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Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Traduzido do original em Inglês
Divine Guidance
By A. W. Pink
Via: EternalLifeMinistries.org
Tradução por Anderson Félix Loureiro
Revisão por Virginia Santos e Camila Almeida
Capa por William Teixeira
1ª Edição: Janeiro de 2015
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Revista e Atualizada | ARA • Copyright © 1988, 1993 Sociedade Bíblica do Brasil.
Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative
Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,
desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo
nem o utilize para quaisquer fins comerciais.
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Orientação Divina Arthur W. Pink
Há poucos assuntos em relação ao lado prático da vida Cristã, que afadigam tanto os cren-
tes como aqueles sobre serem “guiados pelo Senhor” em todos os seus caminhos. Apesar
disto, quando alguma decisão importante precisa ser tomada, eles frequentemente estão
numa postura de procurar saber como “a mente do Senhor” pode ser obtida. Nós temos lido
um número absolutamente grande de tratados e livretos sobre este assunto, mas eles são
tão gerais e vagos que nós obtemos pouca ou nenhuma luz e ajuda a partir deles. Notamos
que esta tem sido a experiência de muitos outros, e certamente existe hoje uma real
necessidade de algum artigo claro e definido sobre este assunto.
Em alguns anos passados, este escritor convenceu-se que algo que não tem contribuído e
até mesmo tem obscurecido este assunto misterioso na mente de muitos, são os termos
vagos e enganosos que são geralmente empregados por aqueles que tratam do assunto.
Enquanto expressões como: “Isto está de acordo com a vontade de Deus?”, “Eu sinto o
impulso do Espírito Santo?” ou “Você foi guiado pelo Senhor nisto?” forem usadas, mentes
simples continuarão perplexas e nunca chegarão a qualquer certeza. Assim, essas expres-
sões são tão comumente usadas no círculo religioso, que provavelmente um bom número
de nossos leitores irá se surpreender com o desafio que lançamos a elas. Deixe-me dizer
que nós certamente não condenamos aquelas expressões como errôneas, antes, quere-
mos pontuar que elas são muito intangíveis para a maioria das pessoas até que sejam
finalmente melhor definidas.
Qual alternativa, então, nós temos a sugerir? É esta: em conexão com toda decisão que
formos tomar, todo plano que idealizemos, toda ação que formos executar, deixemos a
questão ser tomada desta forma: Isto está de acordo com a Palavra de Deus? É o que as
Escrituras ordenam? Isto se enquadra na regra que Deus nos deu para que andemos nela?
Está de acordo com o “exemplo” que Cristo deixou para seguirmos? Se está em harmonia
com a Palavra de Deus, então estará “de acordo com a vontade de Deus”, pois Sua vontade
está revelada em Sua Palavra. Se eu estou fazendo algo que as Escrituras ordenam, então
eu devo estar “impulsionado pelo Espírito”, pois Ele nunca move alguém a agir de maneira
contrária a isto. Se minha conduta se ajusta com a regra da justiça (os preceitos e man-
damentos da Palavra), então, de fato, estou sendo “guiado pelo Senhor”, pois Ele lidera so-
mente dentro das “veredas da justiça” (Salmos 23:1, 3). Uma grande quantidade de misti-
cismo vago e incerteza intrigante serão removidos se os leitores substituírem o: “Isto está
de acordo com a vontade de Deus?” para o mais simples e mais tangível “Isso está de
acordo com a Palavra de Deus?”.
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Deus em Sua infinita condescendência e graça transcendente, tem nos dado Sua Palavra
para este fim: para que não precisemos tropeçar cegamente, ignorantes do que é agradável
ou desagradável a Ele, mas que possamos conhecer a Sua “mente”. Essa Palavra Divina
é dada a nós não simplesmente para informação, mas para a regulamentação de nossa
conduta: para iluminar nossas mentes, para moldar nossos corações, para dirigir toda nos-
sa conduta. Essa Palavra Divina nos fornece um mapa infalível pelo qual navegaremos pelo
perigoso mar da vida, o qual, se sincera e diligentemente seguirmos, nos livrará das rochas
desastrosas e dos recifes submersos, e nos conduzirá em segurança ao Porto Celestial.
Nessa Palavra está toda a instrução que possamos precisar para cada problema, cada
emergência que possamos ser chamados a enfrentar. Esta Palavra nos tem sido dada “para
que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2
Timóteo 3:17). Quão agradecidos e jubilosos devemos ser pelo modo como o Deus Triuno
nos tem favorecido com tal Palavra!
“Tua Palavra é uma lâmpada para os meus pés, e uma luz para meus caminhos” (Salmos
119:105). A metáfora que é usada aqui é tomada de um homem andando em uma estrada
difícil e perigosa em uma noite escura, em urgente necessidade de uma lanterna para
mostrá-lo onde pisar com seus pés, de forma que ele possa transitar com segurança e con-
forto, evitando dano e destruição. “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem
fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro” (2 Pedro 1:19) O
“lugar escuro” é o mundo, e é apenas tomando cuidado da Palavra, pela luz que Deus nos
concedeu que podemos perceber e evitar o caminho largo que conduz à perdição, e
discernir o caminho estreito que conduz à vida.
Deve ser devidamente observado que o versículo acima claramente dá a entender que
Deus tem colocado Sua Palavra em nossas mãos para um intenso propósito prático, a sa-
ber, para o direcionamento de nosso caminhar, a regulamentação de nossa conduta. Isto
ao mesmo tempo nos mostra o que deve ser o primeiro e principal uso que devemos fazer
deste dom Divino. Um viajante faria bem pouco escrutinando diligentemente o mecanismo
da lâmpada, ou ficar admirando sua bonita forma; antes ele deve tomá-la e fazer um uso
prático da mesma. Muitos hoje são zelosos na leitura “da letra da Escritura”, e muitos ficam
encantados como as evidências de sua autoria Divina, mas quão poucos parecem realizar
o primário propósito para o qual Deus tem dado as Escrituras, quão poucos têm feito um
uso prático delas, orientando os detalhes de suas vidas por suas regras e regulamentos.
Eles elogiam a lâmpada, mas não andam por sua luz.
Nossa primeira necessidade e tarefa como crianças pequenas foi aprender a andar. O leite
que recebíamos de nossas mães era apenas um meio para um fim: nutrir a vida da criança,
fortalecer seus membros de forma que elas deveriam ser colocadas no uso prático. Assim
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é espiritualmente, quando nós nascemos de novo e somos alimentados pelo Espírito Santo
com o puro leite da Palavra, nossa primeira necessidade e tarefa é aprender a caminhar, e
caminhar como convém aos filhos de Deus; a isto poder ser aprendido somente da maneira
como foi determinado pela vontade de nosso Pai, como está revelado pelo Espírito Santo.
Por natureza estamos numa total ignorância de Sua vontade para nós e do que promove
nossos maiores interesses. É um fato solene e muito humilhante que o homem é a única
criatura que nasce neste mundo desprovido de inteligência a respeito de como agir, e que
necessita ser ensinado sobre o que é mau e sobre o que é bom para ele.
Todas as ordens menores da criação são dotadas com um instinto que as move para agir
discretamente, evitando aquilo que é prejudicial e seguindo aquilo que é bom. Mas o ho-
mem não é assim. Animais e pássaros não precisam aprender quais ervas e frutos são
venenosos e quais não são. Eles não precisam de freios sobre eles para não comerem ou
beberem em demasia, você não pode forçar um cavalo ou uma vaca à glutonaria e fazê-los
adoecer por causa isso. Mesmo as plantas voltam suas faces para a luz e abrem suas
bocas para tomar da chuva que cai. Entretanto o homem caído não tem nem mesmo os
instintos dos animais, e normalmente precisa aprender por dolorosa experiência aquilo que
é nocivo e prejudicial; e, como tem sido bem dito: “Experiências mostram-se uma escola
dispendiosa”, suas taxas são altas. Temo que muitas pessoas só descobrem isto quanto é
muito tarde, quando eles têm destruído suas constituições além do reparo, e seus inte-
resses da vida temporal além da recuperação.
Pode ser dito em resposta ao que foi acima declarado: “Mas o homem é dotado com cons-
ciência”. Verdade, e quão distante ela está de lhe servir até que seja iluminada pela Palavra
e convencida pelo Espírito! O entendimento do homem tem sido obscurecido pelo pecado,
e a estultícia é ligada ao seu coração desde a sua meninice (Provérbios 22:15), de modo
que até que ele seja ensinado, não sabe o que Deus requer dele, nem o que fazer para o
seu próprio bem. Isto é o que Deus tem concedido em Sua Palavra: fazer conhecido o que
Ele justamente demanda de nós, informar-nos daquelas coisas que destroem nossas
almas, revelar as iscas que Satanás usa para capturar e matar tantos, e apontar o caminho
da santidade que nos conduz ao Céu (Hebreus 12:14), e nos informar destas regras que
devem ser observadas para que possamos entrar e andar naquele caminho.
Nosso primeiro dever, e nosso primeiro alvo, deve ser tomar as Escrituras a fim de verificar
qual é a vontade revelada de Deus para nós, quais são as trilhas que Ele nos proíbe de
andar, e qual o caminho que é agradável a Sua vista. Muitas coisas proibidas na Palavra
nunca seriam descobertas por nossa razão ou nossa consciência. Por exemplo, nós
aprendemos que “aquilo que é elevado diante dos homens, é abominação diante de Deus”
(Lucas 16:15); que “a amizade do mundo é inimizade contra Deus” (João 4:4); que “aquele
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que se apressa com seus pés peca” (Provérbios 19:2) Muitas coisas também são ordena-
das as quais podem ser conhecidas somente se verificadas por nós em seu conteúdo. Por
exemplo: “não te estribes no teu próprio entendimento” (Provérbios 3:5); “Não confieis nos
príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação” (Salmos 146:3); “Ame
os seus inimigos, abençoe aqueles que vos maldisserem, faça o bem a quem te odeia, e
ore por aqueles que vos maltratam e vos perseguem” (Mateus 5:44).
O que está escrito acima são apenas alguns exemplos entre centenas de outros. Agora é
óbvio que a Palavra de Deus não pode ser uma lâmpada para os nossos pés e uma luz pa-
ra os nossos caminhos a menos que nos familiarizemos com seu conteúdo, e particular-
mente, até que estejamos informados acerca das regras práticas que Deus nos dá para o
nosso caminhar. Portanto, deve ser igualmente óbvio que a primeira necessidade do Cris-
tão não é aprofundar-se nos meandros e mistérios da Escritura, estudar as profecias, nem
mesmo entreter-se com os maravilhosos tipos contidos em suas páginas; antes, ele deve
concentrar-se naquilo que irá instruí-lO sobre o tipo de conduta que será agradável ao
Senhor. As Escrituras Sagradas são dadas a nós, primariamente, não para nossa gratifica-
ção intelectual, nem para uma admiração emotiva, mas para a regulamentação de nossas
vidas. Nem são, os preceitos e mandamentos, os avisos e encorajamentos nela contidos,
simplesmente para nossa informação, antes, eles devem ser colocados em prática e exi-
gem obediência sem ressalvas.
“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas
cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o
teu caminho, e serás bem sucedido” (Josué 1:8). Deus não ficará devendo a quem quer
que seja; em guardar os seus mandamentos “há grande recompensa” (Salmos 19:11).
Parte dessa “recompensa” é uma libertação de serem enganados pelas falsas aparências
das coisas, da formação de estimativas errôneas, de perseguir uma política tola. Parte des-
sa “recompensa” é a aquisição de sabedoria para escolher o que é bom, agir com prudência
e seguir os caminhos que levam à justiça, paz e alegria. Aquele que entesoura em seu
coração os preceitos Divinos e diligentemente procura caminhar por seu governo, vai esca-
par dos males que destroem seus companheiros.
“Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo” (João 11:9). “Andar
de dia” significa estar em comunhão com Aquele que é Luz, conduzir a nós mesmos de
acordo com Sua vontade revelada. Apenas na medida em que o Cristão anda no caminho
do dever como definido por Ele na Palavra, é que ele andará com segurança e conforto:
pela luz da Palavra o caminho é aplainado diante dele, e ele é preservado de cair nos obs-
táculos pelos quais Satanás procura fazê-lo tropeçar. “Mas, se andar de noite, tropeça,
porque não há luz nele” (v. 10). Aqui está o contraste solene: o que anda de acordo com os
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ditames de suas paixões, seguindo os conselhos e exemplo dos ímpios, cai nas armadilhas
do Diabo e perece. Não há “luz” em tal pessoa, pois ela não é regulada pelo Sol da Justiça.
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas, mas terá a luz
da vida” (João 8:12). Uma coisa é ter “vida”, outra coisa é desfrutar a “luz da vida”, que é
obtida somente por aqueles que seguem a Cristo. Observe cuidadosamente o tempo verbal:
não é “quem, às vezes, me seguir”, ocasionalmente ou esporadicamente; mas “quem me
segue”, que significa um curso regular e contínuo de ação; e a promessa para tal pessoa
é: “ela não andará em trevas”.
Mas o que significa “seguir” a Cristo? Em primeiro lugar, significa ser esvaziado da própria
vontade, pois “também Cristo não agradou a si mesmo” (Romanos 15:3). Isto é absoluta-
mente essencial; vontade própria e autossatisfação devem ser mortificados se eu quero
escapar de andar na escuridão. A ordem imutável é revelada por Cristo em Mateus 16:24:
“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mes-
mo, tome a sua cruz, e siga-me”. Cristo não pode ser seguido até que o ego seja negado e
a cruz seja aceita como a marca distintiva do discipulado.
O que significa a “negar a si mesmo”? Significa repudiar nossa própria bondade, renunciar
a nossa própria sabedoria, não confiar em nossa própria força, pôr completamente de lado
nossa própria vontade e desejos, para que “não vivamos mais para nós mesmos, mas para
aquele que morreu por nós” (2 Coríntios 5:15).
O que significa “tomar a nossa cruz”? Significa uma prontidão para suportar o ódio e o
desprezo do mundo, uma entrega voluntária das nossas vidas a Deus, um uso de todas as
nossas faculdades para a Sua glória. A “cruz” significa obediência incondicional e amorosa
ao Senhor, pois dEle está escrito que “Ele tornou-se obediente até à morte e morte de cruz”.
É apenas quanto o ego, com todas as suas concupiscências e interesses é negado, e
quando o coração é dominado pelo espírito do Calvário, que estamos prontos para “seguir”
a Cristo.
Novamente, o que é que significa “seguir” a Cristo? Isto: tomar Seu “jugo” sobre nós (Ma-
teus 11:29) e viver em completa submissão a Ele. É ceder totalmente ao Seu senhorio,
obedecer aos Seus mandamentos e assim servi-lO verdadeiramente. Significa procurar
fazer apenas aquelas coisas que são agradáveis aos Seus olhos. É imitar o “exemplo” que
Ele nos deixou, e lembre-se, Ele foi em todas as coisas sujeito às Escrituras. E à medida
que “seguimos” a Ele “não andaremos nas trevas”. Antes, estaremos em comunhão feliz
com Aquele que é a “verdadeira luz”. Para o nosso encorajamento, porque eram homens
com as mesmas paixões que nós, está registrado acerca de Calebe e Josué: “eles perse-
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veraram em seguir ao Senhor” (Números 32:12). Tendo posto a mão no arado, eles não
olharam para trás e, consequentemente, ao invés de perecerem no deserto, com seus
companheiros desobedientes, eles entraram na terra prometida.
Assim, o grande empreendimento e a tarefa primordial da vida do Cristão é regular sua vida
e conformar sua conduta aos preceitos da Palavra escrita e pelo exemplo que nos deixou
a Palavra encarnada. Quando ele faz isso, na proporção em que ele faz, é liberto da escuri-
dão de sua mente natural, das loucuras de seu coração corrupto, do louco curso deste mundo
e escapa das armadilhas do Diabo. “Os justos são libertados pelo conhecimento” (Provérbios
11:9). Sim, grande é a “recompensa” de guardar os mandamentos de Deus: “Então enten-
derás a retidão, a justiça, a equidade, e todas as boas veredas. Pois a sabedoria entrará
no teu coração, e o conhecimento será aprazível à tua alma; o bom siso te protegerá, e o
discernimento te guardará” (Provérbios 2:9-11).
“Pelo que não sejais insensatos, mas procurai compreender qual seja a vontade do Senhor”
(Efésios 5:17). É claro, a partir desse versículo, que é direito e dever do Cristão ter um co-
nhecimento da vontade de Deus para ele. Deus não pode se agradar nem ser glorificado
por Seus filhos quando estes andam na ignorância ou caminham cegamente. Não disse
Cristo aos Seus amados discípulos: “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe
o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu
Pai vos tenho feito conhecer” (João 15:15)? Se, então, nós estamos na escuridão a respeito
de como devemos proceder em qualquer situação, é claro que estamos vivendo muito abai-
xo de nossos privilégios. Sem dúvida, a maioria dos nossos leitores irá dar o seu assenti-
mento caloroso a estas declarações, mas a questão que diz respeito à maioria deles é: co-
mo saberemos a vontade do Senhor sobre os vários detalhes de nossa vida diária?
Em primeiro lugar, deixe ser devidamente observado que a exortação a respeito de que de-
vemos compreender “qual seja a vontade do Senhor” é precedida por “pelo que, não sejais
insensatos”. Essa palavra “insensato” não significa aqui ignorância ou falta de conhecimento,
caso contrário, as duas metades do versículo estariam apenas expressando o mesmo pen-
samento em sua forma negativa e positiva. Não, a palavra “insensato” não significa
“desprovido de senso comum”, ou como a RV [Versão Revisada – KJV] traduz “Não sejais
néscios”. Nem a palavra “néscio” significa aquilo que ele traz agora no discurso comum,
nas Escrituras, “néscio” não é simplesmente aquele que é deficiente mental, mas é o ho-
mem que deixa Deus de fora de sua vida, que age independentemente dEle. Isso deve ser
devidamente tido em conta à medida que procuramos chegar ao significado da segunda
metade de Efésios 5:17.
Deixe ser também cuidadosamente observado que Efésios 5:17 começa com a palavra
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“portanto”, o que nos aponta de volta para aquilo que o precede imediatamente. Ali nós le-
mos: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
remindo o tempo, porque os dias são maus” (vv. 15-16). A menos que essas exortações
sejam atendidas diligentemente e em oração, é impossível que nós venhamos a “compre-
ender qual a vontade do Senhor”. A menos que nossa caminhada seja correta não pode
haver discernimento espiritual da vontade de Deus para nós. E isso nos traz de volta ao
pensamento central do artigo anterior. Nossa caminhada diária deve ser ordenada pela
Palavra de Deus, e na proporção em que é assim, estaremos seguros em Sua vontade e
preservados da loucura e do pecado.
“Um bom entendimento tem todos os que cumprem os seus mandamentos” (Salmos
111:10). O “bom entendimento” pode ser definido como um instinto espiritual. Nós todos
sabemos o que significa “instinto” com o qual o Criador dotou os animais e aves, a saber,
aquela faculdade interior que os leva a evitar o perigo e os conduz a procurar o que contribui
para o seu bem-estar. Agora, o homem foi, originalmente, dotado com um instinto seme-
lhante, embora de uma ordem muito superior ao que possui as criaturas inferiores. Mas na
Queda, ele, em grande parte, perdeu isto, e, como uma geração de seres depravados se-
guiu outra, este “instinto” tornou-se cada vez mais enfraquecido, até o ponto em que, agora,
vemos a grande maioria dos nossos companheiros conduzindo-se com muito menos inteli-
gência do que os animais — correndo loucamente para a destruição, destruição esta que
mesmo o instinto das bestas selvagens evitaria — agindo tolamente, sim, loucamente, con-
trariando até mesmo o “senso comum”, realizando seus afazeres e cuidados sem critério.
Agora, na regeneração Deus dá a seus eleitos “o espírito... de uma mente sã” (2 Timóteo
1:7), mas esse “espírito” tem de ser cultivado, ele precisa de treinamento e direção. A instru-
ção necessária para isto é encontrada na Palavra. Por esta Palavra podemos aprender
quais são as coisas que se revelam benéficas para nós, e quais são prejudiciais; que coisas
devem ser procuradas, e quais devem ser evitadas. À medida que os preceitos da Escritura
são colocados em prática por nós, e suas proibições e advertências forem atendidas, somos
capazes de julgar as coisas em sua verdadeira luz, estamos livres de sermos enganados
por falsas aparências, somos impedidos de cometer erros tolos. “Quanto mais perto anda-
mos pela Palavra, mais plenamente este provará ser o nosso caso: o “bom senso” ou ins-
tinto espiritual será formado dentro de nós, para que conduzamos nossos negócios de forma
discreta e adornemos a doutrina que professamos.
Então considerando o santo valor desse instinto espiritual ou mente sã, ele ora: “Ensina-
me bom juízo e conhecimento, pois creio nos teus mandamentos” (Salmos 119:66). Ele
percebe que ela só pode ser aumentada seguindo a maneira que Deus “ensinou”, isto é,
pelo Espírito aplicando a Palavra ao seu coração, revelando-lhe o seu significado, trazendo-
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a para a sua lembrança quando necessário, o que lhe permite fazer uma adequada utili-
zação da mesma. Porém que seja devidamente observado que, nesta oração, a petição é
apoiada com o argumento: “pois creio nos teus mandamentos”. “Creio”, não apenas por
uma aceitação intelectual, mas com a aprovação das afeições. Só quando esse é realmente
o caso, é que tal petição é sincera. Há uma conexão inseparável entre as duas coisas:
quando amamos os mandamentos de Deus, podemos contar com Ele nos ensinando “o
bom senso”.
Como dissemos acima, o “néscio” não é o deficiente mental, mas a pessoa que deixa Deus
de fora dos seus pensamentos e planos, que não se importa se sua conduta agrada ou de-
sagrada a Ele. O “néscio” é uma pessoa sem Deus. Ao contrário, os “sábios” (nas Escritu-
ras) não são aqueles altamente intelectuais ou aqueles brilhantemente educados, mas
aqueles que sinceramente procuram colocar Deus em primeiro lugar em seus corações e
vidas. E Deus “honra” aqueles que O honram (1 Samuel 2:30), Ele lhes dá “bom senso”! É
verdade, isto não é adquirido completamente em um só dia: “É um pouco e um pouco ali”.
E quanto mais estamos entregues a Deus completamente e quanto mais os princípios da
Sua Palavra regulam nossa conduta, mais rápido é o nosso crescimento em sabedoria
espiritual. Ao dizer que este “bom senso” não é adquirido de uma só vez, isso não significa
que toda uma vida tem que ser vivida antes que se obtenhamos a sabedoria espiritual,
embora, infelizmente, este é o caso de muitos, porém não todos, de fato, há alguns que
foram convertidos há dois ou três anos e que são muitas vezes mais espirituais, piedosos
e possuem mais sabedoria espiritual do que aqueles que foram convertidos há anos antes
deles.
Ao valorizar em sua mente as doutrinas, preceitos, promessas, exortações e advertências
das Escrituras, e diligentemente comparando a si mesmo com a regra pela qual ele está
andando, o Cristão cresce em um quadro habitual de sabedoria espiritual e adquire um gra-
cioso “gosto” que lhe permite julgar o certo e o errado com um grau de prontidão e certeza
como um som musical aos ouvidos dos jurados, de modo que raramente é enganado.
Aquele que tem a regra da Palavra em seu coração é influenciado assim em todas as suas
ações, e por causa da glória de Deus ser o grande objetivo que ele tem diante de si, ele
não sofrerá indo a um grande erro. Além disso, Deus tem prometido mostrar-se forte em
favor do homem cujo coração é perfeito para com Ele, e Deus faz isso através do controle
de Suas providências, fazendo com que todas as coisas cooperam para o bem dele.
“A luz do corpo são os olhos: se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será cheio de
luz” (Mateus 6:22). Esta linguagem é, naturalmente, figurativa, mas o seu significado não é
difícil de determinar: o que o olho é para o corpo, o coração é para a alma, pois do coração
procedem “as fontes da vida” (Provérbios 4:23). As ações do corpo são dirigidas pela luz
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recebida do olho: se o olho for “bom”, ou seja, nítido e claro, perceberá os objetos como
eles realmente são, em seguida, todo o corpo tem luz para a direção de seus membros, e
o homem se move com segurança e conforto. Da mesma forma, se o coração for indivisível,
fixado em agradar a Deus em todas as coisas, então a alma tem uma visão clara, discerne
a verdadeira natureza das coisas, tem a formação de um senso de seu valor, escolhe
sabiamente e se conduz com prudência. À media que o homem é reto diante de Deus, a
sua alma é dotada de sabedoria espiritual para que haja plena luz para seu caminho.
“Mas, se os teus olhos forem maus, todo o teu corpo será tenebroso. Portanto, caso a luz
que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” (Mateus 6:23). Aqui está o contraste
solene. Se a visão de nossos olhos corporais estiver com defeito, com uma catarata escure-
cendo-o, então nada é visto claramente, tudo é confuso e o homem tropeça como se esti-
vesse no escuro, sendo continuamente sujeito a se extraviar de seu caminho e correr
perigos. Da mesma forma, onde o coração não é reto para com Deus, onde o pecado e o
ego dominarem, toda a alma está sob o poder dominador da depravação da escuridão
natural, e em consequência, o julgamento é cego, pois ele não pode discernir corretamente
entre o bem e o mal, não pode discernir as iscas de Satanás, e por isso é fatalmente enga-
nado por eles. A muita “luz”, que está no homem caído, ou seja, a sua “razão”, é controlada
por seus desejos, por isso, ela mesma é a sua “escuridão”.
É notável que os versos que acabamos de considerar foram ditos por Cristo imediatamente
depois do que ele havia dito em Mateus 6:19-21 sobre o correto e sábio desapego por
tesouros. É como se Ele agora antecipasse e respondesse a uma possível pergunta de
seus discípulos: Se é importante e essencial para nós não ajuntarmos tesouros na terra,
mas ajuntarmos para nós mesmos tesouros no Céu, então por que os homens que são
comumente considerados os “mais astutos” e são considerados por seus companheiros os
mais “bem-sucedidos”, buscam tesouros terrenos, e não os celestiais? A isto Cristo res-
ponde: Não vos admireis disso, eles não podem ver o que eles estão fazendo: eles são
como cegos juntando pedras e supondo que elas são diamantes valiosos.
Muito da luz que Cristo aqui lança agora sobre nós, segue nos envolvendo por todos os
lados. Os que estão com o coração nas coisas temporais e dos sentidos, estão apenas
gastando suas energias naquilo que não irá levá-los a lugar algum quando forem para o
seu leito de morte, trabalhando naquilo que não satisfaz (Isaías 55:2); e a razão pela qual
se conduzem tão insanamente — perseguindo tão ansiosamente os prazeres deste mundo,
os quais produzem nada, senão lamentos amargos no mundo por vir — é porque seus
corações são maus. Deus não tem verdadeiramente um lugar em seus pensamentos, e,
em consequência, Ele lhes dá um espírito de loucura. É necessário possuir “bons olhos” —
o coração desejoso de agradar a Deus — se queremos que a nossa alma seja cheia de sa-
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bedoria celestial, que ama, procura e se estabelece sobre as coisas celestiais. Essa sabe-
doria é algo que nenhuma faculdade ou universidade pode dar: é “de cima” (Tiago 3:17).
Também deve ser cuidadosamente observado que o ensino de nosso Senhor sobre o “olho
bom”, com todo o corpo “cheio de luz”, e “o olho mau”, com todo o corpo “cheio de trevas”,
é imediatamente seguido com: “Não podeis servir a dois senhores, porque ou há de odiar
a um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus
e a Mamom” (Mateus 6:24). Isto ao mesmo tempo estabelece o significado dos versos
anteriores. Cristo tinha falado (por figura) sobre definir o Senhor supremo do coração, o que
implica necessariamente a expulsão de coisas mundanas e considerações carnais. Os
homens pensam poder harmonizar Deus com sua cobiça, Deus e Mamom, Deus e os
prazeres mundanos. Não, diz Cristo: Deus terá tudo ou nada: quem serve a Ele deve servir
a Ele única e supremamente. Ah, meu leitor, você está disposto a pagar o preço necessário
para ter luz Divina em seu caminho?
É bastante provável que não poucos leitores estejam decepcionados com o nosso método
de tratar este assunto, pois o que tem sido dito é muito diferente do que o título os levou a
esperar. Nem no artigo anterior, nem no presente temos tentado entrar em detalhes espe-
cíficos e em como uma pessoa deve agir quando alguma emergência difícil ou súbita o con-
fronta, mas antes temos procurado tratar de princípios básicos e estabelecê-los completa-
mente. Embora possa satisfazer a sua curiosidade, ele não teria qualquer bom propósito
como para um professor explicar um problema complicado em matemática avançada a um
estudante que ainda não houvesse dominado as regras elementares de aritmética. Por-
tanto, seria insensato da nossa parte explicarmos como os casos e circunstâncias parti-
culares devem ser tratados antes de termos imprimido as regras que devem nortear a nossa
caminhada geral.
Até agora temos lidado com duas coisas principais: a absoluta necessidade de ser contro-
lado pela Palavra de Deus negando a nós mesmos, e o possuirmos um coração que existe
unicamente para a glória de Deus e para agradá-lO, se desejamos ter a luz do Céu bri-
lhando sobre nosso caminho terreno. A terceira consideração deve envolver agora toda a
nossa atenção: a ajuda do Espírito Santo. Mas é neste ponto que mais precisamos estar
atentos, para não cairmos num misticismo vago por um lado, ou nos tornarmos culpados
de fanatismo selvagem por outro. Muitos têm adentrado nas veredas mais tolas e más sob
o argumento de que eles estavam sob “a orientação do Espírito”. Sem dúvida, eles estavam
“orientados” por algum “espírito”, mas certamente não pelo Espírito Santo. Ele nunca pro-
põe qualquer coisa contrária à Palavra. Nossa única segurança é imparcialmente trazer
nossos impulsos interiores ou sugestões para o teste das Escrituras Sagradas.
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“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Roma-
nos 8:14). Este guia Divino está perfeitamente familiarizado com o caminho que Deus orde-
nou para cada viajante celestial: ele é totalmente familiarizado com todas as suas curvas e
estreitezas, suas complexidades e perigos. Para que sejamos guiados pelo Espírito deve-
mos estar sob Seu governo. Ele percebe nossas tentações e fraquezas, conhece nossas
aspirações, ouve nossos gemidos, e observa as nossas lutas por santidade. Ele sabe quan-
do nos confrontar, administrar uma repreensão, aplicar uma promessa, condoer-se com
nossa dor, fortalecer um propósito vacilante, confirmar uma esperança flutuante. A certeza
da promessa é: “Ele vos guiará a toda a verdade” (João 16:13). Ele faz isso moldando nos-
sos pensamentos, afetos e conduta; abrindo nosso entendimento para perceber o sentido
da Escritura, aplicando-a com poder ao coração, o que nos permite apropriarmo-nos dela
e aplicá-la na prática. Então permaneçam, cada vez que abrirem o Volume Sagrado, húmil-
des e busquem a ajuda dAquele que o inspirou.
É de se notar que Romanos 8:14 começa com a palavra “Pois”, com o Apóstolo introduzindo
uma confirmação do que ele havia afirmando nos versículos anteriores. Aqueles que “não
andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (v. 4), que “se inclinam para as coisas
do Espírito” (v. 5), que “pelo Espírito mortificam as obras do corpo” (v. 13), são os únicos
que são “guiados pelo Espírito”. Como é um “Espírito de santidade”, o Seu objetivo é apro-
fundar a impressão da imagem restaurada de Deus na alma, com vistas ao aumento de
nossa felicidade, fazendo-nos mais santos. Assim, Ele não “guia” a qualquer outra coisa
senão àquelas coisas que levam à santificação. O “Espírito guia” por meio de subjugar o
poder do pecado que habita em nós, separar-nos do mundo, mantendo uma consciência
sensível em nós, inspirando o coração a Cristo, fazendo com que vivamos para a eternidade.
“Confia no Senhor de todo o teu coração. E não te estribes no teu próprio entendimento em
todos os teus caminhos, reconhece-O, e ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3:5-
6). Atente bem a ordem aqui: a promessa no final da passagem é condicionada à nossa
junção de três requisitos. Em primeiro lugar, devemos ter plena confiança no Senhor. O
verbo hebraico para “confiança” aqui significa literalmente “inclinar-se sobre”, isso transmite
a ideia de quem está consciente de sua fraqueza e volta-se para descansar em cima de
algo mais forte para seu apoio. “Confiança no Senhor” significa contar com Ele em todas
as emergências, buscarmos nos fortalecer nEle em todas as necessidades e dizer junta-
mente como o salmista: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará” (Salmos 23:1). Isso signi-
fica que nós lançamos todos os nossos cuidados sobre Ele, apropriando-nos fortemente
dEle dia após dia e hora após hora; e provando, assim, a suficiência de Sua graça. Isso
significa que o Cristão deve continuar como começou, quando nós nos lançamos primeiro
a Ele como pecadores perdidos, abandonamos todos os nossos próprios feitos e invocamos
Sua misericórdia abundante. Confie também agora em Sua sabedoria, poder e graça!
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Mas o que se entende por “confiar no Senhor de todo o teu coração”? Em primeiro lugar, a
entrega total de nossa confiança a Deus, sem olhar para qualquer outra ajuda e alívio. Em
segundo lugar, é voltar-se para Ele com a simplicidade de uma criança. Quando um peque-
nino confia, não há raciocínio, mas um acreditar simples das palavras do pai pelo seu
sentido primário, estando totalmente seguro de que seu pai fará bem o que ele tem dito; a
criança não se preocupa com as dificuldades que podem estar no caminho, mas espera o
cumprimento do que foi prometido. Da mesma forma deve ser conosco e as palavras de
nosso Pai Celestial. Em terceiro lugar, isso significa que os nossos afetos desejam a Ele: o
amor “tudo crê, tudo espera” (1 Coríntios 13:7). Assim, confiar no Senhor “com todo o nosso
coração” é a confiança de amor manifesta em um acreditar dependente e esperançoso.
O segundo requisito é: “e não te estribes no teu próprio entendimento”, o que significa que
não devemos confiar em nossa própria sabedoria ou contar com os ditames da razão
humana. O maior ato da razão humana é renegar sua suficiência e se curvar diante da sa-
bedoria de Deus. Ao nos inclinarmos sobre a nossa própria compreensão estamos descan-
sando em cima de uma cana quebrada, pois ela tem sido deturpada pelo pecado, mas
muitos acham mais difícil repudiar sua sabedoria própria do que abandonar a sua justiça
própria. Muitos dos caminhos de Deus são “insondáveis” e procurar resolver os mistérios
da providência é como o finito tentar compreender o Infinito, e tornar-se não somente
culpado do pecado da presunção, mas agir contra o seu próprio bem-estar. Filosofar sobre
o nosso destino, raciocinar sobre as nossas circunstâncias, é fatal para o descanso da alma
e a paz no coração.
Em terceiro lugar, “reconhece-o em todos os teus caminhos”. Isto significa que, em primeiro
lugar, temos de pedir a permissão de Deus para tudo o que fazemos, e não agir sem licença;
só então nos comportamos como crianças obedientes e servos reverentes. Significa, em
segundo lugar, que buscamos a orientação de Deus em todos os nossos empreendimentos,
reconhecendo a nossa ignorância e declarando a nossa completa dependência dEle. “Em
tudo... pela oração e súplicas” (Filipenses 4:6). Só assim é que o senhorio de Deus está
sobre nós de uma maneira prática. Significa, em terceiro lugar, que buscamos a glória de
Deus em todos os nossos caminhos: “tudo quanto fizerdes, fazei tudo para a glória de Deus”
(1 Coríntios 10:31). Ah, se nós somente fizéssemos isso, quão diferentes seriam muitos de
nossos “caminhos”! Se mais frequentemente pararmos e perguntarmos: Isto será para a
glória de Deus? Estaríamos livres de muito pecado e de muita loucura, com todas as suas
consequências dolorosas. Significa, em quarto lugar, que buscamos a bênção de Deus para
tudo. Aqui está outra regra simples e suficiente: qualquer coisa sobre a qual eu não possa
pedir a bênção de Deus está errada!
“E ele endireitará as tuas veredas”! Cumpridas as três condições mencionadas acima, aqui
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está a consequência certa. A necessidade de ser dirigido por Deus é real e urgente. Sendo
conduzidos por nós mesmos, não estaremos em melhor situação do que um navio sem
leme ou um automóvel sem volante. Não é sem razão que o povo do Senhor é muitas vezes
chamado de “ovelhas”, pois nenhuma outra criatura é tão apta a extraviar-se ou tem essa
propensão a desgarrar-se. A palavra hebraica para “endireitar” significa “fazer uma linha
reta”. Estamos vivendo em um mundo onde tudo é torto: o pecado tem jogado tudo para
fora do lugar e, em consequência, confusão, males e maldições, abundam em torno de nós.
Um coração enganoso, um mundo perverso e um Diabo ardiloso estão sempre procurando
nos desviar do caminho e de nossa bússola com o intuito de nos destruir. Quão necessário
é, então, que Deus “endireite as nossas veredas”.
O que se entende por: “Ele endireitará as tuas veredas”? Isto significa que, Ele vai deixar
claro para mim o curso do dever. Que isto seja firmemente assegurado: A “vontade” de
Deus estará sempre no caminho do dever, e nunca vai contra ele. Seríamos poupados de
desnecessária incerteza e perplexidade se apenas este princípio fosse progressivamente
reconhecido. Quando você sente um forte desejo ou “tentação” para fugir de um dever
comum, você pode ter certeza que é uma tentação de Satanás, e não a “liderança” do
Espírito Santo. Por exemplo, é contrário à vontade revelada de Deus uma mulher estar
constantemente participando de reuniões enquanto negligencia seus filhos e sua casa. É
fugir de sua responsabilidade o marido que sai sozinho à noite, mesmo em exibição religio-
sa, e deixa sua esposa cansada em casa para lavar os pratos e colocar as crianças na ca-
ma. É um pecado para um funcionário Cristão ler a Escritura ou “falar com as pessoas sobre
suas almas” em seu escritório ou no horário comercial.
A dificuldade surge quando parece que temos de escolher entre duas ou mais funções, ou
quando alguma mudança importante tem que ser feita em nosso cotidiano. Há muitas pes-
soas que pensam querer ser guiadas por Deus quando alguma crise chega ou alguma deci-
são importante tem que ser feita; mas poucas delas estão preparados para atender às
exigências como intimamos em nossos parágrafos iniciais. O fato é que Deus estava
raramente em seus pensamentos antes da emergência surgir, agradá-lO não era exercido
por eles enquanto as coisas estavam indo bem. Mas quando a dificuldade e os problemas
lhes acometeram, quando esgotaram as possibilidades de agirem em seu próprio juízo, de
repente, eles se tornam muito piedosos, voltam-se para o Senhor, pedindo seriamente a
Ele para dirigi-los, e clarear o caminho diante de seus rostos.
Mas Deus não pode ser tratado desta forma. Normalmente essas pessoas fazem uma
decisão precipitada e colocam-se em dificuldades ainda maiores, e então eles tentam se
consolar com: “Bem, eu busquei a orientação de Deus”. Ah, meu leitor, Deus não se deixa
escarnecer assim, se ignorarmos Suas reivindicações sobre nós quando o vento é agra-
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dável, não podemos contar com Ele nos livrando quando a tempestade vier. O que temos
que ver é que Ele é santo e não premiará o ateísmo (chamado por muitos: “displicência”),
mesmo que uivem como animais em sua angústia (Oséias 7:14). Por outro lado, se diligen-
temente buscamos a graça de caminhar com Deus no dia a dia, para que regulamentemos
os nossos caminhos por Seus mandamentos, então podemos legitimamente contar com
Sua ajuda em qualquer emergência que surja.
Mas como é que um Cristão consciente age quando alguma emergência o confronta? Su-
ponha que ele fica na encruzilhada dos caminhos: dois caminhos, duas alternativas estão
diante dele, e ele não sabe o que escolher. O que ele deve fazer? Em primeiro lugar, deixe-
o escutar a Palavra mais necessária, que, em regra de aplicação geral, é sempre obrigatória
para nós: “aquele que crer não deve se apressar” (Isaías 28:16). Agir a partir de um impulso
repentino nunca nos tornará um filho de Deus, e correr na frente do Senhor é a certeza de
envolver-nos em consequências dolorosas. “O Senhor é bom para os que esperam por Ele,
para a alma que busca a Ele. É bom que um homem tenha esperança, e aguarde em silên-
cio a salvação (libertação) do Senhor (Lamentações 3:25-26). Agir com pressa geralmente
significa que depois vamos nos arrepender. Oh quanto cada um de nós precisa implorar ao
Senhor que diariamente coloque sua mão de refrigério e quietude sobre a nossa carne
febril!
Em segundo lugar, busque ao Senhor para que Ele esvazie o coração de todos os desejos
egoístas. É impossível para nós orarmos sinceramente: “Seja feita a Tua vontade”, até que
a nossa vontade tenha, pelo poder do Espírito Santo, sido colocada em sujeição total a
Deus. Enquanto existir uma preferência secreta (mas real) no meu coração, o meu julga-
mento será tendencioso. Enquanto meu coração estiver de fato resoluto sobre a realização
de um determinado objetivo, então eu estarei somente zombando de Deus, quando eu pedir-
Lhe para tornar o Seu caminho claro diante de mim, e eu tenho certeza que interpretarei
mal todas as Suas providências, torcendo-as para encaixarem-se no meu próprio desejo.
Se um obstáculo estiver no meu caminho, irei em seguida considerá-lO como um “teste de
fé”. Se uma barreira for removida, eu imediatamente saltarei para a conclusão de que Deus
está “trabalhando” em meu favor, quando ao invés disso, Ele pode estar me testando, quase
perto de me entregar aos meus próprios “desejos do coração” (Salmos 81:12).
Este é um ponto de extrema importância para aqueles que desejam que os seus passos
sejam verdadeiramente “guiados pelo Senhor”. Não podemos discernir o Seu melhor para
nós, enquanto nosso coração já definiu a sua própria preferência. Assim, é imperativo que
peçamos a Deus para esvaziar nossos corações de todas as preferências pessoais, para
remover qualquer desejo secreto propriamente nosso. Mas muitas vezes não é fácil tomar
essa atitude diante de Deus, ainda mais quando não se tem o hábito de buscar a graça de
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mortificar a carne. Por natureza, cada um de nós quer seguir o seu próprio caminho, e irrita-
se contra qualquer freio colocado sobre isto. Porém, assim como uma chapa fotográfica
deve ser um espaço em branco para que receba a impressão de uma imagem sobre ela,
os nossos corações devem ser libertos de seu viés particular, para que Deus trabalhe em
nós “tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade” (Filipenses 2:13).
Se você perceber que à medida que você continua esperando em Deus, a luta interior entre
a “carne” e o “Espírito” continua, e você não tem alcançado o ponto em que você pode dizer
honestamente: “Faz da Tua própria maneira, Senhor”, então um tempo de jejum é ordenado.
Em Esdras 8:21, lemos: “Então proclamei um jejum ali junto ao rio Ava, para nos humilhar-
mos diante do nosso Deus, a fim de lhe pedirmos caminho seguro para nós e para nossos
filhos”. Isto está escrito para nossa instrução, e até mesmo um olhar superficial é suficiente
para mostrar o quanto é pertinente para nossa investigação presente. O jejum não é um
exercício religioso peculiar aos tempos do Antigo Testamento somente, pois em Atos 13:3
lemos que antes de Barnabé e Saulo serem enviados para sua viagem missionária pela
igreja em Antioquia, “jejuando e orando, e impondo as mãos sobre eles, os despediram”.
Não há nada de meritório no jejum, mas ele expressa a humildade de alma e o fervor do
coração.
A próxima coisa a fazer é reconhecer humilde e sinceramente, diante de Deus, a nossa
ignorância, pedindo-Lhe para não nos entregar a nós mesmos. Diga a Ele que você está
francamente perplexo e não sabe o que fazer, e que você merece ser deixado nesta situa-
ção lamentável. Mas pleiteie diante dEle com base em Suas próprias promessas, e peça-
Lhe por amor a Cristo para que Ele seja propício a você neste momento: “Se algum de vós
tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e não o lança em rosto,
e lhe será concedido. Peça, porém, com fé, em nada duvidando” (Tiago 1:5-6). Peça a Ele
para conceder a sabedoria tão necessária para que você possa julgar corretamente, para
que possa discernir claramente o que irá promover o seu bem-estar espiritual e, portanto,
glorificá-lO mais.
“Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e o mais Ele fará” (Salmos 37:5). “No inter-
valo de espera, não consultei carne e sangue”, se você busca companheiros Cristãos por
conselho, provavelmente haverá discordância entre dois deles, e seu conselho discordante
só vai confundi-lo. Em vez de olhar para a ajuda do homem “Persevere na oração, e na
mesma com ações de graças” (Colossenses 4:2). Esteja na espera da resposta de Deus,
observe atentamente cada movimento de Sua providência, pois, como uma palha no ar
indica para que lado o vento está soprando, assim a mão de Deus pode muitas vezes ser
discernida por um olho espiritual naqueles acontecimentos que são julgados insignificantes
por outros. “E há de ser que, ouvindo tu o ruído de marcha pelas copas das amoreiras, en-
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tão tu apressarás ti mesmo porque então o Senhor saiu diante de ti” (2 Samuel 5:24).
Finalmente, lembre-se de que precisamos, não só da luz do Senhor para descobrirmos o
nosso dever, nos casos particulares, mas, do que foi obtido, também precisamos de Sua
presença para nos acompanhar, para que possamos ter a possibilidade de seguir correta-
mente o caminho no qual Ele nos manda seguir. Moisés percebeu isso quando ele disse ao
Senhor: “Se a tua presença não vai comigo, não nos faça subir daqui” (Êxodo 33:15). Se
não temos a presença de Deus conosco em algum empreendimento, ou seja, Sua
aprovação em relação a ele, Sua assistência e Sua bênção sobre ele, então devemos achar
que é uma armadilha, se não uma maldição para nós.
Como regra geral, é melhor para nós pouco afligirmos nossas mentes acerca de “orien-
tação” — isto é obra de Deus! O nosso negócio é andar em obediência a Ele a cada dia.
Ao fazê-lo, é forjada dentro de nós uma prudência que nos preserva de todos os erros gra-
ves. “Eu entendo mais do que os velhos, porque tenho guardado os teus preceitos” (Salmos
119:100). O homem que mantém os preceitos de Deus torna-se dotado de uma sabedoria
que ultrapassa de longe aquela possuída pelos sábios da antiguidade ou os ensinamentos
dos filósofos. “Aos justos nasce luz nas trevas” (Salmos 112:4). O justo pode experimentar
os seus dias de escuridão, mas quando a hora da emergência chega a luz deve ser dada
a ele por Deus. Sirva a Deus hoje com todo seu ser, e calmamente e com segurança deixe
o futuro com Ele. A firme conformidade para com o que é correto deve ser seguida por um
claro discernimento daquilo que é errado.
Procure intensamente ter o temor de Deus fixado em seu coração para que você trema da
Palavra dEle (Isaías 66:2) e esteja realmente com medo de desagradá-lO. “Quem é o ho-
mem que teme ao Senhor? Ele o ensinará no caminho que deve escolher” (Salmos 25:12).
“Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e apartar-se do mal é o entendimento” (Jó 28:28).
“Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Oséias 6:3). Quanto mais
crescemos na graça, mais completo será o nosso conhecimento da vontade revelada de
Deus. Quanto mais cultivarmos a prática de buscar agradar a Deus em todas as coisas,
mais luz teremos para o nosso caminho. “Bem-aventurados os puros de coração, porque
eles verão a Deus” (Mateus 5:8): Se a nossa motivação estiver correta, nossa visão será
clara.
“A integridade dos retos os guia; porém a perversidade dos ímpios os destrói” (Provérbios
11:3). O justo não irá voluntária e conscientemente se desviar para os caminhos tortos: o
coração honesto não está perplexo com paixões dominantes, nem cego por motivos
corruptos: tendo uma consciência sensível, ele possui agudo discernimento espiritual, mas
a conduta corrupta dos ímpios envolve-os em problemas crescentes e termina em sua ruína
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eterna. “A justiça dos perfeitos (sinceros) deve encaminhar o seu caminho, mas o ímpio cai
pela sua impiedade” (Provérbios 11:5), os olhos fitos na glória de Deus livram o justo de
cair nessas armadilhas em que os ímpios são pegos. “Os homens maus não entendem o
juízo, mas os que buscam ao SENHOR entendem tudo” (Provérbios 28:5). Paixões desen-
freadas e concupiscências não mortificadas obscurecem o entendimento e o pervertam até
que os homens passam a chamar o bom, “mau”; e o mau, “bom” (Isaías 5:20), mas àquele
que busca estar sujeito ao Senhor será dado bom siso.
“O Senhor endireitará as tuas veredas”. Em primeiro lugar, pela Sua Palavra: não, de algu-
ma forma mágica, de modo a incentivar a preguiça, nem da forma como se consulta um
livro de culinária cheio de receitas para todas as ocasiões, mas ao nos alertar dos caminhos
do pecado e da loucura e por dar a conhecer os caminhos da justiça e da bênção. Em se-
gundo lugar, pelo seu Espírito: dando-nos força para obedecer aos preceitos de Deus,
levando-nos a esperar com paciência no Senhor por Sua direção em tudo, o que nos
permite aplicar as regras das Escrituras Sagradas aos deveres variados de nossas vidas,
trazendo-nos à lembrança uma palavra no momento oportuno. Em terceiro lugar, por Suas
providências: fazendo amigos falharem conosco de forma que nós somos livrados de nos
inclinarmos sobre o braço de carne, frustrando nossos planos carnais de forma que sejamos
preservados de naufragar, fechando portas que não seriam boas para nós entrarmos nelas,
e abrindo as portas diante de nós as quais ninguém pode fechar!
[Originalmente editado por Emmett O’Donnell para o Monte. Zion Publicações, um ministério de
MT. Zion Bible Church,, 2603 Oeste Wright St., Pensacola, FL 32505. www.mountzion.org]
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10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins
Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink
Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne
Eleição Particular — C. H. Spurgeon
Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —
J. Owen
Evangelismo Moderno — A. W. Pink
Excelência de Cristo, A — J. Edwards
Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon
Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink
Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink
In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah
Spurgeon
Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —
Jeremiah Burroughs
Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação
dos Pecadores, A — A. W. Pink
Jesus! – C. H. Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon
Livre Graça, A — C. H. Spurgeon
Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield
Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry
Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill
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— Sola Fide • Sola Scriptura • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —
John Flavel
Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston
Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.
Spurgeon
Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.
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Oração — Thomas Watson
Pacto da Graça, O — Mike Renihan
Paixão de Cristo, A — Thomas Adams
Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards
Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —
Thomas Boston
Plenitude do Mediador, A — John Gill
Porção do Ímpios, A — J. Edwards
Pregação Chocante — Paul Washer
Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon
Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado
Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200
Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon
Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon
Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.
M'Cheyne
Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer
Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon
Sangue, O — C. H. Spurgeon
Semper Idem — Thomas Adams
Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,
Owen e Charnock
Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de
Deus) — C. H. Spurgeon
Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.
Edwards
Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina
é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen
Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos
Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.
Owen
Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink
Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.
Downing
Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan
Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de
Claraval
Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica
no Batismo de Crentes — Fred Malone
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2 Coríntios 4
1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também nos nossos corpos; 11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13
E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15
Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus. 16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18
Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.