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Centro Universitário de Brasília Faculdade de Ciências da Saúde DIETA O SEGREDO DE UMA VIDA SAUDÁVEL. Patrícia Neves Coêlho Brasília, Junho 2001

o Segredo de Uma Vida Saudável

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DIETA - O SEGREDO DE UMA VIDA SAUDÁVEL

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  • Centro Universitrio de Braslia

    Faculdade de Cincias da Sade

    DIETA

    O SEGREDO DE UMA VIDA SAUDVEL.

    Patrcia Neves Colho

    Braslia, Junho 2001

  • Centro Universitrio de Braslia

    Faculdade de Cincias da Sade

    Licenciatura em Cincias Biolgicas

    DIETA

    O SEGREDO DE UMA VIDA SAUDVEL.

    Patrcia Neves Colho

    Monografia apresentada Faculdade

    de Cincias da Sade do Centro

    Universitrio de Braslia como parte

    dos requisitos para obteno do grau de

    Licenciado em Cincias Biolgica.

    Orientador: Cludio Henrique Cerri e Silva

    Braslia, Junho de 2001

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  • AGRADECIMENTOS

    Se hoje chego ao fim desse curso no foi por mrito exclusivo, mas pelo

    esforo conjunto de vrias pessoas que sempre se fizeram presentes em todos os

    momentos de minha vida, especialmente meus pais e minha famlia.

    Por isso no posso deixar de agradecer a meus avs, tios, primos, amigos e

    minha querida irm, Ana Paula Neves.

    De forma especial gostaria de agradecer a minha me que nunca mediu

    esforos para pagar esse curso e tambm ao meu pai que sempre procurou me

    incentivar e cobrar resultados dos meus estudos.

    No me esquecendo de meu marido, Pedro Wagner e de meu filho Guilherme

    que tiveram extrema pacincia e dedicao ao decorrer desse trabalho.

    Ao meu professor Cludio Henrique Cerri, por toda a sua dedicao e

    empenho em me auxiliar a planejar e finalizar esta monografia.

    Aos meus colegas de trabalho ( em especial a Professora Veracilda) e

    principalmente as minha direo que por diversas vezes me dispensou para que eu

    pudesse desenvolver esse projeto.

    Obrigada.

    3

  • Dedico esse trabalho ao meu filho, Guilherme,

    pessoa que tanto amo e meu maior

    incentivo para chegar at aqui.

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  • Sbio aquele que reconhece

    os limites de sua capacidade

    mas ignora as fronteiras do

    Saber !

    J. Alberes

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  • RESUMO

    A alimentao sempre constitui um fator de grande importncia para espcie

    humana. Desde os primrdios do tempo a alimentao e a histria da evoluo

    humana vem caminhando de mos dadas. Com o passar dos anos e o

    desenvolvimento das cincias e a tecnologia, os alimentos vem servindo como

    instrumento de estudos para a cincia, sua composio e sua influncia no corpo

    humano a cada dia que passa cada vez mais estudada, esta influncia dos alimentos

    no organismo vem sendo objeto de estudo da cincia da sade. A obesidade vem

    sendo um dos fatores que mais se destaca em estudos atuais, uma vez que j

    considerada uma doena epidmica. A dieta o ponto de equilbrio para se manter a

    sade em perfeito estado, uma vez que a responsvel pela manuteno dos gastos

    energticos do organismo humano.

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  • SUMRIO

    1. Introduo

    2. O papel dos alimentos na nutrio humana

    2.1. Aminocidos

    2.2. Carbodratos

    2.3. Lipdios

    2.4. Protenas

    2.5. Vitaminas

    2.6. Fibras

    2.7. Minerais

    2.8. gua

    3. Neurotransmissores

    3.1 __ Serotonina

    4. Obesidade

    5. Dieta Alimentar

    6. Concluso

    7. Referncias Bibliogrficas

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  • 1._INTRODUO

    A passagem da postura de quatro patas posio ereta, h aproximadamente 2

    milhes de anos, exerceu uma influncia decisiva na alimentao humana. At ento,

    a alimentao era escassa e montona, pois os primeiros antepassados do ser humano,

    devido a sua postura, apenas dispunham de vermes, ovos de pssaros, rpteis e

    pequenos mamferos que eram consumidos crus, obrigando-os a um grande esforo

    de mastigao. A mudana para a posio ereta permitiu ao homem alcanar frutos

    que pendiam dos ramos das rvores e caar animais com mais facilidade, em lugar de

    simples recoletor passou tambm a caador.

    H cerca de 1 milho de anos o domnio do fogo deu lugar primeira grande

    revoluo nos hbitos alimentares, no modo de se preparar os alimentos, tornando-os

    mais tenros e de melhor digesto. Com isso, abriram-se novas possibilidades

    alimentares e com elas os hbitos alimentares dos homens foram mudando.

    O surgimento da agricultura (aproximadamente 12 mil anos) foi fator

    condicionante de estabilizao e do progresso da espcie humana. Com a prtica da

    agricultura a procura de alimentos torna-se menos penosa, pois o homem passou a

    selecionar e produzir as plantas com maior interesse do ponto de vista nutricional. A

    domesticao de animais permitiu a utilizao de carne em condies mais regulares

    e o homem comeou a dispor desse tipo de alimento a ttulo permanente.

    Com o incio das viagens entre continentes e os descobrimentos nos sculos

    XV e XVI, a comunicao entre povos afastados tornou-se freqente iniciando-se os

    grandes movimentos migratrios e a troca de plantas e animais entre continentes.

    Consequentemente , aumentou a variedade de alimentos disposio das populaes

    e o contato entre culturas foram enriquecendo os diversos hbitos alimentares j

    existentes.

    Com a industrializao a partir dos sculos XVIII e XIX e os progressos da

    decorrentes, surgiram novos produtos alimentares e a formao dos primeiros grandes

    aglomerados urbanos levou progressivamente a diferentes modos de vida.

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  • Os novos hbitos alimentares das populaes, principalmente as

    urbanas, traduzem-se pela introduo crescente de produtos processados

    industrialmente, como as massas e outros derivados dos cereais, a margarina, as

    conservas, os produtos aucarados, os derivados do leite, etc. Segundo Burkhard

    (1984) , este fenmeno designa-se por evoluo moderna dos costumes alimentares e

    caracterizado pelo fato de grande parte dos alimentos atualmente consumidos

    provirem da transformao industrial das matrias primas naturais.

    J no sculo XX, com os conhecimentos sobre o funcionamento do organismo

    e da prpria composio nutricional dos alimentos, torna-se possvel estabelecer

    bases cientficas para alimentao do homem. Conhecidos os constituintes dos

    alimentos e as necessidades nutricionais dos diversos grupos populacionais possvel

    escolher os alimentos mais apropriados tendo em vista a preservao da sade.

    A influncia da alimentao na sade dos indivduos sempre foi reconhecida

    pela maioria das culturas. Os laos entre alimentao e sade formam a base de

    inmeras teorias e prticas mdicas. A sade considerada como resultado de um

    estado de equilbrio para o qual a alimentao contribu de maneira decisiva. A

    alimentao utilizada como componente fundamental da manuteno e recuperao

    da sade por meio da escolha e combinao dos alimentos.

    Segundo Augusto (1999), diversos distrbios e doenas tm sido

    repetidamente atribuda mudana nos estilos de vida onde a alimentao

    componente fundamental.

    Assim sendo, o estudo da composio dos alimentos e da influncia dos

    mesmos no organismo humano se torna imprescindvel para se adotar hbitos

    alimentares que no tragam prejuzo a sade do indivduo.

    Este trabalho tm por finalidade demonstrar qual a importncia dos alimentos

    na vida dos seres humanos, procurando demonstrar quais os prejuzos que a falta dos

    alimentos poder acarretar ao organismo humano.

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  • 2. PAPEL DOS ALIMENTOS NA NUTRIO HUMANA

    Os alimentos podem ser consumidos pelo indivduo in natura, ou

    preparados segundo a tcnica diettica, ou industrializados atravs da tecnologia de

    alimentos. Podem proceder de fontes vegetal, animal ou mineral e diferem quanto

    espcie, variedade, qualidade e quantidade.

    Segundo Cooper (1999),os alimentos apresentam-se sob diversas formas,

    com variaes em seu estado fsico, em sua composio qumica e na sua

    capacidade, conjunta ou parcial de provocar a preferncia e o apetite de seu

    consumidor.

    Quanto ao seu papel no organismo, basta lembrar que o alimento necessrio

    a todos os seres viventes. Os alimentos constituem, o material a que recorre o

    organismo, para fabricar seus tecidos e conseguir a fora energtica propulsora dos

    processos biolgicos.

    Antes da ingesto de qualquer alimento, deve-se analisar seu valor nutritivo,

    esse valor conferido pela presena dos nutrientes que so substncias qumicas

    indispensveis vida e sade de qualquer ser vivente.

    2.1 Aminocidos

    Os Aminocidos so pequenas unidades estruturais que compe as molculas

    de protenas, Carper (1999). Existem aproximadamente 22 aminocidos conhecidos

    (tab.1). So essenciais a sade porque ajudam a formar, recuperar, renovar e prover

    fontes de energia. De todos os aminocidos, h 8 que so considerados essenciais e

    que no podem ser produzidos pelo organismo, os outros dois grupos de aminocidos,

    que se classificam por: os condicionalmente essenciais e no essenciais, so

    produzidos pelo organismo. Se algum aminocido essencial estiver deficitrio ou

    ausente, todos os outros vo tambm se tornar deficientes e devero ser repostos

    atravs de alimentao e complementos.

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  • Tab.1_ Principais Aminocidos utilizados pelo organismo humano.

    Aminocidos

    Essenciais

    Condicionalmente

    essenciais

    No essenciais

    Fenilalanina Glicina Alanina

    Triptofano Prolina cido asprtico

    Valina Tirosina cido glutmico

    Leucina Serina Asparagina

    Isoleucina Cistena e cistina

    Metionina Taurina

    Treonina Arginina

    Lisina Histidina

    Glutamina

    Adaptado de Oliveira e Marchini, 2000

    2.2 Carboidratos

    Carboidratos so considerados a fonte primria de energia para o organismo,

    uma vez que seu catabolismo (fragmentao enzimtica de alimentos que devem ser

    reduzidos ao tamanho de molculas pequenas afim de serem oxidados pelas clulas)

    possibilita a liberao de energia para a formao do ATP. Fornecem primeiramente

    energia para o crebro, medula, nervos perifricos e clulas vermelhas do sangue,

    Mickelsen,(1992).

    Sendo assim a ingesto insuficiente desse macronutriente traz prejuzos ao

    sistema nervoso central, alm da produo excessiva de corpos cetnicos que causam

    grandes danos ao organismo, e permitem o catabolismo dos cidos graxos em gua,

    carboidrato e energia, Mindell (1996).

    Os carboidratos so macronutrientes cujos maiores representantes pertencem

    ao reino vegetal, seja na forma de carboidrato complexo (amido e/ou celulose) ou na

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  • forma de acar (dissacardeos) como a sacarose, alm da glicose e da frutose,

    monossacardedos comuns em dietas, segundo Evangelista(1998).

    2.3 Lipdeos

    Atkins (2000) em seu livro enfatiza, que os lipdeos so macronutrientes que

    desempenham funes energticas, estruturais e hormonais no organismo. Gorduras e

    leos tm, como principal funo o fornecimento de energia, enquanto os

    fosfolipdeos so constituintes de membrana, desempenhando funo estrutural de

    alta importncia biolgica.

    Gorduras e leos conferem sabor, sensao de saciedade, com conseqente

    espaamento entre as refeies.

    Segundo Daintith (1996), a deficincia em cidos graxos essenciais (linoico e

    linolenico) pode causar dermatose, perca de peso, menstruao irregular e outros

    danos ao organismo. Sendo assim alimentos que contenham este cido tornam-se

    indispensveis ao organismo.

    Quimicamente, os lipdeos constituem uma classe de compostos muito

    heterognea, mas tm em comum a propriedade de serem solveis em solventes

    orgnicos. So quase complemente absorvidos pelo organismo e transportados no

    sangue por um complexo molecular denominado lipoprotenas. A ingesto excessiva

    de lipdeos tem sido relacionado a doenas do corao, Taller (1984).

    2.4 Protenas

    Segundo Mazzaferri (1978), protenas so substncias indispensveis a toda

    clula viva. So formadas por aminocidos que se articulam e podem ser de origem

    exgenas ou endognas. Quando ingeridas e absorvidas pelo intestino fornecero

    aminocidos ao organismo que tero dois destinos principais: anabolismo(parte

    construtiva das atividades fisiolgicas, sntese de macromolculas) e catabolismo .

    Desempenham as seguintes funes orgnicas: plstica, energtica, formao

    de anticorpos, formao de hormnios, equilbrio cido bsico, distribuio de

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  • lquidos no organismo, transporte de substncias, transporte de oxignio, coagulao

    do sangue e atividade muscular, Oliveira e Marchini (2000).

    2.5 Vitaminas

    Vitaminas so substncias orgnicas cuja a presena na dieta, em quantidades

    mnimas, so indispensveis para garantir o perfeito funcionamento do organismo

    animal.

    De acordo com sua solubilidade podem ser divididas em dois grupos:

    vitaminas lipossolveis e vitaminas hidrossolveis.

    Existem cerca de 30 tipos de vitaminas conhecidas (tab.2):

    Tab.2_Principais vitaminas conhecidas. Vitaminas Conhecidas

    A Retinol, caroteno C cido ascrbico

    B1 Tianina D Calciferol, viosterol, ergosterol

    B2 Riboflavina E Tocoferol

    B3 Niacina, niacinamida F cidos graxos

    B4 Adenina G Riboflavina

    B5 cido pantotnico H Biotina

    B6 Piridoxina K Menadiona

    B10 e B11 Fatores de crescimento L Necessria lactao

    B12 Cobalamina, cianocobalamina M cido flico

    B13 cido ortico P Bioflavonides

    B15 cido pangmico Pp Niacinamida

    B17 Amigdalina P4 Trioxirutina

    Bc cido flico T Substncias que promovem o crescimento

    Bt Carnitina U Extrada do suco de repolho

    Bx ou PABA cido para-aminobenzico, colina, inositol

    Adaptado de Mindell, 2000

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  • 2.6 Fibras

    Segundo os princpios de Mitchell (1997), fibras so definidas pelos mdicos

    como os componentes no digerveis dos vegetais. No sendo nem absorvidas nem

    digeridas pelo organismo elas aumentam a quantidade de resduos no intestino e

    aumentam o bolo fecal. Como as fibras alimentares tm a propriedade de absorver

    gua, as fezes ficam mais macias e a movimentao intestinal fica facilitada.

    Segundo Sgarbieri (1990), previnem as doenas gastrointestinais, ajudam a reduzir o

    nvel de colesterol no sangue e reduzem o risco de doenas cardiovasculares.

    As maiores fontes de fibras alimentares so: amndoa, coco, aveia, trigo,

    castanha do par, amendoim, centeio, espinafre, azeitona, ervilha e feijo.

    2.7 Minerais

    Os minerais so nutrientes essenciais, inorgnicos e no calricos. Essenciais,

    pois o organismo incapaz de os sintetizar, inorgnicos porque no contm carbono

    e no calricos porque no fornecem energia, Carper (1995).

    Usualmente so divididos em dois grupos, de acordo com as necessidades

    dirias: designam-se minerais aqueles que, como o clcio e o fsforo, fazemse

    necessrios em quantidades superiores a 100mg e outros que so necessrios em

    pequenas quantidades (inferior 100mg) como o flor e o iodo, Devlin (1998).

    Os minerais desempenham diversas e importantes funes no organismo que

    incluem a participao no funcionamento enzimtico, constituio de hormnios,

    transmisso de impulsos nervosos, contrao muscular, manuteno do equilbrio

    hidro-electroltico e manuteno de tecidos, Mazzaferri (1978).

    So fornecidos por uma larga gama de alimentos e so, geralmente absorvidos

    e ligados s protenas. A sua absoro raramente ocorre na totalidade, sendo afetada

    por outros nutrientes e compostos.

    Os principais minerais so: clcio, fsforo, magnsio, sdio, potssio, cloro,

    cobre, crmio, ferro, flor, iodo, mangans, molibdnio, selnio e zinco. Tal como

    muitas outras substncias, a maior parte dos minerais txica quando ingerida em

    excesso, Mindell (1996).

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  • 2.8 gua

    A gua o nutriente presente em maior quantidade nos organismos vivos, sem

    o qual os mesmos no sobreviveriam mais do que alguns dias. Sendo fundamental

    para manter o equilbrio no organismo. A maior parte das trocas inicas exigem gua.

    A quantidade dessa substncia que se faz necessria ao organismo est

    associada necessidade dos fluidos corporais terem volume e concentrao osmtica

    para garantirem as funes biolgicas. A regulamentao do equilbrio hdrico

    depende dos mecanismos hipotalmicos de controle da sede e do hormnio anti-

    diurtico que segregado pela hipfise em resposta a uma baixa ingesto de gua,

    diminui a quantidade urinria, Cosenza (1990).

    Para que o organismo se mantenha em situao de equilbrio hdrico a

    quantidade de gua deve compensar as perdas ( atravs do suor, da respirao e da

    urina) o que significaria uma ingesto diria entre 1,5 a 3 litros.

    Aps conhecer a funo e atuao de cada nutriente no organismo humano, o

    indivduo capaz de fazer uma reestruturao alimentar visando uma melhor

    qualidade de vida adquirida por meio da alimentao.

    Uma vez ingeridos os alimentos iro percorrer diversos caminhos no

    organismo humano e iro suprir a necessidade de sntese de diversas substncias ,

    como por exemplo a dos neurotransmissores.

    3. NEUROTRANSMISSORES

    O sistema nervoso central (SNC) constitudo por aproximadamente 100

    bilhes de neurnios, clulas especiais que veiculam as informaes entre o crebro e

    as outras partes do corpo. Cada funo do corpo controlada por determinada regio

    do crebro. Porm a mesma rea pode coordenar mais que uma funo corporal,

    Guyton (1997).

    Os neurnios comunicam-se entre si formando aproximadamente 100 trilhes

    de conexes, as chamadas sinapses. Como as clulas nervosas no se tocam as

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  • informaes so conduzidas entre elas por mensageiros qumicos, os

    neurotransmissores, Devlin(1998).

    Os mais importantes neurotransmissores so: Norepinefrina, Dopamina,

    Serotonina, Aceticolina e Gaba, sberard (1998).

    Destes o que se faz interessante a esse estudo a serotonina , pois vrios

    trabalhos cientficos esto sendo desenvolvidos em torno desse neurotransmissor

    relacionando-o como um dos principais fatores de desenvolvimento da obesidade.

    3.1 Serotonina

    Segundo Kaplan e Sadock (1999), a serotonina sintetizada a partir do

    aminocido essencial triptofano, com a triptofano hidroxilase servindo de passo

    inicial e limitador na rota de sntese. Desse modo, flutuaes nos nveis de triptofano

    no sangue e, em conseqncia no crebro podem afetar a quantidade de serotonina

    sintetizada nos neurnios serotonrgicos. A ingesto de alimentos ricos em triptofano

    aumenta rapidamente a sntese de serotonina no crebro, o que explica o seu efeito

    sedativo moderado. Aps a hidroxilao do triptofano, este rapidamente convertido

    em serotonina pela decarboxilao atravs da decaborxilase de aminocidos

    aromticos. Como com os neurnios catecolaminrgicos, o modo principal de

    inativao da serotonina liberada na fenda sinptica atravs de um processo de

    captao com alta afinidade, nos terminais nervosos serotonrgicos. Este processo de

    transporte fortemente inibido pelos antidepressivos atpicos, como a fluoxetina

    (Proaz). Estes avanos no nvel molecular confirmam tambm a expresso seletiva do

    transportador em neurnios da 5-HT (5-hidroxitriptamina) e a marcante seletividade

    da fluoxetina e seus homlogos, como a paroxetina, para o bloqueio da captao

    neste local. A serotonina intracelular no protegida pelo armazenamento nas

    vesculas catabolizada pelo monoamino oxidase (MAO). Foram identificados

    subtipos da MAO, com a MAOA atuando principalmente sobre a serotonina e a

    norepinefrina e a MAOB catabolizando principalmente feniletilaminas, inclusive a

    dopamina.

    16

  • Os neurnios que funcionam com auxlio da serotonina, os neurnios

    serotonrgicos, so encontrados principalmente no ncleo raph do tronco cerebral,

    enviam seus axnios para variadas localizaes no crebro. O que h de notvel

    acerca desses neurnios que eles, em contraste com muitas outras clulas nervosas,

    so espontaneamente rtmicos na gerao de potenciais de ao. Est atividade

    espontnea acelerada ou retardada por muitos outros neurotransmissores incluindo a

    prpria serotonina. Assim sendo existe um sistema auto-regulador: a serotonina

    liberada nas sinapes, ento inibe a liberao de mais serotonina uma espcie de

    reao negativa, feedback negativo, Habib(2000).

    As conexes dos neurnios serotonrgicos situam-se principalmente no tronco

    cerebral, no sistema lmbico e numa sucesso de outros centros cerebrais, que

    maioritariamente tem uma funo reguladora nas reas sensoriais. Seguindo os

    princpios de Kaplan e Sadock (1999), o melhor exemplo para esta idia a

    linguagem, na linguagem os aspectos acsticos (audio), visuais(ver objetos e ler

    palavras) e motores (controle dos msculos da laringe) esto interrelacionados, o que

    significa que so considerados como um todo. De modo a integrar adequadamente

    todas estas funes o crebro tem um grande nmero de estaes intermdias, rels.

    A serotonina inibe o rel sensorial e exita o rel motor.

    evidente que os efeitos da serotonina, comeam e desaparecem

    relativamente devagar, o que sugere que tem um efeito modulador nas atividades

    sinpticas rpidas. O sistema da serotonina tem uma importante influncia

    homeosttica na coordenao dos complexos padres, sensoriais e motores, da

    atividade em vrias situaes do comportamento do indivduo. Quanto mais alerta

    est o indivduo, mais ativo est o sistema da serotonina e mais alerta est o

    indivduo. Apenas durante o sono REM (estgio do sono relacionado a pequenos e

    involuntrios abalos musculares e com movimentos rpidos do olhar, devido a esse

    movimento rpido provocado nos olhos, este seria o estgio de sono profundo que

    ocorre de 3 4 vezes tendo duraes que variam de 5 minutos 30 minutos numa

    noite de sono de aproximadamente 8 horas, neste estgio que a atividade cerebral

    17

  • mais intensa, Guyton (1998)), quando o crebro est bastante acordado e o

    indivduo sonha, que o sistema da serotonina descansa, Habib (2000).

    As sndromes psiquitricas esto relacionadas com os distrbios no sistema da

    serotonina: distrbios afetivos, esquizofrenia, ansiedade, depresso, anorexia nervosa,

    bulimia, compulses e estados hiperagressivos. Este sistema aparenta funcionar de

    maneira inadequada em estados de depresso profunda e suicdio. Assim sendo

    relevante que muitos antidepressivos paream aumentar a atividade serotonrgica.

    Alm disso verifica-se uma relao entre uma funo serotonina diminuda e a

    desordem na personalidade de maneira a apresentar comportamento antisocial,

    violncia e comportamento impulsivo, Devlin(1998).

    Neste contexto a compulso alimentar causada por uma anormalidade nos

    neurotransmissores cerebrais, no caso a serotonina, que se encontra baixa a nvel

    cerebral, e isto explica a freqente associao deste distrbio com ansiedade e

    depresso, Habib (2000).

    Esta condio causa do ganho de peso e obesidade, sendo necessrio

    tratamento mdico e, em alguns casos, o uso de remdios, o que de modo geral leva a

    normalizao do quadro. necessria tambm a realizao de atividade fsica como

    forma natural de elevao de neurotransmissores e reduo da ansiedade, Mickelsen

    (1992). Vale frisar que dois por cento da serotonina encontrada no organismo

    localiza-se no hipotlamo.

    Segundo. Guyton (1988), o hipotlamo a parte enceflica mais importante

    para o controle das funes vegetativas do corpo, expresso que define o conjunto

    das funes orgnicas internas subconscientes, incluindo a maioria das funes do

    sistema nervoso autnomo. O hipotlamo contm muitos ncleos distintos, estes

    ncleos so responsveis por diversas funes orgnicas, como por exemplo a da

    regulamentao da fome. Os mecanismos de regulamentao do comportamento

    alimentar so complexos, devido em parte as variaes individuais.

    O hipotlamo mediano considerado o centro da saciedade enquanto que o

    hipotlamo lateral considerado centro do apetite. Entretanto sabe-se que

    atualmente esta apenas uma viso esquemtica e que na realidade intervm vrios

    18

  • fatores: o estado de ativao comportamental, a existncia de perturbaes sensoriais,

    diversos efeitos hormonais, etc. Registros unitrios mostraram que certos neurnios

    hipotalmicos respondem a vista ou ao odor de alimentos, mas somente quando o

    indivduo tm fome. O problema relacionado em patologia pela obesidade ilustra a

    complexidade dos mecanismos implicados: fatores hormonais e fatores psicolgicos

    complexos muitas vezes intervm para perturbar, muitas vezes de modo irreversvel,

    os mecanismos hipotalmicos reguladores, Habib (2000).

    O sistema nervoso utiliza, para apreciar o estado de fome ou saciedade,

    diversos indicadores: alguns deles fazem intervir a estimulao, atravs das

    propriedades qumicas dos alimentos, mecanismos ativadores ou inibidores

    perifricos, provenientes do prprio sistema digestrio: os sinais de fome oriundos da

    regio bucal e os sinais de saciedade provenientes da regio gastrointestinal so

    veiculados at ao hipotlamo por vias vegetativas aferentes. Por outro lado fatores

    relacionados ao humor desempenham provavelmente um papel importante na

    regulamentao do estado de fome, Sollero (1979).

    4 . OBESIDADE

    Obesidade um distrbio complexo que pode ser definido como um aumento

    no peso de mais de 10% acima do peso normal, devido a deposio generalizada de

    gordura no corpo. O peso dito normal para um indivduo difcil de ser

    determinado. Usualmente para determinar o ndice de massa corprea deve-se dividir

    o peso pela altura ao quadrado. Se o indivduo apresentar o ndice de massa corprea

    superior a 30 pode ser considerado obeso, Krupp (1980).

    Os fatores sociais tm marcante influncia no predomnio da obesidade e

    determinantes situacionais tm grande efeito nos hbitos alimentares dos indivduos

    obesos, Vasconcelos (2001).

    Do ponto de vista metablico, toda obesidade tem uma causa comum:

    ingesto de mais calorias que aquelas requeridas para o metabolismo energtico. As

    razes para as diferenas na utilizao energtica dos alimentos ingeridos nos vrios

    19

  • indivduos, tornam possvel para determinada pessoa utilizar suas calorias mais

    eficientemente que outros, nem sempre so conhecidos, Krupp (1980).

    Tepperman (1977), sugere que existe uma absoro mais efetiva dos

    alimentos pelo intestino dos obesos quando comparados com os magros. Pode-se

    dizer que as alteraes metablicas da obesidade so mais seu resultado do que sua

    causa.

    Segundo Krupp, (1980), indivduos obesos tm nmero aumentado de clulas

    gordurosas, bem como maior tamanho dessas clulas. A reduo de peso nos

    indivduos obesos deve diminuir o tamanho das clulas gordurosas mas seu nmero

    permanece constante.

    Segundo Tepperman (1977), observa-se que a maioria dos casos de obesidade

    esto relacionados a superalimentao, resultante de fatores emocionais, familiares,

    metablicos e genticos.

    No pode-se deixar de citar a associao de obesidade com mobilidade e

    mortalidade aumentadas. Algumas doenas esto relacionadas diretamente com o

    fator obesidade: hipertenso, diabetes mellitus, doenas vesiculares, gota

    arteosesclerose coronariana, dentre outras, Chaves (1978).

    Existe ainda um inexplicvel aumento da incidncia de certos tipos de cncer

    (mama, endomtrio, vescula, clon) em indivduos obesos, Krupp (1980).

    A obesidade representa um risco a vida de qualquer indivduo, uma vez

    diagnosticada preciso ser tratada com auxlio de exerccios fsicos e atravs de

    mudanas nos hbitos alimentares ou seja uma dieta que atenda as necessidades

    nutricionais de cada caso.

    Outro fator de grande importncia que contribu para a obesidade o fato das

    pessoas no fazerem um nmero de refeies ideais por dia, ou seja, a alimentao

    deve ter um bom fracionamento, por exemplo: trs refeies principais e trs

    intermedirias. Isso evita que o indivduo fique beliscando entre as refeies, j que

    ir consumir pequenos lanches; aumenta o trabalho intestinal e a absoro dos

    nutrientes, pois haver estimulo constante do trato digestivo e aumenta o gasto de

    energia para o metabolismo dos alimentos. Alm disso, pequenos volumes ingeridos

    20

  • vrias vezes ao dia fazem com que o estmago dilatado volte aos poucos ao normal,

    Deve-se mastigar pelo menos trinta vezes cada garfada. Est ao proporciona uma

    melhor digesto e um melhor aproveitamento dos nutrientes, maior gasto de energia e

    uma menor ingesto alimentar, pois comendo devagar, uma menor quantidade de

    alimento far com que o indivduo se sinta saciado, Mindell (1996).

    5. DIETA

    A palavra dieta originada do grego, com significado original de estilo de

    vida. Com o passar do tempo a palavra vem sendo deturpada sendo atualmente

    empregada como a privao total ou parcial da alimentao muitas vezes prescrita ou

    no por mdicos ou especialistas da rea de nutrio, Burkhard (1984).

    Segundo os princpios de Rey (1993), dieta pode ser definida como: a

    absteno temporria, completa ou incompleta, de alimentos, com o objetivo de

    atender a razes mdicas higinicas ou estticas. Diz-se tambm do padro alimentar

    habitual. Os requerimentos dietticos dependem da idade, do sexo, da altura e do

    peso, bem como das atividades fsicas e metablicas de cada pessoa. Depende do

    indivduo estar em crescimento ou no e para as mulheres de estarem em perodo de

    gestao ou de amamentao, fazendo com que as necessidades nutricionais

    aumentem consideravelmente.

    Com o atual crescimento das doenas relacionadas ao aumento de peso existe

    uma preocupao muito grande dos especialistas da rea de combater este mal. Muito

    vem sendo feito no setor da sade relacionado com o fator peso. Pesquisas vem sendo

    realizadas para que se entenda o como e o porque do aumento de peso, de como

    combater esse mal e evitar as doenas relacionadas a ele, Atkins (2000).

    Quando um indivduo se encontra acima do peso ideal, isto , com massa

    corprea superior a 30, faz-se necessrio a realizao de uma dieta (regime de

    absteno alimentar) com a superviso de um especialista da rea. Quanto mais cedo

    for detectado o sobpeso ou a obesidade em um indivduo, mais sucesso ter o

    tratamento, basicamente os tratamentos se resumem a uma dieta de baixa caloria, mas

    21

  • que tenha todos os alimentos necessrios ao organismo e a realizao de atividades

    fsicas para auxiliar no gasto energtico.

    Costanzo (1999), procura definir, a atividade fsica como o movimento

    produzido pelo msculo esqueltico resultando em incremento do gasto energtico.

    A atividade fsica pode determinar uma melhora no perfil dos lipdios

    plasmticos, na manuteno da densidade ssea, no melhor controle de doenas

    crnicas (como diabetes) sem contar nos benefcios psicolgicos como melhora da

    auto-imagem, humor, diminuio de ansiedade, depresso e stress, Sgarbieri (1990).

    No tratamento da obesidade a atividade fsica desempenha um papel

    fundamental pois aumenta o gasto energtico, a taxa metablica de repouso e

    termognese induzida pela dieta, aumenta a capacidade de mobilizao e queima de

    gordura; melhora da circulao cardaca e diminuio da presso arterial; supresso

    da sensao de fome por perodo curto aps exerccios intensos e por tempo mais

    prolongado aps exerccios com durao de pelo menos 60 minutos; aumento dos

    nveis de HDL (bom colesterol) e diminuio do LDL (mau colesterol); melhora no

    controle da glicemia, diminuio do ndice da massa corprea, com melhora da

    relao massa gorda/ massa magra, Cooper (1999).

    Em alguns casos, alm da dieta de restrio alimentar e exerccios, faz-se

    ainda necessrio a utilizao de moderadores de apetites.

    O uso de medicamentos constitui-se tema merecedor de ateno especial, pois

    ao se utilizar de compostos qumicos estar-se determinando algum tipo de

    interveno sobre o metabolismo o que resulta em reaes nem sempre previsveis e

    em alguns casos muito perigosas. A medicao no deve se constituir no principal

    critrio do tratamento, o enfoque do mesmo deve ser global no visando somente a

    reduo de peso. Todo e qualquer medicamento usado para o fins de emagrecimento

    deve ser prescrito por um mdico.

    Segundo Vasconcelos (2001), os medicamentos para emagrecer esto

    divididos em trs categorias:

    Medicamentos que atuam sobre o sistema nervoso central (SNC), interferem em mecanismos relacionados as funes das clulas nervosas, intimidando ou

    22

  • aumentando a atividade de neurotransmissores que determinam o aumento da

    saciedade e diminuio da sensao de fome. So os chamados sacietgenos.

    Medicamentos que estimulam o metabolismo aumentando o gasto calrico e a mobilizao de lpides determinando a diminuio da concentrao dos mesmos

    no organismo. So os termognicos.

    Medicamentos que atuam no sistema digestrio inibindo a ao de enzimas que participam do processo de digesto dos lipdios o que determina a diminuio da

    absoro destes.

    Seja qual for a classe do medicamento, deve-se, ter em mente que cada uma

    delas interfere de alguma forma no metabolismo podendo determinar reaes

    adversas que vo de secura na boca a alteraes comportamentais passando por

    taquicardia ou at mesmo diarria, Vasconcelos (2001).

    O principal fator para que uma pessoa comeasse a fazer uma dieta deveria ser

    a preocupao com a sua sade, mas nem sempre este fator levado em

    considerao, muitas pessoas decidem fazer dietas pensando em padres estticos

    sociais, pode-se dizer que esse o principal motivo que leva uma pessoa a comear

    uma dieta, o padro esttico imposto pela sociedade

    Dentro de padres estticos h uma diferenciao entre homens e mulheres (

    que so os indivduos que mais sofrem com as dietas alimentares). A mulher para

    ser considerada socialmente bela deve ter acima de 1,65m e pesar

    aproximadamente 55 Kg, j o homem deve ter mais de 1,80m e pesar

    aproximadamente uns 80 Kg, geralmente essa meta traada pelas pessoas que fazem

    moda e nenhuma dessas pessoas especialista na rea de sade, sendo assim, os

    padres estticos impostos pela sociedade so a princpio um crime cometido contra a

    sade de qualquer indivduo, alm de serem os responsveis por doenas tais como:

    compulsividade alimentar, ansiedade, bulimia , anorexia nervosa e outras.

    Na sociedade o espao destinado a uma pessoa obesa extremamente

    pequeno, no existe lugar para pessoas obesas no mundo moderno (apesar da

    crescente incidncia dos casos de obesidade), tudo na sociedade mais difcil para

    um obeso, difcil comprar uma roupa, ir ao cinema, comer num restaurante, pegar

    23

  • um nibus, isso porque a maioria dos objetos de uso comum so moldados nos

    padres estticos ditados pela sociedade. O obeso socialmente mal visto. Ele

    considerado normalmente uma pessoa gulosa e sem vontade prpria .

    Vrios so os fatores sociais que levam um indivduo a desenvolver a

    obesidade, a frustrao diria, a presso familiar, os padres estticos definidos, os

    casos amorosos fracassados e muitos outros fatores sociais.

    Outro fator que leva o indivduo a desenvolver o sobre peso ou a obesidade

    a indstria de alimentos. cada vez maior a quantidade de alimentos que existem no

    mercado disposio dos indivduos, alimentos prontos ou semi prontos em sua

    maioria compostos basicamente por carboidratos e lipdios, sendo assim se tornam

    pobres e deficientes em vitaminas, minerais e fibras. Com a modernizao da

    indstria de alimentos, os indivduos em sua maioria vm deixando de ingerir

    alimentos como frutas, legumes e verduras, que so essenciais ao organismo humano.

    Quando um indivduo deseja iniciar algum tipo de dieta , algum fator externo

    est influenciando-o, seja a famlia, o par amoroso, o padro esttico social, o local de

    trabalho e at mesmo o fator sade.

    O que todo indivduo deveria saber que para se iniciar uma dieta de restrio

    alimentar necessrio o acompanhamento de um especialista, seja ele, um

    endocrinologista ou um nutricionista, mas muitos indivduos no tm essa

    conscincia e comeam um regime sem qualquer orientao seguindo dietas feitas

    por pessoas sem o mnimo conhecimento do organismo humano.

    Algumas das dietas adotadas sem a recomendao mdica so tiradas de

    livros (muitas vezes escritos por mdicos que esto mais preocupados em ganhar

    dinheiro do que com a sade ), de revistas, de programas de televiso e at mesmo de

    um vizinho, como exemplos destas dietas pode-se enumerar algumas:

    Dieta do Dr. Atkins Ela baseada no consumo irrestrito de gorduras, ovos, bacon, carnes

    gordurosas e uma dieta pobre em carboidratos. Apresenta graves inconvenientes ao

    organismo humano, como a cetognese que reduz a fome mas acarreta desidratao

    pelo aumento da diurese e tambm a excreo de cido rico, com risco de gota e

    24

  • letase; acarreta ainda a hipovitaminose (falta de vitaminas), aumenta o nvel de

    colesterol no sangue com piora do risco cardiovascular dos indivduos; predispe o

    indivduo a determinados tipos de cncer, devido a ingesto abusiva de gorduras e m

    tolerncia hipato-biliar com risco de aumento de clculos biliares, Vasconcelos

    (2001).

    Dieta Macrobitica Essa dieta vegetaria radical tem sido associada ao atraso de crescimento em

    crianas e a deficincia vitamnica e de minerais em adultos. Normalmente essa dieta

    no apenas elimina os alimentos de origem animal, como tambm tenta eliminar o

    mximo de gordura e laticnios, Mindell (1996).

    Dieta de Bervely Hill tambm conhecida como dieta das frutas, uma vez que s permitida a

    ingesto desse tipo de alimento. Tem como preceito que as enzimas encontradas em

    algumas frutas, tais como o abacaxi e o mamo aceleram a queima de gordura de

    reserva. Como a base desta dieta so as frutas em grande quantidade em detrimento

    de outros alimentos, h uma carncia em protenas, clcio, vitamina, ferro, zinco e

    cobre, Cooper (1999).

    Dieta Da USP Trata-se de uma dieta elaborada com base na dieta do Dr. Atkins, s que um

    pouco mais rica em carboidratos e com menos ingesto de gordura. Os prejuzos ao

    organismo so os mesmos relacionados na dieta do Dr. Atkins. Vale ressaltar que

    essa dieta no tem nenhuma ligao com a Universidade de So Paulo (USP),

    Vasconcelos (2001).

    Dieta da Lua Preconiza que em cada fase da lua, o indivduo s possa ingerir lquidos

    durante vinte e quatro horas. Trata-se de uma alimentao carente em protenas,

    vitaminas e sais minerais. Provoca perda de lquidos e massa muscular, Mindell

    (1996).

    25

  • Dieta da Sopa uma sopa preparada com vrios legumes, levando muito repolho em sua

    composio. A durao desta dieta de longo perodo, sendo carente de sais

    minerais, vitaminas e protenas, Mindell (1996).

    Esses so alguns exemplos de dietas difundidas na sociedade. Normalmente

    um indivduo que se prope a adotar uma delas no procurou um especialista e por

    esse motivo est colocando em risco sua sade.

    6. CONCLUSO

    O corpo humano pode ser comparado a uma mquina e os alimentos como o

    seu principal combustvel. Quando algum tipo de nutriente deixa de ser ingerido com

    certa freqncia pelo indivduo alguma coisa em seu organismo poder no funcionar

    direito. Para exemplificar: se um indivduo deixar de ingerir alimentos ricos em

    triptofano, como : carne (principalmente vermelha), carne de porco, nozes, sementes

    de abbora, gergelim, girassol, ovos, atum enlatado, tmaras secas, leite, queijo,

    banana e outros, deixar de fornecer a matria prima necessria para os neurnios

    serotonrgicos, consequentemente, o nvel de serotonina no organismo vai ficar baixo

    e isso acarretar para o indivduo srios problemas como, depresso, ansiedade,

    compulsividade, dentre outros.

    Antes de iniciar uma dieta deve-se levar em considerao alguns fatores

    importantes como a razo pela a qual ela ser feita. Se for por um motivo social ,

    como satisfazer a padres estticos no se deve faz-la, porque isso poder acarretar

    inmeros prejuzos ao organismo. Alm disso, os resultados desse tipo de dieta

    (apesar de rpidos), no so eficazes, pois ao terminar uma dieta deste tipo o

    individuo deveria fazer uma reestruturao alimentar e praticar exerccios, fato que

    quase nunca ocorre. Normalmente o indivduo aps terminar essas dietas de

    resultados rpidos retoma seus antigos hbitos alimentares, onde recuperar sua

    antiga forma, ganhando at mais massa do que perdeu.

    26

  • Mas se o que trar a satisfao pessoal para esse indivduo estar dentro dos

    padres estticos sociais, ento ele poder adotar medidas que no traro prejuzos ao

    seu organismo, como uma reestruturao alimentar, onde ele procuraria fazer um

    nmero maior de refeies ao dia, comendo tudo que necessrio para o bom

    funcionamento do organismo ( e ainda ter a vantagem de no passar fome), e

    adotar a prtica de alguma atividade fsica, pois a mesma aumentar seus gastos

    energticos. No deixando de lembrar que a atividade fsica uma forma natural de

    acionar os neurotransmissores.

    Vale lembrar que com as facilidades do mundo moderno os indivduos vem se

    tornando cada vez mais sedentrios e talvez esse seja um dos principais fatores do

    contnuo aumento nos casos de obesidade. Como os indivduos no praticam

    exerccios fsicos e comem normalmente, seu gasto energtico pequeno. Isso quer

    dizer que as calorias que no forem consumidas pelo seu organismo se tornaro

    placas de gordura, pois o corpo humano uma mquina to perfeita que ele no

    desperdia nada, guardando estas gorduras para uma eventual necessidade. Como

    essa necessidade nunca chega, o organismo vai acumulando mais e mais placas de

    gordura at que o indivduo se torne uma pessoa obesa.

    Quando se frisa a importncia de se fazer uma dieta com um acompanhamento

    mdico, procura-se salientar que este profissional a pessoa capacitada para cuidar

    dessa mquina complexa que o organismo. o profissional da sade que saber

    quais alimentos so necessrios para que o indivduo tenha uma dieta sem

    deficincias nutricionais e que no acarretar prejuzos ao organismo humano, e que

    orientar para a escolha dos exerccios fsicos que melhor se adaptem aquele corpo,

    fazendo assim que o indivduo alcance sua meta. o profissional da rea de sade que

    saber orientar quais os melhores exerccios para que aquele indivduo alcance sua

    meta.

    O corpo humano uma mquina complexa (mas perfeita), e seu bom

    funcionamento depende basicamente dos cuidados com alimentao. Quando um

    indivduo capaz de alimentar-se de maneira correta, com 6 refeies ao dia,

    contendo todos os nutrientes que so necessrios ao organismo e praticar atividades

    27

  • fsicas dirias, estar contribuindo no s para que essa mquina continue a trabalhar

    diariamente de forma harmoniosa, mas para que ela trabalhe durante muitos anos

    dessa maneira. Quando analisa-se bitos de pessoas obesas, nota-se que expectativa

    de vida de um obeso em relao a um indivduo de peso e hbitos normais chega a

    20% a menos, por este motivo a necessidade de se conhecer e preservar a mquina

    que o corpo humano.

    Vale ressaltar que a reestruturao alimentar aliada a prtica diria de

    exerccios a melhor e mais eficiente forma de combate a doenas oriundas da

    obesidade e a forma mais saudvel de se preservar a sade do organismo humano.

    .

    28

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