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JORNAL DA ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DOS ARTISTAS PLÁSTICOS . A ARTE CINÉTICA POR JULIANA WOSGRAUS I OITICICA '" 4' .QUEBRANDO· TODOS OS CONCEITOS - SCHWANKE E OESTROEM: ., �1 OS PREMIADOS· NO 9? SALÃO NACIONAL - ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA

OITICICA - hemeroteca.ciasc.sc.gov.brhemeroteca.ciasc.sc.gov.br/jornais/retoques/RET1996DEZEMBRO.pdf · Cartas "(...)Pelaminhavivência, de tropeçoem tropeçofui" eliminandoaospoucosas

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JORNAL DA ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DOS ARTISTAS PLÁSTICOS. .

A ARTE CINÉTICA POR JULIANA WOSGRAUS

I .

-

OITICICA'" •

4'

.QUEBRANDO·TODOS OSCONCEITOS

-

SCHWANKE E OESTROEM:.,

�1 OS PREMIADOS· NO 9? SALÃO NACIONAL�

-

ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA

Cartas

"(. ..) Pelaminha vivência,de tropeço em tropeço fui"eliminando aos poucos aspedras que me impediam a

caminhadana vida comoar­tista. Nem tudo foram rosss

paramim.Nuncaperdia es­pérança de conseguir, atra­vés da arte, formar uma Ie­giãodeamigosadmiradoresdos meus quadros. Procu­rem sempre dar uma mão,através destejornal,..aosar­tistas que residem no inte­rior. Confiram a estes, amesmasatisfação que vocêsmeproporcionaram(.•.)"WiJJy Zumblick, ArtistaPlá.llltico

Jornal da Associação Ca­tarinense dos ArtistasPiäs­ticosTextos e edição: RoselangePeixer e Angelo MedeirosEdição Gráfica: RicardoBarretoColaboradores: FernandoLindote, Volmar Hoffmann,Juliana Wosgraus, TeodoroSouza Filho e Pedro A. Me­lo.Jornalista responsável: Ri­cardo Barreto, Mtb 4885/RSMontagem: Rita de CássiaPaulinoFotocomposição e impres­sãoOEstadoCorrespondência: rua SãoCristóvão, 755 ap. 304 BlocoB, Coqueiros88.000 - Florianópolis - SCFone- (0482) 44-5805

"(#jornal está ótimo! Tor­çopare que outros (muitos)

números saiam. Qualquerajuda que- eu possa dar,aquideSãoPaulo; será comprazer (..•)" .

Paulo Whitaker, ArtistaPlástico

"Retoques: parabéns e

muitosanosde vids:Éoquedesejam todos os paulistasquepensam emarte. Umno­

vomeio de transportef'8Taos artistas, um jorna , fazcom que o artista enxerguenovos borisontes. Tenhobons contatos eparticipo dealguns eventos artisticos:exposições, palestras, vi­deos, etc... Coloco-me a dis­posição de Retoques perequalquer força (..,)" -

Celso Orsini, Artista Plásti­co

*"(. ..)Acreditamos que Re­

toques veio atender a uma

necessidade de integrar omeio artístico 'com o traba­lho executado pela ACAP.Desejamos sucesso Besteveículo e aos düigentes'�

-

Associação Blumenaueasede .Ar tis tas Plásticos(BluapJ

Lo i ",cIQ-te 4Ir'A��RAPOEbGro\� I/ASQIiIG$

[Programe-seA Associação ..

Catarinense dos ArtistasPlásticos está recebendopropostas para mostrasmdividuais de seus -

associados, queparticiparão docalendário de atividadesdo próximo ano de 1987.As propostas

referentes à categoriàdas mídias

_

contemporâneas(ambientações,instalações,"performance", -

happening, vídeo-arte,audiovisuais, 16 mm,super 8 e outros) deverãoser acompanhadas deprojetos ou notasexplicativas. -

Em qualquer dascategorias, sua propostadeverá ser acompanhadadá data de suapreferência, sendo quepara as últimas (dosnovosmídias), aqueles decurta.duração,poder-se-á realizar-se,paralelamente, ás fixas.No período das

graudes e pequenasférias (escolares), aACAP continuaráorganizando as grandescoletivas queoportunizam a

apresentaçãodemocrática de novosvalores.Dando continuidade a

uma dinâmica játradicional de melhor

,•

utilização do nosso

espaço, favorecendo ummaior número deassociados,comunicamos que asindividuais continuarãosendo apresentadas emduplas, mais o nossoacervo.

Segundo o nosso

estatuto, a Associaçãofornece apenas ó espaçoe a montagem das obras;somente participarão denóssos eventos osassociados em dia com as

suas mensalidades.

As propostas deverãoser enviadas até o dia 15de dezembro, quandoserão apreciadas pelanova diretoria da ACAP.A programaçãodefinitiva de 1987 serádivulgada em dataoportuna; as propostaspoderão constar deoutros eventos nopróprioespaçoda saladaex-Alfândega ou em

outros alternatives e

paralelos.

A direção

RETOQUES' DEZEMBRO 86

ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA

DEZEMBRO 86 RETOQUES

A ruptura­do concreto

Ele sempre quisserdiferen­te.Artista ou louco?Pouco lheimportava o que poderiampensar sobre suas atitudes. Averdade é que suaspropostasartísticas sempre circularamem grandes centros. Londres,Paris, New York, Rio de Ja­neiroeSãoPaulo conheceramseusprojetos e realizações. Oreconhecimento, é certo, tar­dou umpoucomas chegou. Etinha queserem terrasestran­geiras, o Brasil não esta vaacostumados com tamanhaebulição cultural. Não se en­

ganem. Não é aniversário desua morte. Muitos menos elefigura em capasderevistasoué manchete em jornais. Sim­plismente é tempodelembrar-mos deHélio Oiticica. '

Menino-prodigio do movi­mento neo-concreto, que sur­giunofinaldosanos� aobrade Oiticica foi sempre uma

resposta radical ao ambientecultural brasileiro. Poucoseram os que conseguiam assi­milar seus çParangolés" e

uBólides" e ÇPenetráveis'/­Objetos que não se destina­vam à conte{llplação,masà in­tegração da arte com a vida,onde se juntavam estrutura,movimento e sociedade.

-

Artista dos mais promiss�resno cenário nacional, Héliomtid�nãovi�umuitoparamostrar todo o seu potencial.Morreu em 1980, com 42anosde idade.Atéaimuitojá tinhafeito pela cultura brasileira.Com sua obra uTr0picália, oGrandePenetrável', spresen-

NUMAcert« enviadaaseuamigo

TorquatoNeto(poetamorto em

1973), Hélio Oiticica deixavãbem claro sua aversão a

exposições. A carta, escritaemNewYork, emsetembrode1971, foipublicadano livro Os

últimos dias de Paupéria,editoraMaxLimonsd. Aquitranscrevemos um trecbo:

U(-••}Sehágente interessadaemmiliha obra anterior,

melhor, mas não vou expô-laou ficar repetindo ad

infinitum asmesmas coisas;não estou aquipara fazerretrospectivas, como umartista acabado; estou no

tada aopúblico em 1967, Oiti­cice infTuenciou anossa cultu­ra, dandoinfcioaomovimentotropicalista. Logo em 69, esta­va em Londres expondo seustrabalbos na "White chapeIGa1lery'� uma dasmais reno­madasgalerias de vanguardada- época. E de lá, passava aser reconbecido internacio-nalmente. -

Hélio sepropunha sempre adesenvolver um projeto artís­tico e existencial, que se resu­miaafazerdaarte ummomen­to da consciência individualesocial. Suabandeira foiabete­rodoxia militante, não uma

beterodoxis por si mesma,mas como forma de investiga­ção artística flue libertasse aarte de seus viciospositivis­tss":Retomando o inicio de seu

percurso épreciso voltarmosaté 1954, quando Hélio estu­dava no ateliê de Ivan Se,rpa.Na época, asduasalternativas

Topologicalreadymadelandseape

n�3,-

TorquatoNeto eOiticica ns Whitechapei Gallery. Londres, 1969

inidodealgomaior;quemnãoentender que se dane;

procurem se informarmelhore respeitar idéias e trabalhofeito. Mas não, parece que aburrice é crônica e que tenhofalado em vão. O quepropusque fosse feito em São Pauto,

diante de um telefonerecebido, foi o seguinte:

produzir uma experiência narua, em São Paulo (Praça daRepública): osplanosparaessa e.rperiênciajá estão

prontoseserãopublicadosemNew York, breve. Não sãoplanospara ficar empapel(não sou artista conceftuàl e

nunca fui). Minhasexperiências têmmais a ver

P3

boje com circo do que compromotores dearte;não estou

_

a fim de alegrar burguesiasinteressadas em arte. São unschatos, além das conhecidas

qualid[!des reacionárias;portanto, basta":

uESsas experiênciasmencionadas acnna, foram

sempre assumidas,pormim,como autênticas experiências

(manifestações ambientais,sensoriais, participação

pública, etc.); não como uma"esposiçäo amsis"; o que

parece ser apreocupação damaioria de artista ai, aqui,

albures, e com os quaisnadaquero tera ver: são

entediantes, nãomuitobrilhantes, sein qualquer

compromisso com idéiasmaisprofundas ou limite. Pensamque estou brincando quandodigo que apintura acabou;

quando durante des anos (sóum Ioucol), não falo em outra

coisa;minhaprória obra

artísticas eram omodernismoe o abstracionismo informal,mticica se opôs a ambas, ade­rindo ao Grupo Frente. EmSãoPaulo enoRio de Janeirolevantou-se, então, a bandeirada arte concreta como únicaforma de;escapar aos impas­ses e descaminhos que leva­vam as outras duas posturasartísticas.Depois demuito ca­minharpelas viasde concreto,já penssve-se em novas for­masde criação. Artistas comoLygia Pape, Amilcar de Cas-­tro, Ligia Clark, WiDis de Cas­tro, Sérgio Camargo,Hélio Oi­ticica e o poeta Ferreira Gullar, construtrsm o que se tor­nouconhecidoporneoconcre­tismo; cujo manifesto foi pu.:blicado em 1959no Jornal doBrasil. Aproposta domanifes­to era a recuperação dos valo­ressensiveisperdidosnomeiodo csminho:

Anos60. Umadaspreocupa­ções do artista passa a ser o

fimdoquadro.A arte,paraOi­ticica, tinha que se despren­derdesuas amarras. Liberda­de totalpara qualquer tipo decriação. Para ele.,. � morte dapintura seria dennitiva se elanão conselfl!isse, antes,mataro quadro. Dizia Oiticica: ç�meu vera quebra do retângu-­lo do quadro ou de qualquer

-

forma relfU}ar (triáDJ!U}o, cir­culo, etcJ é a vontade de daruma dimensão ilimitada àobra, dimensão infinita (-••)"Hoje, se vivo fosse, talvez o

encarassem como um artistapós-moderno. Rótulos é o quenão faltaria para enquadrarsua arte. En9uadrarsua arte?Não seria facH. Hélio Oiticicasempre lutoupara desmistifi­carocaráterInovadordesuasexperiências e poder intelfT.á­lasna sociedaáe em que VIvia.Com certeza estaria defenden­do, até boje, a autonomia desua cdação artistica, longe deamarras e de preconceitos.(RP)

Oiticica:.

"Estouvivo, falando"

(desconhecida no Brasil,praticamente; não sei que

Interessepossa causar;modahearsay, alienação

caracteristica local), é ocaminho duro dessa

desintegração: não façovestimenta de vanguarda,

comomuitos, para/esconderidéias conservadoras: nãomecalo, também, esperando um

"reconhecimento futuro'';estou vivo, falando. Quemnãosoubero que digo, que se cale

e não encha o saco;meesqueça; eu não existo.

Minhas experiênciss, 'boje,são um desvendamentolóÇ1code tudo começado hámlUs dedezanos, noRio:projetos, quemais cedo oumsss tardesérãolevados ao dia:nãobápressa;

quem fluiser tomarconhecimento d.1sS0 e estiverinteressado em tomarparte

nesse trabalho (deresto, comosempre, de lf!:_upo), legal

Eslamos tu":

ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA

'.-

'modo geral,de"A cultura,último item

um"

sempre e o de dem programaTalvez porque não renda votos"

governo.Cultura. Um itinerário lógicoseriamuitomais econômico.Eu pretendo, BIlO que vem,fazer uma exposIção itine­rBIlte com a Eli Heil, que éuma dasartistasmais impor­tantesdeSBIlta Catarina. Co­moseria o roteiro:PortoAle­gre, Curitiba, São Paulo, Be-70 Horizonte e Rio de JBIlei­roo Com isso, podemos bara­tear os custos de produçãoe incentivariniciativas destecaráter.RETOQUES - Jovens artistasreclamam que os espaços nãolhes são abertos, em detrimentodos "medalhões";A� falàmatéem "panelinhas'. Oque vocêaeha destas críticas? .

H.L. -Eunãoseisobreo queelesfalam. Seésobre Galeriade Arte, nada se pode fazerpois a Galeria'é um negóciocomercial. Eles expõemquem vende. .E vende quemtem nome e já está firmado.Nenhum "merchand" é lou­co de pegar um jovem, queninguém conhece, e fazeruma individual. Gastar comcoquetel, luz, empregados e

catálogos, sem saber se teráum retorno. Eu, aquinoMu­seu, em geral não dou vez,poiso .MASCtemoutra estru­tura. Porém, aACAP tem da­do oportunidade aosjovens.O que eu acbo que deveriaeXIstir. em .FlorIanópolis éuma espécie de escadaria,para ir subindo aos poucos,até cbe.Jl.'!!:.noMuseu.RETOflUB'S - E o lado literá­no, como vai?H.L. - O meu trabalho àfrente do MASCme ocupamuito tempo. Eu estou com

200 pálfÍIlas datilografadas'de um romBIlce, que levaráonome de �ZÔO'� que éahis­tória de ummUitar, como eufui, em conJIito com seu JiJboqUi! éartis_ta.EupegueiestesdOISpersonagens exatamen­te para -pôr e111 contraste a

formação quadrada do exér­cito e a formação liberal doartista. Porém, não seiqUBIl­do vou terminar. Mas se o

Gabriel Garcia Márques le­vou se� BIlOSpara terminaruCem BRosdeSolidão'�pudeserque eu cbeguea terminarmeu �ZQo'� Se bem que euacho diffcD, pois sou exigen­te e nãome interessa escre­vermais um livro e sim Uoli "vro •

RETOQUES - Você se consi-dera prete_psioso? .

-

H.L. - E nesse ponto, por

exemplo, que o CacauMene­zes, em sua coluna, m_!! cha­mou depretensioso•..Eclaroque sou pretensioso e acboque todo mundo deve ser.Tem quepensarbemaltops­rs realizarpelomenos ame­tade do que sepretende. Eutenho a pretensão de trsas­formar o nosso Museu no

msds importante do Sul doBrasil, e não é diffciJ. Eu co­

nbeço os do Paraná e RioGrBIlde do Sul e, em termosde es./!_aço, onosso é bemme­

lhor.Emacervo, onossoésu­perior ao do Paraná e se

iguala aogaúcbo. Muitos ar­tistas escrevem dizendo quegostariam de exporaqui. Eurespondo que não bá recur­sos para custear catálogos,transporte, etc.Mesmoasslmeles querem expora9ui, poisquerem fazer comigo, Istoporque eu soumuito conhe­cidonoBrasDinteiro, poisjáfuijornaJistanoRio eemSãoPaulo. Então eu tenho esse

'crédito de confiança juntoaos artistas. Seria bom queSanta Catarina se aprovei­tasse demimpara conseguirtudo isso, enquanto eu estouaqui,poisaman.bã, eunãoseipara onde vou.

RETOQUES - Como você se

autodeline?H.L. ......A autocrftica é terrf­velemmim. Eu sou umapes­soa tfmida, emboranãopare­ça.Eubebimuitoparameex­pBIldir, agorapareidebeber,para ver se consil{ome afir­mar sem -a bebIda, e porquestãodesaúde.Nommseusou um idealista e sonhador,poisquererfazeras loucurasqueeu façonessemuseu coma escassez de recursos quehá...RETOQUES - Você se consi­dera um sonhador. Qual o seu

maior sonho?,

H.L. - O meu maior sonhoé trazero g,uadro �� 1:Missano Brasil'para ficar umassemanas aqui comigo, noMuseu.Masistocusta860mUcruzados, que é o,Preçoparainstalar ar condIcionado noMuseu, pois seoi isso o qua­dro-não sai do Rio de JBIlei­roo É um projeto ambicioso,mas viável,poisse eu cobraringresso, tiro esse dinheiro.Senão, quem vaime empres­tar esse dinheiro? Talvez umupool"de empresários. Ago­ra veja você, o CICinteiro éclimatizado,menos oMuseu,dápara entender? _

FofOS Volrnar Hoffmann

RETOQUES-Comoestáomo­vimento dasArtesPlásticas emSanta Catarina?HARRY LAUS - Eu achoque a intense progremeção;tantoasAcsp, comonoMasce em Join ville e Chapecó,além de outras cidades, ates­tam o bom momento que asArtes atravessam em SBIltaCatarina. Há pouco tempo,15 artistas ceteriaenses fo­ram selecionados,por umfü­ri nacional, para participa-'rem do Salão Nacional, emPortoAlegre, sendo que doisdeles foram premiados: Ru­bens Oestroem e LuisHenri­que Scbwanke.RETOQUES- Oque vocêachada realização de umSalão Cata­rinense, à nívelnacional, comoRrega o OsmarPisani?H.L. -A idéia é interessante,mas acho mais importante,por enquanto, informar so­bre o que se faz lá fora ·e, sepossivel, levar o artistapareexpor em outros centros. Es­teBIlO, conseguilevaroartis­tapara exporem outros cen­tros.Este IulO, conseguilevara �PersfH!Ctiva Catarlnense"(expOSIção- de arte Contem­po_rânea) à São Paulo e Bra­silia. Isto émais importBIltedo que trazer gente de forapara ganhar dinheiro e prê­mios catarlnenses.RETOQUES- Qualo seu con­

ceito deArte?H.L. - Em poucaspalavras,ep diria que a arte é criação.E alJ.,!ilo que subsiste, quevalol7Za o ser humano. Semquererdesfazer a ciência, euacho que a arte tem muitomais de realidade e impor­tância. A medicina cura o

corpOia artepode curaro es­pirito, o que acho mais im­portBIlte.RETOQUES - Você falou quearteécriação.A tendênciaatualé o desenvolvimento de novas

técmcas ou a cópia das que jáexistem?H.L. - Existe o que copia e

existe o artista conSCIente,este não copia, mais sim ex­

perimenta. O artista de ver­

dadeéaquelequeprecisaserartista e,porisso, é cim-o quee�erimenta novas técnicas.Ficarna cópianãoéserartis-

sioe, o PBrIlIlIÍ. tem boss or- coso OSecretário de Culturaquestras. Na literatura, so- é um politico. A Superlnten­mos visinbos de um Mário déncla da Fundação é um

QuintBIla e de umDalto Tre- cargopolitico. Estão apenasvissn: A grBIlde sstd« para cumprindo mandato. ElesSBIlta Catarina seria as Ar.; nãofazemumaprogramaçãotesPlásticasenós temos coa- lógica e direta. .

_. t!iç_ões. RETOQUES - E as relaçõesRETOQUES - Você acha que com aACAP?o desenvolvimento da arte em H.L. - Tudo bem. OquesaiuSanta Catarina passa, neoesse- nosjornais foiummm-enten­rismente, por um intercâmbio dido. Quiseram me jogar nacom centrosmaiores? fogueira, quando eu não ti­H.L. - Acredito que sim. E nh« culpa nenhuma. Eu nãoeutenhofeitoopossívelpara sou dono dos espaços em

trazergente para cá, so não SBIlta Catarina, se fosse se­

para cá, BIlO que vem, o Itr.tenho levado pers fora por ria Governador do Estado e

,Salão Nacional de Artes não ter condições. Porém, não Diretor do Museu. Eu

Plásticas, que esteBIlOfoiem tem uma coisa, oartista cata- não tenho nada com aquelaPortoAlegre. Eu echomuito rinense é muito atrelado ao história, tanto é que ficou tu­

importante a sua realização Governo do Estado. Ele vive do provado, falado e escls­

aqui, pois trará infor.r;naçpo em função do auxOio gover- recido.. do que se faz, do que é se1e- nsmental: Elenão se vira so- RETOQUES - Qual a impor­cionsdo; do que épremiado, zlnhopara arraD,Í1lr uma ex- tância que você dá à ACAPno

.para que o cetarinense veja posição lá fora. Vou dar um desenvolvimento das Artesisso emodifique seu olhar e exemplo: o .MASC teve uma Plásticas em Santa Catarina?

deixedepintarcasinba, bar- individual em outubro, do H.L.-Comoelaatlia,nomo­quiabo, etc. Numa segunda

Konstantin Christoffartista meato; eu sebomuito impor­etapa, em 1988, fazeraBienal deMinas Gerais, que trouxe tBllte, porque ela realmente

Catarinense de Artes Plásti- catálogo a cores epagou to- atua. Oquenão acontece emcaso Por que 1988? tzz: di! o ·t:IJ!lSJ?Orte. SBIlta Cs.ta- outros Estados. A ACAP e

em 1989 tem aBienal de São rlDa e tãoHrlPOJ"Úl!lte a�sHrl? realmente um organismoati­Paulo e, 88 seria a prepm-a-

Por que um c:a�a lJao faz vo, que funciona. Basta ver

ção dos-artistas catarinenses .

a mesma COIsa. Timide� C?u as exposições ql,le ela faz to­para SãdPaulo. E tudo ÚDla- mef10 de confronto? St;l la.•: do mês e sempre. Eu acho,_cadeia de eventos que tem Ha um pe_fJado_ escon1idf! m, inclusive, que com o JBIlgaque ser feita. Não é prever que eu nal! seI qufll e. 'f'i!lba na presidência, a-ACAP asw

para boje o que deve acon- que.serativo, mms cpraJoso, sumiu uma espécie de lide­teceramanhã. Tem quese faw

mms COnJiBIlte em sl.mesmo. rBIlça dasArtesPlásticasem

zer uma programação a lon-Eu coI?heço um '!riista qpe Santa Catarina. Em minha

goprazo. Assim comonão se pOS_SUI estes atributos: E. o atividadenomuseu, eu tenho

faz um artista da noiteparaSchwBDke. QUBIltOSpreDllos feito opossivelpara acompa-

odia, tambémnão sefazuma ele levl!.l1tou em 85?Para ca- nhá-lo..

programação de uma bora da Salao quemBIldouAtral'a- RETOQUES - No momento,para outra. Tem que haver lhos, ele ganbou p_remIO_s. fala-se muito em Constituinte,umplBIlejamento e execução Agoramesmo ele fo!preDH.a- o. que você espera dela quantopor etap_as.

do de novo, no Salao NaclO- aomturo da área artistica?

RETOQUES _ Planejando e nal, em P�z:.to A{egre. Opes- H.L. -=- A Cõnstituinte deve-. executando etapas, qualo futu- soaldaqm e !Dult€? acomf!da- ria criar um P1BIloNacional

ro dasArtesPlásticas.em Santa do, talvezseJa oclimadailha. de Cultura, já que não existeCatanna? RETOQUES-Como andam as nada até alfora. Vou dar um

H.L. _ Eu acbo lJue Santa relações entre o .M4.Sf e os ór- exemplo: Ano passado, emCatarina pode SIlJr do bura- gaosgovemf1D1entais.. outubro, a exposição deArteco que está metida através H._L. ,--: DIplomatIcamente, Co.ntemporâneadf!SãoPau­dasArtesPlásticas. Ve 'amos vao otimas. Agora, qUBIlto a lo estava em Curitiba. Eu te­

ÓcontextodaRegiãol;U:po- resp_osta que .eu espero. de -/e!oneip'!l"alá,parasabersede-se competir com cinema? apolO finBIlcelf"0' n,!o .eXIste. nao podIa trazer esta expo­

Nãosepode!poisoRioGr�- O que deverIa eXI�tIr, por siçã� para c;á, já que é tão

de do Suljá tem o Festival parte do Governo, e umpro- pertinho. DIsseram-me quede Gramado, que é damaior gr_ama,geral de Cultura, mas não, poisa exposição iriapa­importâJ:Jsia nacional; oode- nao ba. Por qut;.?Porque as ra o Mato Grosso. Somente

Se com.fJ!Jtircom dBIlf.a"NAo pessoasqueestãonoscargos um BIlO depois é que a expo­pois o ParBIlá émmto·su ' de cul�a não. tem cultura, si.ção cllegou aqui. Tem sen­

rioretemumBaDetfab: logo nao tem lDtere�se pell! tido? Isto acontece J!Or nãoqueéoBaDetGuBira.Namú-

assunto. Os cargossaopoliti-:- haver um PlBIloNaCIonalde

NOdia24denovembrode1986, Harry

Lauscompletou 25 anos deatividades artísticas.Sua carrêira como

crítico de arte teveinício em 1961, no jornalcarioca Correio daManhã. Sempre

envolvido com a arte,. Harry Laus teve

passagens pelo Jornaldo Brasil e pela revistaVeja, onde atuou como

redator de artes. Seuprestígio no meio, lhevaleu participações

como jurado em váriosSalões Nacionais e

Regionais. A�oramesmo, Laus fOI juradodo 9': Salão Nacional deArles Plásticas, emPorto-Alegre. Porém,sua maior preocupaçãffno momento é a dIreçãodo Museu de Arte de

S�nta Catarina (MASC).Há um ano e quatromeses à frente do:Museu, Harry-Lausfalou nesta entrevistaconcedida a AngeloMedeiros, sobre o seu

trabalho e o futuro dasartes plásticas em Santa

Catarina, que eleconsidera "a chance doEstado sair do buracoque está metido".

te, é artesão. nbecer que sem cultura nãoRETOQUES - E a utilização se faznada.da tecnologia nas artes? Como RETOQUES - Enquanto essevocê encara?

.

dia não chega, o que pode serH.L. - Eu achomuito certo. feito de imediato pera reverterPorque a arte, de um modo este quadro? .

geral, tem que acompanhar H.L. .....,.Bom, oSarney fez es­oprogresso da ciência, para sa Leidele. Essa Leifoi umanão ficar defasada. Seja lia forma inteligente do Gover­música, cinema ou literetu- no tirar o corpo fora. O Go­rai em tudo que forpossivel: verno agora não tem meisAssim como poetas gravam' responsabUidade com a cul­seuspoemas em discas, o er- turs. Quem tem é o empresa­tiste também deve usar o risdo. Ele entra com o di­computador, o neon, etc. Es- nheiro, tira proveito e o Go­te avanço émuito lógico.' vemo se omite. O espfrito daRETOQUES- Oque você acha Lei é esse. Agora, temos queda vanguarda noBrasil? aproveitar este potencial eH.L. -Paramim, vBIlguarda não deixar sair de SBIlta Ca­é uma palavra que amanhã taril!a, por exemplo! o di­não quer dizermais nada. O abeiro dos nossos empresa­que hoje é vangusrds; ama- rios. Se for tudo mats umanhãpode ser retaguarda. Na vezpara Brasilia (J que vaidécada de 60chamavs-se ar- caberparanós?D1vididoporte de vanguarda, depois o todos os estados vamos ga­trancés começou a fa/ar em nher migalhas, quando te­põs-vanguerda: surgiu até mos cidsdescomoBlumeaeutrsasvenguerds, Esta pala- e JoinviDe com grandes em­vra, agora, aclío que não presas. Estes recursos de­quer dizermais'nada. vem ficar aqui. Então, af se­RETOQUES - Você está a 1 ria uma política estadual,ano e 4 meses como diretor do .que eu não posso resolver..M4SG. O que tem sido feito no PodeserqueonovoGovernoMuseu? pense nisso, o atualpareceH.L. - Bem, qUBIldo euassu- que nãopensa.m}o .MASc, ele eramuito de- RETOQUES - Como está aficiente em instalações. Por anuência depúblico no .M4SC?exemplo: o museu é um cai- H.L. - No .MASc,porsua lo­xote de vidro, onde o sol en- calização, vocênãopassape­trapor todos os lado, eu con- lo museu, voeê vem ao Mu­segui e_quipá;lo com, cort�- se_u. Entãi!' onfvelde exposi­na_s. Nao baVla tambem pm- çoes e dIvulgação tem quenespara expor a� obras, eu sermaiordo que a de outrosos conseçw. Então agora o

. locais. Aqui, você tem quelo_c,!/ estáP!ontopara expo- cbamarmuita atenção sobreSlçoes..É so toear. O que te- o que está acontecendo, se­nho feIto.

..

nãonão vemninguém. Onos­RETOQUES --:E qualf as difi- sopúblico é, emgeral, quemculdadesglf(J amda eXlste1f1? vem ao cinema e ao teatro.H.L: - Dificuldades eXIstem Infelizmente, até hoje, nãoe sao eno�m�;, como todos consegui fazer com que a

sabem,pOls_n_aqsete.f!1 verba Fundação Catarinense depara as mlDlDlas C_0lsas. _Na_ G"ul"!ra }ierce'?esse Il impor­verdade, o que eXIste .nao e tâncla que eXIste no Mliseu.a falta de. Y_.eJ:bas e �Hrl.llII! Eu faço um esforço param!!lhor cnterIO na dlstribm- montar as exposições e

çao de recursosr . quando cbega sábado do­QETOQÇES- A artenã.o rece- mingo ou feriado. o Museube_odevido valordosórgãospú- está fecbado pdr não terbiJcos? guarda. Acaba caindono va­H.L-Acultura,deummodo ziotodooesforçoqueagentegeral, sempre é o 'último item faz. .

,

num programa l!_e Governo. RETOQUES - Quais são seusTalvezporqueDBO renda vo- planosmturospara o .M4SG.'ltos.Mas umdia eles vãoreco- H.L. - Eu pretendo tr�erf

RETOQUES

ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA

Oladoartístico deBlumenau

Rio rlo Sul: Associação quer integração

.

A Bluep, AssociaçãoBlume­nsuense deArtistas Plásticoscomeçou a criar forma em

1985. Jáem 1986, coma eleiçãode uma nova diretoria com­

posta por: Guido Heuer (Pre­sidente); Manuel Pombinha(Vice);Arien Grasmück e Ih ...

borab Caixe (1.0 e 2: Secretli­ri��Ruoonslks�oomeLw.YCarlos Cabral (1.0 e 2: Tesou­reiros); E/io Habnemann,Odete Allora e Flávio JoãoMeirinbõ (Conselho Fiscal), IIassociação estrutura-se COOl

novos estatutos e nove dinâ­mica. Lança-seoprojeto '�rtt'25ao Cubo"; que faz com qUE'aassociaçãosejaprojetadanomeio artístico-cultural Blu ..

mensu toma conhecimento dsexistência de um grupo de er­tistasplásticos, firmesnopro-

Osartistasplásticos doAltoVale sentindonecessidade decrescer, valorizar e inteçrar

seu trabalho artístico àcomunidade e atémesmo ao

Estado, uniram-se e, em 17defevereiro de 1986, reativaram

a associação dosArtistasPlásticos de Rio do Sul. Estafoi declarada de utilidade

públicamunicipalpela lein:1952de23de outubro de 1986..Desdesetembro estãosendorealizadas reuniõesmensaisnagaleriamunicipalde arte

. Kurt Scboroeder. Com o

intuito de incrementar asartes em nossa região,

convidou-se o artistaplásticoRubens Oestroempara aquiminis�ar curso de desenho.

Este desenvolve-se desdeoutubro, nas dependências dafaculdade deAdminis�açãodeEmpresas doAlto Vale doItajaJ. Dando contribuição à

comunidade, artistasassociados confeccionaram

csrtôesdenataleautorizaramsua reprodução, revertendo a �

"1:Coletiva Individualao Cubo';

de Horácio Braun

Amok, de Rubens Oestroem .

pósito de reciclar e recriar to­do um conceito artistico exis­tente.O '�rte25ao Oubo"; consti­

tuía-se de um kit contendopregos, prendedores emadei­ra compensada (25 s: 25 cm),quemontado tomava a formade um cubo.Apartirdestesu­porte único (foram distribuf­dos100cubosàartistasplásti­cos, publicitários, poetes; jor­nalistas e intelectuais), quetratados cada um na sua ma­neira ena sua linguagem, ven­cendo as "possib11idadese im­possibilidades"; culminaramcom o sucesso do evento."Bonit« e gostosa a reper­

cussão doprojeto '�25ao

Cubo"; promoção daBluap­Associação Blumenáuense deArtistas Plásticos. Nunca em

Artistas reunidos no ateliê Arte Livre, em Rio do Sul

renda em ooneJIcio da casa daamizade deRio do Sul.

Atendendo solicitação de umbospital local, está sendorealizado umprojetopare

"colorir e iluminar" esta casade saúde, tornando-a um

ambientemais agradável Anívelnacionalestamos

participando doProjeto'�inta Santa Catarina'�

projetoestedesenvolvidopelaAapl4jeMesbla.

VisBlldo umamaior. integração com outros

artistas e associaçõesAaplarssolicitouejá recebeu

ficbas de inscriçãopara

tempo a/1fUDl, realizou-se, emterras ·exploradas por Her­mann Blumenau, um aconte­cimento artistico tão livre e:tão democrático, sem estatu­tosereJfUlamentosesem qual­quer tipo de seleção e censura

. prévia. Um evento assim sópoderia darno que deu: umamos�a. co�etivá or!ginál, pp!­sante;mstigante, VIva (.�.) Vil­son Nascimento -

JSC/09.07.86.'� ..As obraspenduradas em

painéis; do teto sobre osmais'

diversos suportes, estrutu­ram-se nosmais variadosma­teriais. Convivem a tela aca­

dêmica, tecido, arame, lã, er­gillI, resine, fe/�o, cords, es­paradrapo, metais, torre,plástico, madeira.Aqui tudo é possível Por­

que a imaginação não tem Ii-.mites, numa exposição onde aemoção é colocada em xequee a expressão do ser bumanoé uma estrela de muitasJjon­tas (•..) "Lindolf Be 1 -:

__

JSC/1o.07.86..

A principal proposta daBluap é congreg.'H'a classear­tística, criandonovos espaçose manifetações, trazer novos

. cursos, trazer palestrantes,críticos de arte, artistas plás­ticos de outras cidades e esta-·dos, para intercambiar pro­postas, lançar projetos, valo­res novos; promover exposi­ções e debates.A Bluap, ainda nove e inex­

periente, acreditapoderapre- ,sentar no próximo ano, um ItrabaJbo depeso, onde espera Ireceber o reconhecimento e o

apoio do empresariado blu- Imeneuense, fazendo também,com que um maior númerodos quarenta associados semobUizepara um trabalho sé-'rio emprolda classe artística,

,

A. _-4

assocmr-se a. SSOC.1açao '.

Artística deBlumeneu - _.

-

Bluap. fColocamo-nos a disposição r

de todos que queiramintegrar-se a nós, para juntos

incrementar, valorizar edivulgar as atividades

artfsticas.A diretoria daAap/ars é

compostapor:Lygia HelenaR Neves -

Presidente;Maria SaieteEngels Werling I,"Secretária,

Bemsdete Osório- VicePresidente; IrsciBinder - 2:Secretária, Ezio Linhares - 1:

Tesoureiro, João CarlosKrieck •

- 2: Tesoureiro, RenatoAmdt -

1:DiretorArtístico, JorcelyS.Mendonça 2:DiretorArtístico,AntonioPádua Botelho, DionísioMaçaneiro eMarilene deAraújo

Amorim Conselheiros.

Encontramo-nos à disposição I

dosinteressadosnagaleria dearte CurtScbroederna"�

AlamedaAristiliano Ramos, Isala 23, Rio do Sul-Se.

RETOQUES Pó DEZEMBRO 86�

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FERNANDO LINDOTE-tI

As mutaçõesdo artista'

Tudo começou emSant�ado

Livramento, noRioGrande do Sul, quando

Fernando Lindote, aindaguri, desenhava suas

histórias em quadrinho.Menino talentoso, logo

estaria trabalhando nosjornais da cidade. O

certun foia opção. Anosmais tarde, em 1977,realizava em.Porto .

Alegre suaprimeiraexposição, ao lado decartunistas famosos

-

como LuizFernandoVerissimo eEdgarVasquez. Foiaique

Lindote se sentiu meiosembase, perto de

grandesprofissionais, eresolveupartirpara

outra. De PortoAlegrevoltoupara sua cidadenatal, Livramento. A

partir dai, abriu-se umnovo caminhoplp'a O

artista: apintura.Lindote descobriu otrabalho deAlfredo

Vo/pieseapaixonoupelaobra de TarsUa do

4maraJ. InDuências. marcantes em seutrabalho. Vieram os

ensinamentos de OsmarSantos e OpiWeche, doispintores quemantinhamumateUêemLivramento.

Começava, então, umperiodo de experiências.

Lindote só aprendeu.Nova fase. Deupra ti,PortoAlegre. Em 83, oartista gaúcho chega a

FlorianópoUs e seenamorapela ilha. uFoi

bem loucuramesmo.

Ta.va cansado daqueleambiente viciado dePorto, sempre osmesmos

�1:0s, asmesmasrod' '/lS•••"Oartista

queria descansoe o lugarideal era, sem dúvida,aquina ilha. Lindote

ficou.Não foifácilse /har, asdiiiculdades existiam;mas eram superáveis.Aospoucos, Lindote

conseguiu ocupar seuespaço. De exposição emexposição, o trabalho doartista se consolidou e

passou a se tornarconhecido. Se opúbliconão conseguiu assimUaraproposta dogaúcho, a

critica foimaiscompreensiva. -o

mapitada�L1e cinetismo- ;I

Esqueça tudo o quevocê sabe sobre arte,

livro-se dospré-conceitos. Feche osolhos e entrenum« salaem ,cujaporta se lê, aliás,nâo se Ie, se ouve: I�••••••I"

Lá dentro, luzes seatirando no espaço,

caixinhas subindopelas. paredes; objetoscantando e exalandoperfume. Aonde vocêestá?Numagaleria dearte cinética, é claro.A mecânica, amaisantiga das ciências

nsicas, estuda oovimento dos objetos.

Pois oprincípio da artecinética é omesmo, só

que sem qualquerpropósito utilitário. Elaquer experimentsr os

processos óticos epsicológicos da

- percepção.Ums obra de arte

cinética não se vê� seassiste. Sua formamais

cerecteristice é omovimento real deimagens, utilizando

motores, emissores deluz, etc. Mas esse

..' movimentopode apenas'ser sugerido. AIin8l, emarte vale a imaginação,

tanto do criador comodo.. espectador. Pode existir:. apenasnomomento em

que é consumida e, àsvezes, sequer existe

materialmente. É luz,cheiro, ruído.... Emoutras, exige que o

espectadorsemovimenteno espaçopàra senti-la.

Tendência artísticarecente, aArte Cinética

nasceuno inicio doséculopassadomas

passouasermtensamente

desenvolvida apartirdadécada de 60. Teve em

MarcelDuchamp(1887-1968) um de seusmaiores criadores: Sua

Bic_ycleWhell (uma rodade bicicleta ao contrário,montadasobre um bancodemadeira), de 7913, foiaprimeirapeçamobile

artfstica.DesdeDuchamp, o

movimento vem sendousado em esculturapor

diversos caminhosdiferentes, com os

materiaismais'inusitados. O cinetismo

aceita oprecário, oinstável, afinal ele

retrata omundo em suacontinuametamortose."Não é apenas o que semove, mas uma tomada

de consciência dainstsbilidade do real"

\ (Clay).Infelizmente o artista

cinético,misto de criadore inventor; ainda é um

marginaldas artesplásticas, um ser.

subterrâne�querendoteimosamente conviver

com osooupantesde umavasta e velha torre de

marfim.Juliana Wosgraus

Lindote:"e dificillidar com opúblico"

público é diiicílimo. Oartista, às vezes, paraagradaraopúblico,adapta seu nível de

linguagem de acordocom o ambiente em quevuiespôr:Aomeu ver, eleestáperdendo, com isso,

qualidade e estilo, prõprio":

Operiodo tem sidomuito favorável às artesplásticas. Osurgimento

de novos valoresartísticos têmcontribuido no

fortalecimento dessaárea. Lindotenão

esconde suaspreferências e aponta ostrabalhos de Leonilson e

Baravelli comogeniaisem termos de níveldelinguagem. liMas tem

muita gente de

qualidade. Os trabalhosde Oiticice, por exemplo?quejámorreu, são superbonitos. E temmais... "ÉmuitodiRcildefiniraarte

de Lindote. Talvez_ porque ele não seacomode em lugar

algum. Já esperimentoumuito, mas quer

, esperimentsr aindamais: Um eterno

, mutante, que busca asnovaspossibiliades e,

porguenão �impossibilidadesda

pintura.Aos26anos de idade,

ogarotinho deLivramento, que

desenhava histórias emquadrinho, hoje quer

saber de tudo. Arte, paraele, é uma tentativa .

constante de criação.Testar, inventar,

misturar o que fornecessário até crtaralgonovo, nunca visto. Enisso que ele aposta.

(BP).

Acrílico sobre tels (1986)

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DOISartislos calorinenses toram

premiadosno 9�SalãoNacionalde PorloAlegre. 'ralam--se de

.

LuizHenrique Schwanke eßubens Oestroem. Schwanke é naturalde 'Joinville, formado em ComunicaçãoSocialpela Universidade Federal do

Paraná e, desde f977, vem sedeslocando em todassuas

participações em exposições e salõesnactonot« angariando premiações eabrindo caminhos em vários centrospara exporsua orle. Já expôs

individualmenle na Galeria Sérgio .

Milliet, Funarte, ßio de Janeiro e na SalaMiguelsakun. em Curitiba. No ano de

f985, Schwanke foi consideradoDesloque/85pela ßevisla Veja no

campo das orlesplásticas. Harry Laus,crílico e direlor doMuseu deArie deSanlo Calarina (MASC) considera-o arevelação das orlespláslicas de sootaCalarina. I�m Iodos os Salões que seinscreve, ganha prêmiOS eprojeção':Oestroem, calarinense de Blumenau, jáestudou com KurlBoegere Elke Heringe cursou e diplomou-se naEscola

SuperiordeArles de Berlim eAcademiadeDUsSeldodnaAlemanha OcidenlalParticipouda f8�BienallnlemacionaldeSão Paulo, quandO inlegrou a Sala'

I�xpre$$ionismo no 8rasil-Heranças eARnidades': Desde f976, Oestroem

divide seu lempo e sua orle entre ,rasileAlemanha, já lendo feilo inúmeras·

exposições na Europa. Esles dois artislastrazempara Sànlo Calorina, além deprêmios, o reconpecimenlo. da crílica ea cerleza da conquislo1de espaços ànívelnacionalA Arienão lem fronleiras.

RETOQUES P8 DEZEMBRO 86

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