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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS
MÚLTIPLAS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM OS ALUNOS COM
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
PIVA, Silvana Lucia Razaboni1
BATISTA, Cleide Vitor Mussini2
RESUMO
O presente artigo relata os resultados do Projeto de Implementação Pedagógica correspondente à etapa conclusiva do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, da Secretaria de Estado do Paraná. A Implementação Pedagógica realizada teve por objetivo a reflexão e análise das contribuições da Teoria das Inteligências Múltiplas buscando tecer informações e novos direcionamentos para que os professores diversifiquem sua prática pedagógica, auxiliando na aprendizagem dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais. Justificando que é cada vez mais significativo o número de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas e a garantia apenas de acesso escolar pela lei não está subsidiando os professores no sentido de suprir toda essa diversidade. Nesse sentido, cabe repensar o papel do professor, pensando que devemos centrar uma educação que leve a sério as inclinações, os interesses e os objetivos de cada aluno e, em referencial, os alunos com Necessidades Educacionais Especiais. Ressaltando-se que a formação dos professores é um ponto crucial para a realização do processo inclusivo. Neste direcionamento, a implementação se procedeu por meio de um grupo de estudo para professores, pedagogos e direção, com diversos estudos, pesquisas, debates, trocas de experiência, fomentando e direcionando os profissionais a repensarem e a diversificarem sua prática pedagógica frente à diversidade presente em sala de aula, por meio, de uma escola inclusiva.
Palavras-chave: Diversidade. Educação Inclusiva. Inteligências Múltiplas. Prática
Pedagógica.
INTRODUÇÃO
O artigo apresenta-se como parte integrante do Programa de
Desenvolvimento Educacional - PDE, da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná. Enfatizando como linha de estudo a Educação Especial e diversidade,
sendo voltado aos profissionais que interessem pela temática, sem se limitar a uma
disciplina específica, tendo como objetivo analisar as contribuições da Teoria das
1 Discente do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE.
2Docente do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina. Orientadora do PDE.
Inteligências Múltiplas para que os professores tenham novas possibilidades para
diversificarem sua prática pedagógica, auxiliando-os na aprendizagem e
desenvolvimento dos alunos com necessidades educacionais especiais, em uma
educação inclusiva.
Numa abordagem, de atenção à diversidade, a educação apresentou
como um fator importante de transformação social, em que novas propostas estão
sendo desenvolvidas em torno de um ensino que atenda a todos os alunos em suas
diferentes necessidades educacionais especiais. Pensando nesta escola inclusiva e
demais profissionais presentes na mesma, problematizamos: Quais contribuições
que as teorias das Inteligências Múltiplas trazem para o processo de
desenvolvimento e aprendizagem dos alunos os com necessidades educacionais
especiais? Como os professores podem fazer uso desse conhecimento no contexto
de uma educação inclusiva, diversificando sua prática pedagógica?
Para responder a este problema realizamos grupo de estudo com os
profissionais da educação, para analisar as contribuições da teoria das Inteligências
Múltiplas procurando assim, ampliar as possibilidades reais de uma educação
inclusiva, voltada para uma prática pedagógica que desperte e valorize a
potencialidade de cada um, tornando a escola regular em um espaço de exercício da
cidadania e da produção do conhecimento.
O grupo de estudo se deu em oito encontros de quatro horas presenciais
cada, para aprofundamento de estudos, análises e pesquisas relacionadas a
presente teoria, com algumas orientações básicas para inclusão de alunos com
necessidades educacionais especiais no ensino regular, tendo a finalidade e
possibilidade efetiva de fortalecer o coletivo escolar e de promover a melhoria
qualitativa do ensino e tornar constante a busca pelas reelaborações das práticas
educativas na escola.
3- EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A escola é uma instituição social e, como tal, está agregada de diversos
fatos sociais, sendo assim, a educação inclusiva se torna um fato social, a qual tem
suas características que a distingue como tal e, independentemente da necessidade
educacional especial do aluno, esse tem direito igual ao desenvolvimento máximo de
suas potencialidades.
Conforme Mantoan (2007), a maioria das escolas ainda está longe de ter
uma educação inclusiva. O que temos de maneira generalizada são escolas que
desenvolve trabalhos de inclusão parcial, sem mudanças significativas em sua base
e continuam atendendo os alunos com necessidades educacionais especiais em
espaços escolares semi ou totalmente segregados, ou seja, fora da sala de aula do
ensino regular.
A autora, ainda, coloca que “a inclusão é um desafio que, ao ser
devidamente enfrentado pela escola regular, provoca a melhoria da educação básica
e superior”, sendo que os alunos para exercerem à educação em sua plenitude é
fundamental que a escola aprimore, reorganize suas práticas a fim de atender às
diferenças (p.45).
Neste posicionamento, reforçamos que o discurso político que se espera
para a escola século XXI é de não ter apenas seu papel com o saber construído e
científico, mas com a formação do cidadão crítico, participativo e criativo para atuar
como transformador desta sociedade a qual está e estará inserido.
A resolução nº 2, do Conselho Nacional de Educação/CNE/CEB/2001, no
Art. 1º “(...) institui as Diretrizes Nacionais para a educação de alunos que
apresentem necessidades educacionais especiais, na educação Básica, em todas
as suas etapas e modalidades”. E, nossa Constituição Federal enfatiza e elege
como fundamentos da república a cidadania e a dignidade da pessoa humana (art.
1º inc. II e III), sendo um dos seus objetivos fundamentais a promoção do bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas
de discriminação (art. 3º, inc. IV).
Nesta perspectiva, a Educação Inclusiva impõe uma reestruturação do
sistema educacional que encaminha a transformação da escola em um espaço
democrático e conveniente para trabalhar com todos os educandos, sem distinção
de etnia, classe social, gênero ou condições pessoais.
O marco para o início de um olhar social se deu no Ano Internacional das
Pessoas Deficientes 1981, seguindo-se a chamada Década das Nações Unidas para
Pessoas Portadoras de Deficiência de 1983 a 1992, fase em que se estabilizaram os
princípios da construção da cidadania dos deficientes.
Mas foi por meio da Conferência Mundial 1990, na cidade de Jontien, na
Tailândia, que se consolidou os compromissos éticos e políticos, assegurando uma
educação básica de qualidade para todas as crianças, adolescentes, jovens e
adultos. Nesta conferência, as Nações Unidas, representadas pela UNESCO,
garantiam a democratização da educação, independentemente às diferenças
particulares dos alunos.
Em decorrência da Conferência Mundial sobre Necessidades
Educacionais Especiais, a Declaração de Salamanca de 7 a 10 de junho de 1994 na
Espanha, mostra a necessidade de realmente dar condições às escolas para
atender a todas as crianças, sobretudo as que têm necessidades educativas
especiais, expressando o princípio de integração e a preocupação com a garantia de
escolas para todos conforme está enfatizado na Conferência Mundial de Educação
para Todos. Desta forma, o conteúdo do Art. 3º, MEC (1999) salienta que compete
os governos a determinadas ações, como:
dar prioridade política e orçamentária à melhoria dos sistemas educativos, de forma que estes abranjam, cada vez mais, todas as crianças; adotar o princípio da educação integrada com força de lei ou como política; desenvolver projetos demonstrativos e incentivar a troca de experiências integradoras; criar mecanismos de descentralização e participação em planejamentos, supervisão e avaliação do ensino de alunos com necessidades educacionais especiais, incluindo a participação de pais e entidades representativas de pessoas portadoras de deficiência; dedicar esforços à identificação e às estratégias de intervenção; cuidar para que a formação de professores esteja voltada para o entendimento às necessidades educacionais especiais (p.24).
Nesse aspecto, o material de Declaração de Salamanca, o qual delimita
sobre as ações das Necessidades Educacionais Especiais, para que as escolas
acolham a todos, tanto crianças com deficiência, as bem-dotadas, como também,
aquelas com as mais variadas origens e situações. O presente material do MEC
(1999) respalda o que o texto da Declaração solicitou a todos os países signatários
considerassem os seguintes aspectos:
o princípio da igualdade de oportunidades: adoção de medidas paralelas e complementares às educacionais, nos outros campos de ação social (saúde, bem-estar social, trabalho etc); inclusão das crianças com deficiência nos planos nacionais de Educação para Todos; especial atenção às necessidades de crianças com deficiências graves ou múltiplas; consideração da importância da linguagem de sinais como meio de comunicação dos surdos, de modo a lhes assegurar acesso à linguagem de sinais de seus países; reabilitação baseada na comunidade; ação coordenada entre os responsáveis pelo ensino e os responsáveis pela saúde e assistência social de organizações tanto governamentais como não-governamentais (p.25).
Nesta perspectiva, nossa atual Constituição Federal (1988) e a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96) regulamentam que a
educação é direito de todos, garantindo atendimento educacional especializado as
pessoas com deficiência.
No âmbito dessa perspectiva inclusiva da educação (MEC 1999) ressalta
que:
precisamos entender que democratizar a educação significa propiciar a todos o acesso e a permanência na escola. Dessa forma, nosso sistema educacional precisa saber não só lidar com as desigualdades sociais, como também com as diferenças. Precisamos saber, então, associar o acesso à permanência com qualidade e equidade (p.29).
A nova proposta de Educação Inclusiva volta-se para que todos os
indivíduos com necessidade educacionais especiais sejam matriculados em turma
regular, o que se fundamenta no princípio de educação para todos. Sendo uma
escola que deva-ser aberta, pluralista, democrática e de qualidade. Sobre esse novo
paradigma de escola, Mader 1997 (apud MEC, 1999) diz que “um novo paradigma
está nascendo, um paradigma que considera a diferença como algo inerente na
relação entre os seres humanos, cada vez mais a diversidade está sendo visto como
algo natural” (p.32).
Sob este enfoque temos a visão de que estar junto no cotidiano vai
ensinando a todos o respeito às diferenças e a aceitação das limitações. Para esse
direcionamento as autoras Fávero; Pantoja e Mantoan (2007) afirmam ser
fundamental e indispensável que as escolas eliminem suas barreiras, adotando
práticas de ensino escolar adequadas às diferenças dos alunos em geral,
oportunizando alternativas que contemplem a todos os alunos, que atendam às
necessidades educacionais destes, com e sem deficiências, mas sem discriminação.
As autoras retratam, ainda, que os alunos com e sem deficiência são
únicos, suas necessidades específicas não são generalizáveis. Nesse enfoque,
espera-se que a escola, esteja aberta e tenha conhecimento necessário sobre as
especificidades e materiais adequados para que todo aluno encontre na mesma um
ambiente adequado, sem discriminação e que lhe proporcione seu desenvolvimento
da melhor forma possível frente às suas necessidades educacionais especiais.
E, nós professores que estamos à frente de todo esse trabalho com os
alunos devemos desempenhar adequadamente nossa função tanto no aspecto
pedagógico como político, para tanto, precisamos ter conhecimento de todos esses
documentos e dos conteúdos que os mesmos retratam, proporcionando a todos os
alunos o melhor aprendizado possível, com ambiente adequado e sem
discriminação.
4 O ALUNO COM NECESSIDADE EDUCACIONAL ESPECIAL
Podemos notar sob a visão legal, educacional, política e filosófica, o
direito das pessoas com necessidade educacionais especiais nas instituições
escolares demonstra estar assegurado. Nesta perspectiva, sobre o aluno que
apresenta Necessidades Educacionais Especiais temos a Resolução nº 2, do
Conselho Nacional de Educação/CNE/CEB/2001, em seu Art. 1º (...) “ institui as
Diretrizes Nacionais para a educação de alunos que apresentem necessidades
educacionais especiais, na Educação Básica, em todas as suas etapas e
modalidades", assegurando a todos condições necessárias para uma educação de
qualidade.
De acordo com a Deliberação nº 02/03 a definição sobre o aluno com
necessidades educacionais especiais sendo aqueles, “em caráter temporário ou
permanente, bem como pelos recursos e apoios que a escola deverá proporcionar
objetivando a remoção de barreiras para a aprendizagem". Caracterizando aquele
que demonstre dificuldades acentuadas ou limitações no processo de
aprendizagem; comunicação; tenham condutas típicas de síndromes e quadros
psicológicos neurológicos ou psiquiátricos; superdotação ou altas habilidades. Em
suma, referem-se a todas as crianças, jovens ou adultos cujas necessidades
decorrem de sua capacidade ou dificuldades de aprendizagem.
A premissa apresentada pelo material Saberes e Práticas da Inclusão -
MEC (2006) sobre as necessidades educacionais especiais incorporam que:
os princípios já aprovados de uma pedagogia equilibrada que beneficia a todas as crianças. Parte do princípio de que todas as diferenças humanas são normais e de que o ensino deve, portanto, ajustar-se às necessidade de cada criança, em vez de cada criança se adaptar aos supostos princípios quanto ao ritmo e à natureza do processo educativo (p.19).
Em outras letras, é preciso um trabalho educacional centrado no aluno
com necessidade educacional especial e sendo positiva voltada para todos os
alunos, consequentemente, tornando-se positiva para toda a sociedade. Voltada
para uma sociedade centrada nas pessoas, que respeite as diferenças, como
decorridas de condições individuais, econômicas ou socioculturais de cada um.
Visto que, as ditas necessidades educacionais especiais podem ser
delimitadas para referirem-se as pessoas cujas necessidades decorrem de sua
elevada capacidade ou de suas dificuldades para aprender. Está direcionada,
portanto, a dificuldade de aprendizagem, não especificamente a deficiência, com o
direcionamento do aluno para as respostas educacionais que eles requerem,
evitando enfatizar os seus atributos ou condições pessoais que podem interferir na
sua aprendizagem e escolarização, como expressa o material do MEC.
Neste contexto, devemos pensar uma escola que promova o
desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, moral e social dos alunos com
necessidades educacionais especiais e, também proporcionar-lhes a integração na
sociedade como cidadão ativo como aborda o material do MEC, no mesmo
documento (1999) reforça. "Mas, para que isto aconteça, é importante que o
indivíduo portador de necessidades educativas seja visto como um sujeito eficiente,
capaz produtivo e, principalmente, apto a aprender a aprender”. (p.32).
Diante desse aspecto, muitos direcionamentos pedagógicos e prática em
sala de aula nortearão o desenvolvimento e a valorização de cada aluno podendo
progredir no espaço educativo, para tanto o trabalho poderá ser direcionado por
meio das inteligências múltiplas, priorizando o potencial de cada um e por meio
deste trabalhar seu desenvolvimento.
5 INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Foi desenvolvida por Howard Gardner sendo psicólogo e pesquisador da
Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o qual propôs a Teoria das
Inteligências Múltiplas que questiona a concepção ainda vigente de inteligência. Ele
se baseou nos estudos cognitivos de Piaget e Vygotsky, em que afirma que nós
possuímos capacidades diferentes ou várias inteligências, as quais são utilizadas
para criar algo, resolver problemas, criar projetos e contribuir para o entendimento
do nosso contexto cultural. Nesse enfoque Gardner (1994, apud Silva, 2004) retrata
que “a teoria das inteligências múltiplas sugere abordagens de ensino que se
adaptam às potencialidades individuais de cada aluno, assim como à modalidade
pela qual cada um pode aprender melhor” (p.55).
A escola deve valorizar as diferentes habilidades dos alunos e não dar
ênfase somente a lógico-matemática e a linguística, como é mais abordado. Para
Gardner (2004), o sucesso do aluno na escola está em o professor descobrir
alternativas que direcionam para o desenvolvimento das diversas competências do
indivíduo.
A teoria das Inteligências Múltiplas foi apresentada na década de 80,
sustentando a ideia de que as pessoas manifestam as mais distintas habilidades e
que todas requerem um tipo de inteligência, mas não necessariamente o mesmo
tipo.
Na abordagem da Teoria das Inteligências Múltiplas, Smole (1999) em
seu contexto pressupõe que:
há mais de uma inteligência: ele inicialmente propôs sete, mas é possível que existam outras; as inteligências podem ser estimuladas: o contexto social, a escola, a oportunidade de explorar a realizar atividades diferentes são fatores que podem interferir no desenvolvimento das inteligências; as inteligências se combinam de forma única em cada pessoa: cada pessoa nasce com todas as inteligências que se desenvolverão durante sua vida, de modo único; não há como padronizar: as combinações das inteligências são únicas, tal como as impressões digitais (p.9).
Em relação a teoria das inteligências múltiplas seu propositor, coloca que
esta teoria não foi originada de uma descoberta particular, mas sim na convergência
das ciências como a psicologia, a pedagogia, a sociologia, a medicina e zoologia
entre outras.
Considerando a teoria de Gardner (1999), destacaremos e
classificaremos as inteligências múltiplas descobertas:
Inteligência linguística: habilidade para lidar criativamente com as
palavras, em diferentes níveis de linguagem, na expressão oral e
na escrita.
Inteligência lógico-matemática: característica de pessoas que
são boas em lógica, matemática e ciências, tendo habilidade para
o raciocínio lógico-dedutivo, sendo a competência mais
diretamente associada ao pensamento científico e, portanto, à ideia
tradicional da inteligência.
Inteligência musical: capacidade em termos musicais, reconhecer
temas melódicos, como são transformados, habilidade em produzir
música. Inteligência que permite organizar sons de maneira criativa
a partir da discriminação de elementos como tons, timbres e temas.
Inteligência espacial: habilidade de relacionar padrões, perceber
similaridades nas formas espaciais. Capacidade de visualização no
espaço tridimensional e a construção de modelos que auxiliam na
orientação espacial ou na transformação de um espaço.
Inteligência corporal cinestésica: Se refere à habilidade de usar
o corpo todo, ou partes dele, para resolver problemas ou moldar
produtos. Envolvendo tanto o autocontrole corporal quanto a
destreza para manipular objetos.
Inteligência interpessoal: habilidade de compreender as outras
pessoas. Demonstra facilidade para o relacionamento com os
outros.
Inteligência intrapessoal: Competência da pessoa para se
autoconhecer e estar bem consigo mesma, administrando seus
sentimentos e emoções a favor de seus projetos. Reconhecendo
seus próprios limites, aspirações e medos e utilizar esse
conhecimento para ser eficiente no mundo.
Inteligência naturalista: está relacionada com a sensibilidade da
pessoa para com o meio ambiente. Sendo sensível ao mundo
natural.
Em 1995 o pesquisador brasileiro Machado propôs a Inteligência
pictórica, correspondente a capacidade de reproduzir ou criar, pelo desenho,
objetos, situações reais ou imaginárias e sentimentos. Inteligência responsável pela
organização de elementos visuais de forma harmônica, direcionando relações
estéticas entre ele (SMOLE, 1999, p.14).
Vale ressaltar que de modo geral, todos nós temos parcelas expressivas
de cada uma das inteligências apontadas, mas o que nos diferencia é a forma como
elas se destacam em relação nossas habilidades e ações. Assim, cabe destacar que
o principal desafio da educação é entender as diferenças no perfil intelectual dos
alunos e formar uma ideia de como desenvolvê-lo.
Para Gardner (2004), uma escola deve ter o propósito de educar para
compreensão e para ajudar os alunos à encontrar seu próprio equilíbrio. Neste
direcionamento, a pessoa se sente mais estimulada e competente,
consequentemente servir de maneira construtiva a sociedade em que está inserido.
Na sua pesquisa, Gardner (2004) também desenvolveu outros estudos como Silva
(2004) salienta:
a) o desenvolvimento de diferentes competências em crianças normais e crianças superdotadas; b) adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a intensidade de sua produção intelectual, mas sim uma ou algumas competências, sem que outras competências sejam sequer atingidas; c) crianças autistas apresentam ausências nas suas competências intelectuais; d) desenvolvimento dos estudos sobre o cérebro (p.55).
Frente a todas essas pesquisas Gardner (2004), coloca que todos os
indivíduos possuem como parte de sua bagagem genética, certas habilidades
básicas em todas as inteligências. Mas, o direcionamento de desenvolvimento de
cada inteligência, será determinado tanto por fatores genéticos e neurológicos
quanto por condições ambientais culturais.
Pensando no trabalho da escola inclusiva e na prática pedagógica do
professor de alunos com Necessidades Educacionais Especiais, podemos pensar
em adotar o referencial das Inteligências Múltiplas como uma das bases teóricas do
trabalho na escola. Partindo da premissa de uma educação para todos e de que
nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades, nem todas
aprendem da mesma maneira.
Nessa perspectiva Smole (1999, p.19) enfatiza “que devemos nos permitir
olhar para os alunos de modo mais amplo e descobrir que eles podem ser
inteligentes”, como tradicionalmente enfocamos em línguas e matemática, mas ser
inteligente em outras áreas, destacando suas habilidade e competência por meio do
corpo, relacionamentos, na música, na natureza, entre outras.
Refletindo sobre o pensamento de Gardner de que a escola deveria ser
direcionada de forma a atender às diferenças entre os alunos, em vez de
desconsiderá-las e, consequentemente, garantir para cada aluno a possibilidade de
uma educação que aproveite ao máximo seu potencial intelectual e suas
habilidades.
Nesse sentido, devemos repensar sobre nosso papel enquanto professor,
pensando que devemos centrar uma educação que levasse a sério as inclinações,
os interesses e os objetivos de cada aluno e, em referencial os alunos com
Necessidades Educacionais Especiais.
6 COMO O CONHECIMENTO DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS PODE
COLABORAR PARA UM FAZER PEDAGÓGICO DO PROFESSOR NESTE
CONTEXTO
Pensando no trabalho pedagógico do professor e sobre os documentos já
abordados para uma escola inclusiva e, consequentemente, para a inclusão de
alunos com necessidades educacionais especiais, onde devemos criar condições
apropriadas ao desenvolvimento das suas potencialidades. Para esse
direcionamento abordamos segundo Gardner a teoria das inteligências múltiplas.
O desafio é seguir e entender que o desenvolvimento humano se
estabelece, desde o nascimento, na relação com outras pessoas, se constituindo em
qualquer circunstância em que as formas de relações sociais e o uso de signos se
encontrem presentes. Sendo importante destacar que cada aluno faz parte de um
grupo social e que cada grupo é regulamentado por segmentos de sua cultura e
normas sociais que precisam ser observadas pelos profissionais da educação no
momento de trabalhar com os alunos.
A escola deve proporcionar um ambiente positivo, que incentive o aluno.
Gardner (2003) sugere, então, que o professor faça um trabalho interdisciplinar,
como enfatiza Lakomy (2003) usando os segmentos:
trabalhos em grupo; jogos pedagógicos; dramatizações; leitura e interpretação de livros; produção e leitura de textos; a comunidade, para que os alunos realizem atividades extracurriculares; incentivos a sua participação em projetos individuais ou coletivos; encorajamento para a utilização de conhecimentos adquiridos na realização de tarefas fora da escola; orientação para que os alunos sejam capazes de documentar seu trabalho e, assim, compreender seu processo de aprendizagem (p.69).
Nesse ambiente escolar, o trabalho do professor precisa encaminhar seus
projetos e sua forma de ensinar, buscando compreender a existência de diferenças
entre os alunos, proporcionar muitas e variadas oportunidades para o aluno
aprender os conteúdos escolares e reconsiderar os métodos de avaliação.
A possibilidade de mudanças no âmbito escolar sobre a concepção de
inteligências múltiplas, a que se mudar a prática escolar sobre a premissa de que
valorizavam apenas as inteligências linguísticas e lógico-matemática e também na
crença de que a inteligência humana é totalmente determinada por fatores
hereditários.
Sobre esse direcionamento Smole (1999), aborda que as escolas, bem
como o trabalho do professor com base na concepção de inteligências múltiplas,
vislumbram-se a possibilidade de pensar uma educação bem diferente, saindo de
uma concepção unidimensional de inteligência, para uma visão pluralista da mente
que reconhece muitas facetas diversas da cognição e, reconhece também, que as
pessoas têm forças cognitivas diferenciadas e estilo de aprendizagem contrastante.
Uma escola que tem sua visão na concepção da teoria de Gardner deve
ter como meta desenvolver as inteligências e auxiliar o aluno a atingir sua harmonia
e desenvolver suas competências. Essa perspectiva nos permite olhar para os
alunos de modo mais amplo e descobrir que eles podem ter e ser inteligentes, pois
conhecer as inteligências dos alunos pode favorecer não só o processo de
aprendizagem, mas também as relações e a forma como o professor abordam o
aluno.
Sobre as implicações da teoria das inteligências múltiplas para educação
é clara, sobre a análise de Silva (2004), quando se analisa a importância dada às
diversas formas de pensamento, a aquisição de conhecimento e da cultura. As
autoras apontam algumas práticas educacionais como:
a) o desenvolvimento de avaliações que sejam adequadas às diversas competências do ser humano; b) uma educação centrada na criança, com currículos abertos; c) um ambiente criativo educacional; d) a avaliação deve favorecer métodos de levantamento de informações durante atividades do dia-a-dia escolar, rompendo com o modelo testista e classificatório. É importante que se tire o maior proveito das habilidades individuais, auxiliando os estudantes a desenvolver suas capacidades intelectuais. A avaliação deve ser feita em ambientes conhecidos e deve utilizar materiais conhecidos das crianças que estão sendo avaliadas. Assim, a habilidade verbal, mesmo na pré-escola, em vez de ser medida por meio de testes de vocabulário, definições ou semelhanças, deve ser avaliada em situações, como: a habilidade para contar histórias ou relatar acontecimentos. Em vez de tentar avaliar a habilidade espacial isoladamente, deve-se observar as crianças durante uma atividade de
desenho ou enquanto montam ou desmontam objetos (2004, p.58).
Nesse contexto, devemos pensar uma escola inclusiva voltada para
diversidade que encontra em sala de aula. Gardner (2004) retrata que o primeiro
propósito da escola é educar para cidadania e, assim pensar sobre os direitos
humanos, vale pensar que o aluno que não aprende o que a escola tem para ensinar
está tendo seu direito de cidadania negado.
Uma instituição educacional firmada dentro do paradigma inclusivo
necessita compreender, que não é a quantidade de conteúdos que garante uma boa
formação, mas sim, todo um conjunto de fatores pedagógicos, culturais e sociais.
Concretizando esse enfoque, a instituição passa a contemplar em sua proposta
educacional, uma flexibilidade que abarque diferentes ritmos e habilidades em sala
de aula, como também, na cultura da instituição educacional como um todo.
7 A INTERVENÇÃO NA ESCOLA - APLICABILIDADE E FORMAÇÃO
Toda essa temática que iniciou por uma pesquisa bibliográfica
aprofundando e sistematizando os objetivos, justificativas e problematização
presente em um projeto de intervenção pedagógica, sendo sua implementação com
profissionais da escola do ensino regular, voltando o olhar a educação inclusiva e
diversidade.
Para direcionamento deste estudo optamos por uma pesquisa do tipo
colaborativa ou pesquisa-ação, a qual é influenciada pela proposta do professor
pesquisador. Em seu direcionamento, significa fazer pesquisa com os participantes
da intervenção do projeto e não sobre eles. Neste direcionamento, fizemos estudo
de todo o material do projeto de pesquisa, levantando dúvidas e conhecimentos dos
participantes a cerca das temáticas, relatos de suas experiências com alunos com
necessidades educacionais especiais, pequenos seminários, novas abordagens de
como direcionar suas práticas por meio da teoria das inteligências múltiplas.
Toda essa pesquisa teve inicio na Semana Pedagógica do 2º semestre de
2013, com apresentação à comunidade escolar a cerca do Projeto de Intervenção
Pedagógica e no final do ano a aplicabilidade do roteiro de entrevista o qual teve
como objetivo de investigar o conhecimento dos profissionais da educação das
escolas estaduais e que foram alvos do trabalho de intervenção do curso PDE, face
a escola inclusiva de alunos com necessidades educacionais especiais e o trabalho
com os mesmos por meio da aplicabilidade das inteligências múltiplas na prática
pedagógica do professor.
O presente roteiro de entrevista contava com treze questões sobre o tema
e a formação dos profissionais da educação. Foram entrevistados 20 profissionais
de ambas as escolas estaduais existentes no município. Analisando os resultados
da pesquisa, constatamos que todos os profissionais têm graduação e
especialização e significativo tempo de atuação profissional, ou seja, entre os 20
entrevistados, dois somente têm até cinco anos de atuação profissional, os demais
tem entre seis a mais e vinte anos de atuação como profissional da educação.
Em análise sobre as questões que pautavam a prática pedagógica e o
conhecimento dos profissionais sobre a presente temática em estudo, deu-se
significância a finalidade, objetivo e problematização para a aplicabilidade do
presente projeto aos profissionais, pois estes descreveram que não se sentem
preparados para atuar na docência atendendo às características de uma educação
inclusiva.
Refletindo sobre esses resultados Golfredo (apud MEC 1999) nos remete
ao apontamento para que uma escola possa ser considerada um espaço inclusivo,
necessita deixar de ser uma instituição burocrática, devendo se tornar em um
espaço de decisão, apropriando-se ao contexto real e respondendo aos desafios
que se apresentam. Sendo que, o espaço escolar hoje deve ser visto como espaço
de todos e para todos. Neste direcionamento, necessitamos de uma nova escola, ou
seja, em que seus profissionais aprendam a refletir criticamente e a pesquisar, que
não tenham medo de arriscar, em buscar ações inovadoras, em resposta às
necessidades de inclusão.
Mediante as amostras obtidas pelas informações do roteiro de entrevista
realizado com os profissionais da educação e análise deste, percebemos a
importância de uma intervenção para maiores reflexões sobre as escolas inclusivas
e o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais, para que ambos
compreendessem que a verdadeira inclusão, é aquela que atende a todos sem
exceção. Toda essa pesquisa resultou em um material didático-pedagógico que se
desenvolveu com base na aplicabilidade do projeto de intervenção referente à
escola inclusiva e a teoria das inteligências múltiplas.
A presente intervenção na escola deu-se com curso de formação, por
meio de grupo de estudo no Colégio Estadual José de Anchieta - Ensino
Fundamental, Médio e Normal com 13 profissionais da educação. Foram realizados
oito encontros presenciais de quatro horas, nas quartas-feiras das 18h às 22h horas,
em uma das salas do colégio acima citado.
Este estudo foi centrado em diversas atividades: textos, vídeos, relatos,
filmes, seguindo um roteiro de leituras, estudos, debates, reflexões sobre a temática.
Sendo que em cada encontro trabalhado os profissionais foram identificando seus
educandos, suas dificuldades, suas limitações, ansiedade em querer atingir seu
objetivo, relatando suas vivências e angústias, trocando experiências, e
simultaneamente revendo sua prática pedagógica e adquirindo novos
conhecimentos, direcionando um novo olhar sobre toda a temática em estudo.
Metodologicamente os encontros do grupo de estudo seguiram os
seguintes passos, os quais descreveremos:
1º Encontro
Neste encontro apresentamos o Projeto de Intervenção Pedagógica,
titulado - Educação Inclusiva: A teoria das Inteligências Múltiplas na Prática
Pedagógica com os Alunos com Necessidades Educacionais Especiais. Realizamos
uma dinâmica: As partes do corpo Humano, onde buscamos socializar a todos e
atentar para o tema educação inclusiva. Situação onde todos os participantes
perceberam a importância de se pesquisar e trabalhar em grupo.
Dando desfecho deste primeiro encontro abordamos: A lenda da Águia
que teve como objetivo instigar os profissionais que participaram deste grupo de
estudo para que fazer a escolha de estarem abertos para novos paradigmas, assim,
poderiam voltar renovados, ou seja, com um novo olhar sobre seus alunos e sua
prática pedagógica.
2º Encontro
Iniciamos com uma leitura e reflexão do texto de: GENTILI, Pablo e
ALENCAR, Chico. Um sapato perdido. Leitura esta em que os professores
perceberam a questão que não podiam indicar o que é normal, trazendo à realidade
todos esses estigmas do excluídos ou não, defrontando com a realidade que reforça
essa situação de excluir ou não e não oportuniza o que realmente está em leis,
decretos e campanhas governamentais.
Abordamos também leitura em grupos e discussões dos textos: O olhar
normalizador; A escola das muitas exclusões; A exclusão educacional como relação
social; A exclusão e o silêncio. Estas leituras remeteram a uma reflexão sobre a
diversidade, a exclusão e inclusão, nos direcionando a um aprofundamento teórico e
metodológico, proporcionando a todos os professores a apropriação de novos
conhecimentos e experiências sobre o tema trabalhado.
3º Encontro
Realizamos várias leituras e análises de textos que se encontram no
caderno temático: educação inclusiva; o aluno com necessidade educacional
especial. Também resumo dos materiais: Declaração de Salamanca; Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Leituras
estas que proporcionaram aos professores contextualizar e perceber a inclusão
como um movimento mundial que se intensifica por meio de documentos, legislação,
não está acontecendo na realidade, ou seja, não está havendo uma aplicabilidade
da teoria para a prática em todos os segmentos que estejam direta ou indiretamente
ligados na política inclusiva. Perceberam ainda, os direitos de todos amparados nos
documentos, mas também entenderam a real situação de que há muito a ser feito
para que na prática isso se efetive.
4º Encontro
Procedemos com uma apresentação e discussão do filme: O Homem
Elefante, a partir de reflexões do ponto de vista histórico-social, estético e bioético -
baseado na verdadeira história de vida de John Merrick, conhecido como homem
elefante. Após o término do vídeo os profissionais realizaram suas anotações e
discorreram sobre o mesmo. Todos enfatizaram a questão social acerca do
diferente, do excluído, da aparência, do julgamento e da discriminação, de situação
que discorrida no século XIX e, presente visivelmente nos dias atuais. Perceberam
ainda, o quanto precisamos "enquanto ser humano" pensarmos, refletirmos e
mudarmos nossas atitudes, de preconceito e de estigmas frente ao outro o qual
pensamos ser "diferentes".
5º Encontro
Neste encontro introduzimos estudos sobre a Teoria das Inteligências
Múltiplas desenvolvida por Howard Gardner, bem como a caracterização que
classifica cada uma das oito inteligências e paralelo a este estudo analisamos como
este conhecimento poderá colaborar para um fazer pedagógico do professor no
contexto de sua prática em sala de aula. Com este estudo percebemos que a
presente teoria nos remete a rever e pensar nosso olhar de como cada um aprende
e desenvolve suas habilidades e, que o profissional da educação precisa entender,
conhecer e motivar seus alunos a desenvolver, para assim aprimorar suas
habilidades que estão presentes em cada um.
6º Encontro
Neste encontro foi o momento cerne para os profissionais com o texto: Os
fundamentos da Teoria das Inteligências Múltiplas e análise do quadro que
demonstra o resumo da Teoria que retrata seus componentes centrais, dando
ênfase a cada uma das oito inteligências discorridas por Gardner. E, também o
texto: Aproveitando os Recursos das Inteligências Múltiplas e, a aplicabilidade de um
quadro para cada profissional participante no qual se encontra os Inventários das
Inteligências Múltiplas para Adultos, no qual teve o propósito de começar envolver
os profissionais com suas experiências de vida com as oito inteligências, tendo o
objetivo de responder: Que tipos de memórias, sentimentos, conhecimentos e ideias
manifestam desse processo?
Dessa forma, os profissionais entenderam por meio de suas próprias
inteligências desenvolvidas ou subdesenvolvidas como se manifesta frente a tudo
em sua vida e, ainda entender melhor o outro, ou seja, o aluno com quem está
diretamente trabalhando.
7º Encontro
Neste encontro trabalhamos com materiais para estudo sobre:
procedimentos didáticos, ou seja, formas de ensinar na perspectiva da Teoria das
Inteligências Múltiplas. Todo este material foi explorado em grupo onde os
profissionais se reuniram por meio de disciplinas comuns ou afins, para melhor
estudo e abordagem de técnicas, atividades discorridas em cada uma das oitos
inteligências e correspondente a realidade a qual trabalha.
8º Encontro
O oitavo encontro foi o desfecho e ao mesmo tempo aprimoramento de
todos os estudos e trabalhos realizados até o momento. Iniciamos com o texto para
reflexão: O Luizinho da segunda fila. Retrata a avaliação de um professor o qual tem
uma prática bem criativa e diversificada, mas não valorizou a habilidade e a maneira
como o aluno produziu e demonstrou precisamente seu conhecimento.
Explanações de aulas montadas pelos profissionais enfatizando as
inteligências múltiplas foram muito criativos e coerentes. Teve uma palestra com
uma psicóloga, abordando a importância da valorização pessoal de cada um, para
sua autoestima, construção pessoal e aprendizagem, procurando um fazer e um
repensar de cada profissional que neste grupo se fez presente.
Para encerrar essa formação profissional, realizamos uma avaliação geral
do grupo de estudo realizado nestes oito encontros e a contribuição deste para o
crescimento pessoal e profissional.
Na avaliação os profissionais discorreram ter adquirido novos
conhecimentos, que todo esse material e discussões foram válidos, enriquecedor,
mas que ainda se sentem parcialmente preparados para atuar como profissional de
uma escola inclusiva, resposta esta, já esperada frente a todos os estudos que
tomamos conhecimento, principalmente, no que se referem os decretos, leis e
resoluções, ou seja, muita ações na teoria e pouca na prática.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando, que o trabalho de Desenvolvimento Educacional - PDE
tem sido um centro de pesquisa e experiências onde professores possam refletir e
rever sua prática pedagógica acerca da orientação de professores, mestres e
doutores, que nos levaram a ler, indagar, adquirir teorias diversas, procurando
contextualizar com nossa prática, estudando e analisando a problemática a que nos
remetemos no início do programa, ou seja, da pesquisa, que aqui está intitulada,
Educação Inclusiva: A Teoria das Inteligências Múltiplas na Prática Pedagógica com
os Alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
Percebendo todas as etapas da pesquisa desde as primeiras pesquisas, a
estruturação do projeto, da produção didática, da implementação por meio do grupo
de estudo com profissionais e do grupo de trabalho em rede (GTR), nos remete a
perceber a importância de estar frente a estudos e pesquisas sobre a ótica da
realidade da nossa prática, necessitamos da prática sempre aliada à teoria, pois
esta nos direciona e ensina, principalmente, a nos situarmos em relação à direção
que o nosso trabalho deve tomar.
O presente estudo possibilitou um avanço nas questões acerca das
contribuições da teoria das Inteligências Múltiplas para que os professores
diversifiquem sua prática pedagógica, auxiliando na aprendizagem e
desenvolvimento dos alunos com necessidades educacionais especiais. Justificando
que é cada vez mais significativo o número de alunos com necessidades
educacionais especiais nas escolas e a garantia apenas de acesso escolar pela lei
não está subsidiando os professores no sentido de suprir toda essa diversidade.
Entretanto, não é suficiente apenas a aceitação e acolhimento, é necessário
valorizar as peculiaridades de cada aluno.
As reflexões no Curso de Formação para Professores na Escola Inclusiva
com os professores das escolas estaduais do nosso município e as decorrentes do
Grupo de Trabalho em Rede (GTR), com os educadores de várias escolas especiais
e ensino regular, levaram-nos a pensar sobre aprendizagem como um processo a
ser construído pelo educando, cabendo ao professor ser o pesquisador e mediador
dessa aprendizagem. E, a teoria em estudo demonstra que todos requerem um tipo
de inteligência, mas não necessariamente o mesmo tipo de inteligência, cabendo no
contexto escolar a oportunidade de explorar a realizar atividades diferenciadas que
interfere no desenvolvimento e manifestação dessas inteligências.
É sabido, que os alunos com NEE, geralmente tem maiores limitações,
dessa forma, é importante que o professores precisam estar preparados para
situações e atividades em que estes possam se desenvolver, valorizando as
possibilidades de cada um, lembrando que a escola tem seu papel social e deve ser
corresponsável por todos que nela passam, inserindo-os como cidadãos autônomos
e conscientes.
Sendo assim, os estudos realizados oportunizaram uma formação e
consequentemente uma transformação na postura dos profissionais que
participaram desses estudos, direcionando-os a repensarem sua prática pedagógica
frente a uma escola inclusiva com especificidades os alunos com necessidades
educacionais especiais. Bem como é responsável pela democratização do acesso
aos conteúdos culturais historicamente presentes na sociedade.
Compreendemos que os resultados alcançados são positivos frente aos
relatos dos profissionais e acreditamos ter mostrado ao público alvo a real
necessidade de estarem abertos a compreender e entender as diferenças
educacionais que perpassam uma escola inclusiva.
Concluímos o presente trabalho que ainda há muito a ser feito para que
transformações acerca de preconceitos, de estigmas sejam redirecionados ou
mesmo quebrados para que as mudanças se façam presentes em nossas escolas e
sociedade. Que os trabalhos realizados na intervenção contribuíram na construção
de uma nova forma de direcionarmos nossa prática pedagógica frente aos alunos
com necessidades educacionais especiais, principalmente, no cumprimento da
função social de cada escola que é a transmissão de conhecimento a TODOS os
alunos.
9 REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação: Secretaria de Educação Especial. Saberes e Práticas da Inclusão: recomendações para a construção de escolas inclusivas. 2 ed. Coordenação Geral SEESP/MEC. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. BRASIL. Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília DF, 14 de setembro de 2001. BRASIL, MEC. Salto para Futuro: Educação Especial: Tendências Atuais. Secretaria de Educação a Distância. Série de Estudos, ISSN 1516-2079; v.9. Brasília; Ministério da Educação, SEED, 1999. DIEZ, Carmem Lúcia; HORN, Geraldo Balduino. Metodologia da Pesquisa. Curitiba: IESDE. Brasil, 2003. p. 72-88. FÁVERO, Eugênia Augusta; MANTOAN, Maria Teresa Eglér; PANTOJA, Luísa de Marillac P. Atendimento Educacional Especializado: Aspectos Legais e Orientação Pedagógica. São Paulo: MEC/SEESP, 2007. p. 45-60. LAKOMY, Ana Maria. Teorias Cognitivas da Aprendizagem. ed. Ibpex Ltda. Curitiba: FACINTER, (Faculdade Internacional de Curitiba), 2003. p. 63-72. SMOLE, Kátia Cristina Stocco. Múltiplas Inteligências na Prática Escolar. Ministério da Educação, Secretaria de Educação a Distância. Cadernos da TV Escola. ISSN 1517-2341 n.1. Brasília, DF. 1999. p. 5-31. PARANÁ. Deliberação Nº 02/03, de 06 de junho de 2003. Normas para a Educação Especial, modalidade da Educação Básica para alunos com necessidades educacionais especiais, no Sistema de Ensino do Estado do Paraná. Processo nº 730/03, comissão temporária de educação especial e o conselho estadual de educação do Paraná; sendo aprovada em 02 de junho de 2003. SILVA, Maria de Fátima Minetto Caldeira. Diversidade na aprendizagem das pessoas com necessidades especiais. Curitiba: IESDE, 2004. p.55-67.
9.1 REFERÊNCIAS DOS MATERIAIS DO GRUPO DE ESTUDO:
ALVES, Solange Vitória. Trabalhando as Inteligências Múltiplas em sala de aula.
Brasília. Plano, 2003. p51-81.
ANTUNES, Celso. Como Desenvolver os Conteúdos Explorando as Inteligências Múltiplas. Petrópolis, RJ, Vozes, 3ª edição, 2001. p. 22-47. ARMSTRONG, Thomas. Inteligências Múltiplas na Sala de Aula. Trad. Maria Adriana Veríssiomo Veronese. Porto Alegre. Artmed, 2001. p.13-23.
FILME. O Homem Elefante. Diretor: David Lynch. Estúdios: Brooksfilms. Distribuição: Paramount. Roteiro: Christopher De Vore, Eric Bergren e David Lynch. Lançado (EUA) 1980, duração 124 min. GENTILI, Pablo e ALENCAR, Chico. Educar na Esperança em Tempos de Desencanto. Petrópolis RJ, vozes 2001. p.27-31. MEEC. Inclusão: Rev. Educação Especial. Edição especial, SEED v.4, n.1, Brasília, jan./jun. 2008. p.7-17.