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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ JOSÉ AUGUSTO JUNQUEIRA CALZZANI O TRIO PARANAENSE (1932-1934): Análise histórico musicológica da entidade feminina promotora da música de câmara na capital paranaense CURITIBA 2014

O Trio Paranaense (1932-1934)

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Trabalho de conclusão de curso apresentado na Universidade Federal do Paraná na ano de 2014.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

JOSÉ AUGUSTO JUNQUEIRA CALZZANI

O TRIO PARANAENSE (1932-1934): Análise histórico musicológicada entidade feminina promotora da música de câmara na capital

paranaense

CURITIBA2014

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JOSÉ AUGUSTO JUNQUEIRA CALZZANI

O TRIO PARANAENSE (1932-1934): Análise histórico musicológicada entidade feminina promotora da música de câmara na capital

paranaense

Monografia apresentada à disciplinaOA028 - Trabalho de Conclusão de CursoLIC, como requisito obrigatório paraconclusão da graduação do Curso deLicenciatura em Música, Departamento deArtes, Setor de Artes Comunicação eDesigner da Universidade Federal doParaná.

Orientador: Prof. Dr. Álvaro Luiz Ribeiroda Silva Carlini

CURITIBA2014

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Dedico este trabalho a minha avó paterna, LeonorCarvalho Calzzani, a quem agradeço pela formaçãode meu caráter, impulsionado pelas suas broncas,comidas maravilhosas, palavras amorosas eensinamentos de vida transmitidos. Incentivadorados estudos, tornou-se exemplo de garra, força, lutae inspiração para toda vida. Fica o registro de minhaeterna gratidão.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Fernando Antonio Calzzani e Iolanda Soares Junqueira

Calzzani, aos meus irmãos Fernando Antonio Calzzani Junior, Ricardo Alexandre

Junqueira Calzzani e Cristiane Aparecida Junqueira Calzzani pelo apoio na

concretização de mais uma etapa em minha vida através desse trabalho.

Ao meu orientador Prof. Dr. Álvaro Luiz Ribeiro da Silva Carlini, que foi

mestre e amigo, utilizando de toda experiência profissional acadêmica e pessoal,

mostrando todo interesse, coordenação, colaboração, paciência e apoio nos

momentos de ansiedade, insegurança e afobação para realização do trabalho. Pelos

bons momentos e puxões de orelha seja em suas disciplinas na graduação, pós-

graduação ou na informalidade no cafezinho e demais ocasiões.

A todos os professores do Departamento de Artes, pelos ensinamentos.

Esses que contribuíram para meu desenvolvimento acadêmico durante todo

processo de graduação.

A Elides (secretária da Graduação em Música no Deartes) pela ajuda e

paciência nos momentos difíceis dos acordos e desacordos com o sistema

informatizado da UFPR e nas informações prestadas para como docente na

Graduação. Também ao Luiz (secretário da Graduação em Artes) pela ajuda

prestada quando solicitado e no papo informal sobre veículos.

Aos funcionários da Casa da Memória da FCC, em especial a dedicação da

Jussara, responsável pelo setor de obras raras, que sempre nos recebeu com muita

atenção e simpatia, além de indicar documentos necessários para a pesquisa.

Aos meus colegas de turma da graduação, em especial Sandro Glória e

Júlio S. Monteiro pelo apoio e parceria. Também aos amigos de agora e de longa

data (de Curitiba e Ribeirão Preto) que compreenderam a prioridade que dediquei a

graduação nesses 5 anos.

Aos sobrinhos Yuri, João Victor, Beatriz e Isadora por serem muito

especiais. Com eles aprendi a valorizar e respeitar cada momento da vida.

E finalmente a Fernanda Martins Pereira pelo amor, carinho, paciência e por

ter me dado o maior presente dessa vida, nossa filha Ana Liz Pereira Calzzani.

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RESUMO

No presente trabalho apresenta-se o estudo sobre a criação do grupo musical O TrioParanaense na cidade de Curitiba, capital do Estado do Paraná, realizando análisehistórico musicológica das atividades desenvolvidas pela entidade entre os anos de1932-1934 e dos clubes e sociedades musicais curitibanas no início do século XX,baseando-se no conceito de “morigeração cultural”. O grupo é organizado no final doano de 1932 por três mulheres, Bianca Bianchi (1904-2002, violinista), CharlotteFrank (1903-1984, violoncelista) e Renée Devrainne Frank (1902-1979, pianista) quemantiveram suas atividades promovendo concertos de música de Câmara até o anode 1968. Propôs-se constituir acervo específico sobre o grupo e avaliar sua atuaçãoprincipalmente no campo da música para contribuição com o desenvolvimento cultu-ral no Estado. Efetuou-se inicialmente levantamento histórico da entidade através deperiódicos do período pesquisado, relatando os artistas, as apresentações, os cola-boradores, o repertório e os locais de suas temporadas artísticas. A ausência de re-ferências que tratem da entidade O trio Paranaense, conduziu a pesquisa para orga-nização de fontes primárias ainda não utilizadas em estudos ou trabalhos acadêmi-cos. Os acervos pesquisados constituem-se de documentos coletados na BibliotecaPública do Paraná, Biblioteca Nacional Digital, Casa da Memória da Fundação Cul-tural de Curitiba e Museu da Imagem e do Som. Os documentos foram organizados,transcritos e editados para auxiliar na difusão e aproveitamento acadêmico de fontesprimárias ainda desconhecidas da Musicologia Histórica, contribuindo assim para di-vulgação dos dados sobre a entidade e do período histórico musical paranaense.

Palavras-chave: O Trio Paranaense; morigeração cultural; ausência de acervo; le-vantamento de dados; Musicologia Histórica.

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ABSTRACT

In this work we present the study on the creation of the musical group The TrioParananese in the city of Curitiba, principal city of Paraná, performing historical andmusicological analysis of the activities performed by the organization between 1932and 1934 and the clubs and musical societies curitibanas in the early twentiethcentury, based on the concept of cultural "morigeração cultural”. The group isorganized in late 1932 by three women, Bianca Bianchi (1904-2002, violin), CharlotteFrank (1903-1984, cellist) and Renée Devrainne Frank (1902-1979, pianist) that kepttheir activities promoting concerts of Chamber music until the year 1968. Proposed tobe specific collection about the group and evaluate its performance, especially in thefield of music, over the contribution to cultural development in the state. A historicalsurvey was performed on the entity through news paper from the period mentioningartists, presentations, employees, the repertoire and the local of its artistic seasons.The absence of references dealing with the entity the Paranaense Trio, conductedthe research to organizing primary sources not usually utilized in academic studies orwork. The collections surveyed are documents collected in the Paraná Public Library,National Digital Library, House of Memory of de Curitiba Cultural Foundation andMuseum of Image and Sound of Paraná. The documents have been arranged,transcribed and edited to assist in the dissemination and academic exploitation of thestill unknown primary sources of historical Musicology, thus contributing to thedissemination of information about the entity and the Paraná musical historic period .

Key-words: The Trio Paranaense; “cultural morigeração”; absence acquis; data col-lection; Musicology Historical.

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LISTA DE TABELA

TABELA 1 – Pesquisa realizada no periódico Correio do paraná entre edições 175 e510 dos anos de 1932 à 1934

TABELA 2 – Artigos sobre o grupo Trio Paranaense em pesquisa realizada no peri-ódico Correio do paraná entre edições as 175 e 510 dos anos de 1932 à 1934

TABELA 3 – Artigos sobre o grupo Trio Paranaense em pesquisa realizada no peri-ódico Gazeta do povo entre edições 4846 e 5067 dos anos de 1932 à 1933

TABELA 4 – Concertos realizados pelo TRIO PARANAENSE

TABELA 5 – Compositores utilizados nos concertos do TRIO PARANAENSE

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LISTA DE ABREVIATURAS

AK – Adelina Korytko

AM – Andrade de Muricy

AMM_BL – A mulher no Museu – Bertha Lutz

AMP – Academia de Música do Paraná

AP – Arte do Paraná

AR – Arnaldo Rebello (pianista)

B9R – Banda do 9ª Regimento da Força Pública

BFP – Banda da Força Pública

BMFME – Banda Musical da Força Militar do Estado

CA – Coisas da Arte

Car – Carnaval

CM – Crônica Musical

CP – Correio do Paraná

CPM – Conservatório Paranaense de Música

CS – Cidade Sorriso

CV_JM – Concerto de Violino_Jacinto de Meis

CWB – Curitiba

DA – Desastre de Automóveis

DC – Didi Caillet

DC_AL – Dinorah de Carvalho e Arlete Lacerda

EC – Estética da Cidade

G – Gêmios

GFP – Grandes Fatores do Progresso

GLC – Grêmio Lírico Cassinister

GN – Guiomar Novaes

GS – Gumercindo Saraiva

GV – Grêmio das Violetas

ICM – Inês Colle Munhoz (pianista)

IG – Ivete Gouveia

IMP – Instituto de Música do Paraná

JP – João Poeck

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MBNS – Maestro Benedicto Nicolau dos Santos

MC – Marchinhas de Carnaval

MF – Mulheres Feias

MV – Manoel Veríssimo

NFH – Não foi assim a História

NN – Nada de Nudismo

NP – Nome dos Planetas

NR – Noel Rosa

OD – Odete Devraine

OFP – O futuro do Paraná

OMNB – Onde mais nasce no Brasil

OS – Ópera Sidéria

OV – Ópera Vienense

PCP – Periódico Correio do Paraná

PE – Pianos Essenfelder

PGP – Periódico Gazeta do Povo

PP – Passeio Público

PR – Estado do Paraná

RM – Romário Martins

RS – Romualdo Suriani

SAN – Sargento Antônio Nicoletti

SAP – Sociedade Artística do Paraná

SM – Sonometria e Música

SR – Sociedade Renascença

SS – Sociedade Symphonica

TA – Teatro Avenida

TP – TRIO PARANAENSE

TP_C – Compositores tocados pelo TRIO PARANAENSE

TP_CR – Concertos realizados pelo TRIO PARANAENSE

TP_PCP – Artigos sobre o TRIO PARANAENSE no periódico Correio do Paraná

TP_PGP – Artigos sobre o TRIO PARANAENSE no periódico Gazeta do Povo

UPA – Um pouco de Arte

ZL – Zezé Lara

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LISTA DE SIGLAS

BPP – Biblioteca Pública do Paraná

EMBAP – Escola de Música e Belas Artes do Paraná

BNDigital – Biblioteca Nacional Digital

FCC – Fundação Cultural de Curitiba

JMB – Juventude Musical Brasileira

JMB 8ª Região – PR/SC – Representação regional da Juventude Musical Brasileira

PRPPG – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

SCABI – Sociedade de Cultura Artística Brasílio Itiberê

SPMC – Sociedade Pró-Música de Curitiba

UFPR – Universidade Federal do Paraná

UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO..................................................................................................12

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................16

2 CLUBES, PERSONAGENS E SOCIEDADES MUSICAIS: ATIVIDADES E

INFLUÊNCIAS PARA FORMAÇÃO DE PLATEIA................................................21

3 TRIO PARANAENSE: PERSONAGENS, LUGARES E MÚSICA......................27

3.1 ARTISTAS.....................................................................................................31

3.2 LOCAIS, CONCERTOS E REPERTÓRIO...................................................34

4 CONCLUSÕES FINAIS.......................................................................................36

5 ANEXOS..............................................................................................................38

6 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO......................................................................73

6.1 LIVROS, TESES E DISSERTAÇÕES..........................................................73

6.2 ARTIGOS......................................................................................................74

6.3 LIVROS TÉCNICOS.....................................................................................75

6.4 SITES DE INTERNET E PERIÓDICOS.......................................................75

6.5 ARTIGOS NO PRELO..................................................................................75

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APRESENTAÇÃO

A pesquisa foi iniciada em 2013 no programa de Iniciação Científica

PIBIC/CNPq da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) desta

Universidade, tendo como tema o grupo nomeado O Trio Paranaense, pode ser

desdobrada e se estender a futuros trabalhos e pesquisadores. Para melhor

entendimento do trabalho1 aqui realizado, julgo necessário fornecer alguns pontos

sobre o tema escolhido para pesquisa, sua realização e andamento.

Primeiramente, o tema ainda não estudado pela Musicologia Histórica

paranaense, mas mencionado em alguns livros e trabalhos acadêmicos, trata-se de

um grupo musical da década de 1930 – tendo nesse trabalho o espaço temporal

compreendido entre os anos de 1932-1934 – criado para realizar concertos de

música de câmara e composto por três mulheres que tiveram atuação significante no

meio musical da cidade de Curitiba (CWB), Estado do Paraná (PR), até o final de

suas vidas. O tema levantou alguns questionamentos que passam pela criação do

grupo e sua intenção de constituir uma Sociedade Musical, a finalidade dessa

instituição, qual o repertório apresentado e para que tipo de público estava voltado.

Segundo, para realização da pesquisa foram encontradas dificuldades que

estão relacionadas à ausência de fontes bibliográficas e ao acervo não constituído

da entidade O Trio Paranaense. Também contribuíram para essas dificuldades as

informações incompletas dos periódicos do período em questão, as imagens e

documentos não organizados e catalogados devidamente pelas instituições

mantenedoras desses arquivos históricos, e a reunião, organização, catalogação e

diálogo com trabalhos já publicados mencionando o grupo.

Visitas pessoais à Biblioteca Pública do Paraná, à Biblioteca da Escola de

Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP) – atualmente incorporada a Universidade

Estadual do Paraná (UNESPAR) –, Museu da Imagem e do Som de Curitiba (MIS),

Casa da Memória da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), cinco cartórios de

registros e documentos da cidade de Curitiba/PR e acessos ao site da Biblioteca

1 O trabalho integra o grupo de pesquisa Música Brasileira: estrutura e estilo, cultura e sociedade, nalinha Musicologia histórica: sociedades civis vinculadas à Música no Estado do Paraná, século XX,vinculado à UFPR/CNPq e coordenado pelo Prof. Dr. Álvaro Luiz Ribeiro da Silva Carlini. O grupo depesquisa se propõe a analisar, a partir de referenciais teóricos pertencentes à História Social eMusicologia Histórica, acervos de sociedades civis sem fins lucrativos associadas às práticas culturais(principalmente no campo da música) no Estado do Paraná (especialmente na capital Curitiba) nosséculos XX e XXI.

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Nacional Digital (BNDigital) foram realizadas para validar todas as etapas da

pesquisa.

Por fim, o levantamento e seleção das informações coletadas nas

instituições e órgãos mencionados, constituíram através dos recortes de jornais e

revistas (hemeroteca), dos programas de concertos elaborados pelo grupo e outras

instituições nacionais, fotos, imagens e partituras, pequeno, mas importante,

conjunto de fonte histórica para entendimento da entidade em questão. Foi possível

assim, caracterizar as atividades musicais da entidade, seus componentes e

associados, os locais de concertos e o repertório executado. Esta documentação

ainda se encontra em processo de catalogação e digitalização2 para futuros

trabalhos acadêmicos.

Procurando analisar os documentos e entender os elementos específicos,

característicos dos modelos encontrados nas estruturas sociais curitibanas entre o

final do século XIX e início do século XX utilizou-se: o conceito de “morigeração

cultural”3, apresentado pela pesquisadora Melissa Anze na dissertação de mestrado

intitulada Sociedade Pró-Música de Curitiba (SPMC)4; a análise das práticas,

sociabilidade e plateias de música em Curitiba nas primeiras décadas do século XX5,

da historiadora Liana Marisa Justus; e o esclarecimento dos Cem anos de

sociedade, arte e educação em Curitiba: 1853-19536, da historiadora Elisabeth

2 O projeto catalogação e digitalização do grupo O Trio Paranaense foi apresentado à comunidadeacadêmica no XXIII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música(ANPPOM), realizado em Natal (ago. 2013) e teve como título “Projeto de catalogação edigitalização: o trio paranaense (1932-1950), Curitiba/PR”.3 Conceito que traduz as transformações dos indivíduos, padronizadas as atitudes e costumes dosindivíduos, e assim das práticas sociais, econômicas e das manifestações culturais artísticas a umideário burgues, apresentado por Melissa ANZE e Álvaro Luiz Ribeiro da Silva CARLINI. MorigeraçãoCultural em Curitiba (PR), Século XX: O papel das sociedades artísticas na formação do gostode música erudita. In: Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós graduação em Música,XIX, 2009, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR. DeArtes, 2009. p. 261-264. Acesso em: 23/09/2014. Otermo conceituado anteriormente, está articulado com o conceito de morigeração - “aqueles quecompartilhavam do ideário da positividade do trabalho e da acumulação. Também eram morigeradosaqueles que sabiam comportar-se dentro de determinadas regras de etiqueta consideradascivilizadas” - apresentado no trabalho do professor Dr. Magnus Roberto de Mello PEREIRA.Semeando iras rumo ao progresso: (ordenamento jurídico e econômico da SociedadeParanaense, 1829 – 1889). Curitiba: Ed. Da UFPR, 1996. 4 ANZE, Melissa. Sociedade Pró-Música de Curitiba (SPMC): análise histórico-social da músicaerudita na capital paranaense (1963-1988). Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Música da UFPR, sob orientação do professor Dr. Álvaro Carlini. Curitiba, 2010. 149f.5 JUSTUS, Liana M. Práticas, platéias e sociabilidades musicais em Curitiba nas primeiras trêsdécadas do século XX. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação emHistória da UFPR, sob orientação do professor Dr. Marcos Napolitano. Curitiba, 2002. 240 p.6 PROSSER, Elizabeth Seraphim. Cem anos de sociedade, arte e educação em Curitiba: 1853-1953: da escola de belas artes, indústrias, de Mariano de Lima, à Universidade do Paraná e aEscola de Belas Artes do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial, 2004

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Seraphim Prosser. Também são apresentadas algumas considerações sobre a

perspectiva do sociólogo Norbert Elias7 em seu conceito de “Estabelecidos e

Outsiders” que faz menção às ações do “processo civilizador”.

O trabalho foi dividido em três capítulos. Na introdução, apresenta-se breve

histórico da área de pesquisa acadêmica conhecida como Musicologia Histórica e os

conceitos abordados neste trabalho, para melhor entendimento do leitor.

No segundo capítulo, optou-se por descrever o início dos primeiros Clubes

na cidade de Curitiba, personagens envolvidas com a atividade musical e as

sociedades promotoras de música do início do século XX, articulando suas

atividades e apresentando influências à sociedade do período na formação e

direcionamento da plateia quanto a música de concerto. Nesse capítulo também

relatam-se as atividades da personalidade Maestro Romualdo Suriani8, da

Sociedade Cultural e Artística Brasílio Itiberê (SCABI)9, da entidade Juventude

Musical Brasileira (JMB)10 e da Sociedade Pró-Música de Curitiba (SPMC)11,

contextualizando o tema principal desta monografia.

O último capítulo, apresenta integralmente os dados coletados pela

pesquisa, que apresentam as artistas idealizadoras da entidade – Bianca Bianchi

(1904-2002, violinista), Renée Devrainne Frank (1902-1979, pianista) e Charlotte

Frank (1903-1984, violoncelista) – e as informações da criação e as atividades do

grupo O Trio Paranaense, possibilitando assim, aprofundar o leitor na temática

fornecida.

Nas considerações finais, constata-se as dificuldades encontradas na

constituição de acervo da entidade em questão, bem como a relação das instituições

e personalidades no manuseio e cuidado com os documentos existentes,

necessários para registro e entendimento da história musical curitibana.

7 ELIAS, Norbet; SCOTSON, John L. Os estabelecidos e os outsiders: Sociologia das relações depoder a partir de uma pequena comunidade. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,2000. ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: uma história dos costumes. (Vol. 1). Rio deJaneiro: Jorge Zahar Ed., 1994. ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: formação do Estado eCivilização. (Vol. 2). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994.8 SIMPÓSIO DE PESQUISA EM MÚSICA DA UFPR, 6, 2013, Curitiba.9 MEDEIROS, Alan Rafael de. SOCIEDADEDE CULTURA ARTÍSTICA BRASÍLIO ITIBERÊ (SCABI):Promoção da música sinfônica erudita em Curitiba por meio da Orquestra Sinfônica daSCABI(1946-1950). Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Música da UFPr,sob orientação do professor Dr. Álvaro Carlini. Curitiba, 2011. 169f.:il., tabs.10 MENON, Fernando. Jeunesses Musicales e sua representação civil no Paraná: JuventudeMusical Brasileira 8ª Região PR / SC – Setor do Paraná (1953-1963). 153f. Dissertação (Pós-Graduação em Música) Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.11 ANZE, op.cit, 2010.

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Nos anexos estão apresentados os artigos transcritos dos periódicos Correio

do Paraná, Gazeta do Povo e do depoimento extraído do Documentário Vultos

Paranaenses12, da artista Bianca Bianchi. Também algumas imagens de partituras,

logomarca e fotografias referentes ao O Trio Paranaense e as tabelas – idealizadas

para servir direta ou indiretamente com a proposta desenvolvida no estudo – da

pesquisa realizada nos periódicos anteriormente descritos, dos artigos diretamente

voltados ao O Trio Paranaense, dos concertos realizados e dos compositores

interpretados.

12 Documentário Bianca Bianchi: A Violinista. Documenta filmes, série Vultos Paranaenses. Governodo estado do Paraná/MIS (PR). Direção: Berenice Mendes, 1995. Acervo pessoal do Prof. Dr. ÁlvaroCarlini. Acesso em: 22/09/2013. Vide ANEXO 1.

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1 INTRODUÇÃO

A compreensão da música, mais especificadamente da história da música,

possibilita entendimentos relacionados ao tempo e ao espaço de fatos ocorridos que

traduzem parte das ordenações e das relações políticas, econômicas, sociais e

culturais dos grupos de indivíduos que por vontade própria se submetem a

atividades e defendem interesses em comum, a Sociedade.

O termo Musicologia Histórica13 surge na Europa do século XIX com objetivo

de inventariar documentos musicais e publicá-los com visão crítica, incluindo

aspectos teóricos e analíticos, sociológicos e culturais, estéticos e educacionais . No

Brasil, somente após 1960 – raros os casos antes desse período – se dá ênfase aos

estudos e publicações desse tipo de material.

Para Castanha14 (2008), a musicologia15 no Brasil tem seus primeiros

registros e críticas na primeira metade do século XX, mas raras as publicações

referentes ao processo reflexivo sobre o conceito e seu objetivo. No final do século

XX, Neves16 (1998, citado por Castanha, 2008) “acusa o desinteresse pela

elaboração de catálogos de fontes primárias no país, demostrando que ainda era

pequeno o conhecimento a respeito dos acervos brasileiros de manuscritos

musicais”. As limitações e carências de fontes sobre O Trio paranaense vão de

encontro as descrições relatadas e foram as dificuldades mais relevantes para o

trabalho aqui desenvolvido.

Pretendendo contribuir para o patrimônio histórico musical curitibano, o

levantamento de fontes primárias sobre O Trio Paranaense como: partituras,

13 “Guido Adler, em 1855, foi o responsável pela distinção entre musicologia histórica e musicologiasistemática, que amplia a área de estudos musicológicos para além daqueles de natureza histórica,incluindo aspectos teóricos e analíticos, sociológicos e culturais, estéticos e educacionais. De fato, otermo musicologia, ou Musikwissenschaft, que significa Ciência da Música, surge como título dotrabalho de Johann Bernhard Logier, em 1827 (apesar de que os termos musikalische Wissenschaft etonwissenschaft remontam a textos do século XVIII).” OLIVEIRA, A. L. G.; OLIVEIRA, L. F.; TOFFOLOR. G. Crítica da musicologia e apontamentos da fenomenologia. In: Simpósio de Cognição e ArtesMusicais, IV, 2008, São Paulo. Anais do IV SIMCAM. São Paulo: Paulistana, 2008. p. 400.14 CASTANHA, Paulo. Avanços e perspectivas Na Musicologia Histórica Brasileira. Revista doConservatório de Música da UFPel, Pelotas, n. 1, 2008. p. 3615 Quanto ao método, pode ser considerada um estudo da música do ponto de vista acadêmico ecientífico. Quanto ao seu objeto de estudo, é um tipo de estudo da música que a considera enquantofenômeno principalmente estético e cultural. CASTANHA, op. cit., 2008, p. 10. 16 NEVES, José Maria. Alguns problemas da musicologia na América Latina. II SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO DE MUSICOLOGIA, Curitiba, 21-25 jan. 1998. Anais... Curitiba: Fundação Cultural deCuritiba, 1999. p.175-189.

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17

imagens, programas de concerto17, documentos pessoais e transcrições estão em

processo de coleta. Os mesmos encontram-se espalhados pelas instituições

públicas e possivelmente, mas não confirmado, em acervos pessoais, levando a

dizer que o sentimento de “posse” com relação a assuntos culturais,manuscritos e obras musicais ainda é feudal; a formação de novosmusicólogos pouco ultrapassou os limites do auto-didatismo; a maior partedos acervos de manuscritos é particular, ou tratada como tal; as bibliotecaspúblicas, com raras exceções, são mal aparatadas e as publicações emnúmero insignificante, para não se falar nos problemas sociais, políticos eeconômicos, que mantiveram o país, por mais de três décadas, alheio aodesenvolvimento mundial neste setor. O próprio ensino da música erudita éinsuficiente para a formação de grupos musicais de projeção internacional,capazes de reverter a aversão do público tradicional com relação à músicabrasileira de concerto, via de regra, julgada mais pela execução que pelaqualidade e significado histórico das composições.As relações entre os musicólogos brasileiros ainda não são satisfatórias enão existem mecanismos eficazes, no Brasil, para se saber, com rapidez, oque vem sendo atualmente produzido em musicologia, nas diversas partesdo país, à exceção dos esporádicos simpósios, encontros e congressos, nosquais, com raras exceções, as participações não têm resultado na criaçãode metas comuns. As bibliografias da música erudita brasileira estão longede reunir os trabalhos publicados nessa área. Ainda que várias tentativas desistematização já tenham sido levadas a cabo, o tempo as torna obsoletas,sem que novos trabalhos venham atualizá-las.18

Os documentos encontrados passaram por processo de digitalização,

transcrição e organização de seu conteúdo. A partir do levantamento, análise e

entendimento desse conjunto documental, foi possível caracterizar as temporadas

artísticas, os locais dos concertos, seus colaboradores, patrocinadores e os

compositores interpretados pela entidade O Trio Paranaense.

Extraída da transcrição19 efetuada do documentário Vultos Paranaenses, a

frase “As vezes tocávamos solos, as vezes tocávamos o trio, outras vezes

tocávamos sonatas, hã, então, encaixávamos sempre novidades assim, e fomos

pioneiras da música de câmara.”, de Bianca Bianchi (1904-2002) violinista e

idealizadora do grupo O Trio Paranaense, chamou atenção, durante o início da

pesquisa, para o pioneirismo da atividade como Trio de música de câmara na

17 O estudo de programas de concerto e recitais de uma sociedade musical civil à primeira vista podeparecer irrelevante, dado o caráter informal e específico dessa fonte documental. Informal pois não sevincula a nenhum órgão oficial de comunicação, sendo produzidos e distribuídos por sujeitosinseridos na realidade das próprias sociedades musicais privadas. Específico, pois o conteúdo queapresentam está relacionado a uma finalidade particular, neste caso a da prática musical, assim comodestinado a determinada parcela da sociedade, coniventes e em conformidade com a realidadedessas mesmas entidades musicais civis. MEDEIROS, op. cit., 2011, p. 7.18 CASTANHA, Paulo. Musicologia brasileira e portuguesa: a inevitável integração. Revista daSociedade Brasileira de Musicologia, São Paulo, n.1, 1995. p. 17.19 Disponível no ANEXO 1 deste trabalho.

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década de 1930 na cidade de CWB/PR.

A música que está presente em todas as nações não deixa de refletir o

contexto geográfico, social, cultural ou temporal em que é criada, sendo dessa forma

um reflexo da comunidade que a cria. O historiador Magnus Pereira (1996)20 em seu

estudo sobre o ordenamento jurídico e econômico da sociedade paranaense entre

os anos de 1829 e 1889, explica que o direcionamento da história do Paraná se

encaminhava para “morigeração”, termo usado com frequência pela camada

dominante da sociedade curitibana no século XIX, hoje em desuso.

Este termo (...) era frequentemente utilizado pelas camadas dominantes dasociedade paranaense do século XIX para designar um conjunto deatributos que consideravam como positivos. Por extensão, os portadoresdestes atributos definiam-se como morigerados, enquanto os demais eramos não-morigerados. Morigerados eram aqueles que compartilhavam doideário da positividade do trabalho e da acumulação. Também erammorigerados aqueles que sabiam comportar-se dentro de determinadasregras de etiqueta consideradas civilizadas. Não-morigerados eram aquelesque contrariavam esse ideário e essas regras, portanto, a grande maioria dapopulação paranaense que, ao longo do século, será levada a morigerar osseus costumes.21

O sentido morigerador fica nítido quando estudamos a Cidade de

Curitiba/PR do século XX. Segundo Nicolazzi22 (2000) “Medidas de segurança, de

saúde e urbanas tomadas pela administração municipal deixam entrever esta

morigeração da sociedade, que bem pode ser definida como uma produção de

indivíduos estética e politicamente saudáveis.”

Procurando elencar esses atributos às artes e à música, a ideia de

“morigeração cultural”23 aparece nos estudos apresentados por Anze e Carlini (2009)

representando atributos positivos e comportamentos adequados as regras de

etiqueta nos eventos culturais realizados para plateia do início do século XX

impostas pela sociedade de elite da capital paranaense.

As sociedades musicais curitibanas existentes nas primeiras décadas do

século XX ocuparam papel importante na movimentação da sociedade curitibana.

20 PEREIRA, Magnus Roberto de Mello. Semeando iras rumo ao progresso: (ordenamentojurídico e econômico da Sociedade Paranaense, 1829-1889). Curitiba: Editora da UFPR, 1996,p.12. Atualmente professor adjunto da Universidade Federal do Paraná.21 Ibid., 1996, p. 12.22 Fernando NICOLAZZI. A Fabricação do Sorriso: Ortodontia social em Curitiba na virada dos séculosXIX e XX. KLEPSIDRA-Revista Virtual de História, São Paulo, Vol. 1, N. 3, 2000.23 Melissa ANZE e Álvaro Luiz Ribeiro da Silva CARLINI. Morigeração Cultural em Curitiba (PR),Século XX: O papel das sociedades artísticas na formação do gosto de música erudita . In:Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós graduação em Música, XIX, 2009, Curitiba.Anais... Curitiba: UFPR. DeArtes, 2009. p. 261-264. Acesso em: 23/09/2014.

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19

Era entorno delas que se desenvolvia “boa parte da vida social das pessoas,

principalmente da elite curitibana, dos imigrantes e seus descendentes.”24

O direcionamento dessa sociedade curitibana de elite, também foi observado

no trabalho sobre a “Fabricação do Sorriso” do historiador Fernando Nicolazzi

(2000), expondo a ideia de fabricar uma sociedade na cidade de Curitiba/PR,

através do termo “ortodontia”, que “segundo a definição médica, ortodontia diz

respeito à posição dos dentes e/ou à maneira de corrigir as deformações congênitas

ou acidentais dos dentes.”25

Tomo emprestado o termo e o aplico de outro modo. Ortodontia social, aqui,é o processo através do qual se regulariza (ou se tenta regularizar) aposição de cada indivíduo na sociedade e/ou o dispositivo de correção de(ou que tenta corrigir) qualquer irregularidade. Em outras palavras, aprodução de (ou tentativa de produzir) indivíduos tanto em termos dehábitos e usos do corpo quanto em termos de sua localização ideal nasociedade.26

A sociedade curitibana então dirigia-se para “uma imitação dos gostos,

modismos e hábitos burgueses europeus, ou ainda uma 'fabricação' mais apropriada

desta nova sociedade, correlata àquelas que existiam nos mais importantes centros

do mundo ocidental.”27

Estudando a cidade de Curitiba e sua sociedade no começo do século XX,

observa-se claramente o sentido de “morigeração cultural”. Liana Marisa Justus

(2002)28 menciona a inquietação dos indivíduos pertencentes a essa elite, através do

comportamento de normas ou padrões sociais em comum nos eventos artísticos que

antecediam o próprio conhecimento artístico/musical a se assistir.

Essas preocupações com os modos e representações sociais, aliadas aoutros fatores como, por exemplo, a multiplicidade cultural e socialcuritibana – em função da imigração europeia ocorrida em finais do séculoXIX –, formou o gosto e configurou a plateia de música erudita em Curitiba,a partir de modelos europeus assimilados e veiculados pela imprensa local.Para Curitiba entrar no “rol” das nações civilizadas, ou morigeradas, erapreciso mover-se em direção à cultura, à arte. Para tanto era necessárioque todas as classes participassem ativamente desta educação artísticapragmática, na qual importava morigerar adequadamente e efetivamente apopulação curitibana. Era preciso estar nos eventos artísticos, mesmo não

24 ANZE; CARLINI. op. cit., 2009, p. 26325 Disponível em: <http://www.klepsidra.net/klepsidra3/cidadesorriso.html>. Acesso em: 04/04/2014.NICOLAZZI, op. cit., 2000.26 id., 2000.27 ANZE; CARLINI. op. cit., 2009, p. 261.28 JUSTUS, op. cit., 2002.

Page 21: O Trio Paranaense (1932-1934)

20

compreendendo a arte que estava sendo presenciada no evento.29

As associações e clubes de imigrantes em Curitiba/PR no início do século

XX fomentaram como sinal de orgulho, herança cultural, ao mesmo tempo como

sinal de comunicação e vontade de contato, práticas culturais envolvendo música.

Em Curitiba, o papel das primeiras instituições e clubes musicais foi o decultivar o canto, a música vocal, o canto coral, com um enfoque educativo ede entretenimento. Tais sociedades, em sua maioria, formadas porimigrantes, preocupavam-se também em mesclar esses objetivos com oauxílio-doença e auxílio-funeral aos seus associados, a partir da segundametade do séc. XIX.30

Verificando a necessidade de formarem conhecimento musical dos cidadãos

curitibanos com intuito de proporcionar além da educação tradicional, também a

educação musical, não apenas as escolas,

mas também as atuações das sociedades artísticas – tanto aquelasfundadas por imigrantes e seus descendentes, como, por exemplo, aSociedade Thalia, quanto aquelas formadas por curitibanos tradicionais,como o Clube Curitibano – foram fundamentais à educação musical maisefetiva de parte da sociedade curitibana do início do século XX, e para aconsolidação de um gosto musical alinhado à tradição européia, tal comosugeria o conceito de morigeração do século XIX.31

A análise através dos ângulos apresentados sobre a sociedade curitibana

“civilizada e educada” segue-se no presente trabalho apresentando os primeiros

clubes, as primeiras sociedades musicais e personagens existentes no início do

século XX, fornecendo uma configuração de plateia musical direcionada ou

“morigerada” ao gosto musical erudito.

29 ANZE; CARLINI. op. cit., 2009, p. 261.30 JUSTUS, op. cit., 2002, p. 8131 ANZE; CARLINI. op. cit., 2009, p. 262.

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2 CLUBES, PERSONAGENS E SOCIEDADES MUSICAIS: ATIVIDADES E

INFLUÊNCIAS PARA FORMAÇÃO DE PLATEIA

Com o desligamento do Estado de São Paulo em 1854, a cidade provinciana

de Curitiba torna-se capital do Estado do Paraná começando assim uma

organização social e cultural influenciada pela elite predominante da Erva Mate.

Em decorrência dessa predominância do mate, as questões correlatas daformação da indústria ervateira e do livre-mercado permeiam de tal forma adocumentação paranaense do século XIX que, quando pensamos a históriasocial do período, somos quase obrigatoriamente levados a adotá-las comouma conexão causal.32

Segundo Menon (2008, p. 68) “sendo a emancipação política ligada aos

interesses da elite econômica, foi através dos serviços prestados por e para esta

elite que migrantes e imigrantes foram atraídos para Curitiba”.

As primeiras instituições sociais e culturais são criadas e em sua maioria

constituídas por esses imigrantes. São datadas da segunda metade século XIX e

início do século XX, permanecendo algumas em atividade até os dias atuais. Suas

movimentações socioculturais tinham por características o entretenimento e o

enfoque educativo, englobando atividades musicais, teatrais e esportivas que em

boa parte delas eram de caráter beneficente e sem fins lucrativos.

Em 1882 dois clubes que tiveram intensa articulação cultural na cidade são

criados. O Clube Curitibano33, fundado por idealização de Romão Branco, tendo

como seu primeiro presidente Ildefonso Pereira Correia – conhecido por Barão do

Serro Azul –, tinha objetivo primordial segundo Justus (2002, p. 87) “proporcionar

divertimento aos curitibanos e promover um ponto de reunião para estudos, tertúlias

e entretenimento.”

Na mesma década é fundada por imigrantes Alemães a Sociedade Thalia,

“que se caracterizou por suas atividades voltadas para a música e o teatro. Era uma

Sociedade fechada, que somente a partir de 1919 passou a admitir sócios

brasileiros”.34

Duas diferenças apresentadas pelos periódicos do período são relatadas por

32 PEREIRA, op. cit., 1996, p. 9.33 Cf. JUSTUS, 2002, p. 87.34 Ibid., p. 92

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22

Justus (2002), classificando o público da sociedade Thalia de “selecta” plateia e os

do Clube Curitibano como “elite social”35. Este último atuante até os dias de hoje.

Em 1884 destaca-se uma sociedade criada por imigrantes alemães formada

em grande parte por artesões, chamada Handweker Unterstuetzungs36, que a partir

de 1892 adquire um terreno para sede própria, promovendo assim eventos de

caráter beneficente e concedendo auxílio a seus associados. Tal sociedade

posteriormente recebe a denominação de Sociedade Barão do Rio Branco.

Outras sociedades foram criadas na segunda metade do século XIX por

imigrantes vindos da Itália, Polônia, Suíça, etc. Citamos aqui a Sociedade Garibaldi,

a Sociedade Saengerbund, que em 1890 após fusão com o Clube também alemão

Deutscher Turn Verein, torna-se o Clube Concórdia.37

Na composição desse grupo de entidades é fundado o Grêmio Musical

Carlos Gomes em 1893. Constituído em sua maioria por cidadãos curitibanos e os

radicados em Curitiba foi o primeiro a fundar e manter uma orquestra própria, esta,

conduzida por Alberto Monteiro e Gabriel Ribeiro38.

O estudo e a identificação das sociedades civis39 curitibanas do início do

século XX direcionadas à educação e às práticas musicais, proporciona a

compreensão histórico-social dos indivíduos pertencentes a elas.

De maneira semelhante, a inserção deste objeto, sociedades civis, dentrodo campo da musicologia histórica, mostra-se conveniente na medida emque fornece modelos teóricos que contribuem para a compreensão dasrelações das práticas musicais, associadas à produção e reproduçãomusical, resultando em processo de configuração de modelos diferenciadosde público.40

Através dessas contribuições, as sociedades civis musicais foram de

importante papel na movimentação social da cidade. Durante as primeiras décadas

do século XX “era ao redor delas que se empreendia boa parte da vida social das

pessoas, principalmente da elite curitibana, dos imigrantes e seus descendentes.”41

Os imigrantes europeus, paulistas, gaúchos e mineiros, somados aos

35 Ibid., p. 84.36 Cf., ibid., p. 93.37 Cf., ibid., p. 9538 Cf., ibid., p. 88.39 Sobre sociedades civis ver: <http://www.planalto.gov.br/civil_03/Leis/L9790.htm>. Acesso em:13/10/2012.40 MEDEIROS, op. cit., 2011, p. 12.41 ANZE; CARLINI, op. cit., 2009, p. 263.

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paranaenses tradicionais, contribuíram fortemente para a formação daestrutura populacional, social, econômica e cultural da cidade, cristalizandoos efeitos sócio-culturais desses acontecimentos nas décadas de 1910 e1920. 42

Com a excitação cultural acontecida em Curitiba, instituições de menor

duração aparecem a partir da primeira metade do século XX. Entre elas estão a

Sociedade Beneficente Helvetia, fundada por imigrantes Suíços em 1915, o salão de

Exposições da fábrica de pianos Essenfelder43 em 1922, e nesse mesmo ano o

Selecto Club tendo como novidade uma Jazz-Band dirigida pelo maestro Romualdo

Suriani.44

Em 1922 foi fundado o Selecto Club, que, segundo a Gazeta do Povo daépoca, “passaria a congregar a elite da sociedade curitibana”. A ideia daorganização desse clube nasceu de um grupo de jovens rapazescuritibanos, que lamentaram não haver uma instituição só para moços, comfins sociais, moldes do Grêmio das Violettas, que era exclusivamentefeminino.45

Na década de 1930 novas entidades são abertas. A exemplo do Grêmio

Musical Carlos Gomes, o primeiro a manter uma orquestra própria, é fundada a

Sociedade Sinfônica de Curitiba também mantenedora de uma orquestra, tendo

como regente o maestro Romualdo Suriani.

Um grande desenvolvimento para a cultura paranaense acontece com a

chegada da Pró-Arte. Instituição que promoveu intercâmbio nacional, levando

artistas brasileiros a se apresentarem por diversas regiões brasileiras. Essa

movimentação teve nomeada de Anel da Pró-Arte.

A Pró Arte-Brasil teve sempre por principal objetivo o intercâmbio cultural.Fundada em 1930 por iniciativa do Comendador Theodor Heuberger, jovemalemão que chegara ao Brasil em 1924. Com sede na cidade do Rio de

42 JUSTUS, op. cit., 2002, p. 14.43 Fábrica de pianos fundada em 1890, na Argentina, pelo imigrante alemão Florian Essenfelder,instalada em Curitiba em 1911. BOLETIM informativo da Casa Romário Martins. Trabalho, técnica earte: Pianos Essenfelder. In: JUSTUS, op. cit., 2002, p. 82.44 “Romualdo Suriani nasceu em Veneza-Itália, em 1880, e veio criança para o Brasil, tendo passadoa infância e a juventude no Estado de São Paulo, na cidade de Campinas, voltando à Itália aos 20anos para estudar música. Em 1912, durante o governo de Carlos Cavalcanti, no Paraná, com areestruturação do Regimento de Segurança, foi convidado para assumir a regência da Banda daForça Militar do Estado. Quando chegou a Curitiba no ano de 1912, Suriani promoveu concertos, queincluíram eventos oficiais, homenagens, apresentações realizadas aos domingos.” Alan MEDEIROS eÁlvaro CARLINI. Romualdo Suriani (1880-1943): atividade musical do maestro italiano em Curitiba,entre 1912-1940. In: Simpósio de Pesquisa em Música da UFPR, 6., 2013, Curitiba. Anais... Curitiba,2008. (Anais no prelo).45 JUSTUS, op. cit., 2002, p. 94.

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24

Janeiro, a Pró Arte manteve sucursais em Belo Horizonte, São Paulo, PortoAlegre, Curitiba e Joinville. Aqui o seu concerto de estreia se realizou em 22de outubro de 1938 no salão do Clube Concórdia. Convidou para estaabertura o renomado pianista alemão Wilhelm Backhaus que interpretouobras de Schubert, Beethoven, Brahms, Schumann e Chopin.46

Os relatos sobre essa entidade identificam a movimentação de concertos

internacionais e de artistas na cidade de Curitiba como em várias outras regiões do

Brasil.

As sociedades artísticas vinham atuando no intuito de trazer aos seusassociados principalmente música erudita europeia, através da formação depequenos conjuntos e de orquestras próprias. Havia ainda a contratação deartistas estrangeiros ou brasileiros para concertos, recitais e conferências.Muitos compositores, obras e intérpretes foram conhecidos e apreciadospelos curitibanos através destas organizações culturais privadas atuantesna capital paranaense.47

Além da música erudita, o campo musical na primeira metade do século XX

passa pela música de “espetáculo”, mais especificadamente a Opereta que “foi de

grande sucesso em Curitiba”.48

É importante citar a primeira apresentação de uma ópera paranaense,ocorrida em 03 de maio de 1912, no Teatro Guaíra, que foi a ópera “Sidéria”,de autoria do filho de imigrantes alemães, Augusto Stresser, com libreto deJaime Balão. O maestro austríaco Léo Kessler, dono de larga experiêncianos palcos europeus, incentivou e colaborou com Stresser para a realizaçãodesta obra. Sua estreia contou com uma orquestra composta por 35músicos, um coro de 50 vozes, cenários com paisagens paranaenses,grande prestígio do público e ampla cobertura da imprensa.49

Outras atividades musicais desenvolvidas no período em questão são as

envolvendo Bandas militares e Sociedades Sinfônicas. A personalidade ativamente

envolvida na sociedade curitibana desse início de século XX foi o Maestro Romualdo

Suriani, que desenvolveu trabalhos com as áreas da música militar e popular. O

maestro italiano Romualdo Suriani fez parte do processo que objetivou valorizar a

identidade regional do Estado do Paraná denominado Paranismo.50 46 SAMPAIO, Marisa Ferraro. Reminiscências Musicais de Charlotte Frank. Curitiba: Ed. Lítero Técnica, 1984. p. 7147 ANZE, op. cit., 2010, p. 10.48 JUSTUS, op. cit., 2002, p.99.49 Ibid., 2002, p. 101.50 “é possível compreender o Paranismo como '[...] resultado de um longo processo de formulação deuma imagem do Paraná posteriormente à sua emancipação política, ocorrida em 1853. Um processopersistente que procurou elaborar uma visão simbólica diferenciada da nova província em relação àsoutras regiões do Brasil e que se define também por sua interpretação das formas modernas emarte'.” LEÃO, Geraldo V. de Camargo. Paranismo: arte, ideologia e relações sociais no Paraná.

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25

Entusiasta desta corrente, se inseriu no cenário musical paranaense pormeio de sua produção musical, de sua prática musical como maestro daBanda da Força Militar do Estado, do mesmo modo aliado ao seu trabalhode animador cultural e de divulgação da obra do compositor CarlosGomes.51

Imigrante Italiano nascido em Veneza no ano de 1880, chega a cidade de

Campinas Estado de São Paulo quando criança. Ainda jovem retorna a Itália para

estudar música e em 1912 – já no Brasil – é convidado para reger a Banda da Força

Militar do Estado do Paraná.

Quando chegou a Curitiba no ano de 1912, Suriani promoveu concertos,que incluíram eventos oficiais, homenagens, comemorações cívicas eapresentações realizadas aos domingos. Periódicos locais situavam atradicional Rua XV de Novembro como palco de apresentações diversas,mencionando com frequência o maestro Romualdo Suriani e sua Banda, emeventos rotineiros e nas comemorações oficiais.52

Na década de 1920 o caráter didático também estava presente na instituição

militar e segundo Justus (2002, p. 50) “foi repleta de apresentações de concertos da

Banda da Força Pública do Estado, nos quais o seu regente, o maestro Romualdo

Suriani, dava explicações sobre os programas, fornecendo um concerto didático.”

Caminhando para segunda metade do século XX, o desenvolvimento

artístico gerado no início do século torna-se efetivo em 1945 com a criação da

Sociedade de Cultura Artística Brasílio Itiberê (SCABI) criada por Fernando Corrêa

de Azevedo e que

conforme consta em seus estatutos, a SCABI tinha por objetivo principal ofomento da vida cultural musical de Curitiba (...) além da promoção deatividades de “educação social através da música”, mediante o cantoorfeônico não apenas com estudantes, mas também com operários. Apreocupação em envolver os operários nessas atividades ia ao encontro dopensamento nacional de “plasmar a massa informe menos esclarecida”, istoé, “o povo”, por meio da educação e da cultura, “salvadoras e redentoras”.53

As atividades musicais e sociais que a SCABI realizou trouxe novas

Curitiba, 2007. p. 8. Tese (Doutorado em História), Universidade Federal do Paraná, Curitiba. In:MEDEIROS; CARLINI, op. cit., 2013. (no prelo) 51 Id., 2013. (no prelo)52 Ibid., 2013. (no prelo)53 PROSSER, Elizabeth Seraphim. Cem anos de sociedade, arte e educação em Curitiba: 1853-1953: da escola de belas artes, indústrias, de Mariano de Lima, à Universidade do Paraná e aEscola de Belas Artes do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial, 2004b. p. 127.

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26

perspectivas musicais ao Paraná, despertando o interesse de outras entidades,

inclusive internacionais. A exemplo disso, a sociedade civil musical Juventude

Musical Brasileira (JMB)54, que era filial da entidade Belga Juenesses Musicales

(JM), é criada em 1940 em Curitiba e tais entidades

surgiram e se mantiveram através das relações entre personalidades dedestaque para o aprimoramento da educação musical no Brasil, entre osquais se destacaram o maestro Eleazar de Carvalho (1912-1996), oincentivador das artes Pascoal Carlos Magno (1906-1980), o musicólogoLuiz Heitor Corrêa de Azevedo (1905-1992) e seu irmão, o tambémmusicólogo e administrador cultural Fernando Corrêa de Azevedo (1913-1975).55

Vinte três anos depois da criação da JMB, é fundada a Sociedade Pró-

Música de Curitiba (SPMC)56 em 04 de abril, sendo reconhecida como de utilidade

pública em dezembro do mesmo ano. Inicialmente surgida de curso para Apreciação

Musical tem uma primeira versão chamada de Clube do Disco, tinha o intuito de

promover audições fonográficas comentadas57. Segundo Anze (2010, p. 19) “com a

criação da Sociedade Pró-Música de Curitiba, pretendia-se realizar não apenas

concertos de música erudita, mas também cursos e palestras, assim como dar

continuidade às audições comentadas de discos.”

Através do panorama sócio-musical abordado neste capítulo, pretende-se

validar os documentos levantados sobre a entidade O Trio Paranaense. Proposta

principal desse trabalho teve influência no cenário educacional e musical da Curitiba

do início do século XX. Suas integrantes estavam diretamente ligadas a algumas

sociedades descritas, tanto na execução musical quanto na administração dessas, e

movimentaram a cena cultural parananense do início ao final do século XX.

54 MENON, op. cit., 2008.55 Ibid., 2008, p. 1.56 ANZE, op. cit., 2010.57 Convém mencionar que a Sociedade Bach de São Paulo foi também criada a partir de audições de discos, conforme pesquisa de Álvaro CARLINI: “São Paulo, 21 de março de 1935: 250º aniversário denascimento de J. S. Bach. Com o propósito de comemorar a data, um grupo de amigos encontrou-se para realizar um sarau musical. Eram músicos profissionais e amantes da música que haviam chegado ao Brasil proveniente do continente europeu, em particular, vindos da Alemanha, Áustria e Rússia. O encontro ocorreu na residência do casal Braunwieser, Martin e Tatiana (…). Durante a reunião, em que foram tocadas ao piano e ouvidas em discos composições do Kantor de Leipzig, surgiu a ideia de criar a Sociedade Bach de São Paulo, entidade dedicada à divulgação da obra de seu patrono, de seus filhos, e de autores a eles comtemporâneos.” CARLINI, Álvaro. Apóstolos de J. S. Bach em São Paulo. In: Revista ArteUNESP, 13, São Paulo: UNESP, 1997, p. 122. aplud. ANZE, op. cit., 2010, p. 18.

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3 TRIO PARANAENSE: PERSONAGENS, LUGARES E MÚSICA

O grupo musical O Trio Paranaense surgiu no final do ano de 1932 criado

pela iniciativa de Bianca Bianchi (1904-2002, violinista) após retorno de sua viagem

a estudos na Itália. Convencendo suas amigas Renée Devrainne Frank (1902-1979,

pianista) e Charlotte Frank (1903-1984, violoncelista), montaram um grupo musical

voltado para realizar recitais e divulgação da música de câmara. Sua trajetória tem

início na cidade de Curitiba/PR em 15 de dezembro de 1932, data do primeiro

concerto realizado no salão do Clube Thalia conforme o jornal Correio do Paraná.

O TRIO PARANAENSE A idealização e organização do Trio Paranaense, por três artistasparanaenses, representa uma iniciativa audaciosa, o que é suficiente pararecomendá-la ao amparo da nossa sociedade. Curitiba é já um centro debastante cultura artística. Fazia-nos falta uma sociedade musical dedicada apromover a música de Câmara. Pensando assim as senhoritas BiancaBianchi, Renée Devrainne e Charlotte Franck, lançaram-se corajosamente áiniciativa. E o Trio Paranaense ai está, disposto a uma longa vida de trinfos.Amanhã, já, será realizado o festival inaugural do Trio Paranaense, nossalões da Sociedade Thalia. Servirão de ingresso, aos sócios do Trio, ostalões de Novembro e Dezembro. Os sócios da Thalia, apresentando suacredencial, gozarão de direitos idênticos aos dos sócios do Trio.58

As atividades musicais na cidade de Curitiba/PR no início do século XX

estavam se ampliado para os salões e teatros, mas a prática musical nos saraus

familiares59 permanecia. O Trio Paranaense “difundiu a música de câmera e atraiu os

curitibanos às salas de concerto, sem deixar, contudo, de, na intimidade das noites

silenciosas e frias, promover música em família.”60

Seguindo as movimentações culturais que estavam surgindo nesse início de

século, O Trio Paranaense após sua criação se estrutura também como Sociedade61

que é iniciada em 1932 e finalizada segundo Renée Devrainne Frank em 193662,

58 CORREIO DO PARANÁ, Curitiba, 14 de dezembro de 1932, ed. 175, p. 8. Disponível naHemeroteca da Biblioteca Nacional Digital.59 “Até o início do século XX, a família foi, incontestavelmente, o principal núcleo da arte musical. NoParaná encontramos inúmeros lares onde a música fazei parte do cotidiano, e dos quais saiu amaioria dos artistas que, - com instrumentistas, compositores ou professores – mantiveram emcontínuo movimento o setor artístico-cultural do Estado.” SAMPAIO, op. cit., 1984, p. 17.60 Id., 1984.61 Grifo do autor: As informações coletadas nessa pesquisa não conseguiram comprovar efetivamentea criação dessa Sociedade e suas finalidades. Os registros que possivelmente estariam em cartóriosda cidade não foram encontrados. Foram pesquisados os cinco cartórios de títulos e registro dacapital paranaense. 62 “Sendo componente do Trio Paranaense, o qual manteve uma Sociedade de 1932 a 1936, realizei

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28

pois o grupo continuou se apresentando até o final da década de 1960. Segundo os

relatos de Bianca Bianchi (1995)63, esta sociedade realizava concertos bimensais

tocando solos, as vezes trios, sonatas e sempre apresentando algo de novo.

“Fizemos verdadeiro trabalho de catequese, pois o público não estava ainda

preparado para esse tipo de música. Nos programas sempre aparecia uma parte

explicativa, falando sobre os autores e as obras apresentadas em cada recital.”64 As

documentações referentes a estrutura de uma sociedade constituída, como o

estatuto, não foram encontradas, mas os periódicos do período nos trazem relação

de pelo menos 77 associados antes mesmo da primeira audição realizada pela

entidade.

Os que já subscreveram o livro de sócios do “Trio Paranaense”.Srs. Consules Amadeu Mamalela, Ludovico Aeldert, Roman A. Saniewiez,Luiz Ciruelos e Eduardo Davrain; dr. David Carneiro, Elena Schack, CarlosGoudard, Rute Pimentel, Ivo Reuião, Eduardo Fernando Chaves, JoãoTurin, Vicente Moto, José Sotero Angelo, Risoleta Machado Codega, EmaHauer, Amelia Naufal, Glady Vieira Cavalcanti, prof. Raul Menssing, dr.David Silveira da Mota, dr. Flavio Luz, dr. Serafim França, Leonor Garcez,dr. Hugo de Barros, Epaminondas Ribeiro, Frederico Essenfelder, BeneditoNicolau dos Santos, major Higino de Barros Lemos, Heitor Stockler, dr.Osvaldo Piloto, Eunice Barcelos, José Guimarães, Aercio Portes, HenriqueTodeschini, Maria Olimpia Lisboa, Família M. Saldanha, Fausta Ximenes,Alvaro Costa, Marta Silva Gomes, Teodoro Cybuisky, Acir Guimarães,Hercilia Machado Lima, José Matos Azeredo, Alceu Chichorro, dr. UlissesVieira, Herta Hauer, Romualdo Suriani, Edgard Sampaio, Perneta, Hertel, eIrmãos, Oto Schlenker, Camilo Stelfeld, Carlos Falcão, Frederico Labsch,Rodrigo de Freitas, dr. Antonio Jorge Machado Lima, Paulo Franchi,Aristides Gaboardi, Vitorino Lomagno, Teodoro Schneider, Jurandir Cabral,Fernando Koeller, dr. Alarico Vieira de Alencar, N. A. Vrasch, Hans Benevitz,Angelica Colle, Estela Amaral, Henrique Jouve, Ofelia Pizader de Ferrante,Luiz Zilli, dr. Berta Lange de Morretes, Salva Rubens Assumpção, FrancoMan Pinto, Rodolfo Kruger e dr. João Fredi, Luiz Salussoelia, Arsenio daRocha Loures.65

O desenvolvimento cultural curitibano da década de 1930 passava pelos

saraus sociais realizados nos clubes da cidade por agremiações que davam toque

de requinte através da música, pelas operetas e pelas bandas que apresentavam

desde músicas românticas, fox-trot, à canções sertanejas. Contribuindo com essas

concertos de música de câmera em várias cidades do Brasil”. Ibid., 1984, p. 61.63 Documentário Vultos Paranaense, op. cit., 1995. Vide transcrição ANEXO 1.64 Revista Referência em Planejamento, op. cit., 1980, p. 150. Observa-se aqui o detalhe referente aotexto quanto as informações prestadas nos programas de concerto do Trio Paranaense. “Conforme oanexo 12, as informações constadas no programa de concerto de 17 de abril de 1933 no clubeRionegrense somente se tratam do nome do compositor e do nome da peça a ser interpretada pelo OTrio Paranaense.” [grifo meu]65 GAZETA DO POVO, Curitiba, 14 de dezembro de 1932, ed. 4846, p. 3. Disponível na BibliotecaPública do Paraná no setor de obras raras.

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movimentações artísticas culturais na socialização da população, “oportuno afirmar

que a 'morigeração' privada através da prática musical das moças pertencentes às

altas camadas das famílias curitibanas principiou a formação de uma plateia

interessada por recitais de piano”66, O Trio Paranaense em seus concertos de

música de câmara apresentavam novo estilo de música a plateia curitibana

utilizando-se de composições entre os séculos XVIII e XX de pelo menos, trinta

compositores.67

“Os primeiros apreciadores de música como arte eram constituídos porpessoas voltadas ao seu estudo, criando em Curitiba apreciadores damúsica de câmara, formando, a partir de 1932, um público entusiasta dessetipo de música, muito bem representado pelo Trio Paranaense”.68

Renée Devrainne Frank informa segundo Sampaio (1984, p. 61) que “aqui

em Curitiba a Sociedade do Trio Paranaense influenciou grandemente para a

formação da cultura musical, realizando concertos bimensais e todos sempre

concorridos e apreciados”.

O Trio Paranaense possivelmente foi pioneiro69 na capital paranaense do

estilo música de câmara em salas de concerto como sociedade constituída, no

entanto, não há alguma referência sobre a concretização tanto da sociedade como

do pioneirismo através de documentos oficiais. Esse pioneirismo poderia estar ligado

diretamente com as atividades musicais apreciadas pela elite de Curitiba formada

pelos barões da erva-mate e imigrantes.

As composições apresentadas pelo O Trio Paranaense em seus concertos

passavam por obras de George Friederic Handel (1685-1759) a obras

contemporâneas do compositor brasileiro Alberto Nepomuceno (1864-1920)70.

Mesmo com as transformações trazidas pelas emissoras de rádio71 na década de

1930 eram poucos que tinham conhecimento para audições desse tipo de repertório,

tornando-se ponto positivo neste aspecto a iniciativa do grupo para com o

desenvolvimento cultural curitibano e paranaense.

66 ANZE, op. cit., 2010, p. 54.67 Vide Anexo 7.68 JUSTUS, op. cit., 2002, p. 123.69 “Fomos pioneiras da música de câmara”. Relato de Bianca Bianchi para o documentário VultosParanaenses. 70 Vide Anexo 7.71 “A PRB-2, inaugurada em 1924 – terceira emissora mais antiga do Brasil, trouxera a novidade, queassim como o 'cinema falado' (1927), seria, no dizer do poeta da Vila, Noel Rosa (1910-1937), oresponsável por 'muitas transformações'.” Revista Referência em Planejamento, 1980, p. 116.

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30

Outro aspecto a ser citado é o da educação ou “morigeração” da sociedade

curitibana no controle comportamental da sociedade. Segundo Anze (2010), “foi

formada antes pela etiqueta - pelo 'vestir-se bem' e ter 'bons modos' - do que

propriamente pelo 'gosto' musical e artístico.”72 Comportamento claro esse quando

Bianca Bianchi diz “nós íamos sempre iguais, né. Então minha mãe idealizou um

vestido pro Trio Paranaense que era todo preto de cetim. As mangas eram muito

largas.”73

É nesse contexto, que surpreende a presença, no currículo escolar, degrande número de disciplinas referentes às artes e às línguas estrangeiras,e a grande carga horária a elas dedicada, demonstrando mais uma vez oquanto a educação e a escola, apesar dos discursos, visavam à preparaçãoda elite.74

A iniciativa da criação de sociedade musical intitulada O Trio Paranaense

para movimentar a arte da música de câmara na sociedade de elite, nos remete ao

conceito de modernidade surgido com a I República no início do século XX75. Essa

organização da ideia de modernidade segundo Anze (2010, p. 56) “foi levada a cabo,

no Paraná, pelo Movimento Paranista. Iniciado na década de 1920, o Paranismo

teve como ação central a construção de uma identidade regional para o Estado,

contando com a adesão da intelectualidade local, seus artistas e literatos.”

Pesquisando e analisando esse início do século XX, verifica-se que oParanismo, com o sonho de “inventar o Paraná”, teve o apoio e oengajamento de toda a intelectualidade paranaense do período, comojornalistas, historiadores, poetas, artistas plásticos e músicos produzindouma ideia de sociedade que penetrou no imaginário da população.76

Os documentos sobre a entidade O Trio Paranaense ainda encontram-se em

processo de levantamento e organização. As explanações ocorridas até o momento

caracterizam o esquecimento dessa movimentação artística efetuada pelo grupo

para a sociedade paranaense. Suas importantes contribuições ainda estão por

72 ANZE, op. cit., 2010, p. 55.73 Documentário Vultos Paranaenses. Vide Anexo 1.74 PROSSER, op. cit., 2004, p. 131.75 “Convém mencionar que a época em questão (primeiras três décadas do século XX) estavaenvolvida nos preceitos e ações da I República, fundamentada em uma noa ideia de Nação que seapoiava não mais no meio e na raça, mas no conceito amplo de modernidade. Assim, a I República,caracterizou-se como tentativa de produção da ideia de modernidade nos trópicos, embasada esustentada pelo pensamento positivista, no qual a educação constituía um dos principais acessos.”ANZE, op. cit., 2010, p. 55.76 JUSTUS, op. cit., 2002, p. 33.

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31

serem relatadas, resgatando assim parte pequena mas importante para Musicologia

Histórica paranaense. O período compreendido entre os anos de 1932-1934

apresentados nesse trabalho identifica a trajetória das idealizadoras do grupo, bem

como suas apresentações e repertórios utilizados nos concertos para audição

musical da plateia curitibana.

3.1 ARTISTAS

Falar sobre O Trio Paranaense é falar de suas integrantes. Personalidades

criadas no meio social curitibano do início do século XX, tiveram ampla atuação no

cenário musical paranaense e brasileiro.

Bianca Bianchi (1904-2002, violinista) era intérprete e professora. Nascida

na cidade de São Paulo no dia 5 de julho de 1907 era filha de imigrantes italianos.

Sua mãe Giovanna Baldisseri era natural de Castelnuovo di Garfagnana76 (Toscana)

e tinha como profissão ser professora do ensino superior com diploma pela escola

superior de Verona, também era poetisa e pintora. O pai Eduardo Bianchi nasceu em

Milão e sua profissão era técnico de tecelagem. Além de Bianca tiveram uma

segunda filha, a primogênita Maurina, porém acabou falecendo muito jovem aos 14

anos de idade. Com o fato ocorrido, a família Bianchi se muda de São Paulo vindo a

morar na cidade de Ponta Grossa no interior do Estado do Paraná

Iniciou seus estudos musicais com o prof. Ludwing Seyer e diplomou-se em

Violino pelo conservatório do Paraná. O Governo do Estado do Paraná e a Prefeitura

Municipal de Curitiba lhe ofereceram bolsa de estudo para o exterior. O país

escolhido para continuação de seus estudos em música foi a Itália e através do

pedido feito pelo cônsul em Curitiba, Amedeo Mammalella, foram concedidas pelo

Governo Italiano as passagens para a viagem realizada em 1928 rumo a Roma.

Ingressou na Acadêmia de Santa Cecília sob orientação do violinista e professor

Arrigo Serato. Foram quatro anos de árduo trabalho e vários recitais.

Volta para Curitiba em 1932 trazendo da Europa maior experiência como

violinista. Apresentou recitais, solou com várias orquestras, exerceu o magistério e

fundou O Trio Paranaense.

76 Revista Referência em Planejamento, op. cit., 1980, p. 152.

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32

Em 1934 ingressa no corpo docente do Instituto de Música do Paraná

“Menssing” e por 10 anos orientou inúmeros alunos. Integrou como “spalla” a

Orquestra Sinfônica do Paraná que era regida pelo maestro Romualdo Suriani.

Também foi violinista da Orquestra do Clube Concórdia e da Orquestra Sinfônica da

SCABI. Como recitalista tocou ao lado de músicos como o pianista francês Henri

Jolles, a harpista espanhola Léa Bach, o contrabaixista italiano Guido Gallignari e o

pianista e compositor português Oscar da Silva77.

Foi uma das fundadoras da Escola de Música e Belas Artes do Paraná

(EMBAP, atualmente UNESPAR) em 1948. teve participação ativa como professora

de violino e música de câmera atuando até sua aposentadoria em 1977. Integrou o

Conselho Administrativo Regional da Juventude Musical Brasileira (JMB) VIII Região

em 1954 e outras instituições como a IBECC (Unesco).

Em 1979, ano do Centenário da Imigração Italiana no Paraná, BiancaBianchi recebeu a Comenda “Estrela da Solidariedade” do Governo Italiano,durante um jantar festivo, na noite de 1° de abril, com a presença do cônsulitaliano, sr. Guido Borgomanero, e representantes do corpo consular,autoridades civis, colegas, amigos e ex-alunos.78

Sua trajetória de vida se seguiu até o ano de 2002 quanto faleceu.

Renée Devrainne Frank (1902-1979, pianista) era filha de Charles e

Magueritte Devrainne. Nasceu na Europa na cidade de Paris no dia 26 de junho de

1902 chega no Brasil em 1911 aos nove anos de idade. Suas primeiras lições de

música foram com a avó Emili Devrainne que era pianista e professora do

Conservatório de Paris. Conforme a Revista em planejamento (1980) “em Curitiba

prosseguiu os estudos com Mme. Brisson, esposa de um dos funcionários da Usina

Elétrica onde trabalhava seu pai, pianista premiada em 1° lugar no Conservatório de

Paris.”79

Retornando à França em 1918 Renée Devrainne Frank ingressou na Escola

Normal de Música de Paris, concluindo os cursos de concertista, harmonia superior

e de Pedagogia do Piano, formando-se no ano de 1924.

De volta ao Brasil iniciou em Curitiba as atividades de professora e

recitalista, apresentando-se em concertos na capital e cidades vizinhas. Foi uma das

fundadoras do Trio Paranaense, da (SCABI) onde participou como solista da

77 Cf., Revista Referência em Planejamento, 1980.78 Id., 1980.79 Ibidem., 1980.

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33

Orquestra Sinfônica dessa mesma entidade e da EMBAP.

Guardamos da prof.ª Renée Devrainne Frank uma biografia escrita por elaprópria e a nós dirigida. Diz: “Fui titular de uma cadeira de piano, do ensinosuperior, na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, desde 1948. Ocupeitambém, durante alguns anos, a cadeira de Harmonia Superior e outra deLeitura e Transporte. Durante 17 anos consecutivos fui Chefe doDepartamento de Música da referida Escola e por 20 anos membro doConselho Técnico administrativo que mais tarde passou a se ConselhoDepartamental. Nos longos anos que dediquei ao magistério formei nadamenos do que 40 alunos, dos quais, atualmente, vinte são professores,alguns da própria EMBAP, e outros ocupam postos de destaque no setormusical. Henrique Morozowicz, o falecido e sempre lembrado ClaúdioStresser, Lily Lo e Larissa Boruschenko são bons exemplos.80

Como compositora escreveu peças para piano, canto, flauta e arranjos para

O Trio Paranaense. Professora da EMBAP formou grupos de música de câmera,

duos de piano e outros instrumentos.

Segundo Sampaio (1984, p. 61) “foi ela a responsável pelos comentários dos

21 programas da Sociedade do Trio Paranaense os quais, juntos, formam pequena

história da música.”

Devido a colapso cardíaco faleceu em 10 de março de 1979.

Ottiilia Maria Carlotta Frank (1903-1984, violoncelista), mais conhecida como

Charlotte Frank, nasceu em 19 de setembro de 1903 e era filha de Carlos Frank 81 e

Agnes Hoffmann Frank.

Recebeu do pai as primeiras noções de música e com 12 anos foi

matriculada no Conservatório de Música do Paraná (CMP) onde estudou violoncelo

com o professor Caetano Barletta82. Passou a ter aulas com o violoncelista Waclaw

Radecki em 1921 com quem aprendeu sobre música de câmara. No ano de 1924 foi

para o Rio de Janeiro e continuou seus estudo com o professor Radecki. De volta a

Curitiba entre 1927-1928 teve aulas com a professora Bogomil Sykora

(violoncelista). Participou também dos cursos de férias oferecidos pela Pró-Arte83.

Como musicista na função de violoncelista, participou das orquestras do

Clube Concórdia sob direção do maestro Romualdo Suriani em 1928 e da SCABI em

1946. Em 1932 como violoncelista do grupo O Trio Paranaense e em 1948 fez parte

80 Id., 1980.81 Cf., SAMPAIO, 1984.82 Ibidem., 1984, p. 40.83 “A Pró Arte de Curitiba estava constituída por ilustres nomes da comunidade, além de uma plêiadede músicos que muito contribuíram para o êxito das suas temporadas. Em janeiro de 1939 […]. Dacomissão de Artistas pertenciam: Renée Devrainne Frank, Charlotte Frank, Bianca Bianchi [...]”.Ibidem, 1984, p. 72.

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34

da fundação da EMBAP integrando o corpo docente como professora dando aulas

de violoncelo e posteriormente assumindo a responsabilidade pela Iniciação Musical

e Musicalização. Seu falecimento se deu no ano de 1984.

3.2 LOCAIS, CONCERTOS E REPERTÓRIO

A análise dos concertos realizados pelo O Trio Paranaense no período

investigado compreendido entre os anos de 1932-1934 a partir de sua estreia em 15

de dezembro de 1932, até o presente estudo foram comprovados nove concertos na

cidade de Curitiba/PR. Também se faz menção no jornal Gazeta do Povo de 1933 da

realização de concertos no Estado de Santa Catarina.

Aquele sucesso do Trio se repetiu, na excursão feita a Santa Catarina. Umaverdadeira viagem triunfal, tanto para Bianca Bianchi, Renée Devrainne eCharlote Frank, como para o nome do Paraná, que por lá andou evocado demistura com o louvor unânime entretecido pela crítica e a imprensacatarinenses aos fulgurantes dotes das três artistas.84

Como apresentado anteriormente O Trio Paranaense realizou seu primeiro

concerto no clube Thalia e confirmando a realização dos concertos bimensais85

apresentou-se pela segunda vez em 22 de fevereiro de 1933 novamente no clube

Thalia, em 28 de abril 1933 mais uma vez no clube Thalia, em 29 de junho de 1933

no clube Curitibano, em 01 de setembro de 1933 na sociedade Garibaldi, em 27 de

outubro de 1933 outra vez no clube Thalia, em 15 de dezembro de 1933 em

comemoração ao seu primeiro ano de existência, repete o local de estreia e em 31

de janeiro 1934 na sociedade Garibaldi realização seu décimo concerto.

Todas as apresentações aparecem comentadas nos jornais do período

pesquisado como sendo de grande brilhantismo.

O brilhante conjunto artístico formado por Bianca Bianchi, Renée Devrainnee Chartolle Frank, efetivará hoje, no salão da sociedade Garibaldi, sita nolargo dr. Faria, mais um concerto dedicado aos seus associados. Com umavida de menos de um ano, o Trio Paranaense já se firmou um conjuntonotável pela harmonia que o carateriza, e tem obtido contínuos triunfos. A

84 GAZETA DO POVO, Curitiba, 22 de fevereiro de 1933, ed. 4904, p. 3. Disponível na Biblioteca Pública do Paraná no setor de obras raras.85 Vide ANEXO 6

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noitada de hoje terá, por certo, mais uma prova do valor das três distintasartistas conterrâneas e de quanto o Trio já conquistou os nossosapreciadores de arte.86

As composições interpretadas pelo O Trio Paranaense estão compreendidos

entre as obras dos compositores do século XVIII ao século XX87. Entre os nomes

mais conhecidos pela sociedade atual está o de Giovanni Battista Pergolesi (1710-

1736), Joseph Haydn (1732-1809), Ludwig van Beethoven (1770-1827), Felix

Mendelssohn (1809-1847), Alberto Nepomuceno (1864-1920) e também alguns

menos conhecidos como Gustav Lazarus (1861-1920) e Manuel de Falla (1876-

1946). A interpretação está mencionada nos periódicos transcritos e apresentados

no anexo 2 deste trabalho.

Bianca Bianchi, Renée Devrainne e Chartolle Frank, as três artistas que anossa sociedade conhece e tem aplaudido, vão realizar, num belo gesto decaridade, um festival artístico em benefício do Leprosário São Roque.Esse festival do Trio Paranaense, concerto musical, terá lugar no salãomaurisco do Clube Curitibano, amanhã à noite. Será executado ocaprichoso programa seguinte:1° parte: - Haydn – Trio n.XIII -a) Allegro Moderato: b)Andante: c) Alegro2° parte: - Martucci – Andante do Trio n.1 – Kreisler canção holandesa. -Dbjorah – Dumky3° parte: - Mendelssohn – trio op. 49 – a) molto allegro agitato; b) andantecom moto tranquillo; c) sharzo; d)finalO trio Paranaense convida por nosso intermédio os seus associados e osassociados do Clube Curitibano.

Além de concertos para promoção própria, O Trio Paranaense também

realizava concertos de caridade voltados a beneficiar pessoais da sociedade

curitibana com problemas de saúde. As atividades do O Trio Paranaense como

sociedade tem seu final no ano de 1936, mas se seguiram como grupo musical até o

final da década de 1960.

86 GAZETA DO POVO, Curitiba, 01 de setembro de 1933, ed. 5067, p. 6. Disponível na Biblioteca Pública do Paraná no setor de obras raras.87 Vide ANEXO 7.

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4 CONCLUSÕES FINAIS

O grupo ou sociedade – não comprovada através de documentos oficiais,

mas neste presente trabalho por informações coletadas nos periódicos do período

analisado, informando um número de setenta e sete associados – fundada em 1932

na capital paranaense, fomentou à música de câmara através de concertos

realizados em clubes e associações para sociedade curitibana apresentando

formato e repertório pouco conhecido para cidadãos da cidade.

Se sobressaem nesta pesquisa as ações tomadas como referência as de

cunho “civilizador” e “morigerador” o que significou não só privilegiar apenas a

execução da música de câmara. Mesmo não tendo atuação direta e explicita como

organização “civilizadora” contribuiu para o amadurecimento artístico da plateia

curitibana. Acrescenta-se também a ideia de contribuir para a corrente do

“Paranismo”.

A pesquisa desenvolvida com intuito de gerar acervo sobre a entidade em

questão coletou duzentas imagens entre fotos, documentos e periódicos que foram

analisados, transcritos e organizados para serem utilizados em futuros trabalhos

acadêmicos. Um total de trezentos e quarenta e cinco edições (cerca de duas mil e

oitocentas páginas) do periódico Correio do Paraná e sete do periódico a Gazeta do

Povo (cerca de cento e vinte páginas) até o final deste trabalho foram lidas e as de

importância para a pesquisa arquivadas. Contribuindo para esse acervo, também

foram visitados cinco cartórios em busca de documentos oficiais, elaboradas sete

tabelas, doze pastas para divisão do material coletado e transcritas vinte e oito

edições dos periódicos acima mencionados.

Nesse material pode-se identificar dez concertos realizados pelo O Trio

Paranaense na capital paranaense e outros fora do Estado até o momento não

comprovados. A identificação do nome de trinta compositores interpretados pelo O

Trio Paranaense para a plateia curitibana em menos de dois anos de atuação, foi a

surpresa deste trabalho. Destaca-se a aparição do compositor contemporâneo

brasileiro Alberto Nepomuceno (1864-1920) no repertório da entidade.

Com relação ao repertório e locais de realização dos concertos, investigou-

se para que do tipo de plateia O Trio Paranaense estava voltado, sendo identificada

através das informações dos periódicos, uma seleta parte da sociedade curitibana.

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37

Vale destacar três observações aparentes no decorrer desta pesquisa, mas

que até o presente momento não foram discutidas. A primeira está relacionada ao

estudo de gênero, relacionado ao caráter feminino do O Trio Paranaense. A

segunda refere-se ao ineditismo do tema e às possibilidades futuras de

desdobramento e abordagens ao tema pela longa trajetória de existência. Por fim, a

observação relaciona-se às dificuldades - encontradas pelos musicólogos brasileiros

– com relação aos acervos brasileiros próprios da Musicologia Histórica.

A exemplo dessas observações, pode-se apontar que o caso do O Trio

Paranaense serve de alerta para a comunidade acadêmica sobre a urgência nos

trabalhos de revitalização e disponibilização de acervos históricos paranaense,

situação relatada por vários artigos da área de Musicologia Histórica.

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5 ANEXOS

TRANSCRIÇÃO DO DOCUMENTÁRIO: BIANCA BIANCHI – A VIOLINISTADocumenta Filmes – Série Vultos Paranaenses – 1995Direção: Berenice Mendes Acervo digital pessoal do Prof. Dr. Álvaro L. R. da S. CARLINI. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=Hh-uU6ParB4>. Acesso em: 22/09/2013Finalizada aos 22m18s

Entrada:Slide 1 – Governo do Estado do Paraná. Secretaria do Estado e da Cultura.Slide 2 – Museu da imagem e do somSlide 3 – DOCUMENTA Produções CinematrográficasSlide 4 – ApresentamSlide 5 –

“uma mulher completa, uma intelectual, uma artista de primeiro grau e do mais alto gabarito”

“Leal, solidária, com grande senso de justiça. Tem uma personalidade forte e é uma.... um caráterintegro.”

“Era sensível, maternal, doce.”

“Uma figura assim impressionante, né. Ela tem um caráter assim, muito marcante e ela é muito forte,vamos dizer, ela... nós poderíamos dize... analisa tipo uma mulher forte da Du da bíblia.”

“Marcou uma época na história do Paraná”

Tema: Bianca Bianchi, a violinistaBIANCA BIANCHI (BB): Dizem, né, que a continuidade da pessoa é o instrumento que está muitoagarrado ao nosso corpo. E não é fácil, mas é um instrumento amado, porque, veja, o violoncelo estáapoiado, o piano tá apoiado, se esta completamente segura. E o violino não. A dificuldade enorme doviolino é isto justamente, e depois outra, é um instrumento doce, tem quatro cordas afinadas quedesafinam também e você tem que fazer todas as notas, quando no piano estão todas já feitas, é sóbater o teclado. Mas é fácil né, eu por exemplo, não uso, não uso absolutamente, não tem anecessidade de tal. Apesar que tem o pescoço grande né, é, ó, segura perfeitamente aqui.BB - “A família mamãe é Baldisseri. Baldisseri quer dizer, hã.... rostos-balde, sérios (rostos sérios).Esse é meu avô, que era clarinetista. Minha avó, Adélema, a mãe de minha mãe. Mamãe se inova,embrionio, uma cidadezinha do, perto de Verona, nas montanhas. É meu pai, Eduardo Bianchi. Ele foique montou as duas fábricas do, é, Regoli Crespi de São Paulo, as grandes fábricas de tecido. Essaera a fábrica dele. Meu pai em Ponta Grossa, 1910/12. E que ele fez todo encanamento, quer dizer oesgoto da cidade de Ponta Grossa”.BB - “Eu perdi essa minha irmã, quando eu tinha 7 anos, ela faleceu com 15 e foi a tragédia da nossacasa. Por que a mamãe quase enlouqueceu com a morte de uma filha de quase 15 anos. Então paraconsolá-la, o meu professor que foi Ludovico Zairo (Seyer), o primeiro professor de violino que eu tiveaqui em Curitiba. Ele me sugeriu “Bianca você tem que estudar violino para consolar tua mãe, porquesenão ela vai morrer, como morreu tua irmã”. Maurina Bianchi, que, ela também violinista, masapenas ela estudou um ano, deu um concerto e sete dias depois morreu”. BB - “Era uma pracinha, onde havia um quiosquezinho, porque ela não era assim regular, tava numaelevação e na, bem no topo tinha esse quiosquezinho. A pracinha era com, assim, grama né, nadamais. Não tinha nem calçada, nada, nada. E o meu pai me fazia levantar cinco horas da manhã, tododia, descalça, com ele descalço também, fazer o que chama hoje cooper, né. Fazer a volta dapracinha há 10, 20 vezes correndo e depois eu ia para o colégio Divina Providência, que era onde meformei até o ginásio e depois parei porque era só violino mesmo. Eu morei nessa casa, nos moramosquarenta e dois anos. Aonde é a fundação hoje, sabe? Fundação Cultural, né. Foi a escola de pinturada mamãe e depois a minha escola de violino. É Curitiba era uma pequena cidade assim né, 1920...seis, sete eu me formei no conservatório do Léo Kessler o primeiro conservatório que teve aqui emCuritiba – Conservatório “Emilio Vara” (Música do Paraná) 1926. Eu comecei a estudar em 17.BB: “Vou dizer uma coisa engraçada pra vocês, eu me apelidei de arroz de festa. Porque não havia

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uma festinha, um concerto de caridade, que lá não tivesse eu com meu violino, né. Então eu comeceimuito cedo a tocar sempre em público, e, mais sempre beneficente, nunca foi como profissional,apesar de ter necessidade. Com as minhas colegas eu formei naquela época1920, década de 20,mais ou menos. Um quarteto com as minhas colegas, então o conservatório. O teatro Guaíra era umteatro pequeno. Era o antigo teatro do tempo do império que se chamava Teatro São Teodoro. Ele eraum teatrinho pequeno. Eu até sabia, qual era a capacidade? Parece que eram trezentos lugares naplateia, má não me lembro muito bem, eu li. Porque eu toquei muito lá, lembrança que eu devia saber,mas não lembro bem. Mas muito bem, ele era um teatro todo com cadeiras entalhadas, todasdouradas, as frisas eram assim. Era uma beleza de Teatro. E numa gestão de um prefeito aqui, oteatro fechou, simplesmente fechou. Nós os artistas ficamos sem um local para poder apresentar emesmo os artistas que vinham de fora, não tinham lugar. Tinhamos que arranja salas como o Thalia,o Clube Curitibano, o Douchen Saengerbund, que naquele tempo chamava-se assim, para poder osartistas se apresentarem. Muito bem, e nisso parece-me que se passaram vinte oito anos. Quando oDr. Moreira Garcês foi novamente prefeito, um grupo de artistas aqui do Paraná, Turim, todos osartistas que vinham aqui de fora, ele fazia os baixo-relevo, e lá estava no hall, no saguão do TeatroGuaíra. Então, tava cheio de baixos-relevos, de grandes luminárias da arte, né, que vinham de fora.bE, nós então fomos pedir ao Dr. Moreira Garcês que reabrisse o teatro, porque ninguém sabia o quetinha acontecido com o teatro Guaíra. Ele achou muito justo, disse: MG -“mas vocês já viram o teatroGuaíra?”, mas ninguém pode entrar, tá fechado, não é? Disse então, ele deu uma ordem e disse: MG- “as senhoras vão lá e vão ver o Teatro Guaíra”. Tá bom. Nós fomos muito contentes, porque, vimosa boa vontade do prefeito. Então, quando chegamos lá, subimos ali no ralzinho, do. Tinha umaescada que se ia para o balcão. E nós subimos. Nos encontramos lá, um tapume de tábuas de pinholargas, mas entre uma tábua e a outra, havia uma fresta. Então nós olhamos pela fresta e o que nósvimos. O fóro romano, não tinha mais nada. Três paredes perigosamente em pé, sem telhado, semnada. E como o Guaíra combinava com o corpo de bombeiros, os bombeiros jogando futebol. Entãonós voltamos muito tristes, né, chegamos na prefeitura, encontramos o Dr. Moreira Garcês, de costascom as mãos para trás sem olhar. E perguntou sem nos olhar porque estava de costas, MG - “viram oTeatro Guaíra?” Nós muito cabisbaixos, tristes, dissemos, sim, vimos. Ai ele virou-se e disseassim:MG - “Quando eu vi demolirem o palco do Guaíra, que eu havia mandado reformar alguns anosantes (BB ”na outra gestão dele”), eu chorei como estou chorando agora! (BB: “que ele estavachorando.”). Eu encontrei na rua XV, um dia, o Dr Aloísio França (AF), que era o prefeito e pergunteipara ele, fui um pouco atrevida, eu disse a ele: “Dr. Aloísio, porque que o senhor fez esse ato devandalismo?” Isso eu disse pra ele! Estou confirmando o que eu disse. Fui um pouco atrevidazinha,né. Porque não devia talvez ter feito isso. Ai disse: (AF) “Ora dona Bianca, mas isso foi para força aconstrução do Guaíra como Curitiba merece no momento”. Eu disse: não, a gente não destrói umatradição, o Guaíra estava cheio de tradições, e o senhor nos deixou sem ter onde dar um concerto - eos artistas que vinham de fora também não tinham. Ai eu fiz uma....peguei no paletó dele, disse ó Dr.,o senhor só tem esse terno, não tem mais nenhum, o senhor põe fora e como é que vai sair na rua?Assim eu falei com ele.

DALILLA W. MORCENSTERN (ex-aluna e colega EMBAP): Ela tem uma personalidade querealmente que, o que ela quer, ela faz. E ela se dedicou de corpo e alma a música e enfrentou,imagine na década de 20, uma viagem a Europa, pra fazer um curso, na Itália e, quando naquelaépoca as moças nem sonhavam com isso.

BB: Meu sonho dourado era ir para a Europa estudar. Resolveram me conceder essa bolsa deestudo. Nos deram, a mamãe e a mim, a passagem em classe de luxo, num dos grandes naviosdaquela época que chamava-se, Júlio César. A cidade Terla, né. (foto: Bianca e De Bona em Roma)BB: Uma vez nós tocamos para o cardial Pacelli, que depois foi Papa.BB: Quando eu. Quatro anos, foi disciplina técnica cabano. E o ambiente né, frequentando, ouvindomuita música de grandes, e grandes e grandes. Quase todos os domingos a gente ia ao Augusteo,famoso Augusteo. Trabalhando nove horas por dia, né, tinha, tinha que progredir, né. Me divertiafazendo as fotos. A pátria da gente, chama né.Porque, quando Getúlio fez a revolução em 30. A bolsa de estudo acabou-se. Eles me cancelaram

GUIDO BORGOMANERO (ex-cônsul da Itália em Curitiba): A oitenta e oito anos, no mundo de hoje,em que a vida, por exemplo no Brasil, não passa dos 60, 62 anos, uma mulher, um ser humano quechega a oitenta e oito, é já considerado um matuzalem, um fenômeno vivente, ela tem e guarda todas

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as suas energias intactas, físicas e intelectuais. A sua memória é de ferro e ela é como um dicionário,uma enciclopédia ambulânte, pois ela consegue se lembrar dos mais, é....pequenos detalhes eepisódios da sua existência.

BB: Dois meses depois que eu cheguei eu dei meu concerto. Como quando eu sai eu dei um concertode despedida, quando voltei, dei um concerto de volta, para mostrar que tinha feito alguma coisa.Fazia muita música dentro de casa. Quase não havia aqui em Curitiba uma casa que não tivesse umpiano. Existe tanta gente bonita, existe tanta gente elegante. Eu não fui assim uma coisa especial,não acredito que fosse. Bom, sempre tem, os cortejadores sempre apareceram na verdade, mas eununca me apeguei a isso, porque eu me dedique muito a música, e me dediquei muito a minha mãe.Eu nunca pensei em casar ou ter filhos. Eu pensei nos outros, eu esqueci de mim. Esses outros o queforam? Meus alunos. A minha família, foram os meus alunos.

IVETE DAHER (pianista acompanhante de Bianca): Minha mãe conheceu a Bianca naquela épocaque ela era bem mocinha, né. Então a Bianca Bianchi, os homens tinham loucura por ela. Era umapaixão violenta de tudo que homem por ela. Por que ela era uma pessoa, assim, muito bonita eassim, muito cativante. Todo mundo fala isso.

16m44s BB - Resolvi com minhas colegas, a Renée Devrainne e a Charlotte Frank, formar um trio. Logo emseguida fizemos uma sociedade do TRIO PARANAENSE. Então nós dávamos, é nessa sociedade,nós dávamos o concerto bimensal. As vezes tocávamos solos, as vezes tocávamos o trio, outrasvezes tocávamos sonatas, hã, então, encaixávamos sempre novidades assim e fomos pioneiras damúsica de câmara. Do TRIO PARANAENSE, que foi inaugurado no dia 15 de dezembro de 1932. Eutive uma ideia de formar uma fotografia oficial do TRIO, que foi essa formada por essas mesmas aqui.Eu juntei como nós tocávamos embaixo de um abajur assim, fazer um quadro um pouquinhoromântico, vamos dizer. E então eu fiz a seguinte fotografia junto, com um fotógrafo naturalmente.Nós íamos sempre iguais, né. Então minha mãe idealizou um vestido pro TRIO PARANAENSE, queera todo preto de cetim. As mangas eram muito largas.BB: A gente funcionou acho que uns cinquenta anos mais ou menos, quer dizer, nós começamos. Em1979, a Renée faleceu, a minha pianista. E 1984 que eu cheguei da Europa, de uma viagem turística,até com pneumonia e fui internada no hospital. Então minha violoncelista, a Charlotte Frank, faleceu,eu estava no hospital quando ela faleceu. Então o TRIO acabou.

19m49s MARISA FERRARO SAMPAIO (jornalista, pesquisadora e professora da EMBAP): Ao lado deRenée Devrainne ao piano e de Charlotte Frank no violoncelo, eslas brilharam na Sociedade deCuritiba. Tocavam nos clubes como, Thalia, Curitibano, Country e eram sempre muitorequisitadas no ambiente musical aqui de nossa cidade.

BB: Ele resolveram fazer a Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Eu fui umas das fundadoras.Eu não era brava não, eu era exigente, como todo bom professor é. Não adianta dizer você estátocando muito bem. A gente não deve desanimar, mas deve exigir. Eu penso que tive quase milalunos, não sei bem, mas devo ter muitos. Devo ter chegado por ali. Por exemplo, tem o Gedeão.

GEDEÃO MARTINS (maestro): Dona Bianca, Deus lhe pague.Ela, como produziu, como rendeu. Dona Bianca foi realmente a iniciadora desse grandetrabalho, do tão difícil, eu costumo dizer, divino diabólico instrumento que é o violino. Que nãoé fácil.

20m18sBB: E a gente trabalhava com idealismo, não com, com, como vou dizer, com finalidade financeira. Euvou conta um fato. No tempo do Lupion, a escola de belas artes não recebeu um vintem, nenhumprofessor. Nós ficamos um ano sem receber. No entanto, não houve uma greve, não houve umprofessor que deixasse de dar as suas aulas. Continuamos firme e depois fomos recebendo aospouquinhos o que eles nos deviam, mas ninguém deixou de ir, nenhum professor.Eu me aposentei por tempo de serviço e por idade, né, compulsória. Combinou os trinta e um anos detrabalho. Pra mim foi uma tragédia. Então eu continuei lecionando. Mas eu gosto de ensinar. Toacostumada.

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ANEXO 2

TRANSCRIÇÕES DE ARTIGOS DOS PERIÓDICOS: CORREIO DO PARANÁ E GAZETA DO POVOTEMA: TRIO PARANAENSEFONTE: Biblioteca Pública do Paraná – Curitiba/PR e Hemeroteca Digital Brasileira – FundaçãoBiblioteca Digital online disponível em: <http://memoria.bn.br/DOCREADER/DOCREADER.ASPX?BIB=171395>NOTA: Os códigos que iniciam cada nova edição são referentes à TABELA 2 e 3 deste trabalho

As transcrições são fiéis à grafia apresentada nos artigos

TP_PCP_01- 1° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.175, p.8 – 14/12/1932.

O TRIO PARANAENSE A idealização e organização do Trio Paranaense, por tres artistas paranaenses, representa umainiciativa audaciosa, o que é sufficiente para recomendal-a ao amparo da nossa sociedade. Curityba é já um centro de bastante cultura artistica.Fazia-nos falta uma sociedade musical dedicada a promover a musica de Camara.Pensando assim as senhoritas Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlotte Franck, lançaram-secorajosamente á iniciativa.E o Trio Paranaense ahi está, disposto á uma longa vida de triumpos.Amanhã, já, será realizado o festival inaugural do Trio Paranaense, nos salões da Sociedade Thalia.Servirão de ingresso, aos sócios do Trio, os talões de Novembro e Dezembro.Os sócios da Thalia, apresentando sua credencial, gozarão de direitos identicos aos dos sócios doTrio.

TP_PGP_01 - 1° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO – Ed.4846, p.3 – 14/12/1932.

A AUDIÇÃO INAUGURAL DO “TRIO PARANAENSE”Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Franck far-se-ão ouvir amanhã na Talia. - Será dedicado,esse recital, á escritora fona Raquel Prado.Teve larga e simpática repercussão nesta capital, a organização do “Trio Paranaense”, pelas artistasBianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Franck, três nomes de vanguarda nos círculos artísticosde nossa terra. Dai a ansiedade reinante em torno do festival que inaugurará o precioso conjunto.Os frequentadores dos nossos saraus de arte bem conhecem as vigorosas qualidades das distintascomponentes do “Trio Paranaense”. O interesse que se nota pela audição a realizar-se amanhã, naSociedade Talia e desdobramento dos aplausos sinceros e justos que Bianca Bianchi, CharloteFranck e Renée Devraine tem sempre sabido conquistar. Os arcos firmes e inspirados de Bianca eCharlote, no violino e no violoncelo e a execução comunicativa de Devraine ao piano, terão amanhãoportunidade de se proporcionar aos amantes da música, principalmente dessa difícil e sensibilíssima“música de câmara”, uma noitada magnífica.A récita inaugural do “Trio Paranaense” será, no prognóstico de todos nós os que já ouvimos Bianca,Devraine e Charlote, um acontecimento digno da luminosa jornada que essas três artistas ora iniciamjuntas depois de haver cada uma de persi, conquistado, a custa de estudo sério e devotamento,sempre crescente, os loureis que lhes paramentam os nomes. O conjunto recém-formado representaum esforço digno dos mais francos enemios, pelas intenções que servem ás suas organizadoras.Proporcionarão as plateias de todo Estado, noitadas de arte pura, distendendo, mais tarde, os seusrecitais, até além fronteiras, cooperando decididamente para fazer sentir lá fora o quanto vale oParaná artístico. O acolhimento que vai obtendo o “Trio Paranaense” entre os nossos entendidos eapreciadores de coisas de arte, diz perfeitamente da segurança que todos tem na completarealização do intento das três artistas. A inscrição no livro de sócios do “Trio Paranaense” dá direito mediante pagamento mensal de cincomil reis, a assistir audições bimensais.Para o concerto de amanhã, os sócios do Trio que desejem mais entradas, poderão adquiri-las naporta do Talia.A audição inaugural do “Trio Paranaense” será em homenagem a dª. Raquel Grado.Numa prova de apreço e simpatia a brilhante escritora d. Raquel Prado, atualmente em visita aCuritiba, as gentis componentes do “Trio Paranaense” resolveram dedicar seu recital a essa distinta

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beletrista, que tão alto tem sabido elevar, lá fora, o nome de seu berço natal, o Paraná. Acertada ejusta essa deliberação das jovens artistas, pois d. Raquel Prado constitua sem favor algum, uma dasmais destacadas figuras da intelectualidade feminina brasileira, e tem sido, no Rio, durante muitosanos uma dinâmica incentivadora das belas artes.O programaO programa a ser executado pelo “Trio Paranaense” em sua recita de amanhã é o seguinte: 1° Parte – Beethoven – Trio Op. 1 – n.n.2° Parte – Giovani Batista Pergolesi – Nina - “Tre Giorni; Gustavo Lazaruz – Marcha funebre – Rondógracioso, extraído do Trio Op.55.3° Parte – Franz Josef Haydn – Trio em sol maior.Os que já subscreveram o livro de sócios do “Trio Paranaense”.Srs. Consules Amadeu Mamalela, Ludovico Aeldert, Roman A. Saniewiez, Luiz Ciruelos e EduardoDavrain; dr. David Carneiro, Elena Schack, Carlos Goudard, Rute Pimentel, Ivo Reuião, EduardoFernando Chaves, João Turin, Vicente Moto, José Sotero Angelo, Risoleta Machado Codega, EmaHauer, Amelia Naufal, Glady Vieira Cavalcanti, prof. Raul Menssing, dr. David Silveira da Mota, dr.Flavio Luz, dr. Serafim França, Leonor Garcez, dr. Hugo de Barros, Epaminondas Ribeiro, FredericoEssenfelder, Benedito Nicolau dos Santos, major Higino de Barros Lemos, Heitor Stockler, dr. OsvaldoPiloto, Eunice Barcelos, José Guimarães, Aercio Portes, Henrique Todeschini, Maria Olimpia Lisboa,Família M. Saldanha, Fausta Ximenes, Alvaro Costa, Marta Silva Gomes, Teodoro Cybuisky, AcirGuimarães, Hercilia Machado Lima, José Matos Azeredo, Alceu Chichorro, dr. Ulisses Vieira, HertaHauer, Romualdo Suriani, Edgard Sampaio, Perneta, Hertel, e Irmãos, Oto Schlenker, Camilo Stelfeld,Carlos Falcão, Frederico Labsch, Rodrigo de Freitas, dr. Antonio Jorge Machado Lima, Paulo Franchi,Aristides Gaboardi, Vitorino Lomagno, Teodoro Schneider, Jurandir Cabral, Fernando Koeller, dr.Alarico Vieira de Alencar, N. A. Vrasch, Hans Benevitz, Angelica Colle, Estela Amaral, Henrique Jouve,Ofelia Pizader de Ferrante, Luiz Zilli, dr. Berta Lange de Morretes, Salva Rubens Assumpção, FrancoMan Pinto, Rodolfo Kruger e dr. João Fredi, Luiz Salussoelia, Arsenio da Rocha Loures.

TP_PCP_02 – 2° APARIÇÃO NO JORNALCORREIO DO PARANÁ - Ed. 176, p.8 – 15/12/1932.

1° CONCERTO - O TRIO PARANAENSENo salão principal da Sociedade Thalia, o Trio Paranaense realizará, hoje, o seu primeiro concerto. O programma para a extreia está um verdadeiro primor, com as paginas mais finas da musica deCamara.Mas, ha outro elemento que, por si só, asseguram o sucesso da noitada de hoje, no Thalia.E esse elemento é o nome de cada componente do Trio: Charlotte Franck, René Devraine e BiancaBianchi.Estes nomes dispensam mais commentarios.O programma a ser executado está assim organizado:1° PARTE:Beethoven – Trio op, 1N°3:a) Alegro com briob) Andante contabile com variaçõesc) Minuettod) Final Prestissimo.2° PARTE:Pagolere – Nina “Tregiorni”Lazarus – Marcha funebre.Lazarus -Rondo gracioso3° PARTE:Hldn – trio em sol maior:a) Andanteb) Poco adagioc) Rondo all songarese.

TP_PGP_02 – 2° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO - Ed. 4847, p.3 - 15/121932.

1° CONCERTO - O TRIO PARANAENSEA AUDIÇÃO INAUGURAL DO “TRIO PARANAENSE”

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Realizar-se-á, hoje á noite, na Talia, o recital do conjunto Bianca Bianchi, Renée Devraine e CharloteFranck.Ansiosamente esperada, terá lugar, hoje às 21h30, na Sociedade Talia, a recita de inauguração do“TRIO PARANAENSE” - O conjunto musical em boa hora organizado pelas festejadas artistas BiancaBianchi, Charlote Frank e Renée Devraine. O interesse que esse festival conseguiu despertar em nossos anseios sociais e artisticos é a maiorprova de quanto Curitiba é com agrado a formação de “Trio Paranaense”. As três artistas que oraempreendem essa empreitada em comum, bem merecem todos os incentivos, pelas ..avulgaresqualidades que possuem e das quais já tem dado tantas demonstrações.O exito da audição de hoje está previamente assegurado. Bianca Bianchi, Renée Devraine e CharlateFrank saberão, mais uma vez, estar a altura do renome que desfrutam em nossa terra, e o fato de seapresentarem, agora em trio, reforça nossa certeza no triunfo de hoje a noite.A recita ianugural do “Trio Paranaense” ha-de corresponder plenamente a impaciência honrada comque vem sendo aguardada por todos os que conhecem esses três brilhantes artistas que são BiancaBianchi, Renée Devraine e Charlote Frank.Será em homenagem a Escritora Dª. Raquel Prado o recital do “Trio Paranaense”As componentes do “Trio Paranaense”, num gesto de fidaluia e justiça, dedicam o seu festival de hojea escritora dª Raquel Prado, atualmente em visita ao seu Estado natal. Merece meemios esse gestode Bianca, Renée e Charlote, pois dª Raquel Prado, pelo prestígio que gera nos círculos intelectuaisdo país, é uma paranaense que muito honra nossa terra, e tem sido através de sua carreira literáriauma incansável animadora de empreendimentos artísticos e sociais. O programaPrimeira ParteLudwig van Beethoven – 1770-1827Trio op, 1 n°3:a) Allegro com briob) Andante com variaçõesc) Minuettod) Presto FinalSegunda ParteGionanni Battista Pergolese – 1710-1736Nina “Tre giorni”Gustav Lazarus – 1861 a)Marcha funebre; b)Rondo gracioso - extraídos do trio Op.55Terceira ParteFranz Joseph Haydn – 1732-1809Trio em sol maior:a) Andanteb) Poco adagioc) Rondo all'ungarese.Piano EssenfelderComo os sócios do “Trio Paranaense”A inscrição no livro de sócios do “Trio Paranaense” dá direito mediante pagamento mensal de cincomil réis, a assistir audições bimensais.Para o concerto de hoje, os sócios, poderão adquiri-las na portaria do Talia.

TP_PCP_03 - 3° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.177, p.8 – 16/12/1932.

O TRIO PARANAENSEO QUE FOI O CONCERTO INAUGURAL DESSE CONJUNCTO MUSICALCom uma assistencia selecta realizou-se hontem o primeiro concerto da nova sociedade musicalorganizada recentemente nesta capital – o Trio Paranaense.Conhecida a finalidade desse conjuncto artistico, constituido pelas consagradas musicistas stas.Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlotte Franck, consignemos aqui que, na sua primeira exibiçãoelle a attingiu plenamente.O programma organizado pelo Trio foi executado com a esperada maestria pelas tres concertistas. Não ha nome a resaltar, como não ha pagina a destacar.As tres cocertistas deram interpretação impeccavel ao programma escolhido, deliciando a assistenciaque compareceu aos salões da Thalia.

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TP_PGP_03 – 3° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO – Ed.4848, p.8 – 16/12/1932.

O TRIO PARANAENSEA RECITA INAUGURAL DO “TRIO PARANAENSE”Brilhantíssima a noitada de arte do conjunto Bianca Bianchi – Renée Devraine – Charlote FranckNas notas por nós publicadas a respeito da audição inaugural do “Trio Paranaense”, previmos ogrande sucesso que seria alcançado pelo conjunto Bianca-Renée Devraine-Charlote Franck. Aotraçarmos a presente, sentimo-nos satisfeitos por termos visto integralmente confirmado aqueleprognóstico. Raras vezes Curitiba terá assistido a uma noitada artística de tal forma requintada comoa de ontem no Talia. As três brilhantes artistas que se apresentaram ontem em conjunto, nãopoderiam, de fato, desmentir o renome que desfrutam em nossa terra. A grande noite de triunfo que ainauguração do “Trio Paranaense” tendo assinalado, não surpreendeu aos que já reconhecem aspoderosas qualidades artísticas de Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Franck.S, porém, a audição de ontem não surpreendeu sob o ponto de vista do sucesso alcançado, deixouem todos que a ela compareceram uma impressão de deslumbramento ante o efeito extraordinárioproduzido pelo conjunto.Felicíssima a deliberação tomada pelas três primorosas artistas de entrelaçarem os seus invulgaresdotes interpretativos e os seus fortíssimos dons emotivos, tornando esse “Trio Paranaense” que sesagrou ontem uma das mais preciosas e cintilantes organizações artístiocas de que ha notícia entrenóis. O conjunto musical de Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Franck está apto a irdeslumbrar, lá fora, as mais exigentes plateias. De tal forma foi harmonica a cooperação das três artistas no recital de ontem, que seria injustiçaressaltar esta ou aquela, embora se pudesse fazer sentir que Bianca esteve numa das suas grandesnoites e Devraine conseguiu manter brilhantemente a contextura exigida do piano nas músicas decâmara.

TP_PCP_04 - 4° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.178, p.32 – 19/12/1932.

O TRIO PARANAENSEAudição do Trio Paranaense do TaliaA alma da arte musical no momento que passa, parece se haver transplantado a alma feminina.Nos ultimos anos, a musica há tido entre menlancolicas como Guiomar Novais, Luba deAlexandewska e outras gen'ais revelações artisticas que ora resurgem nos vários continentescivilizados.IMAGEM – BIANCA BIANCHINão há duvida, a humanissima arte dos sons, que pede aos sêres lagrimas e sorrisos numacompensação otimista, encontrando a estética e a harmonia e malternativas creadôras, teve naconsagrada audição do TRIO PARANAENSE, em noite de quinta-feira, um dos seus mais gloriososdias.O ambiente oriental do salão Talia, na decoração nipônica requintada, emprestando embora aquelemeio, á poesia do pais das gaishas e dos crisantêmos, -a para do deslumbramento exterior, foi,contudo, para os ouvintes, -á nota abemolada que violentou em parte a gama das vibrações nomimoso TRIO de Binca, Devraine e Carlota Franck, que procuraram arrancar dos seus instrumentosmusicaes efeitos de sonoridade, - para suprir a acustica local, nas maravilhosas execuções daspartituras. A impecavel interpretação dada a IMAGEM – RENÉE DEVRAINE FRANCKcomposição de Beethoven que figurou na primeira parte do programma, merece especial destaque,trechos do minueto e presto final, - onde as três graciosas artistas deixaram revelar a segurançaabsoluta da técnica e do ritmo, na elegancia em vencer a complicada “lied” do genial Beethoven,ainda impregnada da influencia dos seus iniciadôres Pfeiffer, Van der Eden, Haydn, Albrechtsberger eSalieri.A musica de cama, classicamente educativa, exige certa intuição audiente, delicadeza dos sentidos, ealguns conhecimentos dos motivos que inspiraram os mestres dentro das conflitos humanos, -paralegar ao mundo numa verdadeira parturição de sentimentos, - as melodias dos poemas imortais.Nina “Tres giorni” de Pergolési, o artista que se imortalizou na creação de sua obra prima a “SERVAPADRONA”, morrrendo aos 25 anos de idade, deixou, tambem, esse pedaço dalma em soluços, queé a NINA cuja execução dolencial arrebatou o auditorio, nas variadas emoções que os instrumentosmanejados pelo Trio souberam imprimir a bela Siciliana, no habilissimo arranjo de Fritz Kpaisler.

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Na composição de Pergolése, Carlota Franck, no seu violoncelo revelou a mesmo orgia desentimentos nas modulações da arcada, a justeza trigonometrica dos angulos que o arco desenvolveda primeira a quarta corda, nas posições da mão agrupada, cuja dominação caprichosa do “pont celoao bossulo”, somente os genios, como CASAIS, BOGUMIL, SQUIRE, conseguiram obter através deingentes creados que o dificilimo instrumetno creaIMAGEM – MIMIdo por Archangelo Creli no seculo XVII, sabe exegir de quem o deseja executar com a maestria dovituose.A pronunciada clareza do timbre, vibração livre do som metalico, sem a manifestação dos sindromasnervosos, prometem para a graciosa artista, um lugar de destaque entre os “celistas”contemporaneos.O Rondó All'ungarese de Haydn, consagrou o renome de BIANCA, DEVAINE e CARLOTA FRANCK,como artistas capazes de enfrentar as plateas mais exigentes.E' uma composição que exige muita técnica, habilidade fermidavel dos executôres, para agradar,porque o motivo se repete, monotono, caprichoso, cheio de volátas estilizadas, polifonicas de caracteralegre reclamando uma execução fina e espiritual.O motivo da composição se inspira na dança de róda cantada na “idade-media”, em que o sólo e córosobresaiam alternadamente.Culminou ainda o sucesso, do Trio, na lembrança de homenagear a ilustre intelectual paranaense,Rachel Prado, que ora visita sua terra natal.Foram comoventissimas as palavras da ilustre escritôra, ao agradecer a linda corbelha que lheofertou a festeja artista BIANCA, cujo nome poetico já traduz o arminho das canòras vibrações do seustradivarios.Manda a justiça que se exalce as primorosa execução, a segurança do teclado, a finura e a técnicaexpressiva, da notavel pianista DEVRAINE.A novel Associação musical TRIO PARANAENSE, é a afirmação positiva da vitoria da mulher, e openhor mais seguro, do alto grau de cultura artistica que o Paraná vem conquistando no seio dacivilização do nosso pais. SOTERO ANGELO.

ANO 1933

TP_PCP_36 - 5° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.211, p.4 – 25/01/1933.

TRIO PARANAENSEConcerto de Quinta-FeiraConforme fôra anunciado, o Trio Paranaense, realizou na quinta-feira ultima o seu concerto de músicade camara.Programa admiravel.Bianca Bianchi, Charlotte Frank e Renée Devraine – as tres consagradas artistas que honram oParaná, de que são um autentico padrão de gloria, uma expressão notavel de harmonia e de beleza,na arte sublime da música, - no concerto de quinta-feira, ultrapassaram, de muito, a expectativa deotimismo e de admiração, com que as esperava nossa platéa. - a musica, essa linguagem maravilhosa, arte sublimada do ritmo que encanta eleva e transporta, navibração magica de sonho, feito o encantamento de notas que se sucedem, ferindo emotivamente anossa alma.- a musica, arte maravilhosa, linguagem en”ernecedora do sentimento universal.- a musica, expressão humana de beleza feito som, som que é melodia, é sentimento.Beethoven, Pergolese, Schumann, Edward Egar, Hydn...Bianca Bianchi, Charlotte Frank, Renee Devraine...Arcos encantados tocam cordas suavemente...Roseas mãos dedillham um teclado magico...Violino...Violoncelo...Piano...Na harmonia surpreendente de um conjunto impecavel, as notas enchem o espaço.A técnica admiravel e o sentimento maximo na interpetração do txetos, fazem reviver na magia dosinstrumentos, a expressão de genialidade dos compositores, evidenciando a cultura artistica daeximias concertistas.Trio Opera 1 nr. 3, Canto da Noite, Salut damour, Trio em Sol maior...em todo o programa,

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execução maravilhosa.Aplausos, flores – a platea deslumbra...Quando Bianca, no final da II parte, fazendo o seu violino magico desferir o ultimo arpejo de Salutdamour, quando o arco sublime deixou as cordas...e a artista levantou a linda cabeça numa atitudeeloquente de vitoria, - a platea inteira sentiu a sua predileção pelo texto, a beleza sem par de suainterpretação... e aqueles sons finais vibraram docemente, em transporte até as palmas quebraram oencantamento, no aplauso merecido ás tres artistas.Ultima parte. Trio em Sol maior...Deslumbramento!Escrita esta nota relemo-la e tendo na memoria, ainda bem nitida, a impressão admiravel do concertode quinta-feira, tivemos vontade de rasga-la, tão palidamente diz do que é a arte sublime e do valorartistico do Trio Paranaense.Simples registro – é o que fazemos. G.P.

TP_PCP_59 - 6° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.234, p.3 – 22/02/1933.

2° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE O CONCERTO DE HOJE DO TRIO PARANAENSE – O Trio Paranaense, iniciativa cujo triumpho se patenteou na sua primeira audição e que se constituedas talentosas musicistas patricias, Bianca Bianchi, Odette Devraine e Mimi Frank, realiza hoje, cominício ás 21 horas, no salão nobre da Sociedade Thalia, o seu segundo concerto, que vem sendoanciosamente aguardado pelo nossos circulos artísticso e social.O concerto de hoje, para o qual os sócios da Sociedade Thalia gozarão das mesmas regaliasconcedidas aos sócios do Trio Paranaense, obedecerá ao seguinte programma, organisado com omáximo carinho: Primeira Parte: Goerg Friedrich Haendel – Largo; Ludwing Von Beethoven – a)Adagio, b, Minueto. Segunda Parte: - Franz Joseph Haydn – Rondó; Robert Schumann – Canto daNoite; Tschaikowski – Drevaione – Outono. Terceira Parte: Felix Bartholdy Mendelssohn – Trio em Rémenor – Op. 49, a) Allegro agitato, b) Andante com moto tranquillo, c) Scherzo e d) Finale.

TP_PGP_04 – 4° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO – Ed.4904, p.3 – 22/02/1933.

2° CONCERTO - O TRIO PARANAENSEO 2° concerto do esplendido conjunto de Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote FranckNo salão nobre da Sociedade Talia terá lugar, hoje, às 21 horas o 2° concerto do Trio Paranaense, oprimoroso conjunto formado pelas artistas Bianca Bianchi, Charlote Franck e Renée Devraine. Égrande o interesse com que está sendo aguardado mais esse recital do Trio, pois as suascomponentes são figuras das mais aplaudidas e estimadas do nosso meio artístico. Ninguém seolvidou nem se olvidará jamais do que foi a estréia desse harmonioso conjunto, em dezembro p.passado. Uma grandiosa noitada de arte, uma legítima reafirmação de três talentos musicais, tudosob aplausos calorosos e consagradores.Aquele sucesso do Trio se repetiu, na excursão feita a Santa Catarina. Uma verdadeira viagemtriunfal, tanto para Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlote Frank, como para o nome do Paraná,que por lá andou evocado de mistura com o louvor unânime entretecido pela crítica e a imprensacatarinenses aos fulgurantes dotes das três artistas.Hoje novo triunfo será conquistado pelo Trio Paranaense. Afirmamo-lo, bem como todas as pessoasque se preparam para ouvir o concerto, pois as três distintas recitalistas de hoje tem a exorna-lasqualidades que permitem todas as previsões otimistas.O PROGRAMAÉ o seguinte o programa organizado pelo Trio Paranaense para o seu concerto de hoje:1° parte: Georg Friedrich Haendel – Largo; Ludwing van Beethoven – a) Adagio; b) Minueto2° parte: Franz Joseph Haydn – Rondó;Robert Schumann – Canto da noite;Tschaikowski – Devraine – Outono3° parte: Felix Bartholdy Mendelssonhn – Trio em Ré menor Op.49 – a) alegro agitado; b) andantecom moto tranquilo; c) scherzo; d) finale.Pedem-nos as componentes do Trio Paranaense tornemos público o seguinte:Os sócios da Talia, mediante apresentação do último talão de mensalidade, gozarão das mesmasregalias dos sócios do Trio Paranaense, sendo que estes, si desejarem adquirir mais entradas

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poderão consegui-las na porta, pelo mesmo preço da mensalidade cobrada pelo Trio.

TP_PCP_60 - 7° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed.235, p.5 – 23/02/1933

O TRIO PARANAENSENotas de ArteRealizou-se hontem com grande exito o II concerto do “Trio Paranaense” Hontem á noite nos salões da Sociedade Thalia, o Trio Paranaense, composto das musicistas Srtas.Bianca Biancho, Charlote Frank e Renée Devraine, realizou o seu segundo concerto de música deCamera perante uma numerosa e selecta assistencia.O novel Trio, cujos componentes são nomes já formados na arte musical paranaense, veio confirmaro que aliás já era de esperar do talento musical de Bianca Bianchi, da technica do arco de CharlotteFrank e da cultura artística da pianista Renée Devraine.Foi, enfim, uma noite de pura arte de arrebatamento espiritual para os bons apreciadores declassicismo musical.Iniciou o programa – “Largo” de Heandel – extraído da aria da ópera Serse. Melodia de caráterreligioso, tendo execução perfeita. Com o II número da I parte foi executado Adagio do Trio Op.11 –do grande compositor Beethoven. Bela inspiração revelando a ternura do seu coração; e em seguidaMinueto em sol menor, elegante evocação das danças cerimoniosas do século XVIII. Esses númerosforam francamente aplaudidos pela assistência. Deu início a segunda parte – Rondó do Trio n° 7 – de Haydn, música pura com grandedesenvolvimento sonoro, alegre e fino.Após esse número ouvimos “Canto da noite” da Schumann belíssima manifestação do romantismoAlemão, música de expressão todo interior.Finalmente com o III número da segunda parte foi executado “Outuno” de Tchaikowsky, arranjo para oTrio por Renée Devraine. Conto melancólico, lembrando a tristeza de uma paisagem desolada, o queo Trio executou com fian perfeição.A terceira parte constando “Trio em ré menor Op. 49”, linda inspiração e construção musical deMendelssohn.Sendo a I parte agitada, o andante melodioso e sentimental e o final com um caráter rítmicograndemente executado com conclusão triunfal. Esse número foi coroado de grande êxito, recebendo os musicistas francos e sinceros aplausos daseleta assistência que enchia totalmente os salões da Sociedade Thalia. Eis numa rápida apreciaçãodo que foi o II concerto do novel e já vitorioso Trio Paranaense, professor da música de câmara noParaná.

TP_PCP_114 - 8° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 288, p.4 – 02/05/1933

3° CONCERTO – O TRIO PARANAENSE REALIZADO EM 28 DE ABRIL DE 1933Deu-nos sexta-feira última o “Trio Paranaense “ a sua terceira audição perante um público seleto eadmirador de música de câmara.Num ambiente impróprio para um concerto de responsabilidade, numa das salas da SociedadeThalia, de pequeníssimas dimensões, na qual uma centena de ouvintes encheu-a completamente,ficando mal acomodados, e além disso sem acústica suficiente, teve início o anunciado concerto demúsica de câmara do “Trio Paranaense”, novel e simpática agremiação, que vem batalhando para oalevantamento do nosso meio artístico.Sabemos que a música de câmara é a verdadeira escola para uma boa educação musical. Nelaencontramos uma orientação segura e os requisitos necessários para o nosso desenvolvimentoartístico e para bem avaliar as coisas de música.Para que um trio adquira uma unidade musical ajustada, um perfeito equilíbrio de ritmo e fusãocompleta de sonoridade proporcional é sempre preciso mais ou menos um ano de ensaios emconjunto, um longo tirocinio comum aos elementos componentes.Não basta que um dos seus membros seja um grande instrumentista, porque essa condição não ésuficiente para imprimir ao conjunto uma unidade indissolúvel, uma união absoluta, indispensável aoescopo que essa música requer.É preciso um esforço de todos os membros para o equilíbrio geral, na sonoridade e principalmente nointerpretar verdadeiramente a música e transmitir, assim como ela é ao público.

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Especificamos no desenrolar do programa, no qual figuraram peças de Beethoven - “AndanteCantabile do Trio Op.97”, Haydn – Rondó do Trio n°7 em mi menor, Rachmaninoff “Melodia Op. n° 3 ede G. Orefica trio em dó menor” peça essas que mais nos agradaram quanto a execução, masmesmo assim notávamos por parte do ”Trio” um esforço perseverante para a difícil finalidade daunidade de conjunto, e não raras vezes houve desequilíbrios, principalmente por parte do violoncelo eviolino. As vezes é muito difícil notar esses desfalecimentos, conforme a complexidade da música,sendo preciso uma atenção severa e muito esforço.Seriamos injustos se não fizéssemos uma referência especial a Srta. Renée Devraine, a qual sesalientou, não perdendo o controle quando se davam os desequilíbrios de outros instrumentos. É umapianista que honra o nosso meio musical, pois tem alta capacidade na arte do teclado, sendo a figura“primus” do Trio Paranaense. Trio esse que se esforça para vencer o seu disederatum.Não resta dúvida que o Trio Paranaense foi muito aplaudido pela assistência, mas o fato é que nãohouve homogeneidade precisa, pecando pela falta de unidade musical. TIC.

TP_PCP_162 - 9° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ - Ed. 336, p.5 – 29/06/1933

4° CONCERTO - O TRIO PARANAENSEFESTIVAL DE ARTE Biancha Bianchi, Renée Devraine e Chartolle Franc, as três artistas que a nossa sociedade conhecee tem applaudido, vão realizar, num bello gesto de caridade, um festival artístico em benefílco doLeprosario São Roque.Esse festival do Trio Paranaense, concerto musical, terá logar no salão maurisco do Club Curitybano,amanhã á noite. Será executdo o caprichoso programma seguinte:1° parte: - Haydn – Trio n.XIII -a) Allegro Moderato: b)Andante: c) Alegro2° parte: - Martucci – Andante do Trio n.1 – Kreisler canção holandeza. - Dbjorah – Dumky3° parte: - Mendelssohn – trio op. 49 – a) molto allegro agitato; b) andante com moto tranquillo; c)sharzo; d)finalO trio Paranaense convida por nosso intermedio os seus associados e os associados do ClubCuritybano.

TP_PGP_05 – 5° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO – Ed.5010, p.6 – 29/06/1933

4° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE UM FESTIVAL DO TRIO PARANAENSE EM BENEFICIO DO LEPROSARIO S. ROQUE Num belo gesto de caridade, as distintas artistas Biancha Bianchi, Renée Devraine e Chartolle Franc,que, farão realizar em a noite de 30 do corrente, no salão mourisco do Clube Curitibano, um concertoem benefício do Leprosário S. Roque.Para esse festival, que será o IV° Concerto do aplaudido Trio Paranaense, foi organizado o seguinteprograma:1° parte: - Haydn – Trio n.XIII - a) Allegro Moderato: b)Andante: c) Alegro2° parte: - Martucci – Andante do Trio n.1 – Kreisler canção holandeza. - Dborah – Dumky3° parte: - Mendelssohn – trio op. 49 – a) molto allegro agitato; b) andante com moto tranquillo; c)Cherzo; d)finalO trio Paranaense convida por nosso intermedio os seus associados e os associados do ClubCuritibano.

TP_PCP_214 - 10° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 391, p.5 - 30/08/1933

5° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE REALIZADO EM 01 DE SETEMBRO DE 1933 MUSICA - O 5° Concerto do “TRIO PARANAENSE”O “Trio Paranaense” essa novel e jr. victoriosa aggremiação musical, que Biancha Bianchi, RenéeDevraine e Chartolle Branc, 3 grandes artistas que o integram, vae realizar 6ª feira próxima, 1° deSetembro, o seu 5° concerto. O excellente programma desse hora de arte, na sociedade Garibaldi, éo seguinte.1° parte: - Giovanni Battista Pergolesi – Mina “Tres Giorni...”

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Luigi Boccherini – 2 minuettos Ludiwi van Bethoven – Andante do trio 972° parte: - Henrique Osvaldo – Serrana O. Lorenzo Fernadez – a) Dansa-Icherzo. b) finale do Trio Op. 32.3° parte: - Frederico Fr. Chopin – Trio em sol menor op.8 a) Allegro com fuoco b) Scherzo; c) Adagio –Sostenuto; d) finale - Allegretto

TP_PGP_06 - 6° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO – Ed. 5066, p. - 30/08/1933

O TRIO PARANAENSEFoi transferido de ontem para a próxima 6° feira, 1° do corrente, o 5° concerto do “Trio Paranaense” arealizar-se no salão da Sociedade Garibaldi, Largo Dr. Faria às 21 horas. Muito ha a esperar dessanoitada de arte em que será executado magnifico programa que oportunamente publicaremos.

TP_PGP_07 – 7° APARIÇÃO NO JORNAL GAZETA DO POVO - Ed. 5067, p.6 - 01/09/1933

5° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE NOTAS DE ARTE - REALIZAR-SE-Á HOJE, NA SOCIEDADE GARIBALDI, ÀS 21 HORAS, MASIUMA AUDIÇÃO DO TRIO PARANAENESEO brilhante conjunto artístico formado por Biancha Bianchi, Renée Devraine e Chartolle Franck,efetivará hoje, no salão da sociedade Garibaldi, sita no largo dr. Faria, mais um concerto dedicadoaos seus associados. Com uma vida de menos de um ano, o Trio Paranaense já se firmou umconjunto notável pela harmonia que o carateriza, e tem obrido continuos triunfos. A noitada de hojeterá, por certo, mais uma prova do valor das três distintas artistas conterraneas e de quanto o Trio jáconquistou os nossos apreciadores de arte.Como de costume, as pessoas que não forem sócias, poderás adquirir as entradas na porta.

TP_PCP_261 - 11° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ - Ed. 437, p.4 – 26/10/1933

TRIO PARANAENSERealizar se-á amanhã, na sociedade Thalia, o 6° concerto do Trio Paranaense, o renomado conjuntomusical que Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlotte Frank compõem.O programa organizado é o seguinte:1° parte: - J. M. Lelair: Trio soneta n: 8 a) adagio; b) allegro; c) Sarabanda; d) Allegro assai. Ludwig van Boethoven: Allegretto do trio op. 70.2° parte: - Rachmaninoff: Trio elegiaco op. 9; a) Moderato; b) Quasi Variazione; c) allegro Risoluto3° parte: - Schubert; Scherzo do trio op. 100. Dvorák: Dumky op 90. Rubinstein: Allegro Moderato doTrio op. 52.

TP_PCP_262 - 12° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ - Ed. 438, p.4 – 27/10/1933

6° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE Realizar se-á amanhã, na sociedade Thalia, o 6° concerto do Trio Paranaense, o renomado conjuntomusical que Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlotte Frank compõem.O programa organizado é o seguinte:1° parte: - J. M. Leclair: Trio soneta n: 8 a) adagio; b) allegro; c) Sarabanda; d) Allegro assai. Ludwig van Beethoven: Allegretto do trio op. 70.2° parte: - Rachmaninoff: Trio Elegiaco op. 9; a) Moderato; b) Quasi Variazione; c) allegro Risoluto3° parte: - Schubert; Scherzo do trio op. 100. Dvorák: Dumky op 90. Rubinstein: Allegro Moderato do Trio op. 52.

TP_PCP_262 - 13° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 438, p.8 – 27/10/1933

6° CONCERTO - O TRIO PARANAENSE

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O apreciado conjunto artístico Trio Paranaense realizará hoje às 21 horas, no salão da Sociedade Thalia, o seu 6° concerto, para o qual organizou atraentíssimo programa. As nossas rodas artísticas e sociais aguardam com enorme interesse mais essa demonstração dearte do festejado Trio que tanto o publico curitybano estima e admira.

TP_PCP_263 - 14° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 439, p.7 – 28/10/1933

TRIO PARANAENSE Concerto de ontem no ThaliaPerante seletíssimo auditório, realizou ontem, á noite, no salão ….re Thalia seu esperado concerto. O“Trio Paranaense”, integrado … as jovens e consagradas virtuo-....Bianca Bianchi, Renée Devraine,Charlotte Frank.A execução do admirável programa decorreu impecável, demonstra uma vez mais as componentesdo Trio que a música de câmara suprema expressão da arte dos sons, conta em Curityba cominterpretes verdadeiramente privilegiados.

TP_PCP_297 - 15° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 472, p.2 – 08/12/1933

O TRIO PARANAENSEEXPOSIÇÃO FEIRA INTER ESTADUAL DE CURYTIBA. As possibilidades economicas do Estado, fatores importantes do progresso do Paraná, serãoreveladas com a Exposição Feira Inter Estadual de Curytiba, que conterá com artísticos pavilhões, osdiversos produtos da nossa indústria.[...] Aliando a alta finalidade de propaganda econômica a partedestinada a propaganda artística e de diversões, a comissão organizadora do certame houve por bemdeliberar a construção de um luxuoso Casino, cujos trabalhos já se acham bastante adiantados, ondeserão realizadas reuniões de arte e “soirées” elegantes da nossa melhor sociedade. O pavilhão daSociedade dos Artistas, encerrando o “salão de 1933”, será um dos grandes fatores da representaçãoartística do nosso Estado. No salão de festas serão realizados semanalmente concertos de música decâmara para o que foi contratado e aplaudido “Trio Paranaense”, constituído pelas brilhantes artistaspatrícias srta. Bianca Bianchi, Renée Devraine e Charlotte, bem como a conhecida cantora Sra.Odette Devraine. Os festivais artísticos do pavilhão de festas serão realizados sob a orientação domaestro Antônio Melilo, conhecido virtuose ao teclado e um dos mais expressivos elementosartísticos do Paraná.[...]

TP_PCP_302 - 16° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 477, p.3 – 14/12/1933

7° CONCERTO – O TRIO PARANAENSEREALIZADO EM 15 DE DEZEMBRO DE 1933Comemorando seu 1° aniversário de fundação, o Trio Paranaense realizará o seu sétimo concerto,amanhã, às 21 horas, na sociedade Thalia.Magnífico programa foi organizado e que será executado a rigor pelas eximias artistas conterrâneasque compõem o Trio Paranaense.

TP_PCP_305 - 17° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 480, p.3 – 17/12/1933

O TRIO PARANAENSEUMA NOITADA DE ARTE NO THALIA O Trio Paranaense, em comemoração à passagem do seu primeiro aniversário de fundação, realizouanteontem, no salão de concertos do Thalia, uma elegantíssima reunião de arte que, como vemacontecendo com todas as precedentes, com que aquele pugilo de artistas paranaenses vembrindando os nossos círculos artísticos e musicais, conquistou o aplauso e a mais viva demonstraçãode simpatia do elevado auditório que participou daquela festa.Inegavelmente, aquele conjunto, constituído de musicistas de alto-relevo em nossa terra, vem dia adia mais se impondo no círculo de seus admiradores e de todos aqueles que sabem bem avaliar oesforço empregado, para, transpondo todas as dificuldades que se lhe anteparam, pode atingir a sua

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alta finalidade, cooperando assim, em prol do cultivo e engrandecimento da arte musical no Paraná. Ea etapa ontem pelo Trio Paranaense, é um atestado vivo dessa asserção, animando com as suasreuniões brilhantes a verdadeira arte entre nós, servindo de estímulo para que iniciativas como essaque nos prende a atenção, possa em fim, contar com o amparo decisivo de todos os elementosculturais da cidade.O salão de concertos do Thalia abrigava uma assistência de elite, vendo-se ali os elementos maisrepresentativos dos nossos círculos musicais e artísticos, que não regatearam aplausos ainterpretação que o conjunto paranaense soube emprestar às páginas musicais que formavam oprograma daquela memorável noitada de arte.Assim verificou-se logo na primeira parte do programa, em que o trio executou um trabalho FranzJoseph Haydn, em cuja interpretação se houve com raro brilho, fazendo jus aos aplausos quereboaram pelo salão ao término dessa execução.Em rigor, porém, foi a segunda parte do programa que constituiu o “clou” da reunião.Nessa parte a assistência bem pode aquilatar do valor artístico do Trio. Bianca esteve empolgante,executando com alma três números nos quais o seu violino mágico revelou a pujança de suasonoridade em que a sua alma de artistas vibrou intensamente, revelando-nos todo o seu poderinterpretativo, aliado a forma elegante com que fere o instrumento. Renée, que é inquestionavelmenteuma das nossas melhores tecladistas, empolgou vivamente a assistência também.Esteve impecável, aos interpretar as páginas de Debussy e Chopin, cuja execução veio mais umavez afirmar os seus grandes predicados artísticos mormente como concertistas de alto mérito. Opiano Essenfelder, sob as suas mãos ágeis de pianista consumada espargiu pelo ambiente arroubosde sonoridade, uma demonstração nítida do talento admirável da grande executante.Charlotte Frank, foi outra maravilhosa executadora, que, como as já citadas, do seu violoncelo soubetirar efeitos magníficos, correspondendo assim ao conceito que circunda sua personalidade artística.Ouve-se, igualmente, com muito brilho nas duas páginas que lhe coube interpretar.A audição de anteontem, do Trio Paranaense, figurará, por certo, marcadamente, nos anais da culturaartística do Paraná, por quanto evidentemente, nos revelou o apuro a que atingiram as três musicistascomponentes daquele conjunto que se fazem merecedoras das nossas melhores felicitações. P.L.

TP_PCP_314 - CORREIO DO PARANÁ – Ed. 490 – p.9 - 31 DE DEZEMBRO DE 1933

INSTITUTO DE MÚSICA DO PARANÁBianca Bianchi e Renée DevrainneRealizaram-se ontem com sucesso às 16 horas, os exames da primeira turma de alunos do curso depiano ao cargo da dedicação dos professores Messing. Todos os alunos foram bastante aplaudidos,agradando plenamente a banca examinadora que estava assim constituída: Dr. Pamphilo deAssumpção como presidente, senhorita Lygia Carneiro como secretária, professoras senhoritasBianca Bianchi, Renée Devraine, Raquél Messing, senhores Eleodoro Lopes, Francisco Stobia e JoãoChorosnicki.

ANO 1934

TP_PCP_319 - 18° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 495, p.8 – 07/01/1934

8° CONCERTO - TRIO PARANAENSEEXPOSIÇÃO FEIRA DE CURITIBASerá inaugurado às 15 horas de hoje, com a presença de altas autoridades Federais, Estaduais,representantes do alto comércio, da indústria das artes paranaenses, da imprensa curitibana. 2ªExposição Feira Inter Estadual de Curitiba, extraordinário certamen de propaganda industrial,comercial e artístico. A noite, comemorando o grandioso acontecimento econômico que pela primeiravez se realiza em nossa Capital em tais proporções realizar-se-á no Salão de Festas do luxuosocasino, um extraordinário festival artístico com um fino programa a ser executado pelo TrioParanaense. Sucedendo a serata de arte realizar-se-á um grandioso baile em que se reunirá o“grand-mond” social curitibano. Intenso será por certo, o movimento de visitantes a Exposição FeiraInter Estadual que constitui excelente ponto de reunião dos curitibanos, com variadas atrações queconstituem novidade para Curitiba.A audição do Trio Paranaense e de Mme. Odette Devraine que será realizada Às 21 horas de hoje, no

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salão de festa, é o seguinte: 1° Parte: pelo trio – Nina de Pergolesi Rondó de Haydn Canção Irlandeza de Kreisler Allegro Moderato de Rubinstein Canto Hindu de Rimsky-Korsakov Dança Espanhola de Falla2° Parte: Pensée d'Automne de Massenet; Soneto de Nepumoceno; Sons Le Palmier de Alboniz; Rapisódia de Brahms; Boemia de Pucini; O Cisne de Saint Seans Sereneta do Pavoyard de Roever; Fausto de Gonnot.Os acompanhamentos serão feitos em piano Essenfelder.

TP_PCP_320 - 19° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 496, p.8 – 09/01/1934

8 ° CONCERTO - TRIO PARANAENSEEXPOSIÇÃO FEIRA DE CURITIBAConforme fora amplamente anunciado, inaugurou-se às 15 horas do domingo último, a exposiçãoFeira Inter Estadual de Curitiba. Apesar do mau tempo reinante, grande foi a afluência de pessoas asinstalações da Praça Ruy Barbosa. Com a presença do interventor Manoel Ribas, de secretários doEstado, do representante do Comandante Militar da Região, do prefeito Municipal, do comandante doserviço do Material Bélico, do comandante do 5° regimento de aviação, do Arcebispo Metropolitano,do corpo consular, dos representantes […] A noite com início às 21 horas, foi inaugurado o pavilhãode festas, com um concerto excelente do Trio Paranaense e de Odette Devraine, o qual foi ouvidopelo que de mais fino possui a sociedade curitibana.[...]

TP_PCP_340 - 20° APARIÇÃO NO JORNAL CORREIO DO PARANÁ – Ed. 516, p.6 – 31/01/1934

9° CONCERTO - TRIO PARANAENSEHOMENAGEM – SOCIEDADE GIUSEPPE GARIBALDI Em homenagem ao dr. Amadeo Mammalella, digno cônsul geral da Itália, a sociedade GiuseppeGaribaldi realizará no dia 4 de Fevereiro às 20h30, uma grande festa que obedecerá ao seguinteprograma: 1° Parte – Piano – Renée Devraine; Violino – Bianca Bianchi; Violoncelo – Charlotte Frank:

L. Bocchirini (a – Minueto de quarteto op.23; b – Minueto del quinteto Op.39 n°01G. Martucci – Schebe del Trio Op.59.

2° Parte – Grande Orquestra da Sociedade Sinfônica de Curitiba, sob a direção do Maestro RomualdoSuriani:

N. Van Westerhaut – Ronde d'AmourP. Mascagni – L'Amiee FritzG. Rossini – L'Assedio di Corinto – Sinfonia

2 Parte b – Grande Baile.

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ANEXO 3

TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE AS EDIÇÕES 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934

(continua)

Código Edição Dia da Semana Dia Mês Ano Páginas Tema Encontrado

PCP-01 175 Quarta-feira 14 12 1932 TP - 01conc

PCP-02 176 Quinta-feira 15 12 1932 TP - 01conc

PCP-03 177 Sexta-feira 16 12 1932 TP - 01conc

PCP-04 178 Segunda-feira 19 12 19321-11-14-

15-19-21-29-32-33

SS-MF-GFP-PE-Mulher-OFP-RM-TPespecial-Mulher

PCP-05 179 Terça-feira 20 12 1932

PCP-06 180 Quarta-feira 21 12 1932

PCP-07 181 Quinta-feira 22 12 1932 2 SS

PCP-08 182 Sexta-feira 23 12 1932 2 Sete

PCP-09 183 Sábado 24 12 1932

PCP-10 184 Segunda-feira 26 12 1932

PCP-11 185 Terça-feira 27 12 1932

PCP-12 186 Quarta-feira 28 12 1932

PCP-13 187 Quinta-feira 29 12 1932

PCP-14 188 Sexta-feira 30 12 1932 3 NP

PCP-15 189 Sábado 31 12 1932

1933

PCP-16 191 Segunda-feira 02 01 1933

PCP-17 192 Terça-feira 03 01 1933

PCP-18 193 Quarta-feira 04 01 1933 2-3-5 AS-AP-Crítica-BFP

PCP-19 194 Quinta-feira 05 01 1933 6 DC

PCP-20 195 Sexta-feira 06 01 1933

PCP-21 196 Sábado 07 01 1933 2 NFH

PCP-22 197 Segunda-feira 09 01 1933 2 UPA

PCP-23 198 Terça-feira 10 01 1933 3 AMM_B

PCP-24 199 Quarta-feira 11 01 1933 6 BFP

PCP-25 200 Quinta-feira 12 01 1933 3/8 DA-OS

PCP-26 201 Sexta-feira 13 01 1933

PCP-27 202 Sábado 14 01 1933 2 MV

PCP-28 203 Segunda-feira 16 01 1933 3 MV_Mulher

PCP-29 204 Terça-feira 17 01 1933

PCP-30 205 Quarta-feira 18 01 1933 6 BFP_RS

PCP-31 206 Quinta-feira 19 01 1933 6 Grêmio_AM)- TP?

PCP-32 207 Sexta-feira 20 01 1933

PCP-33 208 Sábado 21 01 1933

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TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934

(continuação)

Código Edição Dia da Semana Dia Mês Ano Páginas Tema Encontrado

PCP-34 209 Segunda-feira 23 01 1933

PCP-35 210 Terça-feira 24 01 1933

PCP-36 211 Quarta-feira 25 01 1933 4 TP_comentário

PCP-37 212 Quinta-feira 26 01 1933

PCP-38 213 Sexta-feira 27 01 1933

PCP-39 214 Sábado 28 01 1933

PCP-40 215 Segunda-feira 30 01 1933

PCP-41 216 Terça-feira 31 01 1933

PCP-42 217 Quarta-feira 01 02 1933 3 MV

PCP-43 218 Quinta-feira 02 02 1933 5 SS

PCP-44 219 Sexta-feira 03 02 1933

PCP-45 220 Sábado 04 02 1933

PCP-46 221 Segunda-feira 06 02 1933

PCP-47 222 Quarta-feira 08 02 1933 6 DC

PCP-48 223 Quinta-feira 09 02 1933

PCP-49 224 Sexta-feira 10 02 1933 6 GLC

PCP-50 225 Sábado 11 02 1933 3-4 mulher-SS

PCP-51 226 Segunda-feira 13 02 1933 6 SS

PCP-52 227 Terça-feira 14 02 1933 2-3 GV-mulher

PCP-53 228 Quarta-feira 15 02 1933 6-8 GV-SS

PCP-54 229 Quinta-feira 16 02 1933 3-6 Mulher-Gremio

PCP-55 230 Sexta-feira 17 02 1933 2 GV

PCP-56 231 Sábado 18 02 1933 2-3 SS-mulher

PCP-57 232 Segunda-feira 20 02 1933

PCP-58 233 Terça-feira 21 02 1933

PCP-59 234 Quarta-feira 22 02 1933 3 TP_2°conc

PCP-60 235 Quinta-feira 23 02 1933 3-4-5-6Mulher-SR-TP_2°conc-Car

PCP-61 236 Sexta-feira 24 02 1933 3 mulher

PCP-62 237 Sábado 25 02 1933 3-5 mulher-Car

PCP-63 238 Quarta-feira 01 03 1933 2 GN_mulher

PCP-64 239 Quinta-feira 02 03 1933 4-5 GN_mulher-Car

PCP-65 240 Sexta-feira 03 03 1933

PCP-66 241 Sábado 04 03 1933

PCP-67 242 Segunda-feira 06 03 1933 6 GS

PCP-68 243 Terça-feira 07 03 1933 3 TA

PCP-69 244 Quarta-feira 08 03 1933

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TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934

(continuação)

Código Edição Dia da Semana Dia Mês Ano Páginas Tema Encontrado

PCP-70 245 Quinta-feira 09 03 1933

PCP-71 246 Sexta-feira 10 03 1933

PCP-72 247 Sábado 11 03 1933

PCP-73 248 Segunda-feira 13 03 1933

PCP-74 249 Terça-feira 14 03 1933 2 NN

PCP-75 250 Quarta-feira 15 03 1933 1-5-6 EC-CA-BFP_RS

PCP-76 251 Quinta-feira 16 03 1933 2-3 NN-CWB_BP

PCP-77 252 Sexta-feira 17 03 1933

PCP-78 253 Sábado 18 03 1933 8 OMNB

PCP-79 254 Segunda-feira 20 03 1933 2 Car

PCP-80 255 Terça-feira 21 03 1933

PCP-81 256 Quarta-feira 22 03 1933 8 BMFME_RS

PCP-82 257 Quinta-feira 23 03 1933 8 AMP_AM

PCP-83 258 Sexta-feira 24 03 1933

PCP-84 259 Sábado 25 03 1933 5-8 SS_RS-AMP

PCP-85 260 Segunda-feira 27 03 1933 3 IMP

PCP-86 260 Terça-feira 28 03 1933 3 AMP_IMP

PCP-87 261 Quarta-feira 29 03 1933 2 BFP

PCP-88 262 Quinta-feira 30 03 1933 5 AMP

PCP-89 263 Sexta-feira 31 03 1933 3 RS

PCP-90 264 Sábado 01 04 1933

PCP-91 265 Segunda-feira 03 04 1933

PCP-92 266 Terça-feira 04 04 1933 2 IMP

PCP-93 267 Quarta-feira 05 04 1933 5 BFP_RS

PCP-94 268 Quinta-feira 06 04 1933

PCP-95 269 Sexta-feira 07 04 1933 2 SS

PCP-96 270 Sábado 08 04 1933

PCP-97 271 Segunda-feira 10 04 1933 3 AMP_AMe

PCP-98 272 Terça-feira 11 04 1933 5-6 ICM-SS_RS

PCP-99 273 Quarta-feira 12 04 1933 5 CM

PCP-100 274 Quinta-feira 13 04 1933

PCP-101 275 Sábado 15 04 1933 2 OD

PCP-102 276 Segunda-feira 17 04 1933

PCP-103 277 Terça-feira 18 04 1933 3 PP

PCP-104 278 Quarta-feira 19 04 1933

PCP-105 279 Quinta-feira 20 04 1933

Page 57: O Trio Paranaense (1932-1934)

56

TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934

(continuação)

Código Edição Dia da Semana Dia Mês Ano Páginas Tema Encontrado

PCP-106 280 Sexta-feira 21 04 1933

PCP-107 281 Sábado 22 04 1933

PCP-108 282 Segunda-feira 24 04 1933

PCP- 109283

(284)Terça-feira 25 04 1933 8 CM

PCP- 110 284 Quarta-feira 26 04 1933 2 DC_AL

PCP-111 285 Quinta-feira 27 04 1933 5 CM

PCP-112 286 Sexta-feira 28 04 1933 8 CM

PCP-113 287 Sábado 29 04 1933

PCP-114 288 Terça-feira 02 05 1933 2 - 4 SS_RS-TP_3°conc

PCP-115 289 Quinta-feira 04 05 1933 2 CM_AMe

PCP-116 290 Sexta-feira 05 05 1933 6 GV

PCP-117 291 Sábado 06 05 1933 2 CM_RS

PCP-118 292 Segunda-feira 08 05 1933

PCP-119 293 Terça-feira 09 05 1933

PCP-120 294 Quarta-feira 10 05 1933 6 BMFME_RS

PCP-121 295 Quinta-feira 11 05 1933 8 IG

PCP-122 296 Sexta-feira 12 05 1933 2 CM

PCP-123 297 Sábado 13 05 1933

PCP-124 298 Segunda-feira 15 05 1933

PCP- 125 299 Terça-feira 16 05 1933 4 B9R

PCP- 126 299 Quarta-feira 17 05 1933 8 BMFME_RS

PCP-127 300 Quinta-feira 18 05 1933

PCP-128 301 Sexta-feira 19 05 1933

302-Não encontrado

PCP-129 303 Segunda-feira 22 05 1933

PCP-130 304 Terça-feira 23 05 1933 6 GV

PCP-131 305 Quarta-feira 24 05 1933

PCP-132 306 Quinta-feira 25 05 1933 5 IMP

PCP-133 307 Sexta-feira 26 05 1933

PCP-134 308 Sábado 27 05 1933

PCP-135 309 Segunda-feira 29 05 1933 4-5 CM_IMP-CM_IMP

PCP-136 310 Terça-feira 30 05 1933 4-5 IMP-B9R_AN

PCP-137 311 Quarta-feira 31 05 1933

PCP-138 312 Quinta-feira 01 06 1933

PCP-139 313 Sexta-feira 02 06 1933 1 ZL_DC

PCP-140 314 Sábado 03 06 1933 3 CM_IMP

Page 58: O Trio Paranaense (1932-1934)

57

TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934

(continuação)

Código Edição Dia da Semana Dia Mês Ano Páginas Tema Encontrado

PCP-141 315 Segunda-feira 05 06 1933 3-5-8 ZL_DC-ZL-ZL

PCP-142 316 Terça-feira 06 06 1933 5 ZL

PCP-143 317 Quarta-feira 07 06 1933 5 BMFME_RS

PCP-144 318 Quinta-feira 08 06 1933 1 DC_Casam

PCP-145 319 Sexta-feira 09 06 1933

PCP-146 320 Sábado 10 06 1933 1 DC_Casam

PCP-147 321 Segunda-feira 12 06 1933

PCP-148 322 Terça-feira 13 06 1933 5 B9R_SAN

PCP-149 323 Quarta-feira 14 06 1933 2-4 BME_RS-G

PCP-150 324 Quinta-feira 15 06 1933

PCP-151 325 Sexta-feira 16 06 1933 4 G

PCP-152 326 Sábado 17 06 1933 5 OV

PCP-153 327 Segunda-feira 19 06 1933 5 OV

PCP-154 328 Terça-feira 20 06 1933 3-5 OV-OV

PCP-155 329 Quarta-feira 21 06 1933 2-4-5 OV-BFP_RS-OV

PCP-156 330 Quinta-feira 22 06 1933 3 OV

PCP-157 331 Sexta-feira 23 06 1933 5 OV

PCP-158 332 Sábado 24 06 1933 8 OV_ZL

PCP-159 333 Segunda-feira 26 06 1933

PCP-160 334 Terça-feira 27 06 1933 4-8 SS_RS-CMOI_RS

PCP-161 335 Quarta-feira 28 06 1933

PCP-162 336 Quinta-feira 29 06 1933 5-8 TP_4°conc-OV

PCP-163 337 Sexta-feira 30 06 1933

PCP-164 338 Sábado 01 07 1933

PCP-165 339 Segunda-feira 03 07 1933 8 OV

PCP-166 340 Terça-feira 04 07 1933

Pulo

PCP-167 345 Quarta-feira 05 07 1933 4 BFP_RS

PCP-168 346 Quinta-feira 06 07 1933

PCP-169 347 Sexta-feira 07 07 1933

PCP-170 348 Sábado 08 07 1933

PCP-171 349 Segunda-feira 10 07 1933

PCP-172 350 Terça-feira 11 07 1933

PCP-173 351 Quarta-feira 12 07 1933 5 BFP_RS

PCP- 174352

(24pg)Quinta-feira 13 07 1933

PCP- 175 352 Sexta-feira 14 07 1933 4 Grêmios

Page 59: O Trio Paranaense (1932-1934)

58

TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934

(continuação)

Código Edição Dia da Semana Dia Mês Ano Páginas Tema Encontrado

PCP- 176 352 Sábado 15 07 1933

PCP-177 353 Segunda-feira 17 07 1933

PCP-178 354 Terça-feira 18 07 1933

PCP-179 355 Quarta-feira 19 07 1933 5 BFPE

PCP-180 356 Quinta-feira 20 07 1933 8 MBNS

PCP-181 357 Sexta-feira 21 07 1933

PCP-182 358 Sábado 22 07 1933

PCP-183 359 Segunda-feira 24 07 1933

PCP-184 360 Terça-feira 25 07 1933 5 CV_JM

PCP-185 361 Quarta-feira 26 07 1933 4 BFPE

PCP-186 362 Sexta-feira 28 07 1933 3 AK

PCP-187 363 Sábado 29 07 1933

PCP-188 364 Segunda-feira 31 07 1933 5 BFPE

PCP-189 365 Terça-feira 01 08 1933

PCP-190 366 Quarta-feira 02 08 1933

PCP-191 367 Quinta-feira 03 08 1933

PCP-192 368 Sexta-feira 04 08 1933

PCP-193 369 Sábado 05 08 1933

PCP-194 370 Segunda-feira 07 08 1933

PCP- 195380

(371)terça-feira 08 08 1933 1 AE_EscMus

PCP- 196381

(372)quarta-feira 09 08 1933 4 BFP

PCP- 197382

(373)Quinta-feira 10 08 1933

PCP- 198383

(374)Sexta-feira 11 08 1933

PCP- 199384

(375)Sábado 12 08 1933

PCP- 200385

(376)Segunda-feira 14 08 1933

PCP- 201386

(377)Terça-feira 15 08 1933

PCP- 202387

(378)Quarta-feira 16 08 1933

PCP- 203388

(379)Quinta-feira 17 08 1933

PCP-204 381 Sexta-feira 18 08 1933

PCP-205 382 Sábado 19 08 1933 5 JP

Page 60: O Trio Paranaense (1932-1934)

59

TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934

(continuação)

Código Edição Dia da Semana Dia Mês Ano Páginas Tema Encontrado

PCP-206 383 Segunda-feira 21 08 1933

PCP-207 384 Terça-feira 22 08 1933

PCP-208 385 Quarta-feira 23 08 1933 8 BFP

PCP-209 386 Quinta-feira 24 08 1933 5 Radio

PCP-210 387 Sexta-feira 25 08 1933 7 JP

PCP-211 388 Sábado 26 08 1933

PCP-212 389 Segunda-feira 28 08 1933 8 B9R

PCP-213 390 Terça-feira 29 08 1933

PCP-214 391 Quarta-feira 30 08 1933 5 TP_5°conc_antes

PCP-215 392 Quinta-feira 31 08 1933

PCP-216 393 Sexta-feira 01 09 1933 TP_5°conc_dia

PCP-217 394 Sábado 02 09 1933

PCP-218 395 Segunda-feira 04 09 1933

PCP-219 396 Terça-feira 05 09 1933

PCP-220 397 Quarta-feira 06 09 1933

PCP-221 398 Quinta-feira 08 09 1933

PCP-222 399 Sexta-feira 09 09 1933

PCP-223 400 Segunda-feira 11 09 1933 4 p4(SAP_JP)

PCP-224 401 Terça-feira 12 09 1933 3-4p3(GS)p4(SAP)

PCP-225 402 Quarta-feira 13 09 1933

PCP-226 403 Quinta-feira 14 09 1933

PCP-227 404 Sexta-feira 15 09 1933

PCP-228 405 Sábado 16 09 1933 1-4 GS-GS

PCP-229 406 Segunda-feira 18 09 1933

PCP-230 407 Terça-feira 19 09 1933 7 JP

PCP-231 408 Quarta-feira 20 09 1933

PCP-232 409 Quinta-feira 21 09 1933 1-2-8 PRB2-JP-JP_Ass

PCP-233 410 Sexta-feira 22 09 1933

PCP-234 411 Sábado 23 09 1933

PCP-235 412 Segunda-feira 25 09 1933

PCP-236 413 Terça-feira 26 09 1933

PCP-237 414 Quarta-feira 27 09 1933 5 AssMus

PCP-238 415 Quinta-feira 28 09 1933

PCP-239 416 Sexta-feira 29 09 1933

PCP- 240 417 Sábado 30 09 1933

PCP- 241 417 Segunda-feira 02 10 1933

Page 61: O Trio Paranaense (1932-1934)

60

TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934

(continuação)

Código Edição Dia da Semana Dia Mês Ano Páginas Tema Encontrado

PCP-242 418 Terça-feira03

(editado03/09/33)

10 1933

PCP-243 419 Quarta-feira 04 10 1933

PCP-244 420 Quinta-feira 05 10 1933

PCP-245 421 Sexta-feira 06 10 1933

PCP-246 422 Sábado 07 10 1933

PCP-247 423 Segunda-feira 09 10 1933

PCP-248 424 Terça-feira 10 10 1933

PCP-249 425 Quarta-feira 11 10 1933 8 13SS

PCP-250 426 Quinta-feira 12 10 1933

PCP-251 427 Sexta-feira 13 10 1933

PCP-252 428Domingo

(1°ediçao aosDom)

15 10 1933 3 Feminismo

PCP-253 429 Terça-feira 17 10 1933

PCP-254 430 Quarta-feira 18 10 1933

PCP-255 431 Quinta-feira 19 10 1933 7-8 GV-CS

PCP-256 432 Sexta-feira 20 10 1933

PCP-257 433 Sábado 21 10 1933

PCP-258 434 Domingo 22 10 1933

PCP-259 435 Terça-feira 24 10 1933

PCP-260 436 Quarta-feira 25 10 1933

PCP-261 437 Quinta-feira 26 10 1933 4 TP_6°conc_antes

PCP-262 438 Sexta-feira 27 10 1933 4-8 TP_6°conc_dia

PCP-263 439 Sábado 28 10 1933 7 TP_6°conc_após

PCP-264 440 Domingo 29 10 1933

PCP-265 441 Terça-feira 31 10 1933 3 SS_13apres

PCP-266 442 Quarta-feira 01 11 1933 1 PRB2

PCP-267 443 Quinta-feira 02 11 1933

PCP-268 444 Sábado 04 11 1933

PCP-269 445 Domingo 05 11 1933 11 SM

PCP-270 446 Terça-feira 07 11 1933

PCP-271 447 Quarta-feira 08 11 1933

PCP-272 448 Quinta-feira 09 11 1933 3-4 AR-SS_13apres

PCP-273 449 Sexta-feira 10 11 1933

PCP-274 450 Sábado 11 11 1933

PCP-275 451 Domingo 12 11 1933

Page 62: O Trio Paranaense (1932-1934)

61

TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934

(continuação)

Código Edição Dia da Semana Dia Mês Ano Páginas Tema Encontrado

PCP- 276 452 Terça-feira 14 11 1933

PCP- 277 452 Quarta-feira 15 11 1933 9-16PRB2-IMP_pr. P. Essenf.

PCP-278 453 Quinta-feira 16 11 1933 1 PRB2

PCP-279 454 Sexta-feira 17 11 1933

PCP-280 455 Sábado 18 11 1933

PCP-281 456 Domingo 19 11 1933 1-3-4 PRB2-CPM_JP-PE

PCP-282 457 Terça-feira 21 11 1933

PCP-283 458 Quarta-feira 22 11 1933

PCP-284 459 Quinta-feira 23 11 1933

PCP-285 460 Sexta-feira 24 11 1933

PCP-286 461 Sábado 25 11 1933

PCP-287 462 Domingo 26 11 1933

PCP-288 463 Segunda-feira 28 11 1933

PCP-289 464 Quarta-feira 29 11 1933

PCP-290 465 Quinta-feira 30 11 1933 3-8 CPCF-CPCF

PCP-291 466 Sexta-feira 01 12 1933

PCP-292 467 Sábado 02 12 1933

PCP-293 468 Domingo 03 12 1933

PCP-294 469 Terça-feira 05 12 1933

PCP-295 470 Quarta-feira 06 12 1933

PCP-296 471 Quinta-feira 07 12 1933

PCP-297 472 Sexta-feira 08 12 1933 2 TP_Feira_SA

PCP-298 473 Sábado 09 12 1933 1 RM

PCP-299 474 Domingo 10 12 1933

PCP-300 475 Terça-feira 12 12 1933

PCP-301 476 Quarta-feira 13 12 1933

PCP-302 477 Quinta-feira 14 12 1933 3-10 TP_7°conc-PRB2

PCP-303 478 Sexta-feira 15 12 1933

PCP-304 479 Sábado 16 12 1933

PCP-305 480 Domingo 17 12 1933 3 TP_7°conc

PCP-306 481 Terça-feira 19 12 1933 8 BFPE_RS

PCP-307 482 Quinta-feira 21 12 1933

PCP-308 483 Sexta-feira 22 12 1933 4 AMP

PCP-309 484 Sábado 23 (22cp) 12 1933

PCP-310 485 Quarta-feira 27 12 1933 3 BFP_RS

PCP-311 486 Quinta-feira 28 12 1933

Page 63: O Trio Paranaense (1932-1934)

62

TABELA 1 – PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934

(conclusão)

Código Edição Dia da Semana Dia Mês Ano Páginas Tema Encontrado

PCP- 312 487 Sexta-feira 29 12 1933

PCP- 313 489 Sábado 30 12 1933

PCP-314 490 Domingo 31 12 1933 3-9 PRB2-IMP-BB-RD

1934

PCP-315 491 Quarta-feira 03 01 1934

PCP-316 492 Quinta-feira 04 01 1934

PCP-317 493 Sexta-feira 05 01 1934

PCP-318 494 Sábado 06 01 1934

PCP-319 495 Domingo 07 01 1934 8 TP_8°conc_Feira

PCP-320 496 Terça-feira 09 01 1934 8 TP_8°conc_Feira

PCP-321 497 Quarta-feira 10 01 1934

PCP-322 498 Quinta-feira 11 01 1934

PCP-323 499 Sexta-feira 12 01 1934

PCP-324 500 Sábado 13 01 1934

PCP-325 501 Domingo 14 01 1934 2 PRB2

PCP-326 502 Terça-feira 16 01 1934

PCP-327 503 Quarta-feira 17 01 1934

PCP-328 504 Quinta-feira 18 01 1934

PCP-329 505 Sexta-feira 19 01 1934

PCP-330 506 Sábado 20 01 1934

PCP-331 507 Domingo 21 01 1934

PCP-332 508 Terça-feira 23 01 1934

PCP-333 509 Quarta-feira 24 01 1934 2 MC

PCP-334 510 Quinta-feira 25 01 1934

PCP- 335 511 Sexta-feira 26 01 1934

PCP- 336 512 Sábado 26 (27) 01 1934

PCP-337 513 Sábado 27 01 1934

PCP-338 514 Domingo 28 01 1934 7 PRB2_Marc

PCP-339 515 Terça-feira 30 01 1934 2 BFP_RS

PCP-340 516 Quarta-feira 31 01 1934 6 TP_9°conc_HGG

PCP-341 517 Quinta-feira 01 02 1934 4 MC_NR

PCP-342 518 Sexta-feira 02 02 1934 7 MC

PCP-343 519 Sábado 03 02 1934

PCP-344 520 Domingo 04 02 1934

PCP-345 521 Terça-feira 06 02 1934

FONTE: O autor (2014) - Pesquisa realizada na Fundação Biblioteca Digital online

NOTA: Disponível em:<http://memoria.bn.br/DOCREADER/DOCREADER.ASPX?BIB=171395>As informações em itálico se referem aos artigos contendo o tema TRIO PARANAENSE

Page 64: O Trio Paranaense (1932-1934)

63

ANEXO 4

TABELA 2 – ARTIGOS SOBRE O GRUPO TRIO PARANAENSE EM PESQUISA REALIZADA NO PERIÓDICO CORREIO DO PARANÁ ENTRE EDIÇÕES AS 175 E 510 DOS ANOS DE 1932 À 1934

Código EdiçãoDia da

SemanaDia Mês Ano Página Tema do artigo encontrado

1932

TP_PCP - 01 175 quarta-feira 14 12 1932 8TP – comentário antes do 1° concerto

TP_PCP - 02 176 quinta-feira 15 12 1932 8TP – dia da realização do 1° concerto

TP_PCP - 03 177 sexta-feira 16 12 1932 8TP – comentário após realização do 1° concerto

TP_PCP - 04 178 segunda-feira 19 12 1932 32TP – página especial dedicadaao grupo

1933

TP_PCP - 36 211 quarta-feira 25 01 1933 4TP – Comentário realização doconcerto

TP_PCP - 59 234 quarta-feira 22 02 1933 3TP – dia da realização do 2° concerto

TP_PCP - 60 235 quinta-feira 23 02 1933 5TP – comentário após realização do 2° concerto

TP_PCP - 114 288 terça-feira 02 05 1933 4TP – dia da realização do 3° concerto

TP_PCP -162 336 quinta-feira 29 06 1933 5TP – dia da realização do 4° concerto

TP_PCP – 214 391 quarta-feira 30 08 1933 5TP – comentário antes do 5° concerto

TP_PCP – 261 437 quinta-feira 26 10 1933 4TP – comentário antes do 6° concerto

TP_PCP – 262 438 sexta-feira 27 10 1933 4TP – dia da realização do 6° concerto

TP_PCP – 263 439 sábado 28 10 1933 7TP – comentário após realização do 6° concerto

TP_PCP – 297 472 sexta-feira 08 12 1933 2TP – Exposição Feira Inter Estadual de Curitiba – concerto TRIO PARANAENSE

TP_PCP – 302 477 quinta-feira 14 12 1933 3TP – comentário antes do 7° concerto

TP_PCP – 305 480 domingo 17 12 1933 3TP – comentário após realização do 7° concerto

1934

TP_PCP – 319 495 domingo 07 01 1934 8TP – Exposição Feira Inter Estadual de Curitiba – 8° concerto

TP_PCP – 320 496 terça-feira 09 01 1934 8TP – Exposição Feira Inter Estadual de Curitiba – comentário após 8° concerto

TP_PCP – 340 516 quarta-feira 31 01 1934 6TP – Homenagem_realização 9° concerto

FONTE: O autor (2014)NOTA: Pesquisa realizada na Fundação Biblioteca Digital online – Periódico Correio doParaná_disponível em:<http://memoria.bn.br/DOCREADER/DOCREADER.ASPX?BIB=171395>

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ANEXO 5

TABELA 3 – ARTIGOS SOBRE O GRUPO TRIO PARANAENSE EM PESQUISA REALIZADA NOPERIÓDICO GAZETA DO POVO ENTRE EDIÇÕES 4846 E 5067 DOS ANOS DE 1932 À 1933

Código EdiçãoDia da

SemanaDia Mês

Ano daEdição

Ano doPeriódico e

página

Tema do artigoencontrado

1932

TP_PGP - 01 4846 quarta-feira 14 12 1932 XIV – p. 3TP – antecipação do 1° concerto

TP_PGP – 02 4847 quinta-feira 15 12 1932 XIV – p. 3TP – dia da realização do 1° concerto

TP_PGP - 03 4848 sexta-feira 16 12 1932 XIV – p. 8TP – Comentário sobre realização do 1° concerto

1933

TP_PGP – 04 4904 quarta-feira 22 02 1933 XV – p. 3TP – dia da realização do 2° concerto

TP_PGP – 05 5010 quinta-feira 29 06 1933 XV – p. 6TP – dia da realização do 4° concerto

TP_PGP – 06 5066 quarta-feira 30 08 1933 XV – p. 3TP – Comentário da transferência de data do 5° concerto

TP_PGP – 07 5067 sexta-feira 01 09 1933 XV – p. 6TP – dia da realização do 5° concerto

FONTE: O autor (2014)

NOTA: As informações apresentadas foram coletadas na Biblioteca Pública do Paraná – BPP (setorde obras raras – 2° andar – CURITIBA/PR)

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65

ANEXO 6

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66

Page 68: O Trio Paranaense (1932-1934)

67

ANEXO 7

TABELA 5 – COMPOSITORES TOCADOS NOS CONCERTOS DO TRIO PARANAENSE

Código Compositores Século

TP_C - 01 Franz Schubert (1797-1828) XVIII - XIX

TP_C - 02 George Friederic Handel (1685-1759) XVIII

TP_C - 03 Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) XVIII

TP_C - 04 Jean-Marie Leclair (1697-1764) XVIII

TP_C - 05 Joseph Haydn (1732-1809) XVIII

TP_C - 06 Ludwig van Beethoven (1770-1827) XVIII - XIX

TP_C - 07 Luigi Boccherini (1743-1805) XVIII

TP_C - 08 Alberto Nepomuceno (1864-1920) XIX - XX

TP_C - 09 Anton Rubinstein (1829-1894) XIX

TP_C - 10 Antonin Dvorak (1841-1904) XIX - XX

TP_C - 11 Camille Saint-Saens (1835-1921) XIX - XX

TP_C - 12 Charles Gounod (1818-1893) XIX

TP_C - 13 Felix Mendelssohn (1809-1847) XIX

TP_C - 14 Frédéric Chopin (1810-1849) XIX

TP_C - 15 Fritz Kreisler (1875 - 1962) XIX - XX

TP_C - 16 Giacomo Orefice (1865 - 1922) XIX - XX

TP_C - 17 Giacomo Puccini (1858-1924) XIX - XX

TP_C - 18 Giuseppe Martucci (1856-1909) XIX - XX

TP_C - 19 Gustav Lazarus (1861-1920) XIX - XX

TP_C - 20 Henrique Oswald (1852-1931) XIX - XX

TP_C - 21 Issac Albéniz (1860-1909) XIX - XX

TP_C - 22 Johannes Brahms (1833-1897) XIX

TP_C - 23 Jules Massenet (1842-1912) XIX - XX

TP_C - 24 Karl Roeder (1860-1933) XIX - XX

TP_C - 25 Manuel de Falla (1876-1946) XIX - XX

TP_C - 26 Nikolay Rimsky-Korsakov (1844-1908) XIX - XX

TP_C - 27 Oscar Lorenzo Fernández (1897-1948) XIX -XX

TP_C - 28 Pyotr Tschaikowski (1840-1893) XIX

TP_C - 29 Robert Schumann (1810-1856) XIX

TP_C - 30 Sergei Rachmaninoff (1873-1943) XIX - XX

FONTE: O autor (2014)

NOTA: Informações extraídas do periódico Correio do Paraná. Disponível em:<http://memoria.bn.br/DOCREADER/DOCREADER.ASPX?BIB=171395>

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ANEXO 8

LOGO MARCA TRIO PARANAENSE CRIADA PARA DIVULGAÇÃOFONTE: REVISTA Referência em Planejamento - 1980

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69

ANEXO 9

TRIO PARANAENSE - JOVENSFONTE: Museu da Imagem e do som de Curitiba (MIS/PR)

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70

ANEXO 10

TRIO PARANAENSE – SENHORAS (Possivelmente a última apresentação do grupo)FONTE: Museu da Imagem e do som de Curitiba (MIS/PR)

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71

ANEXO 11

Primeira página da obra CÉU AZUL composta para o TRIO PARANAENSE - Renée Devraine FrankFONTE: Museu da Imagem e do som de Curitiba (MIS/PR)

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72

ANEXO 12

Programa de concerto original da apresentação de 17 de abril de 1933 realizado no ClubeRionegrense

FONTE: Museu da Imagem e do som de Curitiba (MIS/PR)

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6 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

6.1 LIVROS, TESES E DISSERTAÇÕES

ANZE, Melissa. Sociedade Pró-Música de Curitiba (SPMC): análise histórico-social da música erudita na capital paranaense (1963-1988). Dissertaçãoapresentada ao programa de Pós-Graduação em Música da UFPR, sob orientaçãodo professor Dr. Álvaro Carlini. Curitiba, 2010. 149f.

BARREIROS, Pedro Miguel Cepeda Marques. Associativismo e práticas comoveículos de integração dos imigrantes. 103 f. Dissertação (Mestrado em ServiçoSocial), Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2010.

ELIAS, Norbet. Os estabelecidos e os outsiders: Sociologia das relações depoder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar,2000.

GROUT, Donald; PALISCA, Claude. História da música ocidental. Lisboa: Gradiva,1994.

JUSTUS, Liana M. Práticas, platéias e sociabilidades musicais em Curitiba nasprimeiras três décadas do século XX. Dissertação de mestrado apresentada aoPrograma de Pós-Graduação em História da UFPR, sob orientação do professor Dr.Marcos Napolitano. Curitiba, 2002. 240 p.

MEDEIROS, Alan Rafael de. SOCIEDADEDE CULTURA ARTÍSTICA BRASÍLIOITIBERÊ (SCABI): Promoção da música sinfônica erudita em Curitiba por meioda Orquestra Sinfônica da SCABI(1946-1950). Dissertação apresentada aoPrograma de Pós-Graduação em Música da UFPR, sob orientação do professor Dr.Álvaro Carlini. Curitiba, 2011. 169f. :il., tabs.

MENON, Fernando. Jeunesses Musicales e sua representação civil no Paraná:Juventude Musical Brasileira 8ª Região PR / SC - Setor do Paraná (1953-1963).153 f. Dissertação (Pós-Graduação em Música) Universidade Federal do Paraná,Curitiba, 2008.

PEREIRA, Magnus Roberto de Mello. Semeando iras rumo ao progresso:(ordenamento jurídico e econômico da Sociedade Paranaense, 1829 – 1889).Curitiba: Ed. Da UFPR, 1996.

PROSSER, Elizabeth Seraphim. Cem anos de sociedade, arte e educação emCuritiba: 1853-1953: da escola de belas artes, indústrias, de Mariano de Lima, àUniversidade do Paraná e a Escola de Belas Artes do Paraná. Curitiba: ImprensaOficial, 2004b.

SAMPAIO, Marisa Ferraro. Reminiscências Musicais de Charlotte Frank. Curitiba:Ed. Lítero Técnica, 1984.

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74

SANTANA, Jorge Luiz. Rompendo barreiras: Enedina, uma mulher singular. 73 f.Monografia (Bacharelado em história - memória e imagem) – Setor de CiênciasHumanas Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.

VIEIRA, Adriana Lemes Dias. O Piano nos Trios de Estércio Marquez Cunha. 133 f. Dissertação (Mestrado em Música), Universidade Federal de Gôias, Escola de Música e Artes Cênicas, Goiânia, 2013. ( p. 22-24)

6.2 ARTIGOS

ANZE, Melissa. CARLINI, Álvaro Luiz Ribeiro da Silva. Morigeração Cultural emCuritiba (PR), Século XX: O papel das sociedades artísticas na formação do gostode música erudita. In: Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música, XIX, 2009, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPR. DeArtes, 2009.p. 261-264 Disponívelem:<http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_2009/II_MusicologiaHistoricaeEsteticaMusical.pdf>. Acesso em: 23/09/2014.

CALZZANI, José A. J. Projeto de catalogação e digitalização: o trio paranaense(1932-1950), Curitiba/PR. In: Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música, XXIII, 2013, Natal. Anais... Natal: UFRN. 2013. Disponívelem:<http://www.anppom.com.br/congressos/index.php/ANPPOM2013/Escritos2013/paper/view/2451/578>. Acesso em: 15/03/2014.

CARLINI, Álvaro L.R.S. Sociedade Bach de São Paulo (1935-1977) e Sociedadede Cultura Artística Brasílio Itiberê (1944-1976): Histórico das entidades. IIIFórum de Pesquisa Científica em Arte, Escola de Música e Belas Artes do Paraná,Curitiba, p.10-11, 2005.

CASTAGNA, Paulo. Avanços e Perspectivas Na Musicologia Histórica Brasileira.Revista do Conservatório de Música da UFPel, Pelotas, n°1, p. 32-57, 2008.

_______________. Musicologia brasileira e portuguesa: a inevitável integração.Revista da Sociedade Brasileira de Musicologia, São Paulo, n.1, p.64-79, 1995.

NEVES, José Maria. Alguns problemas da musicologia na América Latina. IISIMPÓSIO LATINO-AMERICANO DE MUSICOLOGIA, Curitiba, 21-25 jan. 1998.Anais... Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 1999. p.175-189.

NICOLAZZI, Fernando. A Fabricação do Sorriso: Ortodontia social em Curitiba navirada dos séculos XIX e XX. KLEPSIDRA-Revista Virtual de História, São Paulo,Vol. 1, N. 3, 2000. Disponível em:<http://www.klepsidra.net/klepsidra3/cidadesorriso.html>. Acesso em: 04/04/2014.OLIVEIRA, A. L. G.; OLIVEIRA, L. F.; TOFFOLO R. G. Crítica da musicologia eapontamentos da fenomenologia. In: Simpósio de Cognição e Artes Musicais, 4.,2008, São Paulo. Anais... São Paulo: Paulistana, 2008. p. 399-406.

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6.3 LIVROS TÉCNICOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – Série Normas para apresentação dedocumentos científicos, vol.1-9, Sistemas de Bibliotecas. Curitiba: Ed. UFPR,2007.

6.4 SITES DE INTERNET E PERIÓDICOS

Biblioteca Nacional Digital. Disponível em:<http://memoria.bn.br/hdb/periodico.aspx>. Acesso em: 26/07/2013.

Biografia de Bertha Lutz (1894-1976). Bióloga e ativista feminina. Disponível em:<http://www.cnpq.br/web/guest/pioneiras-view/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/902173>. Acesso em29/09/2013.

OPERETAS. In: WIKIPÉDIA. Opereta. Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Opereta>. Acesso em: 18/07/2014. Sites

REVISTA RERERÊNCIA em planejamento, Curitiba: V.3, n°13 – outubro/dezembro,1980.

6.5 ARTIGOS NO PRELO

MEDEIROS, Alan Rafael de; CARLINI, Álvaro Luiz Ribeiro da Siva. RomualdoSuriani (1880-1943): atividade musical do maestro italiano em Curitiba, entre 1912-1940. In: Simpósio de Pesquisa em Música da UFPR, 6., 2013, Curitiba. Anais...Curitiba, 2008. (Anais no prelo).