) De grande importância para minha vida ( ) Considero os estudos pouco importantes para minha vida ( ) Só estudo por imposição de meus pais/ responsáveis 03. Quanto ao seu desenvolvimento escolar, apresenta bons resultados de notas? ( ) Sim ( ) Não ( ) Razoável (algumas disciplinas encontram-se abaixo da média) Como seus pais/ responsáveis reagem quanto a isso? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 04. Já foi reprovado alguma vez? Se sim, como se sentiu? Qual foi a reação dos seus pais/ responsáveis? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 05. Com quem você mora? Quem é responsável por você? ________________________________________________________________ 06. Seus pais ajudam: ( ) nas tarefas de casa e na organização do material escolar ( ) no cumprimento dos horários da escola e na frequência escolar ( ) consideram que tarefas, frequência e material escolar são minha responsabilidade 07. Você apresenta problemas de relacionamento com colegas de sua turma ou de outras turmas? ( ) Sim ( ) Não Quais? _____________________________________________________________
___________________________________________________________________ 08. Você já apresentou problemas de comportamento na escola? ( )Sim ( ) Não E como sua família agiu em relação a isto? ______________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 09. O que você faz quando surgem problemas de aprendizado? ( ) Conversa com a família para buscar auxílio ( ) Procura resolver sozinho ou com ajuda de colegas ( ) Conversa com pedagogos ou professores para auxiliá-lo Outros:_________________________________________________________________________________________________________________________________
10. A escola oferece condições para a recuperação do desempenho escolar? Como? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
11. Você costuma conversar com seus pais/responsáveis sobre seus estudos? ( ) Sim ( ) Não ( ) Nem sempre Se a resposta é positiva, você percebe que esta conversa te ajuda? De que forma? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 12. Quais são os teus objetivos, enquanto estudante? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 13. Você tem alguma sugestão para que sua escola ou sua família possam contribuir ainda mais para seu sucesso escolar? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ Obrigada pela colaboração e muito sucesso!
Roselaine Marin da Silva – Profª Pedagoga
Anexo 4
QUESTIONÁRIO AOS PAIS
ESCOLA ESTADUAL ÉRICO VERÍSSIMO – Ensino Fundamental
Pai/ responsável:_________________________________ (Não é necessária a identificação) Senhores pais/responsáveis:
Procurando contribuir com o processo de desenvolvimento dos seus filhos, nossos alunos, estamos enviando este questionário. Para tanto, conto com a sua colaboração e desde já agradeço suas respostas responsáveis e sinceras. 1. Você acha importante seu (a) filho (a) frequentar uma escola?
( ) Sim ( ) Não Por quê?___________________________________________
2. Por que matriculou seu (sua) filho (a) nesta escola?
___________________________________________________________________
3. Para você, quem é responsável pela educação de seus filhos?
___________________________________________________________________ 4. Com quem seu (a) filho (a) passa a maior parte do tempo e em qual atividade, quando não está na escola?
___________________________________________________________________
5. Você participa das reuniões de pais?
( ) Sim ( )Não ( )Em poucas oportunidades
( )Sempre peço que alguém me represente. 6. Para você, como são essas reuniões? Como se sente ao participar?
___________________________________________________________________ 7. Em quais momentos você costuma ir à escola?
( ) Quando convocado(a) pela Equipe Pedagógica ( ) Constantemente, para saber do desenvolvimento do meu(a) filho(a) ( ) não posso ir à escola ( ) Somente na entrega de boletim de notas
8. De modo geral, como é a relação das famílias com a escola?
( ) Aberta (a escola sempre consulta os familiares na tomada de decisões) ( ) Fechada (os familiares não tem participação alguma nas decisões da escola) ( ) Confusa (não há entendimento desta participação da família nas decisões da escola. 9. Você conhece a Escola de seu filho? ( ) Conheço um pouco ( ) Não conheço ( )Conheço bem os profissionais e o trabalho da escola. 10. Você acha importante a participação da Família na escola?
( ) Sim ( ) Não Por quê? _________________________________ 11. “O Projeto Político Pedagógico é um documento construído pela comunidade escolar e que orienta todo o trabalho escolar”. Você conhece o Projeto Político Pedagógico da Escola? ( ) Sim ( ) Não 12. Como é o rendimento do seu filho na escola? ( ) acima da média ( ) satisfatório ( ) abaixo da média 13. Ele apresenta dificuldade em algum assunto ou matéria? Qual? ___________________________________________________________________ 14. Como seu (a) filho (a) se relaciona com colegas, professores e escola em geral? ( ) Muito bem ( ) Não apresenta conflitos ( ) Não se relaciona bem com colegas ( ) Não se relaciona bem com professores. 15. Você ajuda seu (a) filho (a) na realização das tarefas? ( ) Sim ( ) Não 16. Qual é a sua posição em relação às faltas? ( ) Procura acompanhar diariamente para que o aluno não falte à escola ( ) Não preocupa-se pois o aluno é responsável pelos seus estudos ( ) Não consegue acompanhar devido à falta de tempo e trabalho 17. Quais os pontos negativos das reuniões dentro da escola que incomodam mais? ( ) Datas ou Horários das reuniões ( ) Opinião dos pais não são ouvidas ( ) Atrasos nas reuniões ( ) Falta de retorno da escola quanto aos problemas 18. Quais os pontos positivos das reuniões dentro da escola? ( ) Oportunidade de conhecer a escola ( ) Melhoria do ensino ( ) Interação com a escola 19. A que se deve a ausência dos pais? ( ) Falta de tempo por questões de trabalho ( ) Falta de comunicação da escola ( ) Falta de comunicação deles com a escola ( ) Falta de interesse dos pais 20. Qual sua expectativa quanto ao futuro de seu (s) filho (s)? ___________________________________________________________________ 21. Você tem alguma sugestão ou comentário que ainda queira fazer? Qual (is)? _______________________________________________________________
Para complementar este trabalho estamos criando um “Facebook” específico para mantermos a comunicação com a família de nossos alunos. Convidamos a todos para acessar e fazer parte deste novo espaço democrático: “Érico Pais” - Com o tema: “Família e Escola Érico em Diálogo”. Roselaine Marin da Silva – Profª Pedagoga
Anexo 5
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA – Com a Direção e a Equipe Pedagógica
Função:____________________________________________________________
Nome: _________________________________ (Não é necessária a identificação)
Esta pesquisa tem como objetivo subsidiar a Intervenção Pedagógica na
Escola, requerida pelo Projeto de Desenvolvimento Educacional do Paraná, para
promover a ampliação dos espaços de interação e diálogo entre as famílias e a
escola. Para tanto, conto com a sua colaboração e desde já agradeço suas
respostas responsáveis e sinceras.
1. Considerando que a Escola optou pela gestão democrática como forma de organização, que práticas de participação são utilizadas por esta escola? ___________________________________________________________________ 2. Os pais/responsáveis pelos alunos participam das reuniões, palestras e convocações que a escola faz? ( ) Sim ( ) Não ( ) Esporadicamente ( ) Somente na entrega de boletins ou quando são convocados no individual Observações:________________________________________________________ 3. A qualidade do relacionamento escolar depende da aplicação e conhecimento do Regimento Escolar e do Projeto Político Pedagógico. O que a escola promove efetivamente em relação a estes documentos? ( ) Observância e avaliação constante de sua efetivação, com a participação de todos os segmentos da escola ( ) Compreende a importância, mas não há condições de tempo e espaço para a observância destes documentos. ( ) Na prática, são documentos utilizados somente em ocasiões especiais ( ) outra:____________________________________________________________ 4. O que a escola promove como meio de incentivar os pais a acompanhar mais de perto o desempenho de seus filhos? __________________________________________________________________
5. Nas relações entre as partes envolvidas no processo educacional dos alunos, surgem opiniões diferenciadas e em algumas situações, conflitos. Como é conduzida esta situação quando ela se faz presente? ___________________________________________________________________ 6. O artigo 205 da Constituição Federal expressa que a família tem papel educativo e essencial no desenvolvimento do aluno. Como é percebido o papel da família nesta escola? ( ) Os pais estão sempre presentes na escola para acompanhar o desenvolvimento dos filhos ( ) A família, em sua maioria, é ausente e só aparece na escola quando convocados ( ) Poucas famílias participam de forma ativa 7. Quais as maiores dificuldades que você encontra em sua relação com os pais/responsáveis dos alunos? __________________________________________________________________ 8. Quais suas sugestões para o enfrentamento destas dificuldades ou para o aprimoramento desta relação? ___________________________________________________________________
Para complementar este trabalho, estamos criando um “Facebook” específico
para mantermos a comunicação com a família de nossos alunos. Convidamos você
como profissional atuante desta escola, para acessar e fazer parte deste novo
espaço democrático:
“Família e Escola Érico em Diálogo”
Roselaine Marin da Silva – Profª Pedagoga
Anexo 06
Intérprete - Elis Regina
Compositor – Belchior
Ano de divulgação – 1976
Álbum – Falso Brilhante
Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi
Nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa
Por isso cuidado, meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado pra nós
Que somos jovens
Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço
O seu lábio e a sua voz
(...)
Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando
Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei
Que quem me deu a ideia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal
(...)
Anexo 7
ESCOLA ESTADUAL ÉRICO VERÍSSIMO – EF
AVALIAÇÃO DOS GRUPOS DE ESTUDOS
SIM NÃO PARCIALMENTE
O tempo de duração dos grupos de
estudos foi satisfatório para compreensão
dos temas discutidos?
O assunto discutido era de seu interesse?
A forma como os grupos de estudos foram
organizados corresponderam a sua
expectativa?
Sua participação nos grupos de estudos
foi satisfatória?
Sugestões ou comentários:
Anexo 8
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Senhores pais/responsáveis
Venho através deste, convidá-los para uma entrevista sobre “A
importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos”.
Esta pesquisa tem finalidade de basear a Intervenção Pedagógica na
Escola, requerida pelo Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de
Estado da Educação. As informações prestadas e os resultados da mesma serão
divulgados em artigo, obedecendo ao sigilo, sendo alterados quaisquer dados que
possibilitem a identificação dos participantes.
Eu Roselaine Marin da Silva, residente na rua Olavo Bilac, 1010,
Centro, cidade de Laranjeiras do Sul, telefone (42) 99994581, professora
participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de
Estado da Educação, com orientação do professor Mestre Saulo Rodrigues
Carvalho, professor da Unicentro, serão os responsáveis por esta pesquisa e
poderão esclarecer possíveis dúvidas. A sua participação neste estudo é voluntária.
Caso não tiver intenção de dar continuidade, poderá solicitar o Termo de
Consentimento Livre, devidamente assinado. As informações relacionadas ao
estudo poderão ser inspecionadas pelos pesquisadores que executam a pesquisa e
pelas autoridades legais. As despesas necessárias para a realização da pesquisa
não são da sua responsabilidade.
De acordo com estes termos, favor assinar abaixo. Uma cópia deste
documento ficará com o participante da pesquisa e outra com o pesquisador.
Seguindo os mesmos termos, também estará sendo realizada entrevista relativa a
este tema com os alunos.
Eu,...............................................................................li o texto acima e compreendi a
natureza e objetivo do estudo do qual fui convidado a participar.
Eu,........................................................................assino abaixo este consentimento.
_______________________________
Assinatura do pai/responsável