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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
A HISTÓRIA CONTADA POR MEIO DE DESENHO, NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, NUMA VISÃO INTERDISCIPLINAR DOS
CONTEÚDOS.
ÁREA: História
NOME DO PROFESSOR PDE: Sirlene Mattos Maciel
Formada em História pela Universidade Estadual Norte Pioneira do Paraná –
UENP/ Campus - Jacarezinho.
Professora Efetiva do Colégio Estadual de Educação de Jovens e Adultos –
CEEBJA de Cornélio Procópio – Núcleo Regional de Cornélio Procópio.
Contado: [email protected]
NOME DO ORIENTADOR: Drº. Anderson Francisco Ribeiro
Doutorando em História pela Universidade Estadual Paulista – UNESP / Campus Assis. Professor
colaborador do Colegiado de História do Centro de Ciências Humanas e da Educação – CCHE / Campus
Jacarezinho. Integrante do Grupo de Pesquisa “Literatura e História: Memória e Representação” (UENP-
CLCA). Contato: [email protected] Doutorando em História pela Universidade Estadual
Paulista – UNESP / Campus Assis. Professor colaborador do Colegiado de História do Centro de Ciências
Humanas e da Educação – CCHE / Campus Jacarezinho. Integrante do Grupo de Pesquisa “Literatura e
História: Memória e Representação” (UENP-CLCA). Contato: [email protected]
Cornélio Procópio- PR
2015
Sirlene Mattos Maciel
A HISTÓRIA CONTADA POR MEIO DE DESENHO, NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, NUMA VISÃO INTERDISCIPLINAR DOS
CONTEÚDOS.
Artigo apresentado à Secretaria de Estado da Educação
do Paraná, como requisito parcial à conclusão do
Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE,
elaborado sob orientação do Professor Drº. Anderson
Francisco Ribeiro.
Cornélio Procópio-PR
2015
A HISTÓRIA CONTADA POR MEIO DE DESENHO, NA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, NUMA VISÃO
INTERDISCIPLINAR DOS CONTEÚDOS.
Sirlene Mattos MACIEL1 Anderson Francisco RIBEIRO (Orientador)2
RESUMO
Este trabalho teve como finalidade refletir sobre a relação entre a teoria e a prática do uso da imagem
(história em quadrinhos, desenhos, filmes, etc.) no Ensino de História. Compreendendo a escola
como um espaço dinâmico de aprendizagem com diferentes olhares e concepções, propôs-se o uso
da imagem no ensino de História como mediação entre esse conhecimento e a melhor forma de
absorvê-lo. Neste contexto, coube ao professor criar formas de ensinar aos alunos do CEEBEJA, de
Cornélio Procópio a conceberem as qualidades da imagem, aguçando a percepção, incentivando a
curiosidade, desafiando o conhecimento prévio, aceitando a aprendizagem que os alunos trazem
para a sala de aula e ao mesmo tempo, oferecendo novas perspectivas de conhecimento, valorizando
os saberes já constituídos e utilizando a imagem como instrumento principal e motivador da
aprendizagem no Ensino de História.
Palavras-chave: Imagem. Educação. Iconografia. História.
INTRODUÇÃO
Ao recorrer ao desenho como estratégia de ensino de História, faz-se uma
ponte com o Ensino de Arte. A arte para alguns é aceita como um produto de
indivíduos dotados, que criam as obras de arte por uma inspiração divina
responsável por lhe conceder o dom para tal.
No contraponto desta concepção, o “[...] materialismo dialético afirma que a
arte como um produto do trabalho humano espiritual-material, como uma forma de
expressão e conhecimento de uma dada realidade, historicamente datada” comenta
1 Formada em História pela Universidade Estadual Norte Pioneira do Paraná – UENP/ Campus -
Jacarezinho. Professora Efetiva do Colégio Estadual de Educação de Jovens e Adultos – CEEBJA de Cornélio Procópio – Núcleo Regional de Cornélio Procópio. Contado: [email protected] 2 Doutorando em História pela Universidade Estadual Paulista – UNESP / Campus Assis. Professor
colaborador do Colegiado de História do Centro de Ciências Humanas e da Educação – CCHE / Campus Jacarezinho. Integrante do Grupo de Pesquisa “Literatura e História: Memória e Representação” (UENP-CLCA). Contato: [email protected]
Peixoto.3 A arte permeia a vida do homem desde os primórdios da humanidade,
portanto, sua conceituação vai estar intimamente relacionada ao período histórico no
qual se situa no modo como os homens pensam o mundo e suas vidas. O desenho
possui uma natureza específica na sua forma de comunicar ideias, sentimentos,
visões de mundo. Na escola, o desenho insere-se na disciplina de Arte e, é de
fundamental importância que o professor compreenda o ato de desenhar, algo
próprio, individual e intransferível. Um movimento que passeia pelo imaginário de
quem está desenhando.
O estudo tem como objetivo refletir sobre a possibilidade de aplicar o desenho
nas atividades de História com os alunos em sala de aula. Assim, a arte “[...] é
necessária para que o homem se torne capaz de conhecer e mudar o mundo. Mas a
arte também é necessária em virtude da magia que lhe é inerente.”4
Neste contexto foi apresentada a proposta de intervenção pedagógica ao
Programa de Desenvolvimento Educacional e implementada no estabelecimento do
CEEBEJA.
O estudo teve sustentação científica baseada na pesquisa
bibliográfica desenvolvida a partir de materiais publicadas em livros, artigos,
dissertações e teses.5 Ela pode ser realizada independentemente ou pode constituir
parte de uma pesquisa descritiva ou experimental. Porém, neste caso, a pesquisa
recebe a denominação de pesquisa-ação e está associada às diversas formas de
ações coletivas que são orientadas em razão do problema da investigação, que tem
como finalidade a transformação social. Este tipo de pesquisa tem recebido o nome
de intervenção. As ideias que impulsionam a pesquisa-ação estão articuladas com a
intencionalidade porque se faz necessário produzir conhecimento.
Vale ressaltar também, que o professor-pesquisador deverá preocupar-se
com conhecimento não só para conhecer a realidade, mas também, para
transformá-la. Assim, ao preparar a pesquisa teórica, faz-se necessário considerar a
seleção do método, a definição da técnica de pesquisa, a organização dos
3 PEIXOTO, M. I. H. Arte e grande público: A distância a ser extinta. Campinas: autores associados,
2003, p. 50. 4 FISCHER, E. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1991, p.20
5 O número de matérias acadêmicas utilizando a interdisciplinaridade e relacionando o uso de
imagens na área de História aumenta a cada dia, e hoje é estudado por diversos historiadores como Peter Burke em Testemunha Ocular e Ana Maria Mauad em diversos textos sobre a análise de imagens e fotografias.
instrumentos de pesquisa, a forma de aplicação dos instrumentos e como tabular os
dados da coleta.
O método selecionado foi o indutivo e as fontes imagéticas são recursos para
desenvolver o imaginário sobre História, uma vez que, muitas dessas ferramentas
trabalham também o ficcional como recurso para motivar o aluno. Enfim, trabalhar
com a iconografia em História em sala de aula é um desafio fascinante que pode
gerar muitas outras possibilidades de ensinar e aprender.
Fundamentação Teórica
A historiadora Carla Bassanezi Pinsky escreve que o trabalho de pesquisa é
duro, cansativo, longo, mas sempre gratificante. Em nosso caso, como os alunos
trabalharam diretamente com a confecção das imagens e em um determinado
momento tiveram que criar um “olhar de historiador”, para que pudesse reconhecer
os elementos que compõe e que fazem parte desse universo imagético, nos parece
importante relacioná-las também além do campo da História e da Imagem, com as
problemáticas encontradas nas fontes manuscritas. A historiadora ainda comenta
que:
O trabalho com fontes manuscritas é, de fato, interessante, e todo
historiador que entra essa seara não se cansa de repetir como os
momentos passados em arquivos são agradáveis. [...] O abnegado
historiador entenda-se ao ler os testemunhos de pessoas do passado, ao
perceber seus pontos de vista, seus sofrimentos, suas lutas cotidianas. [...]
e deseja-se ler mais documentos para acompanhar aquela história de vida,
o seu desenrolar.6
A autora eterniza o sentimento do pesquisador quando na imersão de leituras
para elaborar a sua pesquisa. Segundo Panofsky chama a atenção para as imagens
que: “quando se apresentam combinadas com outras, se tornam alegorias ou
estórias”. Interpretar imagens, estórias e alegorias são parte importante de analisar a
figuração iconograficamente. Segundo o autor, a analise iconográfica diz respeito a
intenção consciente do “Artista”, apesar das qualidades expressivas da
representação nem sempre serem intencionais. O valor da experiência, na
6 PINSKY, Carla B. Fontes Históricas. São Paulo: Perspectiva, 1991, p. 50.
concepção da John Dewey significa: ‘’o principio da continuidade de experiências
significa que toda e qualquer experiência toma algo das experiências passadas e
modificada de algum modo as experiências subsequentes’’.
Ensina John Dewey que o papel do professor e educador perpassa por certas
responsabilidades:
[...] a responsabilidade primaria do educador não é apenas a de estar atento ao principio geral de que as condições do meio modelam as experiências presente do aluno, mas também de conhecer nas situações concretas que circunstancias ambientes conduzem a experiência que levam ao crescimento. Acima de tudo, deve saber como utilizar as condições físicas e sociais do ambiente para delas extrair tudo o que possa contribuir para um corpo de experiências saudáveis e validas.
7
A aproximação da pedagogia de Paulo Freire8 com a teoria de John Dewey
podem ser observadas pela ideia: ‘’só se aprende a fazer, fazendo’’ e pela relação
com a disciplina, que em Dewey ganha reforços as teses da necessidade de que o
interesse oriente os procedimentos comportamentais dos alunos. Os pesquisadores
tem em comum a concepção do ato de pensar, segundo os quais:
[...] o pensar valoriza o aprendizado e a capacidade de pensamento autônomo e reflexivo, sendo condições necessária para o exercício da vida democrática. Em Freire, as categorias da ‘’conscientização’’ e do ‘’pensar certo’’ revelam que é por meio da educação que a autonomia do pensar pode intervir na realidade. Para Freire, ‘’a melhor maneira de refletir é pensar a pratica e retornar a ela para transforma-la’’.
9
No entanto, para atingir a autonomia é necessária uma relação de respeito e
abertura ao outro que se estabeleça o dialogo. E o professor deve se colocar numa
situação de disponibilidade para esse dialogo, tendo certeza de que não detém o
todo do conhecimento. não é dono da verdade. Nesse sentido, complementa
Montenegro que ‘’[...] na evolução do ser humano, muita gente descobre que perdeu
a disposição para criar, que não é mais criança, porém, ninguém observa que, se a
disposição foi perdida, a capacidade de criar permanece’’.10
7 DEWEY, John. Experiência e educação. Tradução de Anísio Teixeira. 15ª edição. São Paulo:
Editora Nacional,1952,p.26.6 Idem,p.32-33 8 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia- saberes necessários á pratica educativa. São Paulo: Paz
e Terra,1996,p.42-44 9 DEWEY, John. Democracia e Educação. Introdução a Filosofia da Educação. ed. São Paulo:
Companhia Nacional, 1979, p.14. 10
MONTENEGRO, Gildo. A invenção do projeto: a criatividade aplicada ao desenho industrial, arquitetura e comunicação visual. São Paulo: Blucher,2004.
Nas palavras de Betty Edwards o processo de desenhar esta interligado com
a capacidade de ‘’ver’’ (percepção) e este está relacionado ao desenvolvimento das
cinco habilidades básicas necessárias á capacidade de percepção: desenho de
meros contornos (percepção de arestas); espaço negativo e formas positivas
(percepção dos espaços); proporção e perspectivas (percepção dos
relacionamentos); luzes e sombras ( volumes) e o Gestalt (que é a percepção do
todo ou sistema de leitura visual da forma).11 A ultima habilidade surge como
resultado da aquisição das outras quatro.
Complementando a discussão Arendt12, relata que o Desenho assim como a
História, traz consigo um conceito de perpetuação, pois, por meio do desenho tem a
possibilidade de reler diversas histórias, dentre elas, a historia da Arte, Arquitetura,
do Urbanismo, da Moda e todas as demais áreas em que o Desenho tem sido
usado, daí, a sua importância para contar a Historia da Humanidade. Nesse sentido,
os desenhos como fontes não devem servir apenas como ilustração, deve o
professor considerar as operações cognitivas que o aluno utilizou ao usar a
imaginação para tentar criar um raciocínio histórico e tenha feito à ligação do
passado e do presente, e nesse estudo privilegiamos a relação entre imagem e o
discurso histórico proposto nas aulas de História a fim de produzir o conhecimento
histórico.
Metodologia
O projeto foi desenvolvido no ano de 2015 conforme cronograma do projeto e
teve como desafio inicial o objetivo de incentivar e, ao mesmo tempo, levar os
alunos a se depararem com o uso de imagens de forma crítica. Tendo em vista que
o conhecimento desses é limitado tanto em relação tanto à História quanto da Arte,
as atividades foram desenvolvidas a partir de unidades didáticas para a
implementação do estudo fundamentada na leitura e construção de desenhos. A
aplicação realizou-se também em 2015, no segundo semestre no centro Estadual de
Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA), no período vespertino.
11
EDWARDS, Betty. Desenhando com o lado direito do cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. 12
ARENDT H. O conceito de Historia: antigo e moderno. In: Entre o passado e o futuro. 2º edição. São Paulo: Perspectiva, 1988
A prática em sala de aula revela, aos poucos, a necessidade que o docente
tem na busca de melhorar sua didática. Diversas são estas situações, que vão
desde o material utilizado até a dificuldade do próprio aluno. Assim, o que o
professor busca na escola atualmente é ver outras formas mais enriquecedoras para
elaborar suas aulas, fazendo com que procure fazer uso da interdisciplinaridade
para ultrapassar os limites impostos pela rigidez das disciplinas.
Diante desse painel, optamos pelo uso de imagens, histórias em quadrinhos e
fotografias, pois enriqueceram as aulas de História indo além da concepção
tradicionalista de ensino, o que privilegia a compreensão e interpretação do texto de
forma crítica e reflexiva.
Além disso, o uso das tecnologias como laboratório de informática e data
show, foram essenciais para estimular a participação dos alunos na pratica das
atividades que os encaminharam a desenvolver, ainda mais, estimular o prazer em
ler, interpretar e produzir.
O estudo teve sustentação cientifica baseada na pesquisa bibliográfica, que
auxiliou na abordagem do assunto, promovendo leituras e a sistematizações por
meio de fichamentos; complementada com artigos científicos extraídos de sites
recomendados na área do Ensino de História, revistas especializadas e atividades
de leitura e reflexão desenvolvidas em sala de aula, com estudantes do CEEBJA
(Ensino Fundamental) envolvidos com o problema. Outra etapa consistiu na
aplicação de um questionário semiestruturado (perguntas fechadas e abertas) com
10 questões13, direcionado para um publico externo, que após tabuladas, analisadas
e discutidas possibilitaram aferir dados relevantes e atualizados do uso do desenho
como ferramenta auxiliar na aprendizagem, especialmente no estimulo do ato de
pensar.
Wilian Bonete realizou uma pesquisa para identificar os sentidos
manifestados por alunos da EJA sobre a Historia14, elegendo três questões como
prioritárias para escutar o pensamento dos alunos participantes. Afirma o
pesquisador que “[...] é através da consciência histórica que o homem experiência a
historia e recorre a ela para justificar suas posições presente’’, até porque, ela faz
parte da essência humana, esta introjetada no íntimo do ser e se constrói fora do
13
O questionário será descrito ao longo do artigo. 14
BONETE, Wilian. Alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a História: Entre significados e representações. Revista Historia E Ensino, Londrina, v.19, n.2,p.284, jul-dez.2013.
espaço da sala de aula. Essa concepção é compartilhada com: Heller (1993), Rusen
(2001), Germinari (2010) e Cerri (2011). Argumentando sobre este pensamento
Heller salienta que a historicidade abrange três categorias: tempo, espaço e
mortalidade. Dessas condições decorrem as nossas indagações: ‘’de onde viemos, o
que somos e para onde vamos?’’.
A consciência histórica articula ações do presente com o passado, porém,
não tem poder para antever o futuro e fazer da Historia um evento calculado no
tempo e no espaço. Outra contribuição da consciência histórica é a criação da
identidade coletiva que conduz a uma interpretação de si próprio, da sociedade e da
coletividade, valorizando os saberes escolares e não escolares e especialmente,
compreendo que cada um compõe a sua historia e juntos, da coletividade.
Dessa forma, o docente de Historia seja no EJA ou outra modalidade de
ensino, deve valorizar o seu momento de ensinar e aprender, particularmente
quando as possibilidades de docentes e alunos firmarem novas articulações com
saberes históricos individuais, locais, regionais e planetário.
Para a realização da coleta de dados foi utilizado um questionário como forma
de investigação inicial sobre o assunto, formado por quatro questões que se
relacionavam às atividades propostas que foram implementadas.
Na minha proposta de intervenção pedagógica farei uma articulação com o
conteúdo do texto, objeto da resenha, que me despertou novas inquietações, em
relação a consciência histórica e a valorização da história de vida dos alunos.
Na primeira fase do projeto, foram apresentadas as seguintes questões:
Você gosta de ler?
O que você prefere? Registrar o que você entendeu do conteúdo com
Desenhos ou com Texto?
O que faz uma leitura ser mais interessante que a outra?
Que tipo de histórias você gosta mais?
Você tem dificuldade de expressar seus conhecimentos através de
textos?
Vocês tem o hábito de ler histórias em quadrinhos?
As questões apresentadas foram intencionais para coletar, através da escrita,
as opiniões dos alunos sobre a prática da leitura, escrita e interpretação durante as
aulas de História. A realização dessa atividade durou 20 minutos e, foi possível
perceber a preferência de cada um.
No início, manifestaram certa resistência ao realizar a atividade, porém, ao
poucos, foram se identificando.
De posse das informações sobre o contexto de ensino e o levantamento do
perfil dos alunos participantes, desenvolvi as atividades da implementação com base
nas respostas, que serviu de base para a minha análise.
As atividades surtiram efeito prazeroso e, ao mesmo tempo, socializou
os alunos, criando um ambiente coletivo na troca de ideias. Ao finalizar o projeto,
solicitei aos alunos que respondessem as seguintes questões:
Você se lembra das questões sobre leitura do primeiro dia de aula?
O que mudou na sua opinião a concepção de leitura, interpretação e
compreensão?
Com as informações colhidas verificamos os momentos em que os
alunos apresentaram mudanças de opiniões, crescimento de conceitos,
amadurecimento.
.
UNIDADE DIDÁTICA
O jovem e o adulto que retornam para a sala de aula desejam novos
conhecimentos e habilidades que os façam articular com a sociedade e praticar o
exercício da cidadania. Assim, o docente que atua com a Educação de Jovens e
Adultos necessita promover o encontro com o prazer de aprender, recuperar o
prazer de trabalhar aprendendo e aprender trabalhando.
Nesse sentido, para uma pessoa aprender necessita estar em
condições de fazer um investimento pessoal em direção ao conhecimento. Vale
salientar que a aprendizagem vai acontecendo à medida que a pessoa constrói uma
série de significados que ela faz com seu contexto socioafetivo. Portanto, o docente
da EJA deve estar convencido de que a afetividade é fundamental para a autoestima
do aluno e também, persuadi-lo de que os novos paradigmas que vivemos a cada
dia perceberam que o todo já mudou e as pessoas sentem-se impelidas a mudar
também, pois, é urgente a mudança sob pena de não conseguirem sobreviver.
Diante desses argumentos, como docente de História, propus para os alunos
e as alunas da EJA atividades baseadas em Desenho.
1) Vamos estudar sobre o Descobrimento do Brasil.
Assistir o vídeo: O descobrimento do Brasil – 22 de abril.
Disponível: www.youtube.com
A seguir, fazer as atividades abaixo que foram adaptadas do blog: Disponível
em: <http://4.bp.blogspot.com/-HMyBOmEwTgk/UAB
sPkPulI/AAAAAAAAyyc/nxEDmhQ1L34/s1600/EJA+Hist%C3%B3ria+Ativid>.
Acessado em: 02-02-2016
Socialização do projeto de intervenção pedagógica
Aqui iremos descrever os passos de cada módulo, como foi, como os alunos
reagiram, o que disseram, quais as imagens utilizadas. Mostraremos o que foi
discutido no GTR e as impressões que obtivemos com esta pesquisa. Apontamos
também algumas mudanças sugeridas e as análises dos desenhos produzidos pelos
alunos.
“Módulo 1 – A historia da fotografia”
Iniciamos o trabalho com a leitura da historia da fotografia, explicando sua
abrangência em varias áreas do cotidiano, uma vez que é um mecanismo que nos
permite arquivar um momento. Nesse momento pudemos constatar a importância de
se conhecer as bases da Arte e das mudanças tecnológicas que acompanharam as
transformações neste campo. Nesse primeiro momento, procurei desenvolver
exercícios que introduziram o tema a ser estudado através de perguntas orais e
investigativa, dessa forma os alunos puderam participar e discutir entre si. A
atividade foi de fácil aplicação não havendo dificuldade entre os alunos por serem
perguntas pessoais, na qual foi possível diagnosticar a falta de leitura.
“Modulo 2 – Fotografia X Tecnologia – Linha do tempo”
“Trazendo o passado para o presente através da tecnologia” foi apresentada
a linha do tempo registrada com as principais imagens históricas na busca de
prender a atenção do aluno.
Neste módulo levei os alunos no laboratório de informática para que
pudessem ver e analisar as diversas formas de vários autores representarem os
marcos da História.
Dessa forma consegui mostrar a eles q nós somos os autores da História, que
podemos construir a nossa linha do tempo com desenhos mais significativos para
nós, de acordo com fatos históricos que estão mais próximos da nossa realidade.
Tal ação promoveu a contextualização histórica.
O resultado da atividade foi positiva, pois os alunos participaram de maneira
atenciosa e curiosa ao verificar que o mesmo fato histórico pode ser representado
com várias imagens, dependendo do autor. O exercício com imagens da linha do
tempo despertou nos alunos a vontade de ler.
Figura 01 – Linha do tempo
“Modulo 3 – Produção de uma história em quadrinhos”
O objetivo desse módulo foi explorar as características das historias em
quadrinhos (HQ) e estimular a criatividade do aluno na confecção de uma historia de
sua autoria. O leitor diferente daquela que se obtém por meio da leitura de um livro.
A leitura dos quadrinhos não se limita ao texto, mas estende-se à imagem, ajudando
a formar habilidades mais complexas de análise e contextualização. São estas
particularidades, dentre elas a integração entre texto e imagem, que colocam os
quadrinhos como um instrumento valioso para o desenvolvimento e estímulo da
leitura.
As histórias em quadrinhos é uma forma específica de leitura. Os quadrinhos
têm características próprias que lhe permitem uma interação com leitor diferente
daquela que se obtém por meio da leitura de um livro.
Foi apresentado aos alunos um modelinho de história em quadrinho para que
pudessem verificar as principais características que são: em quadros com desenhos
de textos, as falas dos personagens são apresentadas em balões, que variam de
formato conforme a mensagem.
Sem dúvida um momento muito prazeroso, na qual os recursos audiovisuais
contribuíram para que a compreensão fosse positiva. A discussão foi animada em
relação a personagem, o suspense, a atmosfera criada pela história, o que gerou
várias opiniões acerca da escolha de conteúdos históricos
Figura 02 – Chico Bento. Disponível em:
<<www.gibitecacom.blogspot.comwww.gibitecacom.blogspot.com>>
“Modulo 4 - CONFECÇÃO DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS UTILIZANDO
TECNOLOGIA/APLICATIVOS”
Apresentamos aos alunos formas novas de se confeccionar uma historia em
quadrinhos com meios tecnológicos, como comic life, por exemplo, que vem unir
fotografia ao desenho animado.
Os alunos se divertiram muito ao serem apresentados a esse site e trocaram
diversas experiências, ideias inusitadas aplicando dentro dos conteúdos históricos.
O nível de dificuldade quase não existiu a aprendizagem foi muito rápida pelo fato
das tecnologias já fazerem parte das suas vidas. Expliquei que nem sempre tudo foi
tão fácil assim, até um determinado período histórico, imagens, criadas a partir de
desenhos ou pintura eram feitas artesanalmente, uma a uma. Dessa forma verifica-
se a grande evolução da História.
Figura 03 – Programa Comic Life. Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=comic+life&biw=1366&bih=659&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiNhfj6iM_KAhUKFpAKHZA8BGYQ_AUI
BigB#imgrc=>_
“Modulo 5 – LEITURA E INTERPRETAÇÃO
Nesse módulo que demos o nome de “Dificuldades da leitura e interpretação”
retomamos a leitura, auxiliando para que o aluno consiga utilizar das imagens uma
fonte de aprendizagem para facilitar sua compreensão.
O presente módulo teve início com um exercício oral em que os alunos
responderam a questões sobre as ilustrações que foram apresentadas sobre: “O
Descobrimento Do Brasil”, após a leitura, os alunos participaram de uma atividade
em grupo que propiciou a discussão sobre personagens, aspectos físicos e
psicológicos e tema social abordado pelo texto. Assim, o módulo teve sua sequência
com exercícios de ordenar imagens. Sem dúvida um momento que contribuiu para
que a compreensão do conto fosse positiva. A discussão foi animada em relação a
personagem, o suspense, a atmosfera criada pela história, o que gerou várias
opiniões na justificativa a cerca do título.
Figura 04 – História, descobrindo o Brasil
“MODULO 6 – PRODUÇÃO DE APRENDIZAGEM ADQUIRIDA”
Os alunos puderam colocar em pratica o que foi apresentado até agora, tanto
poderão apresentar fotografia como desenhos de autoria própria.
Foi proposto neste módulo que cada aluno escolhesse um tema diferente
para reproduzir através de desenhos isolados, tirinhas, carta enigmáticas ,recortes
de gibis, imagens coladas em cartazes com algumas ilustrações desenvolvendo
assim a capacidade de ação, enfim, toda a criatividade é válida para disseminar o
conhecimento,. Os alunos se mostraram confiantes, independentes podendo assim
conciliar a teoria com a prática.
Com a divulgação do estudo na escola, ainda que de maneira simples, eles
perceberam de como foi bom compartilhar com os demais.
Desenvolvimento do Feudalismo. Fonte: Aluno
CEEBJA
Fonte: Alunos CEEBJA Revolução Industrial x Capitalismo –
Fonte: Alunos CEEBJA
Fonte: Alunos CEEBJA
“MODULO 7 – MONTAGEM DO MURAL”
Foi proposto que aos alunos que montassem uma divulgação no mural da
escola, através de cartazes, bilhetes cifrados, ilustrações, Os alunos fizeram a
montagem de um mural para posterior apresentação, onde estarão seus trabalhos
confeccionados durante as aulas anteriores. O pátio do colégio foi utilizado para
expor informativos, divulgando assim, a Amostra Pedagógica. Os alunos se
mostraram ansiosos, confiantes e entusiasmados em poder compartilhar com os
demais.
Fonte: Alunos CEEBJA Carta Enigmática. Fonte: Alunos
CECEEBJA
Fonte: Acervo pessoal
Fonte: Acervo pessoal
Fonte: Acervo pessoal
“MODULO 8 – PRODUÇÃO FINAL”
Na “Amostra pedagógica” foi apresentado para os restantes dos alunos da
escola, pais e professores o mural feito pelos alunos. A exposição contou com a
presença do jornal local para a divulgação.15
Quando iniciei as atividades do projeto, tinha expectativas boas, pois os
alunos se mostraram bastante receptivos, justamente por ser uma atividade
diferente do que já havia sido vivenciado por eles. É fundamental ressaltar que ao
longo da sequência didática, entre um conteúdo e outro auxiliaram os alunos a
fazerem suas próprias reflexões a respeito de determinado assunto, expandindo
assim o conhecimento já adquirido. Houve uma grande participação nas aulas, e o
que melhorou bastante o interesse dos alunos foi a maneira como foi apresentado
os módulos através do instrumento midiático e uso do data show que deixaram as
aulas mais motivadoras.
Para a avaliação de um trabalho, cuja abordagem é baseada na produção
de imagens, não podemos mais focar apenas em aspectos linguístico-discursivos do
texto, devendo mudar o nosso olhar transformando em um olhar plural para uma
avaliação mais abrangente, ao verificar o contexto de produção, organização, pois
são coerentes, afinal, mais importante de ensinar é fazer do aluno um ser crítico e
reflexivo, capaz de modificar o meio em que vive.
O resultado do último questionário foi muito positivo, comparado com o
primeiro, percebemos que as respostas pessoais passaram a apresentar conteúdo,
já que no outro momento eles não souberam justificar sobre a forma diferenciada de
aprendizagem, pareciam desmotivados até então.
No final todos procuraram produzir dentro da estrutura trabalhada
proporcionando grande envolvimento com o texto.
A receptividade do público alvo no inicio foi preocupante, por serem alunos do
CEEBJA, que na maioria ficaram muito tempo afastados da escola. Mas com o
passar do tempo percebi que os desenhos/quadrinhos/fotografias iam motivando o
interesse pelas aulas.
O GRUPO DE TRABALHO EM REDE – GTR
15
Jornal A Voz do Povo
O programa de Desenvolvimento Educacional – PDE é uma politica de
Formação Continuada de Professores, desenvolvida pela SEED-PR que proporciona
aos participantes subsídios teórico-metodológicos para o desenvolvimento de ações
educacionais sistematizadas, com objetivo de aperfeiçoar o professor.
O GTR constitui uma das atividades da Turma PDE/2014 e caracteriza-se
pela interação a distancia entre o professor PDE e os demais professores da Rede
Publica Estadual, cujo objetivo é socializar e discutir o Projeto de Intervenção
Pedagógica e Produção Didático-pedagógica na escola.
Nessa temática, foi realizado um processo de aprofundamento teórico e
apresentado o Projeto de Intervenção Pedagógica na escola. O objetivo foi promover
entre os participantes do GTR discussões sobre o referido projeto. Foram dez os
professores inscritos do GTR de 2015, embora apenas sete participasse
efetivamente ao deixarem comentários. Selecionaram-se quatro registros que
deram, a partir das opiniões, a dimensão do trabalho. A contribuição foi muito
positiva no processo de interação na troca de experiência, ao possibilitar que todos
os envolvidos analisassem as realidades de suas escolas tendo como escopo a
proposta apresentada.
Comentário dos Docentes
Participante 1 - segunda, 12 Out 2015, 15:07
Obviamente não devemos dissociar a leitura do ensino de História, porém,
sempre enfatizo que, sempre que possível, devemos utilizar ao máximo as
imagens como material imprescindível de compreensão historiográfica e
não somente na matéria de História, e sim em todas as outras. Eu mesmo,
recorro permanentemente às imagens no dia a dia em sala de aula,
principalmente montando aulas usando o recurso de power point (após uma
pesquisa prévia) e ampliando as imagens através do data show, e através
de exibições cineclubistas coletivas, apresentar filmes (nos mais variados
formatos, gêneros e épocas) saindo da massificação hollywoodiana tão
presente como produto da indústria cultural colonizante.
Percebo na utilização de imagens uma ferramenta potente de se fazer com
que os/as estudantes demonstrem interesse e busquem individualmente ou
em grupos sanar desafios apresentados quando de uma primeira
demonstração da quantidade de possibilidades que as imagens podem
proporcionar, e isso se aprende na prática, no aprendizado e trocas de
experiências. Isso compreendi nas duas redes de ensino que atuei, no MT e
no PR, e sempre tento repassar minhas experiências positivas (e negativas
também) aos colegas de trabalho.
Fotos em anexo de uma oficina de confecção de máscaras utilizando fibras
(cascas) de palmeira. Cineclubismo na escola. E lendo e relendo seu
projeto, percebo efetivamente a importância da imagem no transcorrer do
tempo e como é pertinente atualmente.
Participante 2 - quinta, 15 Out 2015, 01:06
Nas escolas públicas há sempre problemas diversos, isso é histórico e faz
parte da realidade de todos os envolvidos no ambiente escolar. Em relação
aos professores, infelizmente ainda existem aqueles que resistem
as inovações.
Com certeza professora Sirlene, o projeto apresentado pode contribuir para
atender melhor às especificidades locais não só minhas, mas de todos os
professores que buscam inovações em suas aulas. Pois levar imagens à
sala de aula configura uma alternativa que possibilita estimular o interesse
do aluno bem como possibilitá-lo compreender sua realidade de modo bem
mais amplo. Ele nos abre horizontes para conhecimento das diversas
formas de se utilizar a imagem na sala de aula. Portanto é de grande valia a
nós professores este GTR. Inclusive porque o
mesmo proporciona a compreensão de como os meios audiovisuais,
incluindo os cinematográficos, são considerados recursos estratégicos que
podem contribuir com uma possível ampliação da percepção que
possivelmente tenham da construção de sua própria história, como
indivíduos, como participantes da história do seu bairro, da sua cidade, de
seu estado ,da própria nação ou até mesmo de outro continente. A
exemplo relato minha experiência como professora PDE em 2010, onde
trabalhei a cultura afro e afro-brasileira, produzi um filme
etnográfico sobre a Capoeira baseada na cultura local, e através do grupo
de capoeira descobri que em nossa cidade havia remanescente quilombolas
do Quilombo Manoel Ciriaco de Guairá.
Participante 3 - terça, 15 Set 2015, 14:52
Acho que a interpretação da imagem junto com o aluno é a maior riqueza. Ir
questionando, instigando e aos poucos ir mostrando todas as possíveis
dimensões de uma imagem no processo de aprendizagem do mesmo.
Acredito muito no visual na sala de aula como facilitador da aprendizagem e
até mesmo de causar interesse no aluno e hoje com a tecnologia nas mãos,
com certeza temos condições de mostrar toda a história por meio de
imagens aos nossos alunos. Atualmente temos acesso a recursos
tecnológicos para irmos além do livro didático, e mostrar a imagem no
laboratório de informática ou no próprio celular em sala de aula, quando a
atividade permitir essa utilização.
Participante 4 - segunda, 19 Out 2015, 14:31
Aponto como contribuição principal do projeto o uso da imagem como
precursora da escrita e desenvolvimento da aprendizagem dos alunos da
EJA. Trabalhar História sempre foi um desafio, despertar o interesse dos
alunos para as relações que ocorrem na história é de fundamental
importância para o exercício da cidadania, portanto o uso da imagem torna-
se uma ferramenta de interesse, ao visualizar as imagens os alunos
identificam-se com os conteúdos de história, percebem que a história e
construída nas relações sociais as quais eles fazem
parte.
(...) as imagens fotográfica e cinematográfica são instrumentos que também
estimulam, internamente, as pessoas em um movimento dialético, atingindo
aspectos da natureza humana como memória, atenção, emoção,
socialização, desenvolvimento e aprendizagem.(Aguiar, 2010, p.1)
O uso de imagens ajudaram os estudantes a construir o imaginário
contribuindo assim para o aprendizado, no exercício da profissão precisamos ser
pesquisadores e criar mecanismos que desperte o interesse de nossos alunos pelo
aprendizado, somente o entendimento do aluno pelo conhecimento histórico pode
contribuir para uma sociedade participativa, que atue de forma responsável.
Considerações Finais
Com o desenvolvimento deste estudo, percebeu-se que o uso da iconografia
com os recursos baseados em desenho, pintura, charge, como formas de levar o
aluno a desenvolver seu conhecimento em História foi uma atividade de eficiência e
eficácia, concordando com a afirmação Le Goff: “[...] que a história para ser escrita
se vale de uma série de fontes que incluem desde documentos oficiais, noticiários
da imprensa, história oral até o uso de imagens ou das mídias mais avançadas da
atualidade”.16
Diante das inúmeras fontes a que o professor recorre para ensinar História no
mundo de hoje, o uso da imagem utilizada em sala de aula está diretamente voltada
para a produção e melhor compreensão do conhecimento histórico, além, de ser
uma alternativa para motivar os alunos a ter interesse nas aulas de História e se
habilitarem para o ENEM, que tem utilizado deste recurso em suas avaliações.
Com relação ao feedback dos cursistas obtive como resultado, em todos os
módulos, uma resposta positiva do trabalho apresentado onde a visualização de um
novo olhar para a História Iconográfica, da qual, foi possível mediante novas
expectativas, vislumbrar futuras aulas onde o trabalho será inserido, trazendo aos
16
LE GOFF, J. Uma vida dedicada à História. São Paulo: UNESP, 1993
docentes que irão se apropriar destes conhecimentos uma oportunidade ímpar na
formação de um cidadão consciente, crítico e reflexivo, pois no seu dia a dia, mesmo
que de forma inconsciente, vivencia a todo momento uma sociedade onde as
imagens fazem parte do seu cotidiano.
No mundo em que vivemos estamos rodeados de imagens, vivemos no
mundo visual, muita coisa nos é apresentado por imagem, por isso precisamos de
uma reeducação visual, pois as imagens tem o poder de sensibilizar o nosso olhar
que influenciam a forma de leitura que se faz do mundo.
Diante disso, ficou comprovado que as ações didáticas tendo como objeto a
História Iconográfica, possibilitam o desenvolvimento de capacidades de pesquisa e
produção como mediação do processo de ensino-aprendizagem de História e que
esse processo é atrativo aos alunos. No mundo em que vivemos as imagens tem o
poder de sensibilizar o nosso olhar e influenciar a forma de leitura que se faz de si e
do mundo.
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