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Morre Nilton Leal Maria Lixo na rua Moradores da Estrada do Nazário recla- mam do excesso de lixo presente na lateral da via. Diversos tipos de resíduos são abandonados diariamente no local. O ex-vereador faleceu no último sábado, 15. Considerado por muitos como um exemplo de moral e ética, Nilton foi um grande entusiasta da cultura na cidade. Canoas, 21 a 27 de dezembro de 2012 Edição n° 2527 Fundado em 29.07.66 R$ 1,50 Pág. 15 Pág. 13 SANEAMENTO BÁSICO Mais um ano está chegando ao seu final, trabalhamos muito, mas reconhecemos que há muito que fazer. Deus nos tem dado esta oportunidade de poder realizar algo para o bem comum. O meu desejo é que, ao finalizar este ano, nossas forças sejam renovadas por Deus, para juntos continuarmos levando uma pa- lavra de ânimo e de coragem para nosso próximo. Quero expressar meus sinceros votos de um feliz Natal e próspero Ano Novo a todos meus irmãos canoenses. No amor fraternal do amigo e deputado Jurandir Maciel. “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” Lucas: 2:14 Assembleia Legislativa Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre CEP: 90010-300 - 3º andar - sala 306 - Fone: (51) 3210.1160 e-mail: [email protected] ISSO SIM É O FIM DO MUNDO! Canoas ainda tem famílias vivendo sem água encanada Pág. 5 Pág. 7 PROFECIA MAIA Enfim, o 21 de dezembro chegou

O Timoneiro - Edição 2527

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O Timoneiro - Edição 2527

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Page 1: O Timoneiro - Edição 2527

Morre Nilton Leal Maria Lixo na ruaMoradores da Estrada do Nazário recla-mam do excesso de lixo presente na lateral da via. Diversos tipos de resíduos são abandonados diariamente no local.

O ex-vereador faleceu no último sábado, 15. Considerado por muitos como um exemplo de moral e ética, Nilton foi um grande entusiasta da cultura na cidade.

Canoas, 21 a 27 de dezembro de 2012

Edição n° 2527Fundado em 29.07.66

R$ 1,50

Pág. 15 Pág. 13

SANEAMENTO BÁSICO

Mais um ano está chegando ao seu final,trabalhamos muito, mas reconhecemos que há muito que fazer.

Deus nos tem dado esta oportunidade de poder realizar algo para o bem comum.

O meu desejo é que, ao finalizar este ano, nossas forças sejamrenovadas por Deus, para juntos continuarmos levando uma pa-

lavra de ânimo e de coragem para nosso próximo.Quero expressar meus sinceros votos de um feliz Natale próspero Ano Novo a todos meus irmãos canoenses.

No amor fraternal do amigo e deputado Jurandir Maciel.

“Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” Lucas: 2:14

Assembleia LegislativaPraça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre

CEP: 90010-300 - 3º andar - sala 306 - Fone: (51) 3210.1160e-mail: [email protected]

ISSO SIM É O FIM DO MUNDO!

Canoas ainda tem famílias vivendo sem água encanada

Pág. 5

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PROFECIA MAIA

Enfim, o 21 de dezembro chegou

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CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012 I POLÍTICA I O TIMONEIRO I 3

SAÚDE SEM SAÚDEVerdadeiros sacrifícios que os funcionários municipais

lotados na Secretaria da Saúde estão sendo submetidos para exercerem as suas funções com dignidade.

Desde o dia 7 de novembro, a Secretaria da Saúde está funcionando na rua Dr. Barcelos, nº 1600, prédio locado desde outubro de 2011 a 59 mil reais mensais (ou seja, 706 mil reais jogados fora por incompetência administrativa).

Desde então, vários funcionários que lá trabalham tiveram desmaios devido ao calor insuportável que ocorre lá dentro. Existem setores que trabalham onde antes estava localizada a piscina, cuja cobertura é de telha de amianto, e foi colocada uma finíssima camada de forro de PVC. Desde o dia 7 de novembro, no mínimo sete pessoas já passaram mal, apresentando inclusive desmaios. O local não dispõe de ar-condicionado, tendo sido utilizados ventiladores, que na sua maioria são de propriedade dos próprios funcionários. O único local que dispões de ar-condicionado é o gabinete do Secretário.

Funcionários foram ADVERTIDOS, pois reclamaram das condições de trabalho. Sendo-lhes dito que “se nem nas suas casas têm ar-condicionado, querem ter no trabalho”. Dentre os setores que estão submetidos ao calor excessivo está inclusive a Unidade de Saúde do Trabalhador, setor da vigilância em saúde responsável pela fiscalização das condições de trabalho dos trabalhadores em geral.

Quinta-feira, dia 20, às 13 horas, o termômetro marcava 38 graus. No telhado, a temperatura aproximava-se dos 42 graus.

A exaustão é a consequência mais comum naquelas pessoas que ficam expostas ao calor por várias horas, ocorrendo perda excessiva de líquidos através do suor, que causa fadiga, fra-queza e as vezes colapso. A internação ocorre quando a pessoa fica exposta ao calor excessivo, também por várias horas, não transpirando o suficiente para fazer baixar a temperatura do corpo. Pode ocorrer um aumento rápido da frequência cardíaca, diminuição da frequência respiratória, confusão mental e perda de consciência é considerada emergência médica.

Podem ocorrer câimbras, convulsões e inclusive o Acidente Vascular Cerebral, popularmente conhecido como derrame, tais informações técnicas foram colhidas com especialistas.

RECLAMAÇÕESRecebi as seguintes reclamações de leitores, as quais repasso:“Gostaria que os políticos analisassem o movimento de

carros na rua Bruxelas em Niterói, ela não comporta duas mãos de trânsito para o bairro indústria.

Moramos há 40 anos e pagamos o asfalto e só ganhamos movimento que não dá nem para dormir.”

“Necessário uma sinaleira na rua Bagé com Venâncio Aires; motivo é a proximidade com a estação do Trensurb para passa-gem de pedestre.”

GRACINHAO conselheiro Odil Gomes, um grande conhecedor e de-

fensor do sistema SUS, está estranhando o comportamento do Hospital Nossa Senhora das Graças, quanto ao atendimento com os pacientes do SUS.

A entidade fechou a maternidade do hospital em junho de 2010, alegando que aquele tradicional serviço criado por dona Neuza, esposa do ex-gGovernador Brizola, dava prejuízo finan-ceiro, embora tivesse um grande cunho social.

Agora, para beneficiar algumas pessoas, criam um caríssimo sistema bariátrico, que dará também prejuízo ao hospital.

Odil salienta que o Hospital Nossa Senhora das Graças

[email protected]

“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer quese publique. Todo o resto é publicidade”

George Orwell

Quaisquer semelhanças com fatos, dados, nomes ou pessoas conhecidas, relacionados com esta estória, é simplesmente mera coincidência, ou produto da inteligência fantasiosa ou excepcional do leitor.

Cidade do Faz de Conta

está fugindo aos objetivos de sua criação, que era beneficiar as populações mais carentes da cidade.

POLÍBIOVai para a segunda edição o livro “CABO DE GUERRA”,

lançado no dia 7 de novembro pelo jornalista Políbio Braga, no Hotel Sheraton, em Porto Alegre.

A primeira edição foi de 2 mil exemplares, contra o en-frentamento político entre a ex-governadora Yeda e as forças parlamentares e extra parlamentares, que o jornalista chama de: “Eixo do mal”. O livro já foi lançado em oito municípios do Rio Grande do Sul.

Li, gostei e recomendo.

CANDIDATURASO empresário e ex-presidente do Sindicato do Comércio,

Robson Medeiros, tem seu nome indicado para concorrer a deputado federal pelo PMDB. Tem futuro.

O vereador mais votado Ayrton de Souza (PP) já está em campanha para deputado estadual na composição que lançara Ana Amélia lemos para o Governo do Estado.

O vereador Patrício do PSD foi convidado pelo deputado Danrley para concorrer a deputado federal.

TRIBUNA LIVREJá corre na cidade a relação de assinaturas, são necessárias

10.480 para apresentar o Projeto de Lei, a Lei Orgânica Mu-nicipal, que cria a Tribuna Livre na Câmara de Vereadores. A justificativa do projeto: “A cada dia a sociedade exige maior participação nas decisões do poder do Estado. Os movimentos sociais, a sociedade civil organizada, as entidades e organiza-ções de classe não aceitam mais que a representação seja feita, única, exclusiva e restritivamente pelo Poder Legislativo. Que-remos que a vontade popular, sem intermediários, seja ouvida na Casa Legislativa do nosso município. Ter voz é importante porque alguns representantes se omitem, colocando interesses partidários, cargos e compromissos pré-eleitorais à frente da necessidade da sociedade. Muitas cidades deste país já criaram a chamada “Tribuna Popular”, que é um espaço, dentro do ce-nário da Casa Legislativa, que durante suas sessões a sociedade pode se manifestar, denunciar, propor lei, expor problemas e buscar soluções em prol do município e os munícipes. Com esta vontade, coletamos as assinaturas necessárias, exigido por lei, para apresentar projeto de lei que institui a Tribuna Popular na

Câmara Municipal de Canoas e dá outras providências, entre elas, a necessária alteração do regimento interno da Câmara para fazer cumprir a lei orgânica municipal.”

PROCURADORIAFonte bem informada me garante que a procuradora Tatiana

Carpter deverá deixar a Procuradoria Geral do Município, e no seu lugar será nomeado o advogado de Porto Alegre Paulo Torelly, filiado ao PT de Porto Alegre. Os advogados canoenses serão convidados para assistir a posse.

DÚVIDACidadão canoense representou no Ministério Público Fe-

deral e no Ministério de Contas contra o custo da execução de construção civil das etapas A e B do Hospital Nossa Senhora das Graças, conforme tomada de preços de três empresas, que anexou à denúncia. O cidadão canoense salienta irregularidades no custo e na execução do contratado.

O material foi protocolado na última semana.

PESQUISATem uma pesquisa circulando, com diversas perguntas sobre

política municipal, e entre elas a seguinte: QUAL A DIFERENÇA ENTRE O GOVERNO RONCHET-

TI E O GOVERNO JAIRO JORGE?Minha resposta foi que um começou primeiro que o outro.

MARINA SILVA A DataFolha da última semana comunicou uma pesquisa,

que teve repercussão nacional. A pergunta é: Se as eleições fossem hoje, em quem você

votaria para presidente? Num cenário em que aparece Dilma com 57%, a segunda

colocada é Marina Silva, com 18%, depois Aécio Neves com 14%. No outro cenário, aparece Lula com 56%, Marina Silva com 18%, Joaquim Barbosa 9% e Aécio Neves com 11%.

O que impressiona é que Marina Silva, sem partido político e fora da mídia por dois anos, mantém firme a sua base eleitoral e é fortíssima candidata ao segundo turno.

A canoense Gisele Uequed, amiga de Marina Silva, lembra-me que quando ela esteve em Canoas, durante o processo eleitoral de 2012, na caminhada pelo calçadão, já sentiu esse apoio popular.

CRISELÍDER DA OPOSIÇÃO: Chamei vocês aqui pra gente discutir o nosso

futuro. A nossa situação é crítica. Pelo jeito, vamos ser extintos aqui na CI-DADE DO FAZ DE CONTA. O prefeito está comprando todo mundo. Compra políticos, empresários, jornalistas, dizem que ele tem até na gaveta caras dos serviços de informações. Nós temos que tomar uma decisão.

OPOSICIONISTA: Nós não temos que tomar decisão nenhuma, temos que continuar nosso processo de fiscalização. Não se iluda, se você está com medo ou louco pra se vender também é bom que seja mais claro, e pare de querer nos enrolar.

LÍDER DA OPOSIÇÃO: Não é isso não, eu só quero examinar o que fazer, até porque somos poucos e alguns dos nossos acham que é melhor aderir ao governo da CIDADE DO FAZ DE CONTA, porque assim fica toda a cidade no governo e é mais fácil para combatê-lo por dentro.

VELHO OPOSICIONISTA: Essa sua conversa de “cantiflas” só tem um objetivo: participar da corrupção, levar uma beirinha e impedir qualquer fiscalização. Isto não vai acontecer, porque se os políticos profissionais se venderem, e parece que isso vai acontecer, o povo vai organizar a oposição aqui na CIDADE DO FAZ DE CONTA. Não tenho dúvidas que a juventude e as pessoas de bem não estão de acordo com essa corrupção. Aliás, tenho cer-teza que estão irritadíssimos e querem alternativas para fiscalizar o governo.

ASSESSOR DO LÍDER DA OPOSIÇÃO: Só para informar, ontem estive conversando com assessores dos vereadores da base e eles me propuseram uma secretaria e 10 cargos nas autarquias e fundações. São cargos que permitem nossos indicados terem boa remuneração e ajudarem no caixa do partido. Se a gente não pode fazer nada, ao menos vamos proteger alguns companheiros para que a gente possa sobreviver. É importante saber que a gente não é herói para salvar o mundo e ficar sozinho contra essa máquina

rica do governo da CIDADE DO FAZ DE CONTA. MOÇA OPOSICIONISTA: Esse seu comportamento é canalha. Vocês

iludiram o povo dizendo que iam fiscalizar essas mutretas do governo da CIDADE DO FAZ DE CONTA e agora estão se vendendo por 30 moedas. Se vocês fizerem isso vamos denunciá-los e vamos tomar iniciativas de rua para que a sociedade da CIDADE DO FAZ DE CONTA saiba dos escândalos e que vocês não querem investigar nada, ao contrário, querem participar do saque.

LÍDER DA OPOSIÇÃO: Calma. Nós só estamos ouvindo opiniões. Não podemos desconhecer que eles são fortes...

MOÇA DA OPOSIÇÃO: São fortes, mas não são eternos. Outros viga-ristas também eram fortes até serem descobertos. E não se iludam, não tem crime perfeito, mais cedo ou mais tarde eles vão ser pegos num erro, numa fraqueza, ou numa divisão da corrupção.

JORNALISTA: Eu estou assistindo tudo. Fico com muita vergonha dos políticos, eles têm medo de tudo, têm preguiça, não querem se atritar com ninguém e ficam sempre esperando uma beirinha. Acredito mais na juventude que tem princípios, que busca soluções para o povo e que não tem medo de enfrentar os poderosos de plantão. Sempre haverá um fascista querendo comprar todo mundo, mas sempre terá patriotas, que recusam ingressar na corrupção. Vou escrever sobre isso, só aguarda a decisão dos políticos da oposição, para denunciar. Não tenho dúvida nenhuma que estamos vivendo o momento de maior corrupção da história, aliás, estamos vivendo a ditadura da corrupção que compra alguns, capta outros e tenta intimidar os que não se vendem.

Enquanto isso, passava o carro de som cantando: “Apesar de você, amanhã há de ser um novo dia...”

SAÚDEO sistema de saúde do município está caótico. Não há

organização, falta planejamento, tudo na improvisação e muita terceirização, que dificulta a fiscalização.

Alguns estranham que o Hospital Nossa Senhora das

Graças realiza o maior atendimento pelo SUS e recebe pouco, enquanto o Hospital Universitário da Ulbra (que a Prefeitura delegou ao Mãe de Deus) trabalha muito menos e recebe muito mais. Ninguém consegue explicar isso, nem os conselheiros do Hospital Nossa Senhora das Graças, nem os representantes do conselho do município, muito menos a população.

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Interpretações do suposto calendário maia divi-dem a atenção mundial com assunto igualmente gran-dioso, que raramente tem concorrentes: o Natal. No entanto, os dois assuntos permitem que exercitemos pensamentos positivos e cheios de esperança. Tanto para místicos - que dizem que o 21 de dezembro de 2012 marca o início de um novo ciclo planetário -

quanto todos os que comemoram anualmente o 25 de dezembro - data do nascimento de Jesus Cristo, per-sonagem máxima do Cristianismo –, este período sim-boliza o recome-ço, o momento em que a humanidade deve se encher de

esperança e vigor para construir um mundo melhor, com pessoas melhores.

Sempre é hora de iniciar um ciclo positivo onde a coletividade ganha. Que a passagem destas datas sejam, portanto, marcadas pelo aumento de frater-nidade entre os povos, de todas as raças e etnias. Que o mundo acabe para todo tipo de maldade, de desigualdade e tristeza, e que o Natal seja de família reunida e muita saúde.

4 I O TIMONEIRO I OPINIÃO I CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012

Editorial

Azul Veremelho Amarelo Preto

Esperança

Diretor: Feres Jorge UequedRedator: Émerson VasconcelosDiagramação: Sinara DutraColaboradores: Daltiva Uequed e Priscila MuzykantCirculação: Celço Andreotti Redação: Av. Victor Barreto, 3056/3º andarSala 314 - Centro - Canoas - RS - Cep 92010-000Circulação SemanalFechamento comercial: Quintas-feiras, às 14 horasIMPRESSO: Gazeta do Sul S/A - Rua Ramiro Barcelos, 1.206Santa Cruz do Sul-RS.Filiado a ADJORI/RS Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, não traduzindo obrigatoriamente a opinião do jornal.

Editado por: CEDRO - Editora e Empresa de Comunicação Ltda. CGC/MF 02.347.932/0001-30

Fone/fax: 3032.3022 - 3472.3022 e-mail: [email protected]

site: www.otimoneiro.com.brEscritório comErcial Porto alEgrE

AV. CARLOS GOMES, 126/207 - HIGIENÓPOLIS - F.:8415.3142

Desde 1966 relatandoa história de Canoas

“Sempre é hora de iniciar um ciclo positivo onde a coletivi-dade ganha”

Dizia um velho sábio que o Direito é o bom senso (faculdade de julgar, raciocinar, entendimento, juízo, razão). Completava dizendo que o Direito às ordens da Justiça constrói o verdadeiro progresso.

Esse pensamento, que escutava quando guri, se aplica à divergência entre o Supremo Tribunal Federal e a Câmara dos Deputados. Aquele condenou os “mensa-leiros”, que furtaram dinheiro do povo. “Transitada em julgado” a condenação, determina a nossa Carta magna, deputado ou senador condenado perde o mandato. Está bem claro no artigo 55, inciso VI. Num raciocínio sim-ples, conclui-se que o STF não está cassando a ninguém, está é condenado. E à Câmara compete somente declarar a perda dos mandatos. Não lhe compete decidir, a Justiça já decidiu conforme as leis, não conforme interesses político-partidários.

A Câmara dos Deputados poderá sofrer a pior das derrotas, se quiser vencer em favor do corporativismo, dando abrigo a criminosos: será condenada, sem direito a recurso, pelo tribunal mais implacável, nestes dias de tanta desilusão com os políticos: a opinião pública, além de ser ré em outro tipo de processo judicial.

Bagagem“À imagem e semelhança do povo. Devemos

lembrar que, assim com o Homem foi feito à imagem e semelhança do Povo. Quem trair essa semelhança será castigo, se não agora, na história que será escrita”. (O Timoneiro, 11 de agosto de 1989).

Uma questão de bom senso

*Escritor, jornalista, editor dos Cadernos Canoenses, mantenedor da Fun-dação Cultural de Canoas, membro da Associação Canoense de Escritores,

da Associação Canoense de Comunicação Social e da Casa do Poeta

Canabarro Tróis filho*

Da Constituição de 1988 até 1990, em menos de dois anos, já estavam formatadas nas Leis 8080 e 8142/90, tendo na Presidência do Congresso o sr. Ulys-ses Guimarães. A emenda 29 do ano 2000 levou 12 anos para ser regulamentada através de Lei Complementar 141/2012. Durante este período, a coisa que mais se ouviu foi que, por falta de regulamentação da emenda 29, os últimos dez anos em nosso Rio Grande do Sul, as aplicações geraram em torno de 6%, deixando de ser aplicado em torno de 10 bilhões, quinhentos milhões, trezentos e quarenta mil reais, ou seja, foi a diferen-ça da não aplicação dos 12% previstos nas regras de emenda sendo 10% Federal, 12% dos estados e 15% dos municípios. Na verdade, a proposta SUS, com a grandiosidade do Controle Social, do povo exercendo a sua cidadania, fazendo valer que saúde é um direito do povo e dever do Estado. O que se vê na área política a nível nacional, o destaque foi o empenho de Ulysses, como muito poucos políticos, com sua visão do SUS.

Nosso CES/RS – Conselho Estadual de Saúde, desde 2003, vem insistindo, denunciando a não apli-cação dos 12% na saúde do RS. Agora, mesmo com a promessa de tal aplicação, ainda não temos a convicção que isso venha a acontecer, embora as promessas de governo. Por outro lado, lá no Ministério da Saúde, com dois anos de estudos na formatação dos pactos, contando nesses estudos com a representação nacional do municípios, além como da representação nacional dos secretários municipais de saúde. Concluído tais estudos em 2006, lançado livros com tais propostas, nosso Estado do RS não promoveu assinaturas dos pactos (Segue).

*Comunitarista

Retrospectivas dastruncagens do SUS

Foram os juízes do STF que classificaram o que os gestores (?) brasileiros estão fazendo no país, nos estados e nos municípios como “gestão tenebrosa,” seja lá o que possa significar esse termo. A julgar por Canoas, deve ser algo de difícil entendimento, sem lógica nem compro-misso com a ética, competência e outros que princípios.

Só algo assim explicaria fatos como os verificados aqui. Exemplos: a pobre e nada expressiva decoração natalina. Ainda bem que Gramado não pensou nisso an-tes, ou teria nos roubado a ideia. Uma decoração pobre, transformou o aniversário do ser mais importante para os cristãos em uma festa de plástico (sem plasticidade alguma), e ainda de mau gosto. Sabe-se lá o quanto custou aos contribuintes.

Outro ponto; agora (e somente agora), o ministro Joaquim Barbosa lembrou que a Justiça, às vezes, trata os brasileiros de forma desigual. Corajoso, ele é. Afinal, insurge-se contra quem o indicou. Quem não confia no “sapo barbudo’ teme que esteja querendo usar Barbosa para enfraquecer o nome de Dilma e, ele próprio acabe entrando “por fora” como a melhor alternativa. Deus nos livre de mais esta tragédia!

Quem moveu ação contra a CRT, na questão das ações, sabe que todas subiram para Segunda Entrâcia e, mesmo as vencedoras aqui, perderam no Supremo. Deta-lhe; a Brasil Telecom (sucessora da CRT) tem interesses de um dos filhos de Lula, este que nada sabe e nada viu...

A última e tenebrosa: vem aí a ‘Bolsa-Porrada’. Se-guinte: mulher espancada pelo marido receberá R$ 622/mês, dos cofres públicos, pagos, claro, pelo contribuinte. É mais um estímulo a quem não estuda nem trabalha, mas prefere viver de expedientes. Falando nisso: quando vai sair a Bolsa para aposentado pobre, baixinho, careca, feio e, além de todas essas desgraças, torcedor do São José?

Não é o fim do mundo?

*Jornalista

Inicia o nosso Verão, estação que exige muito cuidado com a saúde e com a pele. O calor proporciona condições ideais para a ocorrência de sintomas e doenças que podem abalar o bem-estar físico. Os mais comuns são aqueles que levam a perda de líquidos como a de-sidratação. O período também colabora para os casos de insolação.

Muita exposição ao sol e pele desprotegida podem causar desidratação. Ela ocorre de duas formas: quando o corpo elimina muito líquido e sais minerais através da transpiração excessiva e pela ingestão de alimentos contaminados ou mal conservados. Para evitar use roupas leves, prefira locais arejados e com sombra, não esqueça de ingerir bastante líquido e estar atento aos alimentos consumidos.

Cuidado com a insolação. Ficar muito tempo sob o sol, queima a pele, as células são destruídas e o líquido que fica entre elas é eliminado. Por isso é comum a pele apresentar cor vermelha e ardida e em estágios mais avançados e graves, leva à formação de bolhas. Muito sol causa o envelhecimento precoce e o aumento em 25 vezes da chance de a pessoa desenvolver câncer de pele. Use protetor solar, ele é um instrumento extremamente importante na prevenção do câncer de pele, que acomete muito mais a região da cabeça e do pescoço. O boné ou chapéu também é muito importante. E óculos de sol, de boa qualidade, para prevenir a catarata precoce. O filtro solar deve ser aplicado meia hora antes da exposição ao sol e reaplicado a cada duas horas ou após cada mer-gulho. Para não prejudicar a pele e a saúde, não tomar sol entre 11 e 17 horas, no horário de verão, e também evitar a prática de exercícios físicos nesse horário. É aconselhado também, tomar cerca de dois a três litros de água por dia, e usar protetor solar pelo menos 15 minutos antes da exposição do sol, repetindo a aplicação a cada duas horas. Não deixe que estes fatores atrapalhem seu verão, aproveite as dicas para se manter mais saudável. Seja no verão, primavera, outono ou inverno manter o corpo sadio é primordial para desfrutar o que as estações do ano têm de melhor.

*Médico e deputado estadual

Coisas para pensar... atéo fim do Mundo!

Verão: é hora de intensificar os cuidados com a saúde

José Fontes*

Diógenes Basegio*

Odil Gonçalves Gomes*

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CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012 I GERAL I O TIMONEIRO I 5

Falta de saneamento básico expõe calamidade de vilas

Somente 16% de domicílios canoenses contam com coleta e tratamento de esgotoPriscila Muzykant

Para uma cidade rica como Canoas, com o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado gaúcho, a falta de sane-amento básico é uma situação calamitosa e que prejudica o cotidiano de muitas pessoas que residem em vilas como Nancy Pansera e Araçá, por exemplo. Apenas 16% dos domicílios da cidade contam com coleta e tratamento de esgoto, dado divulgado pela Agenda 2020.

A auxiliar de serviços gerais Karina Gonçalves Tereza, 25 anos, é moradora da divisa entre Nancy Pansera e Pôr-do-Sol e conta que itens básicos como água, encanamento de esgoto e luz são serviços essenciais que não são contemplados como deveriam. “Água não tem. Luz também não. Aqui é uma área que ainda não foi regularizada e por conta disso é muito co-mum haver queda de luz. Mas nós é que acabamos sofrendo com essa situação”, fala Karina. De acordo com a moradora, o trecho em que reside é abaste-cido de dois em dois dias por caminhões-pipa, a fim de que os moradores da localidade possam ter acesso à água tratada.

“É comum ter alagamentos aqui. Muitas vezes nem é uma chuva tão forte, mas já é o suficiente para alagar as casas. Em um temporal que houve há poucos dias, minha casa chegou a ficar destelhada também, por

causa do vento que estava muito forte”, afirma Karina.

A falta de asfalto é outra difi-culdade, assim como a presença de acúmulo de lixo no local. O odor desagradável e bastante forte, é oriundo em grande par-te da significativa quantidade de lixo presente na vila. “Aqui colocam de tudo. Desde móveis até bichos mortos”, desabafa.

A vida dos moradores da di-visa da Nancy Pansera e Pôr-do--Sol acaba por ser extremamente difícil, já que para atividades co-muns do cotidiano, como tomar banho, escovar os dentes e lavar roupas é preciso, frequentemen-te, um esforço para o acesso à água. “Muitas vezes tenho que tomar banho na casa de alguma vizinha que tenha água, é muito complicado”, fala Karina.

Vila AraçáNa vila Araçá, a situação

também é calamitosa, com es-goto a céu aberto e sem as con-dições adequadas de saneamento básico. “O esgoto do banheiro corre e vai em direção ao valão”, fala a dona de casa Magda Cri-xel, 50 anos, que mora em frente à uma vala, com forte odor e acúmulo de lixo. A dona de casa Rosi Rodrigues, 42 anos, afirma que a falta de encanamento de esgoto é uma grande dificulda-de vivenciada por moradores da vila Araçá. “Quando chove alaga tudo. Não podemos nem tentar melhorar alguma coisa

em nossas casas, pois não vale a pena. Disseram que seríamos removidos para outro local, mas até agora nada. Parece que o prazo para isso acontecer é até 2014. Esperamos melhorias há muito tempo. Precisamos de ajuda”, desabafa Rosi.

Muitas vezes a situação de alagamento é tão grave, que mo-radores precisam andar de galo-cha dentro de cada em virtude do volume de água que adentra nas residências. “Muitas vezes tive que usar bota ou galocha para andar dentro de casa. É terrível. Aqui não há saneamento básico. O esgoto fica correndo em frente às casas”, afirma Magda.

Odor desagradável, alaga-mentos em ocorrências de chu-vas e risco de contaminação pelo esgoto exposto são graves problemas pelos quais passam moradores de vilas que padecem por não contarem com coleta e tratamento de esgoto.

PromessasApós quatro audiências que

ocorreram nos quadrantes, a Secretaria de Meio Ambiente re-alizou na última terça-feira, 18, a audiência pública ampliada do Plano Municipal de Saneamen-to (Plamsab), que define todo o planejamento nesse âmbito para os próximos anos. A reu-nião ocorreu no Auditório Sadi Schiwtz, na sede da Prefeitura, e contou com a participação de 50 pessoas. A meta pretendida pela

Prefeitura é de que haja coleta e tratamento de esgoto em 70% dos domicílios do município, número bastante difícil de ser alcançado, já que em quatro anos da última gestão apenas 16% dos domicílios contam com o serviço.

A STE foi a empresa contra-tada para efetuar os estudos do Plamsab, que fez diagnóstico demonstrativo das principais fragilidades e dos investimentos que serão necessários para que Canoas atinja suas metas.

PlamsabO Sistema de Esgotos Sani-

tários é o conjunto de estruturas, equipamentos e instrumentos destinados a coletar, tratar e dispor os efluentes de forma a devolver ao sistema hídrico um efluente com qualidade compa-tível com o porte e a qualidade de água que deverá ter o corpo receptor final.

A partir de todos os aspectos citados, visando estabelecer uma análise ampla norteada na sobreposição de fatores rele-vantes ao presente estudo, este trabalho apresenta um diagnós-tico inicial do sistema de esgoto sanitário existente na cidade de Canoas, atendendo os marcos referenciais definidos na Lei No 11.445 de 05 de janeiro de 2007 - Saneamento Básico -, no que se refere ao diagnóstico do sistema de esgoto sanitário e seus respectivos impactos nas

O Plano Municipal de Saneamento Básico levará em consideração os seguintes critérios:

- Abastecimento de Água: constituído pelas atividades, infra--estruturas e instalações necessárias ao abasteci-mento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição.

- Esgotamento Sa-nitário: constituído pelas atividades, infra--estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequa-dos de esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o lançamento final no meio ambiente.

- Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urba-nas: conjunto de ativi-dades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de trans-porte, detenção ou reten-ção para o amortecimen-to de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urba-nas.

- Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos: conjunto de ati-vidades, infra-estruturas e instalações operacio-nais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário de varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.

ISTO SIM É O FIM!

População sofre com falta de encanamento para esgoto e pede por melhorias urgentes no saneamento básico, como nas vilas Nancy Pansera e Araçá

condições de vida da popula-ção. Aci estão apresentados os resultados do relatório referente ao diagnóstico do sistema de es-gotamento sanitário de Canoas.

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6 I O TIMONEIRO I OPINIÃO I CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012

A Era dos Extremos – O breve século XX –1914-1991, de Eric Hobsbawn

LIVROS

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Quo vadis?

Vidas breves

O aproximar das festas de fim de ano nos dá a chance de, findos os compromissos habituais, dedicarmo-nos àquelas leituras mais longas que planejamos durante o ano. Leituras ou releituras: segundo Borges, reler é mais importante do que ler, e o momento também é propício para tomarmos aquele livro que nos marcou e dar a opor-tunidade da surpresa com nossas novas percepções. Foi o meu caso. Neste final de ano, dediquei-me à releitura de um livro muito longo e muito querido, que li pela primeira vez há muito tempo, quando minha época para as leituras de fôlego era o ano todo. Este livro é “Quo Vadis”, do polonês Henryk Sinkiewicz, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1905.A história se passa no Roma do imperador Nero, no auge da perseguição aos cristãos, e centra-se no amor de Marcus Vinicius, patrício romano, por Lígia, uma cristã, algo deveras incomum naqueles tempos. A reconstrução his-tórica de Sinkiewicz é notá-vel, em especial o cuidado ao elaborar os personagens reais. Um deles é São Pedro, que aparece no livro como um homem cheio de dúvidas sobre o futuro do cristianismo diante de um mundo e uma época tão marcadamente anti-cristãos: é o São Pedro da lenda, presente na tradição cristã (mas não nos Evangelhos), segundo a qual o apóstolo, em fuga de Roma devido à perseguição, viu Cristo na Via Apia e perguntou-Lhe: “Quo vadis, Domine?” (“Para onde vai, Senhor?”). Ao que Ele teria respondido: “Para Roma, a fim de ser crucificado de novo, pois estás abandonando o Meu rebanho”. Envergonhado, São Pedro voltou e foi crucificado – de cabeça para baixo, pois não se julgava digno de morrer como Cristo. Devo dizer que, nesta minha releitura, feita às vésperas do Natal, a figura de São Pedro foi a que mais me im-pressionou.

Vidas Breves (Conrad Editora, 241 páginas) é o sétimo volume da série Sandman, de Neil Gaiman, editada no Brasil pela Conrad Editora. Para muitos, é o melhor de toda a coleção, e isso não quer dizer pouco num trabalho deste nível: Sandman está entre as melhores histórias em quadrinhos já escritas, e é um dos trabalhos responsá-veis pela progressiva mudança de concepção da crítica

erudita sobre o valor da arte seqüencial. Tanto é que Gaiman venceu – não sem protestos de outros concorrentes, é claro – o concorrido Prêmio H.P. Love-craft de Melhor Conto do Ano. O livro narra a história de uma busca. Com saudades do irmão que partiu há 300 anos, a instável Delírio deci-de encontrar seu paradeiro. Como Desejo e Desespero se negam a ajudá-la, Sonho, atormentado por mais uma desilusão amorosa, segue com ela nessa viagem pelo

Mundo Desperto. No entanto, as intenções do Senhor dos Sonhos são outras. Pelo caminho, encontrarão antigos deuses esquecidos pelos seus adoradores, humanos com séculos de vida, gente comum e até um parente que não gostariam de rever. E todos, cada um a seu modo, pagarão um preço por essa jornada. Com desenhos assinados por Elley Jones, Mike Dringen-berg e Matt Wagner, a obra reúne personagens e seres poderosos da mitologia mundial, que atuam como coad-juvantes na trama.

O livro lançado aqui no Brasil no ano de 1994, pela Cia. das Letras, contém 600 páginas. A obra apre-senta vastas e densas informações e análises sobre o período referenciado. O título já justifica a sua escolha, ou seja, o século XX foi de fato uma “era de extemos” devido à intensidade de seus acontecimentos cuja marcha vai de um extremo a outro. A vida humana no planeta assumiu um caráter intenso, parecendo que o século foi “breve”. Já na introdução, o autor lançar um olhar panorâmico sobre o século XX, onde enumera uma série de depoimentos de pessoas proeminentes em suas áreas apresentando as suas opiniões acerca da experiência de terem vivido nesse século.

A estrutura da obra está dividida em três partes conforme o autor explica na introdução. A primeira parte denominada “A Era da Catástrofe” compreende o período que vai de 1914 a 1945. Para o autor, após um longo período de “paz” e de poucos conflitos e guerras já a partir de meados do século XIX, o mundo mergulha numa era onde vários acontecimentos im-pactantes vão destronando “as bases e as certezas” que sustentavam as relações políticas, econômicas e inter-nacionais. Para Hobsbawn, o período das duas guerras mundiais é uma “era de guerra total”. É impossível não separar, pois uma é conseqüência e continuidade da outra, por razões já conhecidas historicamente. Além das guerras, nesta parte do livro encontramos títulos como “A Revolução Mundial”, onde o autor analisa todo o contexto da Revolução de Outubro que implan-tou o socialismo na Rússia em 1971, com projetos de extensão ao redor do mundo em confronto claro com o modelo capitalista então em crise. Sim, a crise do capitalismo é apresentada nos capítulos “Rumo ao abismo econômico”, “A Queda do Liberalismo”, “O Fim dos Impérios”, que trazem valiosas informações e análises em torno da “crise de 1929” e as causas que conduziram ao fim de uma época: o imperialismo eu-ropeu nos continentes Africano e Asiático. Ainda neste contexto, o autor reúne informações acerca do cerco ao “nazi-fascismo”, cujo capítulo “Contra o inimigo comum” mostra como tanto os capitalistas e os comu-nistas se uniram para liquidar o regime instalado na Europa. Em meio à Era da Catástrofe, o autor também reúne dados/tendências das “Artes entre 1914-15”, mostrando que mesmo assim o período foi rico em produções artísticas como cinema, pintura, literatura.

A segunda parte do livro chamada de “A Era do Ouro” vai de 1945 até a década de 70. São os anos dourados da “era de ouro” do capitalismo que produz conforto, bem-estar produzindo grande número de produtos industriais que vão chegando às casas das pessoas. Os dois sistemas capitalista e socialista se confrontam ideologicamente em meio à corrida ar-mamentista onde um tenta superar o outro criando medo e insegurança diante de um confronto com ar-mas atômicas: é a guerra fria. Apesar disso, a Era de Ouro é marcada por uma Revolução Social e Cultural, que vai integrando novas áreas do planeta através dos avanços tecnológicos das telecomunicações. Os chamados países subdesenvolvidos têm seu especo no capítulo “O Terceiro Mundo”, parcial e totalmente

excluídos das benesses da Era de Ouro capitalista. Já a vida das nações sob o jugo da “cortina de ferro” são analisadas através do texto “Socialismo Real” onde o autor nos brinda com valiosos informes sobre aspectos importantes da vida em países comunistas.

A terceira parte do livro analisa a crise que vai se instalando lentamente, já durante a década de 70, a partir dos impactos dos preços do petróleo e que

vai conduzindo ao “Desmoronamento” do sistema. São as “décadas de crise” dos anos 70 e 80 que vão conduzindo à incerteza dos anos 90. Há um capítu-lo que novamente analisa a “revolução no terceiro mun-do” que emerge em

meio a novos cenários. O capítulo “Morte à vanguar-da” traz valiosas informações sobre o mundo da arte após os anos 50. A ascensão das ciências naturais é retratada no espaço “Feiticeiros e Aprendizes”, onde o autor nos conduz pelos caminhos do “progresso cien-tífico” que explora novas veredas e olhares em meio a “verdades e certezas” que vão se consagrando. E finalmente, a gênese do “desmoronamento” do sistema socialista é retratada no espaço “O Fim do Socialismo” e com isso uma nova “era de incertezas” se descorti-na a partir dos anos 90. Agora, o sistema capitalista/ocidental imperante toma seu espaço através do que conhecemos por “avanço neo-liberal”. E finalmente, o último capítulo “Rumo ao milênio” analisa as grandes questões dos anos 90 e que vão construindo as tendên-cias do novo milênio que se aproxima rapidamente. Nesse contexto são contempladas questões como “O processo de globalização” em curso, acelerado pelo intensivo avanço tecnológico; a iminente “crise ambiental” que se avizinha com claros sinais de mu-danças climáticas, as questões não resolvidas como as guerras que continuam e o crescimento populacional do planeta, só para citar alguns dos grandes desafios.

Enfim, comentando, brevemente, o contexto da obra, vejo que se trata de um importante documento histórico produzido por um proeminente historiador que viveu a sua vida intensa e participativa no longo mas “breve” período do século XX. Além de ser um historiador formado na metodologia da análise mar-xista da história, Hobsbawn é mestre em reunir as diferentes linhas de interpretação histórica. Ao analisar o contexto político e econômico já vai trazendo à luz todos os contextos culturais onde se inserem os acon-tecimentos. O que fiz foi uma rápida explanação, mas o livro merece ser lido, relido e estudado pela riqueza de suas informações e análises que nos conduzem pelos principais fatos do século XX e o que é mais importan-te, nos contextos culturais onde foram presenciados.

*Colaborador

Nestor José Mayer*

Feliz Natal a todos os leitores desta coluna.

“se trata de um importante documento histórico produzido por um proeminente historiador que viveu a sua vida intensa e participativa no longo mas “breve” período do século XX”

Esta seção está aberta a todos os canoenses, a todos que queiram falar sobre nossa cidade. São duas páginas reservadas para a opinião por edição. Para participar, envie seu texto por correspondência eletrônica para o endereço [email protected], ou diretamente na redação do jornal, na rua Victor Barreto, 3056, sala 314, no Centro. A preferência é para os textos que tenham referência à cidade e que tenham, em média, 25 linhas.

Espaço Aberto

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CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012 I GERAL I O TIMONEIRO I 7

17 ANOS

Enfim, chegou o dia 21 de dezembro de 2012Data, segundo interpretação da profecia maia, marcaria o fim do mundo ou um recomeço

Émerson Vasconcelos

No final do século XX, mui-tos comentavam que o mundo acabaria na virada do milênio. O boato surgiu baseado em uma profecia de Nostradamus. No entanto, não havia um consenso se ele se referia à exata virada do ano ou a qualquer dia dos anos 2000 ou 2001. Na mesma época, acreditava-se que os computado-res do mundo inteiro poderiam parar com o chamado “bug do milênio”. O mundo não acabou e os computadores não pararam.

Logo depois que chegamos vivos a 2002, começou um novo boato: tudo acabaria em 2012. A evidên-cia seria uma profecia realizada pelos maias.

Embora muito se comente sobre o assunto nos últimos dias, poucos sabem a origem desta nova versão sobre o que poderia acontecer nesta sexta-feira. Du-rante a última semana, a equipe de reportagem de OT Niterói conversou com canoenses sobre o assunto e encontrou vários entrevistados que afirmaram não saber do assunto ou não acreditar

que algo possa ocorrer no dia 21. A professora Luciana Ortiz disse: “Isso é tudo fantasia, uma hora vai acabar, mas não será assim, tão de repente”. Já a atendente de restaurante Rafaela Lopes, usa argumentos religiosos para refutar a possibilidade: “Não acredito que irá acontecer agora só porque os homens estão dizen-do. Quem sabe disso é Deus, foi ele que começou e é ele que irá terminar”. No entanto, o número de pessoas que acreditam e estão preocupadas com o tema também é bastante considerável.

da cultura maia.

O calendárioMariane explica que o calen-

dário maia não era decimal como o que estamos acostumados. “Cada ciclo deles dura 20 anos e o atual começou em 1992, terminando em 21 de dezembro deste ano. Há um livro de Chilan Balam que fala sobre cidades destruídas no final deste ciclo."

Cultura destruídaMuito do que foi construído

pelos maias acabou destruído pe-los espanhóis. Tudo o que se sabe sobre eles é baseado em códigos que foram decifrados do pouco que sobrou das inscrições deixa-das pelo povo pré-colombiano. A inquisição destruiu as constru-ções e artefatos maias , mas um frei, chamado Francisco Jimenéz, resolveu preservar e traduzir o livro chamado de PoPol Vuh. A obra é um registro documental da cultura maia, produzido no século XVI, e que tem como tema o con-ceito de gênese do mundo sob a ótica deste povo. Outro registro posteriormente decodificado foi o chamado Código de Dresden. Há também coleções de textos atribuídas a um profeta maia chamado Chilan Balam

Mariane explica que em suas leituras encontrou várias inter-pretações para estes registros. “Alguns deles apontam que os maias previram as manchas so-lares, que alteram profundamente as condições climáticas da Terra.

Estas manchas agora estão com-provadas cientificamente”, conta.

Segundo ela, a interpretação de possibilidade de fim do mun-do ou de uma grande mudança ao final de um ciclo é baseada nos registros decodificados e se apóia especificamente em sete profecias maia. “São diversas as interpretações. O autor Divaldo Franco, por exemplo, entende que desde o tsunami que ocorreu na Indonésia em 2004 começou esta fase de transição e que 2012 é o ano para as pessoas se uni-rem”, cita.

MeditaçãoNesta sexta-feira, Mariane

pretende viajar para São Francis-co de Paula. Ela explica que em-bora muitas pessoas pretendam ir para lá por acreditar que o mundo realmente pode passar por uma grande catástrofe no dia 21, os motivos dela são outros. “Existe quem acredite que lá, por ser um lugar muito alto, seja possível escapar de um desastre natural. O meu interesse lá é meditar e repensar minhas atitudes em contato com a natureza”, explica.

Para Mariane, a data deve marcar o início de uma nova era, na qual as pessoas terão que escolher entre continuar vivendo de forma egoísta ou aproveitar a oportunidade para se integrarem mais umas às outras e à natureza.

Para esclare-cer aos nossos leitores a origem desta nova onda de previsões, con-versamos com a relações públicas Mariane Florên-cio, que há cer-ca de dois anos aprofunda-se em leituras a respeito

Pedra achada com suposto calendário maia

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8 I O TIMONEIRO I GERAL I CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012

Feira de Natal traz presentes diferentes ao Calçadão

A Feira de Natal da Economia Solidária come-çou na segunda-feira, 10, e segue até a véspera natalina, dia 24, no Calçadão de Canoas. No total são 42 bancas comercializando produtos de artesanato, vestuário e alimentação produzidos pelos artesãos e produtores do Fórum Municipal da Economia Solidária. As bancas ficam abertas das 8h até às 19h de segunda-feira a sábado. A feira é uma oportunidade para que artesãos possam fazer a exposição de seus produtos, contribuindo para que trabalhos diferenciados possam ser comercializados e adquiridos pelos consumidores.

Muitas pessoas aproveitam para conferir os produtos e para comprá-los no intuito de pre-sentear amigos com alguma lembrança ou para os indefectíveis amigos secretos de final de ano. A movimentação no local tem sido intensa, onde as pessoas têm muitas opções para presentear familiares e amigos.

Feira de Natal acontece no Calçadão e congrega produtos variados

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FELIZ NATAL DE MUITA PAZ,

AMOR E SOLIDARIEDADE.

Desejamos um

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Vila João de Barro promove sua 8ª Festa de Natal Com distribuição de comidas e brinquedos, festa teve atrações musicais

A comunidade da vila João de Barro teve uma tarde de festa e muita diversão no domingo, 16, com a realização da 8ª edição de sua festa comunitária de Natal. Com o tema Natal de Brinquedo, a ação contou com o apoio do Movimento Ação por Canoas (Maca). Foram arrecadados seis mil brinquedos que foram distri-buídos para as crianças da região.

A festa teve, ainda, distribui-ção de cachorro-quente, refrige-rantes, picolés, brinquedos inflá-veis e atrações musicais. Grupos de renome, como o Canta Brasil, e atrações como Luana Soft pas-saram pelo palco. Talentos locais como grupos de dança animaram a multidão.

Na sede da Associação de Mo-radores da Vila, a distribuição de brinquedos empolgava as crian-ças. Durante o evento os mora-dores receberam esclarecimentos sobre obras de asfaltamento de mais ruas e sobre a regularização das casas e terrenos.

A João de Barro é uma das áreas mais populosas do bairro

10 I O TIMONEIRO I GERAL I CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012

O presidente do PRB Canoas

agradece os votos de confiança nesta reeleição, e deseja

a todos um Ótimo 2013!

www.vereadorcesaraugusto.blogspot.comvereadorcesaraugusto@yahoo.com.br

@vercesaraugusto

/vereadorcesaraugusto

Niterói. A área destaca-se pela organi-zação apresentada desde a constituição da vila. Vários dos líderes comunitários

do Niterói são da João de Barro e trou-xeram diversas conquistas para a vila nas últimas décadas.

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CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012 I GERAL I O TIMONEIRO I 11

Shoppings entram no espírito natalino para atrair clientes

O comércio de shoppings é um importante segmento de vendas na cidade e é opção de mui-tos consumidores que vão fazer suas compras de Natal. Os shoppings do município oferecem muitas vantagens e um maior aparato de segurança, já que comumente esse serviço é contratado e conta com uma maior vigilância. O estacionamento é uma das vantagens comumente presentes em shoppings, sendo um fator considerado relevante para muitas pessoas, que se beneficiam da co-modidade de um local específico para estacionar veículos e ter um local mais seguro para o mesmo.

A decoração natalina desses espaços é outro ponto forte, algo que encanta os consumidores e que resgata muito do espírito natalino por meio dos ornamentos utilizados na simbologia do Na-tal. Nesse período, onde os índices de vendas esperados normalmente são altos por parte dos comerciantes, os lojistas fazem, muitas vezes, promoções e eventos variados a fim de cativar os consumidores.

VIA PORCELLOSegundo a administradora do shopping Via

Porcello, Cristiane Ribeiro, as vendas têm sido satisfatórias, com um contingente de aproximada-mente 13 mil pessoas que circula no local diaria-mente. De acordo com Cristiane, os consumidores vão até o shopping para fazer as suas compras natalinas e acabam, também, passando na praça de alimentação, que tem tido intenso movimento. “Agora estamos com horário estendido. Estamos abrindo às 9 e fechando às 21 horas. Nesse pró-ximo sábado o horário de funcionamento será das 9 às 20 horas e, no domingo, das 11 às 18 horas”, fala.

Outro atrativo do Via Porcello é a presença do Papai Noel que aborda e tira fotografias com as crianças, remetendo a todo o encantamento do Natal. Além disso, o Happy Hour é outra caracte-rística importante como estratégia para conquistar os consumidores e proporcionar um ambiente agradável aos mesmos. “Temos Happy Hour de segunda a sexta-feira, das 18 às 20 horas. Devido ao Natal, também teremos Happy Hour no sába-do, das 14 às 16 horas. Fazemos tudo isso para proporcionar bons momentos aos consumidores”, pondera a administradora do Via Porcello.

CONJUNTO COMERCIAL CANOASO Conjunto Comercial Canoas, embora apresente

uma grande decoração natalina, com belos atrativos que remetem ao Natal, não conta com nenhuma promoção comercial. Ainda que tenha apresentado vendas satisfatórias durante a época de final de ano, as lojas permanecem com seus horários e preços ha-bituais. O centro Conjunto Comercial traz a presença de um Papai Noel, Mamãe Noel e seus duendes para a alegria das crianças, que fazem seus pedidos e têm a oportunidade de tirar fotos. Ainda como atração, as crianças que visitarem o local poderão entreter-se com um homem fantasiado na perna de pau, subindo e descendo as rampas do centro convidando a todos para uma conversa com o Bom Velinho.

Praça de alimentação do Via Porcello é um dos espaços do shopping que mais tem apresentado movimento

CANOAS SHOPPINGO Canoas Shopping apresenta em 2012

uma decoração interativa. Para as crianças, a grande novidade é um urso de pelúcia que conversa e responde perguntas. A atração está localizada em frente à entrada para pedestres da rua Guilherme Schell. Os pe-quenos também podem encontrar o Papai Noel e outra atrações interativas na praça de eventos do shopping. Para os adultos, diver-sas lojas apresentam promoções natalinas e o shopping oferece um serviço de manobrista no estacionamento coberto. A ideia é otimizar o uso das vagas. O serviço está disponível no quarto andar do estacionamento.

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ENERGIAMAIS BARATA.

FUTURO MAIS RICO.

O Governo Federal decidiu, venceu obstáculos

e pode garantir: a conta de luz dos brasileiros vai baixar.

O Governo cortou impostos, taxas e tomou outras medidas,

porque o Brasil não pode continuar tendo uma das tarifas

mais caras do mundo. Essa redução no preço da energia

vai trazer mais emprego e mais desenvolvimento.

A maioria dos brasileiros apoia a decisão. O Brasil vai

crescer ainda mais rápido. E a gente vai crescer com ele.

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Estrada do Nazário cheia de lixo preocupa moradores

Local está sendo utilizado para descarte dos mais diversos tipos de materiais e não recebe limpezaÉmerson Vasconcelos

A equipe de reportagem do jornal O Timoneiro vi-sitou a estrada do Nazário na quarta-feira, 19, após receber denúncias de mo-radores de que a lateral da via estaria sendo utilizada para descarte de lixo. O problema está causando transtornos a quem mora na redondeza.

Segundo os moradores, embora alguns vizinhos também descartem mate-riais na lateral da via, o grande problema ocorre porque carroceiros frequen-temente trazem lixo de outros locais para descartar ali. “A última vez que a Prefeitura limpou aqui já faz uns quatro ou cinco me-ses. E não adiantou muita coisa. Nos primeiros dias parecia que ia ficar limpo,

mas uma semana depois começaram a descarregar as aqui carroças. Quando eu vim morar aqui, há 20 anos, não era desse jeito. Era tudo limpinho, daí foi piorando com o tempo”, contou uma moradora que preferiu não se identificar.

Situações como esta, in-felizmente, são comuns na cidade. No bairro Niterói, por exemplo, uma vala situ-ada no final da rua Gravataí, onde o esgoto corre a céu aberto, está constantemente cheia de lixo. Além do mau cheiro natural do esgoto, o acúmulo de sujeira faz com que o odor fique ainda pior. Grandes objetos como sofás e pedaços de automóveis fazem com que o nível da água suba de forma preo-cupante para os moradores do entorno em períodos chuvosos do ano.

Outro ponto do Niterói que vem sendo usado como lixão é o antigo ecoponto. O local chegou a incendiar em 2011, quando estava to-talmente tomado pelo lixo. Depois disso, uma quadra esportiva foi construída no lugar, mas o lixo continua sendo jogado no entorno da área construída para lazer. Até mesmo animais mortos são jogados no terreno.

Terrenos baldios, e até mesmo calçadas, são tam-bém constantemente usados como local de descarte de lixo. Na rua Andrade Ne-ves, no bairro Harmonia, é impossível transitar por um trecho da calçada. Ou me-lhor, de onde deveria haver uma calçada. Além de não existir pavimentação, o tre-cho é regularmente utilizado para descarte de objetos de médio e grande porte. Lixo fica acumulado na lateral de um grande trecho da via

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areia – para isso chamava-se o areieiro – nas rodas para secar. Outra função muito sacrificada era de guarda-freio. Era o seguinte: quando não havia freio nas máquinas, quando o freio não funcionava, a gente chamava o guarda-freio, que trabalhava em cima dos vagões. Podia ter chuva, sol, não interessa: ficavam a viagem toda em cima, sentados em cima dos vagões. Conheci um que morava aqui em Canoas. Foi pular dum vagão para o outro, resvalou, caiu e perdeu a perna. Era muito perigoso. Agora, se tu visses os guarda-freios correndo em cima dos vagões, ficavas impressionado. Ficavam corren-do, pulando de vagão em vagão. Era incrível. Quero deixar claro que, apesar das dificuldades serem muitas, as pessoas que trabalhavam com o trem em geral gostavam muito do serviço. Só o fato de o trem estar rodando dá tempo para conhecer pessoas, dá tempo de conhecer lugares diferentes, de viver intensamente. Por outro lado, o problema era o seguinte: o ferroviário passa o tempo inteiro no trilho e não aprende nada fora dali. O conhecimento aprendido ali só pode ser usado naquela profissão. Caso fosse demitido, não tinha qualquer qualificação.

OT: Quando as condições destes traba-lhadores começaram a melhorar?

PP: A partir dos anos 70 é que começaram a melhorar as condições de vida. Até então, se disséssemos que a gente não conseguia pegar um monte de arames, nos respondiam: “Pega, tu não é homem?”. Eu pesava 55 quilos e can-sei de carregar saco de estopa de 550 quilos. E olha, eu não considero que eu tenha passado por situações muito complicadas, no geral. Quem se sacrificava era o trabalhador de linha, o guarda-freio, o maquinista, o manobrista. Mas foram esses trabalhadores ferroviários anônimos, esses verdadeiros heróis, que moveram com muito sacrifício a economia do Rio Grande do Sul durante décadas.

OT: O senhor presenciou algum aci-dente?

PP: Sim, uma vez, e até hoje fico pensando em como isso pode ter acontecido. O trem havia saído da estação de Canoas, do meio-dia, e tinha pequena curva logo ali à frente. Quando o maquinista saiu de lá, ele venceu a curva e viu três pessoas conversando em cima da linha, os três encostados ali conversando. Então, o maquinista apitou uma, duas, três, várias vezes. Nada adiantou, os caras ficaram parados. O maquinista nunca imaginou que não fossem sair, mas não saíram. Eu até hoje não sei por que não saíram. Os vagões já faziam um barulhão, o apito fazia outro, era quase impossível que eles não percebessem o trem. Às vezes eu presumo que eles ficaram tão assustados que nem sabiam o que fazer. Mas a verdade é que, até hoje, não sei o que aconteceu. Mas acidentes eram raríssimos, é bom que se diga.

OT: Lamenta o fim dos trens de pas-

sageiros?PP: Muito, muito mesmo. Eu acho que

perdemos muito com o fim das ferrovias de passageiros. Hoje nem poluiria, porque o trem é elétrico, e nos daria a certeza do horário. O governo agora está se dando conta dessa falha tremenda que foi abandonar os trens e estão começando a fazer voltar os trens de passagei-ros. É algo que deveria já ter acontecido. Agora querem fazer a linha Pelotas e Rio Grande de trem de passageiros, e lá pra cima, no Ceará, há uma linha de nunca foi extinta. Então, estão se dando conta que o projeto do Brasil tem que voltar para os trilhos (risos). Porque é um país gigante. E com o trem não tem tempo ruim nem fronteiras: subida, descida, mata, pântano, tudo ele vence. Eu acho que o trem ainda tem muito a dar ao Brasil.

O Timoneiro: O senhor é natural de onde?

Paulo Pereira Presa: Sou natural de Bagé. Nasci em 25 de janeiro de 1936 e cheguei a Canoas com três anos. Quando cheguei, Canoas não tinha nada, era cidade do interior e daquelas bem pobrezinhas. Moramos primeiramente um mês na Afonso Dias e depois meu pai passou ali para a General Salustiano, que é onde moro ainda hoje. Vivi a época da Segunda Guerra, que foi um período muito difícil aqui. Tinha que ir para uma enorme fila para conseguir feijão e arroz. Para fazer fogo de manhã, precisava-se de carvão, e a gente via de madrugada as pessoas meterem a mão nos braseiros para pegar carvão. Eu praticamente nasci dentro de um trem, já que meu pai também era ferroviário e todos meus tios trabalharam na antiga Viação Férrea. Meu pai gostava da profissão.

OT: O trem sempre fez parte da sua vida, portanto.

PP: Sim, sem dúvida. Ali nas proxi-midades da Conceição e da Voluntários da Pátria ficava a Estação Central de Porto Alegre, onde havia inclusive um bebedor para os cavalos dos carroceiros para-rem se quisessem água (risos). Ali era o centro de manobras, o terminal do trem. E havia uma linha que ia até a atual Estação do Trensurb. Era a condução mais rápida que existia de Canoas para Porto Alegre, e também para o interior do Estado. Havia um trem que ia para Montenegro e outro que ia para Canela. Era chamado “leiteiro”. Quando o trem descia da serra ele só trazia leite.

OT: Aqui em Canoas a estação ficava no atual prédio da Fundação Cultural?

PP: Sim, isso mesmo. A viagem de Canoas até Porto Alegre demorava uns 45 minutos. Por causa das paradas, podia demorar até uma hora. Havia também percalços, que hoje, contando, podem até parecer engraçados. Por exemplo, apesar de o percurso do trem ser cercado, às vezes um boi entrava e ficava na frente da linha (risos). Aí, precisava ser retirado. Ao todo, tinha umas cinco ou seis estações entre a estação daqui e a central de Porto Alegre, incluindo uma na Base Aérea. As viagens para o interior eram, para os padrões de hoje, incrivelmente longas. A gente saia de Porto Alegre 7 horas da noite e chegava em Santa Maria às 6 horas da manhã, depois parávamos ao meio dia em Cacequi, onde fazia-se baldeação, e fazia-se outra baldeação em Bagé, onde se chegava às 7 da noite. Era um dia inteiro para ir até Bagé.

OT: Como era a viagem?PP: Bom, havia vários tipos de vagões.

Na segunda classe, os bancos eram fixos e de madeira, ficava um lado para lá e para cá. Na primeira classe eram estofados e tu viravas o banco como quisesses para conversar com teus familiares ou amigos. Os carros de dormitório tinham um corredor com dormitórios, onde a pessoa fechava a porta para dormir. Eram os mais caros. E tinha o vagão-restaurante. Tinha alimentação, e era de boa qualidade.

OT: Como passavam de um vagão para outro?

PP: O vagão de passageiros tinha uma sanfona e uma chapa. Quando acoplava o outro vagão, a chapa ficava uma sanfona e tu passavas tranquilo de um vagão pro outro, como os ônibus com dois carros hoje em dia. As pessoas passavam e não havia qualquer problema. O Vagão-restaurante ficava entre o carro dormitório e o carro de primeira classe. As pessoas da segunda classe tinham de passar pela primeira para chegar até ali.

OT: Quando entrou na viação?PP: A primeira vez, aos 15 anos, em 1951.

Entrei como estafeta aqui em Canoas. Exis-tiam dois tipos de pessoas da minha idade que entravam. O primeiro estafeta entregava as correspondências, o segundo era o box, como eles chamavam, que entregava a água para os trabalhadores. No meu caso, entrei como esta-feta. Como Canoas na época não tinha serviço de telegrafia, os telegramas iam para São Leo-poldo e depois iam para Canoas por telégrafo, e eu fazia a entrega. O que era complicado era que muitas ruas nem número tinham. Muitas vezes, eu entregava telegramas de pessoas que já tinham morrido, e era xingado (risos). E eu também ajudava o Correio aqui em Canoas de vez em quando, mas assim unicamente por prazer. Tudo caminhando. Depois trabalhei com levantamento de topografia na viação férrea, depois trabalhei no almoxarifado e na oficina como pintor de locomotivas. Trabalhei com ferrovias entre 1957 e 1991.

OT: Coincidiu, portanto, com o período

de decadência das vias férreas no Brasil.PP: Sim. Sabe quando percebi que isso es-

tava ocorrendo? Quando fui a São Jerônimo e vi uma estação toda destruída. Eu não caminhava no chão, caminhava em cima das ferramentas, todas jogadas no chão. Aquelas máquinas das

estações, todas sucateadas e deixadas de lado. Aquilo me dava uma tristeza e eu pressenti que seria uma doença que vinha do interior para a capital. Até que chegou à capital mesmo. Recentemente, fui a Santa Maria, há uns dois, três anos, e voltei a ver a estação de lá. Aquela esta-ção com movimentação, malas, gritos de carregadores, movimentada, e vi aquilo lá e me entristeceu. Telhado tudo que-brado, vagões deixados de lado, enfim, tudo destruído. Tu olhas aquela enorme plataforma e fica lembrando aquilo lá cheio. Essas estações foram em algumas prefeituras bem conservadas, mas outras foram para o espaço, desapareceram. Quando está funcionando, a gente nunca imagina que vá acontecer, mas acaba acontecendo.

OT: É possível fazer uma compa-

ração entre o transporte ferroviário daquela época e os outros meios de transporte hoje em dia?

PP: Olha, se formos fazer uma avalia-ção criteriosa, nós vamos ver que se fosse o trem daquela época ele não competiria com o ônibus de hoje, não há como com-petir. Até porque os trens tinham uma ve-

locidade limitada, se chegasse a 80 quilômetros por hora era muito. Isso comparado com o que se vê dos ônibus hoje é nada. A Maria-fumaça tinha tecnologia para avançar, assim como na Europa tem, puxa de fronteira a fronteira, aqui nos tínhamos uma bitola estreita e isso não dá para ter mobilidade para o trem desenvolver, para isso as bitolas mais largas eram melhores. Por que tinha essa bitola estreita? Porque nos países vizinhos – a Argentina, principalmente – a bitola é larga. Como o Brasil tinha medo de que eles invadissem em alguma guerra, pos a bitola estreita para que os trens deles não pas-sassem para cá. Por outro lado, a bitola estreita é mais fácil de passar para lá, para a larga. Além disso, não houve por parte do governo vontade política, como se diz hoje, para que essas má-quinas tivessem algum destino.

OT: A vida dos trabalhadores nos antigos

trens era muito dura?PP: Muito. Vou te descrever o que o

foguista e o maquinista faziam, para tu teres uma ideia: o foguista punha o carvão na for-nalha com a pá. Ficava o dia todo fazendo isso. Quando a pressão abaixava, tinha de por fogo na fornalha. Quando a viagem era muito longa, eram necessários dois foguistas se re-vezando. Esses trabalhadores pegavam chuva, frio, vento, e os foguistas eram expostos a tudo isso estando diante de uma fornalha. Morriam de tuberculose e derrame, graças à transição fogo-frio. Não tem corpo que resista. E também inalando aquele carvão. Nem se cuidava nada disso naquela época. Depois de alguns anos foi feito um convênio com a Santa Casa para poder tratar esse pessoal. Para tu teres uma ideia da precariedade do trabalho deles, vou descrever o que o meu pai fazia. Ele ficava com uma vas-soura, sentado ali na frente, e limpando a geada dos trilhos. Quando se subia a serra e se pegava neve ou geada forte, o trem parava e era preciso fazer isso. Em outros momentos, a gente botava

“O trem ainda tem muito a dar ao Brasil”

Paulo Pereira Presa, ferroviário e titular do conselho fiscal da Associação dos Ferroviários Sul-Riograndenses

Por Celso Augusto uequed Pitol

O Brasil talvez seja um caso único entre os países no que respeita ao uso do trem: desde os anos 50, a malha ferroviária brasileira não apenas não foi ampliada como, devido à falta de conservação, reduziu-se para menos de 40% do que era na primeira metade do século passado. Por mais que haja um ou outro projeto de retomada de linhas, ou de construção de marias-fumaças para fins turísticos, a verdade é que o trem, no Brasil – e frise-se, só no Brasil – é coisa do passado.

O sr. Paulo Presa sabe bem disso, e da maneira mais dolorosa possível: seus anos de atuação na Viação Férrea (e depois na RFF-

SA), começando na década de 50 e terminando em 1991, coincidiram com o período de progressiva decadência do sistema ferroviário bra-sileiro. Tendo visto o apogeu e a queda das ferrovias, o sr. Presa tem muito a contar sobre uma época que a minha geração, a bem dizer, não tem uma ideia clara de como era. Nesta entrevista que segue, ele, que é titular do conselho fiscal da Asssociação dos Ferroviaríos Sul-Riograndenses, nos falará sobre o fascínio e as dificuldades das viagens e descreverá o cotidiano dos trabalhadores e passageiros das linhas, com minúcias somente conhecidas por quem trabalhou na área.

“Eu acho que o trem ainda tem muito a dar ao Brasil"

14I O TIMONEIRO I ENTREVISTA I CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012

Page 15: O Timoneiro - Edição 2527

Morre o ex-vereador Nilton Leal Maria

Funcionário público exemplar no trato ético no exercício de suas funçõesNo sábado, 15, faleceu Nilton Leal Maria, um dos

maiores entusiastas defensores de Canoas. Era conhe-cido na cidade por primar pela ética, honra e dignidade. Jovem de Niterói, de origem portuguesa, deixa para esposa Sirlei e os três filhos um exemplo de vida e um nome ilibado de reconhecimento.

Amigos ressaltam que Nilton foi um exemplo de cidadão na comunidade, na família, como funcionário público, como contador, advogado, vereador e líder social. Nilton ficou conhecido por não aceitar nenhum comportamento do serviço público que fosse prejudicar a sociedade. Quem conviveu com ele, afirma que Nilton não era correto apenas nas expressões e nos discursos, mas, também, no comportamento e nas propostas.

Os oradores que se manifestaram no velório salien-taram a honra, a dignidade, o compromisso público e a fidelidade aos princípios que nortearam Nilton. Dentre os presentes, esteve o desembargador aposentado Os-valdo Moacir Alvarez, um dos mais próximos amigos de Nilton. Mesmo enfrentando problemas de saúde, Alvarez compareceu para prestar uma última homena-gem ao amigo.

Durante o discurso, oradores relembraram a amizade de Nilton com Leonel Brizola, sua perseguição pelo regime autoritário de 1964 e sua demissão do serviço público, sem direito a defesa e sem nenhuma acusação. Nilton foi demitido apenas por ser Brizolista.

Na época, Nilton obrigou-se a voltar ao seu escritório de contabilidade. Depois de 10 anos de batalha judicial, retornou à função pública e, então, elegeu-se vereador. Formado em Direito, nos últimos anos de profissão, incentivou a música e a dança na sua comunidade.

SINDICATO DOS PROFESSORES MUNICIPAIS DE CANOAS

SINPROCANRua XV de Janeiro, 121, conj. 203. Centro. Canoas-RS.

Cep. 92010-300 Telefone: 3476-4033E-mail – [email protected]

SINDICATO DOS PROFESSORES MUNICIPAIS DE CANOAS

CNPJ 97.130.835/0001-06

SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO

Senhor Prefeito, nesta fase de transição aparecem muitos comentários e boatos sobre os mais diferentes assuntos da Administração municipal, principalmente sobre nomes de Secretários, Diretores de Departamentos. Alguns nomes que são “ci-tados” chegam a assustar os funcionários que querem o bem da cidade. A Educação de Canoas merece um cuidado especial, portanto, Senhor Prefeito, esperamos que na hora da escolha do Secretário da Educação não seja relevado o aspecto político, mas que seja levada em consideração a capacidade, a formação e especialmente o perfil, pois se a “educação” é prioridade de sua gestão, en-tão há necessidade de que a escolha recaia sobre uma pessoa que esteja envolvida e comprometida com a área da Educação mu-nicipal. Esperamos que nos próximos anos consigamos ter uma boa relação com o novo gestor que estiver à frente desta pasta que é muito importante para a população canoense e com isso equacionar as grandes questões que afligem os educadores municipais e em-perram o processo de qualidade da educação municipal. Foi veiculada matéria no jornal A Voz do Professor em relação aos candidatos a prefeito, sendo que naquela oportunida-de fizemos uma pergunta aos candidatos, sendo que o candidato eleito respondeu “que no momento oportuno seria feito um amplo debate para escolha do Secretário de Educação”. Como ainda não foi oportu-nizado o “amplo debate”, esperamos que a escolha seja no sentido de valorizar os edu-cadores municipais e, quem sabe, escolher um professor da rede que conheça a nossa realidade, pois com a educação não dá para fazer apostas que podem ser malsucedidas!

FELIZ NATALA melhor mensagem de Natal é aquela que

sai em silêncio de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida.

Aos colegas, nosso desejo de que tenham boas festas ao lado de seus familiares e que nossos corações andem lado a lado em 2013!

Diretoria do Sinprocan

A VOZ DO PROFESSOR

Nilton recebeu recentemente medalha Pinto Bandeira da Prefeitura de Canoas pelos serviços prestados ao povo canoense

Participação de Falecimento e Convite para Missa de 7º Dia

Os familiares e amigos do querido e sempre lembrado

Nilton Leal

MariaCONVIDAM para a missa de 7º dia, que farão realizar no dia 21.12 (sexta-feira), às 20 horas, na Paróquia Santo Antônio, na Rua Machadi-nho nº 881 – Bairro Rio Branco – Canoas/RS.

Canoas, 21 de Dezembro de 2012.

CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012 I GERAL I O TIMONEIRO I 15

Já estão abertas as inscrições para o processo seletivo dos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu na Uniritter. São 41 cursos distribuídos em seis áreas, sendo 26 realizados no campus Porto Alegre e 15 em Canoas.

Para 2013, a Uniritter apresenta uma série de cursos contemplando as áreas de Negócios – com a novidade do Master em Hospitalidade e de Relações comerciais Internacionais (em Canoas), Arquitetura e Design, os já

tradicionais cursos de Direito, com novidades em áreas ainda mais específicas. Educação, TI, e a novidade com os cursos na área da Comunicação – Comunicação e Globali-zação, Comunicação Empresarial e Comunicação Digital.

As inscrições são feitas pelo site www.uniritter.edu.br/pos e as aulas começam em março. A novidade para este ano é a possibilidade de aulas nas sextas e sábados para alguns cursos.

Abertas as inscrições para os cursos de Pós-Graduação na Uniritter

Page 16: O Timoneiro - Edição 2527

Verba Pública para a Literatura

Dia 13 de novembro, a Casa do Poeta de Canoas entre-gou, à Comissão competente da Câmara de Vereadores, solicitação de inclusão de verba a ser aplicada pelas entida-des literárias da cidade, nas suas atividades que projetam o nome de Canoas, inclusive no País. “Atualmente há duas entidades em funcionamento, Casa do Poeta de Canoas e Associação Canoense de Escritores – ACE, que procuram auxiliar de vários modos a cultura no município. Os asso-ciados dessas entidades participam de eventos promovidos por colégios, ministram oficinas, promovem saraus. Além disso, procuram disseminar a cultura distribuindo poemas e contos pela cidade”, afirma a presidente da Casa, Maria Luci Cardoso Leite, na justificativa da solicitação, que também se refere à Lei Municipal 4605/2001, que concede auxílios a entidades que “participem de competições”. Ressalta que a Casa e a Associação “não competem, somente fa-zem apresentações levando o nome de Canoas a diversas cidades do Rio Grande do Sul, não têm sido contempladas com esse auxílio”. A solicitação, se for acatada, resultará na inclusão de verba no Orçamento de 2013, para custeio de atividades artístico-culturais que sirvam para humanizar e dar mais prestígio a Canoas. As entidades não pedem ajuda, mas o pagamento justo por seus relevantes serviços.

O homem pertence à Terra

“A Terra não pertence ao homem; é o homem que per-tence à Terra. Disto temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. O que fere a terra fere também os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará”. (Revista Vozes, jan-fev, 1979, p. 67, citada por Nestor José Mayer no seu livro “Entre fragmentações e totalidades” – 2012).

“Uma literatura dá a medida de uma sociedade”*

Airton Joel Cardoso*

Vejamos em que idades o fator previdenciário traz ganhos ao trabalhador vinculado ao INSS. Trabalhadores com idade acima de 55 anos estão num bom momento para dar entrada na aposentadoria. Isso porque, com a atualização da expectativa média de vida do brasi-leiro feita pelo IBGE, a Previdência passou a usar uma nova tabela do fator previdenciário, que, agora, em vez de reduzir o valor do beneficio, o aumentou para a faixa dos 55 aos 80 anos. Pelo IBGE, a esperança de vida foi para 74 anos e 29 dias, aumento de três meses e 22 dias em relação a 2010.

Ocorre que o fator previdenci-ário se apresentou negativo para idades acima de 55 anos porque o IBGE trabalhava com dados su-perestimados, acima da realidade. Com a correção dos números, ficou identificado uma redução média de 130 dias na expectativa de vida dessa faixa — sendo a máxima identificada de 324 dias, quase um

ano, para os que têm 80 anos.Em reais, uma mulher de 57

anos e 37 de contribuição apo-sentada em 2011 pelo teto (R$ 3.916,20) estaria recebendo R$ 3.673,42. Se a aposentadoria fosse dada agora, com a nova tábua de mortalidade do IBGE, ela teria di-reito a R$ 3.689,05, mais R$ 15,63.

Já para quem tem 47 anos ou na faixa dos 49 aos 54 anos, não houve mudanças no fator previden-ciário. Isso é, o limitador é igual ao aplicado no ano passado. Quem tem 48 anos ou menos que 46, vai sofrer o efeito contrário. Isso é, como houve um aumento na expec-tativa de vida dessas faixas etárias, o fator previdenciário será maior.

Por exemplo, uma mulher de 48 anos e 30 de contribuição pelo teto, ao se aposentar vai receber menos R$ 7,09 do que outra nas mesmas condições que deu entrada no benefício ano passado.

*Advogado OAB/RS 43.486 Telefone: 3059.1111 / 8419.5050

Hora certa da aposentadoriaDireito Previdenciário

* Frase do poeta português Guerra Junqueiro.

Marco leite

CARROÇA VAZIA E O CONSTANTE

RECOMEÇAR

Sempre afirmei que para me livrar do mundo das drogas e do álcool adotei o bem viver. Carrego esse lema desde que saí (ou entrei) da Comunidade Terapêutica Fazenda Renascer. Essa prática não é nada mais nada menos, do que aproveitar os momentos, ou colher o meu dia. Para um adicto em recuperação, isso é chamado de Só por Hoje.

A prática do Só por Hoje significa transformar as 24 horas em um exercício constante de não gastar o tempo com coisas inúteis, com justificativas, nem procurar o prazer imediato. Penso que um recuperando do comportamento deve se livrar do peso do passado (isso não significa esquecer) e viver sem medo do futuro, pois ele não nos pertence.

Devemos viver o presente, pois ele é a dádiva da renovação. Despertamos todos os dias com o direito de recomeçar. Se fôssemos só isso seria fácil, mas não é. A prática do bem viver significa também dividir a vida com outras pessoas. Pronto, o problema está instalado. Problema? Acho que não! Dividir a vida é uma escolha, é ter a capacidade de nos livramos do “ego”ismo, coisa muito praticada em minha vida de usuário de drogas. Por isso, ainda hoje, esse é um dos meus maiores defeitos de caráter.

De uma coisa, pelo menos, eu posso me orgulhar de ter me livrado: deixei de ser uma “carroça vazia”, Uma carroça vazia faz muito barulho por onde passa, podem parar e notar isso se tiverem oportunidade. Tenho preenchido esta carroça com coisas boas e, por isso, deixo cada vez mais de fazer barulho.

Sempre fui um gritão, um brigão e um falastrão de marca maior, mas algo aconteceu após meu período de residência na Renascer. Me tornei um ouvinte e deixei de falar muito. Como isso faz bem!

Ainda cometo vários erros por abrir minha boca mais do que o necessário. Mas, hoje, espero mais para apontar os erros de alguém, pois lembro que quando aponto o dedo para uma pessoa ao mesmo tempo estou apontando três para mim.

Deixar de ser uma carroça vazia não é fácil, pois julgar, criticar e maldizer é muito mais fácil do que praticar o bem viver. Escolher acordar e partir para realizar coisas boas é uma bênção. Claro que devo saber que os problemas vão se apresentar, mas sou forte e sabedor que a vida não é feita só de felicidade, mas a força necessária para transpor as barreiras e seguir em frente rumo à sobriedade.

Então vamos à prática de “aproveitar o momento” e recomeçar, viver é recomeçar todos os dias. Tenho um amigo que costuma responder, quando perguntado se está tudo bem: "é claro, não morri dormindo!"! É uma brincadeira e uma grande verdade, pois como já disse o futuro não pertence a ninguém. Então, vamos viver o PRESENTE de Deus e bom CARPE DIEM!

Feliz Natal para todos os leitores!!

INFORMATIVO ASMCNº. 386 - Ano III

Associação dos Servidores Municipais de Canoas Fundada em 12/06/62

e-mail: [email protected] site: www.asmc.com.brFone: (51) 3472-1866

SEDE CAMPESTRENo final de semana que passou, a ASMC promoveu a festa

de encerramento do Ano de 2012 de seus funcionários, na sede campestre de Nova Santa Rita, mesmo dia em que foi programada a abertura das piscinas, com inicio da alta temporada.

O associado se fez presente, além de acampar sobre a sombra da mata nativa e fazer o seu churrasco, nas 18 (dezoito) chur-rasqueiras existentes na área de acampamento, utilizando os quiosques com as mesas e bancos. Enquanto os adultos faziam o churrasco, as senhoras utilizavam as suas redes e os jovens se banhavam nas piscinas.

Está previsto para até o final de dezembro, a aquisição de balanços, escorregadores e um gira-gira que serão instalados junto à área de acampamento e na pracinha junto ao salão social, respectivamente.

As cabanas já foram mobiliadas com todos os materiais (louças, panelas, talheres e fogão a gás).

CAMPING DE CIDREIRAA alta temporada está iniciando hoje, dia 21. A ASMC está com

pessoal, fazendo a lavagem e pintura do telhado das cabanas, galpão comunitário, vestiários; além de construir os passeios em concreto magro, ligando as cabanas com o galpão comunitário, vestiário e área da lavanderia; construção dos passeios na calçada da frente do camping. Tudo é feito pensando no bem estar dos associados.

NORMAS CABANAS/CAMPINGCom referência à quantidade de pessoas nas cabanas, é de

no máximo (08)oito pessoas, sendo que o associado poderá levar até (04)quatro pessoas não pertencentes ao quadro social. Nesse caso, não importa a idade, mesmo sendo uma criança menor ela constará na quantidade de pessoas. Caso o associado seja uma pessoa ou um casal, o mesmo terá na cabana, ele e mais 04 (quatro) pessoas ou 02 (duas) mais 04 (quatro) pessoas não pertencente ao quadro social. Se o associado possui o casal mais oito filhos totalizando 10 (dez)pessoas, desde que dois filhos sejam menores de 06 (seis) anos, são autorizados todos na mesma cabana. Nesse caso não tem como levar mais pessoas não pertencentes ao quadro social.

É vedado ao associado locar as cabanas e deixar os seus filhos sozinhos nas mesmas. Caso o associado tenha outro compromisso e não possa ficar nas cabanas (um ou dois dias), o mesmo terá que levá-los com ele, exceto se a mãe ou o pai permanecer na cabana.

Só terá acesso ao camping, aquele que constar no Termo de Locação de Cabanas assinado na ASMC e caso haja necessidade da substituição de nomes no mesmo, isso só poderá ser feito no escritório da ASMC. A diretoria não autoriza nada por telefone ou e-mail.

INFLAÇÃOA inflação do último quadrimestre de 2012, ainda não temos,

falta a do mês de dezembro, para termos a resposta, dificilmente chegará a 2,5%. A inflação de setembro, pelo IPCA, foi de 0,57, outubro de 0,59 de novembro foi de 0,60, totalizando nesses três meses 1,76%. Talvez chegue aos 2,4% no quadrimestre, a ser pago na folha de janeiro de 2013.

EMPRESTIMOSÉ grande o número de associados que estão utilizando os

valores de suas cotas na ASMC, para renegociar ou mesmo con-traírem empréstimo na rede bancária, para desconto em folha. Os bancos estão considerando até valores de horas extras. A ASMC não está preocupada com as despesas, pois existe um decreto que ampara por lei a ASMC, quando chega ao Ministério Público esse item é considerado.

O acordo entre amigos é para aquele que renegocia a dívida, salda o que deve para a ASMC e pede a sua demissão, quem assim não faz o decreto continua com a mesma validade.

ÓBITOFaleceu no dia 15 de dezembro passado, o Sr.Nilton Leal

Maria, ex-vereador e membro do Conselho de Representantes, na função de presidente na época. A notícia só chegou a nós, diretoria, no domingo, 30(trinta) minutos antes do seu funeral. Como nos encontrávamos na sede campestre, organizando a festa de encerramento da ASMC e a abertura das piscinas, não deu tempo de comparecermos ao funeral.

A ASMC, através de sua Diretoria e Conselhos transmite as nossas condolências aos seus familiares.

EXPEDIENTEComo o Natal será na próxima terça-feira e a véspera no dia

24, a ASMC não abrirá nesse dia e também no dia 31, véspera do Ano Novo.

NATALA família ASMC, através de sua Diretoria, Conselhos e Fun-

cionários deseja aos seus 3000 associados e as 2412 empresas conveniadas, um Feliz Natal com muita saúde e paz.

ASMC 50 ANOS COM VOCÊ.Firmo Farias dos Santos

Presidente

16 I O TIMONEIRO I GERAL I CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012

Page 17: O Timoneiro - Edição 2527

CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012 I GERAL I O TIMONEIRO I 17

A copa Canoas teve sua primeira edição em 2012 e contou com 4 escolas particulares, La Salle, Auxiliadora, Cristo Redentor e Escola Ulbra São João que disputaram a competição com jogos realizados nos ginásios dos colégios participantes e contaram com a arbitragem da Federação Gaucha de Handebol. Participaram aproxi-madamente 100 atletas, da categoria mirim masculino e feminino. No masculino o Campeão foi a escola Ulbar São João, Com Cristo Redentor em Segundo e La Salle em Terceiro. No Feminino o Campeão foi o Col. Maria Auxiliadora, Segundo a Escola Ulbra são joão e Terceiro o col. La Salle. Parabéns a todos os participantes. Ano que vem tem muito mais.

Aproveito para desejar a todos os leitores do Jornal O Timoneiro um Feliz Natal com muita paz.

Copa Canoas Escolar de handebol

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ligue 3032.3022EDITAIS, LEILÕES,

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PARTICIPAÇÕES DE FALECIMENTO E CONVITES

PARA MISSA, PERDA DE DOCUMENTOS.

negócios & serviçosJúlio Fontes

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Cumprindo a Lei Complementar nº 108, de 29 de maio de 2001 e o disposto no seu Estatuto, a Fundação CORSAN - FUNCORSAN iniciou o processo eleitoral para eleições de três membros do Conselho Deliberativo e dois membros do Conselho Fiscal e respectivos suplentes.

As eleições serão realizadas nos dias 7 e 8 de janeiro de 2013 , nas dependências da CORSAN e na sede da Funcor-san. Quem estiver fora do seu domicílio eleitoral poderá votar em trânsito em uma das Unidades de Saneamento da CORSAN situadas no estado do Rio Grande do Sul.Todos os participantes ativos e assistidos podem votar. Participe, escolha seus representantes para o Conselho Deliberativo e Fiscal da FUNCORSAN.

Canta BrasilNo dia 8/12 o Canta Bra-

sil apresentou-se na Arena Tricolor para mais de 65 mil pessoas.

Foram mais de três meses de ensaio para o evento que contou com a mobilização de mais de 200 artistas. Este foi o segundo maior evento para o qual o Canta Brasil foi convidado este ano, o primeiro foi o show do Roger Waters no Beira-Rio.

Entre maquiagem, passa-gem de som, teste da luz de led dos figurinos, a produção contabilizou mais de 8 horas antes do evento que come-çou por volta das 20h45min. Confira mais fotos e vídeos na página do Canta Brasil: www.facebook.com/cantabrasilEae

Foto: Vanessa Wigger

Meus amigos Marilu e Adriano Oleinski lembram--me, que a FERRAGEM CASTELO FORTE co-mercializa materiais para construção, tintas Suvinil e Resicolor, ferramentas, ferragem e artigos para o lar. Atende Canoas e região metropolitana, com qualidades nas ações, ótimo atendimento e ótimos preços. www.ferragemcasteloforte.com.br - [email protected]. Tele-entrega 3429.32.36, além de participar de ações sociais no seu bairro. No Parque Universitário e em toda a cidade de Canoas

Ronaldo Nazário e Zinédine Zida-ne foram capitães em jogo histórico no Brasil. Na, quarta-feira, 19, Porto Alegre recebeu a 10ª edição do Jogo Contra a Pobreza, evento beneficente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) que tem como principal objetivo mobilizar o público no combate à pobreza no mundo. Metade dos recursos arreca-dados irão para um projeto do PNUD no Brasil e a outra metade para uma iniciativa da organização na África. Os dois projetos foram avaliados e de-finidos com apoio dos Embaixadores da Boa Vontade do PNUD, Ronaldo e Zidane, que completam esse ano dez anos de parceria na realização

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 271,5 milhões para a reforma e modernização do Estádio José Pinheiro Borda, o Complexo Beira-Rio, em Porto Ale-gre (RS). A operação, no âmbito do programa BNDES ProCopa Arenas, é mista: um terço dos recursos serão repassados diretamente pelo BNDES e os dois terços restantes indiretamente, pelo Banco do Brasil e o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul).

Os recursos destinam-se à Sociedade de Propósito Específico (SPE) Holding Beira Rio S.A., controlada pela Andrade Gutierrez S.A., e correspondem a 71,8%

dos investimentos totais necessários para tornar o equipamento apto a receber jogos da Copa do Mundo de 2014. O novo Beira-Rio terá 50.024 lugares, área de lojas, espaço VIP, camarotes e edifício garagem.

As obras tiveram início em março deste ano e têm prazo de conclusão de 22 meses. O cronograma prevê um percentual de 50% concluído em janeiro de 2013 e 80% até julho do próximo ano. A inauguração está prevista para dezembro de 2013. Estima-se que, durante a execução do projeto, sejam gerados 1,1 mil empregos diretos e 550 indiretos. Após a conclusão das obras, devem ser criados 25 novos postos de trabalho.

BNDES aprova R$ 275,1 milhões para modernização do Beira-Rio

Brasil realiza 10ª edição do Jogo Contra a Pobreza

meio do esporte. No continente africano, o projeto do PNUD, que receberá a outra metade dos recursos, será coordenado pelo grupo cultural AfroReggae, em Cabo Verde, e terá como foco a educação e a mediação de conflitos entre jovens. Crédito Foto/Agência: Jefferson Bernardes/Preview.com.

Famácia Mais Econômica e o chá do Araguaia

A Farmácia Mais Econômica da Rua Fioravante Milanez, no Centro, começou a vender nessa semana o Chá Misto do Araguaia, um chá que auxilia na perda de peso, acelera o metabolismo, combate a ansiedade, pre-vine o envelhecimento da pele, ajudo no funcionamento do intestino, diminui a fome e ajuda a reter líquido. As vendas no local contam com a presença da atual modelo, Bruna Ramos, que emagreceu 34kg com a ajuda do chá. As cápsulas do chá e a erva variam entrem R$ 15 e R$ 29.

desta partida beneficente. Cerca de 45 mil ingressos colocados à disposição do público foram vendidos antecipadamente.

No Brasil, os recursos serão destinados à Rede Esporte para Mudança Social (REMS), um projeto de redução da pobreza e promoção da inclusão social por

EXTRAVIODE NOTAS

A empresa P. R. CROGITE E CIA LTDA., CNPJ 92.553.270/0001-48, estabelecida na Av. Getúlio Vargas, 6721, comunica que foi furtado o talão de notas ISSQN de nº 351 a 400, conforme auto-rização 918/05 motivo pelo qual, não se responsabiliza pelo uso indevido do mesmo.

Canoas, 20 de dezembro de 2012.

Page 18: O Timoneiro - Edição 2527

18 I O TIMONEIRO I CULTURA I CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012

A história de Canoas, mês a mês

Maçonaria

Aspirar a Sabedoria que, com a Força e a Beleza, forma um dos pilares que sustentam o Templo, purificar o corpo, para merecer a Verdade e distribuir a Justiça. Este é mais um dos mandamentos que nos cumpre obedecer. Mas, mesmo as determinações baixadas de autoridades, ou oriundas de divindades, devem ser ob-jeto de reflexão: por que devemos fazer isto ou aquilo? E o que significam? Uma ordem filosófica que prega a liberdade de pensamento não poderia impor idéias, autoritariamente.

Temos que o proposto à Iniciação, passando por todas as provas, está “limpo e puro” e merece ser ad-mitido. Limpo, imaculado moralmente. Puro, sem mis-turas que prejudiquem a integridade. Aceito, ele poderá trilhar com êxito o caminho do Ocidente ao Oriente, suportado no triângulo Sabedoria-Força-Beleza cujo equilíbrio pacifica o coração que, assim, pode semear paz e justiça. (Sócrates).

DEZEMBRO, 1912 O Correio do Povo, de Porto Alegre, publicou esta

notícia, no dia 8:“Pedra Fundamental – No dia 15 do corrente será

collocada a pedra fundamental do projectado edificio que servirá de séde social á União e Progresso, agre-miação propugnadora dos interesses do arrabalde Rio Branco. A respectiva directoria empenha-se no sentido de dar o maior brilho ás festas que por ocasião da sole-minidade serão levadas a effeito. Acedendo ao convite que lhe foi dirigido fará o discurso official o Sr. Pedro Jeanetti. Abrilhantará o acto a banda de musica da S. M. Santa Cecilia. Está encarregado de executar a planta do novo edificio o sr. José Gaudenzi.”

Giusepe (José) Gaudenzi e seus familiares tiveram estreita ligação com Canoas, inclusive aqui residindo, destacando-se na arquitetura e na escultura. Nascido na Itália, ano de 1875, veio para o Brasil contratado em 1909 e logo instalou ateliê de escultura e assumiu como primeiro professor de Modelagem do Instituto Parobé. Deixou sua marca em vários prédios da Capital.

O canoense Oswaldo Kessler Ludwig, nascido em 1914 e já falecido, escreveu “Estórias históricas de Canoas”, em que incluiu um mapa da localização de famílias, entre as quais consta a de Giusepe Gaudenzi. O mapa e a lista das famílias estão no primeiro volume da obra “Canoas, anatomia de uma cidade”, de Antônio Jesus Pfeil.

(Fontes: Wikipédia, a enciclopédia livre, que está equivocada: a Enciclopédia Rio-Grandense foi editada e impressa em Canoas, na qual também colhemos dados, e a referida obra de A. J. Pfeil). CT.

Olegar Lopes*

E dizer que já se passaram quase setenta anos do tempo em que a Missa do Galo era celebrada à meia noite pontu-almente, horário controlado pelo padre, pelo seu relógio, preso por uma corrente e guardado no bolso da batina preta. Relógio que ele consultava a todo instante, postado à porta da igreja, aguardando os últimos fiéis e a hora exata para iniciar a missa.

Lembro que os únicos relógios que eu conhecia naquele tempo era um grande relógio de parede numa caixa de ma-deira trabalhada, com um pêndulo que dia e noite balançava de um lado para o outro sem parar, anunciando os quartos de hora com uma batida e as horas cheias com tantas batidas conforme a hora anunciada. Este relógio estava na sala da casa do meu tio Júlio, herdado do pai, meu avô paterno. Me encantava chegar à casa do tio e, com os primos, assistir às batidas do velho relógio pendurado na parede da sala. O outro relógio dos meus tempos de piá era do meu pai, um relógio de bolso, cujo mostrador das horas era com números romanos, sinais até então desconhecidos por mim. Relógio que o pai guardava com muito zelo numa gaveta, só usando no bolso do colete quando saía a passeio, ou para a Missa do Galo.

A Missa do Galo era o principal compromisso cristão para meus pais, embora representasse grande sacrifício para eles. Para nós ainda pequenos, era uma noite de festa. Lembro que ao anoitecer do dia 24 de dezembro, os bois eram atrelados a uma carreta, assim como faziam também outras famílias que formavam uma caravana de carretas, do lugarejo de Bom Retiro, numa carreteada de aproximadamente uma hora em direção a igreja matriz de Capela de Santana,

Ao chegarmos à frente da igreja - após deixar as carretas e os bois num local como se fosse um estacionamento para tal meio de transporte - lá estava o padre Nicolau Flack aguardando os fiéis para a Missa do Galo. As crianças da-quele tempo eram na sua maioria tímidas, porém curiosas para logo se aproximarem do presépio e poderem admirar aquelas imagens tão atraentes que, para muitos, só eram vistas uma vez por ano. Com pressa puxavam as mães pelo

vestido, cada qual querendo chegar por primeiro para verem o Menino Jesus, Maria e José, bem como os pastores e seus rebanhos de ovelhas, figuras atraentes para as crianças, que viveram os tempos mágicos da era sem televisão e informá-tica. As crianças, após admirarem as figuras encantadoras do presépio, voltavam já sonolentos para junto dos pais, e mal o padre Nicolau dava início a Missa do Galo, começavam a dormir no colo dos pais, que ao finalizar a missa, coitados! Estavam exaustos de amparar seus filhos, que durante o sono angelical nem ao menos ouviam o repicar dos sinos de Belém.

Numa destas noites, logo que embarcamos na carreta para retornar para casa, desabou forte temporal, de chuva torrencial que, embora sendo chuva de verão, molhava até a alma, ao ponto de até os bois se negarem a seguir em frente. Lembro que naquele momento o pai entregou as rédeas da carreta para a nossa mãe e se postou a frente dos bois, como que a indicar o caminho a ser seguido na escuridão daquela noite.

Hoje para ir à Missa do Galo, que já não é mais à meia noite, mas às 20 ou 21 horas, mesmo que por ruas calçadas e iluminadas, muitos encontram justificativas para ficar em casa, deixar para o próximo ano, pois têm que preparar a ceia que deve ser farta e bem decorada. Para o presépio as crianças já nem olham mais, pois em casa ninguém lhes falou dos valores e tradição que aquelas figuras representam. Os animais que as crianças modernas conhecem são o gatinho e o cachorrinho que a família leva no pet shop para dar banho, tosar e colocar fitinhas como se fosse uma criança.

Porque admirar o presépio com seus animais e um Me-nino Jesus que não me disseram o que representam?

É a decadência das Tradições. Da tradição cristã, da tra-dição da família, da tradição gaúcha, etc e etc. Meus votos são de que o Menino Jesus leve para todos uma mala de garupa cheia de amor e fraternidade e que a Paz reine entre os homens de Boa Vontade.

Tradicionalista - [email protected].

Agenda tradicionalista

Missa do Galo

Ano 1969Os onze do Expressinho

São Luiz, da Vila Niterói, com um reserva, posando para o fotógrafo Toninho Silva. Em pé, da esquerda para a direita: téc-nico Vantuir, Roni, Luiz di Mora, Braga, Mário, Reinaldo e Dario. Agachados, na mesma ordem: Egídio, João Tijolo, Sadi, Rudi, Titico e Valtair.

Memória da Cidade

“Limpo e puro”

Page 19: O Timoneiro - Edição 2527

[email protected] / 9906-1060 / Rua República, 2710, Harmonia

CANOAS, 21 A 27 DE DEZEMBRO DE 2012 I SOCIAL I O TIMONEIRO I 19

Parabéns à minha amiguinha Júlia Ariana pelo primeiro aninho que comemorou junto com seus pais e fa-miliares nas ASMC . Votos de felicidades e sucesso a esta pequena!

1 aninhode Júlia

Sony Beauty e sua equipe brindam aos seus clientes e amigos, dese-jando a eles um feliz Natal e um próspero Ano Novo, cheio de felicidades, e que 2013 possa trazer muita paz e amor a todos que nos apoiaram ao longo desta caminhada.

Agradecimento

Sony e equipe

Ana Clara e Maria Eduarda

Júlia Ariana curtindo sua festa

A família completa, os pais, os manos Bruno, Lucas e Carlos Eduardo

Papai Carlos Augusto e mamãe Ana Lucia e Júlia Ariana

Page 20: O Timoneiro - Edição 2527

Canoas, 21 a 28 de dezembro de 2012Segurado do INSS, requeira já

sua aposentadoria, não espere mais tempo, procure-nos, pois en-caminhamos revisão de pensão, aposentadoria, auxilio-doença e aposentadoria por invalidez.

O INSS indeferiu sua aposen-tadoria ou pensão, venha nos consultar.

I N S SOAB-RS 43.486

Airton Joel Cardoso

Rua Frei Orlando, 33/404 ao lado da Praça do Avião Centro Fone: (51) 3059.1111 – 8419.5050

O que funciona no feriadãoPrefeitura manterá serviços essenciais e plantões nos feriados de Natal e Ano Novo

A Prefeitura de Canoas não terá expe-diente nos dias 24 e 31, vésperas de Natal e Ano Novo. O ponto facultativo para os servidores nessas datas é previsto pela lei municipal 4.390/99, que também determina o funcionamento dos serviços essenciais do Município.

SAÚDEUPAs 16 horas e UPA do Idoso. Dias 22,

24, 29 e 31 funcionam das 7 às 18 horas. Nos dias 25 e 1º não abrem, assim como nos domingos 23 e 30.

Farmácia Básica e farmácias distritais não atenderão de 22 a 25 e de 29 a 1º.

UPA 24 horas - atende normalmenteHospital de Pronto Socorro de Canoas

- urgência, emergência e traumas (adulto e pediátrico) 24 horas (rua Caçapava, 100, bairro Mathias Velho, fone 3415-4500).

Hospital Nossa Senhora das Graças - urgência e emergência clínica adulto, ambulatório, diagnóstico e internação hospitalar - 24 horas (rua Santos Ferreira, 1864, bairro Nossa Senhora das Graças, fone 2102-1000).

Hospital Universitário - urgência pedi-átrica, atendimento obstétrico (gestantes) e atendimento de urgência ginecológica - 24 horas (avenida Farroupilha, 8001, bairro São José, fone 3464-9600)

Samu - atende urgências e emergências 24 horas - telefone 192

Teleagendamento - De 22 a 25 e de 29 a 1º - não haverá marcação de consultas. De 26 a 28 - atendimento normal

EDUCAÇÃOEscolas Municipais de Ensino Fun-

damental - encerram ano letivo em 21 de dezembro e retornam em fevereiro

Escolas Municipais de Educação Infan-til - não abrirão nos dias 24 e 25. Retomam o atendimento de 26 e 28 de dezembro, quando iniciará o período de férias coleti-vas, com retorno em fevereiro.

Em janeiro e fevereiro haverá plantão administrativo das 8h às 15h nas EMEFs e EMEIs, sem fechar ao meio-dia.

TRANSPORTEDia 25 - passe livre nos ônibus urbanos,

com horários de feriado Área Azul - dias 24 e 31 - normalHorários de ônibusDia 24 - normal, com redução de alguns

horários de linhas que passam pela UlbraDia 31 - planilha de sábado, sem a cir-

culação de seletivos.

LIMPEZAA coleta de lixo domiciliar não terá

qualquer alteração.As cooperativas que realizam a Coleta

Seletiva Compartilhada não trabalharão nos dias 24 e 31. A exceção é a Coopcama-te, que atuará no dia 24 no bairro Moinhos de Vento (entre as ruas Açucena e A.J. Renner) e na área entre a Santos Ferreira e Boqueirão.

A limpeza de ruas, com roçada, capina e recolhimento de entulhos, será feita normal-mente nos sábados e nas segundas-feiras anteriores aos feriados. Plantão: 9935-4872

DEFESA CIVILSituações de risco - plantão 24 horas

pelo 9240-1023

Vereadores são diplomadosOcorreu na manhã de quarta-feira , 19,

a diplomação dos vereadores eleitos em 2012. A solenidade, realizada no Unila-salle, certificou os vereadores e suplentes até a terceira posição de cada coligação, além do prefeito e vice-prefeito. A sessão de posse dos vereadores acontece em 1º de janeiro, às 17 horas, na Câmara.

Bem-Estar AnimalA Câmara de Vereadores aprovou na

quinta-feira, 20, projeto de lei de autoria do Executivo (PL 45/2012) que cria o Conselho Municipal do Bem-Estar Ani-mal (Combea) e o Fundo Municipal do Bem-Estar Animal em Canoas. A propos-ta busca fazer com que o município tenha um fórum permanente de debate dos assuntos relacionados à saúde pública e o bem-estar dos animais e que possibilite ao diálogo entre os representantes técni-cos municipais e de outras instituições.