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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
1. Especialização em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa; Letras Português/Inglês; professora da rede
estadual paranaense, cursista do projeto PDE (Plano de Desenvolvimento Educacional). [email protected]
2. Professora Mestre em linguagem Identidade e subjetividade pela UEPG, docente na mesma instituição e orientadora PDE
A ORALIDADE ATRAVÉS DA LEITURA IMAGÉTICA E MIDIÁTICA (GÊNERO TEXTUAL
FOLDER) COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO NO ENSINO APRENDIZAGEM DE INGLÊS
Guiomar Ferreira Kalçoviski ¹
Orientadora: Profª. Ma.Julia Margarida Kalva ²
RESUMO
Este artigo visa apresentar o projeto “A oralidade através da leitura imagética e midiática (Gênero textual folder) como instrumento didático no ensino aprendizagem de inglês”, desenvolvido por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), criado pela Secretaria de Estado da Educação que favoreceu esta iniciativa, visto que o desenvolvimento da oralidade no exercício da Língua Inglesa é uma dificuldade enfrentada pelos alunos das escolas públicas. O desejo pelo tema surgiu mediante tal dificuldade a fim de poder contribuir e oportunizar o uso da linguagem oral, auditiva e visual, em situações de formalidade, promovendo assim o diálogo como instrumento didático no ensino de aprendizagem de inglês. O artigo objetiva avaliar o uso da linguagem oral, auditiva e visual no ensino e aprendizagem de Língua Inglesa, em situações de formalidade, utilizando ações efetivas e atividades por meio da leitura e produção de imagens, diálogos, entrevistas e confecção de folder relacionado ao meio ambiente, promovendo assim uma intertextualidade. O ensino aborda o letramento crítico e os multiletramento como forma de interação do tema com as mídias que englobam nosso meio. Os resultados obtidos foram satisfatórios, pois indicaram ser possível contribuir, através da leitura imagética e midiática, praticar a Língua Inglesa de forma prazerosa, concluindo-se que essa habilidade comunicativa nas aulas de Língua Inglesa favorece a interação com os colegas e professor.
Palavras-chave: Ensino de inglês. Oralidade. Leitura imagética. Gênero textual folder.
ABSTRACT
This article presents the project "Orality through imaginary and media reading (textual Gender folder) as a pedagogical tool in teaching/learning English ", developed by the Educational Development Program (PDE), created by the State Department of Education that supported this initiative since the development of orality in the exercise of the English language is a difficulty faced by public school students. The will to study this theme emerged through this difficulty. In order to contribute and provide the opportunity of using oral language, auditory and visual, in formal situations, thus promoting dialogue as a didactic tool in teaching/learning English. The article to evaluate the use of oral, visual and auditory language in the teaching/learning English language in formal situations, using effective actions and activities by reading and producing images, conversations, interviews and creating a folder related to the environment promoting, then, intertextuality. The school addresses the critical literacy and multiliteracy as a way of interaction of the subject with the media that cover our midst. The results were satisfactory, and indicated that it is possible to contribute, through imagery and media reading, English practice in a pleasant way, concluding that communication skills in English language classes favors interaction with colleagues and teacher.
Keywords: Teaching of English. Orality. Reading imagery. Genre folder
INTRODUÇÃO
Uma das dificuldades enfrentadas pela maioria dos alunos das escolas
públicas é a questão da oralidade no ensino de Língua Inglesa. Coincidentemente, a
oralidade, ou melhor, a fala, é o meio de comunicação mais utilizado em nosso meio
social, portanto, há a necessidade de aprimorá-la, em relação à língua inglesa.
Inúmeros são os caminhos para atingir tal objetivo, no entanto, este artigo tem como
base a utilização da memória auditiva e visual.
Diante desta conjuntura, é inegável que a utilização de imagens como
instrumento didático contribui e desperta curiosidade no educando, melhorando
assim de forma significativa seu aprendizado. A oralidade através da leitura
imagética e midiática proporciona ao aluno a oportunidade de sentir-se capaz de
desenvolver essa habilidade e perceber os efeitos provocados por um texto não
verbal.
Sendo assim, a problemática do estudo que é apresentado neste artigo
apresenta-se da seguinte forma: Como é possível a leitura imagética e midiática,
através de folders, contribuir para despertar e manter a curiosidade no processo
pedagógico em Língua Inglesa no 7º ano?
Considera-se que a oralidade é o meio de comunicação mais utilizado no
meio social, deste modo, o estudo apresentado no tema em questão, objetiva avaliar
a oralidade através da leitura imagética e midiática (gênero textual folder) como
instrumento didático no ensino aprendizagem de inglês, utilizando ações efetivas,
atividades por meio da leitura e produção de imagens, diálogos, entrevista,
confecção de um folder cuja temática será relacionada ao meio ambiente.
Essas atividades visam promover a intertextualidade, que fomenta a
criticidade e desperta no aluno a consciência de ser cidadão, capaz de analisar
diferentes pontos de vista sobre o meio em que está inserido, identificar,
compreender e produzir um determinado gênero.
Além disso, o trabalho analisa também os vários fatores sociais e ou culturais
de nossos alunos que dificultam a oralidade e não favorecem a qualidade nas aulas
de inglês, não desconsiderando a possibilidade de melhorar o desempenho da
pronúncia da Língua Inglesa por meio de imagens, como ferramenta indispensável
para a produção oral. Por fim,visando aprimorar ainda mais os resultados de tal
trabalho, o artigo apresenta a temática central para o desenvolvimento do folder:
“Meio ambiente: Conscientização e Preservação”. Vale a ressalva de que tal
temática é uma questão pertinente atualmente, fazendo-se necessária uma visão
mais crítica, por parte dos alunos, com relação à ela.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Quando falamos no ensino de língua, portuguesa ou inglesa, nos reportamos
ao ensino e aprendizagem com base em gêneros textuais que serão trabalhados em
sala de aula, e que façam parte do cotidiano dos alunos. Com o ensino da língua
inglesa não será diferente a abordagem proposta neste projeto.
Vygotsky (1934/2005) já apontava em suas pesquisas que o conhecimento é
realizado e construído através e nas interações sociais das quais o indivíduo
participa, e que a linguagem é um instrumento mediador de todo esse processo.
Portanto, este trabalho é desenvolvido a partir da leitura imagética e textos
midiáticos (folders), para que a oralidade, expressão máxima do ser humano possa
ser desenvolvida na sua totalidade.
Ensino de Inglês e suas habilidades
De acordo com as DCES do Estado do Paraná:
Ao ensinar e aprender uma Língua Estrangeira, alunos e professores percebem ser possível construir significados além daqueles permitidos pela língua materna. Os sujeitos envolvidos no processo pedagógico não aprendem apenas novos significados nem a reproduzi-los, mas sim aprendem outras maneiras de construir sentidos, outros procedimentos interpretativos que alargam suas possibilidades de entendimento do mundo. (PARANÁ, 2008, p. 60).
Faz-se necessário, na contemporaneidade, o conhecimento mais profundo de
uma língua que não seja a materna, para que os sujeitos envolvimentos no mundo
globalizado possam, realmente, efetivar o processo comunicativo, construindo os
reais significados e sentidos, que permitirão compreender e entender o mundo.
A partir desta afirmação, podemos refletir que mesmo que o aluno não
adquira fluência na língua, ele se sentirá bem mais seguro para continuar estudando
e desenvolver suas habilidades. Tudo é válido para que aconteça o aprendizado, as
intervenções pedagógicas são excelentes estratégias teoricamente embasadas que
nos ajudam a diversificar e enriquecer nossas aulas, proporcionando-nos acreditar
numa transformação das práxis pedagógicas.
De acordo com Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio (BRASIL,
2000):
As habilidades a serem desenvolvidas em Língua Inglesa devem abranger as representações e comunicações, a investigação e a compreensão e a contextualização sociocultural dos educandos durante o processo de ensino e aprendizagem (BRASIL, 2000, p.28-29).
Ensino da oralidade em escolas públicas
O PCN de língua inglesa, que em seu processo de criação teve vários
estudiosos e pesquisadores extremamente comprometidos em modificar a situação
educacional do país, nos surpreende com a conformidade da realidade deficitária e
nos oferece um ensino de língua estrangeira calcado somente na leitura, com
“conversa sobre ele (texto) na língua materna” (BRASIL, 2000, p.48), ignorando que
a língua é integrada das quatro habilidades, sendo todas relacionadas entre si.
Para Marchuschi (2001):
Oralidade e escrita são práticas e usos da língua com características próprias, mas não suficientemente opostas para caracterizar dois sistemas linguísticos nem uma dicotomia [...] Oralidade seria uma prática social interativa para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gêneros textuais fundados na realidade sonora; ela vai desde uma realização mais informal à mais informal nos mais variados contextos de uso. (MARCHUSCHI, 2001, p.17 - 25).
A oralidade é uma forma de expressão primeira a ser aprendida pelo ser
humano, no entanto, no decorrer de sua vida associa-se à expressão escrita.
Cotidianamente, a oralidade tem se manifestado coloquialmente ou seja mais
informal nas situações vivenciados por nossos alunos, mas a escola tem o dever de
propiciar o uso da linguagem oral em situações de formalidade, através do uso de
textos que promovam a intertextualidade.
Cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral no planejamento e realização de apresentações públicas: realização de entrevistas, debates, seminários, apresentações teatrais etc. Trata-se de propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido de fato, pois é descabido treinar um nível mais formal da fala, tomado como mais apropriado para todas as situações. (BRASIL, 2000, p.25)
Oralidade no ensino de Inglês
Na produção oral há a comunicação entre duas ou mais pessoas e conosco
ao mesmo tempo. Essa interação deve permitir que haja um entendimento, que
ocorra o processo comunicativo entre os interlocutores, ou seja, entre os envolvidos
no processo. Portanto, nossa fala tem que ter coerência.
De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa – com Acordo Ortográfico,
oralidade é definida como:
1. Qualidade de oral. 2. Ling. Condição oral, esp. a que se destaca na
comunicação pela fala, considerada em oposição à escrita, ou como seu
fundamento.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2000) afirmam a
necessidade do desenvolvimento do trabalho com a modalidade oral na medida em
que os alunos serão avaliados na hora de responder a diferentes exigências de fala
e de adequação às características próprias de diferentes gêneros do oral.
A aprendizagem da língua inglesa acontece, geralmente, no ensino
fundamental II, nas escolas públicas, e às vezes até este período não tiveram
nenhum contato com outra língua a não ser a língua materna, no caso o Português,
sendo este o momento de se criar oportunidades e metodologias diferenciadas para
o ensino e aprendizagem do inglês.
Imagética e o ensino de inglês
É através da visão que percebemos e desfrutamos da luz, e da imagem de
tudo que nos rodeia, e a partir desta percepção é que construímos o sentido das
informações recolhidas, que são infinitas, estabelecemos uma relação com o mundo,
aquilo que chamamos de cultura visual.
Essa cultura visual é formada pelas imagens, que são representações que
ocorrem a partir das tecnologias, das artes, dos meios de comunicação, das práticas
sociais, folders, e suas possíveis interpretações, que proporcionam o conhecimento
de mundo, as reflexões para um sentido dialógico para os alunos, imagens que
representem algo na vida dos educandos.
Meneses (2003), propõe:
Aos estudos de manifestações imagéticas da cultura se acrescentou a necessidade de compreender os mecanismos variadamente localizados de produção de sentido dialógico, portanto socialmente construído e mutável e não pré-formado ou imanente à fonte visual. (MENESES, 2003, p.6).
O ensino de forma geral, quando contextualizado é um dos processos mais
eficaz de aprendizagem, e ao trabalharmos a leitura imagética, também
contextualizada, voltada à realidade do aluno, propiciará um facilitador à
aprendizagem, uma vez que é muito sedutora pelos atributos e artifícios por ela
utilizados, onde muitas se utilizam de alto nível de complexidade nas imagens,
músicas e estórias, ligam à fantasia, ao lúdico, exploração de aspectos visuais, e,
principalmente o uso de vocábulos estrangeiros, especificamente os da língua
inglesa.
Portanto, no ensino da língua inglesa através da leitura imagética e midiática
(folders), imagem e palavra, respectivamente, se manifesta mais completa, e cumpre
um papel de coadjuvante.
Gêneros textuais e o ensino de inglês
O ensino de línguas se faz através da palavra contextualizada, e a melhor
forma de contextualizá-la é através de textos diversificados. Por isso a necessidade
do ensino de inglês com os gêneros textuais. Neste trabalho, mais especificamente,
com a leitura imagética e textos midiáticos, como o folder.
Esta é uma prática já muito utilizada na língua materna, Português, que
podemos associar a situações comunicativas do cotidiano do aluno, ou seja, dos
envolvidos na comunicação no ambiente escolar, no processo de ensino e
aprendizagem.
Cristóvão (2006) sinaliza que:
[...] gêneros não podem ser considerados como sendo estáticos devido a dados que vão sendo adaptados às situações sócio-comunicativas, pois ao se realizar uma ação de linguagem, o agente confronta suas próprias representações da situação vivida com as representações já cristalizadas por formações sociais outras. (CRISTÓVÃO, 2006, p.1).
Muitos autores apresentam em suas obras a importância de se trabalhar com
gêneros textuais no ensino de línguas, independente da língua, dentre este cito
alguns:
[...] o trabalho com gêneros textuais é uma extraordinária maneira de se lidar com a língua em seus mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Pois nada que fizermos linguisticamente estará fora de seu feito em algum gênero textual. (MARCUSCHI, 2005, p.35). Os gêneros do discurso tornam-se subsídios de compreensão de como interagimos pela linguagem, construindo relações sociais, de como (re)construímos nossa identidade e de como buscamos alcançar nossos objetivos sociais. (PEREIRA, 2007, p.2). [...] “é através dos gêneros que as práticas de linguagem encarnam-se nas atividades dos aprendizes.” (SCHNEUWLY; DOLZ, 1999, p.6).
Diante do exposto, o ensino de inglês neste trabalho é desenvolvido através
de gêneros textuais, midiáticos, como folders e a leitura imagética, contextualizados
com situações de prática de linguagem oral e escrita envolvidas no processo de
comunicação.
O folder e as imagens no ensino de inglês
Como recurso metodológico para o ensino de inglês utilizaremos a leitura
imagética – imagens – e os textos midiáticos, dentre os quais os folders.
O mundo contemporâneo utiliza-se da imagem de forma avassaladora como
forma de comunicação nos diversos campos e setores da vida humana, e essas
imagens vêm associadas a palavras formando os diversos gêneros textuais.
Partindo da escolha que se propõe para o ensino de inglês, podemos citar o
que Bonini (2001) coloca de que deveria ser pautada a seleção dos gêneros para
ensino geral de língua portuguesa, podendo ser perfeitamente relacionada à língua
inglesa, uma vez que está se efetiva no processo de comunicação e são mediadores
entre o aprendizado e as práticas de linguagem.
i) possibilitar-lhe a construção de uma ação de linguagem até certo ponto condizente com a sua realidade e com os seus objetivos pessoais; j) propiciar-lhe uma comparação entre os recursos de linguagem que já usa e os que estão sendo aprendidos, de modo a ampliar-lhe o conjunto de experiências com a linguagem; e l) estarem minimamente adequados às suas possibilidades de apreensão, suas vivências, gostos e ao seu grau de maturidade. (BONINI, 2001, p. 21).
Meio ambiente
Como ambiente de aprendizagem, muitas vezes confundimos como sendo só
o espaço físico onde ocorrem as práticas educativas. Mas temos que ter uma visão
mais geral, como sendo todo ambiente em que o indivíduo esteja sujeito a
oportunidades de aprendizagem.
Segundo Reigota (1998), o meio ambiente pode ser visto como:
O lugar determinado ou percebido, onde os elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em interação. Essas relações implicam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e sociais de transformação do meio natural e construído. (REIGOTA, 1998, p.14).
Diante do que é mencionado, entende-se que o meio ambiente está em
constante transformação e temos que nos transformar com ele, ou seja, nos
adaptando às mudanças, porém sem perder o foco da preservação daquilo que está
ao nosso alcance enquanto educadores e formadores de opiniões.
A escola como local de mediação e construção do conhecimento, tem como
papel estar atenta às questões que envolvam as mudanças de ambientes locais,
pois a aprendizagem acontece na diversidade, incluindo-se as ambientais. Portanto,
orientar, ensinar, mediar a construção de um conhecimento que leve à preservação
do meio ambiente, com ações e atitudes que venham a prevenir a degradação do
ecossistema, é o que coloca Costa (1988):
A Educação Ambiental trata-se do processo de aprendizagem e comunicação de problemas relacionados à interação dos homens com seu ambiente natural. É o instrumento de formação de uma consciência por meio do conhecimento e da reflexão sobre a realidade ambiental. (COSTA, 1988, p. 221).
Ensino de inglês e meio ambiente
As DCEs (2008) propõem que o ensino de língua estrangeira deva possibilitar
ao aluno uma visão de mundo mais ampla, para que avalie os paradigmas já
existentes e crie novas maneiras de construir sentidos no mundo.
Ao trabalhar imagens relacionadas ao meio ambiente e produzir pequenos
diálogos em língua inglesa, pretende-se mostrar para os alunos que é possível falar
sobre o tema não somente na língua materna. Nessa perspectiva são desenvolvidos
diversos trabalhos que os levem a pesquisar e interagir sobre o tema em inglês.
Assim, trabalhando de maneira diversificada, as aulas se tornam mais interessantes
e consequentemente o resultado é a aprendizagem, o que de fato se espera.
A partir destas colocações, o ensino da língua inglesa deve contribuir para
formar alunos críticos e transformadores, para que possam ser inseridos na
sociedade como indivíduos ativos, participantes.
Lück (1994) afirma que:
Interdisciplinaridade é o processo que envolve a integração e o engajamento de educadores, num trabalho conjunto de interação das disciplinas do currículo escolar entre si e com a realidade; de modo a superar a fragmentação do ensino objetivando a formação integral do aluno,
a fim de que possam exercer criticamente a cidadania, mediante uma visão global de mundo e serem capazes de enfrentar os problemas complexos, amplos e globais da realidade atual. (Lück, 1994, p.64)
A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
O intuito do presente trabalho teve como temática a utilização de imagens
como instrumento didático no ensino-aprendizagem de inglês por meio do gênero
textual folder. Este gênero foi escolhido, visto que permite aos alunos a participação,
interação e aquisição do conhecimento no processo de ensino-aprendizagem,
considerando suas práticas sociais e transformando-as no letramento crítico e,
consequentemente, levando-os a interagir através da linguagem oral com o mundo,
participando inteiramente no seu contexto ambiental.
No propósito de tornar mais dinâmica a aprendizagem em Língua Inglesa para
o aluno, foram usadas algumas (ações/estratégias de ações) para a elaboração do
projeto aqui apresentado, como por exemplo: aplicação de um diálogo sobre o
gênero folder; análise de folders para reconhecer e identificar as características do
gênero; contextualização do gênero em Português e Inglês, para trabalhar a
oralidade; abordagem do tema meio ambiente através de um vídeo e realização de
atividades; palestra e entrevista com o Secretário Municipal do Meio Ambiente, para
conscientização e preservação ambiental; Produção, correção, revisão e impressão
de folder relacionado ao meio ambiente, para circulação com o intuito de exposição
e valorização do trabalho realizado.
A implementação teve início no terceiro período do PDE, ocorrendo os
encontros uma vez por semana, com duração de 4 aulas por atividade, totalizando
8(oito) encontros, com carga horária de 32 horas.
A primeira atividade foi a apresentação do Projeto aos alunos, explicando
como seriam executadas as atividades planejadas. Em seguida, visando analisar o
conhecimento prévio dos mesmos sobre o gênero folder, foi desenvolvido um
diálogo em inglês com questões a respeito de tal assunto. Observou-se que a
maioria já teve algum contato com o gênero folder, porém, alguns ainda não
conheciam a dimensão dessa forma de comunicação no mundo contemporâneo.
Na atividade seguinte, os alunos organizados em grupos, analisaram alguns
slides de folders, para reconhecer e identificar características e estrutura do gênero.
A exploração dos folders aconteceu por meio de leitura e interpretação das imagens
apresentadas. Também foi disponibilizado alguns folders impressos e em inglês para
análise. Foi uma aula muito proveitosa, pois puderam refletir sobre um texto não
verbal e perceber os efeitos de sentidos por ele provocados.
Criar um clima de interesse e receptividade foi a atividade seguinte, onde
foram distribuídos folders de diversos temas, promovendo discussões a respeito,
socializando ideias, considerando os conhecimentos prévios dos alunos e suscitando
no reconhecimento do estilo próprio do gênero folder. Através de slides com
imagens diversificadas de folders, foi levantado várias questões em inglês,
aproveitando esse recurso para desenvolver a oralidade. Recursos como,
computador, internet, TV pendrive e material impresso foram utilizados para esta
atividade.
Na atividade seguinte, os alunos fizeram uso da língua em situações
contextualizadas, isto é, puderam desenvolver a sua capacidade de leitura e
interpretação de texto, através de conversação e análise da gramática emergente
nos folders distribuídos, bem como, o uso e a função dos verbos no imperativo. Eles
destacaram os verbos encontrados e entenderam a função e a importância dos
mesmos no gênero em questão. Todavia, essa atividade levou os alunos a uma
análise linguística necessária.
Na próxima aula, com auxílio e orientação da professora, fez-se necessário
uma primeira produção, em grupo confeccionaram um folder, para verificação do que
aprenderam, como por exemplo: estrutura, características, tamanho e quantidade de
informações, bem como a distribuição das imagens. Essa atividade foi muito
satisfatória, pois os alunos demonstraram interesse, fizeram algumas ilustrações e
produziram frases empregando o imperativo.
Esta próxima atividade contou com a apresentação do vídeo: “Meio ambiente:
Educação e Consciência Ambiental”, para abordagem do tema “meio ambiente”.
Teve como objetivo a leitura e interpretação das imagens mostradas, assim eles
puderam refletir e discutir sobre as imagens. Esse exercício de oralidade foi
produtivo e importante para fixação do vocabulário a ser trabalhado. Ainda neste
encontro os alunos tiveram a oportunidade de visitar um lago perto do Colégio onde
estudam, onde fotografaram imagens para utilizarmos e analisarmos na sala de aula,
também apresentaram diferentes pontos de vista sobre o meio ambiente do local
visitado. Recursos como, TV pendrive, câmera fotográfica e celular, foram utilizados.
Na atividade seguinte, foi trabalhado em pares o vocabulário referente o meio
ambiente para revisar e praticar as palavras. A atividade se deu através de
acrósticos, resolução de caça-palavras, leitura das imagens feita por eles, e outras,
cujo objetivo foi promover uma reflexão sobre nossas ações diárias em relação ao
meio ambiente. Nesta atividade, os alunos também tiveram a oportunidade de
produzir frases que transmitam mensagens de preservação ambiental e organizaram
cartazes.
Na aula seguinte, foi utilizado o texto “The Atomic Bomb Hiroshima” (2011)
para ser analisado e interpretado através de skimming e scanning. Houve também
uma atividade em dupla, ou seja, eles entrevistaram uns aos outros sobre as
atitudes diárias de cada um em relação à preservação ambiental. Ao final desta
atividade, os alunos ensaiaram uma entrevista elaborada por eles, com auxílio da
professora, para o Secretário Municipal do Meio Ambiente. Os encaminhamentos
para a produção do folder foram direcionados nesta aula, sendo que o tema é a
preservação ambiental.
Como última atividade, foi realizada uma palestra ministrada pelo Secretário
Municipal do Meio Ambiente, cujo objetivo foi a conscientização ambiental e
posteriormente, os alunos exercitando a cidadania e valorizando seu perfil de
estudante com conhecimentos e ideias, visando uma postura mais crítica frente as
atitudes que temos para com o meio ambiente, entrevistaram-no, em inglês,
praticando a habilidade comunicativa da produção oral, em língua inglesa. Essa
atividade foi muito gratificante, pois oportunizou aos alunos o uso da linguagem oral
em uma situação de formalidade, levando-os a acreditar que são capazes de
interagir em situações diversas.
A avaliação a respeito da utilização de imagens como instrumento didático no
ensino-aprendizagem de inglês por meio do gênero textual folder, foi essencial para
o desenvolvimento da implementação do projeto. Os educandos sentiram os efeitos
provocados por textos não verbais, sua importância em exercitar a cidadania, agindo
como sujeitos conscientes, com conhecimentos e ideias, capazes de identificar,
compreender e produzir um determinado gênero.
Durante a implementação do Projeto foi proporcionado pela SEED o curso
GTR, Grupo de Trabalho em Rede, no qual pude participar e discutir sobre a
oralidade através da leitura imagética e midiática, por meio do gênero textual folder,
possibilitando expandir e enriquecer a prática pedagógica. Foram analisadas as
metodologias e experiências como instrumento de apoio no processo ensino-
aprendizagem. O grupo de professores teve a oportunidade de analisar o Projeto de
Intervenção Pedagógica, cujo intuito foi promover entre os participantes do GTR,
discussões e contribuições em relação ao referido Projeto.
O GTR contou com a participação de nove professores, os quais tiveram o
ensejo de refletir acerca de novas práticas pedagógicas que ressaltam a importância
da oralidade, como instrumento indispensável no ensino e aprendizagem em língua
inglesa. É adequado, relatar um pouco sobre as discussões que se obteve em
relação, de como os alunos almejam o conhecimento, socializam e compartilham
suas ideias, os recursos tecnológicos, e, que quando isso é trabalhado com
seriedade, o aprendizado não ocorre apenas em grau de conteúdo, mas também a
nível de cidadania.
Analisou-se também a respeito da Implementação do Projeto e da Unidade
Didática, que no decorrer das reflexões, surgiram pertinentes indagações quanto ao
trabalho com a oralidade através da leitura imagética e midiática nos
estabelecimentos de ensino, salientando que nós como mediadores do
conhecimento devemos nos empoderar com as mudanças significativas, inovar, criar
novas técnicas, estratégias motivadoras e recursos pedagógicos lúdicos, os quais
nos permitem uma nova forma de ensinar e aprender, e, que faz toda diferença no
processo de ensino e aprendizagem. Observou-se que as interações do grupo
aconteceram de maneira significativa e pertinente ao tema.
A reflexão sobre o Projeto entre os participantes do curso GTR, foi de suma
importância ao assunto em questão, o grupo demonstrou grande interesse e
dedicação em desenvolver e socializar as suas práticas pedagógicas, contribuindo
com sugestões positivas sobre o mesmo e salientando que o lúdico possibilita o
envolvimento pleno nas atividades.
Na Unidade Didática, foi mencionada a questão das particularidades de cada
turma, em relação ao tempo para desenvolver as atividades propostas, bem como a
questão da carga horária em língua inglesa, que pode demandar um número maior
de aulas para a conclusão de alguns projetos. Outro ponto relevante citado pelo
grupo GTR é a questão da importância de se divulgar, documentar e estender a toda
comunidade para apreciação e valorização, todos os projetos desenvolvidos por nós
professores e por nossos alunos.
Conclui-se que essas estratégias motivadoras, poderão contribuir e
engrandecer nossa prática, oportunizando a realização de ações pedagógicas de
qualidade, criando um clima de interesse e receptividade, oportunizando a troca de
experiências e levando os alunos a melhorar o processo pedagógico em Língua
Inglesa, com ênfase na oralidade e na produção de diálogos.
Portanto, torna-se fundamental trabalhar as multimodalidades em língua
inglesa, que segundo ROJO (2012), criam novos métodos, estratégias motivadoras e
variados recursos pedagógicos em nosso contexto escolar. O que se espera, é que
nossos alunos se abram a novos horizontes, para que a oralidade, expressão
máxima do ser humano (VYGOTSKY,1934/2005), possa ser desenvolvida na sua
totalidade, melhorando não somente sua aprendizagem, mas tornando-o um sujeito
mais participativo, crítico e atuante na sociedade que o cerca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No âmbito de ensino, língua e sua produção criativa, este artigo apresentou a
importância de trabalhar a imagética e midiática como instrumento didático no ensino
aprendizagem de inglês, enfatizando o desenvolvimento da habilidade oral em língua
inglesa. Através dele discorreu-se sobre a importância da oralidade em sala de aula,
e, sobretudo na aprendizagem da língua inglesa.
A oralidade faz parte do cotidiano dos alunos, é através dela que eles
interagem em todo processo. Devemos ter consciência da sua importância e
desenvolvê-la na sua totalidade, para tanto, é necessário investigar e direcionar
nosso conteúdo de maneira a atender as necessidades dos mesmos, motivando-os
e mostrando que são capazes de realizar grandes projetos.
É pertinente apresentar pontos positivos no decorrer da aplicação das
atividades, a interação e participação muito produtiva por parte dos alunos, o
interesse e a receptividade em desenvolvê-las, visando efetivar o processo ensino
aprendizagem.
Alguns obstáculos foram inevitáveis no decorrer da implementação do projeto,
como por exemplo: falta de um laboratório de informática, visto que a escola não
possui, as Tv pendrive que na maioria das vezes não funcionam, pois necessitam de
manutenção com frequência e isso não acontece, internet muito lenta. Todavia estes
problemas não atrapalharam a execução do projeto.
Como recomendação requer-se a aquisição de um laboratório de informática
para a escola, a manutenção frequente dos recursos tecnológicos disponíveis na
mesma e melhoras em relação ao acesso à internet, proporcionando assim para
futuros trabalhos um ambiente favorável ao desenvolvimento das ações
pedagógicas.
Por fim, a implementação do projeto, as atividades desenvolvidas através da
leitura imagética e midiática no ensino aprendizagem de língua inglesa, foram
consideradas pelos alunos e professores como instrumento imprescindível para
desenvolver a habilidade oral, contribuir para despertar e manter a curiosidade no
processo pedagógico em língua inglesa.
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