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    CI P -Br asil. Cataloga cao-na -Publicac aoCamar a Brasileira do Livro. SP Peter L. Berger

    Bl· 111llerge r , Peter Ludwi g.

    O dosse l sagrad o: elementos ara uma teor ia sociol !g ica darcligi "io I Peter L. Berger# $organi%acao Lui% &oberto Benedet ti#t, aducdo 'ose Carlos Barce llos(. - Sao Paulo: )d . Paulinas, 1*+ .

    Colecao sociologia e religiao# /

    8'i ll) H

    -

    Bibli og ra0ia.ISB + -2 -22 32-41. & eligiao e sociologia . Sociologia cri stii I. 5itulo. I I.

    50tu- lo: )l ementos ara uma teoria sociologica da relig iiio.C66 -721. +

    - !1 O DOSSELInd ices ara cat alcgo sistematico :

    1. Sociologia cri stii: 5 eologia social !1. Sociologia religiosa 721.:,+

    Cole, 111 812C8IOLO9I E &)LI9 I O

    1. 9,,,,,,1, t ,. a qu e stiio rel'giosa , ;u gues Portc lli. 0 ,I,• , , I ag ra d o - Elemen t os para uma t eor ia sociol o gica da r e li g iiio,

    P 1 I· , I Iler ge r 7. S, ·· ,,,88>1> u . Ilcnri 6csr oc=e *

    SA GRADO ELEMENTOS PARA UMA TEORIA

    SOCIOLOGICA DA RELIGIAO

    Edi-;oes Paulinas

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    11111111 111111111111llt • •n 1.1m l c nn op y: e le ments of a soclologlcal theory of religion

    by no ub lode v & Compan y, Inc., Nova lo !u e, 1"#"

    $ o nnl1111%lloL11l 1 Ro b erto Ben edetti

    nduclloJ os6 Ca rlos Barcellos

    INTRODUc;AO

    n ov l' ao

    (1~ .i .!1.~ ~ Luiz Ro b e rto Benedetti

    !ombo

    B"#$l ~~ ~ ~ -~ _ !!( -')*u(+-····················-.I--

    "#uanta mais s e estudam as religi$es , melhor secompreende que elas, do mesmo modo qu e as %er-ramentas e a l inguag em, e stao inscritas no apare -lho do pensam ento sim$6lico. &or mais dioersasque elas se am, respondem sempre a esta uoc acdo

    dupla e solidar ia( para alem das coisas , atingir um sentido que lhe de uma plenitude das quais elasmesma s p ar ecem p rioadas) e arrancar ca da ser $u-mano de seu isol amento , enrai*ando-o numa co-munid ade que o con%orte e o ultrapasse " .

    ?ernant/

    "# E$ l %-$ E P / 0 +IN/

    ua 2 . P in3o 4e a5, 1867 119 - ao Pa ulo - P :; a il)End . t elegr .: P / 0 0 N$

    @ E2 l:%$E P/0+I N / - /$ P /0 +$ - 1"8 (I ; N 8(-7( ·77

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    Aol=eando certo dia um livro sobre Sociologia da & eligiao,1111m destes asseios costumeiros ela s livrarias, uma not a de e de : gina c=amou -me a atencao. & e0eria -se a Pet er Ber ger com o neo -mar ista. Seria di0icil imaginar a resenca de Dar nos te t os destesE ciolcgo, em cu"as aginas tudo arec e res ir ar a resenc a deFe ber e 6urG=eim. Some-se a isso seu a el "unto ao lnsti tuto4e e 6 emocracia, seu 0undamentalismo teol!gico, a irreverencia -

    r e e Hue cube o termo - de sua linguagem imaginamos os mar-istas sisudos / e sobretudo, o carater conservador d e seu ensa-mento: tudo ccntribui ara tal es anto.

    )ntretanto , um 0ato e incon teste : Dar , 6urG=eim e Feber cstao resentes em Berger, numa con"uncao sutil e original. cres-cente-se a isso a in0lu encia da 0enomenologia, e teremos Berger.

    Berg er artil=a com Dar a con viccao >0undadora> de seu ensamentc: a de Hue a scc iedad e e 0 eita elos =omens . >Biologi-camen te rivados de um mundo dos =omen s, constroem um mun -do =umano> ... / # tal mundo e a cultura, entendida como atot al.d ide dos r cdutos do =ornem . r! ria ideia d e uma na-ture%a =umana, nada mais e ara Berger Hue um r oduto da ati-vidade construtora de mundos. ;a sem duvida muito de Dar nis -so e o r! rio Berger r econ=ece sua divida em nota de e de agina .

    S! Hue o =omem r ecisa oculta r a si mesmo o c arater cons-truido da ordem social ara Hue ela ossa se r e rodu%ir comoordem , evitando assim a anomia e o caos. Surge a religiao como0orca cdero sa Hue torna lausi veis e duradouras as construcoessccia is da realidade, eliminando a recar iedade intrins eca des tasordens construid as. religiao inclui o con struido num mundomais a brangente - sagrado - Hu e legitima, "usti0ica e e lica asma%elas do cosmos ccnstruido.

    Das vi ver no mu ndo e na scciedade e viver sob am eaca decaos e da desagregacao. P er isso mesmo viver nele e es0orcar-s ede 0 orrna continua e er sistente ara integrar -se na ord em. 6esa a-rece em Berger HualHuer resHuicio de um ensamento tr ans0orma -dor. 5ran s0orrnar o mundo : +antas ic Hue s! ode ser 0ruto deegoismo e estu ide %, como nota ;inGelammert, comentando

    Berge r. sem el=anca de 6urG=eim e Feb er, Berger Huer tra%er ar eligiao ara o mundo do s =omens. Jma realidade Hue os =omens

    rodu%em ara se entenderem e se e licar em a si mesmos nomundo. &eligiao, modo de con= ecer o mundo e situar-se nele.&eligiao, > lenitude> do sign i0icado de um mu ndo, Hue s! e =u-

    4

    mano orHKe signi0iKKtivo# mas siKni0icado constru0do. religiaoa arece entao como mtento audacioso de conceber o universe co-mo =umanamente signi0icativo> ... / . 6oacao de signi0icado HueocultK a .=omem o 0ato de Hue e ele Hue constr!i o mundo e $seu s igni0icado. Portanto, religiao Hue cum re uma tare0a aliena -

    dora. DaK KK a ossibilidade de uma religiao desalienador a.6 Hue essa oss1bK1 ade - alem de constituir -se como

    e cecao - nada te rn de olltica, ) a enas uma 0orma de asociedade a arecer ao = omem com o o bra sua.. a anal ise =ist!r ica do robl ema da seculari%acao B er ger

    con- tinua onto d e re0er enda nec essario.

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    )mbora se"a criticavel - or seu reducioni smo - a vi saodo universo r eligioso como u m mercado de be ns simb!licos obe -decendo as rnesmas l eis dK e ansao e a mesma logics do ca ital ,num mundo Hue se urbani%a e se indu striali%a destru indo assimo mono oli .o tradicional das r eligi!e s Hue rodu%em >o > signi0i -cado/ , suscita re0le oes. Se n ao se ode aceitar uma continuidad e

    eceKs1ria ent,:e reMigiKo. e ca ital elo menos como lei geral e

    inevitavel /, nao =a duvida de Hu e no mund o americano - HueKerger >re0lete> - esta continuidade e iste. Baste-nos a re0er en-cia. Ko estudo Kcurado de ;erb erg Hue ve o rotestantismo, o ca-K,o=c1siNno e o 'uda0sKK8 como t res variantes da mesma r eligiao, 2aKencan. 81:a o0 li0e . 2e res to, se D ar "a tin=a deci0rado o

    cKr ater reli g1Kso da n:ie Nrcadoria, a seu mod o, Ber ger deci0ra o ca-rater mercan til da reli gia ol

    K8 0inalmentK, NHuando s K ! sea a. >id entidade> da r eligiao- ate como condicao de os si bilidade de um a ver dadeir a cien ciascciologica do s 0 enomenos r eligiosos - consti tui leitura indi s en-savel o a endice deste livr o: as av entur as e de sven turas osim KssKs.: saidas no dialcgo entre o sociologo e o te!logo , a cien ciae a r eligiao.

    , Concor demos ou nao com suas osico es, e 0undament al aosteolcgos, astor alistas e cientistas sociais le r Ber ger. 6 e ois dele- dentro d e um dialo go com os mestres Dar , 6 ur G =eim eFeb er - a sociologia da reli giao "a nao e a mesma. )l e e 0orade HualHuer duvida, um marco. 8

    ) ara Huern se em en=a em nom e de sua 0e na tare0a deKrans0ormKKao das relacoes sociais, t alve% Ber ger re resente umam Nter rcgaKao,. ou mesm o um erigo. ) i sso torna indis ensavel sualeitura, ue id eologia a art e e ossivel / - e sem re 0ascinant eI

    ui * / o$erto e ned etti

    PRE%A&IO

    Pro oe-se o debate Hu e ora a resentamos a ser um e erc iciode teoria sociologies. ?isa , es eci0icamente, a licar uma er s ec-3 va teor ica geral derivada da sociolo gia do co n=ecimento ao 0 en o-meno da religiao. ) mbora em cer tos ontos a discussa o se roc esser m niveis assa% abstratos, nun ca dei a elo menos na o intenci o-

    nalmente / o Huadr o de re0eren d a da disci lina em ir ica da socio-log ia, 6 eve, or conseguin te, e cluir totalm ente HuaisHuer Hues-roes r elativas a ver dade ou ilusao 0inal das r o osicoes re ligiosassobr e o mundo. ao e iste neste de bate teo logia e lic ita nemim licita. Os br eves coment ar ios so bre os siveis im licacoes desta

    er s ectiva ar a o teolo go, 0eitas no endice , niio sao ne-t cssar ias a discussao nem derivam logicamente dela. Aor am m ot i-vudos or uma a0 eicao essoal acs teo logos e sua es ecula cao Hueuuo r ecisa mo lestar o lei tor desi nteressado da t eologia. 2 Hue cer-i.une nte incom odar a algun s sociologos , notadamente nes te ais, euc=egar-se arte do de bate as consideracoes 0ilos! 0icas, Hue se l=esI odem a0igurar estran=as a sociologia ro ri amente di ta . Isto ,I reio eu, nao o de ser evita do. )st e livro niio e o lugar ara dis-cut ir cabalmente a r elacao entre a teo ria sociologies e a 0iloso0ia,I o mais Hue osso 0a%er aHui e invocar um es irito de tolera nciaecum en ics da arte dos meus colegas soci!l ogos coisa, alias, Huecles oderiam a ren der com r oveito da teologia mod erna /.

    Convern igualme nte sublin=ar Hue este livr o nao e >uma so-8iologia da religiao >. J m estudo digno desse name t eria de lidar , nm vastos ma teriais seHuer tccadcs aHui - tais coma a rela caoc 111r e a religiao e as ou tras instituicoes da socieda de, as 0orrnas dainstitucionali%a cao religiosa, os ti os de lideranca re ligiosa, e assirn

    8*

    or diante. 2 resente debate, como e e r cicio de teoria sociologica,tern um ob"etivo muito mais modesto

    )m essencia, o Hue rocurei 0a%er aHui 0oi levar aderradeira

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    conseHiiencia sociologica uma corn reensao da religiao como ro -duto =istorico. 5anto o Hue devo aos classicos en0oHues de Dar ,Feber e 6urG=eim Huanta a religiao como as min=as divergenciasem relacao a eles, serao devidamente registrados. 'ulguei desneces -sario ro or uma de0inicao radicalmente sociologies da religiao,mas trabal=ei com a conce cao convencicnal do 0enorneno, comum,de um modo geral, a=ist!ria da religiao e a /eligions issenscha%t.

    s min=as ra%oes ara isso estao brevemente e ostas no en-dice 1. discussao se divide em duas artes: uma sisternatica e ou-tra =ist!rica. So a rimeira e, a rigor, o acima mencionado e erci -cio te!rico. 7 Hue rocurei 0a%er na segunda arte , a ro osito deuma discussao sobre a seculari%acao moderna, 0oi mostrar a > aga>da ers ectiva teorica em termos de com reensao das situacoes so-cioculturais es ec00icas. s notas indicam as min=as 0ontes teoricas,e servem ainda ara mostrar Hue materiais =istoricos e em iricos0oram utili%ados . )m en=ei-me cuidadosamente em > agar todasas min=as dividas >, mas ver -se-a logo Hue nen=uma tentativa 0oi0eita ara converter as notas em bibliogra0ia geral ara a sociologiada religiao, o Hue seria deveras im ro rio aHui, tendo-se em vistao esco o da ro ria disce tacao.

    )ste livro tern uma relacao es ecial com 2he ocial 3onstru-ction o% /ealit4 - 2reatise in the ociolog4 o% no ledge1*!!/, Hue escrevi de arceria com 5=omas LucGmann. )s e -

    cialmente os ca itulos 1 e deste livro sao uma a licacao diretada mesma ers ectiva teorica da sociclogia do con=ecimento ao0enomeno da religiao . Seria muito en0adon=o multi licar ao longodeste livro as citacoes de 2he ocial 3onstruction o% /ealit4, e

    or isso me limitarei a esta re0erenda geral. ) escusado di%er HueLucGmann de modo algum deve ser res onsabili%ado elo Hue sesegue. )mbora ossa =aver =onra entre ladroes bem como entresociologos do con=ecimento, alguns crimes siio er etrados emcomum, outros se aradamente,

    Parece-me Hue, sem re Hue ac=o necessario mani0estar o meurecon=ecimento em cone ao com coisas Hue 0i% nos ultimos anos,acabo mencionando sem re as mesmas essoas. Isso e um oucoaborrecido, mas serve ao mesmo tem o ara dissi ar sentimentosanomiccs. )m tudo o Hue tern Hue ver com a sociologia da religiao

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    dcvo a mais ro0unda gratidao ao meu mestre Carl Da er. .mK-n=a divida ara com 5=omas LucGmann e cede .de muito os =mK-tcs dos ern reendimentos articulares Hue emergiram em. 0 rma n -

    ogr a0ica sob os nossos dois nomes . s alestras com Bng1tKe Ber-ger e ;ans0ried Qellner sobre estes e correlates assuntos de1 aKama sua marca no meu ensamento. Deus contatos com estra gK1rosdo reino da teologia retrairam-se, muito a meu esar,. nos .ult1mos:1112s. Das a ra%-me mencionar 'ames 9usta0son e S1eg0ne vonQort%0leisc= como dois te!logos em Huern sem re encontrK1 umadesusada abertura ao ensamento sociol!gico, ela Hual Iui gratocm mais de uma ocasiao.

    P.L.B. ova RorG, outono de 1*!!

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    )L)D) 5OS SIS5)D 5ICOS

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    RE LIGl A O E &ONSTRU c;A O DO' UND O

    5oda sociedade =umana e um em r eendim ento de cons tru caodo mundo. religiao ocu a um lugar destacado n esse ern r eendi-mento. osso rinci al intuit o aHui e 0ormu lar a'gun s enunciad osso bre a re lacao entr e a r eligiao =umana e a con strucao =umanado mundo. D as ara Hue isto se ossa 0a%er inteligivelmente, aa0 irmac ao acirna sobr e a e0 icacia da sociedad e ara a co nstr ucaodo mundo recisa ser e licada. Para e sta e licacao sera im er-tante com r eender a sociedade em termos dialeticos 1S

    so ciedade e um Ienomeno dia letico or s er um ro d uto=umano, e nada mais Hue um roduto =umano , Hue no en tant or er r oage cont inuamente sobre o seu r odutor. socieda de

    eum

    roduto do =omem . ao t ern cutro ser e ceto aHu ele Hue l=e eccn0erido ela atividade e consciencia =umanas. ao ode =aver realidade sccial sem o =omem. Pode-se tambem a 0irmar, no en-

    tanto, Hue o =omem e um roduto da sociedade. 5oda b iogr a0iaindividua l e um e isodic dentro da =ist! ria da sociedade, Hue a recede e l=e so b rev ive. soc ieda de e istia antes Hu e o indivi duonasccsse, e contin uara a e istir a !s a sua m orte. D ais ainda, edentro da socie dade, come r esultado de r ocesses socials, Hue oindiv0duo sc torna uma essoa, Hue ele atinge uma er sonalidadee sc a0erra a e la, e Hue ele leva adiaru e os varios ro "etos gueconstituem a sua vida. 2 =omem nao ode e istir ind e endente-mente da soci edade. s duas assercoes, a de Hue a sociedade e

    r oduto do =om em e a de Hue o =omem e r oduto da sociedade,I O ter mo >mundo> e entend ido aHui num scntido 0enomenol!gico , isto e,

    omitindo-se a Huestiio do seu estatuto onto loglco ultimo. Para a a licacaoa ntr o o l! gica do term o, c0. Da Sc=oler , 7i e t e 8lun g d es 9 en schen im o smo s Du niHue, m =enbur gc r ? er lags =andlun g, 1*34/. Para a a licacaodo terrno a soc io lcgia do con=eci mento, c0. Da Sc=e ler , 7i eis se ns iorm sund d ie : e sel lscha t Berna, Ar ancG e, 1*!2/# l0r ed Sc=ut%, 7 er s innha ' t e u $a u d er so*ia l en ;elt ? iena, S ringer , 1*!2 / e 3 oll ect ed &ap ers, ? ols. 1e I ; aia, i "=o00 , 1*! -!3/. 2 tcrrno >dialetico>, a lica do a socie dade, eentendido aHui esse ncialment e em seu sentido mar ista, em art icula r , com o0oi desenvolvido nos Economic and &h ilo so phi cal 9anu scripts o% 1

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    >dad nt r o o l!gi ca O =om em ,nao se contradi%em. &e0letem, e lo contrar io, o car ater inere nte- e teri ori%aKiio uma necessi. . - e a ode ser c

    . bido ind e-once 1

    mente dialetico do 0 enomeno socia l. S! se com reendera a socie-dade em termos adeHuados a sua r ealidade em iri ca se este seucar ater 0or devidamente recon=ecido S

    O rocesso dialetico 0undamental da socie dade consiste emtr es momentos, ou assos. Sao a e te r ior i%acao, a ob"etivacao e ainteriori%acao. S! se odera manter uma visao adeHuadamente em-

    ir ica da sociedade se se entender con "untame nte esses tres mo-mentos, e terio r i%acao e a continua e0usao do ser =umano s o breo mundo, Huer na atividade ;sica Huer na atividade mental dos=omens. ob"et ivacao e a conHuista or arte dos rodutos dessaatividade ;sic a e men tal / de uma rea lidade Hue se de0ronta comos scus rodutor es orig inais como 0ac ticidade e terior e dist intadeles. interiori%acao e a rea ro riacao dessa mesma realidade

    or ar te dos =omens , tran s0ormando -a novamente de estr uturas

    do mundo ob "etivo em estrutu r as da consciencia sub"etiva . ) atra-ves da e teriori%acao Hue a sociedad e e um rcduto =umano.) atraves da ob "etivacao Hue a sociedade se torna uma realidade

    sui gener is. .) atraves da interiori%acao Hue o =omem e um rodutoda socie dade 7

    < 6 ir 0amos Hue essa com reensiio dialetica do =orn ern e da soci edadecomo rodutos um do outro ossibilita uma sintes e te!r ica das abordagen s

    como o con=ecemos em 1ncamen:e, Kao i mesmo sobr e o mundo endentemen te da continua e0us=o enK nao ode ser con ce b idoem Hue el= se encootr K. 2 ser KTa es0er a 0ec=ada de int erio r i-como algo isolado em st r,r.esmo, m .1 . . no mund o Hue o

    dade, ar tindo em seg ,u*da KarK se e :iKe ncia e desde o ini -rodeia . 2 ser =um ano e Ktenori%a Kte c: muita r ob abilid ade secio 3S )sse 0ato antr o Kl!giKo de r Kt% s O homo sapiens ocu a0unda na constitu iK Nao b1ol!K1ca do N ore-:ssK eculiar idade se rnani-uma os iKao eculiar no r eino aruma . , rio cor o e co m o mu ndo.0esta na r elaKao do =omem cKm seu roK ue nasccm co m um

    di0erc nKa dos KuLros manu0eros su KKKKK curiosa mcnte >ina-organis mo esscnc1almente com l ete , od rocesso de >acabamento.,

    cabado> ao nascer ! . Passos esseno a1s .K se veri0icaram no er iododo desen volvimento do =omem , Hue 'K ocorrcm no caso do0etal ar a os outros NmKi0eroK :#KKKo::Kcimenlo. i sto e, o r o-=omem, durante o nme 1ro an > ocor r e num tem o emccsso biol!gico de >to rn ar -se bomemN ter a ao com u m ambienteHue o in0 ante =umanK se encont r K K Nm mK do 0isico e o mundo

    e terior ao seu or garusm , e Hue N 3n w o0undamento b iol!gico no=umano da crianKa. ) iste , K1s , um t>do de desenvo lver uma rocesso de

    >torn

    ar ce bo cmuelm no sen .K1,timo s desenvolv16

    .

    1entosassimilar n> b. tas ao desenvo lviroento

    LO-sociol!gicas de Febe r e 6urG=eim, sem Hue nen=uma dela s erca sua in ·t em,iio 0undamental o Hue ocorreu , em nossa o iniiio, na si ntese arsoniana/.F e ber tern uma com reensao da realidad e soc ial corno scnd o continuamente

    erson l a e enao sao mutaKoes estra as so r Kl osU ndam -se nele.1!gico do =omem , mas, ao contrarto, u . to

    constitu0da or signi0icai#:iio =umana , e 6urG=eim a considera como tendo , >. b d > d rgani smo =umano no nasc1menO o o c

    o carater de c lw se it~ contra o individ uo# am bas estiio corretas. )l as tern em carater maca Na d ater relativamente oao -es-vista, r es ectivamente, o 0undam ento su b"etivo e a 0acticidod e ob"etiva d o0cn!m eno social , ipso facto a ontando ara a r elaciio dialetica do su b "ctividadce scus o b"etcs, lern disso , as duas 0ormas de com reensiio so mente siio cor -r eras em coniunt o. Jma n0ase de ti o w c beriano na sub"etividade somen t eleva a umo distor i,iio ideal0 stica do 0 enomeno soc ial. Jma cn0ase do ti odurG=eiminiono na o b"etividade soment e leva r ei0 icacao sociol! gico, a maisdesastrosa distor cao ara a Hual tende gr andc artc de socio logia america na

    esta inti mamente relaoona o com o car . 8. Press 1* !/ . e r ess iio >r ea -

    P syc holog)I C=icKgo, NJmverg1t . o0 C,ll tKKse nvo lKido or 6urG= eim em su 8slidode s ul g c ncri s a =cada , K1 KKdVoc ll1 Pr ee Pr ess, 1* 2/. 5raduc#aoul e s of ! oci ol ogi c al" #~~ ~o $ s o : i ~"%g1co Cia )dit oro n cional. >d bra sileiro, &s ~ll,rad s d o l tKVggica de c tKriori%ai,iio 0ol de,senvolv, dK

    necess1da e an r o d vo lvimcntos cont cm orun eos , a mcontcm or iinea. 6 eve-se s ublin=ar Hue niio Huer cmos di%er Huc ess a sintesediolctica agr adaria a esses dois autor es. osso inter esse c sistematl co, e niioc cgetico, e ermite uma ati tude ecletica com r elai,iio a co nstrucce s te! ricasanterior cs. uood o di%emos, ois, Hue cssas construcoes >tern em vista> umaslnt ese desse ti o, o Ia%emos no sentido da 1! gica teori ca intr0nseca, e niio nodos lntenc%es =ist!r icas dos autor es.

    7 O s tcrmos >e teriori%acao> e >ob"et ivac#iio>d erivam d e ; egel ' Entaeu sse r ung e >er sochli chun g? e siio entendidos aHui essencial mente no sentido comHue Coram a licados aos Ienomenos coletivos or Dar . 2 terrno >inter io ri-%acao> e entendid o em sua ace c#iio u sual na sicologio social ameri cana.O Iundarn ento t c!n co dcsta c, acima d e tudo, a o br a de 9 eor ge ; er bertD ead# ar a o Hual c0. seu # i nd , !e l f and ! o ci e t y C=icago, Jni versit o0 C=icago P r ess, 1*73 /# n selm S trauss ed./, (eorge e rbert # ead on ! ocia l

    3; egel e or Dar . Para outros.. .:sen *i e s 1:1" c 11 d e s +rganisch e n und de ,o bra de Sc=eler, cC. ; elmut Plessner , D ensccn to de K assade, 0 1 entree da11s Ia ,2,~2. I eri s,

    L8=omme na1 t inac=eve 9eo r geK ) dition de Dinu it, 1*!7 , . 14/.

    19

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    eciali%ado da estrutura d os seus inst in O . -mg r essa no mundo com im ul tos. arumNal. nao- =wnan omemente dirigi dos Com P s1osdalt aKe nte es ec1al1%ados e 0ir -

    davia, o mesmo rocesso Hue constr!i o seu mundo tambem d io >r emate> ao seu r! rio ser. )m outra s alavras, o =omem nao

    menos com l e . o r esu ta o vive n dtamente determin d .mars ou s! rodu% um mundo como ta m bem se rodu% a si mes mo. D aistos . )ss e mund o e 0e = d a o e a est rutur a dos seus in sti n-

    rogramad o, or assim di: eK eK terKoK de sKas. i:o ssibilidad es,ConseHiienteme nte cada a .8 1 a r o n a consNtltmKao do animal.sua es ecie anici8.i.tar ) Nruma vive no am bt ente es eci0ico de

    r ecisame nte - ele se rcdu% a si mesmo num mun do. o rocesso da con strut#ao de um mund o, o =omem, ela

    i:ua r! ria ativi dade, es eciali%a os seus i m ulsos e rove-se a simesmo de est abilidad e. Bio logica meme rivado d e um m undo do

    mun do de caes um . r ste um mun do demund o d camund

    ongos, um=omem, constr! i um mundo =um ano. )sse m undo, natura lm ent e,Kontraste, a es rutura dos in tiK cavaldos, e assim o r diante. )m e a cul tu ra . Seu esco o 0undamental e 0ornecer a vida =umana as. .

    'C1entementees ecia li s ntos o =ome m%ada e nao . . .

    .1mento e estruturas 0ir mes Hue l=e 0altam biologicamente. Segue-se Hue es-

    HKe l=e se "a es ed0ico . ao >a um eddin gtda a u m amb ienteacuna. 2 mundo do =omem e im muK o do =omem no sent idosua r! ria co nstituira-o ,.. e dr0eubamente r ogramado e 'ad .,. . .c um mun o a ert O .o Hue de@eser modelado ela r! . . idad u se"a, um mun -

    arado com os out ros marni0 n a atrvi a e do =o mem. Co m-conseguinte urna du la r 1 :ros su e r iores, tem o =omem, or

    ec ' e acao com o mundo Cmam1 r eros, o =o mem esta omo os outrosrecimento. Das a di0 ereKr a dum mundo Hue r ecede o seu a a-

    sas estr ut uras de 0a br icaKiio =umana nunca odem ter a est a b ili-dade Hue c ar acteri%a as estr uturas do mundo a nimal. / cultu ra,embora se t ome ar a o =omem um a >segunda natu r e%a>, erm a-nece algo de muito di0eren te da nature%a, "ustarr. ente or se r o

    roduto da r! r ia atividade do =omem. Suas est rut ur as sao, or conseg uinte, inerentemente recar ias e r- r edestina das a mudar . 2im erativo cu ltur a' da esta bilidade e o carater de insta b ilid adeinerente a cu ltu r a lanKam con"untament e o r o b(em a 0undament al

    nao .'.su. n 1esmente dado .,. ?os . outros m ami0ero s, es te mun do da atividade do =omem de co nst r uir o mundo. Suas im licaKoes

    c b d %a*er um munde ara s3 e aKiK0 d :d o ara ele. 2 =omem reci saem con 3 ui@- um mun d - , e Hue o =omem desenvo 1veestran=o, e sim a co nseKiiK:oi e, l ortan d to,um 0enomeno

    bio1!gico =omem. c a r reta a const1tuit#ao bio1! gica do

    . condir#ao do org anismo =uman dassim, ot uma instabili dade c o no mu n o se car acteri%a,relaKao reesta beleci da com oo e21'a. =ornem nao ossui umanuamente uma relai#ao com ele n o. rKc1sa Ks.tabelecer conti-relat#ao do =omem com o .% Nmesma mstabilidade assinala aso, o =omern esta >0or a d:eKciur ilin.o .:or o K-6 e um modo curio-dcscansar em si mesmo 1 no consigo mesmo. ao odemo recisa e rimir-se Ki nK Kra entrar em =Kr1 1onia consigo mes-

    de lo ngo alcance nos ocu ar ao em de tal=e consi deravel um ouc

    omais adian te. Por enHuanto con tent emo -nos com di%er Hue, se enecessario Hue se construam mundos, e muito dilicil m ante-1o sem 0uncionamento.cultura consiste na totalidade dos rodutos do =omem +.

    lguns destes siio mater iais, ou tros nao . 2 =omem rc du% in st r u-

    mentos de to da es ecie imaginavel, e or meio delcs mo di0ica oseu a m biente 00 sico e verg a a nature%a a sua vonta de. 2 =omem rodu% tambem a linguagem e, sobre esse 0undamento e or meiodele, um im onente edi00 cio de s0mbolos Hue crmeia m todos osas ectos de sua vid a. ;a boas ra%!es ara ensar Hue a ro du Kaode uma cultura nao-mate rial 0oi sem r e de ar com a ati vidad e

    4•

    =umana e um connn > uamente em ativi dade, e istenc is

    do =omem de mo di0icar 0isicamente o seu ambiente Se "a com o

    sen cor o do =omemuo or -se em eHuil.' brio> do =omem co mmir isto 5 di%er Hue co=mo seu mund o. Outr o modo de e r i- 0or, a socie dade, natur almente, nada mais e do Hue arte e ar-cAc

    .. B o · omem esta co nsta t emente no roces so + 7 uso do termo 88cultur a> ara se re0er ir a totalidade dos r odu tos or · cons1go m esmo > -2

    men rodu% um mundo S, . esse rocess o Hue o =o- rodu%iu, ode o =ornK K bulm mund o ass Ntm, Hue ele me smoes a e ecer-se e r eali%ar a sua @ida. 5 o-

    . l8ll·sD11·r cun>ou o tcr mo A, . . " 1ubil1dodc 111212na rclnr#iio d = ... centnc 1dade ara se r e0erir a essa ins·

    o omem com seu r! rio cor o. C0. op. cit .1+

    =umanos segue a r alica cor r cnte na antro ologia cul tur a l americana. Ossoc i! logos r ocura ram us ar o ter mo num sen tido ma is estr ito, re0erindo-see clusivame nte a assim c=amads es0era simb! lica asXim 0 e% Par sons em seuconceito de >siste ma cultural>/. )m bor a =a"a bcas ra%oes ara se r e0erir oscntido mais estrito em o utros con te tos te! r icos, sentimos Hue a acc r#iiomais am la e mais adeHuada no r escnte estudo.B O v0 nculo en tre r oduKiio mater ial e niio-material 0oi desenvolvido or Dar no conceito de >t r a bal=o> Hue niio ode ser entendido mer amen tccomo c ategoria econ! mica/.

    1*

    8 1 um mun o

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    em C

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    nE

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    KelK da cultura nao-materN ial. socie dade e sHuele as ecto destauluma Hue estrutura as inc essantes relaKoes do =omem com osseus semel=antes 17B Como a enas u m elemento da culrura a so-ciedade com artil=a do carater desra com o roduto =umane . so-ciedade e constituida e ma ntida or ser es = umanos em a #iio. aoP ssui ser algum , r ealidade alguma, inde e.ndentemente de tal ati-vKdade. Seus adr!es, sem re relatives no tem o e no es aco , naosao dados na nature%a, e de nen=um modo es ecilico odem ser dedu%idos da >nature%a do =omem>. Se se Huiser usar esse termocE:Wmodesignando mais do Hue certas constantes biologica s, deve-sedi%er a enas Hue e r! rio da >nature%a do =omem> r odu%ir ummundo. 2 Hue a arece em HualHuer memento =ist!rico articular como >nature%a =umana> e da mesma 0orma um roduto da ati-vidade do =omem de construir um mundo 11.

    sociedade , no eotanto, embora nos a ar eca como a enasum a s ecto da cu ltura, ocu a uma osi #iiO rivilegiada entre as0 or macoes culturai s do =omem. Isto se deve a outro 0ato antr o o-

    1!g ico basico, a sab er, a e sseccial socia lidade do =omem 1 2 homo sapiens e o animal social. Isro signi0ies muito mais do Hue o 0atosu er0icial de Hue o =omem sem re vive em coletividades e erde ,de 0ato, a sua =umanidade H uando e a0astado do convivi o dosou t KoK =omens. ) o Hue se reveste de muito maior im ortan cia,a atividade do =omem de construir um mundo, e sem re e inevi-tavelmente um em r eendiment o coletivo. )mbora se"a ossivel,talve% com intuitos =eurl sticcs, analisar a rela #iio do =omem como seu mun do em termos uramente individuais, a r ealidad e em-

    irica da construcao =umana do mundo e sem re social. ) tra- balbando unto s Hue os =omens 0abricam instrumentos inv entam

    i artici a #ao individual numa cultura nao s!N aKon:ece num rnccsso social a saber, o rocesso c=amado sociali%acao /, m Ks

    ,1 ccnrinuacao de sua e istencia cultural e ende, da manutenK Kode clis ositivos sociais es ed0icos. sK:redade eK ortan to, nao,11 resultado da culrura , mas uma condicso .nKce ssana dela, S NL·Kicdade estrutura, distribui e coordena as aKvidades Nde construcaodo mundo desenvo lvidas elos =omens. ) so na soc1edade os ro-

    dutos dessas atividades odem durar. NCom reender Hue a sociedade se radica na Ktenon%a #aO dK=omem, isto e, Hue ela e um r odtuo da atividade =iNunana, e articularmente im ortante devido ao 0ate de Hue a so:1e"a den0igura ao born senso c cmo al go muito di0e r ente, HuNe 1:1e en decla atividade =umana e Hue artici a da d eter rrunac#:ao meKte. anatu re%a. Ocu a r -nos-emos a seguir com o roces so de ob'e tKva-c#:ao Hue torna ossive l essa a arencia . Baste -nos or. ora K1KKr Hue um dos mais im ortsntes gan=os de. uma eKs ecuKa socio -gica e a sua reit erada r educ#:ao das enudade s =1 ostasiada,s , *uKccnstituem a sociedad e na ima ginaKao do =omem comum, a attv.1-

    dade =umana de Hue essas entidades sa o r odutos e sem as Hua1selas nao ossu em status algum na realidKd e. 'D->mKteria> de ·'uea sociedade e t odas a s suas 0ormac#:!es sao 0e1tas sao os .sent os=uman os e ternados n s atividad e =umana. s grandes =i stasessociais como >a 0amilia>, >a economia>, u E:W estad ,,, K ass1m ro.r diante/ siio novament c r edu%idos ela ana N=se sKct2l!g 1ca a at1v1-dade =umana Hue e a sua uni ca substan cta sub1acN entK. Por es,tara%ao de nada a dianta ao soci!lo go, a nao s er com 12tu1tosKeuris -ticos trata r tais 0enomenos sociais c omo se 0ossem, nareNaKdaKe,=i !Ku:ses inde endentes da es ecula #iiO =umanK Hue or1g1Kanba:

    llnguas, aderem a v alores, concebem instituicoes, e assim or dian- mente as r odu%1. u e conti ·nua a r odu%ir ·.

    )m.

    s1. N mesm · o nao a

    N 12 A- la, e claro, diver sos conceitos de sociedade usados elos soci !'o gos . oo se na de muita utilidade discuti -los no r esente estudo. ssim, usamosuma d eriniKo bastante sim les, rela cionando-o ao acima mencio nado co nce itode culturo.

    11 co m reen siio da nature%a =umana> com e sendo ela ro r la ump odu o =umano 3ambem deriva de Dar . )l a mar ca a ru ture 0undament al, 111 c um u antro o logla dialet ica e urna nao-dialetica, o iimbito do p en ame n-111 , 11d1,1,, .ico, esses anu odas antr o ol! gic os silo mel=or re r ese nta dos, r es-

    eet rvunn ntc. or Dar e or Paret o. / antro ol ogin 0r eudiana, alias, tom-=, 111 11,·vc ser mcncio nada como esse ncialm ente niio-dial tica, um onto Huetrn1 11li1 descur ado em tentatives re centes de uma s0nte sc mar i sta -Ire udian a.

    I' I c inbilldnde essenciat do =omem 0oi vista clar amente or D ar ,111111, , , , 11112, 11,117-'c de uma nKiio r esente em toda a tradiKiio socio l! gico .

    ul11u ,Ir. Dr111l r o or cio na uma b ase socio si col!gi ca indis ensavel ara as1111V18r.1 1111112 11u lK111ru1 de D ar .

    .' O

    nada de errado em 0alar o soci!l ogo de '.llSt1tt11E#oes, estruturas,0un #!es adr!es etc. O mal vem s! Huando ele asNconce be, comoO =omeK comum, c omo entidade s e istentes em N s1 mesmas e or si mesmas, desvinculadas da ativiK sKe eN rodu.Kao =umanKsd Kmdos meritos do conceit o de e ter1ori%a #ao1 a Kcado Nasoc1K a e,e obviar-se esta es ecie de ensamento estat1 co, =i o s:N+u%aoKe.Outra maneita de e rimir isto e di%er Hue a com reen.sao socio-1!g ica deve ser sem re =uroani%an te, isto e, deve r e0enr as con -0iguraKoes ilus! rias da estrutura social aos seres = umanos Hue ascriaram 17.

    17 / n%cessidaue Hue a soc iolo gia tern de dc K-=i otasia r a L="eKKKagKKsociais 0oi r e e tidam ente acentuado e la met o do lo gra de F e ber . )mb I

    1

    t

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    ), pois, a soci edade um r cdu d =0enomeno da e ter ior i%a iio to o omem, radicado noconsti tuicao biologics d# =KKue K -sur ve% se baseia na r o r iaKrodutos e terio r i%ados entre:tK ao ,ogo se ccmeca a 0a lar deum s atingem um graK de di .ti o,-esta-se su ondo Hue estes ul-

    rodu%. )ss a trans0ormacao de< mKKIY emd re=laKaoaHuele Hue OS

    do Hue nao s! d eriva do >omemc ccmuotoaKind oa Po>mem em Uummun - com e e como uma Iacticidad l= ..sKa a conrontar -seno conceito da ob"etivacao Oe Hud e

    ee terior , esta resente

    torna algurna coisK >la 0 . > Co nsi o =urnanamente r odu%ido se

    111cminvent a uma lin gua e de scobr e Hue a sua Uala e o seu ensa-mcnto sao dominad os ela sua gramatica. 2 =o mem rodu% val o-res e veri0 ica Hue se sente cul ado Huando os transgride . 2 =o-me n 0or "a instituiKoes, Hue o en0r entam como estru turas con ·1r oladoras e intimidat ! rias do mundo e terno . lenda do a r en -di% de 0 eiticeiro ilustra , de m odo Ieli%, a r elacao entre o =omem ca cultura . Os oder osos baldes, magicam ente c=amad os do nada

    elo % iat =umano, s ao estos em movim eot o. ar tir de cntao oem-se e les a anda r de um lado ara o ou tr o tir ando agua

    codorme a l!gic a iner ente ao seu r ! rie ser Hue e, na ior das

    como-

    - .a .

    caora · onsiste em o b"et

    os, tanto.. =i !teses, nao de to de controlado elo seu criador. :B ossivel,nao maten ts a%es de . . matertars

    tor . Jma ve% rodu%ido.. esse resi snr aos dese"os de seu rodu-Huer nao . )mb ora tcda Kultura mundN o. er manKce, Huer se Hueirasub"etiva d os ser es =umanos se ongine .e r adiHue na conscienciasorvida a vcntade na consciK ui:na se% bKriada nao ode ser reab -do indivlduo como um da . )u siste 0or a da sub"etividade=uman:imentK rodu%ido amu.unn o. K outdras alavras, o mundo

    como aco ntece nessa =ist!ri a, Hue e =omem ven=a a encontr ar a

    magica ndicional Hue l=e devolva o controle das 0 or Kas or eledesencadea das sobre a realidade. )s se eder nao e,contudo, iden-tico ao Hue de inicio os essas 0on#as em movimento. ) odetambcm acontecer , natur almen te, Hue e =omem se a0ogue nas on-das Hue ele r! rie rodu%iu.

    )ssa b iet

    . ge o car ater e r ealid d:-

    bi . Se se cre dita a cultur a o status de ob"etividad e, isse da -seo " ividade adHuirida do d a o "enva. em dois sen tidos. cultur a e o b"etiva or se d e0rontar ao =omemvale tanto ara os ma te i . s ro utos culturais do =omemser rontamente ent endiKda1s como adraos nao-materiais. )la ode. a no caso os rime8 2 =

    bnca um instrumento e com - . 1r os. omem 0a-

    ob"etos ;sicos resentes no essa d,#aoJennHuece a totalidade dostrumento tern um ser , Nmun o. - ma ve% rcdu%ido, o ins-imedia to elos Hue se illGto nao ode ser modi0icado de or e em lo, uma 0er:ame:: ii r0KKlKa verdade, .o instrumento

    do seu set aos Hue o utili K / ode ate un or a l!gicanao l=es ser la mu ito a r:K1:1, r s ve%es de um modo Hue ode

    r oduto =umane , evid ent : meK#ee .eJ m abrKdo, or e em lo, um

    como um con"unto de o b"etes do mundo real e i stente 0ora desua consciencia. cultura esta la. Das a cultura t ambem eo b"et iva or Hue ode ser e erimentada e a reendida , or assim di%er,em co m an=ia. cul tura la esta a dispo siE !o de qualquer um.O Hue s igni0ica Hue os o b"etos da cultura re etim os, os materiais eos nao -mat er iais/ edem ser com artil=ados c om os outros. I ssoos distingue nitidamente de HuaisHuer constr uc#oes da cons-ciencia sub"etiva d o individu o selitario. Isto e !b vio Huando secom ar a um iostr umente Hue ertence a tecnologia de uma cultu -ra ar ticular co m algum utensilio, or inter essante Hue se"a, Hue

    sentido de Hue cs Hueo usam

    deum o @e 3o e terno

    1 niio s! no

    0a% ar te de um son=o. :B,no entanco , ainda m ais im ortante en · o m cair em . dc rucar ern, como cder iam mac= uca - cima e e e s e ma-u num toco, cu HualHuer cutro rN se tr o ecando nu ma edra

    interessante, o ar ado od e b . ob"eto natural. 2 !ue e maisa sua ativid ade agr0 co/a e Kalrtgar os :#1e se servem dele a dis or tender a ob"et ividade da cultura como 0acticidad e com artil=adacom r e0erenda aos seus consti tutivo s nae-mat eriais. 2 individu o

    ode Kon=ar HualHuer numer o de, digamos, dis ositivKs instiuK-cionais Hue bem oderao ser mai s inter essantes, ta lve%amKa matsvidas, de um rnod o Hue8

    se ve%0 tam o utros as ectos de suascon orme corn a s ! · 1!0uncionais, do Hue as in stituiKoes e0 etivamente r econ=eCIKas n.a

    Hue od

    e nao ter sido r etendid . ua r rta gica eriamente o con ce beram m e#m: nb8:1 rKvtsta elos Hue origins-teri%am igualmente os cle K 'et'?idKd.e, no enta nto , carac-mentos nao -materiais da cultura. 2 =o·

    s or cc N1 N >vdaavdeclme nctoemeor raodo0i%aecraumsar a 6urG= e1.m. de ter u 11aconce cao =i ostatica daIacilrnente a es sa d istcrcs o cKK: t0llcos rnKr 1stas/ seu metod o se r estasenvo lvirnento ela esco la estr uturalo. 10 ur nncK1ostnr aalN 1sota . articulannente e mseu de -

    sua cultura . ) nHuanto esses devaneios so cie1! gicos, er asstm dt ·%er 0icarem con0inndos a r! r ia consciencia do individuo e nao0or Km r econ=ecidos e los outr os come a o menos ossibilidad esem u icas, s! e is tirae co mo 0antasma gorias ir reais. Z,m contra stc ,as instituic#oes da socie dade do individuo , or ma1s Hue ele asdeteste, se r ao r eais. )m outras alavras , e mundo cultural e ni>m

    22

    (

    =cl

    I

    ,c#m.

    l

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    s! rodu%ido co letiva mente come tam bem ermanece rea l em vir-tu deNdo recon=ecimen to coletivo. ) star na cultura signi0 ica com-

    artil=ar com outros Ke- um mundo art icular de o b"etividad es 13.s mesmas condicoes o1em, e claro , a licar -se aHuele seg-

    mento Ka cultura Hue. denomma ,mos Nsoc1edad e. ao ba sta, or -tanto, dt%e NrHue a sociedade esta radicada na atividad e =umana .6 eN ve :se di%er tambem Hue a sociedade e a atividade =umanao$'et ioada , o Nu sK "a, Hue a sociedade e um rodut o da ativ idad e =u-1:1KnaHue atmgiu o st a tus de r ealidad e o b"etiva. s 0orrnacoes sociais sao e erimentadas elo =omem como elementos de um mun -do ob"etivo. s cciedade es ta diante do = omem como IacticidadeeKterna, ,sub"etivamente o acK e coercitiva is N& ealm ent e, a so·cied Nade e comumente a r eendida elo =o mem como virtua lmenteeHuivalente ao uni verse Iisico na sua res enca o b"etiva - um a

    segun d a nature%a , mesmo. soci edade e e er im entada comodada >la orNa,, ' estran=a a consciencia sub "etiva e nao contro lavel

    Kr Ksta iiltima. s r e resentacoes da 0antasia solitar ia o0 er ecemr e.anvamente ouca r esistencia a voliKao do indivlduo. s r e- resentacoes da sociedade sao imensamente mais r esistentes. Oindivlduo ode son =ar outras sociedad es e imaginar-se em div er -sos ,conte tos. K nao se r Hue ele e ista em l cucur a soli sista, sa-

    berK Huanto var dessas 0antasi as a r eal idad e de sua vida e0etiva nasociedade , Hue l=e r escr eve um conte to comum ente r econ=ecidoe se #=e im !e se m tomar con=ecimento d os seus dese"os. Comoa sc cNiedade a arece ao individuo como uma realidad e Hue l=e ee terior , ode acontecer 0reHi.ientemente Hue as o eracoes dela

    erm anKK m K acas ao seu entendimento. )le nae e ca a% ded Nesco bm or intr os eccao o sentido d e um Ienome no socia l. Pre -

    cisa, ar a tanto, sair de si mesmo e em en=ar -se no ti o ba sica-mente iden tico de investigacao em lrica Hue e necessdrio ara Hueele. ossa com reender HualHuer coisa 0or a de sua r! r ia mente.

    cima de tuKo, a socie dade se mani0 esta elo seu oder coer citi-

    Ko. 2 teste 0inal de sua r ealidade o b"etiva e a sua ca acidade deim or -se a r elurancia dos individuo s. sociedade dir ige, sancio-na, contr ola e une a conduta ind ividual. a s suas mais od er osasa oteoses um termo r o os itadam ente escol=ido com ead iante v eremos/ , a sociedade ode ate d estr uir o in d ivi du o.

    13 Par a um d esenvolvimento da conce cao de ob"e tividade co m ar ti-l=ada, c0. as obras de Sc =ut% anter iormente citadas.

    . IS n ossa .discussiio da o b"etividad e da sociedade segue 6 urG=eim de Krto. C0. es ecialment e &s esr as do # % t odo !ocio l ogico , anter ior ment ecitada s.

    3

    ob"etivid ade coerci tiva da sEW edade ode, e clKro, .ser vista mais routamente nas suas medidas de contr>o le social 8. 1stKe, naHuelas medidas es eci0icamente desunKdasN a. or na, Kaos individuos ou gru os recalcitrante s. s mst1tu1Koes. oliticas elegais odem servir de ilu straKoes ! bviKs Nd4ste 0ato. )N Nm ortante,todav ia, com reendcr Hue a me sma ob 1et1v1dade coer crnvar i%a a sociedade como u m t odo e es ta r esente em t oda s as instr-niicoe s socials, inclusive as instituicoes Hue 0or Nam 0undadas emconsenso. Isto com toda a en0ase/ nao Huer K1%cr Hue todas associedades se"am variaK!e s da tirania. # uer di%er Hue, nen=umaconstruca o =umana ode, a rigor, ser c =amada de 0 eno 1Kn so·cial a na o ser Hue ren=a atin gido aHuele grau de ob1et1v1dadeHue obriga o individuo a r econ= ece-la cKmo r eal. Km- outr as ala-vras, a coercivid ade 0undamental da sociedade esta nao n os K ecK-nismos de controle social , mas sim no seu oder de se conKutuue im or como r ealidad e. 2 caso arNadigmKtico di st o N e a linguaKgem. Praticam ente ningu ern, or Nmats al=eio Hue e@a ao e nsamento sociologico, negara Hue a lmguagem e u Nm Koduto. =uma K-5 oda linguagem e r esultado de um Na longs =istoria da mvenu vi-dade, da imaginaKao e ate d o ca K1cKo Ko = Kem: Se bem HuKos !rga os vocais im on=am certas ltm1tac#oes )is1ol!g 1cas a sKa 0antasia 1ingi.ilstica, nao =a leis da nature%a Hue ,sc oKsam mvocar

    ar a e licar o dcsenvolvim ento, digamos, da =ngua KoglesV e dmtern esLa ultima n en=um st at u s na natur e%a das co1sas. K(cm oseu st at us de roduc#ao =umana. lin gua inglcsa se origmou deacontecimento s =umanos es eci0icos, dese KvolveK-se atr avcs #le sKi+=ist!r ia gr aKas a atividade =um ana, e e 1ste urucam enr e ate ee enHuanto ser es =umanos continuarem a usaKla Ne ,com r cen e-a.

    esar disso, a lingua in glesa se a r escnta ao md1v1du o como umarea lid ade o b"etiva, Hue ele deve r econ=eKcr. como ta1, ou Ko0r er asconseHi.iencias. Suas regra s sao dadas o b1et1vament e. Pr ecisan:i r 1*

    1r .a rendidas elo ind ividuo , como sua lingua matema ou comogua est r angeira, c ele nao. as lo de mod i0Kcar aN scu talan te.

    ) 1sKtern adr oes ob"etivos de mgles ccrreto e mcon eto , e cm borK ossa =aver di0 erenKas de o iniao so br e NPKrmenor Nes secundartos, d:e istencia desses adr!es e uma cond1Ka o r Kvta ara o usolmgua em rim eiro lugar. ; a, e claro, enaltdades ara a tr ans-gr essaK desses adro es, desde a re r ovaKao na e Nsco' a aK . o N coKr trangimento social na vida osterior , mas a r eKlida e o 'ettva alingua inglesa nao e constituida, antes de mats nada , or essas enalidade s. lin gua inglesa e cb "etivamen te r eal em v1rtu de do

    25

    sim les 0aro de estar l a, um universo ronto ecoletivament e re- con=ecido de discurso , no

    ambito do gual os

    TvT:

    3D

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    individuos odem enten der -se uns aos outros e asi mesmos 1!

    Como r ealidade o b"etiva, a sociedade ode0ornecer ao =o- meK K mundo ar a =a bitar.)sse mundo abrange a biog ra 0ia do indiv0duo,Hue desdo bra uma serie de acomecimentos dent r o

    mundo. 6e 0aro, a r! ria bicgra0ia doindivlduo so e ob"e-

    nvamente real na me dida em Hue ossa ser com reendida dentrodas estruturas de im o r tancia do mun do social. 7individuo ode,e certo, ter as auto-inter retacoes altamentesub"etivas Hue Huiser,e HKe os outros ac =ar ao e travagantes ou de todoabsur das. Se "amHuK1sN0orem essas auro- inter retacoes, substituiraoa inter retacao OK'eK1va da biogra0ia do i ndividuoHue o situa num Huadro de r e0e- rKnc1acolettvamente recon =ecido . Os 0atos ob"etivosdessa biogra- 0ia odem ser a urados, se nosativermos ao mini mo, mediante con- sulta aos

    documento s essoais mais im ortantes. 2 oome adesce n- dencia legal, a cidadani a, o estado civil, aocu acao - eis a enasKgumas dss ,2ter reta *! es >o0iciais> da e istenciaindividual, o b"e- t' vamente validas nao s! or 0 oresde lei, mas ela otencia Iun da-

    1Kt:J da sociedade de con0erir realidade. Dais ainda,o ro rio indivlduo, a nao ser, re etimos, Hue seencerre num mundo so- Ii s0stico a0astado darealidade, rccurara validar as suas auto -in-ter retacdes com arando-as com as coordenadasob"etivamente dis- oKveis da sua biogra0ia. )moutras alavras, a r! ria vid a do indiv0duo s!a arecera como ob"etivamente real, a ele r! rioe aos outros, locali%ad a no interior de um mundosocial Hue tem o carater de realidade ob"et iva 19B

    ob"etividade da sociedade se estende atodos os seus ele- rnentos constitutivos. sinstitu icoes, os a eis e identidades e is- tem como0enomenos ob "etivamente reais do mundo social,em- bora eles e este mun do se "am ao mesmotem o roducoes =uma- nas. Par e ern lo, a0amilia como instituciona li%acao da se ua li-dadK =umana nurna determinada socie dade ee erimenta da e a re-

    endida como um a r ealidadeob "etiva . instituicao estal a, e te-

    1! com reensao dalinguagem como aradigms daob"etiv ida de dos Ie nornenos sociaistarnbern deriva de 6 urG=eim. Parauma disc ussiio da lin- guagem emterrNnos .esKencialmentedurG=e iminianos, c0. . Deille t,

    lngu i st ique historique et linguistique gener a t e Paris,C=am ion, 1* +/.

    B 19 PKra. a rea lidade das auto-inter retaE,:oes corno lcca li%acaonum mu nd o social ob"etivamentereal, c0 . a o bra de Daurice; albwac=s sobre a mem! riaes ecialrnente seu es cad r es

    sociau x de l a memoire, Paris,Presses Jn ive r : sttair es de Arance,1* /.

    26

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    rior e co er cinva, im ondo ao indivi duo, nesta area articu lar da ma vida,seus adr oes re -de0inid os. mesma ob "eti vida de er- tence aos a eis Huea individuo, segundo se es e r a, ira desem- en=ar no conte to institucionalem a reco, mesmo Hue suced a Hue nao l=e agra de muita tal desem en=o.Os a eis de, ar e em lo, marido, a i ou ti o siio ob"et ivamente de0inidose dis o- niveis como madelos da conduta individual. 6esem en=ando es-

    ses a eis, a indivlduo vem a re resentar as ob"etividades in sti-tucionais de um modo Hue e a reendido, ar ele e elos outros,como desvinc ulado dos >meres> acidentes da sua e istencia indi-

    dividua l 18B )le ode >vest ir > o a el corno um ob"eto cul tur al, de maneiraanaloga a >vestlcao> de um ob"eto Ilsico de vestuarioou adorno. Pode, a lern d isso, conservar urna conscienc ia de si

    mesmo como dist into do a el, Hue en3?io se re0ere ao Hue ele a reendecomo a s ua >ver dadeira identidade essoa l> como a mas- car a aa ator. ssim,ele ode ate di%er Hue nao gosta de dese m- en=ar este ou aHuele ormenor do a el, mas recisa 0a%er isso mesmo contr a a vontade - or Hue assim odita a descricso o b "e- tiva do seu a el. lem di sso, a sociedade nao so

    contem um con"unta dis onivel de instituicoes e a eis mas umre ert!r io de identidades do tadas do mesmo status de realidade ob "etiva .

    sociedade con0ere ao in dividuo nao so um con "unta de a eis mastambem uma ide ntidade designada. )m outras alav r as, nao so se es era

    Hue o indivld uo r e resente como marido, ai ou tio, mas Hue se a um

    rnarido, um ai ou urn tio - e, ainda mais bas i- carnente, Hue se a um=omem, em termos de nao im o r ta Hual >ser > isto im liHue na sociedade

    em Huestao. 6esse mo do, em ultima ana lise, aob "eti vaKao da atividade =umana signi0ica Hue o

    =omem e ca a% de ob "etivar uma arte de si mesmono recess

    de sua r! ria co nsciencia, de0rontando-se consigomesmo em 0i-

    guras Hue sao gera lmente dis oniveis como elementosob"etivos do

    mundo social . Per e em 'o, o indiv0duo como >eureal> od e conversar interior mente co nsigo mesmocomo arcebis o. a ver-

    dade, a sociali%a*ao e oss vel, em rimeiro lugar, .someote atr a-

    ves desse dialogo intern o com as o b"etiva*oes de s1 mesmo 1*

    1+ C=ega-se ao con ce ito de a eis, como re resentaE,:iioKb"etiva, KtrKvKs da combinai#:iio dos o ntos de vista de Deade de 6urG=eun. 6o ultimo , c0. aHui es ec ia lmen te o !ocio l ogy and Philosophy Loncires, Co=en & F es t,

    1* 7/, . lss.· d

    1* O conceito de conve r sai#:iio interna der iva de Dead. C0.seu #m ,!elf and ociet4, . 17 ss .

    4

    O mund o das ob"etivacoes sociais , rodu%ido ela e teriori-ra%ao da consci encia , en0renta a consciencia c omo uma 0acticidadee terna. ) a ree ndido como t al. Da s essa a r eensao nao

    ode, or enHuanto , ser descrita c omo int er iori%acao, comotam o uco o ode a a reensao do mundo d a nature%a.inte rio r i%acao e ant esa r ea bsorcao na consciencia do mund o ob"et iva do de talma n eiraHue as est rururas deste mundo ve m a dete r minar as

    es t rut ura ssub"etivas da r! ri a consciencia, O u se "a, a sociedade0un ciona agor a como a a,#ao 0ormat iva da consciencia individua l,

    a me- didK em Hue ocorreu a interiori% ac ao , o ind ivldu oa r eeode ago ra va r io s elementos de mundo ob "etiv ado como0enornenos int ern os de sua conscienci a ao mesmo t em o Hue osa reend e coma 0eno- menos da r ealidade e terior .

    5oda sociedade Hue con tinua no tem o en0renta o r o blema de tran smitir os seus sentidos ob"et ivad cs de umageracao ara a sKgKint : . ):ss e Kr ob lern a e atacado or meio dos

    r ocessos de so- c1aKi%a,#ao i sto e, os rocessos elos Huais seensina uma nova ge- racao a viver de acordo ccm os rogr amasins tituci onai s da socie-

    dade. 6 oN onto de vista da sicologia a soci ali%acao ode, e claro,KeK Ndescma comK um rocesso de a rendi%ado. / nova ge r as:ao e

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    1iltima come em re endim ento viavel , ) s eci0icament e,se mel= Kn e.ociedade nao estaria em c ondicoes d e esta belecer umar radic aoHue garantisse a sua ersisten cia notem o.

    atividade Hue o =cmem desenvolve de con strKir N 0?l-' mun -do e sem re um em ree ndim ento co letivo . a r o nacaoint ernado mundo or arte do =em e m tambe rn deve oco rr er numKco Ke- rividade. 5orno u-se =o "e em dia um lugar com um nascieno associals di%er Hue e im oss ivel tornar-se ou ser =umane, deHual-Huer 0orma em iric am cnte r econ =edvc l Hue va alern daso bserva-,o es biologicas, e ce to na socicdade. Isto se torna mencs Hueum lugar comum se se acresce ntar Hue a inte r io r i%acao de . um

    mund K de ende da socie dadc do mesrno modo, orHue com 1ss se N est a

    'i %endo Hue o =omem e inca a% de conceber s ua e en enc1ad emaneira ccm reens iva mente sigoilicativa a na o ser H NuK essacoo -ce cao lbe se"a comuoicada atrav es dos r ocesses KOKlalS. F= ro-Ce :SOSHue inte ricri%am o mundo so ci alm ente o b' eKvado sao o s

    mesmos r ccessos Hue interi or i%am as ident idades soo K ent econ -0eridas. 2 individuo e sociali%ado para ser uma deter mmada

    ess oae $a$i t ar um dete rmin ado mundo. identidade sub "etiva e ar ea-lidade sub "etiva sao r odu%idas na mesma dialetica aHui, no NseK-

    iniciada nos senri dos da cultur a, a rende a artic i ar das suasta-

    tido eti mo l!g ico litera l/ entre o individuo K aN Hue es

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    0icativcs Huc esiao encarr egs dos de sua soc1alt%a,#a . K oss lve lresumi r a Iormacao dialetica da id entidade ela a0irmaKao deHueo individuo sc tor na aHuilo Hue os outros o co nsideram HuanKotrata m com cle. Po de-se acr cscentar Hue o indivlduo se a r o nado mu ndo em eonver sacao com os outros e, alern disso, Huetan to a identida de coma o m undo er manecem reais ar a eleenHuan toele continua aconve r sa,#ao.

    O ultimo onto e muito im crtante, or Hue su !e Hue a so-ciali%acao nunca odc ser co m le tada , Hue deve ser u m roc esso continue atraves de toda a e istencia do indiv iduo. ) st ee o ladowb"et ivo da "a o bservada rec ar iedade de todos os mundos cons-tr wdos elo =o mem. / di0iculdade de manter de e um mun d o

    se e ressa sico log icament c na di0icu ldad e de 1L1ant er esseKKnK osub"etiva mente laus0vel. 2 mundo e co nstrut do na N conN sc1KKc1ado indiv iduo cla conver sa,#ao com cs Hue ara e le saos1gn10Kca·tivcs como cs ais, os mest r es, os am igos/. 2 mundo e1:1ant1K2

    coma r ealida de sub"etiva ela mesma es ecie de conv e :saKao,se ia

    2 e r essiio >outr os signi0icativcs> tam bKm deriva de D ead. )llateve aceitac#iio gera l na sicologia social americana.

    29

    com os mesmos interlccuto r es im ort an tes ou com outrosnovos

    tais como con"uges, amigos ou o utr as re1ac#!es/. Se essaconver- sacao e r m ida E cKn"uge morre, os ami gosdesa ar ecem, ou a essoa dei a seu nmeiro meio soci al / , o mu ndo corneca avacilar

    a er der KuK lausibilidade sub"etiva . Por outr as alavras, ar ealiK dade Kub1et1va o mundo de ende do tenue 0io dacon versacao, ra%ao de Nmurtos de nos nao termos conscienciadessa recarie- da de, a maier arte do tem o, esta nacontinuidade de nossa con- versacao com os interlocutoresim ortantes . manutencao dessaccnunuidade e um dos rnais im orcantes im erativos daordernsocial.

    interiori%acao im lica , ortanto, em Hue a 0acticidadeob-

    eKva do r1:1un o.social se torne igualmente uma 0acticidad esub - "enva. s mstituicoes se a resentam ao indiv0duo comodat a do mund ob"etiKN e 8terior a ele, mas sao agora tambemdata de sua r! rKa consc:,eKc1a.. Ks rogramas institucionaisestabe1ecidos e-Ka soc1edadNesao sll:b'eNuKamentereals como atitudes, motives e

    ro- 'E:Ntos. de vida. 2 individuo se a ro ria da rea lidade dasinstitui- coes "untamente com os seus a eis e sua ident idade. Oindividuo 0a% seus, er e em lo, como realidades, as dis osicoes

    articulares de arentesco vigentes na sua sociedade, I pso %acto, assume de cs a eiK HueNl=e sao atribuidos n esseconte to e a reende a sua r o n a identidade em termos

    desses a eis, ssim, ele nao s!

    desem en=a o a el de tio, mas e um tio . ), se a sociali%aciio0oi=astante =em sucedida , nao dese"a ser a lguma o utra coisa . Suasati-tKdes ara. com os outros e seus motivos ara dcterminadasac#!es sao endemicamenre avunculares. Se vive numa sociedade

    Hue esta- beKceu a condicao de tio como instituic#ao de centra lim ortancia nao as nos sas, e claro, mas a maioria das sociedades

    matrilinea -res/, con cebera toda a sua biogra0ia assada, resente e0utura /em .tKrmos de sNuacarr eira como um tio . D ais ainda: oderaatesacri0icar -se a si mesm o elos sobr in=os e derivar consolacaodo0ato de Hue sua r! ria vida continuara neles. 2 mundosocial- mente o b"etivado ainda e a reendido como Iacticidadee terna. 5ios , irKKos, sobrio=os e istem na realidade ob"etiva,coK araveis emN0Kct1cidade as es ecies de animals cu edras.Das esse mundo ob"eti vo tarnbem e a reendido agora comointeligibilida de sub"eti- va . Sua o acida de inicial digamcs,

    ara a cr ianca, Hue recisaK render a . trn i'ao do tio/ transrnu dou-se e m umatrans arencia interna. 2 indiv0 duo ode agora o l=ar ara dentr ode si mesmo e, nas ro0unde%as do seu ser su b "etivo, ode>descobr ir -se> como

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    um tio. esse onto, su cn do sem re um grau de sociali%acao bcrn sucedi da, a in tros eccao se toma um m etodo viavel araa descober ta de signi0 icados institucionais 1

    O rocesso de interiori%acao deve sem r e set: entendidoco- rno a ena s um memento do rocesso dialetico maior Huetambem inclui os momentos da e teriori%acao e da ob"etivacao. Seisso nao

    e 0eito, emerge um Huadro de determinismo mecanicista, noHua o individuo e rodu%ido ela sociedade como o e0eitoe rodu%ido ela causa na nature%a. 2al Huadro distorce o 0eno-meno social. interiori%acao nao s! e uma arte da dialeticamais arn la deste ultimo, como a sociali%acao do individuo tam-

    bern ocorre de maneira dialetica . 2 individuo nao e modeladocomo uma coisa assiva , inerte. o conlrario, ele e 0ormadonocurse de uma rolongada conversacao uma dia let ica, naace caoliteral da alav r a / em Hue ele e participante. Ou se"a, o rnundosccial com suas instiruicoes, a eis e identidad es a ro riados/nao e assivamente absorvido elo individu o, e simapropriado at ivamente or ele. lem disto, uma ve% 0ormado oindividuo co- mo essoa, com uma identidade ob"etiva esu b"etivamente reco- n=edvel ele deve continuar a artici arda conve r sacao Hue o u 3en3a como essoa na sua biogra0ia emmarc=a. Isto e, o indi- viduo co ntinua a ser um co-produtor domundo social , e assim de si me smo . Por eHueno Hue seia o

    seu oder de mudar ' I de0inicdes sociais da realidade, ele deveao menos continuar a dar a sua aHuiescencia aos Hu: o 0Krmamcoma ess .Ka. Desmo *u,e ele negasse essa co- roduc#aodigamos, como socio logo ou sico- logo ositivista/, continuada mesma 0orma a Nser co - rodutoK d seu mundo - e, naverdade , a sua negacao disto entra na d1aKe-tica coma 0ator0ormativo do mundo e del e mesmo . relacao entre oincliv1duo e a lingu agern ode, ainda uma ve%, ser tomada como

    aradigma da cLialetica da socia1i%ac#ao. linguagem sK a re-senta ao indivGluo como 0acticidade ob"etiva. )le se a ro nasub- "etivamente dela travando interaKao lingi.i0sKiKa c Nom . osoutros. o decurso dessa interaKao , entretanto, mod1Uica1nev1tavelmenNte a lingu agem, mesmo Hue digamos, como umgramatico 0ormalis-

    1 cr editamos Hue essa a0irmai#:iioda inKros eci#:iiocoKo. me odovii8ivel ara a co rn reensiio da r eal idade social , depo1s de .uKa soc1alt%ai#:ao=em su- ced"da, o de servir como onte ent r K as roKoK1*oes, a arente menteKo.n-tradit!rias, de 6 ur G=eim, sobre a o ac1dade sub1et1va dos 0enomenossoc1a1s,e de F eber, sobre a ossibilid ade de ?ersteben. .ca r i8iter dialetico da sociali%ai#:ao e resso nos co nce1 tos de Deadsobr e o >eu> e o >mim>. C0. op. c i t., .147ss.

    71

    ta/ negasse a vali dade dessas modi0icacoes. lem disso, sua con -tinua ar tici acao na linguagem e uma arte da ativi dade=uma- na Hue e a iinic a base ontol!gica da linguagem e mHues tao .

    linguage m e iste orHue ele, "unramente com os outroscon- tinua a em rega- la. )m outras alavras , canto emrelaKao a linguagem como em r elacao ao mundo socialrnenteob"etivado co- mo um todo, ode-se di%er Hue o individuo 0ica>re licando> a o mundo Hue o 0ormou e desse modo continua amante r este ulti mo como rea lid ade .

    gora torna -se com reens 0 vel a ro osicao de Hue omun do socia lmente construido e, acima de tudo, uma ordenacd oda e e- rienci a. Jm a crdem signi0icativa , cu nom os,

    eim osta

    as e e-riencias e sentidos discretos do s individu os

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    crmanece m 0or a ou a margem do nom os comum. a v er dadc,co- mo se ve ra logo adiante, as e er iencias marginais doinKiv"du.osao de considerave l im ortancia ara a com reensao dae 1stenciasocial. esar disso, =a uma l! gica ineren te Hue im ele todono-mos a e andir -se em areas mais am las de signi0icado.

    ) mbora a ativ idade ord enad ora da sociedade nunca atin"a atotalidad e, o- de ain da as sim ser descrita com o totali%ant e.

    O mundo social constitui um nomos tanto ob"etivacomo sub "etiva mente. 2 nomos o b"etivo e dado no rocessode b"eti-vacao como tal. 2 0ato da lin guagem, ernbora tornad o em simes- mo, ode l ogo se r vista corno a im osicao da ordem s o brea e - eriencia. lin guagem nomi%a im ondo di0er enciacao eestrut ur a no 0lu o ininte rru to da e eriencia. u ando umitem da e e-riencia e nomeado e ipso % acto r etirado dcsse ;u o e ganbaesta-

    bilidade como a entid ade assirn nomeada. lingua gem r o orci o-na alern disso u rna ordem 0undamental de rclacoes ela adicao

    da sinta c c da grama tica ao voca bu lario. &I im osslvel usar alK - guagern sem artici ar de sua o rdem. Pode-se di%er HuetodK lin-guagern em irica co nstitui um nomos cm Iormacao, ou comKgual v alidadc, uma co nseHuencia =ist!ric a da atividadK .nom1%K-tc de ge r acoes de =omens. 2 at e norninante origi nal edi-%er Hue um i tem e isto e, or tan to, nao aqu_ ilo. u erido .estaincor or acao cr igina l do item num a ordcm Hue inclui outrosite ns

    e seguida de designacoes lingulsticas rnais distintas o itKm emKs-culino e nao 0 eminine, si ngular e nao lur al, sub stantivo enaovcrbo, e ass im or dian te/, o ato norni%ante visa . u >aor dKm com rcensiva de todos cs itens Huc ossarn ser ob"etivados lin-giiistica rnent e, isto e, visa um n omos tota li%ante ..

    So=re o 0undamento da lin gu agK, e er meio delK: e conK-tr uido o edi0icio cognitivo e normativ e Hue assa or con=KCl-mento > numa socieda de . aHuilo Hue >sabe >, toda soc1edadellll ·

    oe a e er iencia u ma ordem de inte r retaKao *uKse N toKa>.co-n=ecimento ob "etivo> mediante o r ccesso de o b1et1vaKKo.di: cuudoacima . So uma ar te re lativamente eHuen.a desse edi01c1K e conK-tituida de teor ias dest a ou claHuela es ec1e, embor a o con=e·

    men to> te!rico se"a artic ularme nte im ortant e orHue.contem usua lm ente o cor o das in ter reta i#oes >o0iciais> cl=Kealida e. mai or ar te do >con=eci ment o> ob"etivamentesoc1al i%ado e r e-

    S $ ter mo >121ali%aKao dcr iva de ' ean-Paul Sar tr e. C+ sua3 riti que de l a raison dia l ect ique, vol. 1 Par is, Ca llimord, 1*! 2/.

    O doss clsaerado

    -te! r ico..: Consist e em esHuemas inter re tati vo s, ma imasmorais e colec#:oes de sa Kedoria tr adiciona l Hue o =omem da r ua

    0reHiien - temente com arKil=a cKm cs te!rico s. s sociedade svar iam Huan - ta ao g Nra1: de di0erenciacao de seus cor os de>sa ber>. Se "am es - sas vana coes Huais 0orem, toda socie dade0ornece aos seus mem- brosN um cor o di s onivel de >saber>.Partici ar da sociedade e artil=ar do Seu >saber>, $0 se "a,CO-=a bita t $ Seu nornos.

    . Komcs o b"etivo e interiori%a do no decurso dasociali%acao.

    2 indivlduo se aK1:No Kia dele tornando.n sua r! r iaorden acaoKub'e 1va d a e Ker 1enc1a .. E .:rr.6 v1rtudK dNessa. a ro riacao HueO

    rndiv1Nduo ode dar sentido a sua ro na biogra0ia. Oselernen-tos discre anres da sua vida as sada sac ordenad os em

    ter mo sdo Hue ele >sabe o b"etivam ente > sabre a sua ro riacondicao e a dos cutros . Su,a .contln ua e eriencia se in tegrana me sma or - dem, . embora N a uluma ossa ter de ser modi0icada ara errnitir essa mNtegrac#ao. 7 0uture aungeuma 0orma signi0icativa orHue sc ro "eta Nnes s,a KesmaordeK. )m outras a lavras, viver num n:undo s,oc1al eKKver urna vida crdena da e signi0icativa. so- ciedade e aguardi a Nda .ordKm K do sentido nae so ob"etivam ent e, nassuas estruturas msntucronars, mas tam bem sub"etivamente nasua estruturacao da consciencia individ ua l.8

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    ) or esse moti vo Hue a se aracao r adi cal do mun dosocia loK anemia, const irui tao se r ia amea ca ao individuo ! . Oindi v0duKnao erde, nesses casos , a enas os laces Huesatis0a%em emocio - nal men te . Per cle a sua orientacao nae erie ncia. ) m cases eCtr e- mKs K=ega a erdKr o senso darealidade e da identidade. 5 orna- se anomico no senti do de setorna r sem rnun do . s sim com o seKcnstr!i e susKenta um nomos do indivi duo na conv er sacao com

    mterlocutorK s 1m ortantes ara ele, assim o indi v0duo ernergul=a - do na a1 om1a Huando essa conver sacao eradicalm ente in terr orn i-da. K circun srancias de tal ru tura nomica od em , e clar o,vari ar.Podenam envolver grandes 0orcas co letivas, c oma a erda d e

    st atu sde t d o gru o social ao Hual o individuo ert ence.P oderiamsKr 1:8ats estntamenr e biogra0icas, como a erda d os outr ossigni - 01caKvos ela mort e, elo div!rcio ou se arac so 00 sica ..E ass im

    osslvel 0alar de estados de a nemia coletivos e individuais .)m arnbos os casos a ordem 0undam en tal em termos da Hual

    o indi-! /n .om B 5 . >anorma · , em orrug ue s/ ·e uma ada tacao da

    anomiede, 6urG= eim, usada P r varios soci!lcgos amer icanos, mas niio or &obertK er tc 1 Hue rocurou mtegrar o co nceito n o ambito da teoria e strutural-0un- cionalista, mantendo a 0orma 0 rancesa/ .

    73

    viduo ode >dar sentido> a sua vida e recon= ecer a r o r ia iden tida de, estara em rocesso de de sintegracao. 2individuo n aoso comecara a erder as s uas osturas morais, comdesastros asco nseHuencias sicologicas, c omo tambem se torna r a insegur oHuan-ta as suas csicoes cogniti vas. 7 mundo comeca a vacilar noe a-to mome nta em Hue a conversacao Hue o sust enta comeca aes-morecer.

    O nomos socialment e esta belecido ode, assim , ser ent end i- do, talve% no seu as ecto mais im ortante, como umescudo con-tra o terror. Ou or outra s, a mais im or tan te 0 uncao daso-ciedade e a nomi%acao. r ess u os icao an tro ol!gica dissoe umae igencia =urnana de sentido Hue arece ter a Iorca de uminstin to.Os =omens sac co nge nit amente Ior cados a im or uma ordemsig- ni0icativa a rcalidad e. )ssa o rdem r essu oe, no entanto, oern re-en dimento social de ordenar a construca o do mundo. S ersegr ega- do da soci edade e oe o individuo a urna or cao de

    erigos Hueele e inca a%de en0r entar so%in=o# num caso e trema ao

    e r igode e tincao im inent e. Ser ee arado da sociedade in0ligetambemao indiv lduo int olerave is tensoes sicolo g icas , tensoes Hue se0un-

    dam no 0ato radicalm ente a ntr o ol!gic o da socialidad e. 2 eri go w r emo de ta l se arac#ao e. no en tanto , 7 erigo daausencia desentido. ) sse erigo e o esaddo or e celencia, em Hue oindivi- duo e mergul=ado num m undo de desordem ,incoe r encia e lou-cura. r ealidade e a iden tidade sao mali gnamentetran s0ormad as em 0igur as de =cr r or des tituida s de sentido.)star na sociedade e ser >sao> recisament e no sen 3ido de serescudado da su rema in- san idade> de tal terror. anomia eintoleravel ate o onto em gue o ind iv duo ode l=e r e0 erir amor te . & eci r ocamenre, a e isten- cia num mundo nomico odeser buscadn a custo de tcda s as es e- cies de sacri00cio eso0rimento - e ate a custo da r! ria vida, se o ind ividuoestiver er suadid o de Huc essc sacri0icio su re mo tern alcanc en!mi co 4.

    Hualiclad e r oteto ra da crdem soci al se ate nteia de mo-

    do es ecial ao se considerar a s situac#:oes marginais da v idado indiv0duo, isto e, as situ ac#:oes em Hue ele e levado ate as ro i-

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    midades ou ura alem do s limites da ordem Hue determina asua rotina, a e istencia c otidiana nor mal>, isto e, Hueasde0inicoes reviamente ace itas da realidade ossam ser Iragelseate 0raudule ntas * )ssas sus eitas se estendem a identidade

    r !- ria e a dos outros, ostu lando a ossibilida dc demetamor0osescarastro0icas. uando tais sus eitas invadem as areas centra isdaconscienc ia elas assumem, naturalmente, as constelacoes Hue amo- derna siHuiatria denomi nar ia neur!ticas ou sic!ticas. Se"aHua l 0or o status dessas conste lacoes sobre as Huais a

    siHuiatri a 0or- mula, em gera l, o seu "ui%o com demasiadoacodamento, "usta-mente or estar 0irmemente ar r aigada nas de0inicoescotidianas,>c0iciais >, seciais da reali dade / , o ro0undo terror Hueencerram ara o individuo esta na ameac a Hue constituem ao seunomos reviamen te o er ative. si ruacao m ar ginal or e celenciae, con -tudo, a morte 72. ssisti r a mor te de outros notadamente,eclaro, a dos outrcs Hue se r eveste m de uma im ortanciaes ecial/e antevendo a ro ria mor te, o individuo e 0ortemen teim e lido

    a N):,orem Huestao os roce dimentos cognitivos e normativoso e-

    rantes ad hoc na sua vida > norma l> na seciedade. rnortecons- titui ara a socie dade urn 0ormidave l roblema nao s!devido asua !bvia ameaca a cont inuidade das relacoes =umanas, mastam- bern orHue oe em c=eHue os ressu ostos basicos daordem sobre os Huais descansa a sociedade.

    )m outras alavras, as situacoes ma r ginais da e istencia=u- mana revelam a inata reca r iedade de todos os mundcssocials. 5oda realidade socia lmente de0inida ermanece ameacada or >ir- realida des> a es reita . 5 odo nomos socialmente construidodeve en0rentar a ossib ilidade co nstanre de ruir em anomia.?iste na

    ers ectiva da socieda de, todo nomcs e uma area de sentido es-cul ida de u ma vasta massa de c ar encia de signi0icado, uma eHue-

    nina clareira de lucide% numa 0loresta in0orme, escura, sem reom inosa. ? isto da ers ect iva do individuc, todo nomos re resen-ta o luminoso >lado d iur no > da vida, recariamente o ost o as si-nistras sombras da > noir e>. )m ambas as ers ectiv as, todo no-mos e um e di0Gio levanta do 0r ente as oderosas e estran=as 0orcas

    74 nocilo de >outro as ecto> da rca lidade 0oi desenvo lvide or & obertDus il em seu grande r omance inacabodo 7er 9ann ohne EigenschaH ten ,no Hual K um dos temas rinci als. Para uma discusseo c r ltica, c0. ) rnstQ aiser e )i t=ne F ilGins, /o$er t 9u sil Stuttgar t. Q o=l=emme r , 1*! / .

    72 2 conceito da mo r te como a mai s im ortante situa iiO margi nal derivade Da r tin ; eidegger. C0 . es ecialmente seu ein un d eit 1* */.

    7!

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    do caos . ) sse caos deve ser rnant ido, em c=eHue a todocusto. Par a ass egu r ar isso, toda sociedade desenvolve

    rocedKentKs *ue a "udam seus m embr os K 0icar >or ien,tadoK ara> a Nr:a=dade ,, istoe, a ;e ar dentro da r ealidade como e de0inida o01c1K eKte /,8#. a>volrar a r ealidade> isto e, vcltar das es0eras margmais cl=ir-

    realidade> ao nomos socia lmente estabe lecido/. )sses roced1men-tos terao de ser e ami nados ma is de erto um ouco ma isadiante.Per enHuanto contentemo-nos com. di%NerHue o indivi du orecebe da sociedadc varies meto dos ar a di0erir o mun do de

    esade lo da anemia e conser var -se dentro dos limites segurosdo nornos es-tabelec ido. .,

    O mu ndo socia l se es0orca, na medida do ossive l, orKer

    considerado como u rna coisa obvia 71. soc iali%acao oKtemK ito na medida em Hue essa Hualidade de Nser . aKeita com

    coisa eviden-te e inte r iori%ada. ao basta Hue o indiv iduo considere ossenn -dos-c=ave da o rdern socia l coma uteis, dese"aveis K K cor re tosN.)muito me l=or mel=or, isto e, em termos de estab1=da desocia l/Hue ele os cons idere co mo inevitaveis, como arte . e

    arcKla. d:universa l >nature%a das coisas> . Se isso 0or consegu ido, o mdvK-duo Hue se desga r ra se riamente dos rograKaK socia lmentede0 ini-

    dos ode scr considcrado niio so como um idiots ou Num canal=a,mas como um louco . Su b "etivamente, ortanto, o desvio sc rio ro-voca nao so c ul a mor al mas o terror da loucura . Por e Km lo,.o rograrna se ual de u ma Ko.ciedad4 NeaKeito como uma cotsaKKvianao a enas como dis os1t1vo utilitario ou moralmente,,correto,

    mas como uma inev itavel e ressao da >nature%a =umana ..8 2c= N a-mado > anico =omosse ua l> ode servir de e celente1lKstr ac#Kodo terror desenca deado ela recusa desse rograma . Com rsso1:ao se nega Hue esse te rr or se "a t ambern alimenra do elasa reensoes raticas e remorses de consciencia, mas a sua molK

    ro ulsor a0undamen tal e o avor de ser ali"ado as trevas e te nores Huese- ararn o indiv iduo da or dem >normal> dos =ome ns. )mou tr as

    alavr as, os rog r amas institucionais sao dotados de um sta t !sontol!gico a ta l onto Hue nega-los eHuivale a negaK. o

    r o no ser N 7 ser da or dem universa l das coisas e,conse Huent ement e,o Hue se e nessa ordem. ..

    Sem r e Hue o nomos so cialmente estabKleK1d atmge a Hua-lidade de ser ace ito como e ressao da evi denc1a, ocor r euma

    71 o conceito do mund o como coisa !bvia K deriv ado de Sc=ut%.C0. es ecialmente seus 3o ll ect ed & a per s, vol. 1, . 24ss.

    74

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    #usKo do sKu Nsentido com os Hue ?io considerados os sentidosun ame ntars 1Keremes ao uKiverso . omos e cosmos a arece mcomo co-e reosrvcs . as sociedades arcaic as, 2 nomos a arececomoNum re leKK microcdsmico, o mundo dos =omens como e -

    ressao de s1gn1K1cadosmerentes ao universe co mo tal. a soc ie-dad.e c.ontem oranea essa cosmi0icai#ao arca ica do mundo socialse inc"ina a rcmar a 0orma de rc osicoes >cient00icas> sobre anatKre%a do =ome1:1 Ko inKes da nature%a do universo 7 . Se"am

    Huais 0orem as vanacoes =istoricas, a tendcncia e de Hue os sen-rides da ordern =umanamente construida se "am ro "etados no uni-Kerso coKo tal

    77.) 0acil ver como essa ro "ecao tende a estabi-

    ' iKKr a: tenues construcoes nomicas, ernbora o modo dessa esta- b1lt%ai#ao ten=a de ser invesrigada ma is ro0undamente. ) m todocase, Huan, o o nomNos a arece como e r essao ! bvia da >nature%adKs co isas , entendiNd cosmo logicamente ou antr o ologicamente,da-se-l=e uma estabilidade Hue der iva d e 0ontes ma is oderosasdo HueNo.s .:s0ori#os =KstKrKcos.dos seres =umanos. ) neste ontoHue a re =gN1aK entra s1gni01cauvamente em nossa discussao ,

    re ligiao e o em reendimenro =umane elo Hual se esta- bel:ce u:11cosmos sKgrado 73. Ou or outra, a r eligiao e a cosmi0i -caKa 0eira de maneira. sagKada. Por sagra do entende-se aHui uma

    Hualidade de. cder rmstenoso e temeroso, dis tin to do =omeme toKavia relacio nado com e le, Hue se acr edita residir emcertos ob 1etos da e er iencia 7 S )ssa Huali dade ode ser

    arribulda a ob': tos naturais e arti0iciais, a animais, o u a = omens,ou as ob"et i-

    vacoes da cultur a =umana. ;a roc=edos sagrados, instrumentossagr ados, vacas sagr adas. 2 c=e0e ode ser sagrado, ccmo o ode

    ,7 2 ter mo >cosrni%acao> deriva de D ircea ) liade. C0. seu 8osmos and

    1st ~ ova, 8 8orG,; ar .er,N 1* * , . Os.4 O co nce 3o de p o@ecao 3o, desenvolv ido rim eiramentc or Ludwig·Kuer bac=. 5 anto D ar Huanto ie t%sc=e o tomaram delc. Aoi a de r ivacao

    niet%sc=eana Hue se tcrnou rrn orta nre em Areud

    ser um costume ou instirui cao ar ticula r . Pode-se a tribuir a me smaHualidad e ao es aco e ao te m o, como nos lugar es e te m os sa -grad os. Hualidade ode 0inalmente encarnar -se em seres sagra -dos, desde os es ir itos emine nteme nte locais as gra ndes div inda-des c!s m icas . )s tas u ltimas cdem, or sua vc%, ser tr ans0or madasem 0or cas ou rinc i ios su remes Hue governam o cosmos, e naomais co nceb idas em termos essoais, m as ainda investidas do sta-tus de sac r alidade. s mani0estacdes =ist! r icas do sagr ado va r iam

    muito, e rnbora transversalmente se observe m uni0ormidades nacultur a ouco im ortando, a Hui, Hue essas uni0or midades se de-vam in ter re tar como resul tantes da di0 usao culLura l ou de umal!gica in terna da imaginai#ao religiosa do =omem / . 2 sagr ado ea ree ndid o como algo Hue >salta ara 0or a> das rot inas normaisdo dia a dia, como algo de e traordinar io e otencialmente er i-goso, e mbora seus erigos ossam ser domesticados e sua 0orKaa roveitada ara as necessidades coticlianas . )m bor a o sag r adose "a a r eendido como distinto do =omem , re0er e-se ao =ome m ,relacionando-se com e le de um mo do em Hue nao o 0a%em osoutros 0 enomenos nao- =umanos es eci0icamente, os 0e nomenos denature%a nao-sagrada/. ssim, o cosmos os tulado ela r eligiaotransce nde, e ao mes mo tem o inclui, o =omem . 2 =omem en-0renta o sagrado co mo uma r ealidade imensame nte oderosa dis-tinta de le. )ssa rea lidade a ele se dirige, no c ntanto, e coloca asua vida nurr.a ordem, dotada de sig ni0icado .

    N +1m certo n ive', o a ntonimo do sagr aclo e o ro0ano, Hue sede0ine sim lesmente como a ausencia do car ater sagrado . Sao

    ro0anos tcdos os 0 enomenos Hue nao >salta m .0ora> como sagra-do s. s r otinas da vida coti diana sac ro0anas a nao se r gue, or assim cli%er , se rove o contrario, caso e m Hue se admite Hue es -tao im reg nad os, de um mo do cu de ouu·o, de oder sagra do

    como no trabi:l =o sag r ado, or e em lo/ . D esmo nesses casos,

    G6 )sta de0iniciio e NtiKaKade & uKK'0 Otto e D ircea ) liadc. Para a discus-

    sKo. do ro blKn:1 1 da dc0Nm,1c#aoda religaiio num co n3c 3o sociol!gico, c0. cn·dice .1. / rc lag,ao e dc0 1.nida aHui como um cm r ccndimcnto >uma ne po !ucc. KsKm Huc cla N se man i0ests como 0en!meno cm r ico. o ambito dessade -01111c#ao, a .H.ucstao de se saber se a religiao ode tambcm ser algo mais Hueisso c. om1 Nt1da .como, ! claro, deve-se Ia%er em HualHucr tentativa decom· r eensao cien3?? ica .

    . K Par a Kmo clari0ica c#iio do conceito do sagr ado, c0. & udol0 Otto, *asl l eil ige 1:8luniHKc, BecG, 1*!7/# 9eradus van dcr Lceuw, / eligion in E s se nc ew ,d # a 616 f es t at19 11 Londres, 9eorge llen & J nwin, 1*7+/# Di rcea )liade,*as ei l ige und dos P rolane ; amburgo, &owo =lt, 1* 4/. dicotomia dosagr ado e Nd r o0.ano e usada or 6urG=eim e m seu he E l ementary o r msof the e li gio n s 0 ife ) ';o< a RorG, Collier BooGs, 1*!1/ .

    7+

    cont ud o, a Hualidade sagrada atribu 0da aos aco ntecimentos or di-nar ios da pr 6pr ia vida conserva o seu carater e tr aordinario, umcarater Hue e ti icamente rea0irmado stra ves de varies ritos# a

    er da des te car ater eguivale a secular i%ai#ao,isto e, a se conceber os acontecimentcs como puramente ro0anos . dicotomi%ac#aoda rea lida de em es 0 er as sagrada e ro0ana, con Huanto relaciona-das e ntr e si, e intrinseca a es eculaKao re ligiosa. ss im sendo, ecbviamente im ortante ara a anal ise do 0 enomeno re ligioso .

    um n0vel mais ro0undo, todavia, o sagra do tern outracategoria o osta, a do caos 7!. 2 cosmos sagrado emerge do caos

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    arece rovavel Hue so atraves do sagrado 0oi ossivel ao =ome me continua a en0renta -lo como seu terrlve l contrario. )ssa o o- conceber um c osmos em . e

    . Iugar

    J1·

    siE#ao entre o cosmos e o caos e [ eHiientemente e ressa or va- Pode-se di%er, nrn iro ortanto, Hue a religiao desem en=ou N umarios mites cos mogonicos. 2 cosmos sagrado, Hue transcende e in-clui o =omem na sua ordenacao da re alidade, 0ornece o su remoescudo do =omem contra o terror da anom ia. c=ar -se numa re-

    lac#ao >ccrr eta > com o c osmos sagradoe

    ser rotegido contra o esadelo das ameaca s do caos. Sair de ssa >r elacao> corr eta> e ser abandonado a beira do abi smo da incongrue ncia, ao e 0ora de ro ! sito observar aHui Hue o vocd bulo >caos> deriva d e uma alavra grega Hue Huer d i%er >voragem> e Hue >religiao> vem deuma alavra latina Hue signi0ica >ter cuidado>. Por certo, aHuiloso bre o Hue o =omem anda >cuidadoso> e sobretud o o erigoso

    oder inerente a s r o r ias mani0estacoes d o sagrado. Das or trasdesse erigo esta o cutr o, rnuito mais =ordvel, d e Hue se ossa

    er der toda cone ao c om o sagrado e ser engolido elo cao s.5 odas as construco es nomicas destinam -se, como vimos, a a0astar esse terror. o co smos sagrado, orem, essas construcoes alcan -cam sua culminancia, li teralmente, a sua a oteose .

    e istencia = umana e essencial e inevitavelmente u ma ati-vidade e teriori%ante. o de correr da e ter iori%acao os =omen s

    con0erem signi0icadoa

    r ealidade. 5oda socieda de =umanae

    umedi0Gio de signi0icados e terior i%ados e ob"etivados , Hue tendemsem r e a uma t otalidade inteligivel. 5oda sociedade esta em-

    en=ada na ern r esa nunca com letada d e construir um rn undode signi0icado =umane . cosmi0 icacao irn orta na sign i0icacaodesse mundo =umanamente incom r eenslvel com o mundo como tal,Iundand o-se ago ra o rimeiro nesr e ultim o, re0 letindo -o ou der i-vando d ele nas suas est ruturas 0 undamen tals. ) sse cos mos, 0unda -mento ultim o e convalidacao dos not noi =umanos, nao r ecisanecessa r iarnerue ser sagr ado. ) m tem os mais recente s, de modo

    articu lar tern =avido tentativa s inteiramente seculare s de cosmi-0icacao , entre as Huais a ciencia moderna e de longe a mais im-

    ortante . Pode-se a 0 ir mar com seguranca, no entanto , Hue origi -nar iamente t oda cosrni0 icacao t eve um carate r sagrad o . Aoiassimdur ante a maior art e da bist ! ria bumana , e nao so dura nte osmilenios da e ist encia bumana an teriore s ao Hue agor a c=ama-mos de civil i%acao. ;i storicamente con siderados , os mund os do=omern tern sido, na sua rnaio r ia, mundos sagrad cs. a verdade,

    7! C0. )liad e, 3 osmos and Ki st or 4, ass im.

    32

    arte estrategica no em r eendimento =KKno da construca o dmundo. r eligiao r e r esenta o onto maK.o da aKto-e tenon-%aE#aodo =omem ela in0 usao, dos se us ro nos se udoK sobre arealidade. r eligiao su !e Hue a ordem =umana e ro'etada .narotalidade d o ser. Ou or outr a, a r eligiao e a ousada Ke.ntaKvade co nce ber O univer se inteir o como =umanamente slgni0icatlvo .

    69 c. ) liadc. 7 as IL eilige und das &r o8 ! ne,. . 7+: 88.' ie F elt laesst sicKals 8F elt8, als 8Qosmos 8 inso0ern Iassen, als sic sic= als =cllige Felt o00enbart ·

    31

    ( R E LIGI A O E ' ANUTEN c; AO DO'UNDO

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    5 odos os mundos socia lmente constr uidos saoin tr insecamente r ecar ios. m a r ados ela atividade =uma na , sao eles consta nte- mente a meacados elos 0 ates =uma nos doegoismo e da estultice. Os rogramas instituciona is saosabota dos or individuos com interesses con0litantes. ao raroos individuos os esHuecem ou sao inca a%es de a rende-Iosem r imeiro lugar. Os rocessos 0undam entais da scciali%acaoe contr ole socia l, na medi da em Hue tern e xito, servem araatenuar essas amea cas. sociali%acao r ocura gara ntir umconsenso erd ur av el no tocante aos traces mais im ortantesdo mun do social. 7 cont r ole socia l rocura canter a sresis tencias indiv iduals ou de gru o dentro de limitestol erave is, ) iste ainda outro rocesso centra lm en teim ortanteHue ser ve ara esc or sr o oscilante edi0icio da ordem social. Eo r ocesso da legitimacao 1

    Por legitim acao se ente nde o >saber> socia lmen t eob"etivado Hue ser ve ara e licar e "usti 0 icar a ordem social. Emoutras a- lavras, as Iegirim acoes siio as res ostas a HuaisHuer

    erguotas so br e o > orHue> dos d is os it ivo s ins t itu cionais .Cu m re anotar uma orcao de o ntos com res ei to a estade0inicao. s legitirn a- c#:!cs ertencem ao dominio dasob"etivacoes so ciais, isto e, ao Hue assa or >saber> emdeterminada coletivi dade. Isto signi0ica Hue elas tern um carater de ob "ctividade rnuito d i0cr ente das cogita-1,oes meramente individuais sobre o > or Hue> e o > ara Hue> dos acontecimentos sociais. s legitimacoes odem, a lemdisso, ser de carater cognosci tivo e normativo . ao se limitama di%er

    as essoas o Hue deoem ser. ao raro a enas ro oern o Hue e.moral do arentesco, or e em lo, e ressa numa declaracaoco- mo >5 u nao deves dormir com \, tu a irrna>, e obviamentelegi-timante. Das as assercoes sobre o ar ent esco, t ais como >5ues

    I O termo >legitimacao> e tirado do F eber, e mbora se"a usadoaHui com um s enti do mais am lo.

    3

    irrnao de e ela e tua ir rna >, siio legitimantes num se nt idoa inda mais 0 und am ental. Par a di%e-lo ru dem ente , a legitimacaocomeca com declaracoes Huanta a >coisa re al e genulna >. S!sobr e est a, base co gnosciti va e ossivel as r o osicoes nor mativasadHuirir signi0icado. Ser ia , en0im, um grave erro identi0icar alegitimacaocom u ma id e%r#ao te! rica . s >ideias> odem, e claro , ser im-

    or tante s ar a ·os 0 ins da legitimacao . o entant o, o Hue assa ar >sa ber> numa sociedade nao e d e modo algum identico.ao cor o de >ideias> e istente na soc ieda de. ; a sem re cssoasin- teressa das em >ideias >, mas nunca constitu iram rnais do Hueuma eHuena min oria . Se a legitimacao dcvesse consist ir sem re Km

    ro osicoes teo r icamente coe r entes, s! suste ntar ia a ordemsocial ara a Huela minoria de inte lectuais Hue tern essesinteresses teo- ricos - evi dentemente um rograms niio rnuito

    ra tico . legiti- ma cao e, cr tanto, em sua maier arte, decar ater re -teor ico.

    Pelo e osto acima devera ter 0icado bem claro Hue,num certo se ntido todo >sabe r > socialmente ob"etiva do e

    leg itirnante. O nomos de8 uma sociedade legitima-se antes detudo elo sim - les 0ato de e istir. s ins tituicoes es truturam aatividade =uiNna-na . uando os sentidos das instituicoes saointegr ados nornrca- mente, as in stituicoes siio ipso +actolegitima das, ate o onto eK Hue as acoes in stir uciocali%a dasa arecem ccmo >evi dentes or st m esmas> aos Hue as e ecutam.)sse nivel de legirimacao @aesta incluido Huando se 0ala daKb "etividade da o ·dem socia .L. ) m oK: tras alavr as, o m undosocialmente constru ido sc l egi tima ?l. K1mesmo em vir tude dasua 0acticidade ob"etiva . Contudo, legiti- macoes a dicionais siioinvariavelmente necessar ies em HualHuer so- cieda cle. ) ssanecessidade se 0unda nos roble rnas da soci ali%acaoe do co ntr ole social. Para Hue o nomos de uma soc iedacle

    ossa ser transmirido de urna geracao ara outra, de ta l modoHu: a nova gerac#:ao ven=a tarnbem a >=abitar> o mcsmo mundosocial, deve r d =aver 0ormu las lcgitimadoras ara res onder as

    crguntas Hue surg irao inev itavelmente nas rnentes da nova.geracao. s c r iancas Huerem saber > or Hue >. Seus Kestres

    reK1sKm Kar res- ostas convincentes. lem disso, coma vimos,a soc ial i%acao nun-

    / concentracao na idcacao tcorica tem sido urna das maior esIra- Hue%as da sociolog ia do con=ecimcnto , con0orrne ten: sidoco.m reKndiKa alt: aHui. obr a do autor sabre so ciologia docon =cc1mKnto 0oi m.u1to . m- 0luenciada ela insiste ncia de Sc=ut% de Hueo con =ec1mKnto soc1Klog1ca-

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    mente mais r elev ante e, recisamen te. o do =om:m da :ua, isto e: oconKe-cirne nto d o s enso co mum>, e niio as construi##oes te!ncas dos111telec tua1s.

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    ca e com leta ao so as cria ncas mas tambem os adult os >esHue-cem> as res ostas legitimad or as. Precisam ser sem re >lembra-des >·. )m ou tras alavras, as 0ormu las legitimadoras recisamser r e etida s. ) ssa re eticao sera, e claro, es ecia lmenteim ortantenas ocasioes de N cr ise coletiva ou individual, Huando o erigode>esHuecer > e mais agudo. ualHuer e ercicio de contr olesociale ige NtamKK a NlegKtim.ac#aoN alem da 0acticidadeaut ole gitimante

    d Nos dis ositivos mstrtucion ats - recisamente orHue es sa0acti- a dade e asta em diivi da elos recalcitrantes Hue r ecisam ser controlados. uanto mais viva essa resistencia e rnai sdrastic os os meios em r egados ara ve nce-la, mais im ortantesera dis or de l egirirnacoes e tras . )ssas legitimacoes servern

    ara e licar or Hue a r esistencia

    nao ode ser tolerada e ara "usti0icar

    osmeios elos Huais e su0ocada. Pode -se di%er, or conse guint e,Huea 0acticidade do mundo socia l ou de HualHuer ane dele

    basta ara a au tolegitimacao enHuan to n"io =ouver d esa0io. uandosur - ge Num desa0io, em HualHuer 0or ma Huc se "a, a 0acticidaden?io mats ode ser tornada como coisa obvia, validade daordem so- cial recisa, entao, ser e licada , tanto or cau sa dosdesa 0iador es coma er causa dos Hue en0rentam o desa0i o. scriancas rec i- sam ser convencidas, mas os seus mestres tamb em

    r ecisam se -lo. Os mal0eitores r ecisam ser cond enadosconvin centem ente, mas essa condenacao deve tamb ern servir ara

    "usti0 icar os seus "ui%cs. ser iedade do desa0io deter rninara ograu d e esmero e er0eicao d as leg it imacoes dadas comare s osta.

    l egitimacao ocorr e, ortanto, cm di