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Oportunidades para as políticas energéticas latino-americanas
Luiz Horta NogueiraUNIFEI
1o Encontro Latino-americano de Economia de EnergiaSalvador, maio de 2008
Oportunidades para as políticas energéticas latino-americanasHorta Nogueira - I ELAEE - 2008
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Plano da apresentação
1. O nosso contexto2. Lições da Reforma e da Contra-Reforma Energética3. Oportunidades e sinergias
As energias de rede Os novos biocombustíveis A eficiência energética
4. Uma visão topológica de nossa realidade5. Conclusões
Bandeira da União de Nações Sul-Americanas (Wikipedia, 2008)
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O nosso contexto: América Latina
• Heterogêneo e similar...Ampla base de riquezas naturais, inclusive energéticas Assimetrias sociaisInstituições em consolidação
• Expansão econômica evidencia carências de infra-estrutura, inclusive energética
• A América Latina produz cerca de 9% dos fluxos energéticos globais, consumindo 70% e exportando 30% de sua produção de energia (OLADE, 2005)
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O nosso contexto: América Latina• A integração energética é um elemento relevante para a
integração econômica e o desenvolvimento regional
• Boa experiência em tentativas de integração...
ALALC, ALADI, CAN, MERCOSUL, outras
União de Nações Sul-Americanas (UNASUL)
• …inclusive em temas energéticos:
Organización Latinoamericana de Energía (OLADE)
Comisión de Integración Energética Regional (CIER)
Asociación Regional de Empresas de Petróleo y Gas Natural en América Latina y el Caribe (ARPEL)
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Lições da Reforma e da Contra-Reforma... • Nas últimas décadas o Setor Energético latino-americano
sofreu reformas institucionais importantes
• Tais reformas refletiram as crises econômicas e energéticas, essencialmente procurando reposicionar o Estado no contexto energético
• Inicialmente de corte liberal, as “contra-reformas” mais recentes tem resgatado idéias estatizantes e posturas mais intervencionistas
• Mesmo com a reconhecida diversidade de contextos, escalas e processos históricos, pelos erros e acertos, algumas lições estão disponíveis...
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Lições da Reforma e da Contra-Reforma... • É importante contar com uma Política Energética de Largo
Prazo, estável, de amplo consenso, que transcenda a Autoridade Política de turno, visando a segurança do suprimento energético, otimize o aproveitamento dos recursos, promova as fontes renováveis e a eficiência energética, orientando a expansão e a operação dos sistemas energéticos.
• Para implementar a política energética se requer um Planejamento Centralizado para orientar de modo indicativo ou normativo o desenvolvimento dos sistemas energéticos.
(preparado a partir de diversos documentos da OLADE, 2006 a 2008)
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Lições da Reforma e da Contra-Reforma... • A estabilidade do Marco Legal no setor energético estimulou
investimentos, melhorou a qualidade dos serviços e elevou os níveis de consumo.
• A Regulação é um instrumento importante para materializar a Política Energética, apoiada por atenta vigilância dos órgãos de Defesa Econômica.
• A eficiência empresarial não é patrimônio exclusivo das empresas privadas, e a existência de empresas públicas pode ser útil para a implementação da Política Energética.
(preparado a partir de diversos documentos da OLADE, 2006 a 2008)
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Oportunidades e sinergiasAs energias de rede• As primeiras formas energéticas a considerar em processos de
integração são naturalmente aquelas que dependem de infra-estrutura fixa para seu transporte, como a energia elétrica e o gás natural.
• Durante os anos 80 e 90 se desenvolveram vários projetos energéticos aproximando diferentes países, em um processo que retrocedeu nos últimos anos.
• Permanece inexplorado um importante potencial para aproveitar recursos compartidos e desenvolver mercados em bases competitivas.
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Oportunidades e sinergiasAs energias de rede: energia elétrica
Atualmente cerca de 12,8 GW são transacionados entre os países latino-americanos, mas a maior parte se refere a poucas centrais entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
O potencial ainda disponível em projetos binacionais é muito maior.
Na América Central e entre Colômbia e Equador tem se observado uma sensível queda na energia transacionada.
(Avella, P.C., 2007)
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Oportunidades e sinergiasAs energias de rede: energia elétrica
Importância relativa do intercâmbio energético em
2005
(Avella, P.C., 2007)
A participação das transações energéticas é relativamente pouco significante nos mercados atuais.
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Oportunidades e sinergiasAs energias de rede: gás natural
Embora tenha se expandido de modo importante nos últimos anos, o gás natural, salvo exceções, é um energético ainda usado limitadamente na região.
Grandes projetos têm sido propostos, mas enfrentam dificuldades para se viabilizarem.
Países com restrições para atender a uma demanda crescente de GN se preparam para acessar o mercado de GNL...
(Petroleum Economist, 2007 apud Mathias, 2008)
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Oportunidades e sinergiasAs energias de rede: gás natural
...entretanto a oferta de GNL parece curta frente à evolução das expectativas de demanda.
Capacidade nominal máxima de regasificação e liquefação de GN na Bacia Atlântica e Mediterrâneo (Veiga, M., 2007)
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Oportunidades e sinergiasOs novos biocombustíveis
Poucas regiões apresentam condições tão favoráveis para a adoção de biocombustíveis veiculares como a América Latina, por seu clima, disponibilidade de terras e capacitação tecnológica.
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Oportunidades e sinergiasOs novos biocombustíveis
É quase um paradoxo ver países consumirem divisas com a importação de combustíveis que poderiam ser substituídos com vantagens econômicas, ambientais e sociais por produto nacional renovável.
A integração energética poderia ser dar pela convergência das especificações e pelo desenvolvimento dos mercados internos e externos, inclusive de energia elétrica, um importante co-produto do etanol de cana de açúcar.
O processamento de um milhão de toneladas de cana permite gerar 10 MW médios.
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Oportunidades e sinergiasOs novos biocombustíveis: etanol
Fração da demanda de etanol requerida para E10 que pode ser produzida a partir dos melaços esgotados disponíveis na fabricação de açúcar.
(CEPAL, 2006)
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Oportunidades e sinergiasOs novos biocombustíveis: etanol
Fração das áreas cultivadas (total e em cana) necessária para produzir etanol suficiente para atender a demanda requerida para a adoção de E10 considerando a conversão de caldo direto.
(CEPAL, 2006)
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Oportunidades e sinergiasOs novos biocombustíveis
É importante observar que os biocombustíveis são bastante diferentes na eficiência de conversão da energia solar e utilização dos recursos naturais (água, solo, etc.), afetando diretamente seu desempenho ambiental.
litros/ha
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Oportunidades e sinergiasOs novos biocombustíveis
O etanol de cana, com uma história quase secular como combustível veicular, apresenta bons indicadores de sustentabilidade.
Em muitos sentidos, trata-se do “biocombustível de segunda geração”, pelo qual ainda se busca como a alternativa aos combustíveis fósseis:
- excelente relação output/input energético (entre 8 e 10)
- reduz em mais de 80% as emissões de GHG
- economicamente competitivo (até petróleo a aprox. 40 US$/bbl)
- pode empregar a estrutura logística e o parque veicular atual
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Oportunidades e sinergiasOs novos biocombustíveis
Urge definir uma agenda latino-americana para os biocombustíveis.
- Qual os biocombustíveis de efetivo interesse?
- Quais os modelos produtivos mais factíveis?
- Quais os riscos e impactos?
outras finalidades4.2 Gha
pastagens3,5 Gha
agricultura para
alimentos1,5 Gha
silvicultura e produção de
fibras4,0 Gha
Usos da superfície cultivável na Terra
(Hoogwijk et al., 2003)
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Oportunidades e sinergiasA eficiência energéticaO alto nível de perdas nos sistemas energéticos da região indica a possibilidade da adoção de tecnologias mais eficientes e medidas que promovam hábitos e padrões de uso mais racionais.
Relação entre o consumo residencial de eletricidade útil
e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) no Brasil
(EXCEN-UNIFEI, 2008)
0.50
0.56
0.62
0.68
0.74
50 100 150 200 250 300 350 400 450
Consumo residencial de energia elétrica útil (kWh/capita.ano)
IDH-M
20002002
2004
1980
199001
1995
1985
19701
1975
2005
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Oportunidades e sinergiasA eficiência energética
A introdução de tecnologias mais eficientes se articula com políticas comerciais e industriais, tema que apresenta um fértil campo de conflitos, bem como para cooperação e integração. Medir seus resultados é relevante.
Evolução da energia consumida por
refrigeradores no Brasil (PROCEL, 2008)
12,000
14,000
16,000
18,000
20,000
22,000
24,000
1986 1990 1994 1998 2002 2006
GWh
Baseline Park (without PROCEL Label)
Potential Park (100% with PROCEL Label)
Actual Park (with and without PROCEL Label)
1,012 GWh
1,840 GWh
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Uma visão topológica de nossa realidade
A partir dos mapas disponíveis no site WORLDMAPPER, com as áreas dos países proporcionais aos atributos selecionados, é possível ter uma nova perspectiva da região latino-americana e de sua posição em relação às demais regiões do planeta.
Os mapas apresentados a seguir se referem a 2002 e ajudam a perceber as assimetrias e potenciais existentes para os sistemas energéticos latino-americanos...
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• Área dos países
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• População (2002)
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• Produto interno bruto
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• Uso de combustíveis
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• Combustíveis: exportação
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• Geração de eletricidade
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• Hidroeletricidade (capacidade instalada)
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• Florestas
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• Pluviosidade
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Uma visão topológica de nossa realidade: algumas conclusões
Somos pouco significantes no mapa econômico mundial, mas a base de recursos naturais renováveis da região latino-americana sinaliza potenciais bastante interessantes.Para o desenvolvimento desses potenciais, é imperativo a integração bem articulada e implementada, com vantagens a todos. É fundamental estruturar argumentos que favoreçam a superação de divergências e visões de curto prazo.
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O resumo da ópera:A integração energética, por seus múltiplos objetivos, é da maior relevância e precisa receber a devida prioridade na formulação das políticas energéticas e nas agendas governamentais, para além das medidas conjunturais e atendendo aos condicionantes da globalização, integração econômica e desenvolvimento sustentável.
Novas questões de sempre...
Como os estudos em Economia da Energia podem contribuir para plasmar novas e melhores realidades? Como evitar a distância entre o discurso e a prática?
E afinal, quem pensa nas questões latino-americanas?
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Luiz A. Horta [email protected]
Universidade Federal de Itajubá