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O POVO DE RIO TINTO TIMERE NOLITE
Ano 40- N.º 52-2016
Publicação Mensal| Paroquia de Rio Tinto
Rua da Lourinha, 33 4435-308 Rio Tinto | [email protected]
htt www.paroquiariotinto.pt/
Março/Abril-2016
Uma guerra para muitos, muitos anos
Há pouco mais de um ano, no dia 7 de Janeiro de 2015, em Paris, a sede do semanário satírico, Char-lie Hebdo, foi alvo dum atentado sangrento, em que morreram doze pessoas. O atentado foi assumido por extremistas islâmicos, como vingança da publi-cação duma caricatura de Maomé, a figura mais sa-grada do Islão. O ato terrorista deu muito que falar e praticamente todo o Ocidente se solidarizou com a revista, em nome da “sagrada liberdade de expres-são”, e com as vítimas. Entretanto os ataques sucederam-se, um pouco por todo o Ocidente e também em parte significativa do continente africano. Passado pouco tempo, apareceu em grande e em força o “Estado Islâmico.” Temos na memória ainda, frescos e trágicos, os re-centes acontecimentos e respetivas consequências antecidos na Bélgica. Nesta modestíssima publicação e sem qualquer pre-tensiosismo, escrevi que tinha começado uma guer-ra sem fim à vista e muito difícil de vencer. Basta saber um pouco de história. Os mais poderosos exércitos foram quase sempre vencidos por grupos de guerrilheiros bem conhecedores do terreno e ex-perientes em táticas bélicas. Os exemplos seriam infindos. Basta pensar no que aconteceu aos americanos no Vietnam e aos soviéti-cos no Afeganistão. Por outro lado os jornalistas e respetivos governos ocidentais desconheciam a força anímica e combati-va, com recurso às armas, dos devotos de Alá. Se a liberdade de expressão é “sagrada”, é muito mais sagrado para os muçulmanos Alá e o seu profeta Para ajudar e muito, o Ocidente de forma passiva e ativa, esvaziou-se dos valores humanos e cristãos, alguns deles comuns às duas religiões. Para gáudio dos radicais muçulmanos, quase poderíamos dizer que a religião mais sabotada nos países ocidentais é o cristianismo é, por absurdo que pareça, às vezes para agradar aos muçulmanos. A própria União Eu-ropeia, desviou-se da rota traçada pelos fundadores.
No registo áudio atribuído a Abu Bakr al-Baghdadi, o líder do grupo terrorista ga-rante que o Estado Islâmico (EI) nunca parará de lutar "nem que só tenha um sol-dado" e avisa que a coligação internacio-nal chegará a um momento em que terá que enviar tropas terrestres. "Tenham a certeza, ó muçulmanos, o vos-so Estado está bom e em boas condições", disse al-Baghdadi, de acordo com a trans-crição em inglês da mensagem divulgada juntamente com a gravação. É a primeira de al-Baghdadi desde o vídeo divulgado em julho, logo após ter proclamado um califado no norte da Síria e Iraque. "A marcha não vai parar e continuará a expandir-se, com a permissão de Alá", dis-se o líder terrorista, acrescentando que "a marcha mujahedin continuará até chegar a Roma". "Em breve, os judeus e os cruza-dos serão forçados a vir ao terreno e envi-ar as suas forças para a morte e a destrui-ção", referindo-se ao envio de tropas da coligação internacional para o combate no solo, não apenas por ataques aéreos. Não está validada a autenticidade do vídeo. Mas ele exprime a ambição e o espírito de conquista desses radicais que não hesi-tam em usar toda a espécie de meios.
Fonte: Imagem e texto respigados do Jornal de Notícias..
PANORAMA QUALIDADE DE VIDA 2
Mais Um Navio Para o Douro
Começou a operar no passado dia 29, um novo barco, da
empresa Douro Azul, construído nos estaleiros de Viana do
Castelo. Este navio tem as dimensões e capacidades dos
mais recentes. Porém, tem um casco mais eficiente, que lhe
permite navegar com melhor deslizamento, graças a um no-
vo tipo de proa, que o seu proprietário Mário Ferreira dese-
nhou. Isto irá resultar numa poupança de 20 a 30% de com-
bustível. Este barco foi concebido para navegar entre o Por-
to e Barca d’Alva, em cruzeiros de oito dias. Tem 79 metros
de comprimento e pode alojar 106 passageiros, distribuídos
por 53 cabines e suites. O seu custo foi de 12 milhões de
euros. Com este navio, a Douro Azul passa a ter 15 navios-
hotel, estando previsto a construção de mais dois navios no
próximo ano.
Passou Dinheiro Sem Ser Detetado
Um colombiano conseguiu embarcar num voo Lisboa – S.
Paulo, levando nas suas malas 245 mil euros em notas, o
que é proibido. O dinheiro ia num fundo falso de uma pasta
em couro. Porém, não teve a mesma sorte ao desembarcar
em S. Paulo, onde lhe foi detetado o dinheiro ilegal, tendo
sido detido pelas autoridades aduaneiras.
CR7 é o Desportista Mais Solidário
Uma revista americana colocou CR7 no primeiro lugar entre
os 20 atletas mais beneficientes do último ano, em todo o
mundo. Depois de CR, aparece John Cena (WWE) e Serena
Williams (Tenis). Entre as várias ações de solidariedade do
jogador português, destaquemos uma doação de 80 mil eu-
ros a uma criança de 10 anos para uma cirurgia ao cérebro,
bem como um donativo de 160 mil euros a uma instituição
de tratamento contra o cancro em Portugal.
Desporto
Na I Liga, continuam os três grandes a lutar pelo título, com
uma diferença máxima de 6 pontos, o que significa que na-
da está decidido.
A Seleção Nacional A continua a sua preparação para o Eu-
ropeu, a disputar em França neste verão. Disputou dois jo-
gos nestes dias, com uma vitória e uma derrota. Porém,
ambos os jogos serviram de ensaio e adaptação de táticas e
novos jogadores.
Também as Seleções mais jovens (Olímpica e Sub- 21) rea-
lizaram jogos, com resultados e exibições interessantes, e o
aparecimento de novos valores.
Fernando Marçal
Aprenda a ser feliz
Numa das minhas leituras diárias, (numa revista de super-
mercado - mais propriamente o Lidl), encontrei um artigo no
qual demonstra como as nossas atitudes e comportamentos
diários influenciam a nosso estado de espirito e conse-
quentemente a nossa vida e a nossa felicidade.
"Todos temos a capacidade de ser felizes. Não importa o
dinheiro que temos, o tipo de trabalho nem o lugar onde
vivemos.
Quaisquer que sejam as circunstâncias presentes temos em
nós mesmos não só o poder de sermos felizes, mas também
o poder de experimentarmos uma grande felicidade.
A felicidade não é apenas livrarmo-nos da depressão e da
dor, mas também consiste na sensação de alegria, contenta-
mento e maravilhoso assombro perante a vida. Tal não sig-
nifica que seja possível, nem sequer desejável, viver em
êxtase continuo.
Há momentos em que as nossas vidas são afetadas por tra-
gédias e perdas pessoais. No entanto, há diversas formas de
fazer frente a tais experiências e com muita frequência po-
demos transformar os obstáculos e as adversidades da vida
em triunfos. O autor deste texto revela-nos os segredos mais
bem guardados da felicidade:
Atitude: enfrente a vida e os problemas com confiança e
otimismo.
Autoimagem: olhe para si mesmo de modo positivo e acred-
ite que se pode tornar uma pessoa melhor.
Humor: enfrente a vida com um sorriso nos lábios.
Perdão: deixe para trás o ressentimento e aprenda a perdoar.
Dádiva: dê aos outros e aprenda a receber o que os outros
lhe dão."
ln: "Os 10 Segredos da verdadeira felicidade, Livro" (Esfera
dos Livros)
A felicidade é como a pluma Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar (Vinicius de Moraes)
Ana Pereira
ORIENTAÇÃO PSICOLÓGICA EDUCAÇÃO FÍSICA
Movimento Serafim Faria
Prof. Educação Física
A primavera entrou timidamente, mas o tempo começa a estabilizar e o sol vai aparecendo, embora ainda com pouca força; nas serranias, atapetadas de branco, vai sendo feita a despedida do inverno e o gelo transformar-se-á em água pura e cristalina que fará transbordar os lençóis freáticos tão ne-
cessários à vida das comunidades.
O ser humano nunca poderá libertar-se da sua ligação à Natureza; o seu afastamento tem vindo a ditar problemas insanáveis que se avolumarão caso não sejam revertidos com
o passar do tempo.
Esta introdução de caráter ambiental generalista, tem por objetivo sensibilizar para o reforço da ligação à terra, particu-larmente, no que concerne à atividade física (AF), afinal e sempre, o tema aglutinador deste espaço de escrita mensal. Hoje em dia, por variados motivos, a maioria das pessoas procura realizar AF em espaços fechados, normalmente, em academias de exercício, piscinas ou pavilhões gimnodesporti-vos. Obviamente que não posso nem devo criticar essas op-ções, aliás, devo até incentivá-las, mas também alertar para as vantagens de realizar a dita AF ao ar livre e em diferentes
cenários.
Fazendo uma boa gestão do tempo semanal e articulando o trabalho orientado em “academia” com a AF, por conta pró-pria, ao ar livre, podem obter-se resultados invejáveis no ca-minho para o usufruto de uma vida de qualidade, afinal o objetivo principal de cada pessoa. Vejamos então como se pode atingir este desiderato, em particular na nossa região ou nos espaços geográficos próximos. Rio Tinto possui a Linha do Metro que permite realizar AF sem constrangimentos, pro-movendo um contacto relevante com a Natureza, em certas partes do seu trajeto, que é dotada de algumas alternâncias de relevo no terreno, tem bancos de pedra, retas, árvores, degraus, entre outros “trunfos” que possibilitam um infindável rol de exercícios, potenciados para o desenvolvimento das qualidades físicas condicionais e coordenativas do ser huma-
no.
Se nos deslocarmos alguns quilómetros, porque não fazê-lo a caminhar - “Nem sempre, nem nunca!” – chegaremos ao “pulmão” da cidade do Porto, às Serras da Sra. de Chãos e da Sta. Justa que possuem excelentes razões para uma visita em movimento: atmosfera de qualidade, boas paisagens, contacto com a Natureza, desníveis acentuados, todo o tipo de materiais orgânicos, desde pedras a paus e ramos de ár-vore que permitem exercitar o corpo, conforme faziam, por necessidade, os nossos ancestrais antepassados, passe o pleonasmo, enfim, um imenso leque de potencialidades que podemos explorar. Se complementarmos todas estas vanta-gens praticando AF com amigos, em grupo, valorizando o relacionamento interpessoal, tão importante para os objetivos
que perseguimos com tudo isto, então fica o cenário perfeito.
Experimente e vai ver que lhe toma o gosto e não vai que-
rer outra coisa! Boa atividade física!
"Se" – (If)
(Rudyard Kipling)
Isabel Tracana – Psicóloga
-"Se podes conservar o teu bom senso e a calma
No mundo a delirar para quem o louco és tu...
Se podes crer em ti com toda a força de alma
Quando ninguém te crê... Se vais faminto e nu,
-Trilhando sem revolta um rumo solitário...
Se à torva intolerância, à negra incompreensão,
Tu podes responder subindo o teu calvário
Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão...
-Se podes dizer bem de quem te calúnia...
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor
(Mas sem a afectação de um santo que oficia
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor)...
-Se podes esperar sem fatigar a esperança...
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho...
Fazer do pensamento um arco de aliança,
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho...
-Se podes encarar com indiferença igual
O triunfo e a derrota, eternos impostores...
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar sorrindo o amor dos teus amores...
-Se podes resistir à raiva e à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega eivadas de peçonha
Com falsas intenções que tu jamais lhes deste...
-Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas por malsins, desorientando o povo,
E sem dizeres palavra, e sem um termo agreste,
Voltares ao princípio a construir de novo...
-Se puderes obrigar o coração e os músculos
A renovar um esforço há muito vacilante,
Quando no teu corpo, já afogado em crepúsculos,
Só exista a vontade a comandar avante...
-Se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre...
Se vivendo entre os reis, conservas a humildade...
Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti à luz da eternidade...
-Se quem conta contigo encontra mais que a conta...
Se podes empregar os sessenta segundos
Do minuto que passa em obra de tal monta
Que o minute se espraie em séculos fecundos...
-Então, ó ser sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos, os espaços!...
Mas, ainda para além, um novo sol rompeu,
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos.
-Pairando numa esfera acima deste plano,
Sem receares jamais que os erros te retomem,
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te, meu filho, então serás um homem
Poema publicado em 1910, mostrando que as contradições e desafios da interação humana se mantêm inalterados, prevalecendo o Ideal como farol que nos guia e mantém firmes nos nossos propósitos mais elevados.
3
CUIDE DA SUA SAÚDE NAS ASAS DA POESIA
Engraçado!
.Esta Páscoa só me apetece usar branco.
Branco em tudo.
Lenço, flores, toalha da mesa, até impermeável para os imprevistos...
O roxo passou a entediar-me, sem explicação.
E eu sempre gostei dessa nobre mistura vermelho- azul
Que nos remete ao mistério
E eleva na espiritualidade.
Mas, esta Páscoa, só me apetece mexer com branco.
Decididamente.
Sem pensamento reflexivo. Sem mística. Sem prenúncios.
Branco em tudo.
Como se a tocar, ao de leve, todas as estrelas do céu.
Rita Sá Ferreira
4
Em Portugal, são as doenças do esqueleto (ossos, músculos e articulações), as principais responsáveis pelos casos de dor crónica, nomeadamente as causadas por artroses, artrite, osteoporose e problemas discais da coluna. Considera-se uma dor crónica quando de forma contínua ou recorrente, existe há três meses ou mais. A dor tem importantes consequências físicas, psicológicas e sociais, podendo em muito interferir com a vida do doente. Muitas vezes a dor não é devidamente valorizada e por isso, não convenientemente tratada. Os objetivos do tratamento adequado da dor, são o controlo de sintomas e a melhoria da qualidade de vida. Para tratar a dor, como qualquer doença crónica, a medica-ção deve ser tomada com regularidade e ajustada á intensida-de da mesma, tentando sempre um equilíbrio entre a eficácia e a tolerância, isto é, temos que controlar a dor, mas sem causar outros problemas decorrentes dos efeitos secundários da medicação. A maioria dos analgésicos é eficaz e bem tolerado quando usados com precaução; a dose a utilizar deverá estar de acor-do como efeito pretendido pelo que a experiência de quem lida com estes problemas é muito importante para logo no inicio administrar uma dose adequada e depois ajustar de acordo com a resposta. Habitualmente utilizamos a via oral (comprimidos, gotas) ou a via transdérmica (vulgares selos) por serem mais práticas e menos invasivas para manutenção enquanto que para as crises, utilizamos os injetáveis ou comprimidos orodispersí-veis de absorção rápida. O tratamento da dor deve ser de acordo com a intensidade do sintoma e não com a gravidade da doença; um individuo com uma hérnia discal pode ter uma dor mais intensa que outro vítima de cancro. A dor é classificada de acordo com a intensidade e os fárma-cos em degraus de analgésicos. No 1º degrau, temos os fár-macos não opióides (paracetamol, anti-inflamatórios…) nor-malmente usados para as dores ligeiras; num 2º patamar, posicionam-se os analgésicos opioides fracos (codeína, tra-madol …) utilizados no tratamento das dores moderadas e no 3º escalão, para tratamento da dor intensa, utilizamos a morfina e derivados. De qualquer modo, a regra da OMS é começar por baixo e ir progredindo na escala. Para além dos medicamentos mencionados, há um conjunto de medidas, quer farmacológicas quer comportamentais que ajudam á eficácia do controle da dor, assim, o uso de rela-xantes musculares, antidepressivos ou tranquilizantes, são muito importantes como complementos dos analgésicos. É necessário valorizar a dor crónica, não a desconsiderando nem banalizando, como se fizesse parte da condição humana, do envelhecimento ou das doenças; Sem dor o individuo fica mais autónomo e feliz. O profissional de saúde deve proteger os doentes do sofri-mento desnecessário
*Médico
DOR CRÓNICA
Cada um pensa em mudar a humanidade, mas
ninguém pensa em mudar a si mesmo.
- Leon Tolstoi
V I D A C R I S T Ã E M C O M U N I D A D E 5
Todos chamados
Todo o batizado é um chamado, independentemente de ser homem
ou mulher, pobre ou rico. O chamamento tem a sua raiz no batismo.
Todavia há dons e talentos diversos que se complementam mutua-
mente.
Teologicamente é assim. A história da Igreja o confirma. Todavia, há
um problema de fundo comum a todos os séculos que é a ignorância
religiosa no seio da família. Grande parte dos batizados não têm
consciência de que são filhos de Deus nem os pais dos bebés que
ainda constituem, no nosso meio, a maior parte dos batizados. Entra-
mos aqui num ciclo vicioso. Batizamos muitos bebés que, tudo indica
serão futuros ateus práticos que é o pior ateísmo que por sua vez irão
constituir famílias que nada têm ver a fé cristã. Como quebrar este
ciclo? Eis o maior dos desafios. E não estamos a falar apenas das
vocações sacerdotais. Há sem dúvida falta de padres. Mas talvez ha-
ja mais falta de fiéis leigos inseridos no mundo, vivendo aí, duma for-
ma empenhada, a sua fé.
Alguns jornalistas digitais ou de imprensa escrita apregoam de
vez em quando que a Igreja Católica está moribunda. Aquela
Igreja em que estão a pensar não é a Igreja de Cristo. E essa é
bom que morra, por isso mesmo. Há indicadores muito interes-
santes. O número de sacerdotes na Espanha começou a au-
mentar, apesar da baixa de natalidade e da confusão que se
seguiu ao Concílio Vaticano II e de que este não tem culpa. Al-
guns teólogos e comunidades cristãs desvirtuaram os ensina-
mentos desse Concílio.
Este tinham como finalidade principal uma renovação, mas re-
novação evangélica e uma maior inserção no mundo moderno.
Todavia aos contrário do que propagam vozes lamurientas, a Igreja não está moribunda.
Daqueles desvios se queixou amargamente o Papa que levou até ao fim o Concílio. Estou a referir-me a Paulo
VI. Basta recordar algumas das suas queixas bem amargas como esta: “Esperávamos uma Primavera e surgiu
um Inverno.” Ainda estamos a pagar o preço desses desvios. Bento XVI também sentiu necessidade de recor-
dar que na Igreja não há um antes e depois do Concílio. Os Concílios estão encadeados uns nos outro numa
linha renovação, a começar por “casa”. Os escândalos que rebentaram mostram que a Igreja estava infetada,
mas gente de responsabilidade parece que só pensou em tornar as paredes mais modernas e bonitas.
“O Povo de Rio Tinto” 30/03/2016
Opinião
MARCELO LEGITIMA-SE COM BEIJOS E ABRAÇOS
M. Pinto Teixeira*
1 – E pronto, a feira política acabou. Depois de seis meses de circo desde o início da campanha eleitoral para as
legislativas, a constituição do novo Governo, a campanha eleitoral para as presidenciais, e a posse do novo
Chefe do Estado, a classe política tem agora as condições para se concentrar verdadeiramente nos problemas
nacionais. Pelo menos é isto que esperam os portugueses, cansados de um rodopio político-partidário de que
não há memória, e que na prática colocou o país em suspenso desde o verão passado.
Mas se é verdade que, pelo menos por enquanto, regressou a acalmia política, nem por isso poderemos con-
cluir que de agora em diante tudo se processará em perfeita normalidade política. Bem pelo contrário, a mudan-
ça de protagonistas, primeiro em S. Bento e mais recentemente em Belém, deixa o país numa elevadíssima ex-
pectativa, para não dizermos – por enquanto será excessivo! – numa enorme incerteza. Expectativa antes de
mais quanto à solidez do Governo; expectativa ainda quanto ao resultado do estilo “chá e simpatia, beijos e
abraços” do novo Presidente da República.
2 – Uma vez aprovado o orçamento do estado, que entrou agora em vigor, o Governo de António Costa terá
reunidas as condições para verdadeiramente começar a governar. O país real fica à espera de ver como se
comportará a coligação das esquerdas que suporta o Governo, e, simultaneamente, como se vai desenrolar a
coabitação entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa. A maioria dos analistas vem defendendo que este
não será um problema, já que, por enquanto, há uma conjugação de interesses entre os dois políticos que pro-
mete uma boa convivência num expectável longo período de estado de graça para ambos os órgãos de sobera-
nia.
Sejamos claros: se há razões para dar ao Governo o benefício da dúvida sobre as suas políticas de “austeridade
mitigada”, há igualmente razões para acreditar que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa será um aliado con-
victo de António Costa, pelo menos durante o corrente ano. A grande dúvida ficará assim remetida para o de-
sempenho da economia, quer na frente interna, quer no plano das exportações. É que, como todos sabemos, as
nuvens que recaem sobre o desempenho da economia internacional, nomeadamente no espaço da União Euro-
peia, não deixam espaço para esperar um ano solarengo. E qualquer gripe no espaço europeu representará
sempre uma pneumonia na economia interna…
3 – Voltando aos novos ventos que sopram de Belém já ninguém tem dúvidas que o “Estilo Marcelo” nada tem a
ver com o do seu antecessor na cadeira presidencial. Nas escassas semanas do seu mandato, Marcelo Rebelo
de Sousa tem feito jus à sua matriz popular, vendo crescer vertiginosamente os indicadores de simpatia genera-
lizada, de norte a sul do país. A sua informalidade desde a cerimónia de tomada de possa aos banhos de multi-
dão que vem recebendo por onde quer que passa, são indicadores indiscutíveis da sua presidência de proximi-
dade. Verdadeiramente Marcelo está a tornar-se numa espécie de “Rei Presidente”, aclamado e ovacionado por
onde quer que passa.
Mas não tenhamos ilusões: a popularidade de Marcelo Rebelo de Sousa é uma espada de dois gumes. Porque
se por um lado serve de válvula de segurança contra a pressão de um estado de espírito colectivo reprimido
pela dureza da austeridade dos últimos quatro anos, por outro pode gerar a ideia de um sebastianismo redentor
que não está ao alcance dos poderes presidenciais. Daqui decorre que, se os astros não se conjugarem para
uma melhoria efectiva da vida dos portugueses, em menos de um ano surgirão as nuvens da desilusão. E neste
caso, o estilo de chá e simpatia, beijos e abraços, converter-se-á rapidamente numa tremenda dor de cabeça…
* Jornalista
e Professor Universitário
7
TORTA DE LARANJA
0,5 Kg de açúcar 12 ovos 2 colheres de sopa de manteiga Sumo e raspa de 2 laranjas Mantei-ga para untar Numa tigela , misture os ovos com o açúcar e a manteiga, batendo bem. Adicione depois o sumo e a raspa das laranjas e mexa. Forre um tabuleiro com papel vege-tal e unte-o com manteiga, deite nele o preparado e leve-o a cozer cerca de 29 a 25 minutos, em forno médio, até alourar. Desenforme sobre um pano polvi-lhando com açúcar e enrole.
Glória Branco
Consultório Jurídico – “O quê de Justiça?” – Orçamento de Estado para 2016
O Orçamento de Estado para 2016 entrou em vigor no passado dia 31 de março (Lei 7-A/2016) e contempla algumas alte-
rações, do interesse de todos, nomeadamente:
- Ao nível das deduções dos dependentes e ascendentes, passa a ser dedutível à coleta o montante de 600€ por cada de-
pendente (filho) e o montante de € 525 por cada ascendente (pai ou mãe), que viva em comunhão de habitação com o su-
jeito passivo, desde que o ascendente não aufira rendimento superior à pensão mínima do regime geral.
- No que respeita à dedução dos dependentes e ascendentes com deficiência, passa a ser dedutível à coleta por cada de-
pendente e ascendente com deficiência, uma importância igual a 2,5 vezes o valor do Indexante de Apoios Sociais, ou seja,
€ 838,40.
- São igualmente dedutíveis à coleta por cada sujeito passivo com deficiência, uma importância correspondente a quatro
vezes o valor do IAS, ou seja, € 1.676,90.
- Relativamente à dedução de despesas de saúde, formação e educação, podem ser consideradas todas as despesas, in-
clusive, as incorridas fora do território português, desde que que sejam comunicadas através do Portal das Finanças, inse-
rindo os dados essenciais da fatura ou documento equivalente que as suporte.
- Durante o ano de 2016, o subsídio de Natal ou quaisquer prestações correspondentes ao 13.º mês a que tenham direito,
são pagos mensalmente por duodécimos, sendo o valor do subsídio de Natal apurado mensalmente, com base na remune-
ração relevante para o efeito, tendo por referência a remuneração auferida no mês do pagamento de cada um dos duodéci-
mos, nos termos legais, após a redução remuneratória legalmente consagrada, vencendo-se o direito a cada duodécimo no
dia 1 do mês respetivo.
- Os aposentados, reformados e demais pensionistas da CGA, I. P., bem como o pessoal na reserva e o desligado do servi-
ço a aguardar aposentação ou reforma, independentemente da data de passagem a essas situações e do valor da sua pen-
são, têm direito a receber mensalmente, no ano de 2016, a título de subsídio de Natal, um valor correspondente a 1/12 da
pensão que lhes couber nesse mês.
- Relativamente ao pagamento do montante adicional atribuído aos pensionistas do sistema de segurança social, o paga-
mento do montante adicional das pensões de invalidez, velhice e sobrevivência atribuídas pelo sistema de segurança social,
referente ao mês de dezembro, é realizado em duodécimos, sendo que, para as pensões iniciadas durante o ano, o primei-
ro pagamento inclui obrigatoriamente o montante referente aos duodécimos do montante adicional que já se tenham venci-
do.
Manuela Garrido
A Nossa Dignidade
consiste no Pensamento
O homem é apenas um caniço, o
mais fraco da natureza; mas é um
caniço pensante. Não é preciso que o
universo inteiro se arme para o ani-
quilar: um vapor, uma gota de água,
bastam para o matar. Mas quando o
universo o aniquilasse o homem se-
ria ainda mais nobre do que o que o
mata, porque sabe que morre, e a
superioridade que o universo tem
sobre ele; o universo não sabe nada
disso
Pascal