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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC/SP Washington José Santos Alves O Impacto da Olimpíada de Matemática em Alunos da Escola Pública MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE MATEMÁTICA São Paulo 2010

O Impacto da Olimpíada de Matemática em Alunos da … Jose... · Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC/SP

Washington José Santos Alves

O Impacto da Olimpíada de Matemática em Alunos

da Escola Pública

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE MATEMÁTICA

São Paulo

2010

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC/SP

Washington José Santos Alves

O Impacto da Olimpíada de Matemática em Alunos

da Escola Pública

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para a obtenção do título de MESTRE PROFISSIONAL EM ENSINO DE MATEMÁTICA, sob a orientação da Professora Doutora Maria José Ferreira da Silva.

São Paulo

2010

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Banca Examinadora

________________________________________________

________________________________________________

________________________________________________

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Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta

dissertação por processos de fotocopiadoras ou eletrônicos.

Assinatura: _______________________________________ Local e Data: ______________

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Mes t r e

Mestre, meu mestre querido! Coração do meu corpo intelectual e inteiro!

Vida da origem da minha inspiração! Mestre, que é feito de ti nesta forma de vida?

Não cuidaste se morrerias, se viverias, nem de ti nem de nada, Alma abstrata e visual até aos ossos,

Atenção maravilhosa ao mundo exterior sempre múltiplo, Refúgio das saudades de todos os deuses antigos,

Espírito humano da terra materna, Flor acima do dilúvio da inteligência subjetiva...

Mestre, meu mestre! Na angústia sensacionista de todos os dias sentidos,

Na mágoa quotidiana das matemáticas de ser, Eu, escravo de tudo como um pó de todos os ventos,

Ergo as mãos para ti, que estás longe, tão longe de mim! Meu mestre e meu guia!

A quem nenhuma coisa feriu, nem doeu, nem perturbou, Seguro como um sol fazendo o seu dia involuntariamente,

Natural como um dia mostrando tudo, Meu mestre, meu coração não aprendeu a tua serenidade.

Meu coração não aprendeu nada. Meu coração não é nada,

Meu coração está perdido. Mestre, só seria como tu se tivesse sido tu.

Que triste a grande hora alegre em que primeiro te ouvi! Depois tudo é cansaço neste mundo subjetivado,

Tudo é esforço neste mundo onde se querem coisas, Tudo é mentira neste mundo onde se pensam coisas, Tudo é outra coisa neste mundo onde tudo se sente.

Depois, tenho sido como um mendigo deixado ao relento Pela indiferença de toda a vila.

Depois, tenho sido como as ervas arrancadas, Deixadas aos molhos em alinhamentos sem sentido. Depois, tenho sido eu, sim eu, por minha desgraça,

E eu, por minha desgraça, não sou eu nem outro nem ninguém. Depois, mas por que é que ensinaste a clareza da vista,

Se não me podias ensinar a ter a alma com que a ver clara? Por que é que me chamaste para o alto dos montes

Se eu, criança das cidades do vale, não sabia respirar? Por que é que me deste a tua alma se eu não sabia que fazer dela

Como quem está carregado de ouro num deserto, Ou canta com voz divina entre ruínas?

Por que é que me acordaste para a sensação e a nova alma, Se eu não saberei sentir, se a minha alma é de sempre a minha?

Prouvera ao Deus ignoto que eu ficasse sempre aquele Poeta decadente, estupidamente pretensioso,

Que poderia ao menos vir a agradar, E não surgisse em mim a pavorosa ciência de ver.

Para que me tornaste eu? Deixasses-me ser humano! Feliz o homem marçano

Que tem a sua tarefa quotidiana normal, tão leve ainda que pesada, Que tem a sua vida usual,

Para quem o prazer é prazer e o recreio é recreio, Que dorme sono,

Que come comida, Que bebe bebida, e por isso tem alegria.

A calma que tinhas, deste-ma, e foi-me inquietação. Libertaste-me, mas o destino humano é ser escravo.

Acordaste-me, mas o sentido de ser humano é dormir.

(Antologia Poética extraída do site: http://devaneiosaovento.blogspot.com/2007/10/mestre-meu-mestre-querido-fernando.html)

In Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)

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AGRADECIMENTOS

Ao meu pai José Alfredo Alves e minha mãe Elice

Santos Alves que tanto lutaram para que eu e meus

irmãos estudássemos.

Aos meus irmãos (em especial ao Walfredo). Cada um, de sua

maneira, incentivou para que eu concluísse o mestrado.

A minha esposa Maria Ângela Sbarai Alves pela paciência e

compreensão.

Aos meus dois filhos Thiago e Rafael que me apoiaram em tempo integral.

A minha orientadora Professora Doutora Maria José Ferreira da Silva, que

teve paciência nos momentos mais difíceis e pelo incentivo incondicional.

A professora Doutora Marisa Dias por suas valiosas orientações e observações no

meu trabalho.

A professora Doutora Ana Lúcia Manrique pelo seu incentivo e suas

orientações no meu trabalho.

A todos os professores do Programa de Estudos Pós-Graduação em

Educação Matemática da PUC-SP.

Aos alunos da Escola Estadual Padre Tiago Alberione pela

colaboração.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, pela

concessão da bolsa de estudo.

A todas as pessoas que, de alguma maneira,

contribuíram para a realização desse trabalho.

Aos colegas com os quais convivi durante o curso

de Pós-Graduação.

O Autor

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RESUMO

Esta dissertação tem como objetivo investigar a Olimpíada Brasileira de

Matemática das Escolas Públicas – OBMEP, promovida pelo governo federal

desde 2005. A OBMEP foi inserida no cenário da educação brasileira com a

finalidade de promover estímulo ao estudo da Matemática pelos alunos e

contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Básica das escolas

municipais, estaduais e federais. Para compreender as análises propostas pela

comissão organizadora da associação, fizemos uma pesquisa qualitativa com

alunos da 3ª série do Ensino Médio de uma escola da rede pública localizada na

cidade de São Paulo para verificar como a OBMEP pode estimular e promover o

estudo da Matemática entre alunos das escolas públicas e quais possíveis

contribuições que a avaliação pode exercer na Educação Básica do país. A

análise dos dados revelou que há interesse dos alunos em adquirir novos

conhecimentos e que estes não estão motivados para participar da OBMEP

devido à falta de informação em torno da competição.

Palavras-chave: Olimpíada de Matemática. OBMEP. Motivação. Estímulo.

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ABSTRACT

This dissertation aims to investigate Brazilian Mathematical Olympiad Public

Schools - OBMEP, sponsored by the federal government since 2005. The OBMEP

was inserted into the scenario of Brazilian education in order to promote stimulus

to the study of mathematics by students and contribute to improving the quality of

basic education schools of local, state and federal. To understand the analysis

proposed by the organizing committee of the association, we made a qualitative

study with students from 3rd grade of high school, a public school located in São

Paulo, to analyze how the OBMEP can stimulate and promote the study of

mathematics among public school students and what possible contributions that

evaluation can play in improving the quality of basic education in the country. Data

analysis revealed that there is student interest in acquiring new knowledge and

they are not motivated to participate in OBMEP due to lack of information about

the competition.

Keywords: Mathematical Olympiad. OBMEP. Motivation. Impulse.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11

CAPÍTULO 1 ................................................................................................................. 15

Problemática ........................................................................................................ 15

1.1 Revisão Bibliográfica ...................................................................................... 15

1.2 Justificativa ..................................................................................................... 23

1.3 Delimitação do Problema ............................................................................... 25

1.4 Procedimentos Metodológicos ....................................................................... 28

CAPÍTULO 2 ................................................................................................................. 31

Histórico das Olimpíadas ................................................................................... 31

2.1 Origem das Olimpíadas de Matemática ......................................................... 31

2.2 Olimpíadas de Matemática no Brasil ............................................................. 34

2.2.1 Olimpíadas de Matemática do Estado de São Paulo – OMESP .......... 34

2.2.2 Olimpíada Paulista de Matemática – OPM .......................................... 35

2.2.3 Olimpíada Brasileira de Matemática – OBM ........................................ 38

2.2.4 Olimpíada Brasileira de matemática das Escolas Públicas – OBMEP 43

2.3 Olimpíadas de Matemática Internacionais ..................................................... 49

2.3.1 Olimpíada Rioplatense de Matemática ................................................ 50

2.3.2 Olimpíada de Matemática do Cone Sul ............................................... 51

2.3.3 Olimpíada Iberoamericana de Matemática .......................................... 52

2.3.4 Olimpíada Iberoamericana de Matemática Universitária ..................... 53

2.3.5 Olimpíada de Maio ............................................................................... 53

2.3.6 Olimpíada Internacional de Matemática ............................................... 55

2.3.7 Olimpíada Internacional de Matemática para Estudantes

Universitários .......................................................................................

57

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CAPITULO 3 ................................................................................................................. 61

A Pesquisa ........................................................................................................... 61

3.1 Sujeito da Pesquisa ....................................................................................... 61

3.2 Descrição da Aplicação .................................................................................. 63

3.3 Analise do Questionário ................................................................................. 64

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 79

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 83

APÊNDICES ................................................................................................................. 87

Apêndice A: Carta ao Aluno .................................................................................. 87

Apêndice B: Questionário ..................................................................................... 88

Apêndice C: Carta a Comissão Organizadora da OBMEP ................................... 91

Apêndice D: Carta a Direção da Escola ................................................................ 92

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INTRODUÇÃO

O objetivo do trabalho é analisar o regulamento da Olimpíada Brasileira de

Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), compreender a participação e se

existe motivação dos estudantes na avaliação, além de avaliar as ações da

Comissão Organizadora da OBMEP para atingir metas na competição. Para tanto,

fizemos uma pesquisa com estudantes de uma escola da rede pública, localizada

na periferia da zona sul da cidade de São Paulo.

Com a necessidade de esclarecer o objeto de pesquisa, faremos um relato

sobre o universo que envolve a Olimpíada de Matemática, executada sob

diversos formatos – Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), Olimpíada

Paulista de Matemática (OPM), Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas

Públicas (OBMEP) e Olimpíadas Internacionais de Matemática.

A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – foco desta

pesquisa – é uma promoção do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e do

Ministério da Educação (MEC), com realização do Instituto Nacional de

Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e apoio da Sociedade Brasileira de

Matemática (SBM). É um projeto no segmento do estudo de Matemática que foi

instituída pelo governo federal em 2005 e realizada anualmente em duas fases

distribuídas em três níveis por um número expressivo de escolas públicas do país.

Segundo a associação, o objetivo é atingir todos os segmentos educacionais das

escolas municipais, estaduais e federais, dirigido a todos os estudantes do Ensino

Fundamental e Médio.

Concorrem a prêmios os estudantes que alcançarem o maior número de

pontos na segunda fase da edição da OBMEP, professores desses estudantes

contemplados com a premiação, escolas e Secretaria de Educação. Algumas das

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realizações da OBMEP envolvem a produção e distribuição de material didático,

estágio aos Professores Premiados, um Programa de Iniciação Científica Jr.

(PIC), para os estudantes contemplados, o Programa de Iniciação Científica –

Mestrado (PICME), para os estudantes contemplados que estejam cursando

graduação, a Preparação Especial para Competições Internacionais (PECI).1

O sucesso escolar dos estudantes em Olimpíadas de Matemática depende

de estímulos que a OBMEP pode provocar no estudante por meio da sua

premiação. Neste aspecto, concordamos com Lorenzato, (2006a, p. 1) quando

destaca que o sucesso dos estudantes diante aos desafios matemáticos depende

da relação estabelecida desde os primeiros dias escolares entre a Matemática e o

aluno. Esta relação pode ser gerada com a intervenção do professor. Portanto, o

papel que o professor desempenha é fundamental na aprendizagem e a

metodologia de ensino por ele adotado é determinante para o comportamento dos

estudantes.

A sala de aula é um ambiente propício para discussões de conhecimentos

e inovações dos saberes para o desenvolvimento de desafios matemáticos. Ao

propor um desses desafios, o professor pode ficar surpreso ao deparar com

resposta inimaginável realizada pelo estudante.

Ao longo dos anos de magistério, o professor constata que os alunos

apresentam inúmeras diferentes respostas, raciocínios, observações e

soluções diante dos mesmos fatos, exercícios, problemas. Materiais

didáticos ou indagações. [...] Ao tentar ensinar, inevitavelmente ele

aprende com seus alunos (LORENZATO, 2006, p. 9).

Para o estudante obter sucesso em um desafio matemático é necessário

que tenha motivos para buscar soluções. Sendo assim, o desafio só se concretiza

se os objetos e os motivos convergirem para um mesmo propósito (resolução),

dando-se isso num contexto social determinado. Segundo Leontiev (2001), a

existência e criação de uma atividade são decorrentes de uma necessidade

pessoal. Contudo, segundo o autor, a necessidade não é compreendida como o

motivo da atividade. “Uma vez que a necessidade encontra a sua determinação

____________ 1 Aprofundaremos mais adiante o histórico da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e as demais Olimpíadas.

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no objeto (se ‘objetiva’ nele), o dito objeto torna-se motivo da atividade, aquilo que

a estimula” (LEONTIEV, 2001, p. 68).

Concordamos com Cedro (2008, p. 41) quando menciona que a atividade

de aprendizagem faz com que os estudantes se apropriem dos conhecimentos,

por meio da realização das ações de aprendizagem, que são dirigidas à resolução

das tarefas de estudos. As necessidades e motivos da atividade, a fim de

identificar e caracterizar as ações de aprendizagem e as tarefas de estudos. Para

tanto é necessário que exista um mecanismo ou recurso que aguce curiosidades

pessoais dos estudantes e os incentivem a realizar a avaliação. Os motivos

somente se tornam geradores de sentido a partir do momento que eles

coincidirem com o seu objetivo.

Com a proposta de analisar a participação dos estudantes nas provas da

OBMEP, focaremos nossa análise nas respostas oriundas dos questionários

respondidos pelos protagonistas das Olimpíadas de Matemática. Empregamos

em nossa pesquisa uma abordagem qualitativa com de 117 alunos da 3ª série do

Ensino Médio da Escola Estadual Padre Tiago Alberione, localizada na periferia

da cidade de São Paulo. Para coletar as informações utilizaremos um

questionário com questões abertas e fechadas para elaborar um perfil do aluno

pesquisado e entender se as respostas coletadas confrontam com os objetivos

que estão propostos no regulamento da OBMEP. Logo, para mostrar as

atividades indispensáveis para o desenvolvimento da pesquisa, nosso trabalho

será dividido em três capítulos.

No primeiro capítulo, serão analisados conceitos e referenciais teóricos

que auxiliam na compreensão do fenômeno que norteia o caminho a ser seguido

durante o processo investigativo de coleta de dados a respeito da Olimpíada de

Matemática, ajudando a esclarecer ao próprio pesquisador os rumos do trabalho.

O objetivo em reunir trabalhos diversificados é de ter a possibilidade de apontar

possíveis questões que provocam uma investigação acadêmica relacionada aos

estudantes e suas participações em competições escolares, como a Olimpíada de

Matemática. As fontes, inicialmente consultadas e propagadas no estudo, servirão

de referência para indicar como a questão será respondida pela pesquisa.

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Para compreender o universo da pesquisa, faremos no segundo capítulo

um histórico sobre Olimpíadas de Matemática, em que serão selecionados textos

que esclareçam e influenciam no universo delimitado da Olimpíada de Matemática

– com a intenção de visualizar cenários locais, regionais, federais e do exterior.

São indicadas fontes e revisões sistemáticas de outras pesquisas, com objetivo

de obter uma avaliação crítica do tema escolhido, além de analisar resultados

anteriormente obtidos.

O terceiro capítulo é dedicado ao processo de construção da metodologia

utilizada no estudo e à descrição dos sujeitos de pesquisa, analisando as

respostas coletadas. A etapa de análise das informações obtidas na pesquisa de

campo é que definirá a construção de respostas às questões formuladas.

Completando, apresentaremos nossas considerações finais procurando

responder a questão que norteia nossa pesquisa, examinar nossas hipóteses,

constatar se os nossos objetivos foram ou não atingidos.

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CAPÍTULO 1

PROBLEMÁTICA

Neste capítulo, apresentaremos trabalhos encontrados que contribuem

para o tema de pesquisa, as nuances e justificativa pelo interesse na Olimpíada

Brasileira de Matemática as Escolas Públicas – OBMEP, além de delimitar o

problema que norteia o trabalho, com uma explicação minuciosa de toda ação

desenvolvida no método do trabalho de pesquisa.

1.1 Revisão Bibliográfica

Apesar da escassez de obras que abordem o tema Olimpíadas de

Matemática, focalizaremos dissertações, artigos e documentos com resultados e

considerações que possam contribuir com a nossa pesquisa. Também

contemplamos alguns dos estudos correlatos extraídos do site de associações

como Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP),

Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e Olimpíada Paulista de Matemática

(OPM) e algumas Olimpíadas de Matemática Internacionais.

Fizemos uma busca em trabalhos correlatos com o objetivo de verificar, no

que já foi produzido, o que se assemelha à proposta do projeto e também para

listar o que pode ser reutilizado. Dentre estes trabalhos, destaca-se uma pesquisa

realizada no contexto da disciplina de Método de Pesquisa de Nascimento e

Oeiras (2006), um estudo de Sucupira (2008) sobre a participação do gênero

feminino nas Olimpíadas de Matemática, uma pesquisa realizada com as

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contribuições dos membros do Conselho de Administração do IMPA de Biondi,

Vasconcelos e Menezes (2007) e dissertações de mestrados de Maciel (2008),

Santander (2008) e Peraino (2007).

Nascimento e Oeiras (2006) fizeram uma pesquisa qualitativa que consistia

em questionário estruturado com nove perguntas que foi aplicado a três

professores de Matemática de escolas de Ensino Fundamental e Médio da cidade

de Belém, Pará. O objetivo principal do estudo foi definir, projetar e implementar

um ambiente computacional que desse suporte a realização de competições

escolares a distância. Definido como Olímpico, o recurso foi desenvolvido para

dar suporte à realização de competições escolares semipresenciais via internet

aos professores de diferentes áreas do conhecimento que buscavam utilizar o

computador como uma ferramenta educacional que melhorasse a qualidade do

ensino e da aprendizagem de diferentes disciplinas. O uso da tecnologia provoca

o aproveitamento dos recursos da mídia, de manipulação de objetos e facilita a

realização de competições escolares a distância e a otimização de recursos na

sua organização.

Na pesquisa, os autores conseguiram compreender as vantagens da

realização de competições escolares, seus problemas e requisitos necessários

para a realização de competições escolares por meio da Internet. As informações

coletadas permitiram verificar que os professores consideram as competições

escolares como boas estratégias para o ensino, pois durante a realização das

competições os estudantes mostraram-se extremamente atenciosos e

concentrados e se sentiram motivados até em estudar para as próximas

Olimpíadas de Informática (OBI). Como forma de experimentar e verificar a

problemática de realização de uma competição escolar e os seus benefícios os

autores encontraram pouco interesse da instituição pela realização de

implementar este ambiente computacional para a realização de competições

escolares. No final da competição, os estudantes perguntavam entusiasmados

quando haveria outra competição neste estilo e quando sairia o resultado e se

teria uma premiação.

Neste trabalho, podemos ressaltar que a proposta da utilização do

ambiente computacional para a realização de competições escolares – como a

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Olimpíada de Informática – podem ser incluídas em políticas públicas de inclusão

digital, aproveitando o laboratório de informática ou a sala ambiente de escolas da

rede pública.

Sucupira (2008) fez uma pesquisa durante a Iniciação Científica e também

produziu monografia de conclusão de curso de Ciências Sociais, cujo objetivo era

identificar representações de gêneros que envolvem a presença de mulheres em

uma área científica, a Matemática. Para tanto, a autora aponta dados sobre a

premiação de meninas nas Olimpíadas de Matemática e sobre a observação nas

capacitações das Olimpíadas Regionais de Matemática em Florianópolis em

Santa Catarina. A pesquisadora fez um levantamento numérico de mulheres

premiadas em Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), Olimpíada Regional de

Matemática (ORM) e Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas

(OBMEP), desde a primeira edição de cada Olimpíada até o ano de 2007 por

meio de informações obtidas nas homepages das associações, que traziam o

nome dos premiados por ano de competição.

Desta forma, a autora classificou os nomes dos contemplados como

menina ou menino e constatou que a média de 12%, 20% e 27% de meninas

premiadas na OBM (1979), ORM (1996) e OBMEP (2005) respectivamente.

Sucupira (2008) verificou também que a Olimpíada Regional de Matemática

(ORM) em Santa Catarina, criada em 1998 e com o mesmo formato de aplicação

de prova da OBM (exceto a terceira fase que não tem) e OBMEP, é uma

competição anual dividida em níveis (1, 2 e 3) e fases (1ª e 2ª), sendo uma

mesma prova para a OBM a ORM. A autora observou que, na OBM, a premiação

de Medalhas para as meninas apresentou um acréscimo significativo a partir da

década de 90, não ultrapassando a 20%, enquanto a premiação de Medalhas

para as meninas na OBMEP apresentou um pouco mais de 20%, sendo que no

nível 1 chega 30%, no nível 2 a 20% e diminui para 11% no nível 3. Durante as

capacitações da ORM para o nível 1, Sucupira (2008) observou que algumas

meninas foram aos treinamentos para estudar e não sabiam se participariam da

Olimpíada de Matemática. No entanto, outras disseram que participariam da

Olimpíada de Matemática para ganhar um ponto na média em Matemática.

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O objetivo da pesquisa foi mostrar que o uso de competições – como as

Olimpíadas de Matemática – pode trazer uma contribuição significativa para

problematizar a habilidade em Matemática, muitas vezes embasada em testes de

aptidão, como inata aos homens, o desempenho matemático de meninas e

meninos pode estar vinculado mais a uma questão de gênero.

Neste trabalho constamos que o desempenho na Olimpíada de Matemática

não é somente para ethos masculino e sim para ambos os gêneros. A

necessidade e motivo ficaram evidentes quando uma aluna relata o que o motivou

a participar da Olimpíada de Matemática foi a atribuição de um ponto na média

em Matemática. Conforme aponta Cedro (2008, p. 35) este ponto na média

constitui o motivo eficiente.

Biondi, Vasconcelos e Menezes (2007), realizaram uma pesquisa com

estudantes do nono ano do Ensino Fundamental de Escolas Públicas da cidade

de São Paulo com contribuições do Conselho de Administração do IMPA para

analisar a contribuição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas

Públicas (OBMEP) no desempenho de Matemática nas avaliações educacionais.

Neste trabalho foi avaliado o impacto da OBMEP nas notas médias de

Matemática das escolas públicas na Prova Brasil (Inep/MEC), analisando o custo-

benefício do programa.

Os autores relatam que a qualidade da educação nas últimas avaliações

educacionais nacionais mostrou variações positivas nos testes de proficiência,

entretanto o desempenho dos estudantes brasileiros nas avaliações

internacionais como o PISA (Programme for International Student Assessmet),

evidencia a baixa qualidade do ensino no país. O Brasil ocupou as últimas

posições na comparação com os 57 países participantes do PISA 2006. A

pesquisa traz a avaliação de impacto e análise de custo-benefício da OBMEP,

com objetivos voltados para a melhoria da qualidade da educação, possa

influenciar de forma positiva no resultado médio das escolas públicas nas

avaliações de larga escala promovida pelo Governo para medir a qualidade da

educação, como a Prova Brasil.

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Segundo Biondi, Vasconcellos e Menezes (2007) as escolas inscritas na

OBMEP devem receber o “Banco de Questões” em forma de apostila com

questões desafiadoras de Matemática e suas respectivas soluções; os

pesquisadores defendem que este recurso possa influenciar na melhoraria do

desempenho dos estudantes nas avaliações educacionais em larga escala. Por

meio de métodos de combinar regressão linear com erros padrão, apontou para

um impacto positivo2 e estatisticamente significativo nas notas médias de

Matemática dos estudantes de 8ª série na Prova Brasil 2007. Esse impacto é

crescente conforme o maior número de participações das escolas nas edições

anuais da OBMEP, não só aos estudantes com melhor desempenho, como

também para os com menores notas. Os autores concluíram que nos dois anos

de avaliação de Matemática, em relação às médias de proficiência na Prova

Brasil, as médias são maiores no grupo de escolas inscritas na OBMEP. A análise

de retorno econômico trouxe resultados positivos, o que os levou a concluir que a

realização da OBMEP proporciona benefícios para a qualidade da educação

pública do país, com impacto direto nas avaliações educacionais e ganhos futuros

em termos de rendimento no mercado de trabalho dos participantes.

Biondi, Vasconcelos e Menezes (2007) centraram-se no processo da

melhoria da qualidade da educação nas últimas avaliações nacionais e que as

notas médias de Matemática são maiores no grupo de escolas inscritas na

OBMEP e que sua realização proporciona benefícios para a qualidade da

educação pública do país.

Maciel (2008) desenvolveu seu trabalho com um grupo de estudantes do

sexto ano do Ensino Fundamental do Colégio Militar de Porto Alegre que não

apresenta os mesmos interesses, habilidades e dificuldades no aprendizado da

Matemática e sentem-se motivados a melhorar. O pesquisador relata o processo

de concepção, organização e realização de um conjunto de atividades

organizadas no formato de minicurso de Análise Combinatória com este grupo de

estudantes interessados em aprofundar seus conhecimentos em Matemática.

Para tal, utilizou as Olimpíadas de Matemáticas não como objetivo central dos

____________ 2 Para maiores detalhes sobre as metodologias de impacto consulte o site: http://virtualbib.fgv.br/ocs/index.php/sbe/EBE09/paper/view/1092/315.

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minicursos, mas como uma forma de despertar, nos estudantes, o interesse de

desenvolver sua capacidade de resolver problemas matemáticos desafiadores. As

atividades no formato de minicurso foram elaboradas com base em questões

propostas nas provas da OBMEP e de acordo com alguns dos Fundamentos

Filosóficos da Educação Inclusiva e da Educação Matemática Crítica3. Nesse

sentido, a valorização da característica comum associada a esses estudantes – o

interesse pelo estudo da Matemática – enquadra-se numa concepção de

Educação Inclusiva, que defende o direito à diferença. Para consolidar esta

atividade em formato de minicurso, foi necessário criar um espaço institucional

chamado Grupo de Estudos Professor Malba TaHan (GEMaTh), que possibilitou

que o grupo de alunos pudesse ser reconhecido pela comunidade escolar. Dentre

as atividades em formato de minicurso, os estudantes utilizam exercícios de

Contagem, razões, proporcionalidade e porcentagem utilizados pela OBMEP com

a finalidade de despertar o interesse de desenvolver suas capacidades de

resolver problemas matemáticos desafiadores e desenvolver hábitos regulares de

estudos.

Maciel (2008) conclui que suas convicções fundamentadas no ideal de que

possa existir uma Escola onde o Ensino da Matemática seja planejado para

respeitar os interesses e individualidades dos estudantes e ao concluir sua

escolarização básica, estejam preparados para os desafios associados ao seu

futuro acadêmico, profissional e que estejam comprometidos com a ética e a

valorização do direito de todos.

Em sua dissertação, Santander (2008) realizou uma pesquisa qualitativa no

formato de entrevista com o professor Sylvio de Lima Nepomuceno4. A escolha do

nome de Nepomuceno deve-se ao fato de ter registrado uma longa experiência

como professor e autor numa coleção de livros didáticos – Ensino de Primeiro

Grau, publicada em 1982.

____________ 3 O professor dinamarquês Ole Skovsmose é um dos principais responsáveis por divulgar o movimento da

“educação matemática crítica” ao redor do mundo. Com mestrado em Filosofia e Matemática pela Universidade de Copenhague e doutorado em Educação Matemática pela Royal Danish School of Education Studies,

4 Foi professor de Matemática do Colégio Santa Cruz em São Paulo e trabalhou junto ao GEEM na formação

de professores por meio dos cursos que apresentavam as propostas defendidas pelo MMM.

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A autora investigou a contribuição do professor na reconstituição da

História da Educação Matemática e participação no Grupo de Estudos do Ensino

da Matemática (GEEM5), na formação de professores no período do Movimento

da Matemática Moderna (MMM6).

Santander (2008) descreve que o livro didático como fonte de pesquisa na

investigação da história da disciplina escolar teve um papel importante na medida

em que sua análise possibilita verificar como os autores se apropriam das

legislações ou num determinado período, considerando que a coleção didática

analisada pautava-se no ideário do MMM, embora com restrições do autor nas

questões metodológicas e de linguagem.

Para Santander (2008), o professor Sylvio buscava caminhos para se

aperfeiçoar num modelo de professor de Matemática atuando no Grupo de

Estudos (GEEM), nas Olimpíadas de Matemática e na produção de material

didático contribuindo assim para o Ensino da Matemática no Brasil. Com o

objetivo de divulgar a Matemática Moderna em São Paulo, o GEEM desenvolveu

diversas atividades, dentre elas a primeira Olimpíada de Matemática no Brasil,

criada em 1967. Apesar do fracasso do Movimento da Matemática Moderna,

houve uma contribuição significativa para o livro didático, como nos conteúdos

que passaram a ser apresentados com rigor, na análise da estrutura de

desenvolvimento do livro. A autora também menciona que havia uma

preocupação muito grande com a Geometria, porém era colocada sempre nos

últimos capítulos da obra. Santander (2008) observa que é necessário aprofundar

os conhecimentos matemáticos, didáticos e, sobretudo o currículo. Uma vez que o

domínio deles será transformado em saber escolar o que facilitará o processo

ensino-aprendizagem e ressalta a importância do desenvolvimento profissional,

pela possibilidade de compreender melhor os caminhos da Educação Matemática

e, em especial, o papel do professor de Matemática.

____________ 5 O Grupo de Estudos de Matemática (GEEM) foi fundado na cidade de São Paulo em 1961 com objetivo de

treinar professores, procurando conceituar os novos métodos de abordagem da Matemática e também foi responsável por inúmeras publicações e pela criação da Olimpíada de Matemáticas de São Paulo.

6 “Movimento da Matemática Moderna” é a expressão utilizada no âmbito dos estudos sobre o ensino da

Matemática, que caracteriza um período em que se elaboram novas referencias para o ensino da disciplina (Valente) desencadeado no Brasil, especialmente em 1960 e 1070, provocou mudanças significativas nas práticas escolares. (Pinto).

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Santander (2008) descreve que dentre muitas das atividades do GEEM, as

Olimpíadas de Matemática foram o grande destaque e de uma importante

iniciativa de “divulgação” do Movimento da Matemática Moderna em São Paulo,

com o sentido da valorização do Ensino da Matemática e a contribuição

significativa para o livro didático, principalmente, nos conteúdos que passaram a

ser apresentados com rigor no livro.

Em sua pesquisa, Peraino (2007) tinha como objetivo investigar um

estudante com grande capacidade de aprendizagem em um assentamento rural

onde residiu dos seis aos dezesseis anos de idade e recebeu uma formação

educacional numa escola rural na cidade de Sidrolândia, Mato Grosso do Sul.

Mesmo com carências financeiras e educacionais, o jovem de quinze anos de

idade classificou-se em terceiro lugar na segunda edição da Olimpíada de

Matemática das Escolas Públicas (OBMEP- 2006), em Mato Grosso do Sul. Pelo

seu desempenho, foi encaminhado para avaliação pelo Núcleo de Altas

Habilidades/Superdotação de Mato Grosso do Sul (NAAH/A-MS). A partir de

entrevistas com os pais, professora e coordenadora da escola rural, Peraino

(2007), concluiu que o estudante em questão tinha altas habilidades em

Matemática, o que mostra a necessidade de uma interação social e educacional

diferenciada que auxilie a inserção, bem como, desse grupo de pessoas de seu

convívio, na sociedade, lhes proporcionado assim um desenvolvimento propício

para que possam, com sua capacidade, ajudar na evolução das áreas

relacionadas com suas habilidades.

A relevância da pesquisa foi pautada na identificação e no atendimento

desse estudante, sob a condição de identificar suas habilidades e competências

como superdotado no contexto familiar e social desta família. Peraino (2007)

afirma que está iniciando uma nova fase na identificação de pessoas

superdotadas no Brasil e é imprescindível criar atendimentos diferenciados para

esse grupo de pessoas, que está distribuído em todas as classes sociais, e

conseguiu atingir seus objetivos quando apresenta uma pessoa de classe

socioeconômica desprivilegiada tendo um desempenho acadêmico superior à

média de estudantes de sua idade.

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Peraino (2007) tinha como objetivo investigar uma criança com grande

capacidade de aprendizagem e encaminhar ao NAAH/S, setor da coordenação de

educação especial com a finalidade de avaliar, atender e encaminhar as pessoas

com indicativos de superdotação, bem como prestar esclarecimento e auxiliar aos

pais e professores desta criança. A pesquisadora afirma que há mitos de que as

pessoas com grandes habilidades não precisam de ajuda. Esta desmistificação

vem sendo esclarecida por meio de estudos da inteligência humana, quando uma

criança não instigada nas áreas de seu interesse se desestimula e estabiliza seu

conhecimento, não tendo vontade de experimentar novas conquistas e não

desenvolvendo suas habilidades como deveria.

Para buscar informações essenciais para auxiliar o universo e delimitação

de nossa pesquisa, foi necessário apresentar o passo inicial da dissertação – a

pesquisa bibliográfica. As revisões dos trabalhos nos auxiliam na escolha de um

método mais apropriado, assim como num conhecimento das variáveis e na

autenticidade da pesquisa. Ressaltada sua importância, damos início a

justificativa do interesse pela OBMEP para confirmar a relevância do trabalho.

1.2 Justificativa

Percebemos que seria relevante para o meio acadêmico um estudo sobre a

Olimpíada de Matemática em formato de competição individual que almeje a

melhoria na qualidade de Ensino da Matemática e sirva como um instrumento de

estímulo à busca de novos conhecimentos. O que garantiu ainda mais nossa

disposição em realizar a pesquisa sobre os anseios da OBMEP foi verificar que

sua proposta em promover o estudo da Matemática nas escolas públicas e a

melhoria da qualidade da Educação Básica se assemelha com os objetivos da

própria escola.

A competição escolar, que provoca uma interação entre indivíduos de um

mesmo grupo, é feita sob diversos formatos – Olimpíada Brasileira de Matemática

(OBM), Olimpíadas estaduais e Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas

Públicas (OBMEP).

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A OBMEP é o foco da presente dissertação pelo maior universo

estabelecido – possui o maior número de estudantes brasileiros inscritos, sendo

instituída pelo governo federal e realizada por todas as escolas públicas do país.

Dados do Censo Escolar de 20097 mostram que há, no Brasil, 52.580.452

estudantes na Educação Básica, que compreende a Educação Infantil (creche e

pré-escola), o Ensino Fundamental (1º a 9º ano ou 1ª a 8ª série), o Ensino Médio,

a Educação Profissional, a Educação Especial e a Educação de Jovens e Adultos

(nas etapas Ensino Fundamental e Ensino Médio). Do total de estudantes

matriculados, 45.270.710 estão em escolas públicas (86,1%) e 7.309.742

estudam em escolas da rede privada (13,9%). As redes municipais são

responsáveis por 24.315.309 matrículas (46,2% do total). Segundo o instituto, há

em todo o território brasileiro 197.468 escolas.

Mediante o registro federal, foi necessário delimitar o universo de pesquisa

– alunos da 3º série do Ensino Médio – o que corresponde a 8,3 milhões de

matrículas8. A escolha é feita pelo fato de ser o perfil de estudante que mais

participou das edições de Olimpíada de Matemática (OBMEP) – cinco no total. A

partir das suas percepções, será possível compreender e buscar o aprimoramento

da disciplina e orientá-los para a competição.

Por entender que o estudo sobre a Olimpíada de Matemática possa ser

relevante para o meio acadêmico e por acreditar que a OBMEP represente um

meio favorável para promover um ambiente de redescoberta dos saberes

matemáticos tanto para o estudante, como para o professor, acreditamos que

esse estudo preencha aspirações da pesquisa, como compreender, conhecer e

visualizar diversas opiniões de quem participa da competição como estudante.

Segundo Moreira e Callefe (2006, p. 16) a pesquisa desenvolvida pelo professor

pode desafiar as noções tradicionais sobre conhecedores, conhecimentos e o que

pode ser conhecido sobre a educação, pois tem potencial para redefinir a noção

de um conhecimento de base para a educação e também desafiar a hegemonia

____________ 7 Dados coletados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira de 30 de novembro de 2009. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/censo/escolar/news09_11.htm>

8 Dados coletados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira de 30 de novembro de 2009. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/censo/escolar/news09_11.htm>

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da universidade na geração de conhecimento na área, tendo em mente que os

pesquisadores profissionais não detêm o monopólio da pesquisa (Cochran-Smith,

1993).

Os resultados obtidos na presente dissertação podem provocar, também,

novas estratégias de como aguçar o interesse dos estudantes pela Matemática,

uma vez que serão apontados por eles mesmos se estão estimulados e

preparados para participar da OBMEP. Para Alves (2006), as competições

escolares, como estratégias de ensino, são menos exploradas no contexto

escolar por possuírem uma organização complexa trabalhosa. Com a expectativa

de tentar compreender opiniões e ações de quem participa da OBMEP, a

pesquisa conduz a novos conhecimentos que se tornarão públicos por diversos

meios, segundo Tardif e Zourhlal (2005).

Há também a necessidade de saber se a participação na OBMEP estimula

estudantes a buscar novos conhecimentos em Matemática. Segundo Nascimento

e Oeiras (2008), competições escolares como as Olimpíadas de Matemática são

atividades pedagógicas capazes de provocar desenvolvimento intelectual,

autonomia, estímulo ao trabalho individual ou mesmo em equipe, objetivando

aperfeiçoar conhecimento de natureza matemática.

Desta forma nosso interesse é analisar como a OBMEP pode estimular e

promover o estudo da Matemática entre os estudantes de escolas públicas, quais

as ações para a melhoria da qualidade da Educação Básica e que contribuições a

OBMEP oferece para o Ensino da Matemática.

Inserido nesse interesse é necessário definir a delimitação do problema de

pesquisa.

1.3 Delimitação do Problema

Como já foi dito, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas

Públicas foi inserida no cenário da educação brasileira há cinco anos pelo

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governo federal. Desde a primeira edição da competição, acompanho de maneira

direta ou indireta, ora atuando como colaborador9, ora corrigindo as avaliações,

ora como Professor da Escola Estadual, colaborando com a direção na

divulgação e na realização da avaliação da primeira fase da OBMEP.

No documento do programa da OBMEP, um dos desígnios da realização

do projeto como uma competição individual é a melhoria da qualidade da

educação pública, especialmente no Ensino da Matemática. Para isso, a

Comissão Organizadora dita em seu regulamento os objetivos que norteiam este

projeto:

1. estimular e promover o estudo da Matemática entre alunos das escolas

públicas;

2. contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Básica;

3. identificar jovens talentos e incentivar seu ingresso nas áreas científicas

e tecnológicas;

4. incentivar o aperfeiçoamento dos professores das escolas públicas,

contribuindo para a sua valorização profissional;

5. contribuir para a integração das escolas públicas com as universidades

públicas, os institutos de pesquisa e sociedades científicas;

6. promover a inclusão social por meio da difusão do conhecimento.

Nesse sentido entendemos que trabalhar com as apostilas “Banco de

Questões”, livros e revistas em um espaço da escola (sala ambiente) pode ser um

fator de estímulo à aprendizagem dos estudantes e de aprimoramento profissional

para o professor. Concordamos com Lorenzato (2006) quando diz que em a sala

ambiente pode-se estruturar, organizar, planejar e fazer o pensamento

matemático acontecer; entendemos que a utilização deste espaço físico pode

tornar a ambiente estimulante à aprendizagem. O autor ainda menciona que o

ambiente é um espaço que pode facilitar tanto ao estudante como ao professor –

____________ 9 Minha função era coordenar uma equipe de monitores para a aplicação da prova da segunda fase da OBMEP, reunindo apenas 5% de alunos de cada escola de uma determinada região de São Paulo da Zona Sul.

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com questionamentos, conjecturas, experimentação, análises e conclusão. Enfim,

um meio para o aprendizado.

A razão que promove o desenvolvimento da OBMEP é a Olimpíada de

Matemática e um dos resultados esperados é a promoção ao estudo da

Matemática entre estudantes e a contribuição para a melhoria da qualidade da

Educação, conforme aponta os objetivos da associação da OBMEP. Desta

maneira, nosso objetivo de estudo é a relação entre o estudante e a Olimpíada

Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. A questão que norteia nossa

pesquisa é:

A OBMEP estimula e promove o estudo da Matemática entre os alunos

da 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Padre Tiago Alberione,

localizada em São Paulo, e como a avaliação pode contribuir para a melhoria

da qualidade da Educação Básica?

Para tentar encontrar respostas à pergunta, focaremos nossa análise na

coleta de dados oriunda dos questionários respondidos pelos estudantes que

participam das Olimpíadas de Matemática. Empregamos em nossa pesquisa uma

abordagem qualitativa com 117 alunos da 3ª série do Ensino Médio da Escola

Estadual Padre Tiago Alberione, localizada na avenida Ângelo Cristianini, 1434,

CEP 04424 – 000, bairro Cidade Júlia em São Paulo. A instituição foi escolhida

por ser um dos ambientes educacionais nos quais o pesquisador leciona. Para

coletar as informações utilizaremos um questionário com questões abertas e

fechadas para elaborar um perfil do aluno pesquisado e compreender se as

respostas coletadas confrontam com os objetivos que estão propostos no

regulamento da OBMEP.

Desta forma, levantamos a seguintes hipóteses:

♦ A OBMEP consegue motivar o aluno a buscar conhecimentos

matemáticos e estes estímulos são suficientes para que melhore a

qualidade da Educação.

♦ As premiações da competição podem estimular o aluno a participar da

OBMEP.

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Concordamos com André (2005) quando menciona que tanto a coleta de

dados quanto à divulgação dos dados devem ser pautados por princípios éticos,

por respeito aos sujeitos, de modo que sejam evitados prejuízos aos

participantes. Mediante esta responsabilidade, agimos de maneira honesta e clara

com os nossos entrevistados.

Dentro desses princípios de moralidade, valores e crenças e realizando

recomendações de Fiorentini e Lorenzato (2006, p. 103) que “visa realizar uma

avaliação crítica a partir do confronto do que já foi pesquisada”, nossa aplicação

tem os seguintes objetivos:

♦ Investigar como ocorre o envolvimento da escola na realização da

OBMEP;

♦ Interpretar as contradições das respostas dadas pelos alunos – se

existirem – em relação ao que a Comissão Organizadora propõe no

“Objetivo da Olimpíada de Matemática”.

Para compreender a adequação metodológica conforme as características

da pesquisa a ser realizada, são necessárias conhecer as etapas e execução da

pesquisa de campo, conforme explica o próximo excerto do estudo. Sendo assim

no próximo capítulo passaremos a metodologia e procedimentos aplicados para a

realização da pesquisa.

1.4 Procedimentos Metodológicos

Para iniciar a avaliação do objeto de pesquisa e entender como a OBMEP

pode estimular o estudo da Matemática entre os alunos da 3ª série do Ensino

Médio da Escola Estadual Padre Tiago Alberione, localizada na periferia da zona

sul da cidade de São Paulo.

Com o princípio de analisar respostas coletadas na execução da pesquisa

e confrontá-las com o regulamento que rege a OBMEP, utilizamos a pesquisa

qualitativa para buscar respostas às situações-problema, técnica interpretativa

que visa decodificar e descrever os componentes de um sistema. Segundo

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NEVES (1996 apud CASTILLO, 2010), a pesquisa qualitativa “compreende um

conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a

decodificar os componentes de um sistema de significados”. A aplicação do

estudo será feita no local de origem dos dados, conforme explica NEVES (1996).

Isto é, trata-se do “ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador

como instrumento fundamental”.

Para obter um processo de reflexão e analise da realidade por meio da

utilização de métodos e técnicas para compreensão detalhada do objeto de

estudo em seu contexto histórico ou segundo sua estruturação – conforme aponta

a pesquisa qualitativa – a aplicação mais pertinente ao estudo é a criação de um

questionário é do tipo “misto”. Portanto, contou com uma combinação de questões

abertas e fechadas para dar a possibilidade ao aluno de discorrer

espontaneamente, em alguns casos, sobre o que é indagado. Segundo Fiorentini,

Lorenzato (2006, p. 117), trata-se de um questionário misto, “combinando parte

com perguntas fechadas e parte com perguntas abertas”. Com as respostas

coletadas, pode-se detectar de forma mais eficiente à atitude e opiniões do

pesquisado. Quando perguntados a respeito da motivação, as questões serão

abertas com o objetivo de encontrar respostas às situações-problema da

dissertação, já que fora desenvolvido um conjunto de categorias elaboradas pelo

pesquisador.

Com o princípio de buscar e coletar respostas dos estudantes; pensamos

na possibilidade de delimitar o universo de pesquisa para coletar informações

mais precisas. A escolha apesar de intencional - o que possa ser um viés do

estudo - esteve de pleno acordo com Minayo (1993), pois a pesquisa qualitativa

privilegiou os sujeitos sociais que detinham os atributos que pretendemos

conhecer.

Ao todo, foram oito questões direcionadas – para limitar e ter a

possibilidade de ter todas as respostas - ao corpus de pesquisa formado por 117

alunos. Houve a necessidade de trabalhar com um grupo selecionado

previamente que represente o aluno que participe da Olimpíada Brasileira de

Matemática das Escolas Públicas, forma eficiente de obter informações sobre

uma determinada realidade que importa conhecer. Logo, estabelecemos a criação

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de uma técnica experimental que busque orientar o planejamento da pesquisa,

formular hipóteses, coordenar investigações e, por fim, interpretar os resultados.

Optamos por cinco classes distribuídas em uma instituição para que

tenhamos a possibilidade de conhecer o universo delimitado da escola na disputa

da competição, além de identificar possíveis jovens com habilidades em

Matemática e visualizar como é possível incentivá-los para buscar conhecimento

e aprimoramento nas áreas científicas.

Aos alunos que aceitaram participar da pesquisa, foi entregue uma carta de

esclarecimento (Apêndice A), anexo ao questionário (Apêndice B), para

comprovar a autenticidade do estudo. Para a Comissão Organizadora da OBMEP,

foi enviada, por email, uma mensagem para que esclareça como podemos

acessar as notas dos alunos da segunda fase da OBMEP, divulgação na mídia

sobre a premiação (Apêndice C). À direção da Escola Estadual Tiago Alberione,

foi enviada uma carta – também por mensagem eletrônica - para que elucidem

sobre a premiação, mostrando se possível o relatório de desempenho dos alunos

que realizam as edições da OBMEP (Apêndice D). No entanto, não houve

respostas da associação que aplica as provas e da própria escola.

Na última etapa da pesquisa, reunimos os dados coletados do questionário

produzidos pelos alunos, categorizando as respostas para produzir uma análise

coletiva do que foi descrito, para chegar a uma conclusão. Por fim, comparamos

resultados com os objetivos do regimento da OBMEP.

No próximo capítulo apresentaremos a origem das Olimpíadas de

Matemática, a implantação das competições no Brasil, assim como um breve

histórico sobre algumas Olimpíadas Internacionais.

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CAPÍTULO 2

HISTÓRICO DAS OLIMPÍADAS

Iniciamos o capítulo apresentando o histórico sobre a origem das

Olimpíadas de Matemática como a Olimpíada Paulista do Estado de São Paulo –

OMESP, Olimpíada Paulista de Matemática – OPM, Olimpíada Brasileira de

Matemática – OBM e Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas –

OBMEP, em seguida mostraremos um breve histórico sobre as origens das

Olimpíadas de Matemática Internacionais.

2.1 Origem das Olimpíadas de Matemática

Segundo Sucupira (2008), o termo Olimpíada, assim como Matemática,

também remete à Grécia Antiga. A Matemática, como aponta o etnomatemático

Ubiratan D’Ambrosio (1990), universalizou-se ao se institucionalizar e integrar o

currículo escolar de quase todos os países que privilegiam o Ler, escrever e

contar.

A idéia de um evento esportivo no formato de Olimpíada aconteceu por

volta de 2 500 a.C, quando os gregos criaram na cidade de Olímpia uma

competição com o objetivo de realizar festivais em homenagens aos deuses,

sobretudo a Zeus (GULZMAN, 1992). Até então, a expressão olímpico não era

usada – o termo começa a ser designado como competição quase dois mil anos

depois, em 776 a.C., período em que os nomes dos vencedores começaram a ser

registrados. Ifitos, o rei de Ilia, fez uma aliança com Licurgo, monarca de Esparta,

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e Clístenes, rei da Pissa. O acordo foi selado no templo de Hera, no santuário de

Olímpia, surgindo assim o nome Olimpíadas, de acordo com Abrucio (2008).

Segundo Gulzman (1992), o acordo provocou uma ‘trégua sagrada’ na

Grécia enquanto havia a disputa dos Jogos – o que era respeitado à risca. Na

Guerra do Peloponeso, conflitos entre Atenas e Esparta, oponentes

interromperam o combate, competindo lado a lado e só após a declaração dos

vencedores olímpicos, resolveram a guerra. A vitória nos Jogos Olímpicos

consagrava o atleta e proporcionava a ele uma recepção de herói no retorno à

sua cidade de origem.

Após a disputa da primeira Olimpíada, ficou acertado que os Jogos seriam

realizados a cada quatro anos, durante os meses de julho ou agosto. Aos poucos,

o número de competições foi aumentando, até chegar a dez eventos no quinto

século antes de Cristo: corrida, pentatlo, arremesso de disco, salto em distância,

lançamento de dardo, luta, boxe, pancrácio, corrida de bigas e corrida de cavalos,

tudo em cinco dias. As pessoas que poderiam competir seriam homens gregos

considerados como cidadãos livres que nunca tivesse cometido assassinatos ou

outros crimes (GULZMAN, 1992).

O declínio da competição denominada de Jogos Olímpicos da Era Antiga

aconteceu em 456 a.C., quando os romanos invadiram e dominaram a Grécia. O

espírito original de integração foi, paulatinamente, deixado de lado e as disputas,

antes cordiais, passaram a ser encaradas como combates.

A última Olimpíada da Era Antiga foi disputada em 393 d.C., quando o

imperador Teodósio I proibiu a adoração aos deuses e cancelou os Jogos. Desde

776 a.C. foram realizados 293 Jogos.

Segundo Muller (2000), os Jogos Olímpicos da era moderna foram

realizados pela primeira vez em Atenas (Grécia), em 1896, por iniciativa do

pedagogo francês Pierre de Fredy, mais conhecido como barão de Coubertin.

A competição “Olimpíada da era moderna”, conhecida hoje como Jogos

Olímpicos é realizada de quatro em quatro anos, quando atletas de centenas de

países se reúnem em um determinado país sede escolhida pela sua comissão

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organizadora para disputarem um conjunto de modalidades esportivas (COLLI,

2004).

No mesmo período do início da competição esportiva, a Hungria organizou

a primeira Olimpíada de Matemática em 1894 para alunos do último ano da

escola secundária, (corresponde o Ensino Médio no Brasil), que não demorou a

ser disseminada pelo leste europeu e ao mundo. O evento tinha como objetivo

contestar e verificar a criatividade e o raciocínio matemático fez parte de uma

homenagem ao Ministro da educação do país, Jósef Kürschák, professor de

Matemática do Instituto Politécnico da Universidade de Budapeste e membro da

Academia de Ciências da Hungria (FERNANDES; OLIVEIRA, 2005). Berinde

(2004) ressalta, porém, que as competições matemáticas escolares – que não

eram designadas como Olimpíadas – já aconteciam em 1885, na cidade de

Bucareste, na Romênia. Cerca de setenta estudantes de uma escola primária

disputavam onze prêmios, atribuído a nove meninos e duas meninas.

A disputa estudantil húngara estimulou a criação em 1959 da primeira

Olimpíada Internacional de Matemática (International Mathematical Olympiad –

IMO); direcionada apenas aos alunos que, no Brasil, correspondem o Ensino

Médio.

Segundo Sucupira (2008), a primeira Olimpíada Internacional de

Matemática foi realizada na Romênia com participação de sete países comunistas

(Bulgária, Tchecoslováquia, Alemanha Oriental, Hungria, Polônia, Romênia e a

União Soviética). Segundo KENDEROV (2006), cada nação poderia levar oito

estudantes, acompanhado de dois professores. Hoje participam aproximadamente

90 países dos cinco continentes com mais de quinhentos alunos.

Os países que integram o corpo de nações da Olimpíada Internacional

começam a promover suas próprias Olimpíadas de Matemáticas nacionais, sendo

que alguns deles criaram Olimpíadas de Matemáticas nas províncias e cidades

(SILVA, 2004), como é o caso do Brasil.

A primeira Olimpíada de Matemática nacional brasileira surge em 1967, no

estado de São Paulo, com o Movimento da Matemática Moderna. Na época, a

competição buscava privilegiar o estímulo competitivo dos alunos, além de

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valorizar o ensino, de acordo com Burigo (1969). Doze anos depois, em 1979,

surge a Olimpíada Brasileira de Matemática.

2.2 Olimpíadas De Matemática No Brasil

Ressaltaremos quatro Olimpíadas de Matemática Nacionais em ordem de

criação: Olimpíada Paulista de Matemática, (primeira e segunda versão),

Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e, finalmente, a Olimpíada Brasileira

de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).

2.2.1 Olimpíada de Matemática do Estado de São Paulo – OMESP

Segundo Santander (2008), foi fundado em 1961 – durante o Movimento da

Matemática Moderna – o Grupo de Estudo do Ensino de Matemática (GEEM),

com apoio da Secretaria de Educação de São Paulo, com o objetivo de coordenar

e divulgar a introdução da Matemática Moderna na Escola Secundária.

O GEEM era presidido pelo Professor Osvaldo Sangiorgi10 e tinha como

docente colaborador o George Springer, que havia sido seu professor no Curso

de Verão da Universidade de Kansas.

Burigo (1989, p. 159) aponta que dentre muitas atividades propostas pelo

GEEM a de maior destaque foi a Olimpíada de Matemática do Estado de São

Paulo (OMESP), além de uma importante iniciativa de “divulgação da Matemática

Moderna em São Paulo realizada neste período, com o sentido da valorização do

ensino da Matemática e do trabalho de renovação desenvolvido em várias

escolas”.

____________ 10

Professor Osvaldo Sangiorgi teve uma grande participação no Movimento da Matemática Moderna no Brasil na década de 60.

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A primeira edição da OMESP foi realizada entre os meses de agosto e

outubro de 1967, no ginásio do Ibirapuera, na cidade de São Paulo. Segundo

Lima (2006), o GEEM, em convênio com a Chefia de serviço do Ensino

Secundário e Normal do Departamento de Educação de São Paulo, promoveu a

Olimpíada com o objetivo de incentivar competição no indivíduo e na equipe,

entre os alunos do Ensino Secundário do Estado de São Paulo, tanto das escolas

estaduais quanto das particulares e, de acordo com Burigo (1989), contou com

uma participação de mais 100 000 alunos.

Segundo Santander (2008), a segunda edição da Olimpíada de Matemática

do Estado de São Paulo (OMESP), promovida pelo GEEM, ocorreu no mês de

outubro de 1969 na cidade de São Paulo com cerca de 400 000 alunos

secundaristas, sendo que suas provas eram dissertativas e provas de teste com

questões de múltipla escolha.

Durante o movimento da Matemática Moderna, realizaram apenas duas

edições da OMESP e com sua extinção o estado de São Paulo ficou oito anos

sem Olimpíada de Matemática.

2.2.2 Olimpíada Paulista de Matemática – OPM

Por motivo do fracasso do Movimento da Matemática Moderna a Olimpíada

de Matemática do Estado de São Paulo (OMESP) foi extinta. Oito anos depois,

em 1977 surge a Olimpíada Paulista de Matemática idealizada em pelo Professor

Doutor Shigueo Watanabe, pesquisador e docente do Instituto de Física da

Universidade de São Paulo (USP).

Numa entrevista realizada em 2006 pela repórter da “Microsoft educação” o

Professor Shigueo afirmou que na primeira edição da Olimpíada Paulista de

Matemática, percebeu que deveria contribuir de alguma forma para que

estudantes de escolas públicas de baixa renda não parassem de estudar para

trabalhar, ampliando suas oportunidades profissionais. A solução encontrada foi

conceder bolsas de estudo para cinco estudantes por ano. "Continuem

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36

estudando, o futuro depende disso", concluiu o Professor Shigueo.11 “Eles são

importantes para o desenvolvimento científico e tecnológico do país”, acredita o

Professor Doutor Shigueo, que, aos 86 anos em 2010, não mede esforços para

ajudar os alunos a encontrarem seu caminho.12

A Olimpíada Paulista de Matemática (OPM) é um evento anual organizado

pela Associação Paulista de Olimpíada de Matemática (APOM) com o apoio do

Governo do Estado de São Paulo, Sociedade Brasileira de Matemática e a

Fundação Carlos Chagas. É uma competição individual aberta aos alunos das

Escolas Públicas (Estaduais, Municipais e Federais), realizada no estado de São

Paulo e seu objetivo é incentivar o aluno a estudar Matemática, descobrir novos

talentos e estimulá-lo para uma carreira científica.

Com mais de trinta anos de existência, a OPM já premiou com Medalhas

denominadas de Ouro, Prata ou Bronze para mais de 200 estudantes de

Instituições públicas e privadas do Estado de São Paulo e proporcionou

oportunidades de desenvolvimento13 profissional e pessoal e com a finalidade de

ampliar a divulgação do evento – elemento considerado imprescindível para um

número maior de participantes – criou-se uma associação denominada

Associação Paulista de Olimpíada de Matemática (APOM) sem fins lucrativos que

é regida pela legislação brasileira com sede na cidade de São Paulo.

A APOM propõe organizar a OPM, publicar material de preparação aos

alunos e professores sobre Olimpíadas por meio de livros, revistas ou meio

eletrônico, organizar capacitações para os alunos e professores por site, além de

apoiar a participação de alunos na Olimpíada Rioplatense, na Argentina, com

aulas, indicações bibliográficas e sites de Olimpíadas de Matemática

internacionais.

____________ 11

Ragazzi, Vivian. Olimpíada Paulista de Matemática: desafio e oportunidade para estudantes. Microsoft educação, Brasil, 29 de outubro de 2006. Disponível em: <http: //www.microsoft.com/brasil/educacao/parceiro/olimpiada.mspx > Acesso em: 20 jul. 2009.

12 SOFTWARE Olimpíada Paulista de Matemática: desafio e oportunidade para estudantes. Microsoft educação, Brasil, 27 de março de 2006. Disponível em: <http://www.microsoft.com/brasil/educacao/parceiro/opm.mspx> Acesso em: 20 jul. 2009.

13 Informação extraída do site: http://www.opm.mat.br/ >Acesso em 20 jul. 2009.

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37

A OPM é uma competição individual, aberta aos alunos de escolas públicas

e privadas do estado de São Paulo. Para inscrevê-los, é necessário que o colégio

indique um professor – preferencialmente de Matemática – que tenha um elo

oficial de comunicação com a Comissão Organizadora da OPM. Ele será o

representante da instituição para a disputa. Caso o aluno queira se inscrever sem

a representação de uma instituição escolar deve entrar em contato com a

Comissão Organizadora. Ainda poderão ser aceitos como participantes da OPM,

a critério da Comissão Organizadora, alunos de entidades escolares de outros

estados de Federação e Países.

A competição da OPM possui duas fases e é dividida em três níveis: nível

Alfa (alunos matriculados no 6º e 7º ano do Ensino Fundamental), nível Beta

(alunos matriculados no 8º e 9º ano do Ensino Fundamental) e nível Gama

(alunos da primeira e segunda série do Ensino Médio).

As provas da primeira fase da OPM são elaboradas pela Comissão

Organizadora e estas deverão ser aplicadas e corrigidas pelos professores de

cada unidade escolar, onde não há limite para o número de inscrição de alunos

nesta fase, sendo que esta ocorre em agosto e consiste em cinco questões

dissertativas. Caso ocorra empate em quaisquer umas das categorias de

Medalhas, a Comissão Organizadora poderá oferecer mais Medalhas

denominadas de Ouro, de Prata ou de Bronze.

O professor responsável pela inscrição dos alunos de cada escola

participante enviará por mensagem eletrônica o Relatório de Desempenho dos

Alunos a Comissão Organizadora que irá analisar e então divulgará em seu site a

lista de convocação dos alunos para a fase final.

A avaliação final da OPM será elaborada e corrigida pela Comissão

Organizadora e terá cinco questões dissertativas. A prova é realizada no instituto

de Física da USP na primeira quinzena de novembro com aproximadamente 600

alunos. Nesta etapa cada escola poderá participar com no máximo cinco alunos

de cada nível. A correção das provas da fase final é realizada no mesmo dia no

Instituto de Física da USP e corrigida pela Comissão Organizadora. A cerimônia

de premiação é realizada no mesmo dia da Fase Final, a partir das 16 h 30 min na

cidade de São Paulo.

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38

A premiação ocorre da mesma maneira que a Olimpíada Brasileira de

Matemática (OBM) e Olimpíada internacional de Matemática (IMO) – são

oferecidos prêmios aos alunos que obtiverem as maiores pontuações finais.

Esses prêmios são chamados de Medalhas de Ouro, Medalhas de Prata e

Medalhas de Bronze e as quantidades de Medalhas oferecidas atenderão

aproximadamente a proporção 1:2:3 e também serão oferecidas Menções

Honrosas a critério da banca de correção de provas. A Comissão Organizadora

da Olimpíada Paulista de Matemática mantêm os mesmos conteúdos propostos

pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para as avaliações das duas fases nos

três níveis e os conteúdos de anos anteriores poderão ser incluídos nas provas de

diferentes fases e de diferentes níveis.

Segundo a entidade responsável pela competição14, a participação de

alunos paulistas em cada edição da Olimpíada de Matemática é expressiva, cerca

de 1 000 escolas e 45 000 alunos inscrevem-se anualmente para esta

competição. A aplicação das avaliações ganhou amplitude e importância, tanto

que, desde 2006, instituições de ensino de Portugal participam do evento.

2.2.3 Olimpíada Brasileira de Matemática – OBM

Em 1979, a Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) organizou a

primeira Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM). Desde então, a OBM sofre

mudanças em seu formato, porém mantém a sua idéia central de estimular o

estudo da Matemática pelos alunos, de desenvolver e aperfeiçoar a capacitação

dos professores, de influenciar na melhoria do ensino, além de descobrir jovens

talentos.15

Segundo a OBM (2009) as diversas mudanças foram as seguintes:

� em 1979 – Primeira Olimpíada Brasileira de Matemática.

____________ 14

Informações disponíveis em < http://www.opm.mat.br/>. Acesso em 21 jul. 2009. 15

Informações extraídas do site http://www.obm.org.br/opencms/quem_somos/breve_historico/. Acesso em 21 jul. 2009.

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39

� em 1991 a OBM possuía dois níveis:

� Junior para estudantes com no máximo 15 anos completados em

1991;

� Sênior para estudantes cursando o ensino médio.

� em 1992 a OBM possuía duas fases:

� a primeira fase a prova continha vinte e cinco questões de múltiplas

escolhas;

� a segunda fase a prova era realizada em dois dias com três

problemas para cada dia;

� o nível Junior passa a ser para estudantes que cursava até a 8ª serie.

� em 1993 a segunda fase do Nível Junior volta a ser como era, em um

único dia com cinco problemas.

� em 1995 o Nível Junior volta a ser como era antes, para estudantes de

até 15 anos.

� em 1998 a OBM passa a possuir três níveis e três fases:

� nível I para estudantes de 5ª e 6ª série;

� nível II para estudantes de 7ª e 8ª série;

� nível III para estudantes do Ensino Médio.

� primeira e a segunda fase serão realizadas nas Escolas cadastradas;

� primeira fase com vinte ou vinte e cinco questões de múltipla escolha;

� segunda fase com seis questões abertas;

� terceira fase com cinco questões para os Níveis I e II e seis questões

para o nível I em dois dias.

� em 1999 as provas do Nível II na fase final passam a ser realizadas em

dois dias.

� em 2001 foi criado o Nível Universitário com duas fases.

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40

A OBM é um evento anual organizado pela Sociedade Brasileira de

Matemática com a cooperação o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA)

com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPq), Academia Brasileira de Ciências e Instituto do Milênio – Avanço Global e

Integrado da Matemática Brasileira (IM – AGIMB)16.

Em 1979, a Sociedade Brasileira de Matemática e o IMPA desenvolveram

um projeto que pretende contribuir para a melhoria do ensino de Matemática no

Brasil utilizando as Olimpíadas como mecanismo propagador.

Para atingir os objetivos das ações estabelecidas no projeto, as entidades

receberam apoio do CNPq, como uma secretaria para centralizar atividades

olímpicas e a criação da Revista Eureka17 visando estabelecer um estreito

relacionamento com os alunos e escolas objetivando divulgar informações

importantes e atividades preparatórias para Olimpíadas. Também foi criada a

Associação da Olimpíada Brasileira de Matemática (AOBM) sem fins lucrativos e

para fins não econômicos que será regida pela legislação brasileira com sede na

cidade do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro.

A AOBM18 propõe organizar a Olimpíada Brasileira de Matemática,

promover competições similares em caráter nacional e internacional, publicar

material de preparação aos alunos e professores sobre Olimpíadas por meio de

livros, revistas e site, organizar capacitações para os alunos e professores, além

de apoiar a participação de alunos em competições internacionais e organizar

eventos.

Aos professores, há cursos de aperfeiçoamento na cidade do Rio de

Janeiro para profissionais de diversas regiões do país, um site com um vasto

banco de problemas e uma biblioteca especializada localizados na sede no IMPA

para capacitações dos alunos.

____________ 16

Para maiores informações sobre (IM – AGIMB) consulte o site: http://milenio.impa.br/ 17

Revista Eureka é responsável por artigos relevantes na preparação dos estudantes para a Olimpíada Brasileira de Matemática em seus diversos níveis e para várias olimpíadas de caráter internacional das quais o Brasil participa. Acesso em 15 jul. 2009.

18 Informação extraída do site: http://www.obm.org.br/ Acesso em 20 jul. 2009

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41

A OBM é uma competição aberta aos estudantes de escolas públicas e

privadas do Brasil com a participação de aproximadamente de 350 000 alunos. O

estudante pode participar por intermédio de sua escola nomeando um professor

representante que seja um elo oficial de comunicação com a comissão

organizadora da OBM. Caso o estudante queira se inscrever sem a participação

de sua escola poderá entrar em contato com o Coordenador Regional ou com a

Secretaria da OBM no IMPA.

A competição da OBM possui três fases que é dividida em três níveis; nível

1 aos alunos matriculados no 6º e 7º ano do Ensino Fundamental quando da

realização da primeira fase da OBM; nível 2 aos alunos matriculados no 8º e 9º

ano do Ensino Fundamental quando da realização da primeira fase da OBM ou

que tenha concluído o Ensino Fundamental menos de um ano antes, não tenha

ingressado no Ensino Médio até a data da realização da primeira fase da OBM;

nível 3 aos alunos matriculados em qualquer série do Ensino Médio quando da

realização da primeira fase da OBM ou que, tendo concluído o Ensino Médio

menos de um ano antes, não tenham ingressado em curso de nível superior até a

data de realização da primeira fase da OBM. Há também o Nível Universitário,

avaliação dividida em duas fases para alunos que não tenham concluído qualquer

curso superior.

Para os níveis 1, 2 e 3, as provas da OBM são realizadas em três fases –

sendo que a primeira fase é realizada no primeiro semestre, a segunda e a

terceira fase no segundo semestre. Para o Nível Universitário, a avaliação é

realizada no segundo semestre coincidindo em dia e horário com a segunda e

terceira fase dos níveis 2 e 3.

A prova da primeira fase para os três níveis é de múltipla escolha com 25

questões, realizada na própria escola e tempo máximo para resolvê-la é de três

horas. A prova da segunda fase, para os três níveis, é mista (avaliações

dissertativas e em testes) realizada nas escolas que enviaram o relatório da

primeira fase, o tempo máximo para resolvê-la é de quatro horas e trinta minutos.

A prova da terceira fase é realizada numa escola determinada pelo Coordenador

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Regional19. Para o nível 1, a prova é discursiva com cinco problemas com tempo

máximo para resolvê-la é de quatro horas e trinta minutos e para os níveis 2 e 3

as provas são discursivas realizadas em dois dias consecutivos com três

problemas em cada dia com tempo máximo para resolvê-la é de quatro horas e

trinta minutos em cada dia.

A prova da primeira e segunda fase do Nível Universitário é discursiva com

seis problemas que tem duração máxima de quatro horas e trinta minutos

aplicada no mesmo dia e horário da segunda e terceira fase dos níveis 1, 2 e 3.

A premiação ocorre da mesma maneira que a Olimpíada internacional de

Matemática (IMO) – são oferecidos prêmios aos estudantes que obtiverem as

maiores pontuações finais. Esses prêmios são concedidos como Medalhas

chamadas de Ouro, Medalhas de Prata e Medalhas de Bronze e as quantidades

de Medalhas oferecidas atenderão aproximadamente a proporção 1:2:3; também

são feitas Menções Honrosas a critério da banca de correção de provas. Caso

ocorra empate em quaisquer das categorias de Medalhas, a Comissão

Organizadora poderá oferecer mais Medalhas denominadas de Ouro, de Prata e

de Bronze que as previstas na proporção 1:2:3. A cerimônia de premiação da

OBM coincide com a reunião anual da Comissão Nacional de Olimpíada de

Matemática, durante a realização da Semana Olímpica.20

A Convocação para as Olimpíadas Internacionais é realizada nesta

“Semana Olímpica”, onde são selecionados os estudantes que formarão as

equipes brasileiras que representando o Brasil nas seguintes competições:

• Olimpíada de Matemática do Cone Sul será representada por quatro

estudantes com até 16 anos;

• Olimpíada Iberoamericana de Matemática (OIM) será representada por

quatro estudantes com até 18 anos;

____________ 19

Os Coordenadores Regionais são professores - em sua maioria universitário - escolhidos para representar a OBM nos diversos Estados brasileiros e são responsáveis pelo apoio às escolas de sua região nas diversas fases da Olimpíada.

20 A Semana Olímpica é uma atividade realizada desde 1998 na segunda dezena no mês de janeiro do ano seguinte da OBM com a finalidade de reunir os estudantes contemplados para receber suas Medalhas e para participar de uma capacitação intensiva junto a uma equipe de professores de diversas partes do país.

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• Olimpíada Iberoamericana de Matemática Universitária será

representada por qualquer número de estudantes;

• Olimpíada Internacional de Matemática (IMO) será representada por seis

estudantes do Ensino Médio com até 19 anos;

• Olimpíada Internacional de Matemática para Estudantes Universitários

(OIMU) será representada por uma equipe de uma Universidade

formada por um professor líder21 e quatro estudantes.

A formação da equipe brasileira de Matemática para as competições

Internacionais será formada por estudantes premiados pela OBM com Medalhas

chamadas de Ouro, Prata, Bronze e Menções Honrosas do ano imediatamente

anterior ao processo seletivo. Outra possibilidade é a solicitação de inclusão no

processo seletivo para a IMO, OIM e Olimpíada de Matemática do Cone Sul para

aqueles estudantes que foram premiados em anos anteriores pela OBM em

qualquer umas das premiações de Medalhas, porém é de responsabilidade da

Comissão Encarregada da Seleção, decidir a inclusão ou não deste aluno.

A Comissão Encarregada da Seleção (CES) é responsável pela formação

das equipes brasileiras para as competições internacionais de Matemática e pela

elaboração de um documento com a classificação e pontuação dos resultados da

OBM; provas de seleção e listas de capacitação dos estudantes que pleiteiam

participar das Olimpíadas Internacionais. Este documento será enviado com uma

sugestão de equipe para julgamento da Comissão da Olimpíada que pode

aconselhar modificações.

2.2.4 Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas - OBMEP

A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) é

promovida pelo governo federal desde 2005 pelo Ministério da Educação e

Ministério da Ciência e Tecnologia, em parceria com o Instituto de Matemática

____________ 21

Professor líder é o elo oficial de comunicação com a comissão organizadora da OIMU e a equipe da Universidade.

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Pura e Aplicada (IMPA) e a Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), sendo os

dois últimos responsáveis pela Direção Acadêmica.

Segundo a OBMEP, em 2009, ano da quinta edição da competição, mais

de 19 milhões de alunos inscritos realizaram a primeira fase. A cada edição

observa-se um número cada vez maior de escolas e estudantes participantes,

como mostra a tabela 1.

Tabela 1 – Inscrições das cinco primeiras edições da OBMEP – 1ª fase

Ano 2005 2006 2007 2008 2009

Número de escolar 31 030 32 655 38 450 40 377 43 654

Nº de alunos inscritos 10 520 831 14 181 705 17 341 732 18 326 029 19 198 710

% de municípios 93,5% 94,5% 98,1% 98,7% 99%

Fonte: Dados do site da OBMEP 2009

O número de estudantes participantes desse programa é expressivo

quando comparado às outras avaliações educacionais existentes no país e no

mundo (Fuvest, Enem, Saresp, Prova Brasil, OBM, Concurso Canguru sem

fronteiras22 etc.), – é considerado o maior concurso realizado entre os estudantes

de escolas públicas do país. Os sucessivos recordes de participação fazem da

OBMEP a maior Olimpíada de Matemática do mundo23. Segundo o Censo Escolar

de 200924, do total de alunos matriculados em todo o país, 45 270 710 estão em

escolas públicas (86,1%) e 7.309.742 estudam em escolas da rede privada

____________ 22

Na década de 1980, Peter O’holloran um professor de Matemática em Sydnei, criou um novo tipo de jogo em escolas australianas. Este jogo consiste num questionário de múltipla escolha corrigida por computador. Em 1991, dois franceses, André Deledicq et Jean Pierre Boudine decidiram iniciar a competição na França com o nome “Canguru” para homenagear os amigos australianos, Com enorme sucesso e atraindo a atenção dos países vizinhos, então foi criado o “Canguru sem fronteiras”. Atualmente, a associação conta com representantes de 42 países e mais de cinco milhões de participantes em todo mundo. Informação extraída dos site: http://www.obm.org.br/opencms/competicoes/internacionais/canguru-matematico.html e http://www.math-ksf.org/index.php?menu=histo. Acesso em 27 jul. 2010.

23 Informações extraídas do site da OBMEP: http://obmep2009.obmep.org.br/apresentacao.html. Data do acesso: 20 jul. 2009.

24 Dados coletados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira de 30 de nov. de 2009. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/censo/escolar/news09_11.htm>

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45

(13,9%). As redes municipais são responsáveis por 24.315.309 matrículas (46,2%

do total).

O evento é dirigido aos estudantes do Ensino Fundamental e Médio de

Escolas Públicas municipais, estaduais e federais que concorrem a prêmios os

estudantes que conseguirem o maior número de pontos nas avaliações, os

professores destes estudantes, as escolas e as Secretarias de Educação. Esta

premiação baseia-se exclusivamente no resultado das provas da segunda fase.

As notas da primeira fase não serão utilizadas na classificação final.

A OBMEP, em seu regulamento, descreve os seguintes objetivos: estimular

e promover o estudo da Matemática entre alunos de escolas públicas; contribuir

para a melhoria da qualidade da Educação Básica; identificar jovens com

habilidades em Matemática e incentivar seu ingresso nas áreas científicas e

tecnológicas; incentivar o aperfeiçoamento dos professores das escolas públicas,

contribuindo para a sua valorização profissional; contribuir para a integração das

escolas públicas com as Universidades Públicas, os institutos de pesquisa e

sociedades científicas; e por fim promover a inclusão social por meio da difusão

do conhecimento.

Segundo o Ministério da Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia, a

OBMEP é um projeto que cria um ambiente estimulante para o estudo da

Matemática entre estudantes e professores de todo o país com o compromisso de

afirmar a excelência como valor maior no ensino público. Suas atividades

mostram a importância da Matemática para o futuro dos jovens e para o

desenvolvimento do Brasil.

A OBMEP é realizada em duas fases. Na primeira, todas as escolas

públicas do país podem inscrever voluntariamente e participar com seus

estudantes nos três níveis. As provas desta edição são objetivas e contém 20

questões de múltipla escolha, que são realizadas e corrigidas pelos próprios

professores da escola. O tempo máximo para resolvê-la é de duas horas e trinta

minutos e a escola deve encaminhar para a Coordenação Geral da OBMEP

somente 5% dos estudantes que conseguiram a maior pontuação para ter o

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46

direito em participar na segunda fase da Olimpíada. Não serão classificados

estudantes com nota 0 (zero) na primeira fase25. A prova da segunda fase se

caracteriza pela aplicação de prova discursiva (seis questões) e o tempo máximo

para resolvê-la é de três horas em locais designados pela Comissão

Organizadora.

Os estudantes participantes serão divididos em três níveis, de acordo com

sua escolaridade: nível 1 – estudantes matriculados no 6º e 7º ano do Ensino

Fundamental, no ano letivo correspondente ao da realização das provas; nível 2 –

estudantes matriculados no 8º e 9º ano do Ensino Fundamental, no ano letivo

correspondente ao da realização das provas.nível 3 – estudantes matriculados em

qualquer série do Ensino Médio, no ano letivo correspondente ao da realização

das provas.

Dentre as realizações da OBMEP, destacam-se a produção e distribuição

de material didático; o estágio dos Professores premiados, um momento de

reconhecimento à competência e dedicação desses profissionais, o Programa de

Iniciação Científica Jr. (PIC) foi criado pelo CNPq para motivar os jovens na

escolha profissional por carreiras científicas e tecnológicas e é dirigido aos

estudantes contemplados com Medalhas denominadas de Ouro, Prata e Bronze

da OBMEP estudem Matemática por um ano, com bolsa de estudos do Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); o Programa de

Iniciação Científica – Mestrado (PICME), para os estudantes contemplados com

Medalhas denominadas de Ouro, Prata e Bronze da OBMEP que estejam

cursando graduação com bolsas do CNPq (IC) e CAPES (Mestrado); a

Preparação Especial para Competições Internacionais (PECI).

Direcionada a aproximadamente trinta estudantes contemplados com

Medalhas denominadas de Ouro selecionado pelas suas habilidades e

competências em Matemática; o programa de iniciação Científica visa prepará-los

para participação de competições internacionais de Matemática; a mobilização de

Coordenadores Regionais para a realização de atividades como seminários com

professores, cerimônias de premiação e encontros com diretores de escolas; os

____________ 25

Informações extraídas do site: http://www.obmep.org.br/. Acesso em 15 abr. 2010.

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47

encontros dos estudantes contemplados com Medalhas denominadas de Ouro da

OBMEP.

Segundo a OBMEP o Programa de Iniciação Científica (PIC – OBMEP) é

dirigido aos estudantes contemplados com Medalhas denominadas de Ouro,

Prata e Bronze que tem como objetivo despertar nos estudantes o gosto pela

Ciência, motivar os estudantes na escolha profissional pelas carreiras científicas e

tecnológicas, aprofundar o seu conhecimento matemático, estimular autonomia no

estudo e nos processos de aprendizagem, incentivar o aprimoramento

matemático dos professores e aproximar escolas e universidades.

Segundo a OBMEP, a competição premiará estudantes, professores,

escolas e secretarias de educação. Essa premiação baseia-se exclusivamente no

resultado das provas da segunda fase que serão distribuídas para as escolas

municipais, estaduais e federais da seguinte forma: a premiação para os

estudantes totaliza 500 (quinhentas) Medalhas denominadas de Ouro, sendo que

200 (duzentas) Medalhas para o nível 1, 200 (duzentas) Medalhas para o nível 2

e 100 (cem) Medalhas para o nível 3; 900 (novecentas) Medalhas denominadas

de Prata, que 300 (trezentas) Medalhas para o nível 1, 300 (trezentas) Medalhas

para o nível 2 e 300 (trezentas) Medalhas para o nível 3; 1800 (mil e oitocentas)

Medalhas denominadas de Bronze, sendo que 15 (quinze) alunos – 5 (cinco) de

cada nível – de escolas municipais e estaduais que obtiverem as primeiras

colocações em sua respectiva Unidade da Federação (UF), que são 27 (vinte e

sete), totalizando 415 (quatrocentas e quinze) Medalhas denominadas de Bronze.

Os estudantes de escolas municipais estaduais e federais que obtiverem

as 465 (quatrocentas e sessenta e cinco) maiores pontuações, em cada um dos

três níveis, a partir do 501º lugar da classificação nacional para os níveis 1 e 2 e a

partir do 401º lugar da classificação nacional para o nível 3, excluídos os 405

(quatrocentas e cinco) Medalhas distribuídas anteriormente, totalizando 1395 (mil

trezentos e noventa e cinco) Medalhas denominadas de bronze. Além disso,

serão concedidos certificados de Menção Honrosa a até 30.000 alunos, que não

forem contemplados com as Medalhas denominadas de Ouro, Prata e Bronze.

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48

A premiação aos professores está vinculada à premiação dos seus alunos,

sendo que serão premiados apenas 127 (cento e vinte e sete) professores de

Matemática com placa de homenagem e uma coleção de livros.

Para a existência da premiação ao professor de Matemática, a OBMEP

desenvolveu os seguintes critérios: 5 (cinco) pontos para cada estudante

premiado com Medalhas denominada de Ouro, 4 (quatro) pontos para cada

estudante premiado com Medalhas denominada de Prata, 3 (três) pontos para

cada a estudante premiado com Medalhas denominada de Bronze e 1 (um) ponto

para cada estudante premiado com Menção Honrosa.

A premiação para os 127 (cento e vinte e sete) professores será distribuída

da seguinte maneira: 2 (dois) professores de escolas municipais e estaduais de

cada UF serão contemplados que obtiverem a maior pontuação em sua UF,

perfazendo um total de 54 (cinquenta e quatro) professores; 46 (quarenta e seis

professores) de escolas: municipais e estaduais que obtiverem a maior números

de pontos na classificação nacional, independente da UF, excluídos dos 54

(cinquenta e quatro) já premiados e 27 (vinte e sete) professores de escolas

federais, um para cada UF, com o maior número de pontos dentre os professores

das escolas federais de sua UF.

A premiação para as escolas está vinculada à premiação de seus alunos,

sendo que serão premiados 100 (cem) escolas com um kit de material esportivo,

e livros/vídeos para a composição de uma biblioteca básica em Matemática e

Ciências.

O critério para premiação da escola de cada estudante premiado receberá

pontos de acordo com os seguintes critérios; 5 (cinco) pontos para cada

estudante premiado com Medalhas denominada de Ouro, 4 (quatro) pontos para

cada estudante premiado com Medalhas denominada de Prata, 3 (três) pontos

para cada estudante premiado com Medalhas denominada de Bronze e 1 (um)

ponto para cada estudante premiado com Menção Honrosa.

Das 100 (cem) escolas premiadas, 81 (oitenta e uma) escolas municipais

ou estaduais, sendo que 3 (três) para cada UF que alcançarem o maior número

pontos em suas respectivas UF’s e 19 (dezenove) escolas municipais ou

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49

estaduais que obtiverem a maior pontuação nacional independentemente da UF,

excluídas as das 81 (oitenta e uma) escolas já premiadas. O prêmio não é

concedido caso a escola já tenha sido premiada em edições anteriores, recebe

então, um troféu alusivo à sua premiação.

A premiação para as Secretarias de Educação está vinculada à pontuação

de suas respectivas escolas municipais e estaduais inscritas na segunda fase,

obedecendo ao seguinte critério; a pontuação de cada secretaria municipal de

educação é a média aritmética dos pontos obtidos por todos as suas escolas

municipais a ela vinculadas, inscritas na segunda fase e serão concedidos, em

cada UF, troféus às 2 (duas) secretarias municipais que obtiverem maior

pontuação em sua respectiva UF, totalizando 52 (cinquenta e duas) secretarias

municipais.

A pontuação de cada secretaria estadual de educação é a média aritmética

dos pontos obtidos por todos as escolas estaduais a ela vinculadas, inscritas na

segunda fase e serão concedidos, em cada UF, troféus às 5 (cinco) Secretarias

Estaduais de Educação, sendo uma por cada região geográfica que obtiverem

maior pontuação em sua região geográfica (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e

Centro-Oeste).

A Direção Acadêmica da OBMEP é responsável pela elaboração de

planejamento e organização do projeto, elaboração das questões, das instruções

de aplicação e dos gabaritos das provas e seu envio aos locais onde estas serão

realizadas, da organização e encaminhamento das informações sobre os

resultados da primeira e segunda fase enviados pelas escolas, assim com da

correção e divulgação dos resultados.

2.3 Olimpíadas de Matemática Internacionais

Abordaremos apenas algumas das Olimpíadas de Matemática

Internacional em que o Brasil tem-se destacado e marcado a presença com a

conquista de várias Medalhas: Olimpíada Rioplatense de Matemática, Olimpíada

de Matemática do Cone Sul, Olimpíada Iberoamericana de Matemática,

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50

Olimpíada Iberoamericana de Matemática Universitária, Olimpíada de Maio,

Olimpíada Internacional de Matemática, Olimpíada Internacional de Matemática

para Estudantes Universitários.

2.3.1 Olimpíada Rioplatense de Matemática

A Olimpíada Rioplatense de Matemática26 é uma Olimpíada de Matemática

realizada apenas na Argentina e sua primeira edição foi realizada em 1992. É

uma competição internacional realizada com um seleto grupo de países, dentre os

quais, Argentina, Brasil (do Brasil são convidados apenas os estados de São

Paulo e Ceará), Chile, Colômbia, Equador, Espanha, México, Paraguai, Peru,

Uruguai e Venezuela.

Anualmente os estudantes premiados com Medalhas na Olimpíada Paulista

de Matemática são convidados a participar do processo de seleção da equipe que

irá representar o Brasil na Olimpíada Rioplatense de Matemática que é realizada

em Buenos Aires, Argentina na primeira quinzena do mês de dezembro do

mesmo ano, com a participação de vários países da América latina.

A competição da Olimpíada Rioplatense de Matemática é dividida em três

categorias; nível A para estudantes matriculados no 6º e 7º ano do Ensino

Fundamental, nível 1 para estudantes matriculados no 8º e 9º ano do Ensino

Fundamental e nível 2, para estudantes da primeira e segunda série do Ensino

Médio.

A comissão Organizadora da Olimpíada Rioplatense de Matemática

elabora duas avaliações, sendo que cada uma delas possui três questões

dissertativas e o tempo máximo para resolvê-la é de três horas e trinta minutos

aplicadas em dias diferentes.

A equipe brasileira é um dos grandes destaques na América do Sul,

conquistando muitas Medalhas; nos últimos quatro anos conquistou 3 (três)

____________

26 Informação extraída do site: http://www.opm.mat.br/premiados/rioplatense2009.php. Acesso em 02 mai. 2010.

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51

Medalhas denominadas de Ouro, 12 (doze) Medalhas denominadas de Prata e 20

(vinte) Medalhas denominadas de Bronze.

2.3.2 Olimpíada de Matemática do Cone Sul

A primeira Olimpíada de Matemática do Cone Sul27 foi realizada em 1988

no Uruguai, sendo que esta é uma competição realizada anualmente para os

estudantes dos países da América do Sul, como Argentina, Bolívia, Brasil, Chile,

Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.

A equipe dos países é formada por quatro estudantes que não tenha

completado 16 anos até 31 de dezembro do ano imediatamente anterior à

celebração da Olimpíada de Matemática.

A equipe brasileira é formada por meio de um processo de seleção, em que

todos os estudantes premiados com Medalhas denominadas de Ouro, Prata,

Bronze e Menções Honrosas na OBM do ano anterior ao processo de seleção e

os estudantes que tem sido contemplados com Medalhas em edições anteriores

da OBM podem pedir para serem incluídos no processo de seleção, porém

caberá à comissão de olimpíadas decidir se aceita o pedido ou não.

A comissão encarregada da seleção da equipe brasileira (ou delegação brasileira)

para competições internacionais (CES) deve elaborar “rankings” com a

classificação e pontuação de todos os estudantes participantes do processo em

cada um dos seguintes eventos: Resultado na OBM; Provas de seleção; Listas de

treinamento.

Cabe ao CES enviar essas informações com sugestões de equipe para

apreciação pela Comissão de Olimpíadas, que pode aprová-la ou sugerir as

modificações que considerar adequadas. Caso CES e Comissão de Olimpíadas

não entrem em acordo, a Comissão de Olimpíadas tem a “última palavra”. Depois

da definição da equipe, a CES enviará para todos os participantes do processo de

____________ 27

Informação extraída do site: http://www.obm.org.br/opencms/competicoes/internacionais/olimp_conesul.html. Acesso em 02 mai. 2010

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52

seleção uma carta com os resultados de Provas de seleção e Listas de

treinamento.

A CES e a Comissão de Olimpíadas podem, se julgarem conveniente, levar

em consideração os resultados dos estudantes em Olimpíadas de Matemática de

edições anteriores ou em provas de seleção e listas de preparação para outras

olimpíadas, como Olimpíada Iberoamericana de Matemática (OIM) e a Olimpíada

Internacional de Matemática (IMO).

A equipe brasileira participa desta competição desde a primeira edição em

1988 no Uruguai, desde então a equipe já conquistou 19 (dezenove) Medalhas

denominadas de Ouro, 27 (vinte e sete) Medalhas denominadas de Prata e 27

(vinte e sete) Medalhas denominadas de Bronze.

2.3.3 Olimpíada Iberoamericana de Matemática

A primeira Olimpíada Iberoamericana de Matemática28 (OIM) foi realizada

em 1985 na Colômbia, sendo que esta é uma competição realizada anualmente

para os estudantes dos países da América Latina, Espanha e Portugal e é

patrocinada pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação,

Ciência e Cultura.

A equipe dos países é formada por quatro estudantes que não tenha

completado 18 anos até 31 de dezembro do ano imediatamente anterior à

celebração da Olimpíada e não tenha participado em duas OIM’s em anos

anteriores.

O processo de seleção para participar da Olimpíada Iberoamericana de

Matemática é o mesmo da Olimpíada de Matemática do Cone.

A equipe brasileira participa desta competição desde a primeira edição em

1985 na Colômbia, desde então a equipe já conquistou 48 (quarenta e oito)

____________ 28

Informação extraída do site: http://www.obm.org.br/opencms/competicoes/internacionais/olimp_iberoamericana.html. Acesso em 02 mai. 2010

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53

Medalhas denominadas de Ouro, 30 (trinta) Medalhas denominadas de Prata e 10

(dez) Medalhas denominadas de Bronze e em 1990 na Espanha Carlos Gustavo

T. de A. Moreira conquista o prêmio Hors Concours.

2.3.4 Olimpíada Iberoamericana de Matemática Universitária

A primeira Olimpíada Ibero-Americana de Matemática Universitária29

(OIMU) foi realizada em 1998 na Colômbia, sendo que esta é uma competição

realizada anualmente para os estudantes dos países da Argentina, Brasil,

Colômbia, Cuba, Espanha, Equador, México, Venezuela e participação não oficial

de Nova Zelândia e Rússia.

A equipe dos países participantes será formada por qualquer número de

estudantes de graduação matriculados em Universidades e não possuir título

Universitário ou equivalente. A organização do OIMU é de responsabilidade do

país participante que será realizada no primeiro sábado de outubro de cada ano

que consta de uma única prova com sete problemas e o tempo máximo para

resolvê-la é de cinco horas.

A equipe brasileira participa desta competição desde a primeira edição em

1998, desde então a equipe brasileira já conquistou 11 (onze) Medalhas

denominadas de Ouro, 20 (vinte) Medalhas denominadas de Prata e 40

(quarenta) Medalhas denominadas de Bronze e 32 (trinta e duas) Menções

Honrosas.

2.3.5 Olimpíada de Maio

Olimpíada de Maio é uma competição internacional de conhecimento de

matemática realizada anualmente sempre no mês de maio para os estudantes

dos países da América Latina, Espanha e Portugal desde 1995, patrocinada pelo

____________ 29

Informação extraída do site: http://www.obm.org.br/opencms/competicoes/internacionais/oimu.html . Acesso em 02 mai. 2010

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54

Centro Latino-americano de Matemática e Informática (CLAMI) e pela Federação

de Competições de Matemática e suas avaliações serão enviadas para a

Comissão Organizadora na Argentina para uma classificação final.

A Olimpíada de Maio30 é uma competição realizada para os estudantes das

delegações da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Peru e

Uruguai que tem como objetivo possibilitar a troca de conhecimentos e reforçar os

contatos culturais entre diversas nações latino-americanas e suas avaliações são

realizadas em dois níveis: nível 1 e para estudantes de com idade até treze anos;

nível 2 e para estudantes de com idade maior que ou igual a treze anos e menor

que quinze anos.

No processo de seleção para formação da equipe brasileira para ingressar

a competição da Olimpíada de Maio, o estudante terá que ser premiado pela

Olimpíada Brasileira de Matemática com a Medalha denominada de Ouro, Prata,

Bronze, Menções Honrosas ou tenha sido indicado pelo próprio Coordenador

Regional. O Brasil só começou a participar da Olimpíada de Maio em 1997 na sua

terceira edição.

A comissão Organizadora da Olimpíada de Maio elabora a prova do

primeiro e segundo nível com cinco questões dissertativas e o tempo máximo

para resolve-la é de três horas aplicadas em dias diferentes.

A equipe brasileira participa desta competição desde a terceira edição em

1997, desde então a equipe já conquistou no nível 1 (até 13 anos), 13 (treze)

Medalhas denominadas de Ouro, 27 (vinte e sete) Medalhas denominadas de

Prata e 42 (quarenta e duas) Medalhas denominadas de Bronze e 38 (trinta e

oito) Menções Honrosas e no nível 2 (entre 13 e 15 anos), 13 (treze) Medalhas

denominadas de Ouro, 26 (vinte e seis) Medalhas denominadas de Prata e 42

(quarenta e duas) Medalhas denominadas de Bronze e 40 (quarenta) Menções

Honrosas.

____________ 30

Informação extraída do site: http://www.obm.org.br/opencms/competicoes/internacionais/olimp_maio.html. Acesso em 02 mai. 2010

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2.3.6 Olimpíada Internacional de Matemática

A Olimpíada Internacional de Matemática31 (International Mathematical

Olympiad – IMO) é uma competição realizada anualmente no mês de julho desde

1959 com aproximadamente 100 países participantes. A competição é

considerada a mais importante da área pela Organização das Nações Unidas

para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)32.

Todas as nações participantes serão representadas por uma equipe de

seis estudantes do Ensino Médio ou equivalente ou que não tenha ingressado no

Curso superior ou equivalente até a data da celebração da Olimpíada.

A primeira participação da equipe brasileira de Matemática ocorreu em

1979 e a partir desta data sempre esteve presente em todas outras edições. A

equipe brasileira conquistou um lugar de grande destaque entre os países

participantes, posicionando entre os vintes melhores países classificados.

Segundo a OBM, as Olimpíadas de Matemática é um bom divertimento e

um passaporte ao sucesso em vestibulares nas melhores Universidades

brasileiras e do exterior. Há vários estudantes bem sucedidos na IMO e citaremos

sete deles que conquistaram oito Medalhas denominadas de Ouro:

O estudante Nicolau Corção Saldanha foi o primeiro brasileiro a ganhar a

Medalha denominada de Ouro, este fato ocorreu na XXII IMO, nos Estados

Unidos em 1981. Hoje, Nicolau hoje é graduado e mestre em Matemática pela

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, possui doutorado em

Matemática por Princeton University e Pós-Doutorado em Ecole Normale

Suprieure, França. Atualmente é professor associado do Departamento de

Matemática da PUC-Rio33.

____________ 31

Informação extraída do site: http://www.obm.org.br/opencms/competicoes/internacionais/olimp_internacional.html. Acesso em 02 mai. 2010

32 Informação extraída do site http://portal.mec.gov.br/ em 02 mai. 2010

33 Informação extraída do site http://lattes.cnpq.br/ Acesso em 08 jul. 2009

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O estudante Ralph Costa Teixeira participou de três edições da IMO e

ganhou duas Medalhas denominadas de Ouro; sua primeira competição ocorreu

na Finlândia em 1985 na XXVI IMO onde não foi premiado, porém no ano

seguinte conquistou a sua primeira Medalha denominada de Ouro, na XXVII IMO,

na Polônia, 1986 e a segunda medalha veio da XXVIII IMO em cuba, 1987. Hoje

Ralph é graduado em Engenharia de Computação pelo Instituto Militar de

Engenharia, mestre em Matemática pelo IMPA, mestre e doutor em Matemática

pela Universidade de Harvard nos Estados Unidos. Atualmente é professor

Adjunto do Departamento de Matemática Aplicada da Universidade Federal

Fluminense em Niterói, Rio de Janeiro34.

Depois de três anos surge um novo estudante a conquistar outra medalha

da Olimpíada Internacional de Matemática; Carlos Gustavo Tamm de Araujo

Moreira que participa pela primeira vez na XXX IMO na Alemanha em 1989 e

conquista uma Medalha denominada de Bronze; somente no ano seguinte em

1990, na XXXI IMO, na Alemanha, conquista a quarta Medalha denominada de

Ouro. Carlos Gustavo é graduado em Matemática pela Universidade Federal do

Rio de Janeiro (UFRJ), mestre e doutor em Matemática pelo IMPA. Atualmente é

Pesquisador titular do mesmo Instituto que se formou mestre e doutor35.

O aluno Arthur Ávila Cordeiro de Melo foi o único que não passou por uma

experiência anterior na IMO para conquistar a Medalha denominada de Ouro.

Quando lá chegou ao Canadá, na XXXVI IMO em 1995, Arthur conquista a quinta

Medalha denominada de Ouro. Hoje, Arthur é graduado em Matemática pela

UFRJ, mestre e doutor em Matemática pelo IMPA. Atualmente é Pesquisador da

Centre National de la Recherche Scientifique, Pesquisador da Clay Institute e

Pesquisador do IMPA36.

O estudante Rui Lopes Viana Filho, de família de classe média paulistana,

iniciou seus estudos em escolas públicas. Ganhou duas Medalhas denominadas,

uma de Prata e outra de Ouro. Sua primeira participação foi na Argentina em

1997 na XXXVIII IMO, onde conquistou a Medalha denominada de Prata e no ano

____________ 34

Informação extraída do site http://lattes.cnpq.br/ Acesso em 08 jul. 2009 35

Informação extraída do site http://lattes.cnpq.br/ Acesso em 08 jul. 2009 36

Informação extraída do site http://lattes.cnpq.br/ Acesso em 08 jul. 2009

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57

seguinte, 1998 na XXXIX IMO em Taiwan conquista a Medalha denominada de

Ouro. Rui ganhou um total de 15 Medalhas sendo sete no exterior e oito no Brasil,

essas conquistas foram decisivas para obter uma vaga no Instituto de Tecnologia

de Massachusetts, o MIT, em Cambridge nos Estados Unidos.

O estudante paulista Gabriel Tavares Bujokas, de 17 anos conquistou a

sétima Medalha denominada de Ouro na XLVI edição da IMO realizada nos dias 8

a 19 de julho de 2005, no México. Bujokas foi o único brasileiro representante

latino-americano a conquistar uma Medalha denominada de Ouro nesta edição.

Sua primeira participação foi em Atenas, Grécia em 2004 onde conquistou a

Medalha denominada de Prata.

O estudante baiano Henrique Pondé de Oliveira Pinto participou de três

edições da IMO e ganhou três Medalhas, duas denominadas de Pratas e uma

denominada de Ouro. A primeira medalha conquistou na XLVIII IMO, Hanói,

Vietnã, em 2007, a segunda medalha foi conquistada no ano seguinte em Madri,

Espanha. Em 2009, L IMO, Bremen, Alemanha conquista a sua terceira medalha

na IMO, sendo esta Medalha denominada de Ouro, totalizando a oitava medalha

brasileira.

Dos sete estudantes que ganharam Medalhas denominadas de Ouro na

IMO, cinco deles são professores pesquisadores de grandes universidades

brasileiras.

2.3.7 Olimpíada Internacional de Matemática para Estudantes Universitários

A Olimpíada Internacional de Matemática para Estudantes Universitários37

(IMC) é uma competição realizada anualmente no mês de julho com a

participação das melhores Instituições de Ensino Superior (Universidades), num

total superior a 160 Universidades de 43 países. A IMC é uma competição de

Universidades e não de países e cada país poderá inscrever várias

____________ 37

Informação extraída do site: http://www.obm.org.br/opencms/competicoes/internacionais/imc.html. Acesso em 02 mai. 2010

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Universidades. A equipe de uma Universidade é formada por um professor líder e

quatro estudantes.

A X edição da IMC foi realizada em 2003, na Romênia, Universidade

Babes-Bolyai, em Cluj-Napoca; neste ano a equipe brasileira participa pela

primeira vez com grande estilo, conquistando três Medalhas denominadas de

Prata, três de Bronze e duas Menções Honrosas.

As instituições de ensino mais renomadas mundialmente como Cambridge,

École Polytechnique, Instituto Max Planck, Instituto Technion, MIT, Oxford,

Universidade Complutense de Madri e Universidade de Moscou também

participaram desta edição abrilhantando ainda mais as conquistas brasileiras.

Os alunos que abrilhantaram conquistando Medalhas denominadas de

Ouro no IMC em todas edições a partir de 2004:

1) Em 2004, na Macedônia (XI IMC), Yuri Gomes Lima representante da

UFC foi o primeiro brasileiro a conquistar a Medalha denominada de

Ouro;

2) Em 2005, na Bulgária (XII IMC), Alex Corrêa Abreu38 representante da

UFRJ, nesta edição ganharam também Medalhas denominada de Ouro

Fábio Dias Moreira representante da PUC-RIO e Thiago Barros

Rodrigues Costa representante da UNICAMP;

3) Em 2006, Ucrânia (XIII IMC), Fábio Dias Moreira (segunda Medalha

denominada de Ouro), representante da PUC-RIO, Thiago Barros

Rodrigues Costa representante da UNICAMP e Humberto Silva Naves

representante da UNICAMP;

4) Em 2007, Bulgária (XIV IMC), Fábio Dias Moreira (terceira Medalha

denominada de Ouro), representante da PUC-RIO;

5) Em 2008, Bulgária (XV IMC), Fábio Dias Moreira (quarta Medalha

denominada de Ouro), representante da PUC-RIO;

____________ 38

Esta medalha de Ouro Especial é a Medalha Grand First Prize conquista por Alex Corrêa Abreu na XII Olimpíada Internacional de Matemática para Estudantes Universitários em 2005 na Bulgária.

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59

6) Em 2009, Hungria (XVI IMC), Rafael Daigo Hirama representante do ITA

e Rafael Marini Silva representante da Escola Politécnica de Paris,

França, ganharam Medalhas denominadas de Ouro.

7) Em 2010, Bulgária (XVII IMC), Régis Prado Barbosa representante do

ITA ganha a última Medalha denominada Ouro.

No IMC as equipes brasileiras conquistaram um total de doze Medalhas

denominadas de Ouro e todas estas conquistas se deram pelo desempenho dos

próprios estudantes com a colaboração de seus respectivos professores.

O programa de Olimpíadas de Matemática é dedicado a encontrar jovens

com habilidades para a Matemática ou para ciências afins.

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61

CAPÍTULO 3

A PESQUISA

Neste capítulo apresentaremos a construção e descrição da pesquisa e

seus sujeitos envolvidos, além de analisar as informações obtidas por meio do

questionário para observar o comportamento do aluno em relação às atividades

propostas e executadas na OBMEP.

3.1 Sujeitos da Pesquisa

Por se tratar de um grande número de alunos – 8,3 milhões de

estudantes39 na 3ª série do ensino médio em escolas públicas – foi necessário

delimitar o universo de pesquisa. Inicialmente pretendíamos fazer a pesquisa com

os 199 alunos matriculados em cinco classes da 3ª série do Ensino Médio da

Escola Estadual Padre Tiago Alberione. No dia da aplicação do questionário,

faltaram 77 alunos e, por razões particulares, 5 deles se recusaram a responder.

Portanto, 117 alunos responderam o questionário, sendo que 13 (treze) alunos

têm 16 anos, 68 (sessenta e oito) 17 anos; 22 (vinte e dois); 18 anos, 8 (oito); 19

anos, 2 (dois) 20 anos; 1 (um) 21 anos; 1 (um) 23 anos; 1 (um) 25 anos; 1 (um) 35

anos. A escola está localizada na periferia da zona sul de São Paulo, é

frequentada por alunos de classe menos favorecida, isto é, a renda mensal é

baixa.

____________ 39

Dados coletados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira de 30 de novembro de 2009. Disponível em: <http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/censo/escolar/news09_11.htm>

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62

Para conhecer o universo de pesquisa, faz-se necessário conhecer e

mensurar o tamanho da instituição a ser explorada para o estudo. Ao todo, a

Escola Estadual Padre Tiago Alberione possui três turnos e 2.321 alunos, como

explica a tabela 2. É importante esclarecer que a 5ª série refere-se ao 6º ano, a 6ª

série corresponde ao 7º ano e assim por diante.

Tabela 2 – Número de alunos por classe da EE Padre Tiago Alberione

Ensino Série Matutino Vespertino Noturno Total

5ª 397 397

6ª 322 322

7ª 317 317

Fundamental

8ª 363 363

1ª 137 276 413

2ª 310 310 Médio

3ª 199 199

Total 817 719 785 2321

Fonte: Dados da Escola Estadual Padre Tiago Alberione.

A Escola Estadual Padre Tiago Alberione pode ser considerada de grande

porte por possuir um número expressivo de alunos matriculados – a maioria dos

estudantes da terceira série é oriunda da segunda série da mesma escola. Logo,

são poucos os alunos de origem de escolas vizinhas.

As classes apresentam características bem distintas entre si em relação ao

gênero: apenas uma classe (3ª A) tem o mesmo número de alunas e alunos,

porém as demais têm um número maior de alunas, principalmente as terceiras

séries do Ensino Médio C e D.

As cinco classes da terceira série do Ensino Médio estão distribuídas de

acordo com o gênero como mostra a tabela 3:

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Tabela 3 – Número de alunos da 3ª série do Ensino Médio

Série Alunos Masculinos Femininos

3ª A 40 20 20

3ª B 40 18 22

3ª C 40 15 25

3ª D 39 15 24

3ª E 40 19 21

Total 199 87 112

Fonte: Dados da Escola Estadual Padre Tiago Alberione

A tabela 3 aponta que a terceira série do Ensino Médio da Escola Pública é

composta por mais estudantes do gênero feminino.

3.2 Descrição da Aplicação

O questionário foi aplicado em duas datas distintas, escolhidas

aleatoriamente, sem aviso prévio aos alunos da escola para alcançar o maior

número de respostas e informações possível. Acreditamos que um anúncio

antecipado aos alunos da aplicação do questionário poderia provocar um maior

número de ausências.

O primeiro dia de coleta de resultados aconteceu no dia 11 de junho de

2010, sexta-feira, com alunos da terceira série da turma A, B e E. Três dias

depois – dia 14 de junho do mesmo ano, numa segunda-feira - o questionário foi

distribuído aos alunos da terceira série da turma C e D. Nas duas datas, a

aplicação da pesquisa teve a duração de 15 a 20 minutos.

O questionário apresentou oito perguntas e contou com uma combinação

de questões abertas e fechadas para fornecer a possibilidade ao aluno de

discorrer espontaneamente, em alguns casos, sobre o que é indagado.

Portanto, buscamos a participação voluntária de cada aluno, sendo que,

em nenhum momento, os estudantes foram coagidos ou pressionados a

participarem em responder o questionário e a fim de proteger a identidade de

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cada um dos alunos e por questão de sigilo, seus nomes não foram solicitados.

Conforme Moreira e Caleffe (2006) apontam, a estratégia é adotada no momento

da aplicação do questionário, sendo que o pesquisador deve evitar interromper os

alunos quando buscam esclarecimento; sem se envolver, interferir nas respostas

dando exemplos ou explicando o que significa cada questão.

Ao coletar dados por meio de um questionário, os alunos podem ou não ser

leais sobre o que realmente sentem e podem fornecer apenas uma resposta para

ser agradável. Concordamos com Moreira e Caleffe (2006, p. 195) quando

apontam “[...] instrumento de coleta de dados como questionário, o pesquisador

confia em um auto-relato de como o indivíduo participante do estudo comporta-se

ou no que ele acredita”. Com os dados coletados por meio do questionário, houve

o momento para o desenvolvimento de análise das respostas dos alunos.

3.3 Análise do Questionário

Com enfoque nas contribuições da OBMEP para estimular e promover o

estudo da Matemática entre alunos das escolas públicas e contribuir para a

melhoria da qualidade da Educação Básica, desenvolvemos uma pesquisa

qualitativa que teve como objetivo investigar os alunos de uma escola estadual da

periferia de São Paulo.

Os dados coletados por meio do questionário foram reunidos e distribuídos

em uma única tabela para iniciar a mensuração das respostas e categorizar

variáveis – ou seja, verificou-se a escolha e respostas subjetivas dos 117 alunos

para tentar chegar a uma conclusão e confrontá-la com os objetivos que regem a

OBMEP.

Apesar de muitas ausências de alunos nos dois dias em que foi respondido

o questionário, acreditamos ter um número significativo de alunos que

participaram de alguma edição da prova.

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QUESTÃO 1

1) Você já participou da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas

(OBMEP)?

( ) Não

( ) Sim

Se sim, assinale os períodos em que você participou.

( ) 2005 ( ) 2006 ( ) 2007 ( ) 2008 ( ) 2009

A primeira indagação se refere ao período e ao número de participações na

Olimpíada de Matemática, que tem como objetivo conhecer o histórico dos alunos

em relação à Olimpíada, pois queremos saber quantas edições da OBMEP alunos

têm participado.

Acreditamos que os alunos responderão que participaram mais de três ou

quatro das cinco edições, já que são alunos da terceira série do Ensino Médio e,

provavelmente, possuem experiências com a Olimpíada de Matemática. Desde

2005, ano que foi instituída a OBMEP, estes alunos no mínimo estudavam na

sexta série (7º ano), logo acreditamos que estes tenham no mínimo quatro ou

cinco participações.

ANÁLISE

Analisando as 117 respostas coletadas, observamos que 32 alunos nunca

participaram das edições da OBMEP; dos 85 alunos que participaram de alguma

das edições, 39 participaram apenas uma vez; 26, em duas oportunidades; 16,

em 3 ocasiões; um estudante esteve presente em 4 edições e 3 alunos

competiram por 5 vezes.

Estes números indicam que o corpus da pesquisa fica reduzido a um

número menor de pessoas por não esperar a expressiva quantidade de alunos

que responderam que nunca participaram de uma edição da OBMEP, já que

estes tiveram cinco oportunidades para participar da competição. Acreditamos

que a Comissão Organizadora da OBMEP, neste requisito, não atinge o aluno

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66

com a sua proposta nos seus quadros de premiação ou no que propõe em

benefício ao aluno.

No caso desta primeira indagação, esperávamos que um número maior de

alunos tivesse participado das avaliações da Olimpíada de Matemática – o que

não ocorreu. Portanto, concluímos que a questão deveria ter uma pergunta aberta

para identificar o motivo que levaram à baixa frequência nas edições da OBMEP.

A primeira questão elimina trinta e dois questionários de alunos que nunca

participaram das edições da OBMEP. Logo, analisaremos oitenta e cinco

questionários de alunos que participaram de alguma edição.

QUESTÃO 2

2) Você conhece a premiação da OBMEP?

( ) sim

( ) não

A questão permite saber se os alunos realmente conhecem a premiação e,

por consequência, o regulamento da OBMEP.

Antes de obter as respostas, acreditamos que a Comissão Organizadora

da OBMEP e a direção da escola não fazem divulgação adequada para a

avaliação, assim como para a sua premiação. Portanto, o aluno responderá que

não conhece a premiação.

ANÁLISE

O resultado obtido é semelhante ao que se esperava: dos 85 alunos,

apenas 24 afirmam conhecer a premiação; 61 não conhecem. Acreditamos que,

pela ausência de divulgação adequada para os alunos na escola sobre a

premiação da OBMEP, o aluno desconhece meandros da competição, tais como

o efeito de sua participação – se questionando sobre a possibilidade de realizar

ou não a avaliação.

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67

QUESTÃO 3

3) Você passou para a segunda fase da OBEMP.

( ) Não

Como se sente ao receber a notícia que não foi classificado para a segunda

fase da OBMEP?

_____________________________________________________________

( ) Sim

Assinale os períodos em que você foi para a segunda fase.

( ) 2005 ( ) 2006 ( ) 2007 ( ) 2008 ( ) 2009

Como se sente ao receber a notícia que foi classificado para a segunda fase

da OBMEP?

_____________________________________________________________

A presente questão analisa reações e formas de manifestação do aluno

com a classificação ou não para a segunda fase da OBMEP.

Acreditamos que o aluno responderá que se sente muito bem por se

classificar para a próxima fase da competição, pois apenas um grupo restrito de

estudantes – 5% das melhores notas da escola avançam à próxima fase da

OBMEP. Essa informação deve ser notificada a todos antes da execução da

prova.

ANÁLISE

Analisando as 85 respostas de alunos que já participaram das edições da

OBMEP – conforme mostra o quadro 1 – percebemos que dos 24 alunos que

conhecem a premiação da OBMEP, 11 passaram para a segunda fase e 13, não.

Dos 61 estudantes que não conhecem a premiação da OBMEP, 9 alunos

avançaram à próxima etapa, enquanto 52 não passaram.

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Quadro 1 – Referente à questão 3 – Alunos que passaram para a 2ª fase OBMEP

Premiação da OBMEP Total de alunos

11 alunos passaram 24 afirmam que conhecem

13 alunos não passaram

9 alunos passaram 61 afirmam que não conhecem

52 alunos não passaram

Assim, dos 85 alunos que responderam o questionário, 20 avançaram para

a segunda fase da OBMEP. Os 65 estudantes que não passaram correspondem,

aproximadamente, ao triplo dos que passaram à próxima etapa da competição.

Para facilitar a compreensão dos dados extraídos do quadro 1, vamos

categorizar as respostas dos alunos.

Primeiramente analisamos as respostas que afirmaram que passaram para

a segunda fase da competição e classificamos cada manifestação do aluno

coletada em quatro categorias: feliz, indiferente, inseguro e surpreso. Dos 20

estudantes que avançaram 15 mostraram felicidade por ter passado para a

segunda fase; 2 ficaram indiferentes, 2 ficaram surpresos e um inseguro. Estes

dados nos remetem concluir que 3 4 do total dos alunos classificados

representam a categoria dos “felizes”, ou seja, satisfeitos com os resultados.

O ponto surpreendente da coleta de respostas é exibido na sinceridade de

um aluno que, mesmo passando para a próxima etapa da competição, admite ter

escolhido aleatoriamente as alternativas. Diz o estudante: “fico feliz apesar de

saber que só passei para a segunda fase por ter “chutado” a maioria das

respostas”.

Ao analisar as 65 respostas de alunos que não avançaram à segunda fase,

os classificamos em quatro categorias: triste, indiferente, desapontado e

despreparado. Do total, 10 afirmam que ficaram tristes, 27 indiferentes, 8

desapontados e 20 se consideraram despreparados. Os registros indicam que

grande parte dos estudantes não se importava com a realização da prova.

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69

A presente questão permite também produzir outros dados. A tabela 4 foi

criada para delimitar o universo daqueles que afirmam conhecer a premiação - 24

alunos - e aqueles que passaram para a 2ª fase da OBMEP, que corresponde a

11 estudantes.

A tabela 4 sintetiza as questões 1, 2 e 3 exemplificando o conhecimento do

estudante sobre a premiação do evento e enumera a quantidade de estudantes

que avançaram à segunda fase.

Tabela 4 – Tabela síntese das questões 1, 2 e 3

Participação Nº de alunos Conhecem a premiação

Passaram para a 2ª fase

1 38 4 5

2 27 14 12

3 16 5 2

4 1 0 0

5 3 1 1

Total 85 24 20

Dos 85 alunos que participam das edições da OBMEP, por pelo menos

uma vez, 24 alunos disseram conhecer a premiação - este número representa

mais que o triplo do universo delimitado – 85 alunos, isto nos leva acreditar que

os alunos desconhecem parte do regulamento da OBMEP.

Dos alunos que passaram para a segunda fase, o resultado é ainda menor

– 20 estudantes garantiram ter avançado para a próxima etapa da competição.

A coleta dos resultados garante que o número de alunos que avançaram à

segunda fase da OBMEP é próximo ao registro de estudantes que dizem

conhecer a premiação. No entanto, há um dado curioso: 9 alunos que não

conhecem a premiação passaram para a segunda fase, enquanto 12 estudantes

que conhecem a premiação não avançaram à próxima etapa.

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QUESTÃO 4

4) Você se prepara para participar na OBMEP?

( ) Não

( ) Sim

O objetivo desta pergunta é conhecer se o aluno se prepara para participar

da Olimpíada de Matemática. Preparar-se pressupõe que o estudante faz estudos

prévios para participar da competição.

Acreditamos que o aluno afirmará que não realiza uma preparação para

participar da prova da OBMEP.

ANÁLISE

Analisando os 85 alunos que responderam o questionário, 20 deles se

classificaram para a segunda fase. Destes, 6 garantem se preparar para realizar a

avaliação; 14, não se preparam. Dos 65 alunos que não classificaram para a

segunda fase, 17 afirmam se preparar para realizar a OBMEP; 48 alunos

garantiram que não se preparam.

Quadro 2 – Referente à questão 4 – O aluno se prepara para participar na OBMEP

2ª fase da OBMEP Total de alunos

6 alunos se prepararam 20 afirmam que se classificaram

14 alunos não se prepararam

17 alunos se prepararam 65 afirmam que não se classificaram

48 alunos não se prepararam

Das 85 respostas coletadas, 23 alunos afirmam se preparar para realizar a

prova da OBMEP – o que representa aproximadamente quatro vezes do universo

delimitado; por outro lado, 62 afirmam não se preparar. Percebemos após a

aplicação da questão que não é possível chegar a uma conclusão sobre a falta de

preparação do aluno, já que este não teve espaço para explicar o motivo de sua

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escolha, que poderia envolver o próprio desinteresse pessoal pela prova até a

ausência de materiais fornecidos pela escola ou pela OBMEP.

Entretanto, para que exista um registro maior de estudantes que se

preparem e avancem à segunda fase da prova, é necessário que existam maior

divulgação e aplicação do material – exercícios disponíveis no site da OBMEP,

provas de edições anteriores e “Banco de Questões”, conteúdos que são

caracterizados pela OBMEP como indicações para a preparação da prova. Diz a

OBMEP40: “como os atletas de qualquer competição, é sempre bom treinar para

aprender mais e se familiarizar com o estilo da prova. Neste site você encontra as

questões das provas dos anos anteriores com todas as soluções, e também o

Banco de Questões, que são bons materiais para quem quer se preparar para a

OBMEP. Existem também diversos outros sites com problemas de olimpíadas de

Matemática”.

QUESTÃO 5

5) Você já fez parte de algum grupo de estudo para participar da OBMEP?

( ) Não

( ) Sim

Quando fiz parte do grupo de estudo eu:

( ) consultei alguns livros específicos,

( ) utilizei o “Banco de questões” da escola.

( ) utilizei o “Banco de questões” do site da OBMEP.

( ) ofereceram-me preparação prévia direcionada para a OBMEP.

Esta questão busca averiguar se há capacitação para o aluno participar

das edições da Olimpíada de Matemática

Acredita-se que o aluno afirmará que não participa de grupo de estudo. No

entanto, faltou questionar o estudante sobre qual seriam as razões por não

____________ 40

Informação extraída do site: http://www.obmep.org.br/faq.html. Acesso em 29 jul. 2010.

Page 71: O Impacto da Olimpíada de Matemática em Alunos da … Jose... · Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação

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participar de um grupo de estudo – o que poderia dar subsídios aos

questionamentos sobre estímulos e motivação para realizar a avaliação.

ANÁLISE

Verificando os 85 questionários de alunos que já participaram da OBMEP –

conforme mostra o quadro 3 – é necessário resgatar informações da análise da

questão 4, como os números de estudantes que afirmam ou não se preparar para

a avaliação. Portanto, dos 23 alunos que declaram se preparar para participar da

OBMEP, 4 deles fazem parte de algum grupo de estudo. Dos 62 alunos que

declaram não se prepararem para participar da OBMEP, um deles faz parte de

um grupo de estudos para participar da Olimpíada de Matemática. O único aluno

que faz parte deste universo garante não fazer parte de um grupo de estudo,

porém participou de simuladores ou revisão de conteúdo.

Analisando apenas os cinco questionários dos alunos que afirmaram fazer

parte de algum grupo de estudo para participar da Olimpíada de Matemática –

três deles consultaram alguns livros específicos, um utilizou o “Banco de

questões” e um lhe ofereceram preparação prévia direcionada para a OBMEP.

Quadro 3 – Referente à questão 5 – Fazem parte de grupo de estudo.

Fazem parte de grupo de estudo Total de alunos

4 alunos fazem parte de grupo 23 afirmam que se prepararam

19 alunos não fazem parte de grupo

1 aluno faz parte de grupo 62 afirmam que não se prepararam

61 alunos não fazem parte de grupo

Para fazer a relação das questões 4 e 5, é necessário delimitar o universo

daqueles que afirmam se preparar para a Olimpíada (23 alunos) e aqueles que

fazem parte de algum grupo de estudos para participar da OBMEP (5 alunos).

A tabela 5 busca sintetizar as duas perguntas exemplificando a preparação

do estudante para participar sobre a premiação do evento e enumera a

quantidade de estudantes que avançaram à segunda fase.

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Tabela 5 – Tabela síntese das questões 4 e 5.

Participação Nº de alunos Preparam para

participar na OBMEP Fazem parte de um

grupo de estudo

1 38 12 3

2 27 4 1

3 16 6 1

4 1 - -

5 3 1 -

Total 85 23 5

Dos 85 alunos que participaram das edições da OBMEP por pelo menos

uma vez, 23 alunos se prepararam para participar das edições da OBMEP. Dos

alunos que fazem parte do grupo de estudos o dado é ainda menor – cinco

estudantes.

Analisando apenas os cinco questionários dos alunos que afirmam ter

participado de algum grupo de estudo, observamos que, daqueles que

participaram uma única vez nas edições da OBMEP, houve um maior número de

alunos que fizeram parte de um grupo de estudo, ou seja, consultam alguns livros

específicos. Porém, três alunos que têm cinco participações não fizeram parte de

nenhum grupo de estudo por motivo desconhecido.

Entre os cinco estudantes que afirmam fazer parte de um grupo de estudo,

apenas um mencionou que utiliza o “Banco de Questões” da escola, o que

permite levantar duas conclusões: a falta de desinteresse do estudante com a

prova ou a ausência de comunicação da escola ao recurso disponível em dois

ambientes: biblioteca e site oficial da OBMEP. Para a OBMEP, o “Banco de

Questões” é um dos artifícios mais importantes de preparação do aluno à prova.

Segundo Biondi, Vasconcellos e Menezes (2007), o “Banco de Questões” pode

influenciar na melhoria do desempenho dos estudantes nas avaliações

educacionais.

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74

QUESTÃO 6

6) Você participou de atividades promovidas pelos professores na preparação para

Olimpíadas?

( ) Não

( ) Sim, cite algumas delas.

_______________________________________________________________

O objetivo desta questão é analisar a existência de atividades promovidas

pela unidade escolar na preparação do aluno para participar da Olimpíada de

Matemática.

ANÁLISE

Analisando os questionários dos 85 alunos que afirmaram ter participado

da Olimpíada de Matemática, 13 alunos garantem que fizeram atividades

promovidas pelos professores para participar da OBMEP. Nesse restrito grupo,

que não é formado por uma única turma, destaca-se um aluno que afirma não se

lembrar das atividades; dois garantem ter resolvido exercícios de Olimpíadas; dois

alunos não informaram as atividades promovidas e oito declaram que fizeram

revisão de exercícios. Entre uma das explicações do restrito grupo de oito

estudantes, um aluno explica que os professores se reuniram para ajudar apenas

aqueles que avançaram à segunda fase, o que permite concluir que a escola e

seu corpo docente só deram importância à prova a partir da segunda etapa da

competição – momento que é restrito a um grupo de alunos. Caso esta

mobilização dos professores fosse realizada anteriormente, ou seja - na primeira

fase – poderíamos ter a possibilidade de alunos mais motivados e,

conseqüentemente, um registro maior de estudantes que avançassem à segunda

fase.

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Quadro 4 – Referente à questão 6 – Atividades promovidas pelos professores

Grupo de estudo Total de alunos

1 aluno participou de atividades 5 alunos afirmam que fizeram

parte de grupo de estudo 4 alunos não participaram de atividades

12 alunos participaram de atividades 80 alunos afirmam que não

fizeram parte de grupo de estudo 68 alunos não participaram de atividades

Concluímos que, dos treze alunos que participaram das atividades

promovidas pelos professores na preparação para Olimpíadas de Matemática,

apenas dois alunos passaram para a segunda fase, sendo os alunos de número

48 e 68.

Para fazer a relação das questões 4, 5 e 6, foi necessário criar a tabela 6,

que delimita o universo daqueles que se preparam para participar da OBMEP e

afirmam fazer parte de um grupo de estudos – cinco alunos – e aqueles que

participaram de atividades promovidas pela escola na preparação para

Olimpíadas. Neste caso, somente um aluno.

Tabela 6 – Tabela síntese das questões 4, 5 e 6.

Participação Nº de alunos

Preparam para participar na OBMEP

Fizeram parte de um grupo de estudo

Atividades promovidas pelos professores

1 38 12 3 1

2 27 4 1 -

3 6 6 1 -

4 1 - - -

5 3 1 - -

Total 85 23 5 1

Para analisar a tabela 6, vamos categorizar as respostas com estudantes

que participaram ou não de atividades para a execução da prova. Dos 85 alunos

que participaram das edições da OBMEP por pelo menos uma oportunidade, 23

alunos garantem ter se preparado para a prova. Dos alunos que fazem parte do

grupo de estudos o dado é ainda menor - somente cinco estudantes. Entretanto,

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só um aluno que fez parte do grupo de estudos e se preparou para a avaliação

participou de atividades promovidas pelos professores.

Analisando o número de participações dos alunos, qualquer estudante que

tenha feito a prova em quatro ou cinco oportunidades garante não ter feito

nenhuma atividade promovida pelos professores ou até mesmo ter criado um

grupo de estudos. O que chama atenção é saber que, uma vez que o estudante

tenha participado em mais de uma oportunidade da OBMEP, fica evidente o

crescimento do desinteresse pela competição. Portanto, podemos concluir que a

OBMEP não estimula e promove o estudo da Matemática entre alunos das

escolas públicas, conforme explica o item 3.1 de seu regulamento41.

QUESTÃO 7

7) A participação na OBMEP te estimula a buscar novos conhecimentos de

Matemática? Por quê?

________________________________________________________________

O objetivo desta questão é analisar se a participação da Olimpíada de

Matemática pode estimular novos conhecimentos aos alunos.

Acreditamos que a participação na avaliação cria mecanismos ou estímulos

para o aluno buscar novos conhecimentos na Matemática, pois o ato de competir

pressupõe querer obter mais conhecimento na área, mostrando ao próprio aluno e

ao seu círculo social que é possível resolver desafios na disciplina.

ANÁLISE

Analisando os 85 questionários de alunos que afirmaram ter participado da

OBMEP, 18 responderam que a participação não estimula a busca de novos

conhecimentos na Matemática; destes, 4 não se sentem motivados, 9 afirmam

estar desinteressados, 3 ressaltam a dificuldade com o conteúdo de Matemática e

2 estudantes garantem não gostar de Matemática. Portanto, não podemos

____________ 41

Informação extraída do site: http://www.obmep.org.br/regulamento.html. Acesso em 29 jun. 2010.

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77

concluir a falta de estímulo para buscar novos conhecimentos à dificuldade de

obter conhecimento matemático. O que também chama atenção é que, dentre os

9 estudantes que afirmam estar desinteressados, 3 deles usam como argumento

a falta de estímulos e preparo da escola na competição: “a escola não nos

estimula a nem participar da OBMEP”, diz um dos estudantes. Uma dessas

declarações permite inferir – e não concluir - que um dos motivos do aluno estar

desinteressado não parte da opinião pessoal de não gostar de Matemática: 1 3

das manifestações dos alunos nesta questão aponta que a escola não está

preparada para fornecer e aplicar provas da OBMEP.

Para 58 alunos, a participação na OBMEP estimula a buscar novos

saberes; destes 9 estudantes se sentem motivados, 40 dizem que a Olimpíada

provoca buscar novos conhecimentos em Matemática, 6 consideram a prova

importante e 3 tratam a OBMEP como algo indiferente.

O mais interessante, neste caso, foi o número de alunos que não

responderam a questão – 9 no total. Neste caso, acreditamos que parte dos

alunos desinteressados em participar da Olimpíada descarta automaticamente

responder essa questão.

QUESTÃO 8

8) Existe algum trabalho durante as aulas sobre Olimpíadas de Matemática?

( ) sim

Qual é esse trabalho?

_______________________________________________________________

( ) não

Você gostaria que tivesse? Por quê?

________________________________________________________________

O objetivo desta questão é avaliar se há o interesse do aluno em participar

da Olimpíada de Matemática e se este considera necessária a realização de

atividade-extra em sala de aula.

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Acreditamos que o estudante responderá que não há nenhum tipo de

trabalho, porém se espera que ele queira realizar alguma atividade com

exercícios semelhantes ao da OBMEP, principalmente aqueles estudantes que

têm afinidades para a Matemática, seja pela possibilidade de resolução de

desafios ou prazer pessoal de estar integrado a um grupo de alunos que

competem.

ANÁLISE

Analisando as 85 respostas coletadas, 7 estudantes garantem existir um

trabalho relacionado às Olimpíadas de Matemática durante as aulas, no entanto,

estes não mencionam qual a tarefa executada em sala; outros 13 alunos

preferiram não responder a questão. A maior parte dos estudantes – 65 – afirma

não ter nenhum trabalho, porém espera que a escola desenvolva tarefas que

antecedam avaliações da OBMEP, registro que chama atenção pelo número de

estudantes interessados em obter novos conhecimentos para participar da prova.

Podemos concluir, neste caso, que o aluno demonstra interesse em participar da

competição, mas a falta de preparação e estímulo da escola provoca a ausência

do aluno na Olimpíada e, conseqüentemente, o desinteresse pela participação. O

que chama atenção é que o argumento utilizado pelos 65 estudantes coincide

com um dos objetivos propostos pela OBMEP, conforme explica o item 3.242:

“contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Básica”. Grande parte dos

discursos apresentados pelos alunos envolve aperfeiçoamento da Matemática,

como por exemplo: “os trabalhos poderiam contribuir para melhorar meu

conhecimento”, “as tarefas ajudariam em meu aprendizado”, “aprimoram o

conhecimento de uma matéria tão complexa, mostrando também a realidade dos

vestibulares que seguem o mesmo padrão”.

____________ 42

Informação extraída do site: http://www.obmep.org.br/regulamento.html. Acesso em 29 jun. 2010.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando como objeto de estudo a Olimpíada Brasileira de Matemática

das Escolas Públicas (OBMEP), decidimos aprofundar a busca de novos

conhecimentos e adotamos como eixo orientador à análise das ações e impactos

realizados pela OBMEP.

Direcionamos nosso foco aos objetivos propostos pela Comissão

Organizadora da OBMEP e entendemos que a metodologia aplicada favoreceu o

direcionamento na coleta de dados por meio de um questionário com oito

questões. Elaboramos um levantamento de trabalhos existentes que abordem o

tema Olimpíadas de Matemática, com artigos, dissertações e documentos que

possam contribuir de uma forma ou de outra para nossa pesquisa.

Com a necessidade de uma resposta da questão de pesquisa e influências

de trabalhos anteriores, acreditamos que a coleta de respostas e análise final

possa trazer um caráter inovador em face de seus escopos. Em nossas

considerações finais destacaremos oportunamente algumas contribuições que

nos possa ser útil.

Com apoio ao referencial teórico para o desenvolvimento de nosso estudo,

chegamos à questão de pesquisa. Para responder ao problema do estudo, foi

elaborado um questionário para compreender se as respostas coletadas

confrontam com os objetivos que estão no regulamento da OBMEP. No entanto, a

pesquisa aponta que as propostas exibidas pela associação não são

apresentadas na Escola Estadual Padre Tiago Alberione.

Dos 199 estudantes matriculados na 3ª série do Ensino Médio da escola,

apenas 117 se propuseram a responder o questionário, sendo que 85 afirmam ter

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realizado por, pelo menos, uma prova da OBMEP. O que chama mais atenção é

que apenas 20 estudantes afirmaram participar por três vezes ou mais da

OBMEP, sendo que, ao todo, tiveram cinco oportunidades para realizar a prova.

Neste registro, é possível mostrar a desvalorização da prova da OBMEP junto ao

aluno.

Outro dado coletado pertinente é o registro de alunos que usaram o “Banco

de Questões” em uma das oportunidades que antecedem a prova. Apenas um

único aluno afirmou ter usado o recurso para se preparar para a competição.

Acreditamos que este recurso pode contribuir para o sucesso do aluno na prova

da OBMEP, pois apresenta formato semelhante à avaliação e, conforme Biondi,

Vasconcelos e Menezes (2007) explica, o “Banco de Questões” ajuda na melhoria

na qualidade do desempenho dos alunos nas avaliações da OBMEP. Porém, se

percebe falta de comunicação para que isso se ocorra: a OBMEP não informou

adequadamente à escola sobre a existência deste instrumento para

aprendizagem; conseqüentemente, o aluno não tem condições de saber quais

são os instrumentos que o auxiliam para se preparar para a competição.

Portanto, fica como sugestão a criação de um espaço de construção

coletiva de saberes, o uso do “Banco de Questões” e edições anteriores das

provas da OBMEP aos alunos interessados em Olimpíadas que atendam alunos e

professores no processo de aprendizado. Aos professores, é necessário instituir

cursos de capacitação ao longo do ano, com a possibilidade de trocar

experiências da competição e, principalmente, incentivar o uso da tecnologia para

ajudar no aprendizado.

Sobre a divulgação da prova da OBMEP, acreditamos que a associação

não cumpra com eficiência a exposição do evento, o que pode gerar ou não

estímulos para participar da competição. Dos 85 estudantes que responderam o

questionário, apenas 24 conheciam os prêmios dos vencedores. Destes, apenas

11 avançaram à segunda fase da OBMEP. Portanto, sugerimos que a associação

atue de forma mais intensa, acompanhando o desenvolvimento da prova junto

aos professores da escola – o que não foi visto até o momento. A partir desta

ponderação, acreditamos que os alunos não estão motivados para participar da

OBMEP devido à falta de informação em torno da competição – como a

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81

premiação. Caso a associação cumpra com o objetivo de melhorar a qualidade da

educação, conforme aponta seu regulamento, o beneficiado será o aluno.

O resultado da pesquisa também permite concluir que há interesse do

próprio estudante em adquirir novos conhecimentos para participar da OBMEP.

Entre os alunos que responderam o questionário, descobrimos que a grande

maioria deseja que existam conteúdos específicos relacionados à prova. Apesar

do estímulo pessoal, apenas um pequeno grupo – cinco alunos – revelou fazer

parte de uma turma de estudos. Entretanto, a pesquisa não soube revelar se a

falta de estímulos para participar é originária da própria escola ou da Comissão

Organizadora da OBMEP.

Para completar nosso trabalho, enviamos um email a Comissão

Organizadora da OBMEP com um questionário (Apêndice C) para esclarecer

como podemos acessar as notas dos alunos da segunda fase da OBMEP, se a

própria promove divulgação na mídia sobre a premiação, como um aluno faz para

saber sua classificação, se é feita alguma capacitação para os alunos não

premiados, ou se a comissão organizadora oferece algum relatório de

desempenho dos alunos para as escolas e quais são as ações para atingir seus

objetivos como estimular o estudo da Matemática entre alunos das escolas

públicas e qual a contribuição para a melhoria da qualidade da Educação Básica.

Contudo, nenhuma informação foi repassada ou respondida.

Enviamos também à direção da Escola Estadual Tiago Alberione um e-mail

(Apêndice D) para esclarecer como o aluno obtém a sua classificação na segunda

fase da OBMEP, se a escola divulga a premiação da OBMEP, se a escola

promove alguma preparação aos alunos para participar da OBMEP e se a

OBMEP já ofereceu à escola um relatório de desempenho dos alunos. A exemplo

da associação, as indagações não foram respondidas. No entanto, não podemos

concluir pela omissão ou ausência de respostas.

Participar da Olimpíada de Matemática é um motivo de ordem social que é

determinado pela história de vida de cada aluno e pelos momentos vivenciados

na escola. O desenvolvimento pessoal, o sucesso, o bem-estar serve como

motivo para o aluno aprender, que pode ser explorado pela OBMEP estimulando-

o por meio de suas premiações. Conforme Cedro (2008) aponta, os alunos não

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nasceram com o objetivo de querer aprender, mas necessitam ser mobilizados

para que isto ocorra.

Esperamos que estas considerações não se tornem limitantes e sim

estimuladoras para novas pesquisas educacionais pertinentes à discussão das

Olimpíadas de Matemática e que esta nova atividade implique no aparecimento

de novas discussões sobre o tema.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

APÊNDICE A: CARTA AO ALUNO

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Caro Aluno;

Você está recebendo um questionário que faz parte de minha pesquisa de

Mestrado em Ensino da Matemática da Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo, sob a orientação da Professora Doutora Maria José Ferreira da Silva. O

questionário tem a finalidade de obtenção de informações que servirão como

subsídios para estudos e pesquisa na área do Ensino da Matemática

A identidade do aluno será preservada.

Atenciosamente,

Washington José Santos Alves.

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APÊNDICE B: QUESTIONÁRIO

PUC/SP

Programa de Estudos Pós-Graduados no Ensino da Matemática

Idade: ______________ gênero: ________________

Escola Estadual Padre Tiago Alberione.

1) Você já participou da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas

(OBMEP)?

( ) Não

( ) Sim

Se sim, assinale os períodos em que você participou.

( ) 2005 ( ) 2006 ( ) 2007 ( ) 2008 ( ) 2009

2) Você conhece a premiação da OBMEP?

( ) sim

( ) não

3) Você passou para a segunda fase da OBEMP.

( ) Não

Como se sente ao receber a notícia que não foi classificado para a

segunda fase da OBMEP?

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) Sim

Assinale os períodos em que você foi para a segunda fase.

( ) 2005 ( ) 2006 ( ) 2007 ( ) 2008 ( ) 2009

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Como se sente ao receber a notícia que foi classificado para a segunda

fase da OBMEP?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

4) Você prepara-se para participar da OBMEP?

( ) Não

( ) Sim

5) Você já fez parte de algum grupo de estudos para participar da OBMEP?

( ) Não

( ) Sim

Quando fiz parte do grupo de estudo eu:

( ) consultei alguns livros específicos,

( ) utilizei o “Banco de questões” da escola.

( ) utilizei o “Banco de questões” do site da OBMEP.

( ) ofereceram-me preparação prévia direcionada para a OBMEP.

6) Você participou de atividades promovidas pelos professores na preparação

para Olimpíadas?

( ) Não

( ) Sim, cite algumas delas.

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

7) A participação na OBMEP te estimula a buscar novos conhecimentos da

Matemática? Por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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8) Existe algum trabalho durante as aulas sobre Olimpíadas de Matemática?

( ) sim

Qual é esse trabalho?

____________________________________________________________

____________________________________________________________

( ) não

Você gostaria que tivesse? Por que?

____________________________________________________________

____________________________________________________________

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APÊNDICE C: CARTA A COMISSÂO ORGANIZADORA DA OBMEP

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Prezados Senhores

Sou Washington José Santos Alves, professor de Matemática da Escola

Estadual Tiago Alberione situado na Cidade de São Paulo e gostaria que

respondessem o questionário que faz parte da dissertação de Mestrado em

Ensino da Matemática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob a

orientação da Professora Doutora Maria José Ferreira da Silva. O questionário

tem a finalidade de obter informações que servem como subsídios para estudos e

pesquisa na área do Ensino da Matemática.

1) Como consigo obter as notas da segunda fase da OBMEP dos alunos da

Escola Estadual Tiago Alberione dos anos de 2005, 2006, 2007, 2008 e

2009?

2) A OBMEP promove alguma divulgação na mídia (TV, jornal, revista,

rádio ou internet) sobre a premiação?

3) Os alunos conhecem a premiação da OBMEP?

4) Como um aluno faz para saber a sua classificação após a participação

na segunda fase?

5) Durante o ano, a Comissão da OBMEP promove alguma atividade ou

preparação aos alunos (não premiados)?

6) A OBMEP oferece às escolas um relatório de desempenho dos alunos?

7) Quais são as ações da OBMEP para atingir os objetivos a seguir:

1. Estimular e promover o estudo da Matemática entre alunos das

escolas públicas;

2. Contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Básica.

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APÊNDICE D: CARTA A DIREÇÃO DA ESCOLA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Prezada Senhora Diretora

Sou Washington José Santos Alves, professor desta Unidade Escolar,

Escola Estadual Tiago Alberione localizado na cidade de São Paulo e gostaria

que a respondesse o questionário que faz parte da minha dissertação do

Mestrado em Ensino da Matemática da Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo, sob a orientação da Professora Doutora Maria José Ferreira da Silva. O

questionário tem a finalidade de obter informações que servirão como subsídios

para estudos e pesquisa na área do Ensino da Matemática.

1) Como o aluno obtém a sua classificação na segunda fase da OBMEP?

2) A escola divulga a premiação da OBMEP?

3) A escola promove alguma preparação aos alunos para participar da

OBMEP?

4) A OBMEP já ofereceu à escola um relatório de desempenho dos alunos?