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1 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation.
Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015.
O NASCIMENTO DE UM PROJETO DE PESQUISA: FONTES E ESTADO DA ARTE
Lydia H W Coelho
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
Porto Alegre, RS, Brasil
Helena M de S Nunes
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
Porto Alegre, RS, Brasil
RESUMO
Este artigo trata do nascimento de um
projeto de pesquisa, através do trabalho gráfico-
digital desenvolvido pela aluna de graduação em
Artes Visuais - Licenciatura (UFRGS), Lydia
Helena Wöhl Coelho, ao longo de sua
participação, enquanto bolsista voluntária de
Iniciação Científica, no Curso de Licenciatura em
Música EAD (MusUAB), no segundo semestre de
2013. Durante a realização da bolsa da autora,
foram desenvolvidos o logotipo do curso e
website do Grupo de Pesquisa CDG (Cante e
Dance com a Gente), cujos integrantes são
professores, tutores e bolsistas do curso. A
metodologia projetual utilizada foi a sugerida por
Jesse J. Garret (2003), adaptada e intitulada de
"Projeto E" por Meurer & Szlabuk (2009). A partir
deste trabalho oferecido e da imersão da autora
nos trabalhos desenvolvidos pelo Grupo de
Pesquisa CDG, passou-se a compreender como
iniciar um projeto de pesquisa autoral.
PALAVRAS-CHAVE: Design Digital; Estado da
Arte; Metodologia Projetual; Projeto de pesquisa.
ABSTRACT
This article deals with the birth of a research
project, through graphic-digital work done by
undergraduate student of Visual Arts (UFRGS),
Lydia Helena Coelho Wöhl, over her participation
as a volunteer of scientific initiation in a Music E-
learning Undergraduation course (MusUAB), in
the second half of 2013. During the course of the
author's volunteership developed the course logo
and the website of CDG Research Group (Cante e
Dance com a Gente/Sing and Dance with Us),
whose members are teachers, tutors and fellows
of the course. The architectural design
methodology was suggested by Jesse J. Garrett
(2003), which was adapted and titled as "Project
E" by Meurer & Szlabuk (2009). By the
immersion of the author into the work performed
by the Research Group CDG, was possible to her
understand how to start a copyright research
project.
KEYWORDS: Digital Design; State of The
Art; Projection Methodology; Research Project.
1 OBJETIVO
Como bolsista voluntária de Iniciação
Científica, a autora Lydia Helena Wöhl Coelho
integra o grupo de pesquisa Proposta
Musicopedagógica CDG (Diretório de Grupos de
Pesquisa do CNPq, 1999 - atual). Para poder dar
início a projetos próprios, foi necessário que ela
se ocupasse, primeiro, em conhecer o estado da
arte do projeto maior, CDG, ao qual se vincula.
Assim, o objetivo deste texto é relatar a
experiência de sistematizar suas próprias bases
de pesquisa, as quais estão focadas nas fontes,
bibliográficas e documentais, da Proposta
Musicopedagógica CDG.
2 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation.
Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015.
2 JUSTIFICATIVA
No Templo de Apolo, em Delfos, foi
inscrito o célebre aforismo atribuído a Sócrates,
que em verdade nada escreveu, mas que sobre
esta ideia baseou toda sua Filosofia: "conhece-te
a ti mesmo'' [1]. Tamanha foi a perturbação que
o filósofo provocou, ao incitar os cidadãos a
buscarem por si mesmos como caminho de
libertação, que foi condenado à morte. Sim,
conhecer-se, buscar memórias e avaliar
potenciais próprios é também um processo
doloroso e assustador; todavia, não sendo
assumido como componente essencial de
qualquer pesquisa, estará sempre lá, à espreita,
disfarçando-se, tentando impor-se por pompa e
vaidade. E mesmo parecendo convencer
temporariamente à comunidade científica, ao
longo do tempo, pode tornar inúteis todas as
conquistas [2].
Por séculos considerado verdade por uns e
pretencioso, quiçá pernicioso, por outros
pensadores, o fato que parece ser inegável é: o
autoconhecimento faz parte do conhecimento dos
outros e do conhecimento das coisas. Do
conhecimento, em absoluto. Assim entendido o
caminho de si mesmo como, senão base, pelo
menos parte relevante do caminho para a
construção das ciências, essa ideia conduziu a
ação da iniciante em pesquisa, junto a um dos
projetos específicos do grupo, qual seja, o do
Curso de Licenciatura em Música EAD (MusUAB),
no segundo semestre de 2013. A ação aqui
relatada esteve focada na reunião de informações
sobre as fontes e o estado da arte, relativos à
memória do próprio projeto, ao qual está
vinculada. Sobre tal experiência está centrado
este artigo.
Não se pode afirmar, que todos os
pesquisadores iniciem seus estudos e buscas de
um único mesmo modo, partindo de um mesmo
ponto, nem se desassossegando por um mesmo
motivo. Mas o nascimento de todas as pesquisas,
cujo propósito maior é sempre construir
conhecimento ao enunciar perguntas e suas
respostas, envolve conhecimentos prévios e
desconforto com perguntas já em aberto, acerca
desse conhecimento. Trata-se, assim, de uma
espiral sem fim, que precisa ser bem definida e
posicionada, no todo universal. Um projeto de
pesquisa sempre é um recorte lógico e opcional
desse universo, devendo ser coerente,
consistente e consequente; mas jamais entender-
se como melhor, único ou inquestionável. Um
projeto de pesquisa deve ser uma contribuição
generosa, corajosa e modular ao conhecimento,
indicando possíveis fragilidades e links externos.
Mas, considerando os primeiros passos de
uma iniciação científica, este texto descreve
como a estudante de graduação foi aproximada a
um grupo de pesquisa já consolidado,
acreditando que o pesquisador e seus
colaboradores devam ter clareza sobre o próprio
histórico deste projeto, isso é, sua procedência e
seu percurso anterior na criação de ideias e
produtos. Percebeu-se, então, que todo projeto
sempre tem uma realidade interna (particular), e
outra externa (universal). Trata-se, aqui, de
relatar sobre a primeira. Buscou-se desenhar um
panorama amplo sobre os trabalhos anteriores já
realizados no âmbito da Proposta
Musicopedagógica CDG (1999 - atual), já
publicados e outros, eventualmente, ainda não.
E, por fim, oferecer estas publicações ao acesso
público, na internet, através de um website. Tal
site foi concebido e executado pela estudante, à
qual coube a responsabilidade de organização e
atualização dos dados apresentados em rede,
enquanto bolsista de iniciação científica.
A Proposta Musicopedagógica CDG foi
iniciada em 1991, registrado no Diretório de
Grupos de Pesquisa CNPq em 1999, e
serviu/serve de fundamento para modelos
formativos em Música, pioneiros na modalidade
EAD mediada por tecnologias da informação e
comunicação e com alcance em todo o território
brasileiro. Dessa história e sua produção,
resgatadas por este projeto de iniciação
científica, fazem parte as vivências informais de
sua origem, os muitos cursos para formação
continuada de professores, o desenvolvimento de
materiais didáticos, a publicação de trabalhos
acadêmicos, a participação da UFRGS como
centro de excelência em Artes e Educação Física
na Rede Nacional SEB/MEC para Formação
Continuada de Professores da Educação Básica
(Edital SEIF/MEC 01/2003), a turma pioneira do
curso Licenciatura em Música modalidade EAD da
UFRGS e Universidades Parceiras do Programa
Pró-Licenciaturas II (Resolução CD/FNDE
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034/2005), a segunda edição do Licenciatura em
Música EAD da UFRGS pela Universidade Aberta
do Brasil (Decisão CAMGRAD/CEPE/UFRGS
03/2014), e a Rede Nacional para Formação em
Música dos Professores da Educação Básica, em
constituição por meio de um acordo de
cooperação técnica entre a UFRGS e a CAPES.
3 METODOLOGIA
Após um levantamento minucioso, na
internet e junto aos currículos Lattes dos
integrantes do grupo de pesquisa desde sua
criação, foi organizado um inventário de todos os
trabalhos do grupo - que, atualmente, é
composto de quinze integrantes. Toda a produção
acadêmica e científica desde 1991, bem como
uma apresentação de integrantes da Proposta
Musicopedagógica CDG, sistematizado sob a
forma de um site na internet, está agora
disponível no seguinte endereço:
http://musuabgrupo.wix.com/grupodepesquisa,
acesso em 24 de junho de 2015. O trabalho teve
um caráter de resumo descritivo e ilustrado do
conjunto da obra deste projeto, caracterizando-o
como parte do acervo de fontes e, assim, recurso
complementar para o estabelecimento do estado
da arte de todas as ações e estudos decorrentes
do CDG.
A Fonte, por sua vez, na bibliografia de
Metodologia Científica, é definida como os meios
e os lugares, através dos quais se adquire
fundamentos para formalizar a pesquisa. São
exemplos disto: internet, livros, revistas, jornais,
artigos científicos, livros, etc., publicados por
periódicos ou editoras especializadas [3]. Estes,
podem ser publicizados por meio de distintas
tecnologias, desde o papel às redes eletrônicas.
Através do contato, obtido pela bolsista, com
fontes bibliográficas documentais anteriormente
produzidas no contexto do GP, e do processo
realizado para que estas fossem reunidas em um
site, foi possível constatar o Estado da Arte do
Projeto MusUAB, que teve seu início em 2010,
como um dos desdobramentos da Proposta
Musicopedagógica CDG, criada em 1991.
O Estado da Arte, ou também chamado de
Estado do Conhecimento, é caracterizado como
um desafio de mapear e de discutir uma certa
produção, seja ela técnica ou científica, a fim de
descobrir, nela, o seu mais alto nível de
desenvolvimento. Em âmbito acadêmico, o
Estado da Arte tenta responder que aspectos e
dimensões vêm sendo destacados e privilegiados
em diferentes pesquisas, de determinadas épocas
e lugares, e de que formas e em que condições
têm sido produzidas certas dissertações de
mestrado, teses de doutorado, publicações em
periódicos e comunicações em anais de
congressos e de seminários [4]. Isto, resulta na
concepção do tal alto nível de desenvolvimento.
Na imersão da bolsista no projeto, tal Estado foi
identificado e será apresentado a seguir
4 PROCEDIMENTOS
O trabalho, desenvolvido pela bolsista
Lydia Helena Wöhl Coelho (Apoio Tencológico ao
Projeto AEB, FAURGS) teve seu início após a
coleta de todos os artigos, publicados por esse
grupo de pesquisa. Tal grupo sempre teve um
caráter multidisciplinar, e é de seu interesse
manter-se assim. No momento, dele fazem parte
alunos e professores de graduação, mestrado e
doutorado das áreas de Música, Artes Visuais,
Educação Física, Pedagogia e Informática. Após
essa coleta, as publicações digitalizadas foram
separadas, pela bolsista, em pastas, agrupadas
por autores e, em seguida, por suas respectivas
datas. Todos os arquivos foram intitulados
conforme as normas para referências, da ABNT:
Autor(es), título e subtítulo do artigo, título do
periódico, revista ou boletim, local de publicação
e data. Assim, garantiu-se clareza na organização
dos títulos, que posteriormente seriam tranpostos
para os títulos dos links, no site.
Devido à organização prévia dos
documentos, foi possível realizar, já nos
primeiros encontros da bolsista com a
coordenadora Helena Müller de Souza Nunes,
discussões pertinentes a aspectos de
configuração visual do website, que seria
desenvolvido. De tais aspectos discutidos, os
mais relevantes são: logomarca, cores,
tipografia, texto de apresentação, diagramação,
layout e hiperlinks. Todas as ideias e ações dos
envolvidos na produção do site também tinham
por finalidade facilitar a acessibilidade ao material
produzido pelo grupo de pesquisa. Com isto,
percebeu-se a importância da identidade visual
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de todo o projeto, condizente com os seus
respectivos objetivos e modos de trabalho, bem
como a qualidade do hipertexto que seria
apresentado no site, responsável por toda
interface, ou seja, pela interação do usuário com
as informações disponíveis.
Para tanto, iniciou-se o trabalho com a
busca pela definição do conceito de hipertexto, já
que este termo diz respeito à toda forma de
comunicação digital, daqueles que utilizam os
recursos eletrônicos: hipertexto, como o próprio
nome já indica (hiper, prefixo de origem grega,
significa posição superior, intensidade ou
excesso), é aquilo que vai além do texto,
oferecendo algo a mais ao leitor, uma vez que as
informações são apresentadas em um suporte
dinâmico e interativo, sendo este, a tela do
computador. O hipertexto, portanto, corresponde
a uma nova forma de leitura e escritura não-
linear, tal como hoje se acredita ser o
pensamento humano. Ele surgiu e se tornou
tecnicamente ágil com o advento da internet.
Segundo o estudioso da cibercultura
contemporânea, Pierre Lévy [5], o hipertexto
permite uma nova forma de aquisição de
conhecimento e acesso a informações, associados
à usabilidade de sítios web. Conforme este autor,
o hipertexto pode ser compreendido como um
conjunto de nós ligados por conexões. Estes nós
levam a outros nós, sejam eles textos, páginas,
imagens, gráficos, vídeos, sequências sonoras ou
documentos, que podem, eles mesmos, ser
novos hipertextos; ou seja, determinadas
conexões, apresentadas pelo hipertexto
conduzirão o leitor-usuário a outras conexões, e
assim sucessivamente. Estes nós, na linguagem
da informática, são conhecidos por hiperlinks, ou
simplesmente links. Desta forma, compreende-se
que os hipertextos são documentos digitais,
compostos por blocos de texto e interligados por
links.
Ainda de acordo com Lévy [5], os
hipertextos são textos sem fronteiras nitidamente
delimitadas, estando, assim, próximos à ideia
que se tem do movimento do pensamento
humano. Nesse sentido, o autor identifica a ação
dos chamados "clarões", que diz respeito a
memórias de imagens, palavras ou documentos,
os quais ativam uma rede associativa de outros
conceitos, por vezes mais complexos. Tais
associações, semelhantes ao fenômeno da rede
hipertextual, são atividades da cognição humana.
Assim sendo, concluímos ser de suma
importância o estudo da composição visual do
site (também chamado layout, que significa
"configuração de instalação", em inglês), no
intuito de possibilitar uma melhor interatividade e
acessibilidade do usuário com os trabalhos
expostos, acessíveis através dos links.
Definidos esses conceitos e relevâncias,
foi dada continuidade ao trabalho, de acordo com
a metodologia projetual, desenvolvido por Heli
Meurer e Daniela Szlabluk [6], para elaborar
diferentes produtos dígito-virtuais. Esta
metodologia pode ser encontrada em forma de
curso on-line, sob o título de Projeto E (2014).
Neste curso, recomenda-se, que a pesquisa seja
feita de acordo com as etapas sugeridas por
Garrett (2003), que estão divididas em seis
módulos (etapas). São eles: Estratégia, Escopo,
Estrutura, Esqueleto, Estética e Execução.
Observe-se, que a letra inicial dos títulos dos
módulos justificam o nome Projeto E.
Conforme indicado pelo curso, na etapa de
Estratégia é realizado um projeto preliminar, a
partir da contextualização dos temas abordados e
de análise dos recursos a serem utilizados,
reconhecendo restrições e possibilidades
projetuais, de acordo com os requisitos do
produto. Na etapa de Escopo, são definidas
ferramentas, ações e transações, que
estabelecem as características estético-formais
do trabalho. Já a fase de Estrutura é onde se
define o organograma do produto e o fluxograma
de todas as tarefas. Ainda nesta fase, são
definidas todas as interrelações, permissões e
regras da interação. Na etapa do Esqueleto, são
oferecidos a densidade informacional,
organização dos elementos na tela e a interação
do utilizador com o produto, levando em
consideração diretrizes para usabilidade e
acessibilidade. Na Estética, o desginer define a
estética formal do projeto, com base nos
princípios matemáticos e geométricos de
diagramação e os elementos da identidade
gráfico-visual, tais como: símbolos, logotipo,
tipografia, cores, elementos imagéticos,
pictogramos e iconografia. A etapa da Execução
corresponde à execução do produto propriamente
dita, com um simulador de uso, podendo-se
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realizar testes e orientar a conexão com o banco
de dados, através das regras de negócio.
Conforme essa proposta de metodologia
projetual, iniciou-se o trabalho na etapa de
Estratégia, onde esclarecemos o tema que seria
apresentado. O tema definido foi: configuração
visual clara e organizada de todos os trabalhos
publicados pelo grupo de pesquisa, com vistas a
servir de referencial imediato e introdutório a
eventuais novos integrantes e ao público
interessado. Após, foram analisados os recursos
a serem utilizados. Optou-se pela platarforma on-
line chamada Wix, que possibilita a criação de
sites em linguagem de programação HTML5,
facilitando a edição de um site profissional, de
boa qualidade estrutural e de recursos estético-
formais. Esta plataforma on-line permite que os
usuários criem ambientes virtuais de forma
gratuita, podendo, posteriormente, solicitar um
domínio próprio. Esta platarforma, ainda,
possibilita a hospedagem de sites, inserção de
aplicativos de terceiros e recursos Mobile, para
acessos via celular. Logo, concluiu-se que se
tratava de um bom suporte para publicação
organizada dos trabalhos do grupo de pesquisa.
A etapa de Estrutura, correspondeu à
coleta de dados, currículos e artigos publicados
pelo grupo. Estes dados foram organizados em
pastas, identificadas pelos nomes dos autores. No
interior de cada pasta, havia uma série de outras
pastas, intituladas por anos. Dentro de cada uma
dessas, portanto, estavam os artigos publicados
pelo autor, no ano correspondente à pasta. Após,
foi realizada a elaboração do website do grupo,
expondo todo o material coletado de forma
prática e organizada, através da qualidade
funcional do ambiente virtual, valendo-se de
recursos estéticos-formais, que serão
apresentados na etapa intitulada Estética.
Antes, porém, na etapa Esqueleto, foi
definida a estrutura do site. Para melhor
compreensão dos objetivos propostos, foi feita a
divisão das informações através de: uma página
de apresentação sob o nome "Apresentação",
onde haveria breve dados históricos e
contextuais; uma página com informações sobre
os integrantes do grupo, sob o título
"Integrantes", contendo breve currículo em
Português e Inglês do mesmos; uma página
extensa com a produção CDG, com o título
"Publicações"; e, por fim, os contatos (local, e-
mail e telefones), sob o título "Contato". Estas
definições também foram transferidas à etapa do
Escopo, pois a plataforma Wix já oferecia
templates personalizados, que, ao longo da
criação iriam sendo modificados e ganhando
identidade própria, progressivamente
aprimorados nas etapas subsequentes de
Esqueleto e Estética.
Já na etapa de Estética, foram definidas,
por fim, as questões estético-formais, que
correspondem à identidade visual do grupo.
Neste processo, levou-se em conta a importância
da relação que o momento atual do grupo de
pesquisa tem com a criação da Rede Nacional
para Formação de Professores de Música para a
Educação Básica (Rede MusUAB), da UAB/CAPES,
decorrente do recém concluído e bem-sucedido
curso pioneiro no Brasil de Licenciatura em
Música modalidade EAD da UFRGS e
Universidades Parceiras (PROLICENMUS, 2008-
2012), também coordenado pela Profa. Dra.
Helena Müller de Souza Nunes. O curso
PROLICENMUS possui um site próprio, para
acesso de seus alunos, professores e demais
interessados, com links para as plataformas
Moodle e SAV (Sala Virtual). Tal curso, acessível
através de seu site (http://prolicenmus.ufrgs.br/,
acesso em 24 de junho de 2015) já possuía uma
identidade própria, bem definida e estruturada,
criada por Sabrina Spritzer. Tais definições
correspodem a: cores, logomarca, tipografia e
disposição dos links, no layout da tela. Para que o
site do grupo de pesquisa mantivesse relação
com seu curso formador, também foram
mantidas as cores do PROLICENMUS, na
logomarca do projeto MusUAB e nos diferentes
recursos interativos do ambiente virtual. A
tipografia, porém, foi alterada, no intento de dar
uma identidade única e renovada para o projeto.
Registra-se que, nesse momento, foi
necessário um estudo específico sobre
logomarcas e conceitos relacionados à identidade
visual. Foram assim realizados estudos a respeito
de aplicações do design gráfico em produtos
digito-virtuais, constatando-se que, a importância
da marca de um grupo pode ser definida pela:
"(...) soma intangível dos atributos de um
produto, assim como a história, a reputação, e a
maneira pela qual é promovido. Também a
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definem as impressões dos consumidores acerca
do produto que utilizam" [7]. Sendo assim, havia
a intenção de transmitir a ideia de
comprometimento, pesquisa e iconologias
referentes às àreas de estudo do grupo, que são
principalmente o ensino de Música e Artes
Visuais. Isoladas, por hora, as questões de cores,
realizou-se um painel semântico que abarcava
imagens de: marcas institucionais, música,
partituras, instrumentos musicais, artes plásticas,
artes visuais, tipografias de cunho acadêmico,
logotipos e slogans.
Após esta pesquisa imagética e conceitual,
realizou-se diferentes relações entre as formas
das marcas MusUAB, que íam sendo criadas, com
a marca que havia sido feito anteriormente, para
o Projeto PROLICENMUS. Com diversas opções
realizadas, chegou-se a uma determinada marca,
que agora pode ser visto no topo, ao lado
esquerdo do site. Esta marca possui as iniciais
"L" e "M", que remetem ao título de Licenciatura
em Música, formando, juntos, a letra "M",
representando a inicial do nome do Projeto
MusUAB. Após a escolha da marca, foi possível
estabelecer uma cartela de cores para o site,
colocando-se imagens de fundo e cores das
fontes, bem como uma tipografia de caráter
sóbrio e de fácil entendimento. Com isso, o
logotipo também foi definido através da seguinte
reflexão: o quadro do logo compõe as iniciais "L"
e "M", referentes a Licenciatura em Música,
sendo que a base dessas letras rementem à ideia
de uma mesa de mixagem de som, onde cada
quadradinho possui uma cor, enquanto uma
multiplicidade de opiniões e contribuições dos
integrantes do grupo, referindo-se ao caráter
colaborativo do GP. Estes quadradinhos se unem
no cinza do "L", de Licenciatura, que, por sua
vez, encaminha-se para o produto final, que é a
Música; para a solifidificação do produto musical,
na letra "M", a cor escolhida foi a preta. Este
processo é cíclico e se reinicia a cada
encerramento de trabalho, seja ele musical,
teórico, educativo ou prático; por isso, a letra "M"
reencontra os quadradinhos, e o processo se
reiniciam. Segue resultado:
Imagem 1: Logotipo do curso de Licenciatura em Música (MusUAB)
Por fim, chegou-se à etapa de Execução,
onde o site foi, de fato, publicado e apresentado
a público. Nesta etapa, todos os arquivos
coletados na primeira fase dos trabalhos foram
"linkados" aos tópicos previstos no Menu, tais
como textos sob "Publicações", e fotos históricas
sob imagens, por exemplo. Após disponibilizado
na internet, o site foi submetido à avaliação dos
integrantes do grupo. A partir de sugestões
coletadas, foram feitos alguns pequenos ajustes
para veiculação. Em paralelo, informações
técnicas sobre os processos de criação deste
produto forma armazenadas em back-up, a fim
de facilitar eventuais futuras alterações.
O resultado do layout do site, bem como
todas as suas especificidade citadas neste artigo,
pode ser visto nas imagens que seguem:
7 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation.
Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015.
Imagem 2: Página inicial do site do Grupo de Pesquisa CDG, com a Apresentação da Proposta Musicopedagógica CDG
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Imagem 3: Página “Publicações” do site do Grupo de Pesquisa CDG,
contendo todas as publicações do grupo desde 1991
9 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation.
Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015.
Imagem 4: Página “Integrantes” do site do Grupo de Pesquisa CDG,
contendo breve currículo de cada integrante
10 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation.
Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015.
Imagem 5: Página “Contato” do site do Grupo de Pesquisa CDG,
com o endereço e telefone do Centro de Artes e Educação Física da UFRGS, bem como e-mail do GP, do qual todos os integrantes têm acesso
5 CONSIDERAÇÕES
A realização deste trabalho serviu à
bolsista como revisão bibliográfica da produção,
do histórico e do contexto do grupo de pesquisa
Proposta Musicopedagógica CDG, ao qual
pertence. Esta revisão, que culminou com a
criação de um site identificado com o projeto,
não foi casual. Do mesmo modo, nem a criação
de seu website tratou-se de um processo
meramente operacional; ambos trabalhos
resultaram de um processo sistematizado e
cientificamente conduzido, viabilizando a
aproximação da bolsista à proposta de seu
determinado grupo de pesquisa, com vistas a se
apropriar dela de modo crítico. Em paralelo a
esses resultados, também contribuiu com seus
conhecimentos específicos em Artes Visuais e
Web design, no sentido de complementar, de
modo colaborativo, lacunas do grupo de pesquisa
ainda em aberto, como foi o caso do próprio
website produzido.
Dessa forma, é possível estabelecer uma
relação entre o que foi pesquisado e formulado
pelas autoras deste trabalho – dentro da
Proposta Musicopedagógica CDG -, em relação ao
que foi sugerido por Sócrates, sobre o exercício
de conhecer-se a si mesmo e, assim, contribuir
para a construção do conhecimento em âmbito
científico, ético e moral [2]. Com a realização
deste trabalho, foi possível constatar que o
exercício de autoconhecimento, através da
revisão de Fontes e do Estado da Arte de projetos
já consolidados, possibilita a construção de
produtos necessários a eles e também favorece a
reflexão sobre o que se pode pesquisar
11 Fourth International Conference on Integration of Design, Engineering and Management for innovation.
Florianópolis, SC, Brazil, October 07-10, 2015.
individualmente. Além disso, o processo aqui
descrito, também promoveu o senso de altruísmo
em todo o grupo, na busca pelo aperfeiçoamento
individual e comunitário como meios para
contribuir com a construção do conhecimento nas
áreas de Artes, Design e Metologia Projetual.
Considerando-se, por fim, que o objetivo
deste texto foi relatar a experiência vivida por
uma bolsista de iniciação científica ao
sistematizar suas próprias bases de pesquisa, as
quais estão focadas nas fontes bibliográficas e
documentais do projeto de pesquisa maior ao
qual está integrada, pode-se afirmar que o
processo vivido foi cumprido de modo exitoso. Ao
cumpri-lo, fica evidenciado que o próprio objeto
de estudo original, conforme aqui descrito,
também foi cumprido a contento: o levantamento
de textos sobre a Proposta Musicopedagógica
resultou no encontro do total das obras
publicadas desde sua origem, em 1991; a
bolsista compreendeu as bases do grupo de
pesquisa no qual estava ingressando; e,
compartilhando conhecimentos particulares,
contribuiu com a criação do site do grupo. Ao
encerrar o conjunto desse trabalho e tendo-se
apropriado de condições para dar início à busca
de um tema próprio de estudo no contexto desta
pesquisa maior, esta bolsista de iniciação
científica toma a liberdade de passar a tratar do
assunto em primeira pessoa.
Após a realização deste trabalho, constatei
que, para se poder produzir dentro de uma
determinada base de entendimentos de mundo -
neste caso em particular, a da Proposta
Musicopedagógica CDG -, é preciso que se tome
conhecimento do que ela realmente trata, que
ideias representa e que metas busca alcançar.
Disso se constituiu o encontro das Fontes e o
estabelecimento do Estado da Arte
correspondentes ao tema estudado. Assim,
também foi possível perceber que o processo de
aquisição de tais informações, por sua vez, pode
ser mais passivo, predominantemente lendo e
refletindo, ou mais pró-ativo, isso é, atuando na
produção já estabelecida do projeto maior;
porém, exercitando-a de modo próprio e criativo.
Foi o que busquei fazer: organizando um site
para o grupo de pesquisa, atendendo a uma
demanda previamente existente, também se
oportunizou a mim, como nova integrante, minha
própria inserção na equipe. E tudo aconteceu de
tal forma, que pude contribuir concretamente e
de modo particular, à medida que também
recebia contribuições dos integrantes veteranos.
Tratou-se de uma troca justa e que, ao mesmo
tempo, concedeu papéis de relevância
compartilhada e garantias de pertencimento, a
todos. Encerro afirmando que encontrei uma
forma de iniciar um Projeto de Pesquisa inserido
no contexto acadêmico, do qual faço parte.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] PIÑON, N. Conhece-te a ti mesmo. Rio de
Janeiro: Jornal do Brasil, 15 de fevereiro de
2006. Disponível em
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/s
ys/start.htm?infoid=1238&sid=369 Acesso em 04
de maio de 2015.
[2] SILVA, J. C. da. Conhece-te a ti mesmo:
Sócrates e a nossa relação com o mundo.
UOL Educação Pesquisa Escolar - Pedagogia e
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Disponível em
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