16
O ESTADO Ano VI Edição N o 380 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 17 de março de 2015 FOTO DIVULGAÇÃO Mais uma vez, no próximo 22 de Março, a água é celebrada “Água e Desenvolvimento Sustentável” é o tema, mas poluição, falta de investimento e desperdícios pressionam o recurso. Dia Mundial da Água EDIÇÃO ESPECIAL

O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal O Estado (Ceará)

Citation preview

Page 1: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

O ESTADO Ano VI Edição No 380 Fortaleza, Ceará, Brasil Terça-feira, 17 de março de 2015

FOTO

DIV

ULG

ÃO

Mais uma vez, no próximo 22 de Março, a água é celebrada “Água e Desenvolvimento Sustentável” é o tema, mas poluição, falta de investimento e desperdícios pressionam o recurso.

Dia Mundial da Água EDIÇÃO ESPECIAL

Page 2: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

2 VERDE

Menu de sobras Além do Noma, considerado o melhor restaurante do mundo, agora, é possível

encontrar em Copenhagen, o Rub & Stub. O restaurante dinamarquês só cozi-nha com sobras de comida que são doadas por agricultores, cooperativas, lojas, padarias, e do Banco de Alimentos de Copenhagen. As doações são geralmente de frutas e legumes com tamanhos, cores ou formas considerados “errados” pelo mercado – uma banana fora do cacho, pepinos curvos, alho-poró pequenos, bata-tas com grumos ou até alimentos típicos do Natal que são jogados fora logo após o Ano Novo – mas todos em boas condições de consumo.

Sem previsão do que será doado, o cardápio é criado diariamente, conforme a disponibilidade. Outro diferencial: apenas o gerente e o chef são pro� ssionais contratados. “São voluntários que servem as mesas e atendem o bar. Por isso, o atendimento é bem informal, mas atencioso – antes de servir qualquer coisa, os voluntários explicam mesa a mesa o conceito do restaurante.” Após um ano e meio de inauguração, já serviu 3,5 toneladas de comida que teriam ido para o lixo.

Água é um bem essencial para que o planeta enfrente os desa� os das próximas décadas. Com o aquecimento global, os recursos hídricos serão ainda mais fundamentais para que a produção de alimentos possa atender a população global, que deverá chegar a 9 bilhões de habitantes.

Oportunamente escutei empresários da indústria, � liados à Fiec, falarem para o atual secretário de Meio ambiente do Estado, Artur Bruno, sobre a urgência de programas de educação ambiental. Concordo. Mas esta não é uma tarefa apenas do poder público. Sugiro à indústria local, usar e abusar das embalagens de seus produtos, e informar e educar o consumidor no campo da responsabilidade socioambiental.

Merece! O Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) será homenageado, no próximo dia 22, com a Comenda Ambiental das Águas 2015, em Minas Gerais. O Cempre, sediado na Capital paulista, é um modelo de organização, sem � ns lucrativos, dedica-se a orientar a sociedade para a prática da segregação de

resíduos para a reciclagem. Pioneira, produtora e disseminadora de conhecimentos, a instituição é competente, apresenta resultados, e conta com o trabalho do diretor executivo, André Vilhena, talvez o mais renomado pro� ssional do País, no setor. Todo e qualquer reconhecimento ao Cempre, não me surpreende.

Criatividade é pouco! A Prefeitura de São Paulo está testando o projeto piloto “Árvore no Asfalto”. Na zona leste da Cidade, já plantou 70 mudas no asfalto, entre as duas mãos de circulação de veículos e em ilhas, no cruzamento das vias. Segundo prefeito Haddad é um teste. A metodologia do projeto, que está sendo supervisionado por agrônomos e engenheiros da Companhia de Engenharia de Tráfego, considera as calças estreitas para dividir espaço com pedestres, cadeirantes e árvores. Bom, o que vale é o verde, vamos aguardar o resultado.

Refl exão: “A ecologia é uma ocasião magní� ca, talvez a última ocasião, de devolver sentido ao progresso”. Nicolas Hulot, jornalista e escritor francês.

O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Elisângela Alves DIAGRAMAÇÃO E DESIGN Rafael F.Gomes TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

Próximo 22 de março, cele-bramos o Dia Mundial da Água. Recomendado pela Organização das Nações

Unidas (ONU), em 1992, com o objetivo de convidar países a to-marem medidas de uso racional do recurso, a nível global. “Água e Desenvolvimento Sustentável” é o tema escolhido pela ONU para debater a questão que vive em 2015, o encerramento da Década Internacional para Ação, “Água para a Vida” 2005-2015.

Passados dez anos, decisões concretas para lidar com o manejo sustentável do precioso recurso, ainda não foram efetiva-das, e a água, em todo o planeta, continua sob forte pressão, tanto pelo rápido crescimento das demandas, como pelos impactos das mudanças climáticas, além da má distribuição, falta de in-vestimentos e desperdício.

No Brasil, o desperdício de água tratada é grande e está ligado à questão de operacionali-zação. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), de toda a água tratada no País, 36,9% não chegam às torneiras dos consu-midores. Especialistas dão como admissível, um percentual de perda em torno de 15% e colo-cam na lista dos responsáveis por tal desperdício, vazamentos,

defeitos nas redes, fraudes e liga-ções clandestinas.

Na minha lista, os grandes vilões somos nós que usamos e abusamos da água, enquanto milhões sofrem com a escassez. Nós que não cobramos ações concretas do poder público, que não concertamos canos furados, fazemos ligações clandestinas, � camos inertes diante dos des-perdícios nas redes e o pior, po-luímos a água, como se ela fosse um recurso in� nito.

Os mananciais não precisam somente de água limpa, mas de usuários conscientes e racionais. É evidente que não há no Brasil, uma cultura da racionalização como no Japão (taxa de 3% de perdas) e na Inglaterra (20%), o desempenho por aqui, não é nada bom. O Nordeste, região com dé� cit hídrico histórico, tem perda média maior que a média nacional. Entre os mais relapsos — Sergipe (60%) e o Rio Gran-de do Norte (55%). No Ceará, a coisa melhora: 36,52%. Não é animadora, mas de acordo com a Cagece, é a segunda menor da Região. Pensando sob a perspec-tiva de que crise sempre encerra oportunidades, façamos uma re� exão: água é essencial, sem ela não há vida.

EDITORIAL

Água: crise sempre encerra oportunidadessempre encerra

3VERDE

40 ANOS DEPOIS

Pela primeira vez, as emissões de gases de efeito estufa estão se dissociando do crescimento econômico

O secretário de Estado americano, John Kerry, fez um novo apelo aos países para que de� nam metas ambiciosas e re-duzam a emissão de gases de efeito estu-fa. Dia 12 de março , ele advertiu sobre as mudanças climáticas e a� rmou que brin-car com o futuro do planeta é perigoso.

“Temos nove meses para chegar a um

acordo comum que nos leve pelo cami-nho certo”, disse Kerry em vista da con-ferência da ONU sobre o clima, a ser rea-lizada em Paris, em dezembro.

No � m do ano passado, o secretário já havia discursado sobre o tema em Lima, no Peru, durante a conferência climática das Nações Unidas, a COP 20.

Os países têm até 31 de março para anunciar os seus compromissos para re-duzir as emissões de gases do efeito es-tufa. As metas têm o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 2°C acima da era pré-industrial,

Os Estados Unidos, que geram 12% das emissões globais, anunciaram planos

para reduzi-las entre 26 e 28% até 2025, em comparação com os níveis de 2005.

“Se falharmos, as gerações futuras não vão nos perdoar, e nem deveriam perdo-ar aqueles que ignoraram este momento, não importa suas razões”, disse Kerry, acrescentando que “há décadas a ciência tem nos alertado”.

As emissões de dióxido de carbono param de subir pela primeira vez A edição é sobre água,

mas como deixar de dar esta notícia? As emissões

globais de dióxido de carbono (CO2) do setor de ener-gia pararam de subir em 2014, ao mesmo tempo em que a economia do planeta cresceu 3%. O ano de 2014 foi o primeiro em que as emissões de CO2 � caram estáveis desde 1971, excetuando anos de crise � nanceira, como 1980, 1992 e 2009

Relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) revelou, na sexta-feira (13), que as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) não cresceram em

2014. De acordo com a entidade, é a pri-

meira vez, em 44 anos, que as ta-

xas de emis-sões perma-n e c e r a m e s t á v e i s sem uma re c e s s ã o econômi-ca mun-dial - des-

c o n t a d o s anos de crise

e c o n ô m i c a global, como

1980 e 2009.A AIE a� rmou que

as emissões de carbono estão estagnando ou caíram apenas três vezes desde que começou a coleta de dados há 40 anos, sendo anteriormente ligada a

quedas econômicas – no início dos anos 1980, em 1992 e 2009. Em 2014, no en-tanto, a economia global cresceu 3%. Em 2014, foram emitidos 32,3 bilhões de to-neladas de gás carbônico no planeta, exa-tamente a mesma quantidade registrada em 2013.

“Esses números mostram que o cres-cimento verde é viável não apenas para a Grã-Bretanha, mas para o mundo”, disse o secretário de Energia e Mudança Cli-mática britânico, Ed Davey. “No entanto, não podemos ser complacentes, precisa-mos cortar drasticamente as emissões, não apenas conter o seu crescimento.”

A AIE atribui a estagnação aos esforços mundiais de mitigação de emissões, espe-cialmente na China e em países como Es-tados Unidos e Canadá. Na Europa Oci-dental, houve mudanças nos padrões de consumo de energia, destacou a AIE.

Para o economista-chefe da AIE, Fa-tih Birol , isso é mais uma esperança de

que a humanidade será capaz de traba-lhar unida para combater o fenômeno. “ As mudanças climáticas são a mais im-portante ameaça que enfrentamos atual-mente”, disse o recém indicado para ser o próximo diretor executivo da agência com sede em Paris.

Acordo em ParisBirol disse que os dados fornecem

“uma força muito necessária aos nego-ciadores que se preparam para alcançar um acordo climático global em Paris em dezembro: pela primeira vez, as emissões de gases de efeito estufa estão se disso-ciando do crescimento econômico”.

A COP 21, cúpula das Nações Uni-das que deve acontecer em Paris, tem o objetivo de obter um acordo para li-mitar as emissões globais que, segundo um painel internacional de cientistas, o IPCC, são responsáveis por provocar mais ondas de calor, inundações e ele-

Faltam nove meses para chegar a um acordo climático comum

Page 3: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

2 VERDE

Menu de sobras Além do Noma, considerado o melhor restaurante do mundo, agora, é possível

encontrar em Copenhagen, o Rub & Stub. O restaurante dinamarquês só cozi-nha com sobras de comida que são doadas por agricultores, cooperativas, lojas, padarias, e do Banco de Alimentos de Copenhagen. As doações são geralmente de frutas e legumes com tamanhos, cores ou formas considerados “errados” pelo mercado – uma banana fora do cacho, pepinos curvos, alho-poró pequenos, bata-tas com grumos ou até alimentos típicos do Natal que são jogados fora logo após o Ano Novo – mas todos em boas condições de consumo.

Sem previsão do que será doado, o cardápio é criado diariamente, conforme a disponibilidade. Outro diferencial: apenas o gerente e o chef são pro� ssionais contratados. “São voluntários que servem as mesas e atendem o bar. Por isso, o atendimento é bem informal, mas atencioso – antes de servir qualquer coisa, os voluntários explicam mesa a mesa o conceito do restaurante.” Após um ano e meio de inauguração, já serviu 3,5 toneladas de comida que teriam ido para o lixo.

Água é um bem essencial para que o planeta enfrente os desa� os das próximas décadas. Com o aquecimento global, os recursos hídricos serão ainda mais fundamentais para que a produção de alimentos possa atender a população global, que deverá chegar a 9 bilhões de habitantes.

Oportunamente escutei empresários da indústria, � liados à Fiec, falarem para o atual secretário de Meio ambiente do Estado, Artur Bruno, sobre a urgência de programas de educação ambiental. Concordo. Mas esta não é uma tarefa apenas do poder público. Sugiro à indústria local, usar e abusar das embalagens de seus produtos, e informar e educar o consumidor no campo da responsabilidade socioambiental.

Merece! O Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) será homenageado, no próximo dia 22, com a Comenda Ambiental das Águas 2015, em Minas Gerais. O Cempre, sediado na Capital paulista, é um modelo de organização, sem � ns lucrativos, dedica-se a orientar a sociedade para a prática da segregação de

resíduos para a reciclagem. Pioneira, produtora e disseminadora de conhecimentos, a instituição é competente, apresenta resultados, e conta com o trabalho do diretor executivo, André Vilhena, talvez o mais renomado pro� ssional do País, no setor. Todo e qualquer reconhecimento ao Cempre, não me surpreende.

Criatividade é pouco! A Prefeitura de São Paulo está testando o projeto piloto “Árvore no Asfalto”. Na zona leste da Cidade, já plantou 70 mudas no asfalto, entre as duas mãos de circulação de veículos e em ilhas, no cruzamento das vias. Segundo prefeito Haddad é um teste. A metodologia do projeto, que está sendo supervisionado por agrônomos e engenheiros da Companhia de Engenharia de Tráfego, considera as calças estreitas para dividir espaço com pedestres, cadeirantes e árvores. Bom, o que vale é o verde, vamos aguardar o resultado.

Refl exão: “A ecologia é uma ocasião magní� ca, talvez a última ocasião, de devolver sentido ao progresso”. Nicolas Hulot, jornalista e escritor francês.

O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Elisângela Alves DIAGRAMAÇÃO E DESIGN Rafael F.Gomes TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde

Próximo 22 de março, cele-bramos o Dia Mundial da Água. Recomendado pela Organização das Nações

Unidas (ONU), em 1992, com o objetivo de convidar países a to-marem medidas de uso racional do recurso, a nível global. “Água e Desenvolvimento Sustentável” é o tema escolhido pela ONU para debater a questão que vive em 2015, o encerramento da Década Internacional para Ação, “Água para a Vida” 2005-2015.

Passados dez anos, decisões concretas para lidar com o manejo sustentável do precioso recurso, ainda não foram efetiva-das, e a água, em todo o planeta, continua sob forte pressão, tanto pelo rápido crescimento das demandas, como pelos impactos das mudanças climáticas, além da má distribuição, falta de in-vestimentos e desperdício.

No Brasil, o desperdício de água tratada é grande e está ligado à questão de operacionali-zação. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), de toda a água tratada no País, 36,9% não chegam às torneiras dos consu-midores. Especialistas dão como admissível, um percentual de perda em torno de 15% e colo-cam na lista dos responsáveis por tal desperdício, vazamentos,

defeitos nas redes, fraudes e liga-ções clandestinas.

Na minha lista, os grandes vilões somos nós que usamos e abusamos da água, enquanto milhões sofrem com a escassez. Nós que não cobramos ações concretas do poder público, que não concertamos canos furados, fazemos ligações clandestinas, � camos inertes diante dos des-perdícios nas redes e o pior, po-luímos a água, como se ela fosse um recurso in� nito.

Os mananciais não precisam somente de água limpa, mas de usuários conscientes e racionais. É evidente que não há no Brasil, uma cultura da racionalização como no Japão (taxa de 3% de perdas) e na Inglaterra (20%), o desempenho por aqui, não é nada bom. O Nordeste, região com dé� cit hídrico histórico, tem perda média maior que a média nacional. Entre os mais relapsos — Sergipe (60%) e o Rio Gran-de do Norte (55%). No Ceará, a coisa melhora: 36,52%. Não é animadora, mas de acordo com a Cagece, é a segunda menor da Região. Pensando sob a perspec-tiva de que crise sempre encerra oportunidades, façamos uma re� exão: água é essencial, sem ela não há vida.

EDITORIAL

Água: crise sempre encerra oportunidadessempre encerra

3VERDE

40 ANOS DEPOIS

Pela primeira vez, as emissões de gases de efeito estufa estão se dissociando do crescimento econômico

O secretário de Estado americano, John Kerry, fez um novo apelo aos países para que de� nam metas ambiciosas e re-duzam a emissão de gases de efeito estu-fa. Dia 12 de março , ele advertiu sobre as mudanças climáticas e a� rmou que brin-car com o futuro do planeta é perigoso.

“Temos nove meses para chegar a um

acordo comum que nos leve pelo cami-nho certo”, disse Kerry em vista da con-ferência da ONU sobre o clima, a ser rea-lizada em Paris, em dezembro.

No � m do ano passado, o secretário já havia discursado sobre o tema em Lima, no Peru, durante a conferência climática das Nações Unidas, a COP 20.

Os países têm até 31 de março para anunciar os seus compromissos para re-duzir as emissões de gases do efeito es-tufa. As metas têm o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 2°C acima da era pré-industrial,

Os Estados Unidos, que geram 12% das emissões globais, anunciaram planos

para reduzi-las entre 26 e 28% até 2025, em comparação com os níveis de 2005.

“Se falharmos, as gerações futuras não vão nos perdoar, e nem deveriam perdo-ar aqueles que ignoraram este momento, não importa suas razões”, disse Kerry, acrescentando que “há décadas a ciência tem nos alertado”.

As emissões de dióxido de carbono param de subir pela primeira vez A edição é sobre água,

mas como deixar de dar esta notícia? As emissões

globais de dióxido de carbono (CO2) do setor de ener-gia pararam de subir em 2014, ao mesmo tempo em que a economia do planeta cresceu 3%. O ano de 2014 foi o primeiro em que as emissões de CO2 � caram estáveis desde 1971, excetuando anos de crise � nanceira, como 1980, 1992 e 2009

Relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) revelou, na sexta-feira (13), que as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) não cresceram em

2014. De acordo com a entidade, é a pri-

meira vez, em 44 anos, que as ta-

xas de emis-sões perma-n e c e r a m e s t á v e i s sem uma re c e s s ã o econômi-ca mun-dial - des-

c o n t a d o s anos de crise

e c o n ô m i c a global, como

1980 e 2009.A AIE a� rmou que

as emissões de carbono estão estagnando ou caíram apenas três vezes desde que começou a coleta de dados há 40 anos, sendo anteriormente ligada a

quedas econômicas – no início dos anos 1980, em 1992 e 2009. Em 2014, no en-tanto, a economia global cresceu 3%. Em 2014, foram emitidos 32,3 bilhões de to-neladas de gás carbônico no planeta, exa-tamente a mesma quantidade registrada em 2013.

“Esses números mostram que o cres-cimento verde é viável não apenas para a Grã-Bretanha, mas para o mundo”, disse o secretário de Energia e Mudança Cli-mática britânico, Ed Davey. “No entanto, não podemos ser complacentes, precisa-mos cortar drasticamente as emissões, não apenas conter o seu crescimento.”

A AIE atribui a estagnação aos esforços mundiais de mitigação de emissões, espe-cialmente na China e em países como Es-tados Unidos e Canadá. Na Europa Oci-dental, houve mudanças nos padrões de consumo de energia, destacou a AIE.

Para o economista-chefe da AIE, Fa-tih Birol , isso é mais uma esperança de

que a humanidade será capaz de traba-lhar unida para combater o fenômeno. “ As mudanças climáticas são a mais im-portante ameaça que enfrentamos atual-mente”, disse o recém indicado para ser o próximo diretor executivo da agência com sede em Paris.

Acordo em ParisBirol disse que os dados fornecem

“uma força muito necessária aos nego-ciadores que se preparam para alcançar um acordo climático global em Paris em dezembro: pela primeira vez, as emissões de gases de efeito estufa estão se disso-ciando do crescimento econômico”.

A COP 21, cúpula das Nações Uni-das que deve acontecer em Paris, tem o objetivo de obter um acordo para li-mitar as emissões globais que, segundo um painel internacional de cientistas, o IPCC, são responsáveis por provocar mais ondas de calor, inundações e ele-

Faltam nove meses para chegar a um acordo climático comum

Page 4: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

4 VERDE4 VERDE

Agrotóxicos os maiores poluidores da águaQuestões ambientais, apesar de relevantes não têm sido objeto do necessário

cuidado por parte dos legisladores cearenses. Debates sobre o tema não passam das quatro paredes da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário. Na verdade, poucas têm sido as provocações da sociedade neste sentido, apesar de, paradoxalmente, serem inúmeras as demandas de populações afetadas pelos problemas de poluição, sobretudo aquelas causadas por agrotóxicos, essa praga que a tecnologia colocou nas mãos de irresponsáveis e que têm causado e vai con-tinuar causando muitos malefícios às pessoas, caso não se adotem medidas ur-gentes e punição rigorosas para quantos usam do expediente altamente poluidor do agrotóxico. O cientista José Júlio da Ponte, de saudosa memória, já advertia para o fato de que o Brasil – e o Ceará em particular – são campeões no uso de agrotóxicos, contaminando os mananciais e as lavouras. E levantava um questio-namento por demais pertinente, qual seja o de que o elevado índice de cânceres que estão a afetar a saúde de pessoas jovens provém da ingestão de agrotóxicos contidos nas verduras e frutas. Claro está que uma pessoa que ingere esse veneno desde tenra idade, não alcançará a idade madura sem graves sequelas.

Legislação cearense Foi inserto no ordenamento legal do Ceará, há mais de 20 anos, uma lei que regula o uso de agrotóxicos. Trata-se da Lei 12.228, publicada no Diário O� cial de 14 de dezembro de 1993. Referida lei “dispõe sobre o uso, a produção, o consumo, o comércio e o armazenamento dos agrotóxicos, seus componentes e a� ns bem como sobre a � scalização do uso de consumo do comércio, do armazenamento e do transporte interno desses produtos.” A lei é bené� ca para a sociedade, o que não tem prestado é a ação governamental no estabelecimento dos mecanismos gerenciais para a implementação do diploma. Emendando a lei O deputado Renato Roseno, promissor parlamentar que assume em primeiro mandato e tem uma vida dedicada às causas sociais, de logo intentou aperfeiçoar a Lei 12.228, apresentando à apreciação de seus pares um projeto de lei – o de número 18/2015 – em que corretamente corta o mal pela raiz. Segundo a propositura do deputado Renato Roseno, em seu artigo 1º, � ca “vedada a pulverização aérea de agrotóxicos na agricultura no Estado do Ceará”. O necessário complemento está no parágrafo único do citado artigo: “A infração ao artigo anterior sujeita o infrator ao pagamento de multa de 15 mil (quinze mil) UFIR’s.”

Malefícios Arrimado em irrefutáveis argumentos sócio-jurídicos, o deputado Renato Roseno assenta sua iniciativa legiferante em alentada justi� cativa, na qual � rma as bases constitucionais da sua proposta, além de chamar a atenção, com dados, para os imensuráveis malefícios que causam os agrotóxicos, sobretudo aos nossos já parcos recursos hídricos.

Garantia para o futuroCom efeito, medidas duras para coibir esses crimes contra o ambiente devem ser adotadas pelas autoridades, com base na legislação ao dispor da sociedade. Lembre-se que a maior parte dos agrotóxicos não atinge a praga alvo, contamina as águas subterrâneas e super� ciais e traz graves riscos à saúde. O Dr. Mauro Banderali, especialista em instrumentação ambiental e hidrológica, assevera que “embora a disponibilidade de água no Brasil seja imensa, é preciso garantir sua qualidade para as gerações futuras. Por isso, ao detectar o aparecimento de resíduos de agrotóxicos nas reservas de água subterrânea e super� cial, é necessário tomar medidas rigorosas para evitar o agravamento do problema. Quando a água é contaminada por defensivos agrícolas, sua detecção e descontaminação é mais difícil e custosa”.

[email protected]

19 de MarçoDia de São José

Segundo o Novo Testamento, São José foi o esposo de Maria e pai de Jesus. Como foi um homem sincero e � el a esposa, bom pai, é também o “Padro-eiro das Famílias”.

Mas no Ceará, ele é o nosso pa-droeiro. A parceria entre o santo e o Estado começou a mais de 300 anos quando pescadores encontra-ram uma imagem dele, no litoral cearense. Desde então, o sertanejo deposita em São José as esperan-ças de boa estação chuvosa. Reza a tradição se chover no dia 19 de março, dia do santo, vai ter inverno.

21 de MarçoDia Mundial da FlorestaEm 1971 foi estabelecido o Dia Mundial da Floresta com o objetivo é sensibilizar as populações para a importância da � oresta na manu-tenção da vida na Terra. Resultado de um longo processo evolutivo de milhões de anos, as � orestas consti-tuem um valioso estoque de biodi-versidade gerador de múltiplos bens e serviços para o meio ambiente, para a economia e para o equilíbrio da vida no planeta, constituindo--se um dos principais reservatórios de carbono da biosfera. O Brasil é o dono de um dos maiores estoques

� orestais do planeta, a Amazônia.

22 de MarçoDia Mundial da ÁguaCelebrado, mundialmente, desde 22 de março de 1993, o Dia foi recomen-dado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992, durante a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro (Eco 92), conhecido como Eco-92, quando os países foram convidados a celebrar o Dia Mundial da Água e a implementar medidas de uso racional do precioso recurso.

23 de MarçoDia do MeteorologistaO meteorologista é o pro� ssional que estuda as ciências atmosféricas e aplica a meteorologia às diversas outras ciências e as situações do cotidiano. É responsável pelo estudo das condições climáticas e análise de dados como chuvas, umidade, ventos, correntes de ar e marítimas, mudanças de clima, movimentos atmosféricos, amplitudes térmicas, etc. Com tais informações ele pode prever as condições climáticas em todas as regiões do País. No Ceará, contamos com os meteorologistas da Fundação Cearense de Meteorolo-gia e Recursos Hídricos (Funceme) que prestam relevantes serviços à população cearense, fornecendo informações sobre clima e tempo.

5VERDE

Recursos hídricos também preocupam o novo secretário

MEIO AMBIENTE

O secretário do Meio Ambiente do Estado, Artur Bruno, reuniu-se com membros do Conselho Te-mático de Meio ambiente (Co-

tema) da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) dia 12. Além de expor seus planos , o secretário ouviu sugestões dos representantes da indústria que integram o Cotema , presidido pelo empresário Marcos Albuquerque e ainda conversou com a redação do Estado Verde.

O secretário disse à nossa reporta-gem que a reunião foi muito importan-te. Através da mesma, foi possível ouvir o Conselho Temático da Fiec além dos empresários, cujas atividades são volta-das ao meio ambiente. “Nesse sentido, a troca de informações foi fundamental para as decisões que tomaremos ao lon-go desses quatro anos de gestão”, disse.

Artur Bruno frisou que a sua gestão vai facilitar o trabalho de quem de-dica-se às atividades sustentáveis. “O nosso maior objetivo é o desenvolvi-mento sustentável do Estado e foi isso que tratamos aqui”.

SEMA No último dia 10, o Conselho de

Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam) deixou de existir, tomando lugar no cenário ambiental do Estado a nova Secretaria de Meio Ambiente (Sema). “Agora há mais clareza, embora o Conpam tenha feito o seu papel”, des-taca Artur Bruno.

“Agora, a Sema vai facilitar o nosso

Dia Estadual de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas Ontem, no Complexo de Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa, aconteceu Audiência Pública para deba-ter sobre o Dia Estadual de Conscienti-zação sobre as Mudanças Climáticas. A audiência foi conduzida pela deputada Dra. Silvana (PMDB), presidente do Co-legiado, e contou com a participação dos secretários de Estado Artur Bruno (Se-cretaria de Meio Ambiente), Inácio Ar-ruda (Secretaria de Ciência, Tecnologia e

Ensino Superior) e Dedé Teixeira (Secre-taria de Desenvolvimento Agrário) e do deputado Elmano Freitas (PT), autor do requerimento para o debate.O pesquisador Marcos Sanches, do Ins-tituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que apresentou o tema e disse que se nenhuma providência for toma-da pelos dirigentes do País e pela popu-lação em relação às mudanças climáti-cas, o Brasil poderá perder cerca de R$

3,6 trilhões do PIB, entre 2010 e 2050. Ele destacou que o Sudeste do Brasil está precisando aprender como se comportar diante das adversidades do tempo com o Nordeste, região que convive com in-tempéries climáticas desde sempre. “Nós temos de decidir o quanto queremos deixar de crescer nos próximos 30 anos, para reduzir os desastres ambientais”, frisou Sanches. Destacou ainda que é preciso fazer muito em termos de educa-

ção ambiental no País. Para o secretário Artur Bruno, é preciso fazer a sociedade entender o que está em jogo quando se fala em mudanças climá-ticas. “É necessário que sejam adotadas ações concretas, com uma parceria en-tre o Executivo e o Legislativo.” Artur Bruno assegurou que todos os projetos de indicação visando à defesa do meio ambiente serão amplamente avaliados por sua Secretaria.

Secretário do Meio Ambiente do Estado, Artur Bruno conversa com representantes da indústria na Fiec

trabalho, inclusive em Brasília, com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e as diversas outras secretarias e órgãos. Formamos uma equipe competente com vários técnicos cedidos pela Superinten-dência Estadual de Meio ambiente (Se-mace), o que possibilita a realização de um bom trabalho”.

OrçamentoAgora, o meio ambiente vai ter um

orçamento? Perguntei. “Sim”, respondeu o secretário. “Buscaremos os maiores orçamentos, já dispomos dos recursos próprios, temos as anuências, faremos parcerias com o Ministério do Meio

Ambiente, buscaremos, inclusive, recur-sos internacionais, para garantir que a política ambiental seja bem desenvolvi-da em nosso Estado.”

Dia Mundial da Água Artur Bruno falou ao Estado Verde

sobre sua preocupação com a questão da água e quanto é necessária a humanida-de. Lembrou que o Brasil “tem 16% da água doce do planeta” e que , nenhum país tem tanta água, no entanto, poucos países usam tão mal esse recurso” , ressalta.

Para o titular da Sema há urgência de um trabalho na perspectiva de de-senvolvimento de políticas de educação

ambiental. “Precisamos mudar a cultura e isto só é possível com muito esforço de todos os envolvidos nas causas ambien-tais. As campanhas são fundamentais nesse processo de conscientização da população.”

Na ocasião, ele destacou a audiência pública realizada na Assembleia Legisla-tiva, que discutiu ontem (16), a impor-tância da preservação da mata ciliar. “É ela que protege os rios, evita a erosão. Buscamos refletir sobre as constantes mudanças climáticas que atingem toda a humanidade. Esse foi o dia da cons-cientização sobre tais mudanças e seus profundos impactos.”

FOTO ASSESSORIA/DIVULGAÇÃO

Page 5: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

4 VERDE4 VERDE

Agrotóxicos os maiores poluidores da águaQuestões ambientais, apesar de relevantes não têm sido objeto do necessário

cuidado por parte dos legisladores cearenses. Debates sobre o tema não passam das quatro paredes da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário. Na verdade, poucas têm sido as provocações da sociedade neste sentido, apesar de, paradoxalmente, serem inúmeras as demandas de populações afetadas pelos problemas de poluição, sobretudo aquelas causadas por agrotóxicos, essa praga que a tecnologia colocou nas mãos de irresponsáveis e que têm causado e vai con-tinuar causando muitos malefícios às pessoas, caso não se adotem medidas ur-gentes e punição rigorosas para quantos usam do expediente altamente poluidor do agrotóxico. O cientista José Júlio da Ponte, de saudosa memória, já advertia para o fato de que o Brasil – e o Ceará em particular – são campeões no uso de agrotóxicos, contaminando os mananciais e as lavouras. E levantava um questio-namento por demais pertinente, qual seja o de que o elevado índice de cânceres que estão a afetar a saúde de pessoas jovens provém da ingestão de agrotóxicos contidos nas verduras e frutas. Claro está que uma pessoa que ingere esse veneno desde tenra idade, não alcançará a idade madura sem graves sequelas.

Legislação cearense Foi inserto no ordenamento legal do Ceará, há mais de 20 anos, uma lei que regula o uso de agrotóxicos. Trata-se da Lei 12.228, publicada no Diário O� cial de 14 de dezembro de 1993. Referida lei “dispõe sobre o uso, a produção, o consumo, o comércio e o armazenamento dos agrotóxicos, seus componentes e a� ns bem como sobre a � scalização do uso de consumo do comércio, do armazenamento e do transporte interno desses produtos.” A lei é bené� ca para a sociedade, o que não tem prestado é a ação governamental no estabelecimento dos mecanismos gerenciais para a implementação do diploma. Emendando a lei O deputado Renato Roseno, promissor parlamentar que assume em primeiro mandato e tem uma vida dedicada às causas sociais, de logo intentou aperfeiçoar a Lei 12.228, apresentando à apreciação de seus pares um projeto de lei – o de número 18/2015 – em que corretamente corta o mal pela raiz. Segundo a propositura do deputado Renato Roseno, em seu artigo 1º, � ca “vedada a pulverização aérea de agrotóxicos na agricultura no Estado do Ceará”. O necessário complemento está no parágrafo único do citado artigo: “A infração ao artigo anterior sujeita o infrator ao pagamento de multa de 15 mil (quinze mil) UFIR’s.”

Malefícios Arrimado em irrefutáveis argumentos sócio-jurídicos, o deputado Renato Roseno assenta sua iniciativa legiferante em alentada justi� cativa, na qual � rma as bases constitucionais da sua proposta, além de chamar a atenção, com dados, para os imensuráveis malefícios que causam os agrotóxicos, sobretudo aos nossos já parcos recursos hídricos.

Garantia para o futuroCom efeito, medidas duras para coibir esses crimes contra o ambiente devem ser adotadas pelas autoridades, com base na legislação ao dispor da sociedade. Lembre-se que a maior parte dos agrotóxicos não atinge a praga alvo, contamina as águas subterrâneas e super� ciais e traz graves riscos à saúde. O Dr. Mauro Banderali, especialista em instrumentação ambiental e hidrológica, assevera que “embora a disponibilidade de água no Brasil seja imensa, é preciso garantir sua qualidade para as gerações futuras. Por isso, ao detectar o aparecimento de resíduos de agrotóxicos nas reservas de água subterrânea e super� cial, é necessário tomar medidas rigorosas para evitar o agravamento do problema. Quando a água é contaminada por defensivos agrícolas, sua detecção e descontaminação é mais difícil e custosa”.

[email protected]

19 de MarçoDia de São José

Segundo o Novo Testamento, São José foi o esposo de Maria e pai de Jesus. Como foi um homem sincero e � el a esposa, bom pai, é também o “Padro-eiro das Famílias”.

Mas no Ceará, ele é o nosso pa-droeiro. A parceria entre o santo e o Estado começou a mais de 300 anos quando pescadores encontra-ram uma imagem dele, no litoral cearense. Desde então, o sertanejo deposita em São José as esperan-ças de boa estação chuvosa. Reza a tradição se chover no dia 19 de março, dia do santo, vai ter inverno.

21 de MarçoDia Mundial da FlorestaEm 1971 foi estabelecido o Dia Mundial da Floresta com o objetivo é sensibilizar as populações para a importância da � oresta na manu-tenção da vida na Terra. Resultado de um longo processo evolutivo de milhões de anos, as � orestas consti-tuem um valioso estoque de biodi-versidade gerador de múltiplos bens e serviços para o meio ambiente, para a economia e para o equilíbrio da vida no planeta, constituindo--se um dos principais reservatórios de carbono da biosfera. O Brasil é o dono de um dos maiores estoques

� orestais do planeta, a Amazônia.

22 de MarçoDia Mundial da ÁguaCelebrado, mundialmente, desde 22 de março de 1993, o Dia foi recomen-dado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992, durante a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro (Eco 92), conhecido como Eco-92, quando os países foram convidados a celebrar o Dia Mundial da Água e a implementar medidas de uso racional do precioso recurso.

23 de MarçoDia do MeteorologistaO meteorologista é o pro� ssional que estuda as ciências atmosféricas e aplica a meteorologia às diversas outras ciências e as situações do cotidiano. É responsável pelo estudo das condições climáticas e análise de dados como chuvas, umidade, ventos, correntes de ar e marítimas, mudanças de clima, movimentos atmosféricos, amplitudes térmicas, etc. Com tais informações ele pode prever as condições climáticas em todas as regiões do País. No Ceará, contamos com os meteorologistas da Fundação Cearense de Meteorolo-gia e Recursos Hídricos (Funceme) que prestam relevantes serviços à população cearense, fornecendo informações sobre clima e tempo.

5VERDE

Recursos hídricos também preocupam o novo secretário

MEIO AMBIENTE

O secretário do Meio Ambiente do Estado, Artur Bruno, reuniu-se com membros do Conselho Te-mático de Meio ambiente (Co-

tema) da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) dia 12. Além de expor seus planos , o secretário ouviu sugestões dos representantes da indústria que integram o Cotema , presidido pelo empresário Marcos Albuquerque e ainda conversou com a redação do Estado Verde.

O secretário disse à nossa reporta-gem que a reunião foi muito importan-te. Através da mesma, foi possível ouvir o Conselho Temático da Fiec além dos empresários, cujas atividades são volta-das ao meio ambiente. “Nesse sentido, a troca de informações foi fundamental para as decisões que tomaremos ao lon-go desses quatro anos de gestão”, disse.

Artur Bruno frisou que a sua gestão vai facilitar o trabalho de quem de-dica-se às atividades sustentáveis. “O nosso maior objetivo é o desenvolvi-mento sustentável do Estado e foi isso que tratamos aqui”.

SEMA No último dia 10, o Conselho de

Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam) deixou de existir, tomando lugar no cenário ambiental do Estado a nova Secretaria de Meio Ambiente (Sema). “Agora há mais clareza, embora o Conpam tenha feito o seu papel”, des-taca Artur Bruno.

“Agora, a Sema vai facilitar o nosso

Dia Estadual de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas Ontem, no Complexo de Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa, aconteceu Audiência Pública para deba-ter sobre o Dia Estadual de Conscienti-zação sobre as Mudanças Climáticas. A audiência foi conduzida pela deputada Dra. Silvana (PMDB), presidente do Co-legiado, e contou com a participação dos secretários de Estado Artur Bruno (Se-cretaria de Meio Ambiente), Inácio Ar-ruda (Secretaria de Ciência, Tecnologia e

Ensino Superior) e Dedé Teixeira (Secre-taria de Desenvolvimento Agrário) e do deputado Elmano Freitas (PT), autor do requerimento para o debate.O pesquisador Marcos Sanches, do Ins-tituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que apresentou o tema e disse que se nenhuma providência for toma-da pelos dirigentes do País e pela popu-lação em relação às mudanças climáti-cas, o Brasil poderá perder cerca de R$

3,6 trilhões do PIB, entre 2010 e 2050. Ele destacou que o Sudeste do Brasil está precisando aprender como se comportar diante das adversidades do tempo com o Nordeste, região que convive com in-tempéries climáticas desde sempre. “Nós temos de decidir o quanto queremos deixar de crescer nos próximos 30 anos, para reduzir os desastres ambientais”, frisou Sanches. Destacou ainda que é preciso fazer muito em termos de educa-

ção ambiental no País. Para o secretário Artur Bruno, é preciso fazer a sociedade entender o que está em jogo quando se fala em mudanças climá-ticas. “É necessário que sejam adotadas ações concretas, com uma parceria en-tre o Executivo e o Legislativo.” Artur Bruno assegurou que todos os projetos de indicação visando à defesa do meio ambiente serão amplamente avaliados por sua Secretaria.

Secretário do Meio Ambiente do Estado, Artur Bruno conversa com representantes da indústria na Fiec

trabalho, inclusive em Brasília, com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e as diversas outras secretarias e órgãos. Formamos uma equipe competente com vários técnicos cedidos pela Superinten-dência Estadual de Meio ambiente (Se-mace), o que possibilita a realização de um bom trabalho”.

OrçamentoAgora, o meio ambiente vai ter um

orçamento? Perguntei. “Sim”, respondeu o secretário. “Buscaremos os maiores orçamentos, já dispomos dos recursos próprios, temos as anuências, faremos parcerias com o Ministério do Meio

Ambiente, buscaremos, inclusive, recur-sos internacionais, para garantir que a política ambiental seja bem desenvolvi-da em nosso Estado.”

Dia Mundial da Água Artur Bruno falou ao Estado Verde

sobre sua preocupação com a questão da água e quanto é necessária a humanida-de. Lembrou que o Brasil “tem 16% da água doce do planeta” e que , nenhum país tem tanta água, no entanto, poucos países usam tão mal esse recurso” , ressalta.

Para o titular da Sema há urgência de um trabalho na perspectiva de de-senvolvimento de políticas de educação

ambiental. “Precisamos mudar a cultura e isto só é possível com muito esforço de todos os envolvidos nas causas ambien-tais. As campanhas são fundamentais nesse processo de conscientização da população.”

Na ocasião, ele destacou a audiência pública realizada na Assembleia Legisla-tiva, que discutiu ontem (16), a impor-tância da preservação da mata ciliar. “É ela que protege os rios, evita a erosão. Buscamos refletir sobre as constantes mudanças climáticas que atingem toda a humanidade. Esse foi o dia da cons-cientização sobre tais mudanças e seus profundos impactos.”

FOTO ASSESSORIA/DIVULGAÇÃO

Page 6: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

6 VERDE

Uma alternativa viável: economia com consciência ambiental

REÚSO

Na agricultura, na indústria ou em casa, está é uma boa maneira para amenizar a crise hídrica

Mesmo ocupando 70% da super-fície do planeta a escassez de água já é uma realidade bem próxima a todos nós. Portan-

to, o uso racional da água tem que ser visto como fator urgente e prioritário. De acordo com a Organização das Na-ções Unidas (ONU), atualmente, apenas 20% das águas residuais do planeta, por exemplo, são tratadas, deixando popula-ções de países como o Brasil, mais vul-neráveis a contaminação e doenças por veiculação hídrica.

Para o mestre, em saneamento básico, Olívio Brito Junior, professor do IFCE Maracanaú, o reaproveitamento de águas residuais além de uma alternativa economicamente viável, pode amenizar a crise, principalmente, no Semiárido. “Região com histórico de déficit hídrico, a situação se agrava. Um levantamento de 2012, realizado junto a 100 comuni-dades do Sisar Sobral - Sistema Integra-do de Saneamento Rural (veja quadro) mostrou um desperdício de 100 milhões de litros de água”, disse.

A lógica do especialista, quanto ao reúso, é a mesma de Lavoisier: “Na na-tureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Brito Júnior defende o reaproveitamento, seja de águas de chuvas ou de esgotamentos sanitários, entre outros. “A técnica reduz a pres-são sobre os mananciais, evita o uso de água potável para consumos inferiores, como processos de limpeza irrigação de jardins”, explica.

AgriculturaA utilização de águas residuárias

tem sido praticada em todo o mun-do, vem ganhando importância com a redução da disponibilidade de recur-sos hídricos de boa qualidade. Para a agricultura, o uso dessas águas é uma alternativa importante, pois permite o aproveitamento potencial das águas e dos nutrientes nelas contidos para o crescimento de plantas.

Como exemplo, Brito Junior cita o uso de água residuária, que apresenta uma carga orgânica elevada e é rica em fósforo e nitrogênio, na produção de tomates verdes hidropônicas. “Através do tratamento dos esgotos, além do reaproveitamento do recurso para ir-rigação, é possível o reaproveitamento dos nutrientes que podem ser usados em processos de adubação. A irrigação com águas residuais pode ser feita sem problemas”, encerra.

IguatemiNo Brasil, a água de reúso não é usa-

da para beber, mas para processos como limpeza de calçadas, irrigação de jar-dins e na produção industrial. Um bom exemplo vem do Shopping Iguatemi, em Fortaleza. O centro comercial dispõe de programa próprio que trata todo o es-goto que produz, além de utilizar um sistema que promove o reúso da água servida para jardins e resfriamento de máquinas de ar-condicionado.

Segundo o gerente de manutenção, Paulo Bandeira, o shopping já iniciou as operações, no início da década de 80, com o pleno funcionamento da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). “Em 1994, após o racionamento de água que o Estado sofreu em 1993, a em-presa implantou um programa inteli-gente de reúso que lhe garantiu parte

do abastecimento e como resultado, reduziu os custos condominiais para lojistas e para a comunidade, além de minimizar o impacto no sistema administrado pela concessionária do

serviço público”, conta.

100%: sustentabilidadeCerca de 75% da água que o shop-

ping utiliza são provenientes de reúso,

FOTO IGUATEMI/DIVULGAÇÃO

Shopping Iguatemi: quase autossuficiente em consumo e reutilização de água

TARCILIA REGOda redação do Estado Verde

Page 7: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

6 VERDE

Uma alternativa viável: economia com consciência ambiental

REÚSO

Na agricultura, na indústria ou em casa, está é uma boa maneira para amenizar a crise hídrica

Mesmo ocupando 70% da super-fície do planeta a escassez de água já é uma realidade bem próxima a todos nós. Portan-

to, o uso racional da água tem que ser visto como fator urgente e prioritário. De acordo com a Organização das Na-ções Unidas (ONU), atualmente, apenas 20% das águas residuais do planeta, por exemplo, são tratadas, deixando popula-ções de países como o Brasil, mais vul-neráveis a contaminação e doenças por veiculação hídrica.

Para o mestre, em saneamento básico, Olívio Brito Junior, professor do IFCE Maracanaú, o reaproveitamento de águas residuais além de uma alternativa economicamente viável, pode amenizar a crise, principalmente, no Semiárido. “Região com histórico de déficit hídrico, a situação se agrava. Um levantamento de 2012, realizado junto a 100 comuni-dades do Sisar Sobral - Sistema Integra-do de Saneamento Rural (veja quadro) mostrou um desperdício de 100 milhões de litros de água”, disse.

A lógica do especialista, quanto ao reúso, é a mesma de Lavoisier: “Na na-tureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Brito Júnior defende o reaproveitamento, seja de águas de chuvas ou de esgotamentos sanitários, entre outros. “A técnica reduz a pres-são sobre os mananciais, evita o uso de água potável para consumos inferiores, como processos de limpeza irrigação de jardins”, explica.

AgriculturaA utilização de águas residuárias

tem sido praticada em todo o mun-do, vem ganhando importância com a redução da disponibilidade de recur-sos hídricos de boa qualidade. Para a agricultura, o uso dessas águas é uma alternativa importante, pois permite o aproveitamento potencial das águas e dos nutrientes nelas contidos para o crescimento de plantas.

Como exemplo, Brito Junior cita o uso de água residuária, que apresenta uma carga orgânica elevada e é rica em fósforo e nitrogênio, na produção de tomates verdes hidropônicas. “Através do tratamento dos esgotos, além do reaproveitamento do recurso para ir-rigação, é possível o reaproveitamento dos nutrientes que podem ser usados em processos de adubação. A irrigação com águas residuais pode ser feita sem problemas”, encerra.

IguatemiNo Brasil, a água de reúso não é usa-

da para beber, mas para processos como limpeza de calçadas, irrigação de jar-dins e na produção industrial. Um bom exemplo vem do Shopping Iguatemi, em Fortaleza. O centro comercial dispõe de programa próprio que trata todo o es-goto que produz, além de utilizar um sistema que promove o reúso da água servida para jardins e resfriamento de máquinas de ar-condicionado.

Segundo o gerente de manutenção, Paulo Bandeira, o shopping já iniciou as operações, no início da década de 80, com o pleno funcionamento da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). “Em 1994, após o racionamento de água que o Estado sofreu em 1993, a em-presa implantou um programa inteli-gente de reúso que lhe garantiu parte

do abastecimento e como resultado, reduziu os custos condominiais para lojistas e para a comunidade, além de minimizar o impacto no sistema administrado pela concessionária do

serviço público”, conta.

100%: sustentabilidadeCerca de 75% da água que o shop-

ping utiliza são provenientes de reúso,

FOTO IGUATEMI/DIVULGAÇÃO

Shopping Iguatemi: quase autossuficiente em consumo e reutilização de água

TARCILIA REGOda redação do Estado Verde

7VERDE

FOTO

TRATA BRA

SIL/DIV

ULG

ÃO

após tratamento ou poços. Isso signifi-ca que, da nossa demanda, apenas 25% vêm da Cagece. A maior parte dessa demanda vai para o resfriamento das máquinas do ar-condicionado e para

jardinagem. “A água para essas duas fi-nalidades é toda proveniente do reúso, ou seja, é produto da ETE”, esclarece.

Em 2002, o empreendimento comer-cial fez novo investimento, “ampliou a ETE em 40%, passando a transformar todos os resíduos líquidos produzidos pelo shopping, em água tratada. Des-de então, 100% do nosso esgoto é tra-tado e reutilizado.”, esclarece Bandeira. O tratamento de esgotos consiste na remoção de poluentes, o método a ser utilizado depende das características físicas, químicas e biológicas.

Para finalizar Bandeira destaca as-pectos, econômico, ambiental e social, do sistema, ou seja, a sustentabilidade: “somos quase autossuficientes em con-sumo e reúso de água. A segunda, é que estamos fazendo um trabalho ambien-talmente correto, pois não despejamos esgoto na rede pública. Por último, ao utilizarmos menos água da concessio-nária do serviço, a comunidade tem maior oferta do recurso”.

O Sistema Integrado de Sanea-mento Rural (Sisar) surgiu, em 1996, como uma alternativa de gestão para garantir a continui-dade e a qualidade dos sistemas de abastecimento de água em localidades rurais do Estado do Ceará. Tem como público alvo a população residente em co-munidades rurais. Atualmente, o Estado conta com oito Sisar distribuídos entre as onze bacias hidrográficas. Todos juridica-mente independentes, compartil-hando da mesma filosofia. Mais informação: www.sisarceará.org

O que é Sisar?

Águas residuais ou residuárias São aquelas descartadas após utilização em diversos processos, por exemplo:Águas residuais domésticas: provenientes de banhos; provenientes de coz-inhas; provenientes de lavagens de pavimentos domésticos.Águas residuais industriais: resultantes de processos de fabricação.Águas de infiltração: resultam da infiltração nos coletores de água existente nos terrenos.Águas urbanas: resultam de chuvas, lavagem de pavimentos, regas, etc.

As regiões Norte e Nordeste apresentam a maior taxa de desperdício de água O desperdício entre o tratamento e a distribuição de toda a água consumida no País, em 2013, ficou em 37%. Os da-dos constam de um relatório do Sistema Nacional de Informações sobre Sanea-mento (Snis), ligado ao Ministério das Cidades. O percentual ficou estável em relação ao verificado em 2012, quando o levantamento mostrou que, de toda a água tratada no período, 36,9% não che-gavam às torneiras dos consumidores. Os números, que são os mais recentes, indicam que o desperdício permanece acima do percentual indicado pelo Snis, que é abaixo de 20%. Entre as principais causas apontadas para o desperdício estão os vazamentos em adutoras, nas redes, nos ramais, em conexões e nos reservatórios das prestadoras de serviço responsáveis pelo abastecimento.O presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, explicou à redação de O Estado Verde, que num momento de forte escassez hídrica, como estamos vivendo agora, todo li-tro de água conta. “Se não há coleta e tratamento dos esgotos esses resíduos poluem a pouca água existente, de tal forma, que fica inviável tratá-la. É fun-damental, portanto, ampliar os siste-mas de coleta e tratamento dos esgotos para que mais água chegue à natureza a

ponto de poder ser usada”, disse.“Em várias partes do mundo se usam tecnologias adequadas para transfor-mar a água proveniente do esgoto trata-do como fonte para abastecimento, mas mesmo que esta água não seja utilizada para esse fim ela deve ser devolvida mais limpa à natureza para futuramente po-der ser reutilizada.”Segundo dados do Instituto Trata Bra-sil, 70% das casas estão ligadas às re-des de esgoto no Sudeste, enquanto no Nordeste este número cai para 29% e para 3,5% na Região Norte. As regiões Norte e Nordeste apresentam a maior taxa de desperdício, com 50,8% e 45%, respectivamente, seguidas do Sul (35,1%), do Centro-Oeste (33,4%) e do Sudeste (33,4%).

Page 8: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

8 VERDE

Page 9: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

8 VERDE

9VERDE

Nos últimos cinco meses tivemos um pequeno distanciamento da previsão climática

Dia de São José não tem uma

relação direta com a qualidade da estação chuvosa principal. Raul Fritz B. Teixeira, metereorologista

A precisão que a Funceme faz, é de

dois tipos: uma de curto período e outra de período mais longo. Raul Fritz B. Teixeira, metereorologista

Glossário Zona de Convergência Intertropical: É principal sistema meteorológico que traz chuvas de uma forma mais regular para o Ceará.

Equinócio: Momento em que o sol incide com maior intensi-dade sobre as regiões que estão localizadas próximas à linha do equador. Quando ocorre o equi-nócio, o dia e a noite tem igual duração (exatamente 12 horas).

Célula de Convecção: Fenôme-no de dinâmica dos � uídos que ocorre em situações onde existem diferenças de temperatura dentro de um corpo líquido ou gasoso.

Page 10: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

10 VERDE

Page 11: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

11VERDE

Faz parte da agenda positiva do Sindienergia atrair investidores

A Resolução 482 permite ainda que

o cidadão gere energia excedente. Wilmar Pereira, Sindienergia

O mercado de renovável precisa

do incentivo governamental. Wilmar Pereira, Sindienergia

Microgeração e Minigeração A micro e a minigeração distribuída consistem na produção de energia elétrica a partir de pequenas centrais geradoras que utilizam fontes com base em energia hidráu-lica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conec-tadas à rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras.Para efeitos de diferenciação, a microgeração distribuída refe-re-se a uma central geradora de energia elétrica, com potência instalada menor ou igual a 100 quilowatts (kW), enquanto que a minigeração distribuída diz respeito às centrais gera-doras com potência instalada superior a 100 kW e menor ou igual a 1 megawatt (MW).A fim de que a central geradora seja caracterizada como micro ou minigeração distribuída, são obrigatórias as etapas de solici-tação e de parecer de acesso. A solicitação de acesso é o reque-rimento formulado pelo aces-sante (consumidor), e que, uma vez entregue à acessada (distri-buidora), implica em priorida-de de atendimento, de acordo com a ordem cronológica de protocolo. Nessa solicitação de acesso deve constar o projeto das instalações de conexão (memorial descritivo, localiza-ção, arranjo físico, diagramas), além de outros documentos e informações eventualmente solicitados pela distribuidora.

Page 12: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

12 VERDE

Dicionário O Estado Verde da ÁguaEDUCAÇÃO AMBIENTAL

AGUACEIRO: Chuva pesada e inten-sa que cai repentinamente. Associada ao verão e aos cúmulos-nimbos.

ÁGUA DE CAPTAÇÃO: Qualquer rio, lago ou oceano em que a água servida, tratada ou não tratada é � nal-mente descarregada.

ÁGUA DE ESGOTO: Corrente de água servida que é drenada de um pá-tio de fazenda, de um monte de escória ou de uma rua.

ÁGUA DE MINERAÇÃO: 1) Água salgada ou pasta aquosa contendo os materiais minerais dissolvidos ou só-lidos que são extraídos durante o pro-cesso de mineração � uida. 2) Água re-tirada de recursos subterrâneos.

ÁGUA DE REPOSIÇÃO: Água re-querida para substituir a usada num sistema ou perdida por ele. A água de reposição inclui a usada para substi-tuir a água que escoa de um sistema de irrigação e, mais comumente, aquela perdida numa torre de refrigeração usada na geração de energia.

ÁGUA DE SUPERFÍCIE: Ocorrên-cia de água na superfície da terra. Cf. ÁGUA SUBSUPERFICIAL.

ÁGUA DO MAR a água salina do oceano. Os componentes dissolvidos da água do mar montam a uma média de 34 partes por mil medidas por peso.

ÁGUA DOCE: Água que contém muito pouco sal (menos de 0,05 por cento), em comparação com a água sa-lobra (que tem entre 0,05 e 3 por cen-to), como a dos rios, lagos e lagoas.

ÁGUA DOMÉSTICA: Fonte de água disponível para uso doméstico.

ÁGUA DURA: Água subterrânea

com sais minerais dissolvidos, geral-mente carbonato de cálcio (ou uma combinação de cálcio e magnésio). Á água dura não espuma bem com sa-bão, forma depósitos (escama, CaCO3 ou MgCO3) em chaleiras e tanques de água quente, e, em casos mais extre-mos, pode entupir as tubulações, for-mando depósitos de cálcio nos canos.

ÁGUA FREÁTICA: Água que ocupa os vãos dentro de uma rocha ou solo num nível abaixo do lençol freático. O mesmo que água vadosa.

ÁGUA POTÁVEL: Termo que des-creve a água que é segura e palatável para consumo humano.

ÁGUA RECEPTORA: Qualquer rio, lago ou oceano em que a água servida tratada ou não tratada é descarregada.

ÁGUA SALGADA: Água que con-tém concentrações signi� cativas de sal (acima de três por cento), como a encontrada nos oceanos. Cf. ÁGUA DOCE, SALOBRA.

ÁGUA SERVIDA IN NATURA: Lixo aquoso civil ou industrial que não pas-sou por puri� cação ou tratamento.

ÁGUA SERVIDA: 1) Termo geral aplicado ao vazamento de água de um reservatório. 2) Termo geral para o e� uente de um sistema de esgoto resi-dencial ou municipal.

ÁGUA SUBTERRÂNEA: Toda a água que está contida nos espaços po-rosos de rochas e no solo abaixo da elevação do lençol freático.

ÁGUAS INTERESTADUAIS: Ter-mo aplicado a rios e vertentes ou ba-cias de captação que se situam den-tro de dois ou mais limites políticos estaduais.

Essencial para a vida, a Água, é uma forma líquida do composto químico H2O.

Com relação à etimologia, a palavra água tem origem no latim aqua, signi� ca líquido incolor, inodoro, insí-pido, e essencial à vida. Durante o sécu-

lo XIII a palavra foi escrita de diversas formas como agoa, auga, augua...

Por conta da expressão água, muitas outras expressões surgiram. Por isso, em especial, o Estado Verde publica, hoje, um pequeno glossário da água que pode ser muito útil ao leitor.

FOTO DIVULGAÇÃO

CHUVA DE CONDENSAÇÃO: Forma de deposição úmida na qual, particula-dos atmosféricos servem como núcleos de condensação, produzindo � nalmen-te a chuva que carrega os particulados para fora da atmosfera e para a superfí-cie da Terra.

CICLO HIDROLÓGICO: Ciclo natural, dirigido pelo sol, de evapotranspiração, condensação, precipitação e escoamento. O ciclo hidrológico controla o movimen-to da água entre a atmosfera, os oceanos e os ambientes aquáticos e terrestres.

EVAPORAÇÃO: Processo de trans-formação de um líquido, abaixo de seu ponto de ebulição, em gás (como a ebu-lição, é uma mudança de fase do líquido para o gás).

EVAPOTRANSPIRAÇÃO: Perda de água combinada de uma comunidade biótica ou ecossistema na atmosfera, causada por evaporação da água do solo mais a transpiração das plantas. Ver EVAPORAÇÃO.

GELEIRA: 1) Geleira continental rela-tivamente grande que ocupa uma área de terra maior que 50.000 quilômetros quadrados. 2) Massa limitada por terra de gelo glacial movente formada pela acumulação, compactação e recrista-lização da neve. As geleiras se movem através de paisagem sob seu próprio peso por deslizamento e � utuação plás-tica, geralmente distribuída por um sis-

tema de tubulações.

JUSANTE: Direção de um � uxo de rio que procede de um ponto de energia po-tencial mais alto para um ponto de ener-gia potencial mais baixo.

LAGO: Corpo de água doce su� ciente-mente fundo para que plantas com raízes não cresçam em todo o fundo.

LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO: Lagoa de controle que retém água servida para sedimentação, apodrecimento anaeróbi-co ou aeróbico, ou redução do nível de odores inconvenientes.

LAGOA: Lago pequeno. Porção de água estagnada ou pantanosa, ou charco. O mesmo que laguna

LAGUNA: Corpo de água marinha rasa, que se conecta ao oceano por um canal estreito. Uma laguna é geralmente formada pelo crescimento de um recife circundante.

TROMBA D`ÁGUA: Coluna de água provocada por um tornado sobre o ocea-no. Quando as trombas d`águas oceâni-cas se movem sobre terra, liberam com frequência chuva de água salgada (e às vezes até peixes!).

TSUNAMI: Grande onda de maré causada por terremoto submarino ou erupção vulcânica, ou por soergui-mento tectônico do fundo do oceano.

Dicionário O Estado Verde da Água

AGUACEIRO: Chuva pesada e inten-sa que cai repentinamente. Associada ao verão e aos cúmulos-nimbos.

ÁGUA DE CAPTAÇÃO: Qualquer rio, lago ou oceano em que a água servida, tratada ou não tratada é � nal-

com sais minerais dissolvidos, geral-mente carbonato de cálcio (ou uma combinação de cálcio e magnésio). Á

Com relação à etimologia, a palavra água tem origem no latim aqua, signi� ca líquido incolor, inodoro, insí-pido, e essencial à vida. Durante o sécu-

lo XIII a palavra foi escrita de diversas formas como agoa, auga, augua...

Por conta da expressão água, muitas outras expressões surgiram. Por isso, em especial, o Estado Verde publica, hoje, um pequeno glossário da água que pode ser muito útil ao leitor.

Fontes: Ibama; MMA; Dicionário de Ecologia e Ciências Sociais da Unesp-SP

Page 13: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

12 VERDE

Dicionário O Estado Verde da ÁguaEDUCAÇÃO AMBIENTAL

AGUACEIRO: Chuva pesada e inten-sa que cai repentinamente. Associada ao verão e aos cúmulos-nimbos.

ÁGUA DE CAPTAÇÃO: Qualquer rio, lago ou oceano em que a água servida, tratada ou não tratada é � nal-mente descarregada.

ÁGUA DE ESGOTO: Corrente de água servida que é drenada de um pá-tio de fazenda, de um monte de escória ou de uma rua.

ÁGUA DE MINERAÇÃO: 1) Água salgada ou pasta aquosa contendo os materiais minerais dissolvidos ou só-lidos que são extraídos durante o pro-cesso de mineração � uida. 2) Água re-tirada de recursos subterrâneos.

ÁGUA DE REPOSIÇÃO: Água re-querida para substituir a usada num sistema ou perdida por ele. A água de reposição inclui a usada para substi-tuir a água que escoa de um sistema de irrigação e, mais comumente, aquela perdida numa torre de refrigeração usada na geração de energia.

ÁGUA DE SUPERFÍCIE: Ocorrên-cia de água na superfície da terra. Cf. ÁGUA SUBSUPERFICIAL.

ÁGUA DO MAR a água salina do oceano. Os componentes dissolvidos da água do mar montam a uma média de 34 partes por mil medidas por peso.

ÁGUA DOCE: Água que contém muito pouco sal (menos de 0,05 por cento), em comparação com a água sa-lobra (que tem entre 0,05 e 3 por cen-to), como a dos rios, lagos e lagoas.

ÁGUA DOMÉSTICA: Fonte de água disponível para uso doméstico.

ÁGUA DURA: Água subterrânea

com sais minerais dissolvidos, geral-mente carbonato de cálcio (ou uma combinação de cálcio e magnésio). Á água dura não espuma bem com sa-bão, forma depósitos (escama, CaCO3 ou MgCO3) em chaleiras e tanques de água quente, e, em casos mais extre-mos, pode entupir as tubulações, for-mando depósitos de cálcio nos canos.

ÁGUA FREÁTICA: Água que ocupa os vãos dentro de uma rocha ou solo num nível abaixo do lençol freático. O mesmo que água vadosa.

ÁGUA POTÁVEL: Termo que des-creve a água que é segura e palatável para consumo humano.

ÁGUA RECEPTORA: Qualquer rio, lago ou oceano em que a água servida tratada ou não tratada é descarregada.

ÁGUA SALGADA: Água que con-tém concentrações signi� cativas de sal (acima de três por cento), como a encontrada nos oceanos. Cf. ÁGUA DOCE, SALOBRA.

ÁGUA SERVIDA IN NATURA: Lixo aquoso civil ou industrial que não pas-sou por puri� cação ou tratamento.

ÁGUA SERVIDA: 1) Termo geral aplicado ao vazamento de água de um reservatório. 2) Termo geral para o e� uente de um sistema de esgoto resi-dencial ou municipal.

ÁGUA SUBTERRÂNEA: Toda a água que está contida nos espaços po-rosos de rochas e no solo abaixo da elevação do lençol freático.

ÁGUAS INTERESTADUAIS: Ter-mo aplicado a rios e vertentes ou ba-cias de captação que se situam den-tro de dois ou mais limites políticos estaduais.

Essencial para a vida, a Água, é uma forma líquida do composto químico H2O.

Com relação à etimologia, a palavra água tem origem no latim aqua, signi� ca líquido incolor, inodoro, insí-pido, e essencial à vida. Durante o sécu-

lo XIII a palavra foi escrita de diversas formas como agoa, auga, augua...

Por conta da expressão água, muitas outras expressões surgiram. Por isso, em especial, o Estado Verde publica, hoje, um pequeno glossário da água que pode ser muito útil ao leitor.

FOTO DIVULGAÇÃO

CHUVA DE CONDENSAÇÃO: Forma de deposição úmida na qual, particula-dos atmosféricos servem como núcleos de condensação, produzindo � nalmen-te a chuva que carrega os particulados para fora da atmosfera e para a superfí-cie da Terra.

CICLO HIDROLÓGICO: Ciclo natural, dirigido pelo sol, de evapotranspiração, condensação, precipitação e escoamento. O ciclo hidrológico controla o movimen-to da água entre a atmosfera, os oceanos e os ambientes aquáticos e terrestres.

EVAPORAÇÃO: Processo de trans-formação de um líquido, abaixo de seu ponto de ebulição, em gás (como a ebu-lição, é uma mudança de fase do líquido para o gás).

EVAPOTRANSPIRAÇÃO: Perda de água combinada de uma comunidade biótica ou ecossistema na atmosfera, causada por evaporação da água do solo mais a transpiração das plantas. Ver EVAPORAÇÃO.

GELEIRA: 1) Geleira continental rela-tivamente grande que ocupa uma área de terra maior que 50.000 quilômetros quadrados. 2) Massa limitada por terra de gelo glacial movente formada pela acumulação, compactação e recrista-lização da neve. As geleiras se movem através de paisagem sob seu próprio peso por deslizamento e � utuação plás-tica, geralmente distribuída por um sis-

tema de tubulações.

JUSANTE: Direção de um � uxo de rio que procede de um ponto de energia po-tencial mais alto para um ponto de ener-gia potencial mais baixo.

LAGO: Corpo de água doce su� ciente-mente fundo para que plantas com raízes não cresçam em todo o fundo.

LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO: Lagoa de controle que retém água servida para sedimentação, apodrecimento anaeróbi-co ou aeróbico, ou redução do nível de odores inconvenientes.

LAGOA: Lago pequeno. Porção de água estagnada ou pantanosa, ou charco. O mesmo que laguna

LAGUNA: Corpo de água marinha rasa, que se conecta ao oceano por um canal estreito. Uma laguna é geralmente formada pelo crescimento de um recife circundante.

TROMBA D`ÁGUA: Coluna de água provocada por um tornado sobre o ocea-no. Quando as trombas d`águas oceâni-cas se movem sobre terra, liberam com frequência chuva de água salgada (e às vezes até peixes!).

TSUNAMI: Grande onda de maré causada por terremoto submarino ou erupção vulcânica, ou por soergui-mento tectônico do fundo do oceano.

Dicionário O Estado Verde da Água

AGUACEIRO: Chuva pesada e inten-sa que cai repentinamente. Associada ao verão e aos cúmulos-nimbos.

ÁGUA DE CAPTAÇÃO: Qualquer rio, lago ou oceano em que a água servida, tratada ou não tratada é � nal-

com sais minerais dissolvidos, geral-mente carbonato de cálcio (ou uma combinação de cálcio e magnésio). Á

Com relação à etimologia, a palavra água tem origem no latim aqua, signi� ca líquido incolor, inodoro, insí-pido, e essencial à vida. Durante o sécu-

lo XIII a palavra foi escrita de diversas formas como agoa, auga, augua...

Por conta da expressão água, muitas outras expressões surgiram. Por isso, em especial, o Estado Verde publica, hoje, um pequeno glossário da água que pode ser muito útil ao leitor.

Fontes: Ibama; MMA; Dicionário de Ecologia e Ciências Sociais da Unesp-SP

13VERDE

Reunião em Fortaleza define as metas para os próximos dois anos

DESSALINIZAÇÃO

Os convênios estão estruturados em três fases: diagnósticos técnico, social e ambiental

Os nove Estados do Semiárido conveniados com o Programa Água Doce (PAD) - Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pa-

raíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, se comprometeram a entregar, até o final do ano, 438 sistemas de dessalinização. Ao cumprir a meta, cerca de 200 mil pessoas que sofrem com a escassez de água potável serão beneficiadas. O coordenador Nacional do Programa Água Doce do Ministério do Meio ambiente, Renato Ferreira, fez questão de lembrar que a água é um bem público e um direito humano: “Uma im-portante resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o aces-so à água limpa e segura e o saneamento como um direito humano essencial para a vida e todos os outros direitos huma-nos”, declarou.

InteresseOs nove Estados assinaram, dia 10,

em Fortaleza, o III Pacto Nacional de Execução do Programa Água Doce. “Dos nove Estados que atuamos, em sete houve mudança de governo e, por-tanto, de secretários e alguns coorde-nadores estaduais do programa”, disse Ferreira. “Por isso, é tão importante esse encontro, essa reafirmação do interesse e do empenho em concluir essa segunda fase, as obras do programa.”

No pacto assinado, o Água Doce as-sume a meta de aplicar sua metodologia na recuperação, implantação e gestão de 1.200 sistemas de dessalinização até o final de 2016, com investimentos de R$ 240 milhões, beneficiando 500 mil pessoas que sofrem com a falta de água potável. Mais de 90% dos recursos já fo-ram repassados.

Três fasesOs convênios estão estruturados em

três fases: diagnósticos técnico, social e ambiental; recuperação e implantação dos sistemas de dessalinização e acom-panhamento e monitoramento dos sis-temas implantados. Em 2013 e 2014, os

Estados realizaram diagnóstico de 2.947 comunidades rurais em 232 dos muni-cípios mais críticos da região semiárida. “Um trabalho detalhado que nos permite ter hoje o primeiro raios-X dessa região tão carente”, acrescentou o coordenador do PAD. “Essas informações coletadas nos diagnósticos serão de extrema im-portância para orientação das políticas públicas que atenderão essa região.”

Alagoas entregará, até o final de 2015, 30 dos 101 sistemas que serão instalados no Estado. Pernambuco se comprome-teu com 40 dos 170 sistemas previstos. O Piauí pretende entregar 15, enquanto Minas Gerais está na fase de diagnós-

ticos. Sergipe construirá 25 sistemas dos 75 previstos, e a Paraíba 40 dos 93. O Rio Grande do Norte entregará pelo menos 51 sistemas, mas garante que no primeiro semestre de 2016 concluirá os 17 restantes. Com um detalhe: um dos dessalinizadores utilizará energia solar, o primeiro do programa, segundo o se-cretário estadual de Recursos Hídricos, Mairton França.

A Bahia, com um convênio de R$ 63 milhões, colocará em funcionamento ainda este ano 100 dos 385 sistemas pre-vistos. “O Programa Água Doce é inclu-são social. Água é vida. A gente precisa de água para dignificar, para oportunizar.

Vocês, do Ministério do Meio Ambiente, com esse programa, estão fazendo histó-ria”, ressaltou a representante do governo da Bahia, Cibele Carvalho.

O Ceará, anfitrião do encontro, garan-te a entrega de 137 dos 222 sistemas até o final de 2015. “O Água Doce vem se so-mar as iniciativas desenvolvidas pelo Ce-ará para atender as comunidades rurais que são comumente as mais carentes. As comunidades atendidas pelo programa são justamente as mais vulneráveis”, de-clarou o secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira.

FOTO MMA/DIVULGAÇÃO

Fontes: MMA

O Ceará, anfitrião do encontro, garante a entrega de 137 dos 222 sistemas até o final de 2015

Page 14: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

14 VERDE

MDS investe R$ 9,6 milhões para instalação de 725 cisternas

ÁGUA NAS ESCOLAS

O trabalho das secretarias deve ser focado numa busca ativa que atenda a todas as famílias do semiárido

A meta é universalizar o acesso à água nas escolas rurais do Ce-ará até o próximo ano, além de garantir que as políticas públi-

cas alcancem as populações das regiões mais afetadas pela estiagem. Estes foram os principais motivos que trouxeram ao Ceará o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnol-do de Campos. Na quinta-feira, 12, ele se reuniu com o secretário adjunto de desenvolvimento agrário do estado do Ceará, Wilson Brandão, para reafirmar a parceria que garante ações integradas no combate à seca.

Nesse contexto, as escolas públicas do Estado vão receber um importante ins-trumento para garantir a segurança ali-mentar das crianças. O Ministério do De-senvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o governo do Ceará, pretendem universalizar o acesso à água em escolas das áreas rurais até 2016. Para isso, já con-ta com recursos da ordem de R$ 9,6 mi-lhões para a instalação de 725 cisternas.

Dentro do programa cisternas, o se-cretário destaca que o trabalho agora é de busca ativa, ou seja, localizar todas as famílias do semiárido, que ainda não re-ceberam o equipamento para que possam receber. “Precisamos fortalecer o proces-so de inclusão produtiva rural e garantir que as famílias agricultoras já atendidas

tenham acesso ao conjunto de políticas públicas. Assim, vamos potencializar os resultados”, destacou.

De acordo com Arnoldo, atualmente, existem mais de 31 mil famílias incluí-das na estratégia. Para o cumprimento da meta, resta incluir 8 mil, o que implica em recursos da ordem de R$ 19,5 milhões, já comprometidos no orçamento 2015.

Para o secretário adjunto de desen-volvimento agrário do estado do Ceará, Wilson Brandão, o encontro foi opor-tuno e as várias secretarias estão em-penhadas no desenvolvimento de ações integradas, só assim, garantimos que as políticas públicas federais cheguem à

população do Estado.Também está prevista a implantação de

114 bancos comunitários de sementes no Estado, em parceria com a ASA, que be-neficiarão 2.280 famílias agricultoras ins-critas no cadastro único para programas sociais do governo federal. O objetivo é desenvolver projetos de resgate, preserva-ção, multiplicação, estoque e distribuição de sementes crioulas e varietais, por meio da estruturação de bancos comunitários de sementes e da mobilização e capacita-ção de agricultores familiares.

De 2011 a janeiro de 2015, já foram entregues pelo Programa Cisternas no Ceará mais de 116 mil cisternas de água

para consumo e 15 mil tecnologias so-ciais de água para produção. Até 2016 está prevista a construção de mais 21 mil cisternas de consumo e 7,3 mil de água para produção.

As ações de acesso à água previstas no Ceará para 2015/2016 envolvem instrumentos vigentes, firmados desde 2009, que totalizam recursos de R$ 339 milhões. Esse valor considera entregas já feitas e o que será entregue a partir deste ano. No caso do PAA, cerca de R$ 20 milhões em recursos para aquisição de alimentos da agricultura familiar se-rão investidos no Ceará, envolvendo 5,7 mil famílias agricultoras.

Secretario Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos reúne as várias coordenadorias

Município de Barreira realiza 11a Semana das ÁguasA abertura oficial da ”11ª Semana das Águas” ocorreu, ontem (16) às 14h, no auditório da Obas. O evento con-tou com a presença do prof. dr. Levi Furtado Sampaio (Geografia - UFC) e a profa. dra. Maria Ivanilda de Aguiar (Agronomia - Unilab) que participa-ram da mesa-debate “Água e Solos – Um mapeamento do Maciço de Batu-rité e os 100 anos da “Seca do 15’”. A Noite Cultural encerrou o dia de abertura com a apresentação do músi-co Edilson do Acordeom, de Limoeiro do Norte. Hoje acontece a Trilha das

Águas, com a presença do agroeco-logista Francisco Saldanha. No per-curso, que seguirá até a localidade de Lagoa do Barro, os participantes terão acesso a informações sobre os solos e a flora do município. A quarta-feira, 18, será dedicada as crianças e jovens das escolas municipais, que receberão atividades diversas alusivas ao evento. No Dia 19 de Março, feriado de São José, haverá a “Pedalada das Águas” e a Procissão de São José. Uma mobili-zação sobre o sobre uso e cuidado com as cisternas será a atividade da sexta-

-feira, que irá mobilizar três comu-nidades do município. Já no sábado, começa com o “Cortejo das Águas”, numa das praças centrais da cidade, e contará com a distribuição de mudas e entrega de material informativo sobre a Obas e consumo consciente. A 11ª Semana das Águas se encerrará no do-mingo, 22 de março, Missa das Águas, na Paróquia São Pedro. Logo após a missa, será servido um Café Solidário, ao som da Orquestra Municipal Poeta Raimundo Cesário (de Barreira).

FOTO NAYANA MELO

FOTO

DIV

ULG

ÃO

15VERDE

Você sabe quanta água os produtos que consumimos incorporam?

ÁGUA VIRTUAL

PEGADA HÍDRICA

O consumo de água no planeta está ligado às diversas funções do recurso, tanto no cotidiano das pessoas, como na produção

de roupas, papel e, principalmente, nos alimentos. Se, como afirma a Organi-zação das Nações Unidas para Agri-cultura e Alimentação (FAO), existem 7 bilhões de pessoas para alimentar no

planeta e outros 2 bilhões são espera-dos para participar em 2050, será pre-ciso muita água para alimentar toda a população do planeta.

Muitas vezes, a quantidade de água usada para produzir os alimentos é enorme e até desproporcional. Da-dos da Water Footprint, organização internacional sem fins lucrativos que

promove estudos relacionados ao con-sumo do recurso, para produzir um quilo de carne bovina, por exemplo, são gastos 15,5 mil litros de água, um pouco mais que os dez mil litros gas-tos para fazer um quilo de algodão ou para produzir um quilo de trigo, que demanda 1,5 mil litros. Uma vez que o produto é recolhido e disponibilizado

para o mercado, a água que ele incor-porou, muda de estado: de água “real” para água “virtual”.

Ou seja, a quantidade incorporada é reconhecida como “água virtual” que tem sido uma solução parcial para os problemas de escassez de água.

Veja alguns exemplos de água incor-porada aos alimentos:

SALADA200 gramas de vegetais Total: incorpora 40 litros de água.

JANTA50 gramas de vegetais: 10 litros de água1 sanduíche: 40 litros de água150 gramas de frango: 615 litrosTotal: incorpora 665 litros de água.

ALMOÇO100 gramas de vegetais: 20 litros150 gramas de carne de porco: 690 litros.Total: Incorpora 710 litros de água.

LANCHE2 fatias de pão: 80 litros1 tomate: 8 litros25 gramas de alface: 3 litros50 gramas de legumes: 10 litrosTotal: Incorpora 101 litros de água.

O consumo de água ao longo da cadeia produtivaA pegada hídrica é definida como o

volume de água total usada durante a produção e consumo de bens e serviços, bem como o consumo direto e indire-to no processo de produção. O uso de água ocorre, em sua maioria, na pro-dução agrícola, destacando também um número significativo de volume de água consumida e poluída, derivada dos setores industriais e domésticos.

Determinar a Pegada Hídrica é tor-nar possível a quantificação do consu-mo de água total ao longo de sua cadeia produtiva. O conceito tem sido intro-duzido como importante indicador do consumo de água humano, na tentativa

de minimizar os impactos ambientais. No início de 1990, o conceito foi in-

troduzido, como uma medida da apro-priação humana das áreas biologica-mente produtivas. Cerca de doze anos depois, foi lançado, na Holanda, um conceito similar denominado de Pega-da Hídrica (PH) para medir a apropria-ção humana da água doce no globo na reunião de peritos sobre comércio in-ternacional de água virtual. Muito em-bora ambos os conceitos tenham raízes e métodos de medição diferentes, em alguns aspectos os dois conceitos têm em comum o fato de traduzirem o uso de recursos naturais pela humanidade.

A Natura foi a primeira empresa de cosméticos a aplicar a metodologia da pegada hídrica incluindo a fase final do ciclo de vida no levantamento.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A UN-WATER WORLD WATER DAY

VOCÊ SABIA

SAIBA MAISQUANTO SE GASTA, PARA PRODUZIR OUTROS ITENS DEGRANDE CIRCULAÇÃO

UMA TAÇA DE VINHO: 120 litros. XÍCARA DE CAFÉ: 140 litros. 1KG DE AÇUCAR REFINADO: 1.500 litros. 1 CAMISERA DE ALGODÃO: 2.700 litros.

Fonte: Water Footprint

Page 15: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

14 VERDE

MDS investe R$ 9,6 milhões para instalação de 725 cisternas

ÁGUA NAS ESCOLAS

O trabalho das secretarias deve ser focado numa busca ativa que atenda a todas as famílias do semiárido

A meta é universalizar o acesso à água nas escolas rurais do Ce-ará até o próximo ano, além de garantir que as políticas públi-

cas alcancem as populações das regiões mais afetadas pela estiagem. Estes foram os principais motivos que trouxeram ao Ceará o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnol-do de Campos. Na quinta-feira, 12, ele se reuniu com o secretário adjunto de desenvolvimento agrário do estado do Ceará, Wilson Brandão, para reafirmar a parceria que garante ações integradas no combate à seca.

Nesse contexto, as escolas públicas do Estado vão receber um importante ins-trumento para garantir a segurança ali-mentar das crianças. O Ministério do De-senvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o governo do Ceará, pretendem universalizar o acesso à água em escolas das áreas rurais até 2016. Para isso, já con-ta com recursos da ordem de R$ 9,6 mi-lhões para a instalação de 725 cisternas.

Dentro do programa cisternas, o se-cretário destaca que o trabalho agora é de busca ativa, ou seja, localizar todas as famílias do semiárido, que ainda não re-ceberam o equipamento para que possam receber. “Precisamos fortalecer o proces-so de inclusão produtiva rural e garantir que as famílias agricultoras já atendidas

tenham acesso ao conjunto de políticas públicas. Assim, vamos potencializar os resultados”, destacou.

De acordo com Arnoldo, atualmente, existem mais de 31 mil famílias incluí-das na estratégia. Para o cumprimento da meta, resta incluir 8 mil, o que implica em recursos da ordem de R$ 19,5 milhões, já comprometidos no orçamento 2015.

Para o secretário adjunto de desen-volvimento agrário do estado do Ceará, Wilson Brandão, o encontro foi opor-tuno e as várias secretarias estão em-penhadas no desenvolvimento de ações integradas, só assim, garantimos que as políticas públicas federais cheguem à

população do Estado.Também está prevista a implantação de

114 bancos comunitários de sementes no Estado, em parceria com a ASA, que be-neficiarão 2.280 famílias agricultoras ins-critas no cadastro único para programas sociais do governo federal. O objetivo é desenvolver projetos de resgate, preserva-ção, multiplicação, estoque e distribuição de sementes crioulas e varietais, por meio da estruturação de bancos comunitários de sementes e da mobilização e capacita-ção de agricultores familiares.

De 2011 a janeiro de 2015, já foram entregues pelo Programa Cisternas no Ceará mais de 116 mil cisternas de água

para consumo e 15 mil tecnologias so-ciais de água para produção. Até 2016 está prevista a construção de mais 21 mil cisternas de consumo e 7,3 mil de água para produção.

As ações de acesso à água previstas no Ceará para 2015/2016 envolvem instrumentos vigentes, firmados desde 2009, que totalizam recursos de R$ 339 milhões. Esse valor considera entregas já feitas e o que será entregue a partir deste ano. No caso do PAA, cerca de R$ 20 milhões em recursos para aquisição de alimentos da agricultura familiar se-rão investidos no Ceará, envolvendo 5,7 mil famílias agricultoras.

Secretario Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos reúne as várias coordenadorias

Município de Barreira realiza 11a Semana das ÁguasA abertura oficial da ”11ª Semana das Águas” ocorreu, ontem (16) às 14h, no auditório da Obas. O evento con-tou com a presença do prof. dr. Levi Furtado Sampaio (Geografia - UFC) e a profa. dra. Maria Ivanilda de Aguiar (Agronomia - Unilab) que participa-ram da mesa-debate “Água e Solos – Um mapeamento do Maciço de Batu-rité e os 100 anos da “Seca do 15’”. A Noite Cultural encerrou o dia de abertura com a apresentação do músi-co Edilson do Acordeom, de Limoeiro do Norte. Hoje acontece a Trilha das

Águas, com a presença do agroeco-logista Francisco Saldanha. No per-curso, que seguirá até a localidade de Lagoa do Barro, os participantes terão acesso a informações sobre os solos e a flora do município. A quarta-feira, 18, será dedicada as crianças e jovens das escolas municipais, que receberão atividades diversas alusivas ao evento. No Dia 19 de Março, feriado de São José, haverá a “Pedalada das Águas” e a Procissão de São José. Uma mobili-zação sobre o sobre uso e cuidado com as cisternas será a atividade da sexta-

-feira, que irá mobilizar três comu-nidades do município. Já no sábado, começa com o “Cortejo das Águas”, numa das praças centrais da cidade, e contará com a distribuição de mudas e entrega de material informativo sobre a Obas e consumo consciente. A 11ª Semana das Águas se encerrará no do-mingo, 22 de março, Missa das Águas, na Paróquia São Pedro. Logo após a missa, será servido um Café Solidário, ao som da Orquestra Municipal Poeta Raimundo Cesário (de Barreira).

FOTO NAYANA MELO

FOTO

DIV

ULG

ÃO

15VERDE

Você sabe quanta água os produtos que consumimos incorporam?

ÁGUA VIRTUAL

PEGADA HÍDRICA

O consumo de água no planeta está ligado às diversas funções do recurso, tanto no cotidiano das pessoas, como na produção

de roupas, papel e, principalmente, nos alimentos. Se, como afirma a Organi-zação das Nações Unidas para Agri-cultura e Alimentação (FAO), existem 7 bilhões de pessoas para alimentar no

planeta e outros 2 bilhões são espera-dos para participar em 2050, será pre-ciso muita água para alimentar toda a população do planeta.

Muitas vezes, a quantidade de água usada para produzir os alimentos é enorme e até desproporcional. Da-dos da Water Footprint, organização internacional sem fins lucrativos que

promove estudos relacionados ao con-sumo do recurso, para produzir um quilo de carne bovina, por exemplo, são gastos 15,5 mil litros de água, um pouco mais que os dez mil litros gas-tos para fazer um quilo de algodão ou para produzir um quilo de trigo, que demanda 1,5 mil litros. Uma vez que o produto é recolhido e disponibilizado

para o mercado, a água que ele incor-porou, muda de estado: de água “real” para água “virtual”.

Ou seja, a quantidade incorporada é reconhecida como “água virtual” que tem sido uma solução parcial para os problemas de escassez de água.

Veja alguns exemplos de água incor-porada aos alimentos:

SALADA200 gramas de vegetais Total: incorpora 40 litros de água.

JANTA50 gramas de vegetais: 10 litros de água1 sanduíche: 40 litros de água150 gramas de frango: 615 litrosTotal: incorpora 665 litros de água.

ALMOÇO100 gramas de vegetais: 20 litros150 gramas de carne de porco: 690 litros.Total: Incorpora 710 litros de água.

LANCHE2 fatias de pão: 80 litros1 tomate: 8 litros25 gramas de alface: 3 litros50 gramas de legumes: 10 litrosTotal: Incorpora 101 litros de água.

O consumo de água ao longo da cadeia produtivaA pegada hídrica é definida como o

volume de água total usada durante a produção e consumo de bens e serviços, bem como o consumo direto e indire-to no processo de produção. O uso de água ocorre, em sua maioria, na pro-dução agrícola, destacando também um número significativo de volume de água consumida e poluída, derivada dos setores industriais e domésticos.

Determinar a Pegada Hídrica é tor-nar possível a quantificação do consu-mo de água total ao longo de sua cadeia produtiva. O conceito tem sido intro-duzido como importante indicador do consumo de água humano, na tentativa

de minimizar os impactos ambientais. No início de 1990, o conceito foi in-

troduzido, como uma medida da apro-priação humana das áreas biologica-mente produtivas. Cerca de doze anos depois, foi lançado, na Holanda, um conceito similar denominado de Pega-da Hídrica (PH) para medir a apropria-ção humana da água doce no globo na reunião de peritos sobre comércio in-ternacional de água virtual. Muito em-bora ambos os conceitos tenham raízes e métodos de medição diferentes, em alguns aspectos os dois conceitos têm em comum o fato de traduzirem o uso de recursos naturais pela humanidade.

A Natura foi a primeira empresa de cosméticos a aplicar a metodologia da pegada hídrica incluindo a fase final do ciclo de vida no levantamento.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A UN-WATER WORLD WATER DAY

VOCÊ SABIA

SAIBA MAISQUANTO SE GASTA, PARA PRODUZIR OUTROS ITENS DEGRANDE CIRCULAÇÃO

UMA TAÇA DE VINHO: 120 litros. XÍCARA DE CAFÉ: 140 litros. 1KG DE AÇUCAR REFINADO: 1.500 litros. 1 CAMISERA DE ALGODÃO: 2.700 litros.

Fonte: Water Footprint

Page 16: O Estado Verde - Edição 22468 - 17 de março de 2015

16 VERDE

Onde tem árvore tem água

OPINIÃO

Por Júlia Manta* - Integrante do Movimento Pró-Árvore

“A água, assim, é o olhar da terra,Seu aparelho de olhar o tempo” Paul Claudel

Lagos, rios e mares seriam então as janelas da alma do planeta? Essa substância que pulsa em nossas veias, que mata a sede dos

seres vivos, ora sólida e gelada, bran-ca paisagem, ora quente, que � utua em vapores, que forma desenhos no céu, que traz sons às paisagens, que leva, que une. Imensas, profundas, crista-linas, negras, verdes, azuis – olhos a contemplar o universo.

E as árvores são os cílios desses grandiosos olhos, que assim como os pelos do nosso corpo, tem a função de proteger. Suas raízes, além de nutridas pela água, também seguram a terra das margens dos rios, impedindo o assorea-mento e também mantendo-a limpa.

Mas além de protetoras das águas,

as árvores participam de seu ciclo. Da chuva, parte escoa pela árvore e pode chegar aos cursos d’água. Outra parte dessa água retorna à atmosfera, pela evapotranspiração, o que garante no-vas chuvas.

A � oresta amazônica, por exemplo, produz o fenômeno chamado de rio voador. A mata puxa como uma bomba grandes quantidades de vapor d’água do Oceano Atlântico. Essa massa de ar e pura poesia que corre por cima de nós, em condições propícias, leva chu-va pro oeste, sudeste e sul do País. Mais umidade retorna a esses “cursos d’água suspensos”, pela evapotranspiração da � oresta. Seguindo o � uxo rumo ao oeste, os rios voadores podem chegar até a Cordilheira dos Andes, precipi-tarem-se alimentando a nascente do rio Amazonas ou seguir espalhando-se pelo sul do continente.

Lágrimas que caem dos céus, que es-correm por cílios verdes, alimentando os olhos da Terra. Olhos da Terra, que contemplam o universo, emocionados, e vertem lágrimas pelos cílios verdes, � utuando nos céus. Assim, onde tem verde, sempre terá água, pois as árvores integram esse sistema autopoético, pen-sante, porém, infelizmente, � nito.

É certa a capacidade extraordinária da Natureza de se regenerar e reengajar no � uxo da vida. Mas, a força das per-turbações causadas pelo homem, inten-si� cadas há quase trezentos anos e se-guindo num ritmo vertiginoso, voraz, a consumir todas as riquezas do planeta, tem causado muitos estragos no plane-ta, como o aquecimento global e a es-cassez de água. Adormecido, em algum recanto de nosso inconsciente coletivo, está a imemorial e sagrada conexão com a teia da vida, onde temos a percepção de

que “o que � zer à teia, fará a si mesmo”, como disse, em 1852, o chefe Seattle.

Apesar da catástrofe anunciada, intuo que uma vivência respeitosa se faz no agora, silenciosa, como um rizoma que se expande. Se cresce na mesma veloci-dade com que se destrói, não sabemos. Aguardemos. Mas não numa espera vã, e sim num tempo de que fazer, como na “Canção Óbvia”, de Paulo Freire. Espe-remos nos insurgindo contra os abusos do uso da água nas termelétricas, con-tra gestores que não preservam os rios e as matas que nos restam, contra o con-sumismo desenfreado. Esperemos, fa-zendo nosso trabalho de formiguinha, ou do beija-� or da fábula, que apaga o incêndio, cuidando do nosso próprio lixo orgânico, re� orestando as matas ciliares, participando de mutirões de limpeza nas margens dos rios e do mar, plantando em calçadas, resistindo.

que “o que � zer à teia, fará a si mesmo”,

FOTO DIVULGAÇÃO