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R. bras. Ci. e Mov. 2005; 13(2): 75-84 Organização temporal da braçada do nado crawl: iniciantes “versus” avançados Temporal organization of stroke in the swimming crawl: beginners “versus” skilled FREUDENHEIM, A.M.; BASSO, L.; XAVIER FILHO, E.; MADUREIRA, F.; SILVA, C.G.S.; MANOEL, E.J. Organização temporal da braçada do nado crawl: iniciantes “versus” avançados. R. bras. Ci e Mov R. bras. Ci e Mov R. bras. Ci e Mov R. bras. Ci e Mov R. bras. Ci e Mov. . . . . 2005; 13(2): 75-84. RESUMO ESUMO ESUMO ESUMO ESUMO – A aquisição de habilidades motoras envolve estabilização e adaptação de estruturas cognitivas que representam ações motoras. Um dos indicadores desse processo refere-se à estabilização gradual da organização temporal dos movimentos que constituem uma ação. O presente estudo buscou investigar a organização temporal da braçada do nado crawl de crianças avançadas e iniciantes. A hipótese central foi que os indivíduos avançados permaneceriam relativamente mais tempo na fase propulsiva da braçada e que apresentariam um timing relativo mais consistente em comparação com indivíduos iniciantes. Para isso, foram analisados os aspectos temporais das braçadas de cinco crianças no nível inicial (GI) e seis no nível avançado (GA). A tarefa foi nadar dez metros no estilo crawl em velocidade confortável. A análise inferencial foi realizada com base no teste não- paramétrico de U de Mann-Whitney com o nível de significância igual o menor que 0,05. A predição do estudo foi parcialmente confirmada já que, em relação ao braço direito, as crianças avançadas permaneceram relativamente mais tempo na fase propulsiva e apresentaram um timing relativo mais consistente do que as do GI. Portanto, a organização temporal do nadar é distinta entre indivíduos em níveis de habilidade diferentes. Não houve diferença na variabilidade dos ciclos das braçadas entre os grupos. Esses resultados permitiram inferir que o GA é caracterizado por consistência aliada à variabilidade. A possibilidade de que a aquisição do nadar apresenta uma organização temporal estável em que se alia consistência e variabilidade merece atenção em novas investigações. PALA ALA ALA ALA ALAVRAS VRAS VRAS VRAS VRAS- CHA CHA CHA CHA CHAVE VE VE VE VE: nadar, habilidade motora, aprendizagem motora, timing relativo FREUDENHEIM, A.M.; BASSO, L.; XAVIER FILHO, E.; MADUREIRA, F.; SILVA, C.G.S.; MANOEL, E.J. Temporal organization of stroke in the swimming crawl: beginners “versus” skilled. R. bras. Ci e Mov R. bras. Ci e Mov R. bras. Ci e Mov R. bras. Ci e Mov R. bras. Ci e Mov. . . . . 2005; 13(2): 75-84. ABSTRACT BSTRACT BSTRACT BSTRACT BSTRACT - Motor skill acquisition entails stabilization and adaptation of cognitive structures that represent motor actions. This process refers to a gradual stabilization of the skill temporal organization. The investigation examined the temporal organization of stroke in children that were beginners and advanced in the swimming crawl. The main hypothesis was that advanced individuals would spend relatively more time at the propulsive phase of the stroke and would present a more consistent relative timing too. Eleven children, aged between seven and eleven years, were selected out of twenty. Five classified as beginners constitute the beginner group (GI). Six classified as advanced constitute the advanced group (GA). The task was to swim crawl over a distance of ten meters in a comfortable speed. The inferential analysis was carried out by running the U Mann-Whitney test with statistical significance being set by p < .05. The predictions were partially confirmed because advanced children spent relatively more time at the propulsive phase and showed a more consistent relative timing in the right arm stroke. In so far, swimming temporal organization is not the same for idividuals at different skill levels. The fact that variability in the stroke cycles did not differ between groups leads to deduction that advanced levels of skill are characterized by consistency allied to variability. The possibility that swimming entails the acquisition of a stable temporal organization in which consistency and variability are associated needs further investigation. KEYWORDS EYWORDS EYWORDS EYWORDS EYWORDS: swimming, motor skill, motor learning, relative timing Andrea M. Freudenheim 1,2, Luciano Basso 1,2 , Ernani Xavier Filho 3,4 ; Fabrício Madureira 1,5 , Caio Graco Simoni da Silva 1 , Edison de J. Manoel 2,4 Recebimento: 24/03/2003 Aceite: 09/02/2005 E D I T O R A ciência movimento REVISTA BRASILEIRA DE ISSN 0103-1716 & 1 Laboratório de Comportamento Motor da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. 2 Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. 3 Departamento Fundamentos da Educação Física da Universidade Estadual de Londrina. 4 Grupo de Estudo do Desenvolvimento da Ação e Intervenção Motora da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. 5 Universidade Metropolitana de Santos – FEFIS. Correspondência: Av. Prof. Mello Morais, 65 – Cidade Universitária, São Paulo – SP. – Brasil – CEP 05508-900. E-mail: [email protected]

Organizacao Temporal

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R. bras. Ci. e Mov. 2005; 13(2): 75-84

Organização temporal da braçada do nadocrawl: iniciantes “versus” avançadosTemporal organization of stroke in the swimming crawl: beginners “versus” skilled

FREUDENHEIM, A.M.; BASSO, L.; XAVIER FILHO, E.; MADUREIRA, F.; SILVA, C.G.S.;MANOEL, E.J. Organização temporal da braçada do nado crawl: iniciantes “versus”avançados. R. bras. Ci e MovR. bras. Ci e MovR. bras. Ci e MovR. bras. Ci e MovR. bras. Ci e Mov. . . . . 2005; 13(2): 75-84.

RRRRRESUMOESUMOESUMOESUMOESUMO – A aquisição de habilidades motoras envolve estabilização e adaptação deestruturas cognitivas que representam ações motoras. Um dos indicadores desse processorefere-se à estabilização gradual da organização temporal dos movimentos que constituemuma ação. O presente estudo buscou investigar a organização temporal da braçada donado crawl de crianças avançadas e iniciantes. A hipótese central foi que os indivíduosavançados permaneceriam relativamente mais tempo na fase propulsiva da braçada e queapresentariam um timing relativo mais consistente em comparação com indivíduosiniciantes. Para isso, foram analisados os aspectos temporais das braçadas de cinco criançasno nível inicial (GI) e seis no nível avançado (GA). A tarefa foi nadar dez metros no estilocrawl em velocidade confortável. A análise inferencial foi realizada com base no teste não-paramétrico de U de Mann-Whitney com o nível de significância igual o menor que 0,05. Apredição do estudo foi parcialmente confirmada já que, em relação ao braço direito, ascrianças avançadas permaneceram relativamente mais tempo na fase propulsiva eapresentaram um timing relativo mais consistente do que as do GI. Portanto, a organizaçãotemporal do nadar é distinta entre indivíduos em níveis de habilidade diferentes. Nãohouve diferença na variabilidade dos ciclos das braçadas entre os grupos. Esses resultadospermitiram inferir que o GA é caracterizado por consistência aliada à variabilidade. Apossibilidade de que a aquisição do nadar apresenta uma organização temporal estável emque se alia consistência e variabilidade merece atenção em novas investigações.PPPPPALAALAALAALAALAVRASVRASVRASVRASVRAS-----CHACHACHACHACHAVEVEVEVEVE: nadar, habilidade motora, aprendizagem motora, timing relativo

FREUDENHEIM, A.M.; BASSO, L.; XAVIER FILHO, E.; MADUREIRA, F.; SILVA, C.G.S.;MANOEL, E.J. Temporal organization of stroke in the swimming crawl: beginners“versus” skilled. R. bras. Ci e MovR. bras. Ci e MovR. bras. Ci e MovR. bras. Ci e MovR. bras. Ci e Mov. . . . . 2005; 13(2): 75-84.

AAAAABSTRACTBSTRACTBSTRACTBSTRACTBSTRACT - Motor skill acquisition entails stabilization and adaptation of cognitive structuresthat represent motor actions. This process refers to a gradual stabilization of the skilltemporal organization. The investigation examined the temporal organization of stroke inchildren that were beginners and advanced in the swimming crawl. The main hypothesiswas that advanced individuals would spend relatively more time at the propulsive phase ofthe stroke and would present a more consistent relative timing too. Eleven children, agedbetween seven and eleven years, were selected out of twenty. Five classified as beginnersconstitute the beginner group (GI). Six classified as advanced constitute the advanced group(GA). The task was to swim crawl over a distance of ten meters in a comfortable speed. Theinferential analysis was carried out by running the U Mann-Whitney test with statisticalsignificance being set by p < .05. The predictions were partially confirmed becauseadvanced children spent relatively more time at the propulsive phase and showed a moreconsistent relative timing in the right arm stroke. In so far, swimming temporal organizationis not the same for idividuals at different skill levels. The fact that variability in the strokecycles did not differ between groups leads to deduction that advanced levels of skill arecharacterized by consistency allied to variability. The possibility that swimming entails theacquisition of a stable temporal organization in which consistency and variability areassociated needs further investigation.KKKKKEYWORDSEYWORDSEYWORDSEYWORDSEYWORDS: swimming, motor skill, motor learning, relative timing

Andrea M. Freudenheim1,2,

Luciano Basso1,2,

Ernani Xavier Filho3,4;

Fabrício Madureira1,5,

Caio Graco Simoni da Silva1,

Edison de J. Manoel2,4

Recebimento: 24/03/2003Aceite: 09/02/2005

E D I T O R A

ciênciamovimento

REVISTA BRASILEIRA DE

ISSN 0103-1716

&

1Laboratório de Comportamento Motor da Escolade Educação Física e Esporte da Universidadede São Paulo.

2Escola de Educação Física e Esporte daUniversidade de São Paulo.

3Departamento Fundamentos da Educação Físicada Universidade Estadual de Londrina.

4Grupo de Estudo do Desenvolvimento da Ação eIntervenção Motora da Escola de EducaçãoFísica e Esporte da Universidade de São Paulo.

5Universidade Metropolitana de Santos – FEFIS.

Correspondência: Av. Prof. Mello Morais, 65 – Cidade Universitária, São Paulo – SP. – Brasil – CEP 05508-900. E-mail: [email protected]

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Organização temporal da braçada do nado crawl: iniciantes “versus” avançados

Introdução

Não é preciso contar com equipamentossofisticados para discernir um indivíduohabilidoso de outro que é aprendiz ouiniciante. O primeiro atinge resultadospreviamente planejados por ele com máximacerteza e mínimo dispêndio de tempo eenergia, isto é, o indivíduo é habilidoso porqueseu desempenho denota estabilidade econtrole. Essas características não sãoabsolutas no desempenho. Por exemplo, quemnão as apresenta, como é o caso do aprendiz,pode vir a fazê-lo com prática e conhecimentode seus resultados, assim como o indivíduohabilidoso pode vir a mostrar níveis dehabilidade mais avançados.

Aprender, desenvolver, aperfeiçoar sãosinônimos de mudanças qualitativas e comotais são qualidades que permeiam a vida.Organismos só existem quando conseguematingir um mínimo de estabilidade internaface às variações do meio externo. Amanutenção de uma lógica interna aoorganismo é fundamental para diferenciá-lodo seu entorno

(9). A estabilidade do meio

interno é provisória não só porque é sensívelàs perturbações do meio externo, mas porque,ao ser quebrada, ela se restabelece em novospatamares. Segundo Von Bertalanffy

(16), em

muitos casos, os estados estáveis alcançadospelos seres vivos não são um fim em simesmos, mas um passo no processo dedesenvolvimento hierárquico no qual aextremidade superior permanece sempreaberta. A aquisição de habilidades motorasnão é exceção. Ela pode ser vista como umprocesso de desenvolvimento hierárquicocompreendido pelas fases de aprendizagemlargamente conhecidas: cognitiva, associativae autônoma

(3), indo até o processo

adaptativo(14)

. As três primeiras fasesconsistem na estabilização da habilidade emque o comportamento parcialmentedesordenado é gradualmente organizado emtorno de uma meta e de conseqüênciasambientais. A última fase compreende adesestabilização, uma vez que a habilidadeformada é parcialmente desconstruída ereestruturada numa nova habilidade. Porexemplo, um atleta, ao efetuar uma rebatidano tênis de campo, continua executando amesma habilidade já tantas vezes praticadaem seus treinamentos, mas ao mesmo tempo,as características dessa rebatida são únicas e

particulares para aquele momento. Ele efetuaalgo conhecido, mas que também implementaalgo novo; do contrário sua ação de rebaterestaria fadada ao insucesso. Ao enfrentar novose constantes desafios, a rebatida do indivíduo- que já era uma habilidade estabilizada - vaise modificando, ganhando contornosinusitados e inovadores. Segundo Tani

(14), a

adaptação compreende a aplicação dehabilidades já adquiridas a novas situações outarefas. Em alguns casos, as modificaçõesnecessárias podem ser efetuadas em virtudeda flexibilidade inerente à habilidade. Masexistem perturbações para as quais essaflexibilidade é insuficiente e que demandamuma ampla reorganização da habilidade.Quando essa transformação é bem sucedida,ela resulta em uma mudança qualitativa dosistema

(14; 7; 8).

A estabilização de uma habilidade motoraimplica, entre outros mecanismos, a formaçãode uma representação mental dessa ação. Arepresentação mental expressa tanto umacompreensão da relação entre meio(movimentos) e fim (meta ambiental) quantouma seqüência de eventos necessários para arealização de um dado objetivo (programade ação). Operacionalmente, essa estruturamental da ação pode ser inferida pela gradualpadronização espaço-temporal dosmovimentos que compreendem a habilidademotora. Nesse particular, um aumento deconsistência nas variáveis de tempo demovimento denota a formação de umarepresentação mental

(14).

Uma das habilidades em que apadronização espaço-temporal dosmovimentos caracteriza de forma evidente onível de habilidade é o nadar. O deslocamentoeficaz e eficiente do corpo na água exige umaação coordenada de braços, pernas, tronco ecabeça, favorável à sua propulsão. Nessesentido, a sincronização temporal dosmovimentos desses vários componentes écrucial para a ação.

A aquisição da habilidade nadar pode serdescrita como um processo cíclico e dinâmicode estabilidade-instabilidade-estabilidade,direcionado a um maior grau decomplexidade

(15). Por exemplo, uma criança

com um padrão avançado de nado crawlpassou por mais ciclos de estabilidade e quebrade estabilidade que uma criança iniciante, namesma habilidade. É provável, portanto, que

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a organização temporal de seu nado seja maisestável compreendendo consistência evariabilidade. A consistência se dará nosaspectos invariantes da ação (por exemplo,timing relativo), já a variabilidade ocorreráem termos dos aspectos variantes (porexemplo, tempo de execução de cadacomponente e tempo total de movimento).

Vale destacar que o estudo do nadar temse centrado, especialmente nos aspectosespaciais, na descrição do ângulo entre o braçoe o antebraço no momento da saída do braçoda água

(1). De fato, a configuração espacial

dos movimentos tem sido apresentada comocritério para discriminar níveis dedesenvolvimento do nadar

(2; 6; 11; 20).

O objetivo do presente estudo foiinvestigar a organização temporal da braçadaem crianças avançadas e iniciantes, no que serefere ao nível de habilidade do nado crawl.

O timing relativo tem sido consideradoum bom indicativo da organização temporaldo comportamento motor, pois se mantémrelativamente constante mesmo frente amudanças na ação como, aumento davelocidade do movimento, aumento daamplitude de movimentos, seleção dediferentes grupos musculares

(17). No entanto,

o timing relativo deve ser considerado emconjunto com o tempo absoluto, pois oprimeiro é invariante somente frente à maiorvariabilidade deste último do segundo

(5). Por

isso, neste estudo, considerou-se a necessidadede utilizar o timing relativo e o tempo absolutocomo indicativos da organização temporalda ação. Como a braçada do nado crawl écomposta por componentes claramentediferenciados - fases aérea e aquática - foipossível calcular o timing relativo doscomponentes bem como o seu tempoabsoluto

(18). A principal hipótese a ser testada

é a de que as crianças avançadas permanecerãomais tempo na fase propulsiva da braçada (faseaquática) e que apresentarão timing relativodos componentes da braçada mais consistentedo que o apresentado pelas crianças iniciantes.

Metodologia

AmostraAmostraAmostraAmostraAmostra

Vinte crianças, com idade entre sete e 11anos, participaram do estudo, após oconsentimento informado de seus responsáveis.Essas crianças participavam regularmente deum curso de natação oferecido à comunidade

pela Escola de Educação Física e Esporte daUniversidade de São Paulo, com freqüência deduas sessões semanais.

O nível de habilidade das crianças no nadocrawl foi definido por três especialistassegundo o modelo de desenvolvimento donadar

(20). Esse modelo é uma adaptação ao de

Langendorfer e Bruya(6)

, no qual os níveis de 1a 7 denotam uma gradual melhoria dahabilidade de nadar. Xavier Filho

(20)

acrescentou ao modelo mais três níveis,tornando-o mais compreensivo e adequadoàs características da população brasileira. Paraefeito de análise foram consideradas 11crianças, cinco crianças classificadas no nível4 e seis classificadas no nível 7. Com essaclassificação, as crianças do nível 4constituíram o Grupo Iniciante (GI) e ascrianças no nível 7 formaram o GrupoAvançado (GA).

TTTTTarararararefa e equipamentosefa e equipamentosefa e equipamentosefa e equipamentosefa e equipamentos

A tarefa experimental consistiu em sedeslocar na água numa velocidadeconfortável, usando o nado crawl ao longo deuma distância de dez metros. A coleta de dadosfoi realizada na piscina semi-olímpicaaquecida da Escola de Educação Física eEsporte da USP.

O registro dos dados foi efetuado comuma câmera digital móvel (Sony Digital HandyCâmera Recorder modelo TRV 340), comcaptação de sessenta quadros por segundo,deslocando-se acima do nível da água. Parafacilitar a visualização e posterior análise dosdados, os pulsos dos participantes forammarcados com fita adesiva colorida.

ProcedimentosProcedimentosProcedimentosProcedimentosProcedimentos

Cada criança foi testada individualmente.Ela foi conduzida pelo experimentador até olocal reservado para a tarefa. A seguir, oexperimentador explicava a ela a tarefa,destacando que ela deveria usar o nado crawl eempreender uma velocidade normal, semnecessidade de fazer o deslocamento o maisrápido possível. Após confirmar que haviaentendido as instruções, a criança, ao sinal doexperimentador, iniciava a travessia. Foramrealizadas três tentativas. Entre as tentativas,havia um repouso de aproximadamente quatrominutos, período em que o equipamento erapreparado para a nova filmagem.

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Organização temporal da braçada do nado crawl: iniciantes “versus” avançados

Análise dos dadosAnálise dos dadosAnálise dos dadosAnálise dos dadosAnálise dos dados

O ciclo da braçada de cada braço foidividido em duas fases: aquática e aérea. Otempo total de movimento correspondeu àrealização de um ciclo de braçada. A obtençãodos tempos foi feita mediante a contagem donúmero de quadros utilizando-se o softwareAPAS 2000 (Ariel System). Com a duraçãototal do ciclo e as durações de cada fase foipossível calcular o timing relativo das fases.O timing relativo consiste na porcentagemdo tempo total de movimento (duração totaldo ciclo) gasto em cada fase. Para efeito deanálise, foram considerados três ciclosconsecutivos de braçada realizados na etapaintermediária do deslocamento. Isso foi feitopara evitar que o efeito da saída e o dafinalização do nado poderiam exercer sobre aorganização temporal da braçada.

Com o intuito de verificar se as diferençasentre os grupos referem-se a ambos os braços,a ação das braçadas direita e esquerda foianalisada separadamente.

Assim, as medidas utilizadas na presenteinvestigação foram: (a) desempenho global -tempo total de movimento e variabilidadedo tempo total de movimento; (b) aspectosvariantes da habilidade – distribuição evariabilidade do tempo absoluto demovimento das fases aquática e aérea; (c)aspectos invariantes da habilidade –distribuição e variabilidade do timing relativodas fases aquática e aérea. As medidasreferentes à variabilidade foram calculadasmediante a utilização do coeficiente devariabilidade de Pearson (CV) entre as

tentativas do mesmo sujeito, com o objetivode evitar efeito da magnitude das medidas eassim possibilitar a comparação.

Resultados

As comparações intergrupos, quanto àação dos ciclos para cada braço, foramrealizadas mediante a aplicação do teste U deMann-Whitney para cada uma das medidasutilizadas. Para os resultados relatadosconsiderou-se o nível de significância p<0,05.

Braço direitoBraço direitoBraço direitoBraço direitoBraço direito

Foi detectada diferença significativa parao tempo total de movimento (Z=2,002;p=0,044) entre os grupos. O tempo total demovimento das crianças do GA foi menorque o das crianças do GI. Portanto, o ciclo dabraçada direita das crianças avançadas é maisrápido que o das crianças iniciantes. Avariabilidade do desempenho global foisemelhante entre os dois grupos (Z=-0,182; p=0,855) (Figura 1).

Com relação aos aspectos variantes, nãohouve diferenças significantes entre os grupostanto na distribuição quanto na variabilidadedo componente aquático ([Z=1,095; p=0,273]e [Z=0,365; p=0,715], respectivamente). Já ocomponente aéreo apresentou diferençasignificativa entre os grupos tanto nadistribuição quanto na variabilidade ([Z=2,73;p=0,006] e [Z=2,008; p=0,0446],respectivamente), e o GI permaneceu maistempo na fase aérea, bem como foi o maisvariável nessa fase.

Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1. Tempo total de movimento (a) e variabilidade do tempo total de movimento (b) do braço direito.

0

500

1000

1500

2000

2500

Grupos

Te

mp

oto

tald

em

ovi

me

nto

(ms

) GI GA

0

2

4

6

8

10

12

14

Grupos

Va

ria

bili

da

de

do

tem

po

tota

lde

mo

vim

en

to(%

)

GI GA

(a) (b)

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A.M. Freudenheim et al.

Os aspectos invariantes da habilidadediferiram, pois foram detectadas diferençassignificativas intergrupos no timing relativodo componente aquático tanto para adistribuição (Z=-2,556; p=0,0105) quantopara a variabilidade (Z=2,738; p=0,0061). Ascrianças do GA permaneceram relativamentemais tempo e foram menos variáveis nessafase. Já para a o componente aéreo só ocorreudiferença significativa entre os grupos para adistribuição do timing relativo (Z=2,556;

p=0,0105), e o GA permaneceu relativamentemenos tempo nessa fase (Figura 3).

Braço esquerdoBraço esquerdoBraço esquerdoBraço esquerdoBraço esquerdo

Assim como no ciclo da braçada direita, otempo total de movimento da braçadaesquerda foi significativamente diferente entreos grupos (Z=2,008; p=0,0446), e as criançasdo GI gastaram mais tempo no ciclo do queas crianças do GA (Figura 4). A variabilidade

Figura 2Figura 2Figura 2Figura 2Figura 2. Distribuição (a) e variabilidade (b) do tempo absoluto de movimento das fases aquáticae aérea do braço direito.

(a) (b)

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Aquático AéreoGrupos

Te

mp

oa

bs

olu

tod

em

ovi

me

nto

(ms

)

GI GA

0

5

10

15

20

25

30

Aquático AéreoGrupos

Va

ria

bili

da

de

do

tem

po

ab

so

luto

de

mo

vim

en

to(m

s)

GI GA

Figura 3.Figura 3.Figura 3.Figura 3.Figura 3. Distribuição (a) e variabilidade (b) do timing relativo das fases aquática e aérea do braço direito.

(a) (b)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Aquático AéreoGrupos

Tim

ing

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tivo

(%)

GI GA

0

5

10

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25

30

Aquático AéreoGrupos

Va

ria

bili

da

de

do

tim

ing

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tivo

(%)

GI GA

Figura 4Figura 4Figura 4Figura 4Figura 4. Tempo total de movimento (a) e variabilidade do tempo total de movimento (b) do braçoesquerdo.

(a) (b)

0

500

1000

1500

2000

2500

Grupos

Te

mp

oto

tald

em

ovi

me

nto

(ms

)

GI GA

0

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4

6

8

10

12

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Grupos

Va

ria

bili

da

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do

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po

tota

lde

mo

vim

en

to(%

)

GI GA

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Organização temporal da braçada do nado crawl: iniciantes “versus” avançados

do tempo total de movimento foi semelhantepara ambos os grupos (Z=0,3651; p=0,715).

Houve diferenças significativas entre osgrupos tanto para o componente aquáticoquanto para o aéreo no tempo absoluto demovimento ([Z=2,008; p=0,0446] e[Z=2,464; p=0,0134], respectivamente), e oGI gastou mais tempo em ambos oscomponentes. A variabilidade para o tempoabsoluto de movimento da fase aquática eaérea foi semelhante entre os grupos([Z=0,73; p=0,465] e [Z=1,825; p=0,067],respectivamente).

Nas medidas que correspondem aosaspectos invariantes, tanto para a distribuiçãoquanto para a variabilidade, não foramdetectadas diferenças significativas entre osgrupos (Figura 6).

Discussão

Em relação à braçada direita, as criançasavançadas permaneceram relativamente maistempo e apresentaram timing relativo mais

consistente do que as crianças iniciantes nafase propulsiva da braçada. A maioria dasdiferenças referentes à braçada esquerda foimarginal. Essa ocorrência pode ser decorrênciado número reduzido da amostra ou, maisprovavelmente, de respiração das criançasestudadas ocorrer sempre do lado direito. Issomostra uma necessidade futura: considerar arelação temporal entre os ciclos de braçadadireita e esquerda e a respiração. A relação defase entre esses elementos deve apresentardiferenças entre níveis de habilidade.

Outro aspecto que merece atenção refere-se às estratégias que as crianças de diferentesníveis de habilidade encontram para resolverproblemas motores advindos dodeslocamento na água. As crianças avançadastrabalham mais a freqüência do ciclo, já que aduração dos ciclos de braçada, tanto direitoquanto esquerda, foi mais curta do que aduração dos mesmos ciclos nas criançasiniciantes. Ao mesmo tempo, o timingrelativo referente à fase aquática foi mais longo

Figura 5Figura 5Figura 5Figura 5Figura 5. Distribuição (a) e variabilidade (b) do tempo absoluto de movimento das fases aquáticae aérea do braço esquerdo.

Figura 6Figura 6Figura 6Figura 6Figura 6. Distribuição (a) e variabilidade (b) do timing relativo das fases aquática e aérea do braçoesquerdo.

(a) (b)

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Aquático AéreoGrupos

Te

mp

oa

bs

olu

tod

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ovi

me

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0

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Aquático AéreoGrupos

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tem

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GI GA

(a) (b)

0

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Aquático AéreoGrupos

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(%)

GI GA

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Aquático AéreoGrupos

Va

ria

bili

da

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do

tim

ing

rela

tivo

(%)

GI GA

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e menos variável nas crianças avançadas(braço direito). Isso denota que a diminuiçãoda freqüência de braçada não é feita emdetrimento da propulsão do nado. Umapossível implicação desse resultado é quediminuir a duração do ciclo para aumentar afreqüência de braçadas pode constituir-se umaestratégia para melhorar a propulsão.

O GA executou ciclos mais rápidos, mas avariabilidade do tempo total de ambos osgrupos foi à mesma (braçadas direita eesquerda). Isso indica que a variabilidade dotempo total de duração do ciclo deve possuirsignificados diferentes, pois o timing relativodos componentes do GA da braçada direita foimais consistente. A variabilidade inerentedemonstrada pelo grupo de crianças avançadaspode estar associada a uma maiordisponibilidade para fazer modificações nociclo, seja para ajustar e manter a freqüência debraçada, seja para lidar com variaçõesambientais. No futuro, seria importanteinvestigar o impacto de perturbações nessaestrutura temporal de braçada. Se avariabilidade demonstrada é funcional (9), seriade se esperar que a perturbação não alteraria afreqüência da braçada das crianças avançadas,ainda que a variabilidade absoluta aumentasse.

Como já foi observado em outrashabilidades como andar, escrever, digitar,tocar piano, etc. (12), um nível de habilidademais avançado do nadar está associado a umaorganização temporal mais consistente. Essedado pode ser um indicador de que a aquisiçãodo nadar também envolve a formação de umtipo de representação cognitiva da ação emque se destaca a relação meio-fim e a seqüênciade eventos para se alcançar um objetivo. Épossível também que essa consistência estejaassociada ao recrutamento de geradorescentrais de padrão no sistema nervoso central,acionados de forma comprovada nalocomoção terrestre (4). Embora o nadar sejavisto como uma habilidade exclusivamenteaprendida, não se pode esquecer que elaapresenta um desenvolvimento desde onascimento (10; 19). O reflexo do nadar emrecém-nascidos caracteriza-se pormovimentos de braços e pernas bemestruturados temporalmente (10); isso podeindicar que os geradores centrais de padrãopara o deslocamento aquático são objeto dedesenvolvimento do sistema nervoso centrale só não são mais presentes no comportamentomotor por falta de oportunidades na sua

estimulação na primeira infância. A práticada habilidade nadar pode propiciar umarecuperação dos geradores associados aodeslocamento aquático. Novamente, tem-seuma questão que merece atenção no futuro.

O presente estudo considerou apenas umcomponente do nadar, o referente à braçada.Em futuros estudos, seria fundamentalconsiderar a estruturação temporal de outroselementos (como a pernada) e sua relação coma braçada e a respiração. Sanders (13)investigou as mudanças qualitativas ocorridasna mudança de estilo do nado peito em adultos.Embora Sanders não tenha enfocado o nívelde habilidade, mas a mudança de técnica, esseautor encontrou mudanças nas relações de faseentre a braçada e pernada. Seria importantepartir do mesmo tipo de análise paraacompanhar a mudança nos níveis de habilidadeque ocorre numa mesma atividade.

O estudo do nadar tem se prendido aoenfoque de aspectos biomecânicos dosmovimentos com referência especial àsdiferentes técnicas de deslocamento na água.Pouca atenção foi dada à aquisição dessahabilidade. A investigação desse processo émarcada por dois interesses justapostos: umacadêmico e outro profissional. Em termosacadêmicos, o nadar é uma habilidadeintrigante por se caracterizar como um sistemacujos componentes interagem entre si deforma dinâmica. Os modelos atuais quebuscam explicar a aquisição de habilidadesassumem que esse processo é marcado pormudanças não lineares nos diferentescomponentes, de onde emergem novasrelações entre os elementos resultando numanova organização motora (8). A presenteinvestigação deu alguns passos quepossibilitam abordar a aquisição do nadardentro dessa perspectiva.

Em termos profissionais, é necessáriodestacar que, até o momento o ensino datarefa motora nadar tem considerado muitopouco a aquisição da habilidade nadar. Dessaforma, os procedimentos de intervenção sãoguiados por tentativa e erro, muitas vezes emdetrimento do aprendiz. Por exemplo, napresente investigação mostrou-se que aorganização temporal da braçada difere entreum indivíduo habilidoso e um iniciante,entretanto, do ponto de vista da intervenção,praticamente não há referências sobre comotrabalhar com esse aspecto temporal.

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Organização temporal da braçada do nado crawl: iniciantes “versus” avançados

Conclusão

O presente estudo investigou aorganização temporal da braçada do nadocrawl de crianças avançadas e iniciantes. Combase nos resultados, pode-se concluir que:

a) A organização temporal do nadar é distintaentre indivíduos em níveis de habilidadediferentes: os indivíduos avançadospermanecem relativamente mais tempona fase propulsiva da braçada e apresentamum timing relativo mais consistente emcomparação com os indivíduos iniciantes;

b) Uma vez que níveis de habilidade maisavançados do nadar estão associados a umaorganização temporal mais consistente, aaquisição do nadar envolve a formação deuma representação cognitiva da ação; e,

c) Faz-se necessário dar mais atenção aoprocesso de aquisição do nadar tanto emtermos acadêmicos, acompanhando combase numa visão sistêmica as mudanças

nos níveis de habilidade do nadar deaprendizes, quanto em termosprofissionais, trabalhando o aspectotemporal desde o início do processo deaquisição do nadar.

Em função dos resultados obtidos e daslimitações e delimitações deste estudo,verifica-se que no futuro abre-se toda umaperspectiva de estudo do nadar a partir daqual seria importante investigar:

a) O impacto de diferentes perturbações naestrutura temporal da braçada;

b) A estruturação temporal de outroselementos (por exemplo, a pernada) e suasrelações; e,

c) A natureza da representação cognitivasubjacente ao nadar e, o papel da prática,da instrução e do feedback em suaformação.

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