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Os Caminhos da Esquistossomose dentro do nosso corpo

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OS CAMINHOSDA ESQUISTOSSOMOSE

DENTRO DO NOSSO CORPO

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OS CAMINHOSDA ESQUISTOSSOMOSE

DENTRO DO NOSSO CORPO

Série Esquistossomose n° 8Parte I

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Catalogação-na-fonteRede de Bibliotecas da FIOCRUZBiblioteca do CPqRRSegemar Oliveira Magalhães CRB/6 1975

S398c2007

Schall, Virginia (Organizadora); Massara, Cristiano Lara; Enk, MartinJohannes; Barros, Héliton da Silva; Miranda, Érica da Silva. (Autores).

Os Caminhos da Esquistossomose dentro do nosso corpo / VirginiaSchall; Cristiano Lara Massara; Martin Johannes Enk; Héliton da SilvaBarros; Érica da Silva Miranda. – Belo Horizonte: FIOCRUZ/Instituto RenéRachou/, 2007.

26 f.: il.; 148 x 210mm.- (Série Esquistossomose; 8, Parte I)ISBN: 978-85-99016-09-1

1. Esquistossomose 2. Corpo Humano 3. Helmintos I. Título. II.Schall, Virgínia Torres (Organizadora) III. Massara, Cristiano Lara IV. Enk,Martin Johannes V. Barros, Héliton da Silva VI. Miranda, Érica da Silva VII.. Laboratório de Educação em Saúde VIII. Laboratório de EsquistossomoseIX. Laboratório de Helmintoses Intestinais.

CDD – 22. ed. – 616.963

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Ministério da Saúde

FIOCRUZFundação Oswaldo Cruz

Paulo Marchiori BussPresidente

Ary Carvalho de MirandaVice - presidente de

Serviços de Referência e Ambiente

Instituto René RachouÁlvaro José Romanha

Diretor

Laboratório de Educação em SaúdeVirgínia Schall

Laboratório de EsquistossomosePaulo Marcos Zech Coelho

Laboratório de Helmintoses IntestinaisOmar dos Santos Carvalho

Projeto Gráfico e IlustraçõesCarlos Jorge

João Estábile (Multimeios/IRR)

Contato: [email protected]

Belo Horizonte2007

Fig 1, 2, 7, 9, 10, 15 e 17 - acervo do Instituto René Rachou/Fiocruz-MinasFig 3, 4, 5, 8, 12 e 16 - www.pat.cam.ac.uk/~schistoFig 6 - www.3ir.org.uk/img/fig09.jpgFig 11 - www.biosci.oho_state.edu/~parasite/schistosome_pathology.htmFig 13 - Guia de vigilância epidemiológica e controle da mielorradiculopatia esquistossomótica. Brasília – Ministério da Saúde. 2006.Fig 14 - www.emedicine.com/ped/topic2055.hym

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Virginia SchallPsicóloga. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Mestre em Fisio-logia e Biofísica. Doutora em Educação. Pesquisadora Titular da FundaçãoOswaldo Cruz, Chefe do Laboratório de Educação em Saúde do Instituto RenéRachou (FIOCRUZ, MG).

Cristiano Lara MassaraBiólogo. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Mestre em Parasi-tologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Doutor em Biologia Parasi-tária pela Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ. Pesquisador. Vice-chefe do La-boratório de Helmintoses Intestinais do Instituto René Rachou (FIOCRUZ, MG).

Martin Johannes EnkMédico. Universidade Federal de Viena, Áustria. Doutor em Doenças Infeccio-sas e Parasitárias pelo Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde doInstituto René Rachou (FIOCRUZ, MG). Laboratório de Esquistossomose.

Héliton da Silva BarrosBiólogo. Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Mestrando do Progra-ma de Pós-Graduação em Ensino de Biociências e Saúde do Instituto Oswal-do Cruz/Fiocruz. Laboratório de Educação em Saúde do Instituto René Ra-chou (FIOCRUZ, MG).

Érica da Silva MirandaBióloga. Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Mestre em Ensino deBiociências e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz. Bolsista do CNPq.Laboratório de Educação em Saúde do Instituto René Rachou (FIOCRUZ, MG).

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COORDENAÇÃO DO PROGRAMAINTEGRADO DE ESQUISTOSSOMOSE/FIOCRUZ

Coordenador Geral

Omar dos Santos Carvalho

Secretária Executiva

Liana Konovaloff Jannotti Passos

Coordenadores Regionais

Carlos Eduardo Grault (IOC/ENSP)Eridan de Medeiros Coutinho (IAM)

Naftale Katz (IRR)Zilton de Araújo Andrade (IGM)

Comitê Assessor

Constança Clara Gayoso Simões BarbosaHenrique Leonel Lenzi

José Roberto Machado e SilvaOtávio Sarmento Pierre

Rodrigo Correa de OliveiraVirgínia Torres Schall

Wladimir Lobato Paraense

Comitê Externo

Aluízio Rosa PrataAna Lúcia Coutinho Domingues

Edgar Marcelino de Carvalho FilhoRonaldo Santos Amaral

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PUBLICAÇÕES DO PROGRAMA INTEGRADO DE ESQUISTOSSOMOSE

Souza CP, Lima LC. 1997. Moluscos de interesse parasitológico do Brasil. 2nded. Belo Horizonte: Centro de Pesquisa René Rachou; 79 p. (Série Esquistos-somose, 1).

Santos MG. 1990. Esquistossomose: é melhor prevenir que remediar. BeloHorizonte: Centro de Pesquisa René Rachou; 20p. (Série Esquistossomose,2).

Katz N, Guerra HL, Marques Junior AM, Carvalho OS. 1990. Bibliografia Brasi-leira de Esquistossomose [Bibliografia em disquetes]. Belo Horizonte: Centrode Pesquisa René Rachou; (Série Esquistossomose, 3). 3 disquetes 3 ½ pol.Programa MicroISIS.

Tendler M, Correa-Oliveira R, Parra JFC, Carvalho OS. 1996. Quem é quem empesquisa sobre esquistossomose na Fiocruz. Belo Horizonte: Centro de Pes-quisa René Rachou; 59p. (Série Esquistossomose, 4).

Katz N, Carvalho OS. 1999. Bibliografia brasileira de teses sobre esquistosso-mose. Belo Horizonte: Centro de Pesquisa René Rachou; 100 p. (Série Es-quistossomose, 5).

Carvalho OS, Caldeira RL. 2004. Identificação morfológica de Biomphalariaglabrata, B. tenagophila e B. straminea, hospedeiros intermediários do Schistosomamansoni [1 CD-ROM]. Belo Horizonte. Centro de Pesquisa René Rachou;(Série Esquistossomose, 6).

Carvalho OS, Jannotti Passos LK, Mendonça CLFG, Cardoso PCM, CaldeiraRL. 2005. Moluscos de importância médica no Brasil. Belo Horizonte: Centrode Pesquisa René Rachou; 52 p. (Série Esquistossomose, 7). [Inclui CD-ROM].

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9Esta cartilha é fruto de um trabalho compartilhado

pela equipe multidisciplinar do Laboratório de Educa-ção em Saúde (LABES), do Laboratório de Esquis-tossomose (LESQ) e Laboratório de Helmintoses In-testinais (LAHEI) do Instituto René Rachou, FiocruzMinas. Foi motivada pela demanda dos profissionaisda área de saúde e professores com quem trabalha-mos em algumas escolas e comunidades.

Trata-se de uma abordagem em linguagem sim-ples e com imagens que poderão ser utilizadas pelosprofissionais com a população. As escalas nas ima-gens dão as dimensões de aumento, o que deve serressaltado com a população para evitar fantasias edistorção da representação dos parasitos e vetores.Além dos aspectos biomédicos da verminose, é fun-damental discutir os aspectos sociais envolvidos emsua transmissão e manutenção. Sabemos que asverminoses são doenças relacionadas ao modelo dedesenvolvimento socioeconômico e político adotadono Brasil, que gerou profundas desigualdades soci-ais, baixa escolarização e prejuízos ambientais, as-pectos que agravam a transmissão e permanênciadessas parasitoses.

É importante que estas cartilhas sejam um estí-mulo para encontros educativos nos quais o saberpopular seja compartilhado com o conhecimento ci-entífico, em um diálogo que acreditamos ser neces-sário e permanente, o qual deve transcender a infor-mação e levar à reflexão.

Esperamos que as cartilhas sigam uma trajetóriabem sucedida, e se multipliquem para alcançar mui-tos outros leitores, estimulando além de ações de pre-venção de doenças e de promoção da saúde, maiorenvolvimento na luta por um país melhor, mais justoe onde haja um lugar digno para todos.

Virgínia SchallBelo Horizonte, outubro de 2006

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10 A ENTRADA DO VERME NO CORPO

Fig.2 - Cercária: larva do parasito. Au-mentado aproximadamente 200 vezes

Fig.3 - Cercária penetrando na pele. Aumento aproximado de 200 vezes

em foto ampliada.

Pêlo

Cercária

Pele

A esquistossomose, xistose ou do-ença do caramujo é adquirida quan-do entramos em contato com águasde lagos, represas, valas de irrigaçãoe córregos que contenham caramu-jos do gênero Biomphalaria infecta-dos com o Schistosoma mansoni.

As cercárias – São larvasmuito pequenas do parasitoSchistosoma mansoni quesaem de dentro dos caramujosdo gênero Biomphalaria e pene-tram na pele das pessoas queestão em contato com a água.

Penetração na pele

A penetração das cercáriaspode provocar coceira e durarem torno de 30 minutos.

Fig.1 - Molusco aquático do gêneroBiomphalaria transmissor da esquis-tossomose

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Anotações

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O esquistossômulo

Fig.4 - Forma grave da dermatite cercariana

Fig.5 - Esquistossômulo. Aumento aproximado de 200 vezes emfoto ampliada.

Após a entrada na pele oumucosa, as cercárias perdem acauda e se transformam em es-quistossômulos. Neste momen-to o corpo reage contra o inva-sor provocando uma reação in-flamatória na pele chamada dedermatite cercariana podendoocorrer com menor ou maior in-tensidade. A reação mantêm-sepor 2 ou 3 dias e desaparece es-pontaneamente.

Os esquistossômulos atin-gem um vaso sanguíneo, aindana pele e seguem sua viagempelo corpo.

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Anotações

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14 A VIAGEM PELOS VASOS SANGUÍNEOS

Os esquistossômulos apro-veitam a corrente sanguínea nosvasos venosos para se locomo-verem. Durante esta viagem, oseu contato com o sistema imu-nológico (sistema de defesa)pode provocar reações alérgicase inflamatórias que são carac-terizadas por: febre irregular deaté 40ºC acompanhada de suor,calafrios, mal estar, dores pelocorpo, falta de apetite, dor abdo-minal e dor de cabeça. Este é oinício da fase aguda da doençaque pode variar de 10 a 120 dias.

O fato desses sintomas se-rem comuns a várias doençastorna difícil para o médico identi-ficar a causa desse mal estar. Porisso, é muito importante relatarao médico se você teve contato,recentemente, com água de cór-rego, valas de irrigação, lagoa oupiscina de água corrente.

Na próxima parada da nossaviagem, chegaremos aos pul-mões.

Demonstração es-quemática da entradado parasito na pele,atingindo um vasosanguineo, onde é le-vado pelo sangue atéo pulmão.

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Anotações

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16 A TRANSFORMAÇÃO:CHEGAMOS AOS PULMÕES

Quando os esquistossômu-los chegam aos pulmões, elesfazem uma pequena parada deaproximadamente uma semana,ocorrendo neste período umatransformação. Durante esteprocesso, ainda na fase agudada doença, o organismo apre-senta novos sintomas como:tosse seca e em casos graves,falta de ar.

Desenhoesquemáticomostrando alocalização dospulmões

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Anotações

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18 O CASAMENTO NO FÍGADO

Os esquistossômulos voltam àcorrente sanguínea, passando pelocoração e chegando ao fígado. Nes-se momento este órgão serve comoabrigo para os esquistossômulos setransformarem em vermes adultos.Cada um originará um verme, ma-cho ou fêmea. Acasalados irão rumoao final desta viagem: as veias dointestino. Vamos até lá!

Desenhoesquemáticomostrando a

localização dofígado

Fig.6 - Vermes adultos:macho e fêmea.Aumento aproximadode 100 vezes emfoto ampliada.

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Anotações

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20 A MORADIA: AS VEIAS DO INTESTINO

Fig. 8 - Ovo de Schistosoma mansoni.Aumentado aproximadamente 400 vezes

Finalmente os vermes chega-ram em casa, as veias do intes-tino. A viagem durou cerca de 30dias. A partir de 35 dias as fê-meas adultas começam a pro-duzir ovos. Os vermes podemviver em média até 10 anos nasveias do intestino, se não houvertratamento.

Na fase de postura cada fê-mea coloca aproximadamente300 ovos por dia. Cerca de doisterços deles (200 ovos) atraves-sarão as veias, chegarão ao in-testino e serão eliminados comas fezes. O outro terço (100ovos) será levado ao fígado eoutros órgãos pela corrente san-guínea. São esses ovos que, aolongo do tempo, causarão danosaos órgãos, caracterizando aesquistossomose.

Fig. 7 - Casal de vermes adultos nas veias dointestino. Aumento aproximado de 50 vezes

Intestino:desenho esquemático

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Anotações

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Ao chegar ao intestino osovos saem nas fezes. No pro-cesso de passagem pela pare-de do intestino eles causamuma reação inflamatória.

Conseqüentemente a pessoadoente pode ter sintomas como:desconforto abdominal, peque-nos surtos de diarréia, prisão deventre, levando a um estado deirritabilidade nervosa. Em casosmais graves podem ocorrer: di-arréia com sangue nas fezes eemagrecimento.

OS DANOS CAUSADOS PELA DOENÇA:NO INTESTINO

Desenhoesquemáticomostrando alocalização dointestino

Nesta fase da doença a mai-oria das pessoas procuram as-sistência médica. É importantelembrar que nesse momento sedeve fazer o exame de fezesque mostra ovos do parasito,comprovando a doença.

A forma intestinal é a fase ini-cial da esquistossomose crôni-ca.

A gravidade dos sintomasdepende de três fatores: quan-tidade de casais de vermesadultos, do número de ovos re-tidos no corpo e da resposta in-flamatória de cada pessoa. Es-tes ovos são responsáveis pelareação do organismo, causan-do os sintomas.

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Anotações

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Grande parte dos ovos é leva-da pela corrente sanguínea até ofígado. Ao chegarem aos peque-nos, vasos eles não conseguempassar, causando uma inflama-ção que resulta na formação degranulomas que produzem cica-trizes. Conseqüentemente o fí-gado aumenta de tamanho.Essa fase da doença é chama-da pelos médicos de forma he-patointestinal. A maioria das pes-soas doentes pode sentir os

Fig. 10 - Fígado decamundongo doenteapresentando granulomas

mesmos sintomas da fase intes-tinal, porém com maior intensi-dade. Com o aumento do tama-nho do fígado as pessoas con-taminadas podem sentir tam-bém vontade de vomitar e per-dem o apetite.

Ao longo do tempo, os novosovos retidos, resultam em maisgranulomas e se acumulamcom os já formados, dificultan-do o fluxo sanguíneo. Esse pro-cesso de acúmulo de granulo-mas, ao redor dos vasos no fí-gado, é chamado de fibrose pe-riportal.

Fig. 9 - Fígado de camundongo sadio

OS DANOS CAUSADOS PELA DOENÇA:O AUMENTO DO FÍGADO

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Anotações

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26 A fibrose periportal dificul-ta a passagem do sangue ve-noso pelo fígado, trazendocomo conseqüência o au-mento da pressão da veia por-ta, que é o vaso principal dofígado e em todo a área dre-nado por ela. Esse quadro re-sulta na manifestação mais tí-pica e mais grave: a hiperten-são portal.

Ao longo do tempo, essa hi-pertensão poderá se intensificare levar a conseqüências maisgraves da esquistossomose crô-nica: a esplenomegalia ou au-mento do tamanho do baço e odesenvolvimento de varizes eso-fageanas e intestinais que é a cir-culação venosa anormal queenvolve as veias do esôfago, dofígado, do baço e do intestino.

Tecido defígado normal

Granulomasacumulados

Granulomas

Fig.11 - Granuloma, no fígado, visto no microscópio comaumento aproximado de 200 vezes em foto ampliada.

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Anotações

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No decorrer da doença, obaço aumenta de tamanho (es-plenomegalia), devido à dificul-dade do fluxo sanguíneo (o san-gue fica congestionado no baço)e a uma reação imunológica dopróprio órgão.

Essa fase da doença é deno-minada forma hepatoesplênica.O baço aumenta muito de tama-nho.

Para evitar complicações re-lacionadas com este fato, osmédicos retiram o órgão duran-te uma cirurgia chamada de es-plenectomia.

Fígadoaumentado

Baço muitoaumentado

Desenhoesquemáticomostrando alocalização dobaço Fig 12 - Forma

grave da doença

OS DANOS CAUSADOS PELA DOENÇA:O AUMENTO DO BAÇO

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Anotações

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Numa tentativa de compen-sar a dificuldade do fluxo sanguí-neo e diminuir a hipertensão por-tal, o sangue abre passagematravés de pequenas veias queexistem entre as veias do fígadoe do intestino (circulação cola-teral anormal). Esse sangue quechega até estas veias, está sobforte pressão provocando umaumento de largura desses va-sos sanguíneos que ficam dila-tados: são as chamadas varizesou veias varicosas. O local maiscomum de ocorrência deste pro-cesso são as veias perto do esô-fago formando as “varizes eso-fagianas”. Em casos muito gra-ves, essas varizes podem seromper provocando um fortesangramento (hemorragia) quepode levar a pessoa a morte.

A foto que você observa aolado não mostra somente fíga-do e baço aumentados. Grandeparte desse volume é água quese acumula na barriga devido aofato do corpo não conseguir se-gurá-la nos vasos sanguíneos.

OS DANOS CAUSADOS PELA DOENÇA:AS VARIZES NA BARRIGA

OS DANOS CAUSADOS PELA DOENÇA:BARRIGA D'ÁGUA (ASCITE)

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Anotações

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Como os vermes passam amorar dentro das veias do intes-tino parte de seus ovos normal-mente vai para o fígado. Porém,alguns deles podem ser levadospara outros órgãos. Uma veznesses órgãos, eles causamuma inflamação que resulta naformação de granulomas comconsequentes cicatrizes, assimcomo acontece no fígado.

No caso do sistema nervosocentral (cérebro e medula), a for-mação destes granulomas podecausar paralisia dos braços e/oupernas quando estão localizadosna medula e convulsões quan-do se encontram no cérebro.

Figs. 13 e 14 - Processosinflamatórios no

cérebro e na medulacausados pelo

ovo do S. mansoni

OS DANOS CAUSADOS PELA DOENÇA:OUTRAS LOCALIZAÇÕES

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Anotações

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A continuação do ciclo da es-quistossomose (Xistose) se dápelos ovos que são encontradosnas fezes.

A SAÍDA DO CORPO

Fig. 15 – Área de lazer sem banheironas proximidades. As pessoas têmque fazer suas necessidades dentroou na margem do rio, contaminando aágua com ovos da xistose.

Fig. 17 – Esgoto não tratado contendo ovos de Schistosoma mansoni eliminadospor pessoas doentes, contaminando a água.

Fig. 16 - Ovo de Schistosoma mansoni.Observar larva no interior do ovo (au-mento de 400 vezes)

Lembramos que um casal doverme morando nas veias do in-testino produz cerca de 300ovos por dia e que em torno de100 destes ovos ficam retidos nocorpo, causando os danos. Osrestantes saem junto com asfezes para o ambiente.

Cada um destes ovos con-tém uma larva que é liberadaquando as fezes de uma pessoainfectada com xistose entramem contato com águas lagoa,represa, valas de irrigação oucórrego.

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Anotações

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ESTA É A VIAGEMDENTRO DO CORPO HUMANO.

VOCÊ GOSTARIA DE SABERMAIS SOBRE O ASSUNTO ?

A AVENTURA CONTINUA !...

ACOMPANHE A VIAGEM NOMEIO AMBIENTE NO OUTRO

LIVRO DA SÉRIE.

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Anotações

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O seu desafio agora é trans-mitir essas informações paraseus alunos, sua família, seusamigos e para a população dacomunidade onde você mora.

Algumas dicas:1) você pode se valer de al-

guns recursos didáticos comocartazes e retroprojetor para trans-mitir estas informações e contara viagem segundo a numeração.

COMPARTILHANDO AS INFORMAÇÕES

2) procure estimular pergun-tas, a troca de informações eexperiências de cada um, con-tando casos sobre a doença nafamília, nos vizinhos e na sua co-munidade.

Tais momentos são muitosimportantes para acabar comcrenças e conceitos incorretos,e para a construção de novosconhecimentos.

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APROVEITE AS ILUSTRAÇÕES PARA MONTAR A SEQÜÊNCIADO CICLO NO CORPO HUMANO NA ORDEM CORRETA

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