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N.º 10 | NOVEMBRO 2014 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Jornal do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra - NEF/AAC A evolução das instalações da FFUC Prof. Dr. Rui Barbosa Augusto Meneses A história d O Pilão VIII C ongresso C ientífico NEF/AAC Presidente da Delegação Centro da ANF O quotidiano de um Farmacêutico PILÃO O O suplemento que te distrai

"O Pilão" / Número 10 / Novembro de 2014

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Jornal do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra (NEF/AAC)

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N.º 10 | Novembro 2014 | Distribuição Gratuita

Jornal do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra - NEF/AAC

A evolução das instalações da FFUC

Prof. Dr. Rui Barbosa

Augusto Meneses

A história d’O Pilão

viii Congresso C ientífico

NEF/AAC

Presidente da Delegação Centro da ANF

O quotidiano de um Farmacêutico

P ILÃOO

O suplemento que te distrai

O Pilão | nº 10 | Novembro 2014-2-

FICHA TÉCNICA

ProPrieDaDe e eDição

Jornal “O Pilão”

Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

(NEF/AAC)

Faculdade de Farmácia Universidade de Coimbra

Pólo das Ciências da Saúde Azinhaga de Santa Comba

3000-548 Coimbra

www.nefaac.ptwww.facebook.com/nefaacoimbra

[email protected]@nefaac.pt

DireçãoSandra Magro

Direção EditorialAnita Calado e Stéphanie Pais

Grafismo e PaGiNaçãoAnita Calado, Leonor Bruçó e

Stéphanie Pais

RedaçãoAnita Calado, Carla Oliveira, Cristiana

Pinheiro, David Ramos, Diana Marques, Inês Ferreira, Joana Fiteiro, Kevin Leandro,

Leonor Bruçó, Margarida Viola, Rafaela Silva, Rita Alves, Stéphanie Pais e Tânia Baptista

Colaboraram nesta ediçãoAna Sofia Correia

Tiragem

300 exemplaresDistribuição gratuita

ImpressãoPRINTHOUSE, LDA

Apoio InstituicionalOrdem dos Farmacêuticos,

Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra

PatrocinadoresPlural - Cooperativa Farmacêutica, CRL

ANF - Associação Nacional das Farmácias

Edição redigida segundo o novo acordo ortográfico

Anita Calado e Stéphanie Pais - Coordenadoras do pelouro O Pilão

eDitoriaLCaros leitores,

É com sentimento de missão cumprida que vos apresentamos a 10ªedição do Jornal O Pilão. Não foi fácil chegar até aqui. Muitos foram os contratempos e imprevistos com que nos deparámos, mas graças à equipa que nos rodeia conseguimos. Sem o seu esforço, motivação e dedicação nada disto seria possível. Nesta edição preferimos dar continuidade ao design implementado anteriormente e apostar em novos conteúdos. O Espaço Pedagógico é uma das novas seções que te apresentamos, com o objetivo de suprimir as lacunas existentes no seu conhecimento perante os estudantes.Investimos num tópico pessoal, numa questão que poucos fazem, mas que à nossa redação suscita imensa curiosidade. - Qual a génese do jornal O Pilão? - Investigámos e pesquisámos como se de verdadeiros jornalistas nos tratássemos, tivemos diversos encontros e desencontros com a veracidade das nossas descobertas, deparámos com becos sem saída e com falta de informação. No entanto, não desistimos e consegui-mos chegar a arquivos e pessoas outrora impensáveis de encontrar. Por isso mesmo apresentamos com muito orgulho uma parte da até agora desconhecida história do jornal O Pilão.Mas as novidades não ficam por aqui! A redação do jornal não esquece as desgastantes horas que todos nós dispensamos ao estudo curricular e, por isso, oferece-te um suplemento que te promete ajudar a desanu-viar, onde podes encontrar notícias atuais, passatempos e informações úteis. Com o aproximar do 6ºaniversário desde a transferência de instalações da FFUC para o Pólo das Ciências da Saúde, decidimos ir ao encontro do Professor Doutor Rui Barbosa de modo a perceber o que mudou e o que ainda há a mudar nestas instalações. Traçámos o perfil do Professor Doutor Alcino Leitão e fomos saber o que faz uma farmacêutica biblio-tecária e um farmacêutico comunitário no seu dia a dia.Para muitos dos estudantes desta instituição este é o primeiro jornal O Pilão a que têm acesso, por isso decidimos focar as atividades que o NEF/AAC tem vindo a organizar, dando especial destaque ao Congresso Científico anual organizado pelo Pelouro da Formação. Abordámos tam-bém a história da tão aclamada Festa das Latas e Imposição de Insígnias, que teve presença a meados do passado mês de outubro .Tendo há muitos anos como parceiros a Delegação Centro da Associação Nacional de Farmácias e a Seção Regional Centro de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos decidimos dialogar com ambas as associações e re-marcar novidades acerca das mesmas. Por fim, só nos resta desejar votos de ótimas leituras, boas festas e um próspero Ano Novo!

-3-Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

8 Professor Doutor Alcino Leitão

JorNaL O PilãO

6-7 A evolução das instalações da FFUC com o Professor Doutor Rui Barbosa

16-17 Festa das Latas e Imposição de Insígnias

12-15 Cérebro e (Dis)Funções

21 Atividades do NEF/AAC

22 A Torre Universitária e o Jardim Botânico23 Classificação ECTS

Anita Calado e Stéphanie Pais - Coordenadoras do pelouro O Pilão

4-5 A História do Jornal O Pilão

eNtrevistas

viii CoNGresso CieNtífiCo Nef/aaC

foto-rePortaGem

em Coimbra

PerfiL Do Professor

viDa aCaDémiCa

esPaço PeDaGóGiCo

GruPos musiCais

9 Informações Ordem dos Farmacêuticos 10-11 Nova Direção da Delegação Centro da ANF

18 O quotidiano de um Farmacêutico Comunitário19 Uma Farmacêutica bibliotecária

eNtiDaDes/ assoCiações

Na Primeira Pessoa

20 FFUCoral, Phartuna e TAFFUC

íNDiCe

-4- O Pilão | nº 10 | Novembro 2014

História do Jornal O Pilão

Esta é a 10ª edição do Jornal O Pilão, mas na realidade existiram mais edições. Isto porque o jornal desde que foi criado teve diversos períodos de interrupção. Várias foram as vezes que deixou de existir e passados alguns anos foi reeditado. Atualmente o pelouro responsável é o Pelouro do Jornal O Pilão, no entanto nem sempre foi assim. O Pilão foi tentar perceber a sua história junto dos antigos coordenadores. por Anita Calado e Stéphanie Pais

Em junho de 2005 ocorreu uma reedição do jornal O Pilão, apelidada de Renascimento d’O Pilão. O Jornal não era editado há algum tempo, por falta de meios financeiros, sendo os seus coordenadores Paulo Silva e Pedro Nunes.

Outubro 1997, nº3

Maio 2009nº1

Setembro 2009 nº2

Início A edição número 0 (zero) deste jornal data de maio de 1996, com o nome O Pilão sendo o pelouro responsável o da Informação.

A sua 3ª edição data de outubro de 1997. O jornal apresentava perio-cidade trimestral e era de distribuição gratuita. O seu coordenador era Humberto Martins que pertencia ao pelouro da Informação.

Em março de 1998 foi lançada uma edição especial do Jornal O Pilão que consistia numa biografia de António Pinho Brojo.

A periocidade do Jornal não foi mantida. Só em abril de 2002, surgiu a 7ª edição, cuja coordenação estava ao cargo de Ricardo Munique e Bruno Gonçalves.

Depois de alguns anos sem nenhuma edição, eis que em 2009 surge uma nova edição do jornal, a qual se dá o número 1. As edições mais recentes do Jornal O Pilão são contabilizadas a partir daí. Na altura este ainda era feito pelo Pelouro da Informação e o seu coordenador era João Abrantes que, atualmente, é estudante de doutoramento na Faculdade de Farmácia. O jornal O Pilão foi conhecê-lo.

-5-Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

o jornal não era editado há muitos anos, poderíamos começar pelo nº 1.

Qual o motivo da reedição do Jornal em 2009?O que me levou a reeditar o jornal foi a ausência de uma publicação periódica que falasse sobre a atividade académica levada a cabo na Facul-dade de Farmácia e que de alguma forma divulgasse as atividades não só do núcleo, que na altura era da responsabilidade do Pelouro da In-formação (não havia um pelouro es-pecífico para o jornal), mas também

da Faculdade a nível de investigação e atividades. Nesse mandato também começámos a lançar uma newsletter semanal.

A reedição do jornal foi bem aceite pelos estudantes?Sim, sem dúvida. A primeira edição d’O Pilão foi impressa em papel de jornal e distribuída pelos estudantes, assim como a segunda edição da qual eu também fui responsável. O jornal permitiu aos estudantes aceder a in-formações que de outro modo não era possível, porque na altura não existia o hábito de aceder a platafor-mas digitais para obter a informação.

Em que moldes trabalhava a equipa de redação?Na altura eu coordenava o pelouro da Informação e tínhamos a nosso cargo fazer e divulgar os cartazes de atividades do núcleo e, pontualmente, de atividades da própria Faculdade. Nesse mandado lançámos o antigo site do NEF/AAC (www.nefacademi-ca.com) que já deve estar desativado. Para fazer o jornal tivemos de organi-zar uma equipa e dividíamo-nos por temáticas.

Como antigo coordenador do jornal, que temas gostava que fossem abor-dados no jornal?Muitos, mas como estudante de doutoramento da Faculdade gostava que se divulgasse mais a investigação científica que aqui se faz.

O Pilão: Qual a razão de ter dado continuidade ao nome O Pilão?João Abrantes: Na altura a única informação que tínhamos era que havia, há muitos anos, um jornal as-sociado à Faculdade de Farmácia com esse nome. Como a ideia não era lançar um novo jornal, mas sim dar continuidade ao que existia, mantive-mos o nome O Pilão.

Sendo uma reedição do jornal, porque não continuaram a conta-gem?Nós começámos a contagem do início porque corria a ideia de que como

No mandato 2012/2013 do NEF/AAC surge um pelouro dedicado somente ao jornal designado por Pelouro do Jornal O Pilão.

Maio 2009nº1

Setembro 2009 nº2

Setembro 2012, nº5 | Março 2013, nº6

Dezembro 2013, nº7Março 2014, nº8Maio 2014, nº9

João Abrantes

-6- O Pilão | nº 10 | Novembro 2014

por Diana Marques, Joana Fiteiro e Rita Alves

Em janeiro do próximo ano celebra-se o 6º Aniversário da mu-

dança das instalações da Faculdade de Farmácia para o Pólo das

Ciências da Saúde. O Pilão foi, assim, realizar uma entrevista a

um dos grandes impulsionadores deste projeto de mudança, Pro-

fessor. Doutor Rui Barbosa (subdiretor da Faculdade), com o in-

tuito de dar a conhecer à comunidade estudantil, não só o proces-

so de mudança, mas também o que ainda se pretende realizar.

O Pilão - Como caracteriza a antiga fa-culdade?Prof. Doutor Rui Barbosa - A antiga Fa-culdade de Farmácia estava instalada no antigo Palácio dos Mellos, desde 1915 e funcionava em três edifícios: o Palácio dos Mellos que era o edifí-cio central, o Colégio de Jesus (edifí-cio do museu) e a antiga farmácia dos ex-HUC, para as aulas e laboratórios.

Por que razão surgiu a necessidade da mudança de instalações? A existência de espaços fisicamente separados levava não só a uma menor aproximação das pessoas, como tam-bém a problemas de gestão e logís-tica e, por isso, surgiu a necessidade da criação de um edifício autónomo.

Quais os locais propostos para as novas instalações?Desde os anos 60 foram elaborados diversos projetos para as novas insta-lações em vários locais. Mais tarde, com o contributo do Reitor da UC, Prof. Doutor Fernando Rebelo foi tomada a decisão de construir o novo edifí-cio da Faculdade de Farmácia no Pólo das Ciências da Saúde da UC (Pólo III) que até à data era uma área consigna-da apenas à Faculdade de Medicina.

Como decorreu o processo de desen-volvimento do projeto e da obra?Em 1998 foi entregue no Gabinete de Planeamento o programa preliminar em que eu estive envolvido, como vi-ce-presidente do Conselho Diretivo da

FFUC, juntamente com o presidente, Prof. Adriano Sousa. Este programa foi adaptado tecnicamente e seguiu para o Ministério da Educação onde esteve até 2003 para aprovação final. Depois, foi aberto o concurso no qual concorreram 12 projetos de arquite-tura, sendo selecionado o único que contemplava 6 pisos, mantendo a cota (altura), continha um piso (-2) com es-paço para garagem com 47 lugares, suficiente para o corpo docente e não docente e, também, áreas técnicas e de armazéns. A obra terminou em 2009.

Como avalia a construção das instala-ções da faculdade?A construção da FFUC foi complexa por-que não havia um padrão a seguir. Há áreas que são totalmente diferentes e portanto, as exigências dos laboratórios de cada área são também diferentes, de acordo com as suas funcionalida-des. Foi muito complicado contemplar todas as exigências de cada área e atender a todas as exigências dos la-boratórios e dos seus responsáveis.

Quando decorreu a mudança para o Pólo das Ciências das Saúde?Após uma decisão tomada de acordo com o Reitor da altura, o Prof. Doutor Seabra Santos, optou-se por um pro-cesso faseado, primeiro mudou-se, em janeiro de 2009, a Microbiologia, a Bioquímica e os Métodos Instrumen-tais de Análise, porque eram os que estavam em piores condições na an-tiga faculdade a que se seguiram nos

dois meses seguintes todos os outros Laboratórios, nomeadamente de Bro-matologia e Hidrologia, Farmacognosia, Química Farmacêutica, Galénica, Tec-nologia Farmacêutica e Farmacologia.

Como foi pensada a organização do edifício da faculdade?Tem como já disse, no piso -2 o estacio-namento, áreas técnicas e armazéns, no piso -1 ficam os anfiteatros e outras salas de ensino com luz natural do lado poente, no piso 0 existe a receção, o Laboratório de Apoio à Comunidade (que inclui o Laboratório de Analises Clínicas e a UCQfarma). O projeto foi delineado para 1075 alunos, com uma forte componente de ensino laborato-rial, e por isso para diminuir o fluxo de pessoas nos pisos superiores, a maior parte das aulas laboratoriais do 1º ano e 2º ano são lecionadas no piso 0, que tem 5 laboratórios dedicados ao ensino. Os pisos 2 e 3 estão mais direcionados para os anos mais avançados, pós-gra-duados e investigação. Aproveitou-se a afinidade entre as unidades curriculares para fazer a organização dos laborató-rios a instalar em cada um dos pisos. Há também que referir que o edifício da Unidade Central bem como a Bi-blioteca foram pensados no sentido de fundir as áreas de saúde existentes no Pólo das Ciências da Saúde. A Bibliote-ca, que resultou da fusão das antigas Bibliotecas das Faculdades de Farmácia e Medicina, tornou-se numa entida-de autónoma e passou a designar-se Biblioteca das Ciências da Saúde, com

Professor Doutor Rui Barbosa

A Evolução das instalações da FFUC

-7-Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

intuito de criar uma maior sinergia e uma melhor partilha de recursos para os estudantes de ambas as faculdades.

Os projetos inicialmente estabelecidos foram todos cumpridos?Praticamente tudo o que foi projetado foi levado à prática e o que não foi, tem consequências muito modestas. Por exemplo, não foi possível concretizar o Museu da FFUC e também um bar/cafetaria, que foi planeado para o espa-ço onde, neste momento, se encontra uma filial do banco Santander Totta. A galeria existente entre os dois anfitea-tros foi projetada para fazer expositores em congressos, por exemplo, mas não foi concretizado, porque houve neces-sidade da colocação de uma saída de emergência aquando do delineamento do plano de emergência. Houve tam-bém alguns espaços programados mas que não têm a função que inicialmente lhes foi destinada, como a sala de junto ao anfiteatro Tomé Pires que seria uma sala de estudo, também iria existir uma sala de informática que se revelou pou-co útil com o aparecimento em massa dos computadores portáteis. A Uni-dade Prática de Farmácia (UPF) é ago-ra uma sala de aulas, mas foi pensado ser um espaço onde se ministraria um tipo de ensino em contexto simulado.

Que problemas surgiram durante o processo? Sugiram alguns problemas de logísti-ca, nomeadamente o tamanho das sa-las para as aulas teórico-práticas bem como dos laboratórios de ensino que, desde logo, se teve a perceção de se-rem pequenos para a quantidade de

alunos pretendida, no entanto as alte-rações sugeridas não foram aprovadas. Houve uma área, não projetada inicial-mente, mas que foi construída a poste-riori, o biotério, isto porque se pensou que iria existir um, num outro edifício, que seria comum às faculdades de Me-dicina e de Farmácia, mas que não che-gou a ser feito. Também a rede de gases especiais foi projetada posteriormente.

Qual a sua opinião relativamente às condições da FFUC?Posso dizer, que seria melhor que a fa-culdade hoje tivesse mais 1000 m2 de espaço laboratorial porque crescemos em número de alunos, contudo há res-trições algumas delas legais que nos ultrapassam! A nossa faculdade, para além de ser um edifício autónomo ao reunir todas as unidades, tem instala-ções de elevada qualidade, que a facul-dade antiga não tinha, são funcionais e foram especificamente desenhadas para cada uma das suas funções. Es-tamos, ainda, apetrechados com bom material de laboratório e mobiliário de alta qualidade que estão ao nível do que existe de melhor quer nacional, quer internacional. Não posso dizer que temos instalações modelo, mas podemos orgulhar-nos! Há também aspetos a salientar, pois quando se faz um edifício desta natureza, reserva-se 20% para reequipamento da faculda-de. Na altura, o reitor deu pequenas verbas, mas não houve um upgrade total de equipamento da Faculdade. Porém, há que ter em conta que ago-ra o edifício está a entrar numa fase de manutenção, embora esteja bastante bem conservado, mas já começa a re-

fletir algumas deficiências, pois temos exercido uma intervenção fundamen-talmente reativa e não preventiva. Com as restrições orçamentais que têm vin-do a ser evidentes, a nossa capacidade de ação tem sido mais limitada. Temos que conservar e manter o que temos, não só com as condições operacionais de segurança e conforto, como também otimizar a gestão energética do edifício.

Quais as ações que ainda estão a ser delineadas para a nossa faculdade e para o Pólo III em geral? Um dos aspetos que é necessário fo-car é, sem dúvida, a inexistência de si-nalética da Unidade Central que está, neste momento, em vias de se concre-tizar, bem como a sinalética do Pólo, incluindo painéis direcionais. Um outro ponto que afeta todos os estudantes deste Pólo e urge ver-se solucionado é a questão da acessibilidade ao Pólo. Seria necessária a construção de uma ponte pedonal para a entrada do Pólo das Ciências da Saúde, algo que impos-sibilita a coexistência das bombas de gasolina, no entanto este assunto é da alçada da Câmara Municipal, para além de ser essencial a regulação do tráfego nesta zona. Está ainda em falta a con-cretização de planos de saídas de emer-gência, com a realização de simulacros. Pretende-se ainda a criação de um Cen-tro de Investigação no Pólo – BioMed III, que envolve a FFUC e a FMUC, com o intuito de criar pontes entre as áreas de saúde, permitindo conceber uma rede de instituições com uma grande massa crítica nas Ciências da Saúde.

Curiosidades

Número total de estudantes:

1375 Unidade Central

(partilhada com a

FMUC): 5 250 m2

de área bruta

Biblioteca das

Ciências da Saúde

(partilhada com a

FMUC): 2 530 m2

de área bruta

Número de estu-dantes estrangei-ros: mobilidade-17 e internacionais-2 Número de

estudantes do

2º Ciclo (Mes-

trado): 1128

Área Bruta da

Faculdade de

Farmácia: 13

230 m2

Número de estudantes do

3º Ciclo (Douto-ramento): 70

Número de estu-dantes do 1º Ciclo (Licenciaturas): 158

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-8- O Pilão | nº 10 | Novembro 2014

Perfil do rofessor

Professor Doutor Alcino Leitão

por Anita Calado e Carla Oliveira

Nome: Alcino Jorge Lopes Leitão

Naturalidade: Coimbra

Percurso Académico: Licenciei-me em Ciências Farmacêuticas (na altura um curso de 6 anos) na Facul-dade de Farmácia da Universidade de Coimbra, no ramo da Indústria Farmacêu-tica. Durante a licenciatura, nos últimos dois anos, tive a oportunidade de ter uma bolsa de iniciação para a investigação e, quase no fim do curso, fui convidado para monitor no grupo de Química Far-macêutica desta Faculdade. Com estas duas atividades tive o primeiro contacto com a investigação e com a docência. Fiz o estágio em Indústria mas como gostava de investigação, rumei à capital, onde fiz doutoramento em Química Orgânica, na Universidade Nova de Lisboa. Quando es-tava prestes a concluir o doutoramento, voltei à nossa faculdade e iniciei a minha carreira como docente universitário.

Área de investigação: Faço investigação na área da química far-macêutica, tendo algum trabalho em pro-cesso químico e a sua aplicação a molécu-las com potencial atividade biológica, nomeadamente esteroides. Atualmente, participo num projeto no qual se faz sín-tese de moléculas e, posteriormente, a avaliação da sua atividade num recetor específico que aparenta estar envolvido no cancro da mama.

O que mais gosta no trabalho do seu dia a dia: Como sabem temos duas vertentes, o en-sino e a investigação e, se tivesse de optar por uma, não saberia neste momento qual. De facto, apesar de diferentes são muito complementares. No fundo tenta-mos produzir e divulgar conhecimento, e apesar de algumas vezes termos ativi-dades rotineiras, raramente se tem um dia igual ao outro.

Hobbies: Eu gosto muito de atividades ao ar livre, principalmente desportivas (futebol, ténis,...) e a fotografia. Ultimamente tenho menos tempo para essas ativi-dades. Também gosto bastante de ler e de assistir a espetáculos (cinema, teatro, música).

Livros mais marcantes: Há uns tempos, a propósito de uma rúbri-ca da universidade chamada O livro da semana fui convidado a escolher um livro que me tinha marcado e acabei por es-colher dois. Um que se chama Remédio Amargo, que li no final da licenciatura, e que aborda a dialética entre a inves-tigação na universidade e na indústria farmacêutica como se fossem mundos separados e antagónicos. Mais recen-temente, li em férias um livro que me divertiu imenso de Tom Sharpe, Wilt, o primeiro de uma série que retrata a vida de um professor de literatura, completa-mente frustrado, tanto na sua vida profis-sional como na académica, e a quem tudo parece acontecer.

Filmes marcantes: Gostei muito de um filme, já antigo, O Sol da Meia Noite, que é um pouco bibliográfi-co, porque quer o ator quer a personagens são bailarinos exilados da antiga União Soviética. Mais recentemente vi, também em televisão, Condenados de Shawshank, que retrata a vida de um banqueiro numa prisão americana (Shawshank), acusado injustamente, do homicídio da esposa.

Estilo musical preferido: Eu oiço muito rádio e, consequente-mente, a música que vai passando. Não tendo um género musical preferido, cos-tumo comprar (discos ou espetáculos) música pop ou música portuguesa. Gosto por exemplo de Jorge Palma ou bandas como Deolinda ou os Clã.

Viagem da sua vida: Há um local que gostei muito de visitar, no Brasil, estado do Maranhão, que tem uma paisagem fabulosa, que se chama Lençóis Maranhenses. Para além desse, e fora de Portugal, a cidade a que mais vezes visitei foi Londres, e se pudesse ia lá mais vezes. Mas espero ainda ter a via-gem da minha vida por fazer.

Conselho à comunidade estudantil: Por um lado, devem ser otimistas, porque têm aqui boa formação académica, levam boas ferramentas. Por outro lado, devem ter a modéstia de quem necessita de con-tinuar a aprender pela vida fora.

-9-Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

Ser Membro Estudante da ORDEM FARMACÊUTICOS

Na passada Newsletter, O Pilão deu a conhecer a nova categoria de Membro Estudante da Ordem dos

Farmacêuticos. Agora a Ordem dos Farmacêuticos irá explicitar melhor os seus contornos.

Tornar-se membro de uma Ordem Profissional traz consigo um con-junto de direitos e de deveres a que os profissionais passam a es-tar vinculados no sentido de po-derem aceder à profissão.A Ordem dos Farmacêuticos (OF) considerou interessante a possi-bilidade de integrar antecipada-mente os estudantes dos últimos anos do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, com o objetivo de promover uma aproxi-mação dos futuros farmacêuticos à profissão, tendo para o efeito aprovado a criação da categoria de Membro Estudante.De acordo com o respetivo regula-mento, apenas podem ser admiti-dos, como Membro Estudante da Ordem, os estudantes dos 4.º e 5.º anos dos nove cursos de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêu-ticas (MICF) atualmente leciona-dos em Portugal. Os processos de registo e de admissão são efetua-dos através do Portal da OF na In-ternet, mediante o preenchimento do formulário de inscrição online e

apresentação de comprovativo de inscrição no 4º ou 5º ano do MICF. Chamamos a atenção para este úl-timo requisito, na medida em que muitos dos pedidos de admissão têm vindo a ser recusados pelo facto de o comprovativo entregue pelo estudante não mencionar ex-pressamente que o mesmo se en-contra matriculado no 4.º ou 5.º ano do curso. Dada a excecionali-dade desta categoria de membro, a inscrição na Ordem deverá ser renovada anualmente até à con-clusão do Mestrado Integrado. E quais as vantagens de me tornar membro estudante da Ordem?Os membros estudantes da OF es-tão isentos do pagamento de quo-tas e, naturalmente, não gozam da plenitude dos direitos conferidos aos membros efetivos, nomeada-mente no que diz respeito à ca-pacidade eleitoral ativa e passiva. No entanto, ao membro estudante é permitido o acesso às infor-mações periódicas – newsletters eletrónicas – respeitantes à ativi-dade da OF, bem como à

participação em eventos orga-nizados pela OF, beneficiando de condições especiais, o aces-so a publicações de cariz técni-co-científico, bem como o acesso à recém-criada Bolsa de Oportuni-dades da OF.Acima de tudo trata-se de uma porta aberta para o contacto pre-coce do estudante com a asso-ciação profissional que os repre-sentará em breve, permitindo-lhe um conhecimento mais aprofun-dado da sua orgânica e modo de funcionamento, e possibilitan-do-lhe igualmente a formação de uma consciência profissional, ética e deontológica, ainda antes de se tornar membro efetivo .

P’la Seção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos

Se tiveres dúvidas ou

quaisquer questões sobre

este assunto contacta a

Secção Regional de Coim-

bra da OF pelo telefone

239 851 440 ou email

regional.coimbra@ordem-

farmaceuticos.pt

-10- O Pilão | nº 10 | Novembro 2014

Direção Delegação Centro

O Jornal O Pilão foi conhecer a nova Direção da Delegação Centro da Associação Nacional das Farmácias,

pela voz do Presidente Augusto Meneses. por Anita Calado, Stéphanie Pais e Rafaela Silva

Percurso académicoEntrei na FFUP em 1990 e terminei a li-cenciatura em Ciências Farmacêuticas em 1996. Tive a oportunidade de realizar parte do estágio com um programa Eras-mus que estava a arrancar na altura. Isso foi marcante e fico muito satisfeito com a evolução que o programa teve tornan-do-se, hoje em dia, uma etapa quase normal no percurso académico. Naquilo que é a construção europeia, este é um programa fundamental porque toca-nos numa fase da vida crítica, ali nos vinte e poucos anos, onde se tomam decisões pessoais e profissionais muito impor-tantes. Depois ingressei imediatamente no mun-do laboral. A farmácia que hoje dirijo era da família. Tenho mantido um cuidado e uma atenção especiais na formação con-tínua. É curioso que essa atitude tenha sido uma mudança de paradigma pois, na altura, entendia-se que quem tinha uma licenciatura possuía um leque de conhecimentos que estaria apto a de-sempenhar a sua profissão ad eternum. Os graus académicos como os mestrados e os doutoramentos eram exclusivos para quem queria seguir carreira académica. Comecei como farmacêutico adjunto da farmácia até 2006 e depois assumi a Di-reção Técnica. Em termos de associativismo, fui durante

um ano presidente da assembleia geral da associação de estudantes. Esse cargo deu um certo contributo à minha for-mação. Estas experiências são sempre in-teressantes. Lidamos com diversos cole-gas e os horizontes abrem-se. E acho que os estudantes que se interessam por out-ras atividades para além do estudo exclu-sivo das matérias, que já é muito, e que conseguem divergir um pouco e cultivar outros interesses normalmente colhem os seus frutos uns anos mais tarde.

Tendo em conta que está agora à frente da nova Direção da Delegação Centro da ANF, quais são os objetivos e as áreas de intervenção desta nova direção?As farmácias estão a atravessar uma das maiores crises de sempre, em ciclo com o que o país está a viver, mas de uma maneira ainda mais profunda, mais agravada. Para terem uma ideia, todos se queixam dos remédios que a Troika prescreveu para o país pois para o nos-so setor prescreveram uma dieta de 50 milhões de euros e nós já vamos com 360 milhões de euros de poupança. São, por-tanto, 7 vezes e meia a mais daquilo que os senhores da Troika tinham prescrito. E isso tem consequências. Mesmo ficando apenas pelos 50 milhões, não seria fácil. Mas assim, é um trabalho ciclópico que temos pela frente para manter a capilari-

dade da rede de farmácias. No entanto, enquanto farmacêuticos, não desistimos. Nós temos de ter a capacidade de fazer de um limão uma limonada e dar a volta por cima. Os portugueses precisam das suas farmácias e dos seus farmacêuticos. É isso que nos motiva.

“enquanto farmacêuticos, não desistimos. Os portu-gueses precisam das suas farmácias e dos seus far-macêuticos.

O que julga que diferencia a sua Direção face à dos mandatos anteriores?Não há uma diferenciação grande, a não ser um estilo pessoal, porque todo o trabalho que foi desenvolvido anterior-mente foi feito com muita qualidade e inteligência, traçando os rumos certos, aplicando as metodologias corretas. Por-tanto, eu diria que isto não é um mandato de divergência ou de alteração de rumo, muito menos de rutura. Isto é um man-dato de continuidade de estratégia. Claro que cada um tem a sua maneira de ser e de estar, mas no que realmente importa não há nenhum facto que deva sublinhar que diga que nos vamos diferenciar.

da

A ANF é a Associação Nacional das Farmácias e repre-senta 97% das farmácias portuguesas. Foi fundada em outubro de 1975, a partir da estrutura do Grémio Na-cional das Farmácias e tem como objetivo defender os interesses morais, profissionais e económicos dos pro-

prietários de farmácia.

Sabes o que é

a ANF ?

-11-Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

Qual é o balanço que faz dos prémios João Cordeiro?A instituição do prémio é singular em vários aspetos. Desde logo porque é um prémio que se destina a sublinhar e a premiar um projeto e não um feito. Des-tina-se a apoiar uma ideia e não a van-gloriar algo que já aconteceu e está no terreno. Depois tem outra singularidade, tam-bém não é muito comum homenagear pessoas vivas. Normalmente, só se faz um elogio aos que já passaram. E isso é outro carácter inovador. Eu diria que é o próprio espírito inovador do nosso colega que é sublinhado neste prémio com o seu nome.Foram vencedores projetos nas áreas das novas tecnologias, que ainda nem ex-istem no terreno. Propõem soluções para problemas que talvez hoje ainda nem ex-istem verdadeiramente. Os vencedores vão ser apoiados pela ANF na implemen-tação dos seus projetos. A componente financeira do prémio é importante mas ter a ANF a investir tempo, esforço e dedicação num projeto é muito apelativo.

Como vê o setor farmacêutico atual-mente em Portugal?Relativamente às farmácias comunitárias que é aquilo que nos diz respeito, vejo com muita preocupação por dois mo-tivos: enquanto farmacêutico, Diretor Técnico de uma farmácia e responsável na estrutura associativa, mas também como cidadão que poderá ter de recorrer a uma farmácia. E isto porquê? Porque com a di-

eta que foi implementada às farmácias, como há pouco referi, as farmácias que investiram nas suas instalações, no seu quadro de pessoal, nos seus recursos humanos e na formação dos seus profis-sionais, de um momento para o outro, vi-ram-se sem meios de conseguir continuar a responder aos seus compromissos. E esta situação é transversal. Não se trata da farmácia A ou B, da região norte ou sul, do litoral ou do interior. A continuar neste caminho corremos o risco de pôr este modelo em causa. E enquanto cidadãos, farmacêuticos e decisores políticos te-mos de perceber exatamente aquilo que queremos. Se queremos este modelo de grande proximidade às pessoas, em que a farmácia é claramente a instituição de saúde mais próxima das pessoas e com maior acessibilidade, ou se queremos um modelo em que as farmácias só estão onde são altamente rentáveis, onde nós temos um supermercado antes de poder-mos falar com o farmacêutico, onde te-mos o tabaco e ao lado os medicamentos de substituição nicotínica. Se nós quere-mos manter um modelo que preserve a proximidade às populações, combata a desertificação, que preserve pequenas unidades empresariais de caráter familiar, que pagam aqui os seus impostos, em vez de o fazerem na Holanda ou no Luxem-burgo, temos obrigação de lutar por ele. Entendemos que ele é gratificante para nós enquanto profissionais, mas que é so-bretudo bom para as populações que nós servimos. Se entenderem o contrário, nós teremos sempre capacidade de nos adap-

tar. Provavelmente, as populações é que ficarão pior servidas. Há que refletir so-bre isto. Nós temos um dos serviços mais eficientes do mundo quando compara-mos qualidade e serviço prestado com custos. Temos um elevado número de farmacêuticos a trabalhar nas farmácias - em média, 2,7 farmacêuticos por farmá-cia. Neste indicador estamos à frente da Suíça, do Reino Unido, da França, da Alemanha, da Holanda, da Finlândia e da Noruega. Em termos de proximidade com a população, estamos claramente acima da média europeia. Temos muitas mais farmácias por habitante. Enquanto farmacêuticos, temos de ter orgulho no percurso que fizemos até agora. Enquan-to cidadãos, por vezes, não valorizamos aquilo que nos é dado.

Acha que se a nossa área estivesse mais ligada à política teríamos mais benefícios? Acha que é isso que falta ou isso não seria uma mais-valia?Sim e não. Há uma componente que, como já referi, está relacionada com as próprias condições do país e necessariamente toda a gente teve de fazer um esforço.Realmente é um facto, nós não temos figuras de primeiro plano na política. Nem temos, aparentemente, pessoas que possam esclarecer melhor os deci-sores sobre o impacto das suas decisões ou omissões. Porque é que nós não te-mos colegas farmacêuticos em lugares de destaque político? Não sei responder.

Mensagem aos estudantesÉ uma mensagem de esperança, de certeza da

qualidade da sua formação e que essa qualidade lhes vai permitir ser bons em qualquer terreno profissional. Que tenham autoconfiança e que

falem de igual para igual com os outros profissionais de saúde.

-12- O Pilão | nº 10 | Novembro 2014

VIII Congresso Científico NEF/AAC

CÉREBRO E (DIS)FUNÇÕES O VIII Congresso Científico no NEF/AAC, cujo tema foi Cérebro e (Dis)Funções ocorreu nos dias 6 e 7 de novembro no Pólo das Ciências da Saúde. Contou com a presença de 8 moderadores e mais de 19 oradores distribuídos pelos quatros painéis existentes. A sua organização ficou a cargo do Pelouro da Formação, já a imagem do congresso foi da responsabilidade do Pelouro da Comunicação, Imagem e Fotografia. O Jornal O Pilão mostra-te o que aconteceu.

por Anita Calado, Leonor Bruço e Tânia Baptista

Dia 6 De novembroOs Segredos do Cérebro

Programa9h00-9h30: Sessão de abertura

9h30-10h00: 2014: O ano do CérebroProfessor Doutor Nuno SousaSociedade Portuguesa de Neurociências (SPN)Escola de Ciências da Saúde & Instituto de Ciências da Vida e da Saúde (ICVS)Universidade do Minho

10h00-10h30: Da neurociência fundamen-tal à investigação em translação para a clínicaProfessor Doutor Miguel Castelo Branco IBILI- Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida Universidade de Coimbra

10h30-11h00: O medo e a sua regulação por interações sociaisDoutora Marta MoitaFundação Champalimaud, Lisboa

11h-11h30: Coffee Break

11h30-12h00: Mecanismos neuronais en-volvidos em comportamentos compulsivosDra. Paula BancaUniversidade de Coimbra

12h00-12h30: The microbiota gut-brain signalling: from kitchen to bedsideDoutora Bárbara RochaCNC – Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra

A sessão de abertura contou com a presença do Presidente da Assembleia da FFUC Professor Doutor João José Sousa, com o Diretor da FFUC Professor Doutor Francis-co Veiga, com o Presidente da AAC de Coimbra Bruno Matias e com representantes da Delegação Centro da Associação Nacional das Farmácias, da Seção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos e da Direção da Plural - Cooperativa Far-macêutica, CRL. O congresso teve início com a transmissão de um vídeo a explicar a escolha do tema. O primeiro orador foi o Professor Doutor Nuno Sousa, presidente da Socie-dade Portuguesa de Neurociências que falou sobre o ano cérebro, o stress e os comportamentos. Seguiu-se o Professor Doutor Miguel Castelo Branco que falou um pouco sobre as instituições das quais é diretor (ICNAS E IBILI) e sobre a investi-gação que faz com o neurotransmissor GABA. Antes da pausa a Doutora Marta Moi-ta abordou o tema medo e a sua regulação por interações sociais, dando exemplos da investigação que faz na Fundação Champalimaud. A Dra. Paula Banca, após o coffee break falou nos mecanismos neuronais envolvi-dos nos comportamentos compulsivos, afirmando que a dopamina é responsável pela compulsividade. Para terminar o painel, a Doutora Bárbara Rocha expôs a sua investigação realizada no CNC sobre a importância da dieta na modulação do microbiota (micro-organis-mos que habitam no corpo humano e com ele estabelecem uma relação de simbi-ose) que pode ter consequências não só a nível gastrointestinal mas também nas alterações comportamentais, tendo o NO (óxido nítrico) um papel importante.

Painel I: moderadores Professora Doutora Ana Fortuna e Professora Doutora Maria Teresa Rosete

“O Homem tem apenas 10% de

células eucarióticas humanas.”

Doutora Bárbara

-13-Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

Programa14h30-15h00: Como é que cérebro regula o apetite? O cérebro tem alguma relação com o desenvolvimento da obesidade? A restrição calórica é benéfica?Professora Doutora Cláudia CavadasCNC – Centro de Neurociências e Biologia Celu-lar & Faculdade de Farmácia,Universidade de Coimbra

15h00-15h30: Esteriotipias na patologia do neurodesenvolvimento – casos reaisProfessora Doutora Guiomar OliveiraHospital Pediátrico de Coimbra

15h30-16h00: Células estaminais, inflamação e cérebro - um diálogo no Envelhecimento e Doença de Alzheimer?Professor Doutor João MalvaIBILI- Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida16:00-16h30: Coffee Break

16h30-17h00: Optogenética: controlar o cére-bro com luzDoutor João PeçaCNC – Centro de Neurociências e Biologia CelularUniversidade de Coimbra

17h00-17h30: Ligações “wireless” no cérebro ou como os neurónios evitam o jejumProfessor Doutor João LaranjinhaCNC – Centro de Neurociências e Biologia Celular & Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra

17h30-18h00: Discussão - “Hot topics” em Neurociências

Encerramento do primeiro dia do Congresso com atuação da Phartuna- Tuna de Farmácia de Coimbra

O painel II teve início com a docente da Faculdade de Farmácia, Professora Doutora Cláudia Cavadas que esclareceu os presentes sobre as seguintes questões: Como é que cérebro regula o apetite? O cérebro tem alguma relação com o desenvolvimento da obe-sidade? A restrição calórica é benéfica?, visto serem áreas que investiga. A oradora que se seguiu foi a Professora Doutora Guiomar Oliveira que abordou e apresentou casos reais de algumas esteriotipias na patologia do neurodesenvolvimento. Na continuação do painel esteve o Professor Doutor João Malva que falou sobre Células estaminais, a inflamação e o cérebro, salientando que temos 100 mil milhões de neurónios no cérebro. Após pausa para coffee break, tomou a palavra o Doutor João Peça que elucidou os presentes sobre uma nova técnica que cada vez mais se utiliza em investigação e que permite controlar o cérebro com luz – optogenética. O último orador deste painel foi o Professor Doutor João Laranjinha que falou sobre as ligações wireless no cérebro ou como os neurónios evitam o jejum, salientan-do o papel do NO (óxido nítrico) no estabelecimento dessas ligações.O painel não acabou sem antes ocorrer um momento de discussão: Hot Topics em neurociências e a atuação da Phartuna – Tuna de Farmácia de Coimbra.

Painel II: moderadores Professora Doutora Maria Cotrim e Professora Doutora Margarida Caramona

“O Cérebro é a estrutura viva mais complexa”

Professor Doutor João Malva

“1mm3 do córtex contem 105 neuró-nios, 108 sinapses e 4 Km de axónios” Professor Doutor João Laranjinha

“Sabia que o exercício físico e a estimulação cognitiva

estimula a produção de novos neurónios no cérebro

adulto?” Professor Doutor João Malva

-14- O Pilão | nº 10 | Novembro 2014

Dia 7 De novembroDOENÇAS DO CÉREBRO: QUANDO DEIXARÃO DE SER UM PROBLEMA?

Programa9h00-9h25: Erradicar a doença de Alzheimer : mito ou realidade?Professora Doutora Cláudia PereiraCNC – Centro de Neurociências e Biologia Ce-lular & Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra

9h25-9h45: Parkinson’s disease: where do we stand?Professora Doutora Sandra CardosoCNC – Centro de Neurociências e Biologia Ce-lular & Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra

9h45-10h05: Terapia génica da Doença de Machado-JosephProfessor Doutor Luís Pereira de AlmeidaCNC – Centro de Neurociências e Biologia Celular & Faculdade de Farmácia, Universida-de de Coimbra

10h05-10h25: A Depressão: em busca de novos alvos terapêuticosDoutor Nélio GonçalvesCNC – Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra

10h25- 10h45: Mecanismos de morte neuro-nal induzidos por isquemia cerebralProfessora Doutora Armanda SantosCNC – Centro de Neurociências e Biologia Celular & Faculdade de Farmácia, Universida-de de Coimbra10h45: Discussão: Doenças do cérebro e envelhecimento

11h15: Atuação do FFUCoral

11h30: Coffee Break

11h45: Speed Dating

O segundo dia arrancou com a temática da Doença de Alzheimer, onde a Professora Doutora Cláudia Pereira desfez alguns mitos acerca da patologia que é a principal forma de demência no idoso. Esta doença afeta 6 milhões de europeus e prevê-se o seu aumento. A segunda oradora foi a Professora Doutora Sandra Morais Cardoso que discutiu soluções futuras para identificar o alvo terapêutico na doença de Parkinson. De se-guida o Professor Doutor Luís Almeida tomou a palavra e apresentou os resultados promissores da sua investigação na doença de Machado-Joseph. O gene responsável já foi identificado e sabe-se que quanto maior o número de repetições deste, mais esta patologia se manifesta, através da dificuldade nos movimentos, equilíbrio e marcha. O Doutor Nélio Gonçalves foi o orador sequente e mostrou um dos seus trabalhos de investigação: busca de novos alvos terapêuticos para a Depressão. Esta patologia afeta 8% dos Portugueses. Para ser diagnosticada o doente tem de apresentar hu-mor depressivo e perda de interesse ou prazer e ainda três dos seguintes sintomas: alterações do padrão de sono, agitação e fadiga, desconcentração, ideiam suicidas e vergonha durante duas semanas.Após o Coffe-Break, foi a vez da Professora Doutora Armanda Santos apresentar os mecanismos de morte neuronal induzidos por isquemia cerebral. Esta é a segunda causa de morte mundial e deve-se a bloqueios de vasos sanguíneos no cérebro, provocando um AVC. Por fim ocorreu à atuação do FFUCoral e quem quis pode participar no Speed-Dat-ing, onde tinham a oportunidade de conhecer e tirar dúvidas com investigadores do CNC.

Painel III: moderadores Professora Doutora Maria Celeste Lopes e Professora Doutora Alexandrina Mendes

“A inexistência de um modelo animal

representativo de todas as modifica-

ções fisiopatológicas da depressão é

um verdadeiro impasse ao avanço de

conhecimento e justifica a atual inefi-

ciência clínica da terapêutica.”

Doutor Nélio Gonçalves

-15-Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

Aniversário do neF/AACComo o 28º aniversário do Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra coincidiu com o segundo dia de Congresso, no final do mesmo, foram cantados os parabéns ao núcleo, com direito a bolo e espumante. A organização ficou a cabo do Pelouro da Cultura, que em nome do NEF/AAC deixou umas palavras aos estudantes:

“Foi com muito orgulho que no passado dia 7 de novembro celebrámos o 28º Aniversário do Núcleo de Estudante de Farmácia da Associação Académica de Coimbra. Foram 28 anos de irreverência, 28 anos de puro profissionalis-mo, 28 anos de dar o máximo de cada um nós em prol de uma casa e de uma comunidade que se caracteriza pela sua excelência.Engana-se quem pensa que esta comemoração se cinge à equipa do NEF/AAC, sem o apoio constante dos nossos estudantes e da Direção da FFUC, nada do que somos hoje seria possível. Dedicamos, portanto, esta data tão es-pecial para nós a todos aqueles que contribuíram para o crescimento do NEF/AAC, a eles o nosso:

Muito Obrigado!”Pelouro da Cultura

Programa14h30-15h00: O cérebro adolescente e o consumo de psicofármacosProfessora Doutora Teresa SummavielleInstituto de Biologia Molecular e Celular, Universidade do Porto

15h00-15h30: Faça exercício pela saúde do seu cérebro: impacto neuroreparador do exercício físico num cérebro intoxicado com metanfetaminaProfessor Doutor Frederico PereiraIBILI - Instituto de Imagem Biomédica e Ciên-cias da Vida

15h30-16h00: Mecanismos Neurocognitivos associados à Criatividade MusicalDra. Ana Luísa PinhoUniversidade de Coimbra

16h00-16h30: Tecnologia Nanocrystal: Um passo em frente no Tratamento da Esquizo-freniaDoutora Sofia LemosNeurosciences Medical Affairs Manager – Janssen

Encerramento do Congresso com atuação da IMPERIAL TAFFUC

O último painel deste congresso iniciou-se com a Professora Doutora Teresa Summavielle que elucidou os presentes sobre a influência do consumo de psi-cofármacos em especial por adolescentes, que são a faixa etária onde há um maior consumo destas substâncias. Seguiu-se o Professor Doutor Frederico Pereira que demostrou que o exercício físico faz bem à saúde do nosso cérebro, umas vez que apresenta um impacto neuroprotector num cérebro intoxicado com metanfetamina. A oradora seguinte foi a Dra Ana Luísa Pinto que apresentou aos presentes o que investigou e as conclusões que tirou na sua tese de doutoramento, onde abordou mecanismos neurocognitivos associados à criatividade musical.A última oradora a tomar a palavra foi a Doutora Sofia Lemos que trabalha na Jassen que pertence à companhia Johnson & Johnson e que se dedica aos medicamentos. O tema abordado foi a tecnologia nanocristal que permite obter partículas na or-dem dos nanometros e que estão a ser aplicadas no tratamento da esquizofrenia.Para terminar o painel, os participantes foram prendados com uma atuação da Imperial TAFFUC.

Painel IV: moderadores Professor Doutor João Nuno Moreira e Professora Doutora Leonor Almeida

-16- O Pilão | nº 10 | Novembro 2014

FESTA DAS LATASIMPOSIÇÃO DE INSÍGNIAS&

por Kevin Leandro e Tânia Batista

A História

A Festa das Latas e Imposição de Insígnias ou Latada teve origens no século XIX. Inicialmente celebrava-se o fim da época de exames, onde cada faculdade desfilava no cortejo em dias diferentes do mês de maio. Na década de quarenta começaram-se a realizar as Latadas das Faculdades no início do ano letivo, tendo como programa a Serenata, a Missa de Bênção de Insígnias, a Imposição de Insígnias e a Latada, com o corte-jo onde os caloiros desfilavam em fantasias e com críticas à sociedade, à pedagogia e à política, mas sem as tradicionais latas de hoje em dia. Só após 1974, num ambiente marcado pela restauração da praxe, se começam a incorporar latas na Latada das Faculdades. Nos meados da década de 1980, os caloiros eram levados para o Mondego e para o quiosque central do Parque Dr. Manuel Braga pelos Semiputos e Quartanistas Grelados, onde tinham de descer a galope para serem alvo de pastada. Devido a um incidente esta prática deixou-se de realizar, começando depois o Batismo dos Caloiro nas margens do Rio Mondego com o auxílio das Latas e dos penicos. Atualmente, inicia-se com a Serenata e o seu ponto alto é o Cortejo, realizado na tarde do dia consagrado à Imposição de Insígnias, havendo ainda as noites no Parque da Canção. O início do Cortejo é habitualmente feito pelo Estandarte oficial da AAC e o seu fim é marcado pelo Batismo dos Caloiros. Hoje em dia, a Latada é antecedida de diversas atividades culturais e desportivas promovidas pela Associação Académica de Coimbra, de modo a despertar o espírito de festa e de aproximar os estudantes da Academia.

-17-Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

Antes Vs Depois Ao longo dos anos a Festa das Latas tem sofrido grandes alterações, não só devido a transformações sociais mas também devido à mudança de mentalidades. Algumas dessas mudanças são visíveis ao com-pararmos os festejos do presente ano letivo relativamente ao letivo anterior, 2013/2014. Os principais motivos dessa mudança foram o facto do conceito de Latada ser muito idêntico ao da Queima das Fitas e os modelos anteriores não terem dado bons resultados financeiros.

Algumas das diferenças observadas foram:-as noites no Parque da Canção foram reduzidas para cinco, -o cortejo passou a realizar-se ao domingo e não à terça-feira;-os festejos foram acompanhados por uma pausa letiva de dois dias, quinta e sexta-feira e, nos anos anteriores, só havia na tarde de terça-feira (dia do cortejo)Outra das grandes diferenças, não a nível comemorativo, mas a nível ambiental, foram os esforços tanto da AAC como do próprio município em evitar o despejo dos carrinhos de compras no rio Mondego, com a criação de pontos de recolha e o intenso controlo policial na recolha dos carrinhos.

-18- O Pilão | nº 10 | Novembro 2014

COMUNITÁRIOFARMACÊUTICO

O Pilão foi ao encontro de Cristina Rebelo, Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia

da Universidade de Coimbra. Esta descreve o seu quotidiano enquanto farmacêutica comunitária.

por Joana Fiteiro e Rita Alves

O quotidiano de um

A Farmácia Comunitária é um es-paço de saúde público. Abre as suas portas diariamente para re-ceber, atender e aconselhar os mais variados utentes que a ela recorrem. No fundo, o dia a dia de uma Farmácia baseia-se no atendi-mento de três tipos de utentes: a) aquele que vem à Farmácia com re-ceituário, competindo aos profis-sionais fornecer os medicamentos prescritos bem como toda a infor-mação indispensável ao correto uso dos mesmos; Cabe igualmente aos profissionais fazer o acom-panhamento dos seus utentes, promovendo a adesão e corre-ta administração da terapêutica, evitando erros de toma, possíveis duplicações, mau uso do medica-mento; b) os que procuram acon-selhamento para situações sem receituário, de que são exemplo os produtos de DermoCosmética e medicamentos de venda livre; e c) aqueles que vêm solicitar serviços que a Farmácia tem para lhes for-necer, como a avaliação da pressão

arterial, a medição de parâmetros bioquímicos, a administração de vacinas e medicamentos injetáveis , entre outros. O ponto comum destas três situações distintas é o dever do profissional de prestar o melhor aconselhamento possível, e centrar o seu serviço na pessoa do utente, colocando o seu cuida-do no topo dos objetivos do aten-dimento.Focando um pouco do que diz respeito à gestão e organização destas pequenas empresas, as tarefas diárias que são levadas a cabo relacionam-se com a realização e receção de encomendas, a re-visão e correção do receituário, o controlo do stock de vendas, pos-sibilitando uma fácil e rápida re-posição, o controlo dos prazos de validade, o controlo das condições de humidade e temperatura do local de armazenamento e do frigorífico onde são armazenados medicamentos de frio. Por último, considero que não posso deixar de fazer uma breve

referência à importância da re-alização de campanhas de pro-moção da saúde. Uma população informada é sempre umamais-valia para a saúde individual e pública e, sendo a Farmácia um local de tão fácil acesso e muitas vezes de primeira recorrência, tais factos devem ser aproveitados para a promoção, consciencialização e aproximação dos utentes a temas tão variados como o uso indis-criminado de antibióticos e seus riscos, o risco cardiovascular e sua prevenção, vacinação, higiene oral, epidemias e seu contágio, e uma infinidade de temas que de-vem ser expostos, esclarecidos e desmistificados.O profissional de saúde da Farmá-cia Comunitária está num lugar privilegiado na aproximação ao utente. Tem, por isso, a responsabilidade de desempenhar um papel ativo e próximo, promovendo a saúde da população.

Cristina Rebelo

-19-Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

Uma Farmacêutica

No meio de muitos livros e serviços que a Biblioteca das Ciências da Saúde te pode oferecer escondem-se pessoas com conhecimentos multidisci-plinares e sempre prestáveis! O Jornal O Pilão foi ao encontro duma dessas pessoas, a Dra Teresa Martins. Vem folhear esta história de vida inspiradora!

por David Ramos e Leonor Bruçó

Sugestão Literária:“Adoro Romances históricos. Noto que que há grandes lacunas no conhecimento da História do país. Por isso aconselho autores como Fernando Campos, Isabel Stillwel e José Rodrigues dos Santos. No entanto também não dispenso um bom policial”

Qual o Percurso Académico da Dra Teresa Martins desde que in-gressou na UC? Após ter acabado a Licenciatu-ra em Ciências Farmacêuticas fi-cou como professora assistente no Laboratório de Química Far-macêutica. Depois de uma breve passagem pelos laboratórios de Bromatologia, mudou-se para a FMUC como Técnica Superior à In-vestigação. Na impossibilidade de fazer Doutoramento decidiu se-guir o Mestrado em Saúde pública nesta Faculdade. A possibilidade de ingressar na carreira de biblio-tecária surgiu ao deparar-se com a falta de pessoas na área da saúde e, também, porque a paixão pelos livros já era antiga. Assim, acabou por tirar a especialização em Biblioteconomia. Esteve à frente da Biblioteca da Faculdade de Me-dicina Dentária até ao surgimen-to da Biblioteca das Ciências da Saúde, da qual pertence à Direção.

Qual a vantagem de ter alguém com formação superior na área científica neste cargo?Existem pessoas a trabalhar na Biblioteca com licenciatura em Ciências Documentais. Dado o contexto da Biblioteca das Ciên-cias da Saúde é importante o domí-nio da terminologia e vocabulário científicos. O que mudou com a fusão das várias Bibliotecas das Faculdades do pólo III?Com a saída das Bibliotecas das Faculdades deixou de existir um sentimento de pertença a cada Faculdade, não só da parte dos alunos como também dos profes-sores. Antigamente havia mais in-terações entre alunos, funcionári-os e docentes, o que contribuía para um crescimento mútuo.

Quais são os serviços que a Biblio-teca pode oferecer?A biblioteca é muito mais do que um lugar para estudar. Nela pode-se encontrar o Serviço de Infor-mação e Referência onde se pode marcar previamente uma sessão de esclarecimento sobre as fer-ramentas essenciais à pesquisa científica. Desta forma, dispõe re-cursos que tornam os estudantes autossuficientes para que possam trabalhar sozinhos.Há alguma história caricata que tenha ocorrido neste espaço que é a segunda casa para alguns?A biblioteca também é um lugar de surpresas. No dia da Mulher, 8 de março , o balcão da entrada ficou repleto de pequenas flores que continham frases de admiração às mulheres.

BIBLIOTECÁRIA

-20- O Pilão | nº 10 | Novembro 2014

VivÊncias em Tuna

GRUPOS MUSICAIS 1º aniversário

Foi em clima de festa que o FFUCoral celebrou o seu primeiro aniversário no passado dia 7 de outubro com um concerto no Café Santa Cruz. Este lugar histórico da nossa cidade de Coimbra encheu para ouvir este momento marcante da vida do FFUCoral, que por um lado, fez um resumo do repertório do primeiro ano que passou e que por outro, lançou o repertório do novo ano que agora começa. Além do concerto, o FFUCoral fez-se rodear dos seus amigos para continuar a comemoração com o jantar de aniversário, que teve lugar no dia 8 de outubro. Com o completar desta efeméride ficou, uma vez mais, provado que o único coro de faculdade na Universidade de Coimbra veio para ficar e com o objetivo de divulgar e desenvolver a músi-ca coral na Faculdade de Farmácia. Com um futuro cheio de possibilidades, o FFUCoral não podia ter começado o novo ano da melhor maneira. João Henriques

Ao longo de todo o ano (letivo e não só) são muitas as atividades que realizamos fora da nossa bela Coimbra. Sempre que o fazemos, levamos connosco o peso e o gosto de representar a nos-sa cidade e, especialmente, a nossa querida FFUC. São vários os tipos de atividades que podemos desenvolver: serenatas, atuações para particulares, atividades internas nossas, e em especial festivais de Tunas. Independentemente de qual for a atividade para a qual vamos, é certo que trazemos connosco memórias espetaculares, que muitas vezes dão em largas horas de nostalgia quando relembramos tudo o que já passámos. Conhecer novos locais, interagir com as pessoas, são das melhores recompensas pessoais que podemos receber. Recentemente, realizámos a nossa primeira digressão internacional, à Suíça, onde tivemos a possibilidade de visitar cidades como Geneve, Berna, Zurique e Lausanne. É uma experiência marcante, conhecer a Europa e dar a conhecer a nossa cultura a outros, tudo isto no seio de um grupo de amigos incansável. Este ano haverá mais e quem sabe onde podemos ir parar!No início do ano lançamos o nosso novo álbum de originais Memórias e a organizámos a “Se-mana Imperial”, da qual obtivemos um feedback muito positivo por parte da comunidade, e acreditamos ter sido apenas o início de mais um grande ano para a Imperial TAFFUC! Obrigado a todos pelo incansável apoio!

Pela Imperial TAFFUC,João Figueiredo

Uma vez perguntaram-me o porque de continuar na Tuna com tantas coisas que po-dia fazer na Universidade. Na altura não soube responder, só sabia que era aquele o caminho que queria seguir porque era para onde o meu coração me guiava. Quan-do chegamos à Faculdade somos aqueles caloiros indefesos, que não conhecem nin-guém, que foram afastados de casa, longe dos pais, que não sabem bem o rumo que devem seguir. Felizmente, nas minhas primeiras semanas, conheci com uma pessoa fantástica, atualmente uma das minhas melhores amigas, que me conseguiu arrastar para um ensaio da Phartuna. Não sei bem quais foram as razões que me levaram a voltar no ensaio seguinte mas, sei bem quais foram as razões de ficar durante tanto tempo a lutar por esta associação. Cada pessoa que entra na Tuna tem uma História diferente, uns foram arrastados, outros já gostavam mas, tenho a certeza que falo por todos aqueles que ficaram, e neste momento pertencem, quando digo que mais que uma tuna somos uma Pharmília. Pode ser um termo relativo mas o seu significado revelou-se uma das experiencias mais intensas que se pode ter a nível académico, fazer parte de uma família onde todos os dias tens de mostrar não só o teu esforço, dedicação e paixão mas também onde sabes que podes sempre encontrar um porto de abrigo, um companheirismo inigualável e uma amizade insubstituível. Atuação após atuação, ensaio após ensaio, fim de semana após fim de semana , é imenso o tempo que dedicamos a este grupo mas vale bem a pena por todos os sorrisos e aplausos que recebemos no final de uma atuação, por todas as risadas que irão fazer parte das nossas memórias quando abandonarmos Coimbra. Para todos aqueles já pertenceram à Phartuna nos 18 anos da sua existência tenho um agradecimento especial porque sem eles esta Tuna não seria o mesmo.

P`la Phartuna – Tuna de Farmácia de Coimbra,Catarina Pires

-21-Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

Foto-ReportagemO espaço que se segue é dedicado às atividades que o Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra organizou nos últimos meses. O jornal O Pilão mostra algumas delas.

VI APEF TRANING PROJECT

XVI SImpóSIo NEF/AAC 31 OUT

“Não é fácil condensar em poucas palavras os quatro dias de ATP! Na pri-meira vez que pisei a “Coimbra dos Doutores” aprendi a atacar o mercado de trabalho com o LinkedIn, a preparar entrevistas, a criar networking. No fundo preparei-me para ser mais competitivo neste mercado tão exigen-te. Mas Coimbra não foram só palestras e trainings, o sempre necessário programa social deu-me a conhecer o lado mais descontraído da cidade dos estudantes. Em suma, quatro dias muito bem investidos no futuro, com muita diversão à mistura, numa excelente atividade da APEF em cola-boração com o NEF/AAC.” Diogo Piedade, FFUL.

StudENt EXChANgE progrAmmE“(...)I fell in love with the place where my practice was held, Coimbra, it is the city where I would definitely like to live. But the best part of this experience was my pharmacy!!! Besides being a landmark, the pharmacy had a tradition that dated back 200 years. Thank you all for this absolutely fantastic experience! I really had the best time of my life discovering new traditions, new people and new adventures. Portugal became a piece of my soul!” - Alexandra Comanelea, Roménia.

I JorNAdAS dE mobIlIdAdE INtErNACIoNAl 27 OUT

-22- O Pilão | nº 10 | Novembro 2014

Em Coimbra

A Torre Universitária

A Alta Universitária representa um conjunto arquitetónico heterogéneo de que se destacam as construções do chamado Estado Novo e, sobretudo, o Páteo e o Paço das Escolas, dominados pela célebre Torre da Universidade.Foi o Paço das Escolas que aglutinou, em 1544, todas as Faculdades da Universidade de Coim-bra, após a instalação definitiva da Universidade nesta cidade, em 1537. A Torre da Universi-dade edificada entre 1728 e 1733, em substituição de uma outra que João de Ruão erigira em 1561, seria riscada pelo arquiteto António Canevari, a fim de aí se instalar um observatório astronómico recomendado pelo Rei e os competentes instrumentos Matemáticos. Constitui a matriarca das torres universitárias europeias e um raro exemplar de torre barroca de carácter civil. Içando 180 degraus e 24 metros de altura, remata no topo com um terraço característico e aloja relógios e sinos que regulam o ritual diário e o funcionamento da Universidade. São quatro os sinos que se contam, dos quais três se destacam: Cabra, Cabrão e Balão. O sino do lado oeste, colocado em 1741 celebrizou-se como Cabra. É tangido pontualmente entre as 7h30 e as 8h00 para relembrar o começo das aulas e entre as 18h00 e as 18h30, anun-ciando o fim do dia académico. O Cabrão virado para norte, que está datado de 1824, toca a todas as horas, aos quartos de hora e às meias horas. O Balão, do lado nascente, é o maior, data de 1561 e só toca em doutoramentos ou ocasiões festivas e relevantes. A torre da Universidade de Coimbra é a mais velha das torres horárias escolares europeias e permite assim o desfrute de uma vista excecional possibilitando que Coimbra possa ser vista do céu!

Coimbra, conhecida por muitos como a cidade dos estudantes, tem muito para descobrir e conhecer. O

jornal O Pilão apresenta mais dois dos grandes símbolos desta cidade.

por Diana Marques, Inês Ferreira e Tânia Baptista

O Jardim Botânico

O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra foi fundado em 1772, por iniciativa do Marquês de Pombal, com o objetivo de complementar o estudo da História Natural e da Medicina. Ocupa cerca de 13 hectares, dos quais 9 são mata.Este jardim constitui um espaço de investigação, conservação, educação e lazer, onde se podem encontrar plantas oriundas dos vários cantos do mundo, algumas das quais com centenas de anos. Em 1868 criou-se o banco de sementes, e a publicação do Index Seminum (catálogo de se-mentes) com o intuito de salvaguardar espécies que se encontram em risco de extinção no seu habitat natural. Neste momento está a decorrer um projeto de requalificação com térmi-no no final de 2015, onde se pretendem reabilitar diversas estufas, es-paços para atividades pedagógicas e o percurso que liga o Jardim Botâni-co ao Paço das Escolas. Também se irá criar uma ligação através de um minibus entre a Baixa e a Alta e um outro acesso pedonal através do Jardim Botânico, que estará sempre aberto, havendo assim a reabertura da mata do Jardim Botânico.

-23-Núcleo de Estudantes de Farmácia da Associação Académica de Coimbra

PedagógicoO Jornal O Pilão juntamente com o Pelouro da Pedagogia criou esta secção com o objetivo de informar os

estudantes de temáticas pedagógicas das quais não tenham conhecimento.

por Pelouro da Pedagogia

espaço

Classificação ECTS

Estudante com aproveitamento que obtêm essa classificação (%)

A 10

B 25C 30D 25

E 10

Na União Europeia há variados sistemas de atribuição de classificações, sendo por isso dificultada a uniformização dos resultados dos estudantes entre instituições. Assim sendo, houve a necessidade da criação de um sistema mais abrangente: o Sistema de Classificação de ECTS.A classificação do sistema comum traduz-se numa escala de A a F. A cada escalão encontra-se associada uma percentagem que reflete quantos estudantes com aproveitamento obtêm esses resultados. Por exemplo, se obtiveres um “A” fazes parte dos 10% dos estudantes que obteve melhor classificação à unidade curricular.

Assim sendo, facilita a mobilidade entre países da UE, uma vez que permite a comparação de resultados entre a instituição de origem e a instituição de destino, permitindo creditar nos planos de estudo de origem as disciplinas que foram realizadas durante o período de mobilidade. Para além desta vantagem, permite distinguir o sucesso de cada estu-dante em cada unidade curricular.

ClassifiCação ECTs

(EuropEan CrEdit transfEr systEm)

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