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penha-pereira
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Se existe algo que o ser humano ainda não conseguiu digerir com relação á algumas atitudes
de Deus para com o homem, este algo se chama O silêncio de Deus. É quando tudo está
confuso e obscuro e você não enxerga aquela tão esperada “luz no fim do túnel”, A oração
parece não ultrapassar o teto do seu quarto, na igreja, a palavra é pregada, mas não é o que
você gostaria de ouvir. Deus não levanta nenhum “vaso” em profecia pra falar contigo, a Fé já
não está tão viril e a Esperança já não anda de mãos dadas com você, é justamente nesse
momento que você olha para o alto e solta aquela pergunta: Senhor onde tu estás? Ou Senhor
fala comigo preciso te ouvir!!! Será que você já vivenciou isso alguma vez?
O que precisamos entender é, que quando Deus fica em Silêncio, Ele está trabalhando ao nosso
favor, costumo dizer que o silêncio de Deus é pedagógico, ou seja, Ele está apenas nos
ensinando á esperar o Tempo DELE, precisamos somente confiar em seus desígnios sabendo
que o melhor está por vir. Observando as Escrituras Sagradas, nos deparamos com dois
períodos longos do Silêncio de Deus na História, veja a seguir:
- “Então disse o Senhor: Com efeito, tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, e
tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheço os seus sofrimentos. e
desci para o livrar da mão dos egípcios, e para o fazer subir daquela terra para uma terra boa e
espaçosa, para uma terra que mana leite e mel; para o lugar do cananeu, do heteu, do
amorreu, do perizeu, do heveu e do jebuseu. E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel é
vindo a mim; e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem. Agora, pois,
vem e eu te enviarei a Faraó, para que tireis do Egito o meu povo, os filhos de Israel”.(Ex 3:7-
11).
Este texto retrata a chamada de Moisés como o Líder que libertaria Israel da terra do Egito,
segundo a história os Israelitas estavam escravizados há mais ou menos 430 anos naquela
terra pagã, trabalhando duramente pelo seu sustento sendo oprimidos por Faraó todos os dias.
Muitos já não adoravam mais a Deus, não havia sacrifícios e muito menos uma vida espiritual
sadia, pois, a Fé havia sido sufocada pelo sofrimento e a Esperança esquecida pelo passar do
tempo. É quando então Deus decide quebrar o silêncio de séculos, e resolve intervir no curso
desta história, usando Moisés como uma ferramenta para libertar Israel das mãos truculentas
de Faraó. O outro período que podemos citar é mais conhecido como PERÍODO INTERBÍBLICO,
um período de 400 anos onde as penas dos escribas estavam recostadas, os profetas de Deus
estavam calados e poucos ainda guardavam a promessa do tão esperado Messias prometido
comoO Velho Simeão e a Profetiza Ana (Lc 2:25-30,36-38). Uma época de grandes batalhas
sangrentas, guerras entre povos, um verdadeiro caos espiritual e social. Foi então que Deus
mais uma vez quebra o silêncio e levanta uma trombeta na terra chamadoJOÃO BATISTA,
conhecido como a voz do que clama no deserto (Is 40:3, Lc 3:4), em um momento de
esterilidade profética surge a voz de João Batista servido de conexão entre o Céu e a Terra,
anunciando que o Silêncio profético havia cessado, e que a boca de Deus estaria aberta para
pronunciar a salvação á todos os homens. O que aprendo com essas lições, é que Deus sempre
está no controle de todas as coisas, e que o “Silêncio de Deus não significa a AUSÊNCIA
DELE”, Ele pode estar calado como estava naquele barco com os discípulos, porém, Ele ainda
está no barco e no momento certo ELE se Levantará, acalmará a tempestade e cessará toda
tormenta porque ele sabe quando e como deve agir.
"O que aconteceu no período intertestamentário?"
Resposta: O tempo entre a última parte do Velho Testamento e a aparição de Cristo é conhecido como o período intertestamentário (ou entre os testamentos). Porque não teve nenhuma palavra profética de Deus durante esse período, alguns o chamam de “400 anos de silêncio”. A atmosfera política, religiosa e social da Palestina mudou significantemente durante esse período. Muito do que aconteceu foi predito pelo profeta Daniel (veja Daniel capítulos 2,7,8 e 11 e compare os eventos históricos).
Israel estava sob controle do Império Persa entre 532-332 A.C. Os Persas deixaram os judeus praticarem sua religião com pouca interferência. Eles até tiveram permissão para reconstruir e adorar no templo (2 Crônicas 36:22-23; Esdras 1:1-4). Esse período inclui os últimos 100 anos do período do Velho Testamento e mais ou menos os primeiros 100 anos do período intertestamentário. Esse período de paz e contentamento relativos foi calmo bem antes da tempestade.
Alexandre o Grande derrotou Dário da Pérsia, trazendo o reinado grego ao mundo. Alexandre foi um aluno de Aristóteles e era bem educado na filosofia e política gregas. Ele exigiu que a cultura grega fosse promovida em todo território conquistado. Como resultado, o Velho Testamento hebraico foi traduzido ao grego, tornando-se a tradução conhecida como a Septuaginta. Alexandre permitou liberdade religiosa aos judeus, apesar de fortemente promover estilos de vida gregos. Isso não foi uma boa direção dos eventos para Israel, já que a cultura grega era uma ameaça a Israel por ser muito humanística, mundana e que não agradava a Deus.
Depois que Alexandre morreu, a Judéia foi reinada por uma série de sucessores, culminando com Antióquio Epifanes. Antióquio fez muito mais do que apenas recusar liberdade religiosa aos judeus. Mais ou menos 167 A.C., ele aboliu a linha do sacerdócio e profanou o templo com animais impuros e um altar pagão (veja Marcos 13:14). Isso foi uma espécie de estupro religioso. Eventualmente a resistência judaica a Antióquio restaurou os sacerdortes e resgatou o templo. O período que seguiu, no entanto, foi um de guerra e violência.
Mais ou menos 63 A.C, Pompeu de Roma conquistou a Palestina, colocando toda Judéia sob o controle de César. Isso eventualmente fez com que o imperador romano e senado fizessem de Herodes o rei da Judéia. Essa seria a nação que muito exigiu dos judeus, controlando-os demasiadamente e eventualmente executando o Messias na cruz romana. As culturas romana, grega e hebraica agora estavam misturadas na Judéia, com todas as três línguas faladas comumente.
Durante o período de ocupação grega e romana, dois grupos politicos e religiosos bastante importantes passaram a existir. Os Fariseus adicionaram à Lei de Moisés através de tradição oral – eventualmente considerando suas próprias leis como sendo mais importantes (veja Marcos 7:1-23). Enquanto as ensinamentos de Cristo frequentemente concordavam com os dos fariseus, Ele era contra seu legalismo e falta de compaixão. Os Saduceus representaram os aristocratas e ricos. Os Saduceus, os quais tinham bastante poder através do Sinédrio (algo parecido com a Suprema Corte), rejeitaram todos os livros do Velho Testamento menos os Mosáicos. Eles se recusaram a acreditar na ressurreição, e eram como uma sombra dos gregos, a quem admiravam grandemente.
Essa coleção de eventos que preparam o palco para a vinda de Cristo teve uma grande influência no povo judeu. Os judeus e pagãos de outras nações estavam descontentes com religião. Os pagãos estavam começando a questionar a validez do politeísmo. Romanos e gregos se afastaram de suas mitologias em direção às Escrituras, as quais podiam ser lidas em grego e Latim. Os judeus, no entanto, estavam desanimados com a situação. Mais uma vez eles foram conquistados, oprimidos e poluídos. A esperança estava nas últimas, fé mais ainda. Eles estavam convencidos de que a única coisa que podiam salvar a eles e a sua fé era a aparição do Messias.
O Novo Testamento conta a história de como a esperança surgiu, não só para os judeus, mas para o mundo inteiro. A realização de Cristo das profecias foi antecipada e reconhecida por muitos que O procuraram. As histórias do centurião romano, dos reis magos e do fariseu Nicodemos mostram como Jesus foi reconhecido como o Messias por aqueles que viveram no Seu tempo. Os “400 anos de silêncio” foram quebrados pela história mais maravilhosa jamais contada – o Evangelho de Jesus Cristo!
Ao lermos o último de livro do Antigo Testamento (Malaquias) e iniciarmos a leitura do primeiro livro do Novo Testamento
(Mateus), não imaginamos que entre esses dois livros há um período muito importante a ser estudado, porém pouco
conhecido e ensinado nas igrejas.
Um período de 400 anos marcado pelo silêncio da era profética e por essa razão apelidado “O Período Negro”.
Esse mesmo período merece total atenção, pois se quisermos compreender melhor o Novo Testamento e as mudanças
que ocorreram no mundo entre os anos 397 - 6 a.C teremos que nos voltar a ele e observar os fatos e acontecimentos ali
presentes, além de suas contribuições para o desenvolvimento do cristianismo.
Chamamos esse período de “Período Interbíblico ou Intertestamentário”
1. Definição
A palavra intertestamentária significa “entre testamentos”. O Período Intertestamentário ou Interbíblico, para uma melhor
compreensão, trata-se do período que se estendeu por 400 anos entre livro de Malaquias e o evangelho de Mateus.
Durante esse período a promessa do Messias já havia sido profetizada, porém não concretizada. Agora todos
experimentam o silêncio de Deus, não há ninguém inspirado pelo Senhor que fala em seu nome.
Ao observarmos o mundo nesse período, podemos notar transformações significativas quanto as civilizações que se
levantavam para exercer seu domínio, sem falar ainda na vida do povo de Deus (os judeus), que aguardavam o advento
do Messias com o propósito de restaurar a Israel, que viveram sob o domínio da Pérsia, Grécia e Roma.
2. Os apócrifos
A impressão que temos, quanto ao povo escolhido por Deus, é que depois de Malaquias nenhuma obra literária fora
produzida até a época dos apóstolos. Essa impressão é equivocada. Concordamos que nenhuma obra inspirada por
Deus fora produzida, somente obras de cunho humano visando suprir a escassez da revelação divina com o propósito de
consolar o povo e manter a unidade entre eles diante da dispersão desde Nabucodonossor.
Foi no decorrer do Período Interbíblico que a literatura apócrifa surgiu. Esses livros foram incluídos no cânon da
Septuaginta e Vulgata Católica Romana e constituem o que hoje chamamos de Apócrifos, que significa “livros ocultos,
escondidos” não reconhecidos pelos cristãos como sendo inspirados ou legítimos por Deus.
Temos ainda, em adição aos apócrifos, os escritos judaicos extrabíblicos escritos sob um suposto nome e conhecidos
como “Pseudoepigráficos”. Eram obras escritas com os nomes de líderes do passado (Enoque, Baruque, Esdras, etc).
Lista dos apócrifos do Antigo Testamento
Podemos dividir os apócrifos em três grupos:
1. Históricos - Livro dos jubileus, Vida de Adão e Eva, Ascensão de Isaías, 3Esdras, 3Macabeus, O testamento de
Moisés, Eldade e Medade, História de João Hircano.
2. Didáticos – Testamento dos doze patriarcas, Salmos de Salomão, Ode de Salomão, Oração de Manassés e
4Macabeus.
3. Apocalípticos – Livro de Enoque, Ascensão de Moisés, 4Esdras, Apocalipse de Baruque, Apocalipse de Elias,
Apocalipse de Ezequiel e Oráculos Sibilinos.
3. O período Persa (450-333 a.C)
A ascensão do Império Persa se deu nas mãos do guerreiro, conquistador e libertador Ciro, O Grande rei da Pérsia de
559 a 530 a.C. Ciro conquistou a Lídia, a Síria, a Babilônia e outras nações que fizeram parte de seu império além de ter
conseguido incorporar a Média. Ciro na Bíblia é conhecido como aquele que libertou os judeus cativos após ter invadido a
Babilônia. (2Cr 36.22-23; Ed.1.1-4). Esse ato ocorreu em conformidade com aquilo que o profeta Isaias havia profetizado
(Is. 44.26.28; Is. 45.1).
Além de Ciro podemos destacar, também, seus sucessores: Assuero (Xerxes) (486-465 a.C), protagonista de uma das
mais belas histórias da Bíblia, no Antigo Testamento, juntamente com Ester. Essa união favoreceu a nação judaica, onde
através de um decreto se defenderam das perseguições de seus inimigos; Artaxerxes (465-425 a.C), permitiu que os
judeus voltassem para sua nação após decreto de Ciro, embora muitos resolveram ficar na Babilônia e outros foram para
o Egito.
Durante o tempo em que os judeus permaneceram na Babilônia, alguns se destacaram e exerceram sua influência para o
governo, como é o caso de Daniel, Neemias e Ester. A volta à Jerusalém ocorrera em etapas, sendo a primeira com a
Zorobabel e Josué. Essa primeira comitiva deveria começar a reconstruir o Templo do Senhor que fora destruído pelos
caldeus, porém oposições se levantaram e novamente o Senhor interviu na história com seus profetas Ageu e Zacarias
profetizando a favor da nação judaica. Em 516 a.C, o Templo do Senhor fora reconstruído. Logo em seguida, em 458,
milhares de judeus retornaram a sua terra com o escriba Esdras, esse por sua vez, foi responsável em restaurar o culto
ao Senhor e reensinar a Lei a nação. Por fim, em 445, Neemias conduz a terceira comitiva judia rumo a Terra Santa, onde
ali se tornou construtor e governador.
Vale ressaltar que após o final do cativeiro, os judeus deixaram de lado a idolatria, principal motivo que moveu o coração
Deus a exercer sua justiça sobre os judeus. Além desse ponto, puderam se auto avaliar quanto a Lei do Senhor e
perceber que estavam distantes antes do cativeiro. O mesmo cativeiro serviu, também, para um despertar quanto à
promessa do Messias e construção das sinagogas, local onde se ensinava a Lei ensinada e a adoração era prestada a
Deus.
4. O período Grego (333-323 a.C)
Robert H. Gundry, afirma em seu livro Panorama do Novo Testamento: “A história do Antigo Testamento se encerrou com
o cativeiro que a Assíria impôs ao reino do norte, Israel, com o subseqüente cativeiro babilônico do reino do sul, Judá, e
com o regresso, à Palestina, de parte dos exilados, quando da hegemonia persa, nos séculos VI e V a.C. Os quatro
séculos entre o final da história do Antigo Testamento e os primórdios da historio do Novo Testamento compreendem o
período intertestamentário. (ocasionalmente chamados “os quatrocentos anos de silêncio”, devido ao hiato, nos registros
bíblicos, e ao silenciamento da voz profética). Durante esse hiato é que Alexandre o Grande se tornou senhor do antigo
Oriente Médio, ao infligir sucessivas derrotas aos persas, quando das batalhas de Granico.”
Após a conquista dos medos-persas, a cultura grega (helenismo) se expandiu pelo mundo, ocorreu avanço da ciência e a
língua grega tornou-se a língua mais usada e falada nas ruas, graças a Alexandre o Grande.
Aos vinte anos de idade Alexandre Magno assumiu o governo. Educado por Aristóteles, se tornou talentoso e preparado
para conquistar o mundo através da cultura grega.
Com a morte de Alexandre Magno, seu império fora dividido em quatro partes. Duas dessas partes são objeto direto de
nosso estudo, a dos Ptolomeus e a dos Selêucidas. O império Ptolomeus centralizava-se no Egito, tendo por capital
Alexandria; já o império dos Selêucidas centralizava-se na Síria, com capital em Antioquia.
Reprimida entre o Egito e a Síria, a Palestina tornou-se vítima das rivalidades entre os Ptolomeus e os Selêucidas.
A Judéia dos Ptolomeus (323-198 a.C)
Depois da morte de Alexandre (323 a.C.), a Judéia, ficou sujeita, por algum tempo a Antígono, um dos generais de
Alexandre que controlava parte da Ásia Menor. Logo a seguir, caiu sob o controle de outro general, Ptolomeu I (que havia
então dominado o Egito), apelidado Soter, o Libertador, o qual capturou Jerusalém. Ptolomeu foi bondoso para com os
judeus. Muitos deles se radicaram em Alexandria, que continuou a ser um importante centro da cultura e pensamento
judaicos por vários séculos. No governo de Ptolomeu II (Filadelfo) os judeus de Alexandria começaram a traduzir a sua
Lei, o Pentateuco, para o grego. Esta tradução seria conhecida como a Septuaginta, a partir da lenda de que seus setenta
(mais exatamente 72 - seis de cada tribo) tradutores foram sobrenaturalmente inspirados para produzir uma tradução
infalível.
A Judéia dos Selêucidas (198-166 a.C)
Após 120 anos sob o domínio dos Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria conquistou a Síria e a Palestina (198 a.C.).
Os governantes sírios eram chamados selêucidas porque seu reino, construído sobre os escombros do império de
Alexandre, fora fundado por Seleuco I (Nicator).
Nos primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas permitiram que o sumo sacerdote continuasse a governar os judeus
de acordo com as suas leis, todavia, surgiram conflitos entre o partido helenista e os judeus ortodoxo. Antíoco IV
(Epifânio) aliou-se ao partido helenista e indicou para o sacerdócio um homem que mudara seu nome de Josué para
Jasom, esse por sua vez estimulava o culto a Hércules de Tiro. Jasom, todavia, foi substituído depois de dois anos por
um rebelde chamado Menaém (cujo nome grego era Menelau). Quando os partidários de Jasom entraram em luta com os
de Menelau, Antíoco IV marchou contra Jerusalém (170 a.C). Novamente os judeus são perseguidos, esses tiveram sua
cidade queimada; suas casas saqueadas; seu templo profanado (uma porca foi oferecida sobre ao altar do holocausto
para ofender ainda mais a consciência religiosa dos judeus); sua religião perseguida e muitos foram mortos ao fio da
espada. Enéas Tognini, afirma em seu livro O Período Interbíblico, quanto ao governo de Epífanio: “O seu atroz governo
gera a revolta dos Macabeus.”
5. Os Macabeus e o início do império romano (166-63 a.C)
Não demorou muito para que os judeus oprimidos encontrassem um líder para sua causa. Quando os emissários de
Antíoco chegaram à vila de Modina, cerca de 24 quilômetros a oeste de Jerusalém, esperavam que o velho sacerdote,
Matatias, desse bom exemplo perante o seu povo, oferecendo um sacrifício pagão. Ele, porém, além de recusar-se a
fazê-lo, matou um judeu apóstata junto ao altar e um oficial sírio que presidia a cerimônia. Matatias fugiu para a região
montanhosa da Judéia e, com a ajuda de seus filhos, empreendeu uma luta de guerrilhas contra os sírios. Embora o velho
sacerdote não tenha vivido para ver seu povo liberto das mãos da síria, deixou a seus filhos o término da tarefa. Judas,
apelidado “o Macabeu”, assumiu a liderança depois da morte de seu pai (Matatias). Por volta de 164 a.C. Judas havia
reconquistado Jerusalém, purificado o templo e reinstituído os sacrifícios diários. Após a morte de Antíoco na Pérsia. as
lutas contra os reis selêucidas continuaram por quase vinte anos.
Aristóbulo I foi o primeiro dos governantes Macabeus a assumir o título de “Rei dos Judeus”. Depois de um breve reinado,
foi substituído pelo tirânico Alexandre Janeu, que, por sua vez, deixou o reino para sua mãe, Alexandra. O reinado de
Alexandra foi relativamente pacífico. Com a sua morte, um filho mais novo, Aristóbulo II, desapossou seu irmão mais
velho. A essa altura, Antípater, o idumeu (que por vinte anos governou Judéia) assumiu o partido de Hircano (etnarca da
Judéia), através de um golpe político. Conseqüentemente, Roma entrou em cena e Pompeu marchou sobre a Judéia com
as suas legiões, buscando um acerto entre as partes e o melhor interesse de Roma. Aristóbulo II tentou defender
Jerusalém do ataque de Pompeu, mas os romanos tomaram a cidade e penetraram até o Santo dos Santos. Pompeu,
todavia, não tocou nos tesouros do templo.
O império Romano já vinha em ascensão por algum tempo. Eles dominaram o Egito, Síria e todo oriente, logo após a
Grécia ter sido subjugada. Cada país tinha seu representante de Roma (governador, procônsul ou juiz) e publicanos, que
arrecadavam impostos.
Herodes, filho de Antipater, fora nomeado ainda adolescente governador da Galiléia. Seu governo é marcado por
crueldade, desrespeito a Lei judaica, matança aos judeus e idolatria. Nas Escrituras, Herodes é conhecido como o rei que
ordenou a morte dos meninos em Belém por temer o Rival que nascera para ser Rei dos Judeus. Já às vésperas de
Herodes morrer, a Judéia é visitada por três personagens vindos do Oriente para adorar um menino que havia nascido rei
dos judeus.
O SILENCIO DE DEUS
Depois do profeta Malaquias, o povo de Israel viveu um longo período sem um único profeta de Deus. Não
há Escrituras inspiradas durante aquele tempo. Por isso, algumas vezes este intervalo de 400 anos são
chamados de “Anos de Silêncio”.
Conforme previsto pelos profetas do Velho Testamento, os impérios mundiais se sucederam e o povo de
Israel perdeu a sua soberania devido à sua deslealdade ao seu Deus. A Assíria conquistou o reino do norte
(Israel) em 722 a.C. e a Babilônia conquistou o reino do sul (Judá) em 587 a.C. Depois disso, os persas
conquistaram a Babilônia (537 a.C.) e os gregos conquistaram o império Medo-Persa (333 a.C.). Porém,
próximo do tempo do nascimento de Cristo, os romanos acabaram conquistando os gregos por volta do ano
63 a.C. Este é o império que controlava o mundo nos dias do Novo Testamento.
Levantaram-se os chamados “Macabeus” em 166 a.C., sob o domínio da Síria que se seguiu ao da Grécia,
resultando na libertação da província da Judeia até a chegada dos romanos. Surgiram ainda no tempo dos
Macabeus os Zelotes, que zelavam pela observância da lei de Moisés e odiavam todos os estrangeiros,
usando violência e até assassínio contra eles (um dos discípulos de Jesus, Simão, pertencia a este grupo –
Lc 6:15).
Os romanos, visando evitar rebeliões e revoltas dos judeus, usaram a política de lhes dar uma relativa
independência civil e religiosa. Designaram um edomita, descendente de Esaú, chamado Herodes, como
rei sobre as províncias da terra de Israel (Judéia, Samaria e Galiléia), e um governador romano (Pilatos).
Como ambos eram estrangeiros, delegaram também relativa autoridade política ao Sumo-sacerdote
aprovado por eles, reconhecendo a importância do Templo e dos cerimoniais, com os seus responsáveis,
na vida do povo.
Com o reavivamento vivido no primeiro momento pós-exílico, sob a liderança de Ageu, Zacarias, Esdras, o
sacerdote Josué e Neemias e, anos mais tarde, Malaquias, os judeus aparentemente abandonaram a
tendência de seus pais à idolatria. Porém, passaram a dar mais valor aos aspectos externos da lei, ao
formalismo e à religiosidade, sem uma verdadeira essência espiritual. O resultado foi igualmente
desastroso.
O povo se afastou de Deus, embora ainda o cultuasse cerimonialmente e houvesse fanatismo entre eles
pela letra da Sua lei e ordenanças. Surgiram vários movimentos e grupos, na medida em que se afastavam
do espírito da lei de Moisés e acrescentavam seus próprios preceitos, ou com incredulidade negavam a
realidade do conteúdo de algumas partes das Escrituras. Nos Evangelhos, destacam-se:
Os saduceus, seita formada por sacerdotes e anciãos do povo, que negavam realidades bíblicas como
a existência de anjos e a ressurreição dos mortos, provavelmente influenciados pelos costumes e
filosofia durante a ocupação grega.
Os fariseus (que se traduz “separatista”), seita popular no tempo do Senhor Jesus, teve origem desde
o domínio sírio, quando se revoltaram contra a política pagã e se apegaram às Escrituras. Mas, com o
tempo, suplementaram a lei escrita com as suas tradições, que acabaram por obscurecer ou mesmo
invalidar a lei, “justificando” assim seu baixo padrão moral.
Os herodianos, uma espécie de elite social religiosa, da qual faziam parte muitos sacerdotes, que
davam apoio a Herodes e aos costumes romanos. para com isso conseguir vantagens para si mesmos e
para o povo (Mateus 22:16-18, Marcos 3:6).
Havia também a seita dos essênios, não mencionada na Bíblia, que professava uma vida austera de
separação do povo, e deixou vestígios nas cavernas do Mar Morto onde se encontraram muitos dos seus
escritos, bem como porções das Escrituras.
Os escribas, da tribo de Levi como os sacerdotes, antigamente haviam ocupado posições de destaque na
administração pública da nação de Israel, como secretários de Estado, encarregados de preparar e emitir
decretos em nome do rei. Eles eram os mestres do povo, especialmente no ensino da lei, sendo também
escrivães e escritores. Nos tempos de Cristo eram conhecidos como os “doutores da lei”, aceitos como
autoridades na interpretação da lei mosaica. Pertenciam à seita dos fariseus, mas eram uma classe à
parte.
A sinagoga, palavra grega que se traduz “assembléia”, é de origem desconhecida, mas supõe-se que
tendas ou construções para a reunião de judeus piedosos tenham existido desde tempos antigos. Um
sistema de culto foi provavelmente adotado nas sinagogas durante o cativeiro babilônico, quando os
exilados se reuniam para a leitura da “lei e dos profetas”, ou seja, o Velho Testamento, e depois da volta
do exílio elas se estabeleceram através da sua terra.
Mesmo depois da reconstrução do templo, a sinagoga continuou sendo um elemento essencial na vida do
povo. As sinagogas mantiveram viva a esperança de Israel da vinda do Messias, e também serviram para
preparar o caminho para a proclamação do Evangelho em outras nações, e foram o modelo para a
administração e culto das igrejas cristãs primitivas. Ser “expulso da sinagoga” equivalia a ser “posto fora
de comunhão” numa igreja cristã.
A “tradição dos anciãos“, era um conjunto de interpretações orais da lei de Moisés, e passou a se tornar
mais importante do que a própria Lei. Era por eles chamada Lei Oral, ou c, e foi colocada no papel
(Talmude) no final do segundo século da era cristã. O Senhor Jesus mencionou este suplemento arbitrário
(Marcos 7:3, 9, 13), declarando “vós deixais o mandamento de Deus e vos apegais à tradição dos homens”
(Marcos 7:8). Paulo mais tarde nos acautela “para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e
vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo”
(Colossenses 2:8).
Mas o “Sol da justiça” e a “Luz do mundo“, o Filho de Deus, nasceu para brilhar e dissipar a escuridão
que reinava, trazendo o Evangelho , que são as boas notícias para o mundo todo, superando a lei de
Moisés e todos os seus acréscimos ilegais, com o conhecimento da sublime graça de Deus, que é a
salvação do pecador arrependido mediante a fé na pessoa do Cordeiro de Deus, o Senhor Jesus Cristo.
Abre-se uma nova era. Um Novo Testamento de Deus para o homem.