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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · Esse estudo teórico metodológico solidificou a importância para subsidiar os docentes de forma a: Conceituar o termo interdisciplinar

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

OBJETOS DE APRENDIZAGEM: a interdisciplinariedade possível

Marcelo Hermesdorff Hedler1 Kiyomi Hirosi2

RESUMO: Esse Trabalho Docente Interdisciplinar versa sobre a construção coletiva do

conhecimento científico, ao valorizar o planejamento em grupo entre as disciplinas e os docentes, com vistas a desenvolver a aprendizagem dos educandos, tornando as atividades aplicadas em sala de aula coesas e junto à práxis docente. Ao desenvolver um Trabalho Docente Interdisciplinar esse docente deve realizar a contextualização do conhecimento do cotidiano, o conhecimento empírico do aluno, para a construção do conhecimento científico. Ao domínio dos conteúdos e a dinâmica das aulas, a utilização dos Objetos de Aprendizagem podem contribuir com eficiência nesse processo. Dessa forma, a materialidade do processo depende do envolvimento do docente nas novas formas de planejamento, ou seja, do seu Trabalho Docente. PALAVRAS-CHAVE: Trabalho Docente. Interdisciplinaridade. Objetos de Aprendizagem. 1 INTRODUÇÃO

Este artigo é resultado de nossa atividade desenvolvida no Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE)3. Foi o subsídio teórico para a inserção do

Projeto Interdisciplinaridade possível: A construção do Trabalho Docente ao

explorar os Objetos de Aprendizagem – Desenvolvido para Professores e

Pedagogos do Colégio Estadual Dr. Duílio Trevisani Beltrão – EFM, de Tamboara

– PR e como convidados, os Coordenadores Pedagógicos do Núcleo Regional de

Educação de Paranavaí.

Para a práxis da construção do Trabalho Docente Interdisciplinar,

buscamos embasamento teórico metodológico na proposta de trabalho das

Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná (2008). Levamos em

consideração a trajetória dos professores na construção do Trabalho Docente nos

estabelecimentos da Rede Estadual de Educação e a necessidade da

1 Professor de Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná. E-mail de contato: [email protected] 2 Orientador PDE da Universidade Estadual de Maringá-PR - UEM. E-mail de contato:

[email protected] 3 O PDE é uma política pública do Estado do Paraná, regulamentado pela Lei Complementar nº 130, de 14 de julho de 2010, que estabelece o diálogo entre os professores do ensino superior e os da educação básica, através (por meio, nossa fala) de atividades teórico-práticas orientadas, cujo resultado final é a produção de conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar da escola pública paranaense, bem como a construção de um artigo científico. Disponível no sitio http://www.legislacao.pr.gov.br/legislacao/pesquisarAto.do?action=exibir&codAto=56184&indice=1&totalRegistros=2

familiarização com recursos tecnológicos, ou seja, as Tecnologias de Informação

(T.I.).

As DCEs do Estado do Paraná (2008, p. 20), estabelecem que:

Embora se compreendam as disciplinas escolares como indispensáveis no processo de socialização e sistematização dos conhecimentos, não se pode conceber esses conhecimentos restritos aos limites disciplinares. A valorização e o aprofundamento dos conhecimentos organizados nas diferentes disciplinas escolares são condição para se estabelecerem as relações interdisciplinares, entendidas como necessárias para a compreensão da totalidade.

Esse estudo teórico metodológico solidificou a importância para subsidiar

os docentes de forma a:

Conceituar o termo interdisciplinar e propor um Trabalho Docente

Interdisciplinar.

Proporcionar meios para a construção do Trabalho Docente

Interdisciplinar.

Instrumentalizar os docentes na elaboração de Objetos de

Aprendizagem – OAs para a construção do Trabalho Docente – TD

interdisciplinar.

Utilizar ferramentas colaborativas, ao desenvolver conteúdos sobre o

tema, de forma interdisciplinar, para o trabalho coletivo no

estabelecimento.

Para a construção do Trabalho Docente Interdisciplinar, foi realizada

discussão coletiva dos docentes envolvidos no processo ensino-aprendizagem do

estabelecimento de ensino, em reunião convocada pela direção do

estabelecimento de ensino. A discussão envolveu o aprofundamento dos

conteúdos disciplinares, metodologias e práticas desenvolvidas no cotidiano dos

professores, mas que puderam ser repensadas e reformuladas na troca de

conhecimentos entre os professores participantes.

A Interdisciplinaridade foi iniciada em sua materialização no momento em

que o professor se propôs a reavaliar a sua práxis pedagógica em sala de aula,

na discussão e planejamento coletivo com os seus pares, bem como a vinculação

dessa práxis ao ouvir atentamente os anseios dos alunos considerando seu

conhecimento empírico,

2 TRABALHO DOCENTE

Todo docente que preza o Trabalho Docente, necessita organizar os

conteúdos de sua disciplina, focar os objetivos, traçar estratégias e buscar

instrumentos adequados, estabelecer com clareza os critérios a serem

desenvolvidos e os resultados que pretende alcançar na construção de

conhecimentos, consequentemente refletir na educação dos mesmos.

Fundamentamos legalmente essa ação na Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional – LDB 9394/96, o qual afirma, em seu

Art. 12: Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: [...] IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; [...] Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: [...] I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; [...] V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

(BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTIRA. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, 9394/96. APP Sindicato – CUT/CNTE, 1996)

O Estado do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Educação –

SEED, ao se referir sobre o Trabalho Docente nas Diretrizes Curriculares da

Educação Básica do Estado do Paraná afirma que: “O plano de trabalho docente

é, portanto, o currículo em ação. Nele estará a expressão singular e de autoria, de

cada professor, da concepção curricular construída nas discussões coletivas”

(SEED, Diretrizes Curriculares, 2008, p. 92).

O Regimento Escolar4, documento oficial do C. E. Dr. Duílio Trevisani

Beltrão – EFM, de Tamboara - PR que se define como “um conjunto de normas

que rege o funcionamento e os serviços do estabelecimento de ensino”, cujo teor

está na Indicação nº 3/72 da Deliberação 27/72 do CEE do Paraná (in: WOLF,

2007, p. 14, homologado pela Secretaria de Estado da Educação – SEED),

4 Documento Oficial que pode ser encontrado no endereço eletrônico: http://www.tmoduiliobeltrao.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/22/2690/104/arquivos/File/regimento-nre.pdf

referindo-se ao Trabalho Docente, em sua Seção VI, título: Da Equipe Docente, o

qual estabelece que:

[...] Art. 36 - Compete aos docentes: [...] II. elaborar, com a equipe pedagógica, a Proposta Pedagógica Curricular do estabelecimento de ensino, em consonância com o Projeto Político-Pedagógico e as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais; [...] IV. elaborar seu Plano de Trabalho Docente; [...] XIV.participar de reuniões e encontros para planejamento e acompanhamento, junto ao professor de Serviços e Apoios Especializados, da Sala de Apoio à Aprendizagem, da Sala de Recursos e de Contraturno, a fim de realizar ajustes ou modificações no processo de intervenção educativa; [...] XIX.cumprir o calendário escolar, quanto aos dias letivos, horas-aula e horas-atividade estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; XX.cumprir suas horas-atividade no âmbito escolar, dedicando-as a estudos, pesquisas e planejamento de atividades docentes, sob orientação da equipe pedagógica, conforme determinações da SEED; [...] XXII.participar do planejamento e da realização das atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade; (Regimento Escolar. Colégio Estadual Dr. Duílio Trevisani Beltrão, Tamboara - PR, 2008)

Dessa forma, podemos afirmar que o Trabalho Docente no Estado do

Paraná tem fundamento legal na Lei Federal (LDB 9394/96) e, posteriormente

regulamentado nos Estabelecimentos de Ensino da Rede Estadual de Educação

por meio do seu Regimento Escolar. Dessa forma, a sua elaboração para a

prática pedagógica em sala de aula, deve atender ao “ato de planejar (que) é a

atividade intencional pela qual se projetam fins e se estabelecem meios para

atingi-los” (LUCKESI, 2008, p. 105).

Reafirmamos esse Trabalho Docente, também com Padilha (2005, p. 45),

que conceitua:

[...] planejar é atividade intrínseca à educação por suas características básicas de evitar o improviso, prever o futuro, de estabelecer caminhos que podem nortear mais apropriadamente a execução da ação educativa, especialmente quando garantida a socialização do ato de planejar, que deve prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação.

Reiteramos em Menegolla; Sant’Anna (2002, p. 46) que “o plano é um

roteiro de uso diário na sala de aula; é um guia de trabalho; é um manual de uso

constante; enfim, é um roteiro que direciona uma linha de pensamento e ação”.

E, ratificamos em Lück (1984, p. 15) que o planejamento é:

[...] processo de estruturação e organização da ação intencional, realizado mediante:

análise de informações relevantes, do presente e do passado, objetivando, principalmente, o estabelecimento de necessidades;

determinação de estados e situações futuros, desejados;

previsão de condições necessárias ao estabelecimento desses estados e situações;

escolha e determinação de uma linha de ação capaz de produzir os resultados desejados, de forma a maximizar os meios e recursos disponíveis para alcançá-los.

Portanto, o ato de planejar deve ser atividade constante no cotidiano

escolar da prática docente. Este planejar envolve a organização do seu trabalho,

coordenação de sua ação pedagógica e possibilita que o processo ensino-

aprendizagem se efetive de forma mais pontual possível, levando-se em

consideração seu público alvo, o aluno.

3 CONCEITUAÇÃO DE INTERDISCIPLINARIDADE

Para entendermos o que é trabalhar interdisciplinarmente, precisamos

compreender o significado do termo interdisciplinar. O Dicionário Aurélio

(FERREIRA, 1999) define o termo Interdisciplinar: de inter + disciplinar, comum a

duas ou mais disciplinas ou ramos de conhecimento.

Dentro desse contexto, Fazenda (2007, p. 33), ao conceituar o termo

interdisciplinaridade, pontua que:

O ensino interdisciplinar nasce da proposição de novos objetivos, de novos métodos, de uma nova pedagogia, cuja tônica primeira é a supressão do monólogo e a instauração de uma prática dialógica. Para tanto, faz-se necessário eliminação das barreiras entre as disciplinas e entre as pessoas que pretendem desenvolvê-las.

E ainda, Santos (2011, p. 29), acrescenta:

Já a interdisciplinaridade supõe uma relação ou troca de conhecimentos, de análises, de métodos entre duas ou mais disciplinas, em que se procura contrariar a tendência de trabalhar determinado conteúdo ou

assunto sob o olhar de uma única disciplina. Ampliando a perspectiva de compreensão do tema, o pesquisador, seja ele o professor ou aluno, a partir do objeto de estudo de uma disciplina busca recursos, métodos de mais de uma área do conhecimento.

Reafirmamos em Lück (2010, p. 43) que:

A interdisciplinaridade, no campo da ciência, corresponde à necessidade de superar a visão fragmentadora de produção do conhecimento, como também de articular e produzir coerência entre múltiplos fragmentos que estão postos no acervo de conhecimentos da humanidade. Trata-se de um esforço no sentido de promover a elaboração de sínteses que desenvolvam a contínua recomposição da unidade entre as múltiplas representações da realidade.

Por sua vez, Rossini (2007, p. 62), com uma visão focada nas tecnologias,

a respeito da interdisciplinaridade afirma que:

A interdisciplinaridade trata da síntese de duas ou mais disciplinas, transformando-as num novo discurso, numa nova linguagem e em novas relações estruturais. [...] Como a interdisciplinaridade melhora a formação geral com base em conhecimento mais integrado, articulado e atualizado, numa construção auto-suficiente do sujeito, ela também pode permitir a abertura de novos campos do conhecimento e de novas descobertas que possibilitem uma melhor formação profissional, que por sua vez favorecem até mesmo a educação permanente, da qual se adquire uma metodologia emancipatória traduzida por competências e habilidades que levem o aluno a aprender durante toda a sua existência.

Ao compreender o significado de interdisciplinaridade, podemos afirmar

que o ensino-aprendizagem deve partir dessa “[...] relação ou troca de

conhecimentos” (SANTOS, 2011, p. 29), entre os docentes das disciplinas que

fazem parte da matriz curricular5 do Ensino Médio e compor o conteúdo a ser

trabalhado na construção Interdisciplinar do Trabalho Docente.

Esse Trabalho Interdisciplinar, com a troca de conhecimentos disciplinares,

contribui para a aquisição de saberes, como afirma Fourez (2002, p. 52):

O paradigma da interdisciplinaridade baseia-se no pressuposto de que certas situações não podem ser dominadas no quadro de um paradigma disciplinar particular e exigem a articulação de diferentes contribuições disciplinares. Este olhar integrador, que liga as disciplinas, constitui

5 Com referência a normatização das disciplinas que compõem a Matriz Curricular, as instituições de ensino do Estado do Paraná procedem conforme disposto na INSTRUÇÃO Nº 008/2011-SUED/SEED (Ensino Fundamental anos-finais) e INSTRUÇÃO N º 021/2010-SUED/SEED (Ensino Médio), disponíveis no sítio: http://www.educacao.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=310

verdadeiramente uma grelha de leitura específica, determinando uma forma de investigar o real e de construir saberes.

E a construção do Trabalho Docente Interdisciplinar possibilitará que os

docentes desenvolvam um conhecimento mais aprofundado com seus alunos,

sobre conhecimentos, assuntos ou temas. Essa construção coletiva reforça a

fixação dos conteúdos pelos alunos, poderá agregar o conteúdo abordado, ao

abrir a possibilidade de interação do cotidiano dos alunos e seu conteúdo

empírico com o conhecimento científico das disciplinas.

4 CONCEITUAÇÃO DE OBJETOS DE PRENDIZAGEM – OAs

O uso de recursos tecnológicos entrou na prática como instrumento para

facilitar o trabalho docente e nos estabelecimentos escolares. Os alunos estão

constantemente “conectados” com as novas tecnologias e se observa nos pátios

dos colégios crianças com celulares, câmeras fotográficas digitais, notebooks,

tablets, smartphones, ipods, games portáteis, entre outros equipamentos. Por

exemplo, o uso do whatsapp por todos, docente e alunos, é a palavra do

momento. Esse universo de tecnologias oferece possibilidades inimagináveis aos

nossos alunos e docentes, concorrendo diretamente com as aulas teóricas com a

exploração da fala do docente e uso apenas do quadro de giz, ainda.

Nesse contexto, nossos docentes têm presenciado a entrada da tecnologia

também na prática educacional. Equipamentos como laboratórios de informática

(equipados com computadores desktop), notebooks, tablets, projetores

multimídia, televisores com entrada pendrive, lousas digitais, câmeras fotográficas

digitais, entre outros equipamentos, fazem parte do cotidiano de nossos docentes.

Apesar da disponibilidade desses recursos tecnológicos, a maioria dos

docentes necessita de treinamento e familiaridade com estes equipamentos, para

que desta forma possam adequá-los da melhor maneira possível em sua prática

educativa.

Quando de sua utilização, ou seja, da apropriação das tecnologias e da

exploração adequada desses recursos, comparando-se docente e alunos,

pudemos notar uma grande diferença entre ambos, pois nossos docentes

demonstram a não familiaridade, a não incorporação desses novos hábitos com

as tecnologias e vale lembrar que, ao não incorporar esses equipamentos, nesse

momento, em seus afazeres do cotidiano, com a rapidez da evolução dos

mesmos, eles serão rapidamente considerados obsoletos. E os alunos, por sua

vez, nasceram na época que a tecnologia avança com rapidez e eles não a

temem, mas incorporam em seu cotidiano com naturalidade.

A maioria destes equipamentos possui conectividade com a rede web,

possibilitando o acesso rápido a informações por meio dos sítios da internet,

participações em fóruns, chats, redes sociais, entre outras formas de interação,

rompendo desta forma os muros da escola, ao acessar todo tipo de informação

“do mundo externo”, causando nos docentes calafrios durante suas aulas, pois

precisam disputar a atenção dos alunos frente a esses recursos.

Ao se pensar na possibilidade de acesso à rede web e aos recursos

tecnológicos, propusemos o desenvolvimento e utilização de OAs como recurso

didático na construção do Trabalho Docente e a sua internalização.

O desenvolvimento dos OAs pode ser explorado de forma simples, por

meio da escrita de textos, tratamento de imagens, apresentações de slides,

formulários, entre outros recursos que são de conhecimento e domínio dos

docentes e sua utilização se efetivou na apresentação dos conteúdos das

disciplinas curriculares.

Ao conceituar os Objetos de Aprendizagem, de acordo com o repositório

CAREO (2002, apud MIRANDA, 2004, p. 22), os OAs podem ser definidos como:

Um objeto de aprendizagem é qualquer recurso digital com um valor pedagógico demonstrado, que pode ser usado, re-usado ou referenciado para suporte de aprendizagem. OAs podem ser um Applet Java, uma animação Flash, um quis online, ou um filme QuickTime, mas pode também ser uma apresentação Power Point ou arquivo pdf, uma imagem, um site ou uma web Page”

Segundo Behar et al. (2009, p. 67) ao conceituar os OAs afirma que:

Não existe consenso entre os autores que escrevem sobre o tema. Entretanto, aqui, entende-se por objeto de aprendizagem qualquer material digital, como, por exemplo, textos, animações, vídeos, imagens, aplicações, páginas web de forma isolada ou em combinação, com fins educacionais. Trata-se de recursos autônomos, que podem ser utilizados como módulos de um determinado conteúdo ou como um conteúdo completo. São destinados a situações de aprendizagem tanto na modalidade a distância quanto semipresencial ou presencial. Uma das principais características deste recurso é a reusabilidade, ou seja, a possibilidade de serem incorporados a múltiplos aplicativos. Um mesmo

objeto pode ter diferentes usos, seu conteúdo pode ser reestruturado ou reagregado, e ainda ter sua interface modificada para ser adaptada a outros módulos. Todas essas ações podem ocorrer de forma independente ou conciliada com outros objetos, considerando sempre os objetos a serem alcançados com o público-alvo da (re)utilização do OA.”

Ainda em Behar et al. (2009, p. 69) podemos dizer que “[...] os OAs podem

ser aplicados dentro de um contexto educacional desde o mais instrucionista até o

mais interacionista, dependendo sempre do modelo pedagógico utilizado.”

Segundo Rehak e Mason (2003) (apud SILVA, 2011, p. 27) “[...] a essência

dos OAs repousa sobre quatro características fundamentais: acessibilidade,

reutilização, durabilidade e interoperabilidade”.

Desta forma, além de poderem ser encontrados facilmente e modificados

sem muitas dificuldades, eles podem ser acionados e operados a partir de

diferentes plataformas virtuais e por softwares variados (SILVA, 2011, p. 27).

Os OAs puderam auxiliar os docentes na elaboração do Trabalho Docente

Interdisciplinar, ao possibilitar a interação das disciplinas sobre um determinado

tema ou assunto, construindo dessa forma recursos educacionais para a

utilização em sala de aula reforçando a fixação dos conteúdos de cada disciplina.

Essa construção pode ser realizada com softwares que são do cotidiano e

domínio dos docentes como: editor de textos, editor de planilhas eletrônicas,

editor de imagens, editor de apresentação de slides, formulários construídos a

partir do sitio Google docs, entre outros recursos, lembrando que esses OAs são

elaborados com finalidade didática e educacional.

4.1 CONSTRUÇÃO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM

A utilização de softwares para criação de OAs vem de encontro com a

modernização que se faz necessária na aplicação dos conteúdos das disciplinas

da matriz curricular. Partindo do pressuposto de que os docentes possuem

domínio de seus conteúdos, metodologias de ensino e estratégias, os recursos

tecnológicos colaborarão para a efetiva aplicação desses em sala de aula.

Foi sugerido a utilização dos softwares “Microsoft Word, Microsoft Excel,

Microsoft Powerpoint”. Foi explorado o Sistema Operacional Windows, e os

softwares da Microsoft, por serem utilizados pela maioria dos professores em

seus computadores pessoais.

O Software ExeLearning, foi utilizado pois “[...] é um software Open

Sourse6 que se destina à criação e edição de objetos de aprendizagem podendo

ser instalado nas diferentes versões do Windows, em Mac OS X e no Linux”

(SILVA, 2011, p. 43).

De fato, o docente pode utilizar a tecnologia como um apoio em seu

trabalho docente e não apenas no processo ensino-aprendizagem, pois a

utilização de tecnologias e ferramentas midiáticas está presente no cotidiano.

Utilizar estes recursos na educação não tem sido uma tarefa fácil, pois a

maioria dos docentes não possui um domínio suficiente destas técnicas e

tecnologias.

Nessa perspectiva, Moran (2008, p. 35) afirma que:

O professor precisa aprender a trabalhar com tecnologias sofisticadas e tecnologias simples; com internet de banda larga e com conexão lenta; com videoconferência multiponto e teleconferência; com softwares de gerenciamento de cursos comerciais e com softwares livres. Ele não pode se acomodar, porque, a todo momento, surgem soluções novas para facilitar o trabalho pedagógico, soluções que não podem ser aplicadas da mesma forma para cursos diferentes.

Nesse sentido, foi apresentado aos (cursistas) docentes os softwares

elencados e por meio destes foi realizado presencialmente o encaminhamento de

atividades para construção de OAs. Os docentes puderam desenvolver as

atividades com os seus próprios equipamentos (notebook). Na medida em que as

dúvidas foram detectadas, houve o esclarecimento das mesmas e a interação

entre os cursistas pode ser uma tarefa profícua, além de prazerosa.

Os OAs puderam tornar-se ferramentas educacionais importantes, ao ser

utilizadas e contextualizadas no Trabalho Docente de forma planejada. Essa

construção exigiu uma ação antecipada para proporcionar condições de aplicá-los

no tempo devido.

5 PRÁTICA DOCENTE DO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL - PDE

Essa fundamentação teórico metodológica nos permitiu desenvolver ações

com os professores da rede pública de ensino: uma voltada aos professores do

6 Nomenclatura inglesa, com o significado de Código Aberto.

estabelecimento de ensino, onde desenvolvemos o nosso projeto, conforme as

determinações legais e, outra em rede, que atendeu a todos os outros docentes

em nível de estado, interessados em participar do curso.

5.1 INTERAÇÃO DOS DOCENTES

Após a apresentação do Projeto de Intervenção para os professores do

estabelecimento de ensino, e a adesão foi de 11 (onze) docentes, inscritos para a

fase de aplicação.

Ao Implementar o projeto, realizamos a sondagem a respeito do

conhecimento dos docentes quanto ao uso dos recursos tecnológicos, e

constatamos que a grande maioria possuía pouca compreensão e domínio da

utilização de softwares básicos como: editor de texto, apresentação de slides e

planilhas eletrônicas e até mesmo a dificuldade na utilização e manuseio de

determinados equipamentos.

As dificuldades observadas, não são uma exclusividade destes docentes,

Kenski (2008, p. 53) afirma que:

As novas tecnologias digitais não oferecem aos seus usuários um novo mundo, sem problemas. Estamos no início de uma nova e revolucionária era tecnológica e pagamos um preço alto pelo pioneirismo. Ainda não se tem ideia das consequências e repercussões que as articulações em rede e a ampliação da capacidade tecnológica de acesso vão ocasionar e do que poderão nos oferecer em curto prazo. O que temos certeza é que independentemente dos avanços, as tecnologias ainda durante um bom tempo vão continuar a nos trazer alguns problemas e desafios individuais e coletivos para resolver.

Frente a essa realidade, buscamos realizar a instrumentalização inicial

para os docentes que não possuíam a habilidade com as tecnologias e desta

forma incentivá-los na busca e utilização por outros recursos que seriam

apresentados em nosso trabalho de Implementação.

Na introdução do curso de Implementação, os docentes relataram que

gostariam de utilizar o projetor multimídia em suas aulas, mas tinham dificuldades

e até receio quanto a instalação do equipamento, além de não saberem conectá-

lo ao Tablet e notebook. Realizamos uma explanação básica deste assunto, onde

cada docente participante do curso teve a oportunidade de instalar e manusear o

equipamento. Alguns repetiram o processo algumas vezes, até se considerarem

aptos e seguros com tal procedimento.

Passada essa fase de conhecimento e contato, apresentamos os recursos

que seriam desenvolvidos durante o curso de implementação como: construção

do Trabalho Docente Interdisciplinar, construção de Objetos de Aprendizagem -

OAs, uso de alguns softwares para o desenvolvimento desses OAs e o contato

com outras tecnologias disponíveis como disco virtual, tablets, celulares, lousa

digital e mesa digitalizadora).

Desde os primeiros contatos nesse curso, pudemos perceber o interesse

dos professores e a ansiedade em apreender e dominar todo aquele conteúdo

para que, posteriormente, o utilizasse em suas aulas. Tivemos o cuidado de

selecionar vídeos relacionados a tendências tecnológicas utilizadas atualmente

por algumas instituições, demonstrando a eles que a busca por novos

conhecimentos e recursos é uma tarefa necessária e indispensável, se quisermos

avançar para uma educação de qualidade e que consiga romper com as barreiras

da educação tradicional.

Moran (2008, p. 90) esclarece que essa busca do docente pelo

conhecimento tecnológico, deve passar por algumas etapas:

As tecnologias são meio, apoio, mas, com o avanço das redes, da comunicação em tempo real e dos portais de pesquisa, transformaram-se em instrumentos fundamentais para a educação. Há uma primeira etapa, que é a definição de quais tecnologias são adequadas para o projeto de cada instituição. Depois, vem a aquisição delas [...] [...] Em seguida, vem o domínio técnico-pedagógico, saber usar cada ferramenta do ponto de vista gerencial e didático, isto é, na melhoria de processos administrativos e financeiros e no processo de ensino e aprendizagem.

Nesse sentido, primamos neste projeto de intervenção, proporcionar aos

cursistas, o domínio técnico-pedagógico, ao explorar os recursos tecnológicos

disponíveis na instituição escolar (Moran, 2008, p.90).

E, para que esse domínio técnico-pedagógico se materializasse, passamos

a Conceituação de Trabalho Docente. Esse trabalho docente é uma atividade

obrigatória no início de cada semestre letivo, no nosso estado. Então nos

preocupamos com as contribuições quanto a forma de desenvolver esse trabalho

e como podemos melhorá-lo. Essa atividade perpassou pelas diversas opiniões

levantadas. Observamos desde a necessidade da busca de um trabalho em

conjunto entre docentes, como também, em desenvolver um trabalho mais efetivo

e com propostas mais inovadores no uso das tecnologias em sala de aula.

Desse assunto procuramos introduzir a ideia de um Trabalho docente

Interdisciplinar, tema que seria abordado no próximo encontro, e que fazia parte

do material em CD-ROM que fornecemos aos docentes no início do curso.

Percebemos que a visão Interdisciplinar tem espaço no cotidiano escolar, ora

efetivadas nas práticas em sala de aula, ou discutidas pelos docentes durante as

reuniões pedagógicas do estabelecimento de ensino. Durante essa fase da

implementação, observamos alguns comentários que reforçam essa prática,

como: "precisamos reunir as disciplinas para elaborarem um trabalho em

conjunto, efetivando a interdisciplinaridade", e outro momento da discussão

ouvimos, "se trabalhássemos de forma interdisciplinar, os alunos teriam maiores

oportunidades de aprendizagem". Com essas ideias em mente, nos preparamos

para o próximo encontro, com o tema "Conceituação de Interdisciplinaridade".

Ao abordarmos a Conceituação de Interdisciplinaridade, os docentes se

mostraram dispostos e interessados a desenvolverem o Trabalho Docente

Interdisciplinar. Em virtude da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, os

docentes sugeriram "Copa do Mundo" como tema para a construção dos OAs que

seriam apresentados ao final do curso, fazendo parte do Trabalho Docente

Interdisciplinar desenvolvido pelos docentes.

As contribuições dos docentes, quanto a visão de Trabalho Interdisciplinar,

foram de grande importância para a condução dos trabalhos e para o

embasamento teórico metodológico. O CD-ROM do curso de Implementação,

distribuídos aos docentes, continha algumas atividades, e uma delas se

relacionava ao que eles observavam a respeito da "importância do Trabalho

Docente desenvolvido por eles no estabelecimento". A preocupação dos docentes

com a aprendizagem dos alunos, pode ser materializada nas respostas obtidas:

Docente A O Trabalho Docente vem nortear todo o trabalho do educador. Através dele podemos organizar e planejar nossas ações e corrigi-las, caso não tenham atendido o seu objetivo. Podemos também visualizar o efeito que nosso trabalho colabora no ensino e aprendizagem do aluno. Docente B Ser professor hoje é diferente do que era há décadas atrás. Para acompanhar a rapidez da informação e a constante construção de novos conhecimentos, é necessário que o

professor se torne aquele profissional reflexivo e pesquisador que Paulo Freire desenhava em seus estudos desde a década de 60. Ao enfrentar esses papéis, o professor de hoje assumiu ser um aprendiz, um gestor de informação e de conhecimento, cuja disponibilidade tem se orientado para o cuidado global com o Outro. Segundo Cipriano a aprendizagem ativa é aquela que é construída pelo aluno a partir de sua interação com os conteúdos socioculturais, que exige um ensino ativo. O educador, ao trabalhar com seus aluno, deverá estar atento para propor conteúdos e atividades metodologias que lhes possibilitem aprender pela ação. Docente C Minha contribuição está pautada no compromisso de formação do cidadão, pois não tenho o propósito de formar atletas em minha disciplina mas, sim, a compreensão dos conteúdos aplicados e como estes conteúdos podem estar inseridos na vida social e cotidiana do aluno. Penso que minha contribuição é atender as necessidades que meu aluno apresenta e talvez lhe proporcionar uma possível solução ao "problema", nós professores devemos estar mais abertos aos ensinamentos que os alunos adquirem através dos anos estudados, assim, sabemos identificar quais métodos e metodologias estarão adequados a minha população escolar, isso conseguiríamos se fossemos mais amigos e parceiros dos alunos, porém, sei que os alunos de hoje estão mais ligados a tecnologia e não se interessam a leitura pois eles tem tudo pronto ao acessar a rede.

Observamos nestas respostas o desejo de se fazer a diferença na

educação e ao mesmo tempo encontrar formas de tornar a educação mais

significativa aos alunos. As tecnologias será a via pela qual poderemos alcançá-

los mais rapidamente.

Após a conceituação de Interdisciplinaridade, o próximo assunto abordado

por nossa intervenção foi a respeito de Objetos de Aprendizagem - OAs. Alguns

docentes se mostraram surpresos ao perceberem que muitas das atividades

desenvolvidas por eles, podiam ser considerados OAs, tais como vídeos,

apresentações de slides, músicas, imagens e outros trabalhos utilizados por

diversos softwares conhecidos.

Apresentamos alguns vídeos relacionados ao assunto, demonstrando a

aplicabilidade, reutilização e praticidade de se utilizar OAs para o

desenvolvimento de conteúdos das diversas disciplinas, contribuindo para a

efetivação da Interdisciplinaridade.

Ao final da implementação do projeto, cada docente apresentou um OA

relacionado ao tema "Copa do Mundo 2014" (de escolha dos participantes) e

apresentaram para os demais. As produções variaram entre apresentações de

slides por meio do softwares PowerPoint e Prezi, atividades no software

ExeLearning, Infográficos e imagens. As apresentações dos trabalhos, além do

tema em comum, contaram com exemplos de conteúdos que poderiam ser

desenvolvidos por outras disciplinas, contemplando assim a Interdisciplinaridade.

5.2 GRUPO DE TRABALHO EM REDE - GTR

Na sequência da implementação do projeto, em nosso Grupo de Trabalho

em Rede - GTR7, contamos com a participação de 13 (treze) docentes da rede

Estadual de Educação do Paraná, que tiveram a oportunidade de realizar a leitura

e análise de nosso Projeto de Intervenção na escola, realizando contribuições

valiosas.

A participação destes docentes nos "Fóruns de discussão" e "Diários" do

ambiente virtual Moodle do GTR, foram significativos de forma a contribuir com

nosso trabalho e a compreensão de sua relevância para a desenvolvimento do

trabalho educacional.

Observamos que a maior preocupação dos docentes está relacionada ao

domínio e uso das tecnologias. Procuram desenvolver maneiras de lidar com a

falta de recursos, a pouca habilidade no manuseio das tecnologias e

principalmente não se deixam intimidar com o conhecimento que os alunos

possuem desses recursos, por serem nativos digitais.

Em seu relato, o docente A afirmou que:

[...] os alunos chegam à escola com uma vasta experiência na utilização dos meios tecnológicos, vem com uma carga de informação desenvolvida e diferentes formas de conhecimento em relação a tecnologia. Nós professores mal sabemos manusear uma Tv pendrive. Os computadores dos laboratório também já estão desatualizados. Aí está o desinteresse de nossos alunos. Sabemos também que a tecnologia não atinge a todos alunos que vem para a escola a procura de algo novo e motivador.

Ainda complementando esse pensamento em relação a utilização

adequada dos recursos, o docente B completou:

[...] o trabalho com o uso de recursos midiáticos é sem dúvida, uma necessidade e também um desafio. Necessidade, pois vivemos numa era da informatização, assim a prática pedagógica desenvolvida na escola deve formar o aluno para atuar nesse mundo que aí está, informatizado. Com relação ao desafio, aliás eles são muitos. A começar pela sua colocação, a questão estrutural de espaços e equipamentos e sua funcionabilidade,

7 Os Grupos de Trabalho em Rede – GTR constituem uma atividade do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, que se caracteriza pela interação virtual entre os Professores PDE e os demais professores da Rede Pública Estadual. Instruções disponíveis no sítio http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=503

ainda é uma luta a ser vencida, pois as condições de fato, ainda não estão dadas. Outro desafio é com relação ao nosso próprio conhecimento e competência para lidar com toda essa tecnologia, ainda não estamos em condições totalmente adequadas. Enfim, como professores somos muito esperançosos e acredito que ainda vamos conseguir superar esses desafios e obter as condições adequadas para realizar um trabalho com mais êxito!

As contribuições dos docentes no ambiente virtual GTR, consolidou nosso

projeto de Intervenção Pedagógica como um trabalho de grande importância para

os docentes, suprindo a necessidade da instrumentalização destes com relação

aos recursos tecnológicos disponíveis no estabelecimento de ensino, e

proporcionando a fundamentação teórica a respeito da construção do Plano de

Trabalho Docente Interdisciplinar.

A docente C, ao analisar o projeto, afirmou que:

[...] é perfeitamente possível a aplicabilidade deste trabalho e que o público alvo a que se destina terá êxito na finalização. Vale salientar que as ideias apresentadas neste projeto instigam mudanças nas maneiras de se conceber o papel da tecnologia na educação, de reconhecer a interdisciplinaridade como premente nas ações educativas escolares e de tornar imprescindível adotarmos esta prática na escola que se faz presente e necessária.

As contribuições dos docentes nesta etapa do projeto, proporcionou uma

dimensão da dinâmica do uso de tecnologias nos estabelecimentos de ensino da

rede pública, apontaram as dificuldades pontuais no que se referem a manuseio

dos equipamentos, do uso pedagógico adequado e conciliação do tempo para o

preparo das atividades e inclusão das tecnologias.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer da aplicação deste projeto, percebemos que nossos docentes

estão preocupados em aprender a utilizar as Tecnologias de Informação, não

apenas para uso pedagógico, mas porque a realidade atual da sociedade

prescinde desse conhecimento.

Os onze docentes que participaram presencialmente de nosso projeto e

curso, todos sem exceção, atingiram a proposta inicial que era o de dominar os

conhecimentos relacionados ao uso das tecnologias, a construção de OAs e a

utilização destes no Plano de Trabalho Interdisciplinar.

Salientamos que esse é um passo inicial que foi dado por esses docentes,

não para obter apenas uma carga horária para promoção em carreira, mas uma

mudança de atitude, refletindo na prática em sala de aula, no que diz respeito a

metodologia de ensino e a inclusão destas tecnologias na sua prática educativa.

Afastado da sala de aula por nove anos, ao exercer atividades no Núcleo

de Regional de Educação - NRE, pudemos ter contato com docentes de diversos

estabelecimentos, e observamos que todos tiveram dificuldades na utilização

pedagógica das tecnologias em sala de aula, apesar do trabalho de orientação

tecnológica realizado pelos Técnicos da Coordenação Regional de Tecnologias -

CRTs, presentes em todos os Núcleos Regionais de Educação.

Esse contato com as dificuldades dos docentes, motivou a proposta e

execução deste projeto de intervenção no estabelecimento de ensino de lotação e

a experiência da volta ao chão da escola, ao exercer as atividades docentes na

disciplina de Geografia, foi determinante para a inclusão das tecnologias nas

aulas.

Os comentários e participações nos "Fóruns" e "Diários" foram relevantes e

que expressaram a realidade de nossos docentes com relação as experiências

positivas dos participantes do GTR, excederíamos as normas de paginação deste

artigo. Desta forma, gostaríamos de salientar que nossos docentes tem realizado

um ótimo trabalho no que se refere ao uso das tecnologias, apesar das

dificuldades relacionadas ao tempo despendido no preparo das aulas quando da

inclusão destas tecnologias.

Portanto, o trabalho de inclusão destas tecnologias é árduo, contínuo e

necessário, se quisermos obter mudanças na qualidade da educação, postura de

nossos docentes e aceitação de nossos alunos.

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