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29/09/13 O NÓ DO DEBATE ENTRE OLAVO DE CARVALHO E ALEXANDER DUGIN | Pro Roma Mariana promariana.wordpress.com/2013/07/19/o-no-do-debate-entre-olavo-de-carvalho-e-alexander-dugin/ 1/9 4 Comentários O NÓ DO DEBATE ENTRE OLAVO DE CARVALHO E ALEXANDER DUGIN Publicado por Pro Roma Mariana emjulho 19, 2013 “E’ mais importante o inimigo que o amigo, escolhe-o com cuidado porque tal escolha vai influir nas tuas decisões”, disse Carl Schmitt, mentor de Alexander Dugin. O inimigo número um de Dugin é o liberalismo, que ele define como uma forma de darwinismo social no qual os mais ricos sobrevivem e crescem, enquanto o resto da humanidade sofre e morre física e espiritualmente. Dugin o exprime num debate com o pensador brasileiro Olavo de Carvalho, mas o que faliu nessa ocasião? “O liberalismo é o pior mal dos nossos tempos, porque é inevitável; a partir dos anos ’90 é uma imposição que não escolhemos” segundo Alexander Dugin, jovem professor da Universidade de Moscou, “ídolo na sua pátria; com conferências repletas; os seus numerosos livros tratam dos mais variados argumentos que vão da cultura pop à metafísica, da filosofia à teologia, dos negócios estrangeiros à política interna”. A descrevê-lo é Israel Shamir no seu artigo (vejahttp://www.agerecontra.it/public/pres30/?p=11862#more-11862 ) . Dugin… “Fala diversas línguas, é um leitor voraz e tornou popular na Rússia muitos filósofos ocidentais pouco conhecidos. Se presta a sondar as águas ainda mais fundas do pensamento místico e heterodoxo com uma coragem desconcertante. É personagem controverso; adorado e odiado ao mesmo tempo, nunca aborrecido. É um estudante praticante de misticismo, que lembra Mircea Eliade e Guénon, praticante ortodoxo tradicionalista, estudante ousado das teorias da conspiração a partir dos Templares e do Santo Graal, passando pela Arctogaia de Herman Wirth; é um mestre teórico na aplicação das teorias de Jean Baudrillard e Guy Debord; mas sobretudo é um lutador infatigável pela liberdade do homem da tirania liberal americana e até da Maya, virtual realidade pós-moderna, com meios políticos. Como Alain Soral e Alain de Benoist, considera obsoleta a dicotomia entre Esquerda e Direita. O que conta é a escolha entre Conformidade ou Resistência à Nova Ordem Mundial. Dugin é pela Resistência. Para este fim, ele se move como um cão feroz entre as diversas teorias políticas. Fé, tradicionalismo, revolução, nacionalismo e comunismo são os ingredientes de que se serve… O liberalismo, e a liberdade levam a uma destruição social; livram o homem da família, do estado, da sua identidade sexual e até de sua humanidade. O liberalismo acabará por levar à substituição do homem pelocyborg geneticamente modificado.” Dugin propõe-se resolver o problema ontológico profundo da alienação e negação do Ser com as palava de Martin Heidegger, segundo o qual os antigos gregos confundiam o Ser-em-si (Sein) com a experiência humana do Ser-no- mundo (Dasein), e esta confusão, no tempo, nos levou ao progresso tecnológico e introduziu o Nada. Isto é o que queria superar introduzindo o Ser-no-mundo como o mais fantástico ator da história. Para os liberais o individuo é o mais importante, para os comunistas é a classe social, para os nazistas a raça, para os fascistas o estado, e para Dugin e o seu Quarto Paradigma é o Ser-no-mundo. Assim o escuro profundo da alienação pode tornar-se luz do Ser, diz Dugin.

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4 Comentários

O NÓ DO DEBATE ENTRE OLAVO DE CARVALHO E ALEXANDER DUGIN

Publicado por Pro Roma Mariana emjulho 19, 2013

“E’ mais importante o inimigo que o amigo, escolhe-o com cuidado porque tal escolha vai influir nas tuas decisões”,

disse Carl Schmitt, mentor de Alexander Dugin. O inimigo número um de Dugin é o liberalismo, que ele define como

uma forma de darwinismo social no qual os mais ricos sobrevivem e crescem, enquanto o resto da humanidade sofre e

morre física e espiritualmente. Dugin o exprime num debate com o pensador brasileiro Olavo de Carvalho, mas o que

faliu nessa ocasião?

“O liberalismo é o pior mal dos nossos tempos, porque é inevitável; a partir dos anos ’90 é uma imposição que não

escolhemos” segundo Alexander Dugin, jovem professor da Universidade de Moscou, “ídolo na sua pátria; com

conferências repletas; os seus numerosos livros tratam dos mais variados argumentos que vão da cultura pop à

metafísica, da filosofia à teologia, dos negócios estrangeiros à polít ica interna”.

A descrevê-lo é Israel Shamir no seu artigo (vejahttp://www.agerecontra.it/public/pres30/?p=11862#more-11862) .

Dugin… “Fala diversas línguas, é um leitor voraz e tornou popular na Rússia muitos filósofos ocidentais pouco

conhecidos. Se presta a sondar as águas ainda mais fundas do pensamento místico e heterodoxo com uma coragem

desconcertante. É personagem controverso; adorado e odiado ao mesmo tempo, nunca aborrecido. É um estudante

praticante de misticismo, que lembra Mircea Eliade e Guénon, praticante ortodoxo tradicionalista, estudante ousado

das teorias da conspiração a partir dos Templares e do Santo Graal, passando pela Arctogaia de Herman Wirth; é um

mestre teórico na aplicação das teorias de Jean Baudrillard e Guy Debord; mas sobretudo é um lutador infatigável pela

liberdade do homem da tirania liberal americana e até da Maya, virtual realidade pós-moderna, com meios polít icos.

Como Alain Soral e Alain de Benoist, considera obsoleta a dicotomia entre Esquerda e Direita. O que conta é a escolha

entre Conformidade ou Resistência à Nova Ordem Mundial. Dugin é pela Resistência. Para este fim, ele se move como

um cão feroz entre as diversas teorias polít icas. Fé, tradicionalismo, revolução, nacionalismo e comunismo são os

ingredientes de que se serve… O liberalismo, e a liberdade levam a uma destruição social; livram o homem da família,

do estado, da sua identidade sexual e até de sua humanidade. O liberalismo acabará por levar à substituição do

homem pelocyborg geneticamente modificado.”

Dugin propõe-se resolver o problema ontológico profundo da alienação e negação do Ser com as palava de Martin

Heidegger, segundo o qual os antigos gregos confundiam o Ser-em-si (Sein) com a experiência humana do Ser-no-

mundo (Dasein), e esta confusão, no tempo, nos levou ao progresso tecnológico e introduziu o Nada. Isto é o que

queria superar introduzindo o Ser-no-mundo como o mais fantástico ator da história. Para os liberais o individuo é o

mais importante, para os comunistas é a classe social, para os nazistas a raça, para os fascistas o estado, e para Dugin

e o seu Quarto Paradigma é o Ser-no-mundo. Assim o escuro profundo da alienação pode tornar-se luz do Ser, diz

Dugin.

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“Quanto à Rússia, ele vê a sua terra como base possível para a resistência à Nova Ordem Mundial, junto a outros

estados que desafiam a imposição americana. Não crê que a Rússia esteja pronta para o grande desafio, está por

demais evasiva e dividida, mas é do que dispomos por hora. A sua vantagem nuclear poderia defender os primeiros

germens das novas idéias de justiça sumária do xerife do mundo.

A Quarta Teoria Polít ica é um bom início para expor as idéias de Dugin aos leitores ocidentais. Afinal, também a recusa

do niilismo ocidental de Heidegger é uma idéia do ocidente. Dugin “delineou uma ideologia para Putin, o qual usou as

suas palavras, livrando-se dos pensamentos que estavam na sua base… examinou cada conceito ou idéia do Este e do

Oeste, mesmo aqueles proibidos e esquecidos, sempre que pudessem favorecer a Resistência. Usou o comunismo,

mas também as idéias derivadas dos grupos mais tradicionalistas e radicais, de modo que nem mesmo Hitler e Mussolini

fossem suficientemente extremos. Uniu teologia, polít ica e metafísica numa única meta-narração. Tudo com um estilo

lúcido e agradável para Israel Shamir.

“A quarta teoria política, publicada por Arktosh, tem o mesmo título de um dos mais recentes e importantes livros

de Dugin, embora seja bem diverso na substância; o título mais adequado seria ‘Dugin Reader’, ou ‘Essential Dugin’.

Foi particularmente pensado para um leitor ocidental de língua inglesa. Elemento importante: posso eu mesmo

testemunhar, escrevendo seja em russo que em inglês, que, sendo culturas polít icas tão diversas não é por nada

simples tornar facilmente compreensível em inglês um testo de filosofia polít ica russa. Deste modo o livro fornece um

bom ponto de partida para conhecer Dugin como filósofo polít ico.

“O título A Quarta Teoria Poltica vai contra três dos mais importantes paradigmas (teorias polít icas) do século passado,

ou seja Liberalismo, Marxismo (incluindo Comunismo e Socialismo) e Fascismo (incluindo o Nacional-socialismo). Numa

luta secular, o liberalismo venceu e derrotou as outras duas (“Fim da História”). A Quarta Teoria (ou melhor,

paradigma) propõe-se superá-lo e enterra-o. O objetivo de Dugin não é o de apresentar uma teoria que substitua as

outras três, mas sim de assentar as bases para a criação e o desenvolvimento de uma nova visão. Esta nova teoria

não se propõe explicar como funciona o mundo, mas quer mudá-lo; quer inspirar uma cruzada contra o liberalismo

ocidental, aquela da segunda guerra mundial contra o nazismo. Em outras palavras, não é tanto uma teoria quanto

una doutrina de luta, uma chamada à reconstrução do nosso mundo.”

Fonte: www.thetruthseeker.co.uk Link:http://www.thetruthseeker.co.uk/?p=73879

da traduzione di Cristina Reymondet Fochira parawww.comedonchisciotte.org

Embora a Quarta Teoria seja etiquetada de arma anti-liberalismo, é possível ver nela um impulso que possa superar os

miseráveis problemas presentes?

Ora, antes de tudo devemos reconhecer aqui as vigorosas «intuições» da alma russa, como foram as de Vladimir

Soloviev, que sabia dever dirigir seu olhar, mais que a Ocidente simplesmente, em especial para Roma.

Lemos, pois, o que Israel Shamir descreve de Dugin sob uma certa luz, visto que não se entende o «pensamento

ocidental» sem referência, no bem e no mal, à Roma, capital da Cristandade, cuja restauração os bons pensadores e o

Olavo, deveriam almejar.

Aqui, porém, o «pensamento ocidental» a restaurar no presente tem por referência no mal, a degenerada

mentalidade da Roma conciliar, uma vez capital da Cristandade, mas hoje ocupada pelos que entendem entregá-la ao

liberalismo mundialista.

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Trata-se justamente daquela «aberração liberal» que nós católicos tentamos enfrentar, volvendo o olhar para os

valores eternos da verdadeira Roma, mas também para a Rússia, da qual a Mãe de Deus pronunciou o nome em

Fátima.

Ora, visto que os homens e os povos se governam com o pensamento, é preciso saber o que esta falsa romanidade,

que se tornou acéfala (veja visão profética da terceira parte do «Segredo» de Fátima, mais clara em 1960) consegue

impingir na mentalidade universal para arruinar as defesas do homem espiritual, como Deus o criou.

O que foi senão a falsa liberdade desse desregrado liberalismo introduzido na Religião? Mas Dugin e Olavo de Carvalho

não tiveram esta preocupação nesse debate, como se fosse questão alheia à mentalidade decadente que impera na

hora presente.

Ora “Dugin é pela liberdade, mas recusa o individualismo”. Conceitualmente, submete os direitos individuais a uma

áspera crítica: o liberalismo é a favor de débeis direitos humanos, que são só os direitos de pequenos homens

submetidos aos grandes do poder. A liberdade do homem é liberdade para um só homem, diz. Eis que Dugin propõe

resolver o problema ontológico profundo da alienação e negação do Ser seguindo Martin Heidegger, para superar a

confusão que levou à tecnologia do Nada.

Isto introduzindo o Ser-no-mundo como o mais fantástico ator da história!

Com o “Quarto Paradigma” Dugin quer assim superar o que impede ao homem atingir este ideal mais importante, que

“para os liberais é o indivíduo, para os comunistas é a classe social, para os nazistas a raça, para os fascistas o estado”.

Para ele o verdadeiro bem seria sempre o Ser-no-mundo. Assim, do fundo escuro da alienação poder-se-ia ascender à

luz do Ser.

Como raciocinar catolicamente sobre tal dilema, deixando de lado o existencialismo de Heidegger e as más

experiências históricas das ideologias modernas? Naturalmente voltando à verdadeira liberdade humana, que tem por

referência a Verdade (que nos torna livres em Jo 8, 32).

Pois bem, a primeira verdade é que o mundo e o homem existem segundo uma Ordem precedente o nosso pensar e

querer «Ser-no-mundo». Esse mundo existe como obra de Quem é o único a poder dizer: «Eu sou o que È»; O Ser

supremo que criou esse mundo e o ser humano para um fim do Seu Ser. A história humana segue bem ou mal tal

Fim. Bem ou mal, porque o homem, com a sua consciência livre, é o protagonista desse drama.

O livro do Apocalipse, encerrando a história humana, contem visões e sinais cifrados para cada tempo. Se foram

revelados, é porque servem para fazer entender o que nos parece velado, mas é sujeito de entendimento no curso

de eventos reais.

A queda do homem da esfera sobrenatural ao mundo tecnológico, atraído como está pela tentação de usufruir ao seu

bel prazer das próprias liberdades, é drama profundo da alma humana, uma realidade de todos os tempos, de fundo

religioso.

A questão do «liberalismo» histórico estaria no Apocalipse?

Hoje, para discernir sobre o sentido das presentes quedas «epocais», que determinam o destino humano – de

dimensão deveras apocalíptica – há que voltar a uma sábia interpretação de um passo dramático desse Livro. Trata-se

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de uma notável exegese para os tempos modernos, que indica como causa de horrores morais assoladores do mundo,

o abuso da liberdade, o uso fatal do poder de abrir o poço dos abismos de iniqüidade. Tal exegese refere-se às falsas

liberdades do nosso tempo apocalíptico; é uma interpretação do passado recente e justamente de quem tinha o

poder pontifício das chaves. E o termo «chave» tem um significado muito importante para esclarecer os enigmas da fé

católica, que deve guiar as consciências, pois chave está para um sábio «fechar», enquanto o liberalismo está para um

irresponsável «abrir».

Trata-se aqui do Papa Gregório XVI na sua Encíclica «Mirari vos» (15.8.1832):

“Removidos os limites que contém no caminho da verdade os homens, que pela sua natureza propensa ao mal são

atraídos ao precipício, podemos dizer que em verdade foi aberto o poço do abismo, do qual São João viu sair um tal

fumo que obscureceu o sol, saindo dele incontáveis gafanhotos para devastar a terra. ”

É a menção do Apocalipse (9, 1): “E o quinto anjo tocou a trombeta; E vi um astro cair do céu sobre a Terra. E

foi‑lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo…

Na encíclica Mirari Vos o Papa Gregório XVI acusa: “O delírio do indiferentismo religioso… pelo qual em qualquer

profissão de fé pode a alma conseguir a salvação eterna, conformando‑se ao que é justo e honesto”; “O erro

venenosíssimo de que se deva admitir e garantir a cada um a liberdade de opinar, a liberdade de consciência, diante

da religião…”

Trata‑se do conceito moderno de liberdade religiosa e direitos humanos sancionado pelo Vaticano 2º e apregoado

desde então contra os perigos que os Papas denunciaram: A este ponto o “astro”, estrela caída do Céu é

a autoridade que abriu a Cristandade à idéia de direito à liberdade religiosa. Um falso profeta que abriu a Cidade de

Deus à demolição do mundo liberal, para que o testemunho cristão de fidelidade e penitência fosse eliminado em

favor de uma pastoral baseada na justiça e paz da ONU. Efeito da polít ica inspirada por um iluminismo naturalista e

agnóstico, infestante o mundo para induzir a indiferença e o relativismo ecumenista, verdadeiro atentado contra a Fé,

para cuja preservação, confirmação e unidade no mundo, Jesus conferiu as chaves a Pedro.

De outro modo muitas versões religiosas, mesmo opostas, seriam divinas e Deus havia iludido os crentes! É a blasfêmia

da abertura à variação ecumenista conciliar.

A exegese papal indicava a abissal ruína a que leva o abuso da liberdade em todos os campos, mas o pior seria no

campo da religião, fato denunciado continuamente pelo Magistério da Igreja. No entanto, hoje, o que este

condenava, foi justificado pela “liberdade religiosa” justamente no sentido contrário ao Magistério, e no nome desse

poder pontifical das chaves para frear o mal; do verdadeiro Pontífice, cujo poder das chaves foi instituído para conter

“no caminho da verdade os homens” – mas foi usado para abrir e tirar as barreiras que continham as falsas liberdades

para o mal.

Desse modo o texto sagrado indica quem abre tal abismo usando a chave; não certo os inimigos desprovidos dessa

autoridade, que sempre estavam prontos para fazê-lo, mas nunca tiveram a suprema chave espiritual do poço para

abri-lo.

Quem abre o depósito que preserva as verdades necessárias para a ordem da vida humana na terra para os que vão

abusar da liberdade para negá-las e destruí-las, é alguém que caiu da esfera espiritual e obtêm, quem sabe como, a

chave desse abismo em que os erros, enganos e iniqüidades estava selado pela verdade de Cristo: quem poderia abrir

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esse fatal arsenal contra a verdade e a moral se não alguém em nome de Cristo? Diz Gregório XVI: «Desta

corruptíssima fonte de indiferentismo vem a absurda e errônea sentença, em verdade delírio, que se deve admitir e

garantir para todos uma liberdade de consciência (em foro externo). Tratar-se-ia de uma liberdade feita lei… e aí

temos o «liberalismo global» para dano da Igreja e do Estado.

Daí ser evidente que removidos os selos que contém as bombas contra a verdade, os homens propensos ao mal,

depois de aberto o poço do abismo, este se propaga como gafanhotos incontáveis para devastar a terra. (cf.

Apocalipse).

O que poderia ser mais mortal para a alma que a liberdade do erro?

Atenção, aqui o Papa não aludia a visões própria a filmes de terror, mas tratava de uma questão doutrinal de máxima

gravidade e atualidade para a vida humana, pessoal e social, embora representada simbolicamente. Trata-se da

questão do abuso da liberdade que na sociedade moderna tornou-se pavorosamente real porque apareceram desde

então ideologias letais em nome da mesma liberdade de consciência de alguns para decidir sobre a vida de todos,

como se viu. De fato, a partir de certa data, o uso da liberdade ao invés de ser contido sob a justiça e as chaves da lei

dos princípios cristãos, sempre confirmados pela Sede de Pedro, foi de repente liberado e assumiu um uso invertido

que protege mais o direito de liberdade do criminoso, dos rebeldes, dos transgressores, que do dever da polícia, dos

professores e dos governantes de manter a ordem; havia sido operada uma abertura à liberdade humana de

transgredir às custas de toda a ordem e moralidade das sociedades. Mas como estas dependem de uma ordem

superior, religiosa, compreende-se o símbolo de São João e do Papa invocando a profecia apocalíptica para tempos

finais.

Aqui é indicado o desencadeamento de toda libertinagem terrena, cuja conseqüência fatal para a alma humana é a

liberdade de conculcar a mesma verdade sobre o culto devido ao Criador para adorar a obra da criatura (cf. Rm 1, 25);

o culto do homem! Não mais guiar a vida pessoal e social com princípios imutáveis, mas com a polít ica, o oportunismo

ou a vertigem da hora, escolhido pelo livre exame como própria verdade!

Eis o que aconteceu depois do Vaticano 2º: o que era condenado pelos Papas como desvio fatal, é justificado por

uma “liberdade religiosa” de perdição, justamente no sentido contrário ao Magistério, mas em nome do poder

pontifício das chaves, que exalta a «dignidade humana» até de danar e perder-se! O poder instituído por Jesus Cristo

para conter “no caminho da verdade os homens, que pela sua natureza propensa ao mal são atraídos ao precipício” –

é agora usado para abrir a toda falsa liberdade; ao liberalismo que cedo ou tarde leva o mundo inteiro ao abismo!

Nisto então encontramos uma pobre convergência destes autores, pela simples razão que não volveram o olhar para a

Roma católica que se tornou Babilônia (I Pd 5, 10)

O que pode ser mais mortal para a alma que a liberdade do erro?

O Papa trata aqui de uma questão doutrinal de extrema gravidade e atualidade, mesmo se representada

simbolicamente. A questão do abuso da liberdade desde então assumiu uma dimensão crucial para a Igreja e para o

mundo, mas depois de uma certa data, ao invés de haver na Sede de Pedro, quem mantivesse a chave da

Autoridade sob controle, quem ocupou essa Sede, usou-a para abrir à máxima liberdade, que é aquela diante de

Deus, a «liberdade religiosa». Portando deve-se concluir que o «obstáculo ao erro», descrito por São Paulo na 2ª

carta aos Tessalonicenses, foi de fato «tirado do meio» (II Ts 2, 7). É também o que mostra a visão da terceira parte

do Segredo de Fátima. Em seguida à morte do Papa católico, houve a elevação a esta Sede do iníquo: o astro, isto é

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o bispo caído do Céu na terra. Um liberal modernista e mação. Foi o máximo mal para todas as gentes da terra, desde

Roma à América, da Rússia à China, etc.!

Conclusão: liberalismo da consciência ou consciência da verdadeira liberdade?

Esta seria a pergunta a fazer a estes dois estudiosos da polít ica, porque Olavo acaba por defender a liberdade

americana, que é no mundo o liberalismo que não só Dugin, mas a verdadeira Tradição condena. Isto se pode

compreender mais a fundo nos termos da importante encíclica papal, aqui citada E diga-se de passagem, ocasião

única em que um papa se refere ao Apocalipse para descrever as tendências mundiais.

Ora a ordem e o bem da sociedade humana dependem do grau de justiça em que se formam as consciências dos

homens e portanto da Verdade que nos revela o fim da mesma vida humana e nos dá os meios para alcançar a

salvação no Ser Eterno.

Isto não é assunto restrito à Religião, mas relativo a toda discussão sobre o governo faz sociedades humanas, como foi

esta que referimos, mas na qual esteve ausente.

Sim, porque o principal de toda polít ica é garantir a formação desta consciência para o justo uso da sua liberdade para

o bem e a ordem, porque “a ordem consiste na superioridade hierárquica da Fé sobre a razão, da Graça sobre o livre

arbítrio, da Providência divina sobre a liberdade humana, da Igreja sobre o Estado; e, para

dizer tudo de uma vez, na supremacia de Deus sobre o homem. Da restauração destes eternos princípios no âmbito

religioso e na ordem política e social depende a salvação das sociedades humanas. Tais princípios não podem ser

reativados senão por que os conhece, e ninguém os conhece senão a Igreja católica”. (Juan Donoso Cortés)

Parece que evocamos aqui algo de abstrato, nebuloso ou superado? Este è o grande erro presente que não foi

abordado nessa discussão; os princípios relativos ao bem e ao fim da vida humana são perenes e não mudam com as

épocas e as modas. Isto è o que pensam os miseráveis modernistas, que reduziram a Religião a um antro ecumenista.

Já dizia o Papa San Pio X (Notre Charge Apostolique, nº 40):“Não se edificará a sociedade diversamente do modo com

que Deus a edificou; não se edificará a sociedade se a Igreja não puser as suas bases e não dirigir os seus trabalhos;

não é preciso inventar a civilização, nem é preciso pôr a nova sociedade nas nuvens. Esta existiu e existe; é a

civilização cristã, é a sociedade católica. Trata-se só de instaurá-la, restabelecê-la incessantemente sobre as suas bases

naturais e divinas contra os ataques da malsã utopia e da impiedade rebelde.”

Nenhum programa sócio-políico pode ter um mínimo sucesso durável se não pôe em primeiro lugas o restabelecimento

da verdadeira Fé e da sua liberdade dirigida à formação das consciências na «liberdade humana» como foi criada por

Deus para todos, que é o contrário da «liberdade de consciência», da qual alguns ideólogos se servem para impor a

sua «liberdade» de decretar qual seja o novo bem comum: que seria aquele da ideologia por eles elucubrada! Nesta

discussão me pareceu que era contra essa «liberdade individual» que Dugin atacava. Mas não ficou claro.

Em todo o caso ficou claro que enquanto o atual liberalismo ideológico, materialista, mondialista e financeiro

prevalecer, continuarão a dominar «regimes» liberais, mas assassinos, que podem livremente programar até o que seja

o novo «bem» da submissão de povos inteiros em nome da «liberdade». É o futuro com o governo do Anticristo

dominante por causa da grande apostasia. Logo, a única solução è de um retorno das consciências à única verdade do

Supremo Ser criador do mundo para o fim do Seu Bem.

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A posição de Dugin demonstrou-se mais preocupada com a geral decadência espiritual, que a do grande pensador

católico brasileiro, Olavo de Carvalho, que se demonstrou pragmática e americanista.

O fato é que não devemos temer falar do avanço do devastador reino do Anticristo nas ondas do liberalismo. E Dugin

teve a hombridade de fazê-lo nesta conclusão contra-corrente que segue em inglês.

Against Post-Modern World

Spiritually the globalization is the creation of the Grand Parody, the kingdom of the Antichrist. And the United States

is in centre of its expansion. The American values pretend to be “universal” ones. That it is new form of ideological

aggression against the multiplicity of the cultures and the traditions still existing in the other parts of the world. I am

resolutely against the Western values that are essential Modernist and Post-Modernist ones and promulgated by the

United States by force or by the obtrusion (Afghanistan, Iraq, now Libya, tomorrow Syria and Iran) .

So, all traditionalists should be against this West and the globalization as well as against the imperialist polit ics of

United States. It is the only logical and consequent position.

So the traditionalists and the partisans of the traditional principles and values should oppose the West and defend the

Rest (if the Rest shows the signs of the conservation of the Tradition – partly or entirely).

There can be and there are really men in the West and in the United States of America who don’t agree with the

present state of things and don’t approve the Modernity and Post-Modernity being the defenders of the spiritual

tradition of the Pre-Modern West. They should be with us in our common struggle. They should take part in our

revolt against Modern World and Post-Modern world. And we would fight together against a common enemy.

Unfortunately that is not the case of Mr. Carvalho. He shows himself partly critical of the modern Western civilization,

but partly agrees with it and attacks its enemies. It is a kind of “semi-conformism” so to say.

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← O GOLPE DE MESTRE DE SATANÁS CONSISTE EM SEMEAR A DESOBEDIÊNCIA À TRADIÇÃO ATRAVÉS

DA «OBEDIÊNCIA»

VERDADE RELIGIOSA E CIENTÍFICA DE FÁTIMA →

4 Respostas para O NÓ DO DEBATE

ENTRE OLAVO DE CARVALHO E

ALEXANDER DUGIN

Pro Roma Marianajulho 19, 2013 às 11:07

am

—– Original Message —–

From: Alberto Carlos Rosa Ferreira Das Neves

Cabral Neves Cabral

To: [email protected]

Sent: Friday, July 19, 2013 11:43 AM

Felicitações pelo seu artigo sobre Dugin. Quem sabe se a

Rússia,ou parte dela, ainda regressará a Nosso Senhor

Jesus Cristo. Nossa Senhora de Fátima garantiu que sim.

Mas ignoramos o como e o quando.

Saudações em Jesus e Maria.

Alberto Neves Cabral

Respondo ser de conforto para mim que uma pessoa de

seu valor concorde com a direção que dou a estes artigos.

Penso que seguir o que nos foi dado em Fátima seja justo

e sábio:

O mundo precisa de um grande milagre na ordem

«política»; do Reino de Jesus e de Maria!

Saudações nos Seus Sagrados Corações.

Arai Daniele

Resposta

Lucy V. Dorseyagosto 4, 2013 às 12:49 pm

Durante a construção, Hallet trabalhou sob a

supervisão de James Hoban, que também

estava ocupado trabalhando na construção da

Casa Branca . Apesar dos desejos de Jefferson e do

presidente, Hallet modificou o projeto original de

Thornton referente à fachada oriental e criou um pátio

central que se estende a partir do centro, acompanhando

as alas que abrigariam os dois órgãos legislativos. Hallet foi

demitido por Jefferson em 15 de novembro de 1794 .

George Hadfield foi contratado em 15 de outubro de

1795 como superintendente da construção, mas solicitou

demissão três anos depois, em maio 1798 , devido à

insatisfação com o projeto de Thornton e com a qualidade

do trabalho realizado até então.

Resposta

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29/09/13 O NÓ DO DEBATE ENTRE OLAVO DE CARVALHO E ALEXANDER DUGIN | Pro Roma Mariana

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Felicia Pachecoagosto 4, 2013 às 5:19 pm

A liberdade é o conjunto de direitos

reconhecidos ao indivíduo, considerado

isoladamente ou em grupo, em face da

autoridade polít ica e perante o Estado; poder que tem o

cidadão de exercer a sua vontade dentro dos limites que

lhe faculta a lei.

Resposta

Orlando X. Payneagosto 8, 2013 às 4:21 am

Em 1953, já no fim de sua vida, Ortega y

Gasset escreveu sobre o Estado:“Em la

evolución del Estado, la legislación se ha hecho

cada vez más fecunda, y en los últimos tiempos se ha

convertido en una ametralladora que dispara leyes sin

cesar. Esto trae consigo que el individuo no pueda

proyectar su vida, y como la función más sustantiva del

individuo es precisamente eso: proyectar su propria vida, la

legislación incontinente le desencaja de sí mismo, le

impede de ser”.Esta é outra bela maneira – profunda – de

dizer que há uma contradição abissal entre o anelo pela

liberdade do homem e a forma como o Estado está

constituído nos tempos atuais. Ortega completa afirmando

o caráter surdo e inexorável das leis. Quero aqui meditar

sobre essa constatação do filósofo. Ele acrescenta: “Por su

propria forma la ley es inexorabelmente inhumana y anti-

natural – buen ejemplo de cómo todo lo social es

humanidad deshumanizada, mineralizada”.Antes, convém

lembrar para que o Estado foi criado. Na origem o Estado

resultou da visão de homens excepcionais que, diante do

perigo, organizaram o Estado para defender a

comunidade. Portanto, é o Estado um instrumento da luta

dos homens contra os perigos externos à comunidade,

sejam estes naturais, sejam (o que é mais freqüente), os

perigos oriundos de populações humanas inimigas.

Resposta