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ORIXAS
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Este O ebó no culto aosorixás , de Orlando J. Santos,
Bàbàlóòrisà da Naçâo Kétu, integra um esforço de recuperaçâo de saberes ancestrais comuns aos africanos e seus descendentes na diàspora que, por razóes inúmeras, vém se perdendo, com incalculáveis prejúizos para a cultura negro-brasileira e para a afirmaçâo de nossa identidade nacional.
O Autor co mega por abordar a noçâo de Olódùmarè.
A seguir, observa a constituigao do Orí (cabeça) e do homem como um todo. Dedica-se à explicitaçâo de Ésù, primordial
ao saber e práticas rituais. Oferece-nos uma visâo sumária do que sâo os Òris à e as principáis características de cada um, terminando por detalhar o "assentamelo" de très deles, os mais importantes para os fins a que se propóe o texto: Esù, Ogún e Óósáálá.
Ingressa, finalmente, em seu objetivo específico, o ebó no Candomblé, comegando pelo mais importante, o Eborí (ou Bori), destinado à cabega (Orí); seguido do oferecimento do igbín a Óósáálá, um dos mais complexos, delicados e
importantes sacrificios ofcrecidos (o igbin é
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Série Orò —Vol. 3
CIP-Brasil. Catalogaçao-na-fonteSindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.
Santos, Orlando José dosS236e 0 ebó no cu lto aos orixés / Orlando J. Santos; [ilustra-
çôes, Renats Martins]. —Rio de Janeiro: Pallas, 1993.140 p. (Série Orò; v. 3)
Bibliografia.ISBN 85-347-0017-6
1. Candomblés — Rituais e préticas. 2. Deuses dos can-domblés —Culto. I. Tftu lo. II. Série.
93-1007CDD -299.67CDU -299.6.3
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ORLANDO J. SANTOS
OEBÓNo Culto aos Orixás
QjPAUA$
Rio de Janeiro1993
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Copyright© 1993 by Orlando J. Santos
EditoresCristina Warth
Ari Araujo
CapaKrisnas
llustragoesRenats Martins
Composipao Cid Barros
Montagem e Desenhos José Geraldo O. Lacerda
Revi sao TipográficaVera Lúcia Santana
Coordenapao Editorial
Hernani de Andrade
Direitos reservados desta edipao áPALLAS —Editora e Distribuidora Ltda.Rúa Frederico de Albuquerque, 44
Higienópolis —CEP 21050-840 — Río de Janeiro — RJTel.: 270-0186 - Fax: (021) 590-6996 É U s
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A Ela
Que me prendeu corn o poderoso ebó do amor verdadeiro.
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AGR ADECIMENT O S
— A meu ori', que me fez e me faz forte dia-a-dia.Ibà.
— A Ogún, senhor da riqueza quantitativa e qualitativa. Senhor dos caminhos da mode/a^ao, da prosperi- dade e da sabedoria. Meu òrisà. Ibà.
— A meu Bàbàlààse. Vafdemar Nagozinho. fbà. — A Mar/y Baccio tti dos Santos, que datilogra fou e
revisou o texto inicial, demonstrando paciencia com a minha impertinencia e mania de perfeccionismo.
— A meus editores —A r i A^aujo e Cristina Warth —minha gratidao pe/o espado concedido no catálogo edi
torial da Pallas. — A meu Filho-de-Santo Waldemar de Almeida —Sóngó "cuca-fresca" — que só vai se preocupar no dia em que a "havaiana" aumentar de preqo. Obrigado por mu ito. . .
— A Ajibola isau Badiru (Bábá Onfíségún), pelos ¡números ensinamentos que me tem transm itido.
Que o áse de Ogún acompanhe a todos
por toda a vida.
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APRESENTA^ÀO
Este livro de Orlando J. Santos, Bàbàlóòrisà da Naqao Kétu, integra um estorco de recuperalo de saberes ancestrais copiuns aos africanos e seus descendentes
na diàspora que, por razòes inùmeras, vèm se perden- \ do, com incalculáveis preju izos para a cu ltura negro-bra- sileira e para a a fi rm a rio de nossa identidade nacional.
Sua pubi ¡cacao envolve questoes nao somente éticas, como também referem à óptica pela qual ve o mundo, bem corno, ainda, é visto o Povo-do-Santo pela soc iedade global em que está inserido.
tais questoes envolvem, essencialmente, o segredosob o qual sao mantidas certas informaQoes essenciais, estratégia que, num sistema de tradiQao oral do saber, nao só o integra — funcionando como ins trumento regulador da distribuicao do conhecimento — bem como tem sua excelencia e eficácia demonstradas como pràtica do saber ritual; funcionou, também, como técnica de preservado, frente à repressao cu jo gradiente vai da escravi- zaqao à folclorizagao, do aqoite ao oihar recriminador, da tortura e prisao à d isc rim ina do e ao preconceito.
Ora, esta estratégia, tao necessària em determinado momento, aliada à falta de registros escritos (ao contrá-
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rio do que ocorreu em outros lugares, dos quais Cuba é ex empio) — somada, ainda, a ¡números outros fatores
dentre os quais, admitamos, a inseguranca e a vaidade fa- zem presenta até hoje — levaram a urna espécie de solu- cao de continuidade na transmissao desses saberes, ge- rando adaptagòes onde estas nao cabem; perda de "fundamentos" imprese indiveis à eficacia dos rituais; insegu- ranca onde tal sentimento nao pode encontrar lugar; de- sordem; quebra da hierarquia; em suma, urna sucessao das chamadas "marmotagens"; a possibi/idade da deso- nestidade fazer frente à competencia.
Isto, sem contar a criagao do tao decantado "m odelo de pureza Nagó", fruto da réagao e, ao mesmo tempo, da manutengao de tal estado de co isas, alimentado pela i/¡sao deformada de certa intelectualidade académica.
Neste contexto, o trabalho de Orlando J. Santos, um legítimo in telectual "do sistema", com seu saber for
jado na pràtica ritu a l do Candombté, assoma em im portancia no sentido da recuperalo desses saberes cuja di
vulgaba o em letra de forma nao significa sua vulgariza- gao, pelo contràrio, visa a provar —ao Povo-do-Santo e à sociedade global como um todo — que nao estamos tratando com um mero tecido de superstigoes, mas com urna complexa e sutil epistemologia, como bem já o advertiu Roger Bastide.
E se o tex to, p o r vezes, pode parecer confuso, isto se deve à legítima tradiga o do saber negro-brasileiro que, ao invés de buscar a dissecala o do ob jeto, c ircunda-o, aborda-o em suas múltiplas facetas, em sua totalidade e concretude, conferíndo à cap tagao de sua essència o ca- ráter de revelagao.
Aqui, Orlando J. Santos comega p o r abordar levemente a nogao de Olódumarè. A seguir, observa a consti- tuigao do Orí (cabega) e do homem como um todo. Dedicase à expücitagao de Èsù, prim ord ial ao saber e prá- ticas rituais. Oferece-nos urna visao sumária do que sao os Orisà e as principáis características de cada um, terminando por detalhar o "assentamento" de tres deles, os
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mais importantes para os fins a que se propôe o texto:
Êsù, Ûgiin e Òòsààlà.Ingressa o Autor, finalmente, em seu objetivo específico, o Ebó no Candomblé, começando pelo mais importante sacrificio (ebo), o Eborí (ou Bori), destinado à cabeça (Ori); seguido do oferecimento do igbin a Oòsà-álá, um dos mais complexos, delicados e importantes sacrificios oferecidos (o ìgbfn é considerado o "boi de Oxalá").
Finalmente, penetramos no campo mais genérico
da pràtica do ebo, aquele voltado às demandas que nos sao impostas pelo dia-a-dia, para as quais o sacrificio se faz necessàrio em busca da vitória, do sucesso e do equilib rio . Constatando a simplicidade e a seriedade de tais práticas rituais, melhor compreender o Leitor os cuidados de que se cercou o A u to r antes de revelá-los, forne- cendo conhecimentos indispensáveis a quem pretende utilizarse das sutis energías que envolvem sua pràtica.
Autorizamo-nos, pois, a fazer urna últim a observa- çao àqueles a quem sua leitura se destina: respeito à sua cabeça — à força divina que ne/a habita —, à cabeça de seu semelhante, sao componentes essenciais ao bom êxito de tais práticas, onde o òdio , a mesquinhez e sentimentos baixos nao podem encontrar tugar, sob risco de "o feitiço virar contra o feiticeiro". O que costumamos classificar como bem e mal, sao faces de uma mesma moeda, cujo valor precisamos saber a ferir.
ê , portanto, com muito prazer, que apresento ao público leitor mais este trabaiho de Orlando J. Santos, 0 Ebó no Culto aos Orixàs, desejando-lhe — e a todos —sucesso e m uito À^e.
A r i Araujo
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ÍNDICE
Agradecimento VIApresentapao VIIIntrodugao 1A ¡mportáncia de Olódumaré 30 culto de Orísá 7£su 19Assentamento de £sú (pessoal) 29Ésu Om¡ Yangí 31
Os Ór/'sá 33Ésú 35Ogún 37Osóós/' 39Osónyin 41Lógún Ede 43Osumáré 45Obá/úwáiyé 47
Sóngó 49Qsun 51Oyá 53Yemonja 55Naná 57Orísáá/á 59
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Assentamento de ògun 61Assentamento de òrisààlà 75
Ebori 77Orò de sacrificio para o
igbin de Orisàalà 95Ebós de Odù e efo 101Outros ebós 115Palavras finais 126Bibliografia 127
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INTRODUCTO
Existe a manifestacao dos Orisà, no consciente e noinconsciente dos homens. Existem a razao e a emopao,que geram acertos e desacertos. E a cada passo há sempre algo a ser reformulado, repensado, refeito, modifica
do. Seja lá o que for,é preciso que se abra um caminhopor onde se possa respirar com razáo o nosso dia-a-dia.
£ necessàrio refazer a consciencia de quem sou EU, para encontrar o equilibrio emocional, adormecido emnosso inconsciente.
Comece, já, a questionar a sua vida com os òrisà eo porqué dos òrisà em sua vida.
0 meu intuito com este — O Ebó no Culto aos Ori- xás — é faze-lo ciente de que ebo só é importante quan
do se o faz tendo por finalidade a reestruturacao doindividuo com o meio onde vive.
Se cuide!
O A uto r
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A IMPORTANCIA DE OLÓDÙMARÈ
Ele pode ser visto como a base estrutural do Universo. 0 centro nervoso, ondas eletromagnéticas do buraco negro. Partículas que deram origem á Terra e a todas as formas de vida.
Entretanto, encontramos dificuldades para explicara esséncia de Olódumaré, que está intrínsecamente acoplado á fragmentado e expansao do principio cosmológico*. E isso só nos permite ter ¡dé¡as aproximadas, naoexatas, do que seja Deus. Desta forma, passamos por umprocesso experimental de laboratorio existencial.
Quicá um dia nos encontremos dentro dos parámetros previstos por Olódumaré, cuja onipresenca estáguardada em segredo numa simples partícula de átomo — barreira da existencia onde nos tornamos inertes á es-trutura global do Universo em que nao se enquadram asidéias comuns.
* Nota do Editor: I interessante observar que tal princ ìpio de expansao —doqual Èsù é o agente — coincide com a teor ia do Big Bang, a mais provàvelpara a origem do universo, e que acaba de ser atestada pelo astrofi'sico americano George Smoot.
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Assim, a causa-origem de todas as causas con tinua
sendo um grande mistério para o homem que, de todasas formas (com mu ¡tas filosofías, crenpas e crendices),tenta explicar o inexplicável. E de Olódúmaré só é possí-vel explicar o efeíto, porque a causa, mesmo quando en-quadrada numa visao espiritualista, acaba por esbarrarem um grande porqué, a par tir do momento de conce-ber-se as idéias de tempo e espapo.
Se a vida surgiu a partir de urna transmutapao fragmentada de Olódúmaré, podemos traduzi-loda seguinteforma: Dizer — Fazer — Organizar — lanpar energía capaz de movimentar-se no espapo vazio e fazer-se onipo-tente, onipresente e onisciente em relapao ao Universoque Ele próprio criou. E a alma da existencia passa a sersombra e o espirito da vida, vento.
Desta forma, o homem continua, como sempre, ámercé do próprio destino, sem muita consciencia de si.Ele, entao, tem que retroceder ao seu passado, em buscade sua origem — sopro eterno de vida. E entre as vidaseternas estao os órisá, porpao de Olódúmaré feito ho
mem. Estes foram os primeiros seres criados, com a juncao de:
A G U A + T E R R A = B A R R OBARRO + SOPRO DIV INO = MO VIMENTOMO VIMEN TO + ESTRU TURA = HOMEMHOMEM + CONSCIÉNCIA = ORÍSÁ.
Assim sendo, o homem comum é resultado dessa junpao, e dentro dele existem ¡números pontos a serem
tocados para que se transforme continuamente. O pro-cesso é lento, porém exato. Para compreender esta colo-capao é bastante simples: basta olhar o tronco de umaár-vore e ver que a natureza se perde em seus ramos, transformando-a em fonte de vida. Entretanto, isto só é pos-sível porque as substancias de seu porte sao sugadas datérra através da raiz.
E nós precisamos fazer isso: entrar em nosso campomagnético em busca da verdade e de nossa origem, bus
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car o tronco com direcionamento para a raiz, para que a ramagem nao se perca no nada. . . E a raiz é o nosso ôrîsà (antepassado divino), que faz parte da estrutura terrestre e da consciencia de Olôdùmarè. Assim, a importáncia de Olódúmaré é igual à importáncia que o homem dá para o seu ôr/'sà — orí (cabeça) / sà (protetor) — ou seja, pro- tetor da cabeça.
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O CULTO DE
ÒRÌSÀ o
O culto de òrfsà está intimamente relacionado com os cuidados que cada um deve ter com a pròpria cabega, que é um guia certo, ou incerto, do nosso destino.
O homem tem a tendencia natural de olhar para fora, sempre buscando solupoes ñas periferias do seu EU e. esquecendo-se quase que completamente de se voltar para dentro de si mesmo onde, sem dúvida, encontrará res- postas adeqüadas às suas perguntas mais intrigantes.
A cabera pode ser entendida como o micro do macrocosmo no homem. Por ser O rí a cabera física, esta é, portanto, símbolo da cabera interior chamada O rí ¡nú, que constituí a esséncia do ser e controla totalmente a personalidade do individuo, guíando-o e ajudan- do-o desde antes do nascimento, durante a vida e após a morte. Esta é, entao, a centelha divina no humano.
A cabega {Ori'} é a prímeira a receber a luz e a re- ceber de Deus (Olódúmaré) o destino, na ocasiao do nascimento.
Um dos nomes de Deus é Oríse —fonte da qual ori- gínam-se os seres — e, originalmente, todo O rí è bom,
porém, sujeito a mudanzas, pois a sua pròpria condutá pode transformá-lo negativamente e iniciar-se, assim,
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urna série de acontecimentos intermináveis de infelicidades na vida de um homem, a despeito de seus esforpos para tentar melhorar.
Em casos assim, o O rí precisa, entao, de cuidados especiáis, é cultuado como urna divindade "parcialmente" independente e recebe oferendas e orapoes no ato litúrgico conhecido por Eborí. Desta forma, os adeptos do culto de órísá dizem:
Orí mo pé o o!Cabera, eu te chamo!
O rí re mo k í o!Cabera, eu te saúdo!
O Destino do Homem
é preciso compreender que a base do sustento humano é o seu futuro. Onde agora apóia os seus pés, será sua morada eterna. Mais tarde, juntar-se-lhe-á a força es- trutural da composiçâo terrestre. Quem hoje-é descendente, amanha será ancestral, e certamente sentir-se-á feliz no espaço-além, por ser lembrado pelos seus descendentes que, nao se esquecendo de seus antepassados, procuram, através do culto, melhorar ou, até mesmo, erradicar problemas de origem genética.
Desta forma, o individuo que é consciente de si, sabe o Odú (destino) que rege a sua ancestralidade e se este tem sido bom para
odesenvolvimento material e
espiritual da familia. Se nao tem sido bom, ele entao modifica o seu destino familiar. Esta é urna das finalidades do culto aos Orísá.
Para exemplificar, digamos que o Odú que rege urna determinada familia seja: Çtaôgùndà. Baseado nes- te código, podemos dizer que esta familia é de guerrei- ros, de homens fortes e valentes. Mas, que tipo de guer- reiros? Aqueles que sempre vencem as batalhas? Ou,
simplesmente, arrumam confusóes, gerando problemas para todos? Se é isto o que ocorre, a providencia a ser
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(ornuda é despachar o lado negativo de Etaógúndá, que«wtá prejudicando, por exemplo, Otun áiyé (o lado direi-
to, ancestralidade masculina).O mesmo pode estar ocorrendo com Osi áiyé (o la
do esquerdo, ancestral idade femm ina).Sabendo de sua origem, o homem conhece a si mes
mo. Pode olhar para o íyo Orún (origem espiritual), bemcomo para o Íwo-Orún (futuro) com dignidade. Despertar Osúu (consciencia do inconsciente, que é o divinono homem, manifèstagao de Deus). E Deus nao é ne-n h u m bicho-de-sete-cabegas. é o simples despertar daconsciencia plena do homem. E o "adversário" é simplemente aquele que ofusca a consciencia para que, nostroperos da visao mental, o homem se encontre com aluz. Assim sendo, a escuridao é claridade absoluta.
Desperte! Olhe para dentro de si e chame por Orí. Verá, assim, o despertar de um Deus forte, capaz de iluminar a sua mente ofuscada pelos preconceitos doshomens.
Veja-se dentro de sua originalidade:
O LADO DIREITO PARA OS SEUS
AN TEPASSADOS MASCULINOS
0 I IGADO COMO O CENTRO DAS SU ASE MOQÓES
SEM REACOES 81 NT I MENT A IS
OS PÉS VOLTADOS PARA O SEU FUTU RO (OSSO - ESQUE LETO). COMPONENTE ESTRUTURAL DA TERRA
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Nao podemos esquecer que a Terra é quem conta o tempo —e se conta o tempo, ela sabe de tudo —, e quem sabe de tudo, merece respeito. Além de contar o tempo, gera o espago que se divide em quatro, e o homem tem os quatro pontos cardeais expressos em si mesmo. Está relacionado ao corpo ("eu" físico), representado pela mente em atividade, criando, simbolizando a inteligencia, a ordem, a justiga e o amor em seus aspectos positivos.
Pise no chao com respeito, e ganhe favores do lugar onde vive e do espago gerado em torno de si.
Deus é isso: é a Natureza em toda a sua plenitude. é o equilibrio estrutural, emocional e social. O homem nao estando envolvido com a Natureza perde a sua " identifi cagao emocional inconsciente” com os próprios fenómenos naturais.
Se ame,, se goste, se respeite. Isso é bom! E o resul
tado do que é bom é sempre satisfatório para mu ¡tos. A vida é isso, sem cortes, sem pontas, sem fim e sem come- go, sem fobias, sem torturas mentáis que levam sempre o individ uo a urna desestruturagao emocional.
A manifestagao de Deus é visfvel no homem de bom caráter, e bom caráter incluí verdade, sinceridade, honestidade e serenídade.
NORTE
— SUL -
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O homem nao precisa julgar-se superior a todos os
ou tros e levantar a cabeça acima do normal, dando-nos .i percepçâo clara de sua atrofia mental. Também nao precisa curvar-se demais, deixando claro a sua timidez e complexo de inferioridade. Seja normal. Seja divino!. . .
Se voce é bàbà/ôàrïçà (zelador), conscientize-se de sua real condiçâo dentro do culto, nao utilizando seus conhecimentos para explorar a falta de experiéncia dos iniciados.
Se você é íyáwó, ou iniciado de qualquer outro • irau dentro da hierarquia existente no Candomblé, lembre-se que o conhecimento dos mais graduados nem •.ompre constituí sabedoría, portanto, estes nao podem utilizar o que sabem para dímínuf-lo como pessoa. O •¡imples conhecer pode ser urna arma contra aqueles que nao tém pleno dominio do conhecimento.
Sempre que possível faça lembrar aos mais velhos
tío culto que íyáwó também é responsável pela continui-
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O Candomblé, hoje, é sem dúvida urna religiao com
muita freqüéncia e pouca permanencia, e isso se deve àexistencia de "sacerdotes" inescrupulosos, do tipo queraspa, pinta, catula, adoxa e assenta sem saber o qué. Eunao me cansarei de dizer que a cabega dos outros nao élaboratòrio de pesquisas. "Fazer" Santo é despertar oadormecido no mais profundo do inconsciente humano,e isso é arte ritualística de manipulagao da pròpria vida,o que, com certeza, nao está ao alcance de muita gente.
Assim é que o íyáwo, ou até pessoas com títulos de
égbónrni, Ogan, etc., saem de suas casas de origem embusca de um outro Pai-de-Santo que o adote. Este, porsua vez, sedento por um "axezinho" (dinheiro), e motivado peio orguiho de ter sob seu áse um filho de outrobàbélóòn'$à, tenta corrigir "erros". Tanto unscomo outros, indulgentes, apressados e súbitos, quebram em pe-
o que nao pode ser reajuntado — a mente hu-u- Isto é apenas um exempío do que acontece em
dsccr. Òr.. do sacerdócio apressado.Por isto, antes de "fazer" Santo escolha, e mu itobem, o seu A/áa$e. Mu ¡tos dizem que o Orìsà é quem es-colhe o bàbé/óòrisà. Puro engano, porque o livre arbitrio é, nada mais, nada menos, que o poder absoluto dedecisao. E o futuro do homem depende dele decidir oque ele quer hoje, agora. Cuide do seu presente e preserve o seu futuro, em bom estado de equilibrio, é preferí-ve! nao ter Santo "feito", do que ter santo "mal feito".
E isso pode ser observado, analisado sem muita dificul-dade, na pròpria estrutura sòcio-econòmica e cultural deboa parte dos adeptos do culto que se julgam com umgrande "poder", porém, desprovidos da base estruturaldo conhecimento ritual, através da qual é possível atingir a esséncia, a espiritualidade, ligar o homem aos òrìsà e estes à fonte de vida, tornando-o um veículo de comu-nicagáo social, facilitando muito os seus passos sobre aTerra. Havendo co m u n ic a lo entre os homens, haverá
comunicacao entre os òrìsà, e conseqüentemente comOlódùmarè, que é a fonte de todas as fontes de vida, oconsciente e inconsciente do ser.
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Isto é possível quando se acorda e se diz:
Orí m i o!Orí mo pe o o!
Sim, chame, convide sua cabega a participar do seudia-a-dia. Orí é urna divindade com poderes ilimitados,cnquanto que os órísá nao atuam em todos os camposde agáo. Além do mais, o poder do óri$á é igual ao de-•.(.'nvolvimento do Orí, a depender da clareza de concep-gáo do individuo em relagao a urna determinada divin
dade (órisá).Aqueles que Ihe conhecem a origem, hierarquia,(josto e costume, evocagSes e ritos, conseguem com faci-lidade atingir a esséncla do óri$á. Isto é resultado daconcepgao limpa. Do saber fazer, sabendo o porqué, oque também é resultante da firmeza do O rí /nú —que jádespertou a consciencia do EU.
Assim é que se cultuam os órísá acreditando na ca-bega e na diregao dada á ritualidade.
0 conceito que os yorúbá tém a respeito dos órísá 6 que todos nós viemos ao mundo para aproveitar devi-damente o nosso tempo. E as pessoas que estao envolvidas no culto, no decurso deste tempo, devem aproveitá-lo no aprimoramento das coisas relativas ao estudo ecompreensao da ritualidade, de modo a aprender "tudo"sobre os órísá, alcangando o respeito, em decorréncia dobom senso e de sua forga no desenvolvimento dos rituaisem que atua.
é sabido por todos que a melhor maneira de se
aprender a executar os atos litúrgicos é, sem dúvida, emsua Casa-de-Santo de origem, onde cada iniciado podeparticipar, questionar seu Alááse e obter respostas ampias em relagáo ao que ocorre em dado momento.Assim, vai-se aprendendo, enquanto esclarecem-se as dú-vidas. Este é o ambiente adequado a um aprendizado seguro, onde a prática da magia pode provar sua eficácia,em termos de resultados fináis. 0 iniciado pode certifi-car-se, día após día, da potencialidade do culto.
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Mas, a verdade é que a transmissao oral deixou e tem deixado lacunas a serem preenchidas. Em decorrén-
cia disso, mu ¡tos tém se dedicado a escrever livros e mais livros sobre as nossas tradigoes, Alguns dignos de elogios e outros de péssima qualidade, tanto gráfica, quanto Iite- rária e, por que nao dizer mesmo, desmoralizadores do cu lto . De qualquer forma, a preocupagao de todos tem sido a de escriturar as diversas formas de culto aos órisá, considerando que, por mais tempo de convivéncia e par- ticipag§o nos ritos afro , nao se pode dizer que este ou aquele adepto tenha se tornado um conhecedor profundo de "todas" as práticas.
Apesar da li turgia seguir urna linha x, em termos de execugao, cada bábálóórisá tem os seus "segredos" guardados debaixo de suas próprias unhas, e ao escrever sobre o tema revela um pouco de seus conhecimentos, do seu ás$. Assim, nasce a necessidade de buscar na literatura candomblecista um pouco mais de Saber, frisando que conhecimento nao é sabedoria, pois esta só se alcan- ga com a vivencia. E pensar que alguns "Zeladores" proíbem os seus filhos-de-santo de lerem. . . Será porque sabem demais, ou de menos?
Outro fator importante é que o Candomblé brasile ro tem suas origens em vários pontos da Áfr ica. Os povos que nos transmitiram o culto fizeram-no de forma idéntica á de suas origens. Porém, 400 anos depois, por mais que nos esforcemos, nao conseguiremos realizar o culto como era feito em sua origem. Nossa religiao é outra? Nao! Tomou forma diferente, foi adaptada a no- vos costumes.
As mulheres africanas, fei tas de ór/sá, por exemplo,
sao vestidas somente da cintura para baixo. A visao que se tem disso é como se fosse urna banana descascada até a metade, revelando o seu interior. O significado é que a parte em descoberto é sagrada (é Santo), e nao pode ser tocada pelo homem, que passa a se interessar pela parte coberta, onde existe mais um mistério a ser desvendado. Isso no Brasil seria um absurdo.
Os povos que transmitiram melhor a visao que ti-
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nham sobre o mundo, a vida, e Deus, foram os yorúbá
(nagó), os ¡ejes (Ewe-Fón) e oscongo-angolanos (bantus). Estes conseguiram sobreviver ás pressoes, tanto raciais, quanto culturáis. Plantaram para sempre o culto de òrì- sà, Inkic.e, Vodun, etc. em térras brasileiras, ainda que mal, devido à perseguigáo policial e ás pressoes da reli- giao predominante.
O Candomblé, em seu caráter uniyersal, tem mu ito mais que manifestagao ritualística. Inclui sabedoria,
crenga, arte, moral, leis e costumes. Isto está presente no pensamento de toda comunidade, de forma implícita e explícita, objetivando compreender a humanidade e a vida, de modo a integrar o individuo ao Cosmo.
0 culto de òrisà é conhecido como urna das mais antigas religioes do mundo, na história da civilizagao do homem, e seu objetivo principal é alcanzar o entendi- mento com o Todo, abrindo caminhos de paz, harmo
nía, moral e fé para a humanidade.Embora náo existam leis escritas que determinem
como proceder ritualisticamente, elas fazem parte do saber oral, passado de geragao a geragao, tornando-as in- contestáveis no seio comun itàrio candomblé fsta, exata- mente por estas leis serem a mola mestra que desenvolve a uniao de todos os elementos.
O culto é estruturado em:
O/ódùmarè — Senhor supremo do destino — DEUS.Irúnmo/é — Seres divinos de comunicagáo à Olódù-
marè.Or¡$á —Sao Irúnmolés de comunicagáo.Orúnmilá — Divindade da sabedoria e patrono do
oráculo de lfá-Qp$lé e de Ifá-O/okum.Egúngún — SÍío espfr itos dos ancestrais.
Os quatro pontos cardeais simbolizam o Universo como um todo. Por sua vez, os componentes do Universo sao reagrupados, pertencendo a um desses quatro pontos. Assim, temos: o masculino à direita, o feminino à esquerda, a cabega para o nascente (origem) e os pés para o poente (futuro).
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ÍYO ORÜNFRONTE - NASCENTE - ORIGEM
ÍWÓ ORÚNOCCIPITAL - POÉNTE - FUTURO
A crenca geral é que Olódumaré é o criador do Universo e de tudo que existe. Espalhou seus poderes sobre
as coisas de tal forma que seu próprio nome revela as características do poder que possui — Deus —em relacaoao Universo que ele próprio criou.
Os órisá sao divindades intermediárias de comuni-cagao. Tendo cada um a responsabilidade de guiar os es-pintos para a companhia daqueles da mesma linhagem.Cada um deles tem o seu dia sagrado, alimentos, animaíspara sacrificios e folhas adequadas á sua forma específica de comunicagao. A sua importancia está intrínsecamente relacionada com a sua especíalidade, o dominioque tem sobre um determinado elemento da Natureza,caracterizando assim o seu poder espiritual e o seu meiode atuacao. Desta forma, a grandeza de um determinadoórisá nao é tao essencial, mas a inter-relacao entre um eoutro é que é realmente importante.
As sociedades africanas tém urna conceptpao dualsobre a existencia e os fenómenos da Natureza. 0 pri-
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meiro relaciona-se com a existència no À iyé {terra habitada); e no Òrun (espaco além). O segundo refere-se aosfenómenos naturais.
Cada individuo possui seu espirito especifico (Or0.I sto, por sua vez, encontra-se agrupado com outros demesma linhagem ou caràter (Ègbé Òrun — grupo ouinombro de origem espiritual).
No que diz respeito aos fenómenos naturais, o que.ilcta a um membro de um Ègbé Òrun afeta da mesmaforma a um membro do Ègbé Aiyé. Assim, todos na Ter-i.i tém seu doublé no além, e a atuacao do homem é a■ ituacao de Olódùmarè (Deus), no plano naturai e so-brenatu ral.
Ritualisticamente, acredita-se que todas as coisasda Natureza, tais como pedra, areia, madeira, água, planta, ote., possuem esséncias que podem ser “ ex tra idas" e111¡ I izadas para se fazer algo em beneficio dos homens.
Rituais sao promovidos e correspondem à eficáciado nossas rezas que abrem facilmente um canal de comu-nicacao dos nossos desejos a Deus. Mas estes rituais va-riam em forma e ordem. É preciso saber o tipo certo eossa determinacao advém de Ifá-Olokun. E quando é fei-to dentro das especificacoes corretas, os resultados seraosempre satisfatórios.
Todos os ritos da pràtica religiosa sao sistematizados. Desde encantacao, consulta do jogo dos búzios, sacrificios, oferendas, dancas, músicas e mesmo o aparentemente simples ato de co lher ervas sao revestidos debastante objetividade.
A preocupacao principal é o bem-estar da coletivi-dade, cuja responsabilidade de cada membro varia de¡icordo com o seu nivel de conhecimento. O principalobjetivo é saber fazer sem, necessariamente, ter contatocom a negatividade.
Desta forma, o Candomblé é urna variante religiosaforte. Cada membro detém, no hálito, no olhar, no andar, ñas maos e no pensamento, um poder genérico espiritual. As vezes de caráter imperceptíve!. Mas a verdadeé que os adeptos nao tém somente este poder, como
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também podem atuar ñas conseqüencias deste mesmopoder. Onde tudo pode ser feito, ou desfeito.
O ob jetivo deste nosso trabalho é tentar revelar asimplicidade contida na complexidade dos ritos sacrifi-ciais denominados ebo.
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ESU
£sú, divindade criada desde os tempos primordiais,
c o porteiro de Olódúmaré (Deus). Representante dosliomons e dos Or/'sá. Preconceituosamente, é visto como,i nogagao da bondade e, nao raramente, associado ao demonio da visao religiosa crista.
Todavía, éele — £su — quem estabelece a extensai (‘de de comunicagao entre os seres e a natureza divina
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que interage com os distintos campos existentes em torno de si ou meio externo. Com a ajuda dele, cada organis
mo pode pulsar em harmonía com o Universo.0 Èsù do plasma sangüíneo é o Èsù Bara (rei docorpo) e todos o tèm como individual. £ o que chamamos de Èsù pessoal. 0 individuo jà nasce com eie. £ oelemento animador da matèria. Èsù anima os seres, e deles se nutre até o desvanecer da materia, cuja constitui-cao Ihe pertence — Agua + Terra — que deu origem àEsù Oni-Yangí, cujas características sao as mesmas dohomem, e se manifesta através da bondade e da maldadehumana.
Desta forma, é como se todos nós fòssemos"meio" Èsù e "meio" Olódùmarè. Se a vida nos foi doa-da por Olódùmarè, esta certamente nao se perpetuaría,nao fosse o sangue doado por Èsù, que também é divinoe se manifesta em tudo e em todos.
A verdade é que somos filhos dessa juncao: barro +èémi (sopro divino). Enquanto a matèria fica no fuiuro,a essència do ser volta à origem e, por outro lado, nemtudo é pó. Porque Èsù è a metamorfose — o grandetransformador —, organizador físico e espiritual. Criado
especialmente para inspecíonar os feitos dos homens edos Or isa. Ele atua em todos os níveis, espalhando oudistr ibu indo o áse dos homens, dos Orìsà e de Olódùmarè.
Este mesmo Èsù Bara cria, com a pròpria forca interna do homem (fluido energético humano), o Èsù bio-elétrico — ou Èsù social. Este é o intermediàrio de co-municacao, já que as partículas de átomo, íons e partículas neutras vao se agrupando até adquirir vida pròpriae se instalar no quarto estado da materia (4?circunferen
cia do corpo). Neste caso, ele aparece como Èsù oótá òrisà.
O prímeiro òrisà (ejéédá), está fixado no segundoestado da matèria, e o segundo òrisà (adjuntó ) no tercei-ro estado. Assim, qualquer informacao que vier de foraou de dentro necessariamente tem que passar por Èsù. Como Èsù saiu de dentro, a sua tendència é escapar do
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homem, fugir, cortar qualquer elo de ligacao existente.Oliando Èsù comega a se distanciar da matèria, as extremidades (pés e maos) do homem ficam trios. Hà necessi-dado, entao, de fazer culto, chamà-lo de volta, para ener-i|i/ar novamente o corpo.
39 ESTADODA MATÈRIA: •
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O dualismo é a característica do Universo, pois tudo está apoiado em dois pólos. Assim, è s ù age com expressa permissao de Otódùmarè. Se ele é o mensageiro dos Orisà, é porque só ele pode dar movimento às coisas, por conseguinte, somente ele pode transportar a mensagem do som que sai. Esta é urna das razôes de Èsù ocupar um lugar de destaque em toda liturgia candom- blecista e receber oferendas antes de todos os Òrìsà.
Èsù é a expansâo de vida que transpira por todos os poros do Universo, como se fosse urna peneira, filtrando todas as impurezas psíquicas e comportamentais dos seres. Por isso, os que nao estao seguros do pròprio cará- ter, dizem:
Èsù másé m i orno ejòmiròn n i o sé.
Exu, nao me faça mal, faça mal ao filho de outra pessoa.
Todos do cu lto de Orisà querem estar de bom acor- do com Èsù, sem necessariamente estar de amores com ele. Fundamentado apenas em um profundo conheci- mento de si mesmo, tendo consciencia de que Èsù é o movimento da pròpria existência.
Èsù a ñlá K'atú.Exu, aquele cuja grandeza se manifesta em todo lugar.
Se todos tém o seu Èsù Bara, logo ele é individual, porque a composiçâo oigânica de cada um é diversificada. 0 comportamento, entao, passa a ser único, e Èsù passa a ser o ajuste, o corretivo, o gerador da consciencia e do refletir. Cabe ao homem optar por seu lado Ebora (força caòtica, acoplada à pròpria natureza de forma in- controlável), ou seu lado irùnmon/è (ser divino, com responsabilidades a cümprir, na Terra e no Espaço, gerados em torno do pròprio homem). Cada açâo do homem
gera urna reaçâo, e o presente é sem dúvida o filho do
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pussado, da mesma forma que o futu ro é o fiiho do pre
sente.£sù é força completa, quando dele se diz:
Logémón brunSenhor poderoso no órun.
A/áagbáraSenhor do poder
ou entâo:
E/égbáraSenhor da força.
Ê o comunicador, o ¡ntermediador. é a paiavra de Olódùmarè, o equilibrador de tudo, do todo. È a capaci-dade dinámica da vida.
Na teologia Yorùbâ, Ésú é a divindade por ordem
da unidade psíquica do Ser que deu origem ao movimento de Luz, objeto central de estabilidade coletiva do ho-mem. Ele é descrito com um caráter tao versátil que de- vemos ser cautelosos a respeito do que dissermos sobreele.
ésú é certamente um òr/sà inclassificávei (em qual- quer concepçâo que nâo seja de dentro da teologia Yorúbá). Ele é mu ito mais que as informaçôes que o classificam como isto ou aquilo. Ele nâo foi um ser humano deificado, como algumas divindades que conhece- mos. Ele é urna das principáis divindades do céu, onde estava com Olódùmarè desde o principio da criaçâo. Nasceu juntamente com o Universo, é o ministro do es- paço e serve à vontade da criaçâo.
Ê a divindade mao direita de Orúnmilá (Ór/'$a dasabedoria). É primordialmente um "relaçôes públicas especial" entre o céu e a terra, o inspetor geral que comu
nica regularmente à Olódùmarè os feitos dos homens e das divindades.Testa e faz relatónos sobre a exatidao dos cultose
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dos sacrificios em particular. 0 seu dever consiste emouvir Orúnmilá e declarar a sua vontade para os homens,
mesmo que essa vontade gere alguns atrapalhos para ohomem para que, dentro das armadilhas de Ésu, estepossa novamente se encontrar com Deus.
A lenda que apresento a seguir ilustra muito bem aconduta moral do homem e a acao de Ésu para despertara sua consciéncia:
Ésu, o Mercador de Filá
Certo homem tinha duas lindas esposas, as quaisele amava igualmente e que estavam no melhor dostermos. Tao pacífica era a casa onde eles viviamque se tornaram para seus vizinhos modelos de harmonía conjugal e familiar. As pessoas achavam quenada poderia perturbar as felizes relacoes que exis-tiam entre eles. Ésú soube disso e nao gostou.Assím, ele esquematizou urna armadilha para elesde modo astuto e usual. Fez um füá muito bonito,transformou-se num comerciante e colocu-o á venda no mercado, tendo cuidado, porém, em nao ven-dé-lo a ninguém, até aparecer urna das duas esposaspara comprá-lo. Urna délas, ao visualizar o fi¡á, ¡mediatamente o adquíriu e alegremente o levou parapresenteá-lo ao marido. Este, ao receber o belo presente, fícou tao agradavelmente surpreso que, inconscientemente, demonstrou sua apreciacao e gra-tidao de um modo que tornou a outra esposa desconfiada e ciumenta. Esta, porém, nada disse.
Aguardou aprensivamente e com ¡nquietacao cres-cente o próximo dia de feíra. Quando o dia chegou,ela foi bem cedo ao mercado em busca de um presente bem melhor, e a qualquer custo, para seumarido. E la esta Esu, esperando-a com outro filá que, comparado com o primeíro, engrandecia-o emgraca e beleza. Triunfante, a segunda esposa com-prou este novo füá e o levou para casa dando-o ao
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marido. O efeito fo¡ mágico, tornando-a, assim, a
preferida do marido. Do jeito que Èsù queria: opalco estava armado para a rivalidade agugada entreas duas esposas, cada urna empenhando-se para sobrepujar a outra no perigoso jogo de ganhar o amordo marido. Èsù, vindo em auxilio de cada urna nasua vez do jogo, e o humor do marido balangandoda direita para a esquerda com a chegada de presentes cada vez mais bonitos. Quando Èsù ficou satis-
fe ito, as pepas tinham sido bem colocadas comoum quebra-cabecas, e a desastrosa explosáo inevita-velmente ocorreria. Entao, ele abruptamente dei-xou de ir ao mercado. A próxima esposa em visita afeira ficou frustrada, nao encontrando mais o "talcomerciante". Voltou para casa em grande fùria.
Sendo assim, o objetivo de Èsù em desarmonizaraquela familia, no que estiverà trabalhando comgrande malicia, por firn aconteceu, ocorrendo entelo urna grande tragèdia.
A agao de Èsù pode ser vista como simplesmente maldosa, mas é o tipo de maldade que gera justiga e exem-plo social. Entao, pergunto: Èsù é o Demònio? Nao!Èsù é a agao de Olódùmarè no destino dos homens e naorganizagáo da vida. Ele é bom, o que nao é bom é ocomportamento do homem.
Èsù, nesta lenda, nao aparece como guardiáo dos sacrificios, e sim como guardiáo dos bons costumes.
Èsù senta-se no pé do individuo, e este passa a respirar com muita dificuldade, o ar fica muito pesado, o solmu ito quente, o fr ió demasiado. O ind ividuo chora eÈsù chora com ele.
Èsù arranja problema onde nao há problema. A verda-de é que ele cumpre sua missao de agente universal do
bem e do mal.Ele é aquele que dorme em casa e tranca a porta comum porrete, é urna divindade bastante sensível, fica indignado por qualquer motivo. Parece possuir um poderque somente Olódùmarè pode conter. Urna palavra dita
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em momento nao apropriado pode despertar a sua ira.Èsù joga nos dois times sem constrangimento. Anda se-
nhoriaimente, sutilmente, balancando-se para a direita epara a esquerda; é o Dono do Corpo. E os Yorùbà saobastante cuidadosos neste sentido. Referem-se a Èsù, di-zendo:
O ri m i màà (jékijrrio r i ìjà rè.Minha cabeca nao vai permitir que euexperimente a sua fùria.
Na verdade, ele é temido até pelas outras divindades,e isso ocorre em virtude de seu oficio. Èsù tem o poderde vida e morte sobre todos. Alérn do mais, é incidentalmente malicioso, um fazedor de travessuras, capaz decausar grandes confusóes. Provocando situacoes complicadas ou promovendo malicia entre as pessoas. Por isso,é melhor estar de bom acordo com Èsù, eie quebra empedacinhos o que nao pode ser reajuntado.
Certa vez, Sòngó dizia, gabando-se, que nao havia ne-
nhum òr isa que ele nao pudesse dominar. Èsù logo o de-safiou: — ¡sto incluí a mim?Sòngó inmediatamente replicou, desculpando-se: — Mas por que? Certamente voce nao poderia te r sido
incluido!Há quem diga que a forca primordial de Èsù, neste
mundo, é armar emboscadas e criar situacoes dúbias,mas, mesrno assim, nao podemos associá-lo ao Diabo.
Èsù, em nossa concepcao, é apenas a interacao bioenergética entre um homem e os demais. É a combina-cao dos plasmas biológicos entre si. E quando nao háequilibrio plasmático, o homem cedo ou tarde fica enfermo: do corpo, da mente e da alma.
Os Yorúbá entendem que para tudo correr bem é necessàrio que o homem esteja harmoniosamente em contato com as vibracoes positivas de È$ù. Depositam todaa sua fé em su as capacidades benevolentes e protetoras.
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Ele ocupa urna posigáo de destaque, é representado porum símbolo que é levantado no centro da cidade ou po-voado, o que é freqüentemente repetido dentro de casae em portas de templos, onde se cultuam os órísá. Aspessoas se dirigem á £§u religiosamente, de modo a buscar com ele um bom relacionamento.
Há lugares onde festivais sao promovidos anualmenteem seu nome. Em Hé Olu jí, esse acontecimento se dá emfevereiro, para marcar o cultivo anual da térra. Os Yorú- bá organizam esse festival para pedir as béngaos de Esú,
acalmando-o, para que tudo corra bem com o trabalhodurante o ano. Ele é, indubitavelmente, urna das principas divindades dos Yorúbá. Nao há lugar onde nao sejacultuado e propiciado.
A nossa visao é que Olódumaré e Bsü sao justos. Agora, se a justiga aplicada resulta em descontentamente para o sujeito, isto acontece em decorréncia de seu compor-tamento. A justiga em si nao é boa e nem má, é simples-mente justiga!
Assim, na mente dos candomblecistas, nao existe oconceito do bem e mal. Nao temos um Deus da luz e ou-tro das trevas. Temos o Universo como um Todo, mani-festagao de Olódumaré (o Deus Supremo). O que acontece, porém, é que somos um povo que "divide" Deusem diversas partes. Acreditamos que cada elemento oufenómeno da natureza seja urna manifestagao única deSeu poder. O nosso objetivo é estar de bom acordo comtodos os elementos, de modo a abragarmos somente olado favorável. A água (Osun) deve servir para man-ter a nossa harmonía orgánica, saciar a nossa sede e ou-tras tantas finalidades inumeráveis. £ claro que a águaéum atributo maravilhoso de Olódumaré, e está presentedesde a gestagao do ser. E a falta desta, mata os seres,mata a vida. Ao mesmo tempo, ela pode provocar doen-gas terríveis. Isso, os candomblecistas atribuem á ira de0§un. Desta forma, cada Orísá corresponde a um ele
mento da natureza, sem con tu do deixar de ser UM emrelagao ao Universo.Quando fazemos culto a um determinado elemento da
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natureza (Or/sá), como por exemplo: ao raio (Sóngó) representante da ira de Olódumaré, o nosso objetivo é atingir a esséncia, a consciéncia de Olódumaré como um todo . Acreditamos que cada agao gera urna reapáo proporcional ao som emitido. Saudamos a sua origem, fa- zendo referencia ás suas qualidades de energizador da térra sem esquecer, contudo, de seu poder destruidor que racha pilao, paredes, árvores, etc. Desta forma, a nossa consciéncia é completa e a nossa fé nao é cega.
Fazemos referencia ás suas qualidades, com bastante objetividade, acreditando no poder criador e transforma
dor da palavra.
EM TUDO NA V IDA SÓ A JUNÇÂ O DE DOIS PÓLOS PODE GERAR ENERGIA PARA GARANTIR O
MOVIMENTO
Èsù o jí ré Ó?Exu, vocé amanheceu bem?
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AS SENT AMENTO DE ÈSÙ (pessoal)
— 200 (duzentas) pedras de caminho (redondinhas)*— 6 (seis) penas de odide* *— tecido vermelho— muitos búzíos— urna cabapa grande,
Procedimento:
Pega-se a cabaga e corta-se ao meio, na horizontal. Re* veste-se com o tecido e enfeita-se com búzios, ñas bor
das. Fazem-se seis furos em torno da cuia superior e enfeita-se com os ikóòdide. As pedras p5em-se dentro da cuia inferior.
Folha8 de Ésù
— Mamona— Pega-pinto
* O núm ero 200 (/gba) significa "grande quantidade".** As penas do pássaro odfde sáo chamadas de ikóòdide.
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— Folha-da-costa
— Folha-da-fortuna — Bredo sem espinho — Alfavaquinha — Malmequer bravo — Folha-de-fogo — Cansa ncao-de-porco — Carrapicho-de-agulha.
Sacrificio
— Um frango vermelho — Urna galinha-d'angola.
Oferendas
— Um o6/'div id ido em duzentas partes (em cima de Èsù)— Um orógbó
— Seis bifes assados no fo rno e temperados com:ataare, azeite-de-dende e cebóla. — Gin seco.
Obs.: — Nunca se deve despejar mel sobre o assenta-mento de Èsù. E também nunca se deve exagerarna quantidade de azeite-de-dendè. 0 que ocorreé o seguinte: quando se oferece gin (que é urnabebida extremamente quente), é corno se fosse
fogo em cima de Èsù. Se colocarmos óleo emcima de qualquer fogo, a tendencia dele é aumentar mas, se exagerarmos na quantidade, ofogo se apaga.
— Quem tem este tipo de Èsù assentado, deve, todos osdias, antes de lavar a boca, mastigar um ataare, des-tampar o assentamento, rezar os o r í k i e fazer os pedidos para o dia. 0 maior problema dos candomblecis-
tas é nao encontrar tempo para fazer um culto continuo e conceptivo.
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Este é o Esu da comúnidade. é o guardiao dos ter- reiros de Candomblé.
Sua cofnposigao é de acordo com os fundamentos de cada Zelador. Todavía, quando se tem conceppao lim-
pa a respeito do caráter de Esú, ele é preparado com: ar- gila, matéria inicial á existencia humana; e ferro, que entra apenas para formar sua estrutura.
Os animais de sacrificio sao os mesmos do £sü pes- soal. A diferenga é que qualquer um dos membros da co- munidade pode ir no pé deste £§ü e fazer seus pedidos e reclamapSes. E é neste caso que mora o perigo, porque nota-se que os maís novos nao tem se preocupado muito com os efeitos que um simples pensamento pode pro
vocar.
ÉSÚ OM IYANGÍ
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OS ORÍSÁ
O destino das pessoas é regido pelos Odu, predestinado de tudo o que existe no Universo, favoráveis ou desfavoráveis á vida, em todos os sentidos.
Cada Odü, portanto, está dividido em duas categorías: positivo e negativo, e representa a mais alta mani- festapao da energía cósmica — de onde nasceu a vida —, e que deu origem aos Orí$á básicos, surgindo, assim, ou- tros Orísá, mutagoes dos primeiros, dando origem a urna linhagem de descendentes que chegam até nós por este fio que nos liga á ancestralidade.
Deste modo, todos nós somos Orísá de comunica* Cao e a manifestapao do homem é a manifestapao da na-
tureza e de Deus.
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ÈSÙ
Em sua origem cosmogenética é o responsável pelaexistencia da vida na Terra, é, portante», o inspetor deOlôdùmarè (Deus), desde os tempos primordiais.
£ o viajante da rota céu «— terra, muito veloz, e
pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo.Todos precisam abraçar seu lado favorável, de mo
do a transitar pelas encruzilhadas da vida sem serem perturbados por ele.
Os Orisà dependem de Èsù para fazerem transmitiras comunicaçôes dos homens a Deus, pelo fato dele estarlocalizado no meio das encruzilhadas de très pontas, deonde sáo gerados vários caminhos, tornando-o, assim, otradutor divino das mensagens de Qrúnmílá (divindade
do Oráculo de Ifá).é urna divindade do fogo, associada ao movimentoe ao processo de criaçâo dos seres, é, portanto, um Orisà da fértilidade e procriaçâo.
Enquanto o homem respira pelas narînas, Êsù respira por todos os poros. Está associado aos elétrons, àenergia, cuja grandeza se manifesta em toda a parte.
Èsù másé m i ornoelômirôn n i ó sé
Exu, nao me faça mal,faça mal ao filho de outra pessoa
Cores: vermelho e pretoDia: segunda-feiraNatureza: encruzilhadas de très pontas (oríta m éta) Metal: bronzeSaudaçâo: Laróyé!Contas: miçangas azul-arroxeado
Emblema:ogo
(porrete),ádó
(cabaça).
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Ó G Ú N
é o Orisà dos caminhos, da prosperidade e da sabe-doria. Está associado ao ferro, elemento essencial à cons-trugao de qualquer objeto.
é senhor de dois facoes; um ele usa para cortar ahorta, e o outro para abrir caminhos. Mesmo tendo águaem casa, banha-se com sangue. Em vez de roupa, usafogo para se cobrir. Está associado ás lavas vulcánicas esua fùria, quando experimentada pelo homem, é desintegrado na certa.
£ um Orisà nervoso, colérico, que fere e mata, évalente e sanguinàrio. Com sua natureza tenaz, faz oudesfaz, desconhece totalmente a razao e age somente pela emogao. Está agregado ao sulfato ferroso do ffgado,centro das emogoes e sensagoes humanas.
E o dono da forja, da casa e do espago fora dela.Portanto, é um vencedor de bataihas. Removs os obstáculos e abre os caminhos da modelagao da disposigaoorgànica.
Tem o poder do fogo e anda lado a lado com Èsù.
Enquanto è s ù é o ponto central do triángulo, Ogún representa os caminhos gerados pelo triángulo.é um Orisà de vitória, o grande conselheiro na hora
de se escolher novos caminhos a seguir. Por esta razao sediz:
Ogún ó sin imonlè!Ogun, o imonlè a quem servirei
Cor: azul-marinho ou verdeDia: terga-feiraNatureza: jazidas de ferro, caminhos, matasMetal: ferroSaudagao: Ogún yé!Contas: migangas azul-marinho ou verdesEmblema: Á d á m é ji (dois facóes).
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ósóóslé um On'sá que está associado ao frío, neblina, or-
valho e a tudo que nasce e cresce. Por consegu inte, estárelacionado com a fotossfntese — fixapáo do gás carbónico do ar, através da apao da radiapao solar. Como aclorofila tem participado fundamental neste processo,Qsóósi se torna o irmao de Qsóny/'n, que é o On'sá da
esséncia vegetal.Sendo capador e dominador da fauna e da flora, ge-
ra progressos e riquezas ao homem, proporcionando amanutenpao do sustento.
é um capador que usa ofá (arco e flecha), arma poderosa. Qsóósi' quando bloqueia o caminho, nao o de- simpede. Por isso se diz:
Ode ó! Máá s if í ofá re Láyé m i!
Oh, capador! Nao atire sofrimentos emminha vida, com o seu arco
Cores: azul-turquesa e azul com douradoDia: quinta-feiraNatureza: florestas, selvas, árvoresMetal: latcíoSaudapao: Okéáró!Contas: mipangas azul-claro
Emblema: Ofá (arco e flecha) e írukpré (rabo de boi).
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ÔS0NYÏN
é o senhor absoluto das vegetaçôes. Orfsà das fo-Ihas e de suas apiicaçôes litúrgicas e toda composiçâomágica do Candomblé.
Nada se faz sem Ús^nyín; ele é o detentor da força,do Áse, ¡ndispensável para as divindades. Foi OsQnyín quem ensinou a !fá a arte curativa, é sempre evocado
quando as coisas nao vao bem.é o senhor da magia e da medicina, como Èsù; é o
companheiro indispensável de Orúnmí/á.
Portador essencialmente de energías cósmicas queconferem ao ser humano o maravilhoso poder de raciocinio. Por isso se diz:
Osónyin o! Jé ewé ó jé oQsónyin o! Jé oàgùn ó jé o
0 Ossain, permita que a folha produza seu efeito.0 Ossain, permita que a magia e a medicinaproduzam seus efeitos.
Cor: verdeDía: terça-feiraNatureza: floresta, folhas e raízesMetáis: ferro, prata, estanho, lataoSaudaçâo: Ewé, ewé Qsónyin!
Contas: miçangas verdes e brancasEmblema: galhos de café com fru tos .
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L Ó G Ü N ED Éé também um guerreiro entre os Úrisa. Surge como
divindade dentro do runkg (camarinha), onde é feita a
junpao de Q$$d.S1' com Q§un, passando a ser o mensagei-ro de Osun YépQnda.
É um captor habilidoso; em térra firme se alimenta de capa e, su^merso, alimenta-se de peixes. £, portan-to, urna d iv in ó le que domina o poder de mutapao etransforma-se n° que quiser. Por isso se diz:
Ológún, fíhQn awo funfu n Lóni, n¡ ola ó yíóó f¡hQn dúdú Logun, m^stra a P^le que desejar.Se mostraf Pele clara hoje,amanha mostrará pele escura.
Cores: azul-cla^o com amarelo-ouroDias: quinta e sábadoNatureza: rios e matas
Metáis: cobre, ouro e latáoSaudapao: LóÓs/\ 16 os i Lógún!Contas: mipan9as azul-claro alternadas com amarelo-
ou roEmblema: Ofa e abébé,
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Ó S Ü M Á R É
É o Úri'sá da riqueza (material e espiritual). Está
associado ao ciclo vital, símbolo de continuidade da vida. É representado por urna serpente, que, rastejando sobre a Terra, desenhou vales e rios.
é o Orisá que controla e regula os movimentos celestes. Simboliza a atividade, a continuidade e a permanencia. Sua comunicagao com os homens é expressa pelo arco-iris, o que revela as suas múltiplas fungoes. Levaágua dos mares, transformando-a em chuva, trazendo oraio e o trovao á Terra, garantindo a fértilidade e o cres-
cimento dos elementos da natureza. Por isso se diz: A róbo bo y i!Aquele que va¡, dá a volta e continua!
Cores: verde e amareloDía: terga-feiraNatureza: arco-irisMetal: ouroSaudagáo: A róbó bo y i!
Contas: m ¡gangas verdes e amarelas e brajá de búziosEmblema: Ejó m éjí ¡de (duas cobras de bronze ou lat§o).
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O B Á L Ú W Á I Y É
é a divindade da morte e somente ele pode evitá")^’
é considerado o Reí do Mundo e está associado á raó {&' gao solar, o que Ihe confere o título de Bábá ighónQ0 — Pai do fogo.
é um Orísá ambivalente e a ele sSo atribuidasdoengas contagiosas. A febre, doengas de pele, ceguei^'surdez, catapora e sarampo sao considerados manifes^'goes de Obátúwáiyé, que utiliza estes meios para levar ° s seres humanos á regeneragao de algum mau costume.isso se diz:
A tó tó o !Silencio!
Cores: preto, vermelho e brancoDia: segunda-feiraNatureza: sol, térraMetal: zinco, estanhoSaudagáo: A tó tó o !Contas: migangas pretas, vermelhas e brancas
Emblema: jasara (cetro),cabaga.
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S O N G O
Ser humano deificado, representado pelas torcasviolentas da natureza. Foi associado a Jákúta, divindadeque luta com pedras, que expressa a ira de Olódümaré, através do raio e do trovao.
é um Órísá que persegue os ladroes, mentirosos emalfeitores, para esfregar suas caras no chao, sem pie-dade. Isso ocorre porque Songó é um Órísá que rolano chao quem o ofende, da mesma maneira que um novelo de la. Por isso, seus adeptos sempre pedem a ele para que nao os deixe infringir as leis dos homens, e que desuas bocas nao saiam palavras que venham a ofender al-guém. Por isso se diz:
Songo, oósá tió beru ológbó.Xangó, a divindade que assusta até o gato.
Cores: vermelho e brancoDia: quarta-feiraNatureza: raios, trovoes, pedreiras, meteorosMetal: bronzeSaudacao: Ká woóo, ká biyé sí!Contas: micangas vermelhas e brancasEmblema: Seré (cabaca de pescoco alongado).
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Ô S U N
Ê a graciosa mâe das águas profundas. Divindadedos rios, fontes e regatos.
Orïsà que enfeita seus filhos com ouro e fica muitotempo no fundo das águas gerando riquezas; que conhe-ce o segredo da vida, mas nâo o revela.
Mâe procriadora, está associada a fisiología femini-na. Preside a menstruaçâo, gestaçâo e nascimento. é considerada a dona do ovo, símbolo de fértilidade, amaior célula viva, e que evoca a idéia de fartura e r iqueza.
Em uma de suas qualidades, tern-se Osun Àpéré, se- nhora das águas frescas, dotada de força masculina, guerreara que, ao se fazer presente, rodopia como o vento,sem que possamos ve-la, apenas ou^i-la, com sua voz afinada que se assemelha ao canto do çgà (pássaro amare-lo). é por esta razâo que muitos a confundem com Oya (ôrisà do vento).
Enfrenta pessoas poderosas e com sabedoria as
acalma com sua doce água que fluí sem cessar. Por issose diz:
fíora yéyé, gbémi!Mae grandiosa, proteja-me!
Cores: amarelo-ouro ou cinzaDias: quinta e sábadoNatureza: água doce, rios, lagos e cachoerras
Metal: cobre (considerado um metal nobre,representante do ouro)
Saudaçâo: fíora yéyé o!(Apárá)\fíora yéyé ó fi dé río m o n
Contas: miçangas amarelo-ouroEmblemas: abèbè (leque de metal amarelo) e ¡dé.
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O Y A
é a divindade dos ventos. Guerre¡ra' forte e destemida. Ortsá veloz, que nos golpeia cort1a rapidez de um
piscar de olhos. . , ,Está presente no tempo e no esp3̂ 0, a V m-'
sóñ órun — mae das nove partes do cé^~f 0 9ra|] e ven"daval que faz a limpeza do ar que resp1̂317105, ar emmovimento caracteriza a sua essénci^ co™° 0 °9 °que nos queima, sem que tenhamos po$t0 a mao ne e-
É um Orísá que faz as coisas s i m ^ n e a m e n t e , grapas á sua agilidade de espalhar o seu á?? n° mu^ o osvivos e dos mortos, por seu poder e 0nísciencia- or ISS0se diz:
Oya aláagbára ¡nú afééféOyá, a poderosa que vive no vento
Cores: branco com rosa, estampado con1vermelho
Dias: segunda e quarta-feiraNatureza: vento, raio, montanhas de do|ScumesMetal: cobreSaudapao: Eé páá héé oya! ..Contas: migangas marrons (de preferéncia' coraEmblema: írúkeré (rabo de boi preto).
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Y E M O N J A
Está associada à foz dos rios e quebra-mares. Mae
dos peixes e de todas as caberas.é evocada para trazer prosperidade e fertiIidade. é
um Ùrisà que tem o poder de curar as doenpas comágua, sem derramamento de sangue. Com sua pròpria riqueza (os peixes) eia pode curar um mau orí, no ato doEbori.
É um dos Ùrisà mais velhos entre os irúnmon/q (seres espirituais) e por este motivo come junto com Egún-
gún (ancestrais), para saber seus segredos.Distribuí encargos e fungoes a todos e em tudo poeordem. Por isso se diz:
lyá m í ñsé owó pèlé-pèlé nínu om iMinha mae está erguendo as maos, suavemente,dentro das águas
Cores: prata e azul-claro
Dia: sábadoNatureza: mar, foz dos rios, enseadas, bai'asMetal: prataSaudagao: Odó íyá!Contas: mipangas pingo d'águaEmblema: Abèbè (leque de metal prateado).
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N Á N Áé um On'sá bastante complexo. Representa a me-
mória transcendental do ser humano e o acervo das rea-goes pré-históricas de nossos antepassados.
é urna divindade das águas paradas e dos pantanos.
Responsável pela matéria-prima (barro) que deu formaao primeiro homem, participando, assim, da criagao domundo e dos seres.
Náná rege físicamente o estómago, os intestinos, amemória e os pés. Temida por todos que conhecem osseus hábitos e costumes, é este Or¡§á o representante dacontinuidade da existencia humana e, portanto, da mor-te. Por isso se diz:
Sálu bá Náná Burúku!Divindade que separa os espfritostrevosos da morte!
Cores: azul e branco ou roxoDia: terga-feiraNatureza: pantanos, charcos, lago, lamaMetal: estanhoSaudapao: Sálubá
Contas: migangas brancas rajadas de azulEmblema: Ibirin (cetro de nervura de dendezeiro)
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Ó R Í S Á Á L Á
é o governante da vida, está associado á matriz cósmica, como principio masculino e femimno do podercosmogenético.
Criador do mundo inorgánico, preside a passagern
do sobrenatural á existencia física (nascimento) e tanr^.bém á morte, quando o ser perde a individualidade e vo|-ta ao pó.
Or¡§áálá fo i quem deu forma a o homem, portante^é o responsável pelos defeitos relacionados com a cri^.pao. Está associado á idéia de repouso, imobilidade,tranqüilidade e silencio.
Detesta violéncia, brigas e tem horror a sangue. Evj.
ta tudo que é excitante. Por isso é tido como urna divin-dade da paz, imóvel como urna pedra no fundo d'água.Onde há desavengas, Orísáálá se envolve na purera
do branco, e brilha emitindo luz para proteger seus seguidores. Por isso se diz:
Oba ñlá, bábá o!Oh, grande reí, meu pai!
Cor: brancoDia: sexta-feiraNatureza: céu, montanhaMetal: prata, platinaSaudagao: Eépáá bábá!Contas: m¡gangas brancasEmblema: Opásóró (cajado)
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ASSENT AMENTO
DE OGÚN
— 1 facâo — 1 enxada— 1 foice — 1 pedaço de fe rro (velho, bastante enferrujado) — 1 aigu ¡dar grande — m u itov inho branco — muito mònriwò (folha de dendezeiro)
Quando se faz Ogún, deve-se cobri-lo com mònr i wò, para que sua manifestaçâo seja tranqüila e a menosselvagem possfvel. H aja vista que Ogún, no culto, é considerado Ebora (força caótica incontrolável).
Animais de Sacrificio
— 1 cabrito vermelho — 4 frangos vermelhos — 2 pombos brancos — Temperos: ataare e azeite-de-dendé — Inhame é indispensável em qualquer oferenda
para Ógún.
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Folhas de Ógún
— Erva-tostao —Pérégún— Parietária— Canela de macaco— Folha de i'rokó (gameleira) — Espada de Ogún (jungá) — Palmeira de dendé (monr iwó ). Esta é a principal
folha de Ogún. {Obs.: a folha de i rokó é indis-
pensável a todos os Orisá e pode ser substituidapor todas as outras, contudo, a folha principalde cada Ori§á, esta nao comporta substituigao.)
Como Colher as Folhas
— Ao raiar do día tome um bom banho com sabao-
da-costa. Vista roupas brancas e cubra o o r í com pano-da-costa. — Faga urna oferenda para QsQnyin com:
— 1/2 copo de mel — 1 pedago de fumo — 1 vela — 4 moedas de igual valor
— Antes de adentrar na mata, bata ipatéwó — paó —(palmas com ritm o p róprio ) e faga a saudagao:
0rí$á igbó iba Ori$á Oko iba Qrisá Oya iba Qri§á Qd{? iba Ori§á Ogún iba Orisá Osónyin iba
— Entre no mato mastigando ataare ou o b i (para
purificar o hálito). Escolha urna árvore frondosa e limpebem o chao. Acenda a vela, faga a oferenda do mel e dopedago de fumo para Osónyin. Enguanto isso diz-se:
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Mo júbá Qsónyín, orísá ewé
Ossaiyn, orixá das folhas, saudagoes.Qsónyín mo pé o o!Ossaiyn, eu te chamo!
— E cante:*
Áwa dágó l'o jú ewé, awa dágó f'o jú e mo oógún, A dágó f'o jú ewé, a dágó f'o jú e mo oógún.
auá dagó lójú eué auá dagólójú é ma óogum
auá dagó lójú eué auá dagólójú é ma óogum
Nós te pedimos licenga para os nossos olhos, folha,Pedimos licenga para os nossos olhos verem vossoConhecimento da medicina, nós te pedimos licengaPara os nossos ólhos, folha, pedimos licenga paraOs nossos olhos verem vosso conhecimento da magia,
★ ★ ★
Ewé e n i ásá k i ó jé, ewé jé si gbogbo Orísá Ewé k i mo ásá k i ó jé bábá, ewé jé s i gbogbo Orísá.
eué é ni axá qui o jé eué jé si bóbó orixáeué qui ma axá qui o jé babá eué jé si bóbó orixá.
Folha, vocé é e tem a tradigao dos costumesdo culto sagrado
Folha, vocé é para todos os orixás, folha que
Entende (conhece) os costumes tradicional e é oNosso Pa¡, folha, é para todos os orixás.
•k -ir
Ewé p$fé pé á n í tó pé ewé, pelé pé ání tó pé,Lákáká a fún ó n i fééréfé pelé pé á n í tó pé.
* Cantigas extrafdas de OLIV E IR A, A lta ir B. Cantando para os Orixäs. Rio
de Janeiro, Ed. Pallas, 1993, p. 44-50.
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euè puélé pué ani tò pué eué puélé pué ánf tò pué
lacaca a fum o ni fééréfé puélé pué àni tò pué.Pegue a folha gentilmente, demoradamenté,
bastante demoradoA folha, gentilmente demorado, bastante demorado,E se esforce tenazmente (com tenacidade), e aFolha nos será dada alegremente.
— Ao term inar de apanhar as folhas, retire-se do
mato com muito respeito. — Ao chegar £m casa, selecione as folhas e lave-ascom muito cuidado. Vá depositando no p-iláo de Òrìsà- átá, juntamente com um obi, orógbó, aridán, noz-moscada (ralados) e um pouco de mel. Comece entao a socar,enquanto canta para Òsónyin:
Ewé oògùn mòn, ewè àsà ewè oògùn m$n l'Qnòn, Ewé oògùn mòn, ewé m i l'òk è ewé a sù sà l'gngn .
eué òogum ma eué axà euè òogum ma lóna eué òogum ma eué mi loqué eué assúxá lóna.
Folha que conhece a medicina (cura da)Folha das tradigoes e costumes (litúrgicos)Folha que conhece os caminhos da magiaFolha que conhece a medicinaFolha, leve-me para o alto (ascender na vida)Folha que nós trocamos nos caminhos das
tradigòes. ★ ★ ★
Pèrègùn a/àwé titun ó, pèrègùn aiàwé titun,Gbogbo pèrègùn a/àwé lése, pèrègùn a/éwé titun ó.
pérégun alàué titum ò pérégum alàué ti tu m bòbò pérégum alàué léssé perégum alaué titum ò.
Peregum é o dono das folhas novas e frescas.Todos os pereguns sao donos das folhas novas e
frescas.
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E tem seu pròprio suporte, pois peregurn é o donoDas folhas novas e frescas.
★ ★ ★Osonyìn a/áwo wa, §àwùre pipé Orì$à ewéOsonyìn a/áwo wa, sàwùre p ipé Orìsà ewé
ósanhim aláuo uà xauùré puipué òrfsà euéósanhim alàuò uà xauùré puipué òrisà eué
Osónyìn é nosso sacerdote, faga-nos o encantoQue nos traga boa sorte erh sua totalidade,
0 Orixádas folhas.*
— Urna parte das folhas será utilizada para forra r ochao onde será posto o assentamento do Orìfà.
— Caso estiver com iyáwó recolhido, urna parte será para o forro da esteira.
— Utilize o bagago das folhas para lim par as ferra-mentas do Orìsà.
— Para fazer sacrificios, ou mesmo urna oferenda
para Ogún, deve-se levar em considerado o horário queo Orìsà sai e o horário que ele volta. Ogúnt por ser capador, seu costume é sair bem cedo e voltar à tarde. Assim,os sacrificios devem ser feitos pela manha ou à tarde.Tudo no culto é urna quest§o de análise do contexto social humano e do comportamento do Orìsà.
Comidas Secas
— milho to rrado — amendoim to rrado — fe ijao fradinho torrado — inhame assado — feijao preto semicozido — égbo (canjica branca cozida)
* Cantigas extraTdas de OLiVEIRA, Altair B. Cantando para os Orixäs. Rio
de Janeiro, Ed. Pallas, 1993, p. 44-50.
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— 7 acagás— 7 o b i vermelhos (ob i branco nao serve para
oferenda)— 7 orógbó
Sacrificio
—Com 7 ataare na boca, oferega as folhas de aroei-ra para o bode comer. Enquanto se diz:
E mo fò r i kan, mo f 'o r i ó . . .
— Quando o animai corner as folhas, grita-se o nome do Orisà:
Ogún yè e e!Oni/é, o n i tèmi
K i ó n i ògo.
Mo /uba bàbà m i 0 k i n i HQpo Qwàà,0 wá niié, Ogún On ifré oko mi.Ogún Oni/ré okùnrin gbón-gbón gidi.Ogún O nifré okùnrin són-són gidi.Okùnrin wá,Okùnrin wò,Okùnrin wà àwa wòwó.Okùnrin gbón-gbón, gbón gbón.Okùnrin gbón-gbón gbèlé,Ogún!
Aso inón n i aso Egúngún, Aso m ònriwo n i aso Osónyin\
Meus respeitos, meu pai!
Aquele que se multiplica por dez,Aquele que vem para casa, Ogún, Senhor de iré e da minha fazenda.
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Aquele que está na casa, Ogún, Senhor de !rée da minha fazenda.
Ogún, Senhor de iré, homem ¡mpossível eimportancia.
Ogún, Senhor de íré, o homem que derrub3árvores e abre clareiras na floresta, de re importancia.
Homem, venha,Homem, olhe.O homem que está nos vigiando no culto.Homem ¡mpossível de se ter problemas co'11 e*e'
quando se é cauteloso.Homem ¡mpossível que dá sustentagao á c^sa>É Ogún!Roupa de fogo é a roupa de Egúngún.Roupas de folhas de palmeiras é a roupa óe
Osónyin!
— Neste momento, coloca-se monriwo nos ömbrosdo iyáwó e também em cima das ferramentas de ÜQÚn.
Awa áygn, áwa ¿yon, Äwa áyon, áwa áygn Orisá t í i korá re lé g^e- Ogún Onílé ááro!Olóonon imgn !Ogú n Onílé a ti ekún!Ogún ofóode dé ola!Onífré , Onílé kQngun kóngun óde orun,Ogún Onífré oko mi!Ogún n íigb á tí ó t i oké bo,
Asg inón lo mu bora eje! Á is í lówó re sorg.Olóoko m i, dákun dääbö f i ye dé non.Dákun dääbö k'a a fi ye dé non.Ogún Onííre Oko mi!Méje l'Ogún wgn!Méje l'Ogún!Méje n'íré,
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Méje l'Ogún!Iré k í i sé ¡té Ogún.
Qya k í won ágbede nibé.O wá mqmun ni.Ogún Oníiré oko ó mi!Dákun wá gbá qbo re,Ogún Oniíré ó sin Imonte!
Nosso esforgo, nossa perseverarla,Nosso esforgo, nossa perseveranga, Orisá que
traz a riqueza, fértilidade e felicidade paramorar em casa.
Ogún é dono da casa e da forja!Senhor dos caminhos das folhas novas de
palmeira!Ogún, dono da casa e do leopardo!Ogún, dono dos caminhos que chegam á riqueza!Senhor de íré, dono da casa cujas fronteiras
ficam acima do teto do Orun,Ogún, senhor de Iré da minha fazenda!Ogún, que quando desceu da montanhacobria-se com roupas de fogo e sangue!
Sem sua ajuda é difícil.Senhor da minha fazenda, por favor, proteja-nospara que voltemos vivos dos caminhos.
Por favor, proteja-nos para que usemos echeguemos vivos dos caminhos.
Ogún, Senhor de Iré E da minha fazenda!Sao sete os Ogún!Tem sete Ogún!Sete em íré,
Tem sete Ogún!íré regozija-se por tornar-se a casa de Ogún.Oya cumprimenta os ferreiros de lá.Ele está bebendo cerveja (emun).Ogún, Senhor de Iré e da minha fazenda!Por favor, venha receber seu ebó,Ogún, Senhor de íré, o imonle a quem eu servírei
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Neste momento, comegam os sacrificios, peladem do preceito.
0 lom i nt'lé à ti f i èj$ w$! Alàa$o n ilé fiim Q n bòra Ogún!Ogún t'ó dé n i je ajá.Qlóolà n i mu jé ènign.Ogún ìkg la igbín n i je.Ogún gbénòn-gbénòn ó je ig i ni t i e.Onílré t'àgbède pé-ñ-pé irin n i tòro.Ogún Onílré, Ogún y è e e!Ire owó, ire omo.Ogún olóoko lé ààrò!Ló ó jé oba nílé ààrò.Ogún tò kgn òde dé imgn!0 ló jé oba n i gé ààrò.N i gbogbo irúnmonlé bá péjó.
Lqnón sawo jé.Ogún y è e e!Ogún Onííré oko m i ó sin imgnle.O lóomi nílé à ti f iè jè we.
Aláaso nílé f i omg k í í bòra.Ogún, dákun wá gbébo re.Ogún k'a lówó owo.Ogún k i a kólé già!
Áse, áse, áse! A n i á$$ gngn k í í (o rúko Ogún).Ogún ònòn n i òd i mò àdé.Ogún dákun màà jé k i gngn O di mo wá.Ogún, OI ó roko.Ogún, ó pa ñgbá.Ogún ló ki ebg Ig gbé ¡su.Olóroko mgsu t i i isu fí j in n o n . Wònrgn-wònron!Okúnrin gbón-gbon gidi.Okúnrin són-són gidi.Okúnrin wá!Okúnrin wó!
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Okúnrin wówo!Okunrin (gbón-gbón —gbón-gbón) Okúnrin gbón-gbón gbéié.Ógún Onífré oko mi.Ogún Onífré ó kóomi!Ógún dákun iré gbogbo wa.Kó iyá lé wa.Iré gbogbo IQonon ¡re gbogbo!¡re gbogbo won wá wQlé wa.Kó si m i!
Iré gbogbo wá léé m i wá.¡re gbogbo, Ase, á$q, áse!
Ele tem água em casa e usa tomar banho desangue!
Ogún é o Senhor que tem roupas em casa, masveste-se com folhas novas de palmeiras!
Ogún é aquele que ao chegar come cachorro.Senhor da riqueza e que pode tornar ricas as
pessoas.Ogún que usa marcas tribais come caracol.Ogún carpin teiro é aquele que consomé urna
árvore apenas ao encostar-se nela.Senhor de íré que deixa o ferro pequenino como
efeito.
Ogún, Senhor de fré, salve Ogún!Traga felicidade de dinheiro e felicidade defilhos.
Ogún, dono da fazenda e da casa da forja!Ele é o reí na casa da forja.Ogún é quem segue o caminho para chegar ás
folhas novas de palmeira!Ele é o reí para quem cortamos antee¡padamente.Com quem todos os irúnmonié juntam-se para
suprir suas deficiencias.A quem cultuamos no caminho (ou: Quem é
cultuado no caminho).
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Salve Ógún!Ógún, Senhor de Iré e da minha fazenda,
o Imonle a quem eu serví reí.Senhor que tem água em casa e que usa tomar
banho de sangue.Dono das roupas da casa, a quem os filhos
cumprimentam ao vest¡rem-se.Ogún, por favor, venha receber seu ebó.Ogún é quem nos ajuda a termos tradigao.
Ógún, com quem construiremos a riqueza da
nossa casa!Assim, seja, assim seja, assim seja!Nós temos a graga de no caminho cumprimentar
(nome do Ogún).
Ogún do caminho é quem conhece o lado erradoda espada.
Ogún, por favor, nao permita que os caminhosEstejam errados para mim.Ogún, o dono que olha a fazenda.
Ogún, ele mata, ele recebe.Ogún é aquele que irá receber oferendas de
inhames.
Dono que olha a fazenda e conhece o bominhame apenas olhando á distancia.
Ele é irrequieto!Homem irascfvel, mas de muita importancia.Homem que derruba árvores na floresta e
abre clareiras, ele é muito importante.
O homem que vem!0 homem que olha!O homem que vigia o culto!0 homem com quem é impossível de se ter
problemas com ele quando se é cauteloso.Homem irascfvel que protege a casa.Ogún, Senhor de Iré e da minha fazenda.Ógún, Senhor de Iré, o primeiro para mim!Ógún, por favor, faga-nos todos felizes.Nao castigue nossa casa.
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no entanto, este éum OkQnrQn cheio de prospe-ridade.
2. Um masculino e u^1 feminino abertos — Ejire —quer dizer: amizade. é 1,171 resultado de bomrelacionamento social e Que a oferenda foi bem0C0113
3. Dois masculinos abertos - Okóóron ~~ quer dizer: crimes, dificuldades, ameagas e disputas, éum resultado excelente quando a finalidade doque se faz seja perseguir alguem. as se, porexemplo, esta queda tenha safdo após um assen-
tamento de Ógún, ¡st° significa que este Ogún éum Ebora e o seu culto tem que ser feito nomato. .
4. Dois femininos abertos - Yeye-Oron- quer dizer: fraqueza. é um resultado que indica nao ha-ver progressos, através do ritual feito.
5. Dois masculinos e um fern|nin0 abertos —Akita— quer dizer: sucesso, porém, depois de rnuitasdificuldades. Este resultado propoe paciencia para solucionar os problemas-
6. Um masculino e dois femininos abertos — Obita — quer dizer: neutro- . .
7. Dois masculinos e dois femin inos abertos _Ofun tab i A laf ia - quer dizer: tud o de bom. Este resultado é a ¡ndicagao de que o sucesso seráabsoluto.
Enfim, o meu objetivo é transm't ' r práticas rituahs-ticas, observando os cuidados necesarios a sua execupao.
Ógún, por exemplo, é um Onsá extremamente perigoso,que está relacionado com o sulfato ferroso^do figado(centro das emopoes humanas — onde a razao fica sem6Sp3£C>)
Ogún é um Or¡$á único, com sete qualidades. Urnadélas o destaca como um grande cortador de caberas.Outra, é considerada como o Ogún dos barbeiros e comecábelos. Outra o faz tao violento que comea ferrugemdo próprio ferro, o seu elemento- E quan o aparece na
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qual¡dade de Úgún-Mákin-dé destaca-se como um especialista em comer gente. Portanto, fica aquí o meu aler
ta: de que nao é aconselhável liciar com este Orisá casonao se tenha urna conceppao limpa do seu caráter com-portamental, na Terra e no espaco.
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AS SENTAMENTO DEÒRÌSÀÀLÀ
— 1 bacia de louga ou àgata grande
— 1 pedra branca— terra fértil — areia branca — 96 bùzios — 10 pratos brancos— 10 idés de metal branco
— 1 quartinha — 1 pilao — 1 ¡rùkqrQ branco — 1 òpà$òrò — 10efun — muitas moedas de níquel ou prata — pano branco de algodao puro — algodao— ori
Procedimento
— Coloque a terra na bacia e cubra-a com urna camada de areia. No centro colocam-se a pedra, os búzios, asmoedas e os ¡de.
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—Com os pratos.faga urna circunferencia em voltados objetos, que estao no centro da bacía.
— Os efun sao embrulhados no algodao e serviraocomo oferenda permanente.
— 0 pílao é o seu assento; o opásóró o seu apoio;e o irükéré é o símbolo de sua realeza e autoridade.
— 0 paño servirá para cobrír o assentamento. Estesimboliza a natureza da luz branca do Orisá.
Sacrificios
— 2 i'gbin (caracol da térra)— 2 pombos (estes nao sao sacrificados)
Comidas
—10 Ékuru funfun (¡nhame cozído, socado no pi-lao e embrulhado em folhas de bananeíra)
— 10 acagás (éko)
— Égbo (canjica branca) com orí— arroz com clara de ovos e mel— sementes de abóbora (tira-se a casca). Fazer um
puré com molho de tomate, espinafre e cebólaralada.
—puré de feijao branco (sem pele). Com Orí e ce-bola ralada.
— frutas: uvas verdes— flores brancas
Folhas de Órísáálá
—Cana-do-brejo— Folha-da-costa (branca)—Cajá— Folha da fortuna— Rama-de-leite
— Folha-de-le¡te
— Capeba — Golfo branco — Jarrinha — Folha-de-vintém — Beldroega
— Folha de i rokó
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EBORIe 9
Muitos sacerdotes e outros estudiosos respeitáveisda cultura afro-brasileira escreveram sobre o ato litúrgico, denominado de Eborí: Ebo —sacrificio; O rí —cabe-
ga. £ urna forma ritual istica de alimentar a cabeca e fortalecer a psique.Os textos desses autores comecam sempre nos im-
pressionando pela sua composicao, no tocante ao jogode palavras, mas nao tardam em nos decepcionar com asfamosas frases: "É segredo da seita", ou "é segredo re-sen/ado aos iniciados — awo", e a decepcao do leitor écompleta, porque nao encontrou no corpo da obra oque leu no índice ou na apresentacao. Em resumo, o que
esses autores nos dizem é que guardam os principios doato para nao ferir os preceitos da religiao. Pretexto!Em diversas destas obras encontraremos — e sem
nenhuma desculpa — receitas abomináveis de feiticarias.E eu pergunto: isso nao fere a dignidade humana? Naofere a concepcao do Candomblé, que visa simplesmenteo encontro, o eq uilibrio com Olódúmaré?
0 que realmente precisamos fazer é, através da in-formacao (nao-"misteriosa” ), expressar a nossa visáo demundo, de vida e de Deus, sem reticencias. Sem conota-
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goes que gerem dúvidas e preconceitos, deixando claroque, enquanto outras religíSes creem que Deus perdoa
os seus pecados, nós eremos em Oiódùmarè como oequilibrio do Universo. Desta forma, nada é segredo, nada é mistério, nada é "pecaminoso". Julgo, entao, desne-cessária a omissao do conhecimento a leigos ou a iniciados mais novos do culto, sob pretexto de nao possuíremá$e, visto que o áse aumenta exatamente com o pròprioconhecimento do individuo.
0 E bo rí é, sem dúvida, urna das mais belas práticada liturgia candombleísta. Sua necessidade surge, exatamente, quando urna determinada pessoa se sente psicologicamente desestruturada, o que a leva a perturbagoesfísicas e mentáis e sua vida comega a sofrer urna sèrie demudangas indesejáveis. Neste caso, Eb orí é urna obriga-gáo simples, porém mu ito eficiente, e faz com que a pessoa volte à sua estabilidade emocional.
RitualPrimeiramente consulta-se ¡fá, para saber quais sao
os Orisà da pessoa. Isso é feito para que nao se cometamerros, tais como: oferecer obí a cabega de um filho deSqngó; mel aos filhos de Osóos/; ou dendé aos filhos deÓri§áálá. O ato do Eborí, como já expliquei acima, é para a cabega do individuo e nao para o Or isa.
Podem ser oferecidas para o O rí as comidas sagradas dos Orí$á, como normalmente se faz, todavía nao érigorosamente necessàrio seguir-se esta regra porque —
já que o Ebor í é urna festa para a cabega — ele pode comer e beber tudo que o individuo goste. Alguns detalhesdevem ser observados. Por exemplo: nao oferecer comida apimentada ao O rí de quem nao goste deste condimento, porque se a pessoa rejeita é si nal de que O rí naoaceita.
Se Ebor í é urna grande festa para a cabega da pessoa, para que esta venha a ficar contente, os participan-
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tes devem ser seus bons amigos, para que venham co-mungar juntamente com a felicidade da pessoa que rece
be o Ebg.Para receber E b o r ía pessoa devé passar por urna sé-
rie de rituais de limpeza:
Ebp Ikú
— Pàdè