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O CONTEÚDO DANÇA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Thais Gonçalves de Andrade Aluna concluinte do CEDF/UEPA [email protected] Dra Maria Auxiliadora Monteiro Professora orientadora do CEDF/UEPA [email protected] RESUMO O presente estudo trata da investigação sobre o conteúdo dança e suas contribuições para a educação física escolar. Tendo como procedimento metodológico a pesquisa do tipo bibliográfico de caráter descritivo com enfoque fenomenológico, que busca através da revisão de literaturas, subsídios para discutir a temática proposta. Quanto ao objetivo da pesquisa é de caráter descritivo com abordagem qualitativa. Nas quais se investigaram qual enfoque da disciplina dança na grade curricular do curso de educação física uepa; quais os conteúdos utilizados para o desenvolvimento das atividades de dança na educação física escolar; quais as metodologias utilizadas para o trabalho com a dança no contexto da educação física escolar. Deste modo, o presente trabalho teve como objetivo analisar as possibilidades de trabalhar a dança nas aulas de educação física a partir dos PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais), oferece parâmetros para os professores consultarem os conteúdos, elencando os tipos de dança, ritmos, brincadeiras cantadas e valorização da cultural local, além disso, verificamos que as atividades de dança desenvolvidas nas aulas propicia a formação simultânea de processos cognitivos, motor e sócio-afetivo. Embora esteja inserida nos PCN’s, ainda é possível perceber sua ausência nas escolas, sendo lembrada apenas nas datas comemorativas. Palavras-chave: Dança. Educação física escolar. Contribuições.
INTRODUÇAO
A Dança permeia diferentes espaços e momentos da vida do homem.
Portinari (1989) afirma que, antes de polir a pedra, o homem já batia os pés e as
mãos ritmicamente a fim de se comunicar e se aquecer. Enquanto atividade
eminentemente humana, a dança é uma ação incontestável na vida de todas as
sociedades e em todos os tempos. Falar da dança é relatar os caminhos que esta se
desenvolveu paralelamente ao desenvolvimento humano, são caminhos com
histórias que adentraram vários ramos da humanidade, desmembrando em vários
estilos e ganhando corpo educacional.
Ao longo dos anos a Educação Física Escolar sofreu muitas mudanças no
seu processo de ensino ganhando valorização nos aspectos motores. Em 1997, foi
incluída nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) e ganhou reconhecimento
nacional como forma de conhecimento a ser trabalhada nas escolas. De acordo com
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os PCN’s (1998) da Educação Física a dança é manifestação da cultura corporal e
apresenta benefícios fisiológicos e psicológicos.
Na organização dos conteúdos, a dança aparece inserida nas atividades
rítmicas e expressivas de educação física, no entanto, tem sido marcada pela falta
de profissionais qualificados para ensiná-la ou até mesmo sendo negligenciada. Os
PCN’s (1998) são alternativas e como o próprio nome diz, indicar parâmetros para
os professores consultarem o material disponível para reflexão, discussão e auxilio
na construção do plano de ensino das escolas.
A dança como conteúdo da educação física tem o papel de fazer o indivíduo
conhecer a si próprio, aumentar sua capacidade expressiva de comunicação, de
interação e buscar a construir seu processo de aprendizagem e desenvolvimento
humano.
Na sociedade contemporânea, é importante levar os alunos à reflexão sobre o
que é corpo, sobre o sedentarismo presente, sobre os movimentos mecânicos
próprios da segunda metade do século XX até os tempos atuais, para que percebam
o quanto é fundamental desenvolver o movimento conscientemente. Ao invés de um
corpo não pensante e insensível, um corpo pensante, consciente e criativo
(MONTEIRO, 2013).
Assim como as demais áreas do conhecimento, a educação física tem o
compromisso e responsabilidade de educar para a verdade. Para isso, deve-se
relacionar os conteúdos com a vida como um todo.
Na escola, a dança deve levar o aluno a aprender a conhecer melhor o seu
corpo e a cultura nacional, aprender a ser cooperativo, crítico, socializador e
aprender a pensar em termos de movimentos, afinal, se a escola exige que o aluno
pense, por que não pensar também em termos de movimentos e aprender a viver
em grupo.
A elaboração desta pesquisa acadêmica tem como questionamento: Quais as
principais contribuições do conteúdo dança para a educação física escolar?
As questões que nortearam o presente estudo foram: Qual enfoque da
disciplina dança na grade curricular do curso de educação física UEPA? Quais os
conteúdos utilizados para o desenvolvimento das atividades de dança na educação
física escolar? Quais as metodologias utilizadas para o trabalho com a dança no
contexto da educação física escolar?
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Para se obter respostas plausíveis acerca de tais conhecimentos, o presente
estudo tem como objetivo geral: identificar as principais contribuições do conteúdo
dança para a educação física escolar.
Tendo como objetivos específicos: a) apontar o enfoque da disciplina dança
no curso de educação física; b) citar os conteúdos utilizados para o desenvolvimento
das atividades de dança na educação física escolar; c) descrever as metodologias
utilizadas para o trabalho com a dança no contexto da educação física escolar.
Esta pesquisa visa dar suporte teórico aos professores de educação física da
área escolar e acadêmicos do curso de educação física UEPA, em relação à
utilização do conteúdo dança nas aulas de educação física.
A coleta de dados foi realizada a partir de sites de pesquisas, revistas
científicas com artigos dos últimos cinco anos utilizando as palavras chaves: dança,
educação física escolar, contribuições e literaturas especificas de dança no contexto
escolar.
1 A DANÇA E SEU CONTEXTO HISTÓRICO
Os primeiros documentos sobre a origem pré-histórica dos passos de dança
são provenientes de descobertas das pinturas e esculturas gravadas nas cavernas.
Na pré-história o homem dependia diretamente do seu corpo para sobreviver e se
comunicar, a comunicação se dava por movimentos corporais (BREGOLATO, 2000).
Dessa forma a dança fazia parte de todos os acontecimentos importantes daquela
época, como colheitas, casamentos, nascimentos, mortes e rituais religiosos. Essas
manifestações eram celebradas com intensa participação corporal, o corpo era
pintado cheio de emoção e expressavam seus sentimentos através da dança.
A autora Nanni (1995, pág. 168) fez uma investigação sobre a origem da
palavra dança e encontrou: “Danza, dança, TANZ derivado da raiz TAN que em
sânscrito significa linguagem”. Na dança o corpo todo participa dessa forma de
linguagem corporal, que se traduz em palavras corporais, criando e dando forma em
uma simbologia que se faz em comunicação.
O corpo tem uma linguagem que lhe é peculiar, entendemos que ele venha
complementar a linguagem oral. Percebemos que através dos elementos
coreográficos, a dança utiliza esse tipo de linguagem para estabelecer uma
comunicação e expressão, em síntese, é a fusão entre os corpos em movimento, na
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dinâmica espaço-temporal, em sintonia com os outros corpos (NANNI, 2003).
Entendemos que por meio da dança é possível captar as expressões emocionais
características das pessoas pela expressão corporal.
A dança é tão antiga como a própria vida humana, emerge de uma era
primitiva, sendo assim, é uma expressão da linguagem corporal presente desde o
começo dos tempos e perpassa por diversos contextos da sociedade. Podemos
dizer que é a arte mais antiga que o homem experimentou (VERDERI, 2009).
Dançar era algo natural, unindo a música ao gesto nasceu a dança. Descoberto o
som, o ritmo e o movimento, o homem passou a dançar.
Com o passar dos tempos os significados do movimento humano muda e
passa a representar a vida nos tempos modernos. Partindo dessa visão no início do
século XV, a dança se manifesta nas praças públicas como atividades lúdicas que
foram transferidas para os salões da nobreza formando dois grupos, os da dança
campestre realizadas pelos aldeões e os da dança aristocrática para distração dos
reis, chamada de dança da corte (BREGOLATO, 2000).
Verificamos que a dança se desenvolveu com o tempo sob duas formas
básicas: a dança folclórica e a dança espetáculo. A primeira está ligada ao uso de
movimentos tradicionais, mantém relações com o cotidiano, com suas qualidades
vitais, capazes de estimular a ação grupal. A segunda está relacionada a padrões de
forma e conteúdo através de elementos técnicos, padrões estéticos e artísticos. A
dança passou a se constituir de passos e poses que imitavam esculturas gregas em
forma de arabesques e assim distanciou-se das suas origens expressivas naturais
(NANNI, 2003).
Nos reportamos ao final da Idade Média, nasce o capitalismo dando origem a
classe industrial e comercial, com isso a dança da corte foi ficando refinada,
passando dos salões aos teatros se tornando espetáculos levando ao surgimento do
ballet (BREGOLATO, 2000). Em meados do século XVIII o ballet floresce na França
dando origens para o ballet clássico com características harmônicas, simétricas,
elegância, graciosidade, amplitude dos movimentos e grande domínio físico, mas se
consolidou de forma decisiva na Rússia influenciada pela França e Itália. No ballet
russo ocorreu a valorização do homem, que antes era solicitado apenas para
carregar as mulheres.
Na Idade Média a dança sofreu repressões e condenações por influencias da
igreja católica vista como uma forma de expressão pagã, porém conseguiu se
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manter viva por ser uma manifestação do povo (RANGEL, 2002). As roupas e os
movimentos foram modificados até chegar à dança espetáculo. Os movimentos
estereotipados das danças espetáculo impõe restrições ao movimento livre e
natural, onde a fluidez do movimento natural, emocional e passivo se perdeu nas
convenções das instituições sociais modernas (NANNI, 2003).
A dança passou por ritual, cerimonial, expressão popular e o prazer de
dançar. Em todas as etapas pela qual passou estava sempre envolvida com a forma
de manifestação das vivencias do homem e das influencias que apresentava
(RANGEL, 2002).
No evoluir de sua história foi se misturando no cenário das antigas
civilizações até chegar ao século XX, nesse período foi ganhando grandes nomes e
escolas de dança, em especial os mestres de ballet Franceses e Italianos
responsáveis pelos famosos ballets de repertório (BREGOLATO, 2000). Contudo, se
via a necessidade de inovar os repertórios que foram se tornando repetitivos, com
isso uma nova linguagem e geração de dança emergem.
O aparecimento da personalidade de Isadora Duncan proporciona o
nascimento de uma magnífica era da dança se opondo as roupagens usadas na
clássica, com os pés descalços e o corpo coberto por túnicas soltas. Trouxe técnica
inspirada nos elementos da natureza e nas civilizações dos antepassados, os
movimentos tinham como sentindo a libertação da essência do ser, foi com ela que
iniciou a dança moderna (RANGEL, 2002). Duncan foi a responsável pela ruptura do
estilo padrão da época, sua ousadia proporcionou abertura para grandes avanços na
arte da dança, trazendo uma nova manifestação expressiva.
Outra personalidade de destaque é a Martha Graham, em suas concepções
coreográficas transmitia o realismo da vida. Suas inspirações estavam voltadas para
uma dança mais autêntica que retratasse os problemas do mundo, relatando os
sacrifícios da vida, as violências, as agitações os amores, as paixões e os
acontecimentos da época (MONTEIRO, 2004).
A inspiração e expiração são os fundamentos básicos da técnica de Graham.
“Tension” e “Release” são as nomenclaturas utilizadas para os termos de contração
que é o máximo de “tension” da energia interna do corpo por meio da expiração que,
em seguida, é liberada pelo relaxamento “release” por meio da inspiração. Além
dessas técnicas as combinações de solo (chão), de joelhos, torções, quedas,
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recuperações e deslocamento em diagonal são muito exploradas. Graham foi a
primeira técnica sistematizada de dança moderna (MONTEIRO, 2004).
Contudo, a dança na escola tem como proposta ampliar o campo de
conhecimento em busca de um novo ser humano, um ser pensante, com direito de
opinar e modificar as situações mediante suas necessidades e vivências
socioculturais (VERDERI, 2009). Reconhecida nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs, 1997) como uma cultura corporal e definitivamente um conteúdo
da educação física escolar, a dança é um instrumento de aprimoramento da
corporeidade e estímulo a criatividade nos movimentos livres, na criação e na
recriação de atividades por parte dos alunos.
2 DANÇA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Mesmo estando inserida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs,
1997) como conteúdo da educação física, a dança continua sendo negligenciada e
lembrada apenas nas datas festivas da escola (MARQUES, 2010).
Na escola, a relação entre a dança e a expressão do homem está diretamente
ligada a Educação Física. De acordo com Coletivo de Autores (1992), esta é uma
área do conhecimento que trata da cultura corporal, ou seja, com o movimento
humano consciente e sua capacidade de movimentação.
Acreditamos que foi através da educação física, que durante décadas, a
dança conseguiu permanecer na escola (RANGEL, 2002). No ambiente escolar deve
ser trabalhada no sentido educacional, tem como função oferecer a oportunidade de
elaborarem seus próprios movimentos, desenvolvimento do sentido social, afetivo,
cognitivo, motor e autonomia de ser e estar no mundo (VERDERI, 2009).
Verificamos que a era industrial contribuiu para tornar o mundo mais
mecanicista, o que influenciou em vários segmentos da sociedade, entre eles a
escola. Nas aulas de educação física os exercícios eram realizados de forma
mecânica e repetitiva (BREGOLATO, 2000). Outro fator inibidor da criatividade
nesse espaço foi à tendência da Escola Militar e Escola Tecnicista, o método de
ensino era voltado em imitar os movimentos já institucionalizados, interferindo na
participação do aluno no processo educativo como agente de conhecimento, era
apenas reprodutor do que o professor ensinava.
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A evolução tecnológica tornou o homem mais sedentário e, portanto, mas
carente de atividades físicas. A dança veio para compensar este desequilíbrio
agindo como uma válvula de escape nas tensões emocionais, como uma forma de
lazer para o homem estressado pelo desgaste diário e outras situações que
interfiram no seu emocional (NANNI, 1995).
No mundo atual de tecnologias, a padronização e imitação de modelos
prontos robotizam as pessoas impedindo de desenvolver seu potencial de criação e
sensibilidade, que faz parte de um mundo voltado à espontaneidade e a liberdade
(BREGOLATO, 2000). Não se trata de acabar com os modelos de movimento que já
foram construídos, até porque constituem uma herança cultural, e sim de criar outros
a partir deles ou até independentes deles.
Desde os primórdios da colonização ocorreu a divisão entre o trabalho
manual e intelectual sendo uma das causas da inexistência da arte no currículo
escolar brasileiro, a Arte frequentemente associada ao trabalho manual, foi também
associada à condição de “escrava” (MARQUES, 2012). A arte como a dança que
trabalha diretamente e primordialmente com o corpo foi presa nos porões e
escondida na senzala durante séculos, banida do convívio de outras áreas de
conhecimento na escola.
Com o tempo, pesquisadores começaram a estudar sobre o ensino da dança
no país. Ela apareceu como um risco a ser tomada pela educação formal, pelo fato
de ainda ser desconhecida para a escola assustando aqueles que aprenderam e são
rígidos pela didática tradicional e pensamento conservador (MARQUES, 2012).
As gerações que não tiveram dança na escola muitas vezes não conseguem
entender seu significado e sentido em contexto educacional. A intenção é tornar a
dança real no ambiente escolar, deixando de ser um conteúdo insignificante,
aparecendo só nas festinhas comemorativas para passar a ser uma proposta
pedagógica.
A dança na escola está voltada para o aspecto do movimento e exploração da
capacidade de se movimentar, a instituição deve proporcionar oportunidades para
que o aluno desenvolva todos os seus domínios do comportamento humano. O
professor deve mostrar ao aluno que a dança é uma arte composta por movimentos
universais, comum a todos os povos e a expressividade libertada por meio dela é
inerente a cada sexo.
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O Robatto (1994) apresenta uma “proposta” das funções da dança,
classificando-as em auto-expressão, comunicação, diversão e prazer,
espiritualidade, identificação cultural, ruptura e revitalização da sociedade. Essas
funções não podem ser analisadas de forma fragmentadas, devem ser
compreendidas de forma contextualizada de acordo com os objetivos propostos.
A função de auto-expressão se refere ao fato de os seres humanos, por meio
da dança, descobrirem e compreenderem aspectos significativos de sua vida.
A função de comunicação está relacionada aos aspectos do homem para com
si mesmo, para com os outros, para o meio ambiente, para a sociedade e para com
o divino (nível religioso).
A função da diversão e do prazer estético é uma das mais legitimas e
reconhecidas da dança, pois está vinculada ao diverti-se e proporcionar prazer, tanto
para os participantes quanto para os expectadores, já que sua natureza é
contagiante.
A função de espiritualidade está relacionada com a comunicação ritualística
com o divino, com o poder de transcender a realidade de sentimentos espirituais
mantendo sua natureza sensual e alegre, ocorre um estado de êxtase por meio do
encantamento místico.
A função da identificação cultural está relacionada com a dança de povos de
suas regiões. E a função de ruptura do sistema de revitalização da sociedade está
relacionada com a renovação da natureza indagadora dos sentimentos.
As atividades em dança escolar deverão ser estruturadas a partir de
estratégias pedagógicas voltadas para o desenvolvimento total da criança, voltadas
para a exploração das funções imaginativas e sistema de interação afetiva do
mesmo.
Os conteúdos desse tema da cultura corporal, embalada pelo ritmo da
música, devem ser estimulados propiciando a formação necessária do
aperfeiçoamento dos processos cognitivos, motor, sócio-afetivo e despertar o
interesse por parte dos alunos no processo educacional (VERDERI, 2009). Afinal,
incluir atividades rítmicas expressivas nos processos educativos possibilita um
melhor desenvolvimento das capacidades físicas, cognitiva, melhora da percepção
dos sentidos, bem-estar social e de saúde, além de se relacionar com outras áreas
do saber através da interdisciplinaridade.
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Mesmo que tenha conseguido superar as marcas negativas da história, ainda
temos dificuldades para obtermos no Brasil informações em termos de experiências
práticas e discussões críticas sobre o ensino da dança (VERDERI, 2009). Na maioria
dos casos os professores não sabem o porquê ensinar a dança na escola
(MARQUES, 2012). Seria ideal que professores continuassem em busca de
conhecimentos práticos e teóricos como interpretes, coreógrafos e diretores de
dança, são conhecimentos que levarão o fazer pensar na dança além de seus
aspectos pedagógicos.
A escola pode oferecer parâmetros para a sistematização crítica, consciente e
transformadora dos conteúdos específicos de dança e da sociedade. A escola
assume o papel de instrumentalizar e construir conhecimento por meio da dança
com seus alunos, pois ela é uma forma de conhecimento essencial para a educação
do ser social. Uma das grandes contribuições para o ser humano é educar corpos
que sejam capazes de criar e ressignificar o mundo em forma de arte (MARQUES,
2012).
A dança envolve as emoções, os sentimentos, a sensibilidade, é uma arte
engajada com o sentimento cognitivo que se integram aos processos mentais para
que possamos compreender o mundo de forma artística e estética, e não somente
com o sentimento afetivo (MARQUES, 2012).
Portanto, acreditando na importância da aprendizagem do movimento e da
exploração da capacidade de se movimentar, a dança na escola está totalmente
voltada para este aspecto. As atividades e propostas de trabalho na escola são
elaboradas e fundamentadas exclusivamente no movimento e nas possibilidades de
variação deste, e nas informações concretas que esse movimento poderá fornecer
ao aluno. A dança é uma das vias de educação do corpo criador e crítico, torna-se
indispensável para vivermos presentes, críticos e participantes na sociedade atual.
2.1CONTEÚDOS DA DANÇA SUGERIDOS NOS PCN’S DA EDUCAÇÃO
Segundo os PCN’S (1998), o bloco de atividades rítmicas e expressivas inclui
as manifestações da cultura corporal que têm como característica comum a intenção
explícita de expressão e comunicação por meio dos gestos na presença de ritmos,
sons e da música na construção da expressão corporal. Trata-se especificamente
das danças, mímicas e brincadeiras cantadas, além de atividades com movimentos
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ritmados capaz de comunicar e divertir por meio da presença de sons gerados por
palmas, músicas, objetos. Nessas atividades rítmicas e expressivas encontram-se
mais subsídios para enriquecer o processo de informação e formação dos códigos
corporais de comunicação dos indivíduos e do grupo.
Os PCN’s (1998) referenciam a renovação e reelaboração da proposta
curricular da escola, servem para auxiliar o educador na formação de seus alunos.
Cada instituição de ensino deve formular, em equipe, o seu projeto educacional,
enfatizando o ensino e a aprendizagem de conteúdos que colaborem para a
formação do cidadão (HAAS, 2006).
A dança está proposta na área das artes e da educação física, estão inseridas
como atividades rítmicas e expressivas que podem ser trabalhadas de acordo com o
contexto e a realidade de cada área temática, para o primeiro e segundo ciclo.
A seguir, os conteúdos das atividades rítmicas e de expressão que devem ser
adaptados, em especial, ao contexto sociocultural, de acordo com os PCN’s:
Brincadeiras de roda e cirandas
Danças brasileiras
Danças eruditas
Danças urbanas
Danças e coreografias associadas a manifestações musicais
As atividades vão de acordo com os objetivos de cada ciclo. O primeiro ciclo
tem por objetivo estimular a participação e criação nas brincadeiras cantadas,
acompanhar de acordo com o ritmo diferentes partes do corpo, apreciação e
valorizada das danças locais e participar das danças de manifestações populares,
folclóricas ou qualquer outra que estejam presente no cotidiano.
O segundo ciclo tem por objetivo a participação na execução e criação de
coreografias simples, participação nas danças pertencentes a manifestações
culturais da coletividade ou de outras que estejam em evidencia no cotidiano,
apreciação e valorização da dança local, valorizar as danças de outros povos sem
discriminações culturais, sociais ou de gênero e por fim acompanhar uma estrutura
rítmica com diferentes partes do corpo em coordenação.
De acordo com as considerações que estão sendo expostos no seguinte
trabalho, os motivos para incluir as atividades rítmicas no processo educativo são
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significativos. Segundo (HAAS, 2006), as atividades expressivas reforçam a
aprendizagem ou outras aprendizagens, pois tendem a se relacionar com outras
áreas através do processo de interdisciplinaridade, além de fornecer alternativas
para medir o contato com crianças mais tímidas ou com sérios problemas de
relacionamento, emocionais e até mesmo crianças agressivas (HAAS, 2006).
De acordo com os PCN’s (1998), a dança possui objetivos que estão
organizados em três pilares: a dança na expressão e na comunicação humana; a
dança como manifestação coletiva; e a dança como produto cultural e apreciação
estética.
No Brasil pulsa a capoeira, o samba, o bumba-meu-boi, o maracatu, o frevo, a
catira, o baião, o xote, o xaxado, entre muitas outras manifestações que caracteriza
o país. A dança se torna uma de suas expressões mais significativas, constituindo
um amplo leque de possibilidades de aprendizagem.
Os conteúdos de aprendizagem para serem desenvolvidos pela disciplina de
dança segundo os PCN’s (1998) são:
Compreensão dos aspectos histórico-sociais das danças.
Percepção do ritmo pessoal.
Percepção do ritmo grupal.
Desenvolvimento da noção espaço/tempo vinculada ao estímulo
musical e ao silêncio com relação a si mesmo e ao outro.
Exploração de gestos e códigos de outros movimentos corporais não
abordados nos outros blocos.
Compreensão do processo expressivo partindo do código individual de
cada um para o coletivo (mímicas individuais, representações de cenas
do cotidiano em grupo, danças individuais, pequenos desenhos
coreográficos em grupo).
Percepção dos limites corporais na vivência dos movimentos rítmicos e
expressivos.
Predisposição a superar seus próprios limites nas vivências rítmicas e
expressivas.
Vivências das danças folclóricas e regionais, compreendendo seus
contextos de manifestação (carnaval, escola de samba e seus
integrantes, frevo, capoeira, bumba-meu-boi etc.).
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Reconhecimento e apropriação dos princípios básicos para construção
de desenhos coreográficos e coreografias simples.
Vivência da aplicação dos princípios básicos na construção de
desenhos coreográficos.
Vivência das manifestações das danças urbanas mais emergentes e
compreensão do seu contexto originário.
Vivência das danças populares regionais, nacionais e internacionais e
compreensão do contexto sociocultural onde se desenvolvem.
3 A DANÇA COMO DISCIPLINA CURRICULAR NO CURSO DE EDUCAÇÃO
FÍSICA.
O homem é uma soma de energias físicas, emocionais, intelectuais e
espirituais. Deve desenvolver-se e aprimorar-se através do processo educativo em
todos os seus atributos e valores (NANNI, 1995). A dança está inclusa neste
processo para atender as metas da educação, contribuindo amplamente para o
desenvolvimento integral do ser humano, pela formação corporal, espírito de
socialização, de criatividade, pelos aspectos estéticos e talentos, tornando-o
integrante e integrado na comunidade em que vive (NANNI, 1995).
A educação física como disciplina curricular obrigatória, surgiu no século XVIII
na Europa, com a denominação de ginástica. Assumindo como significado de
ginástica a prática de corridas, marchas, lançamentos, esgrima, dança, natação e
jogos, esta foi desenvolvida a partir de métodos e o método adotado pelo Brasil foi
o Francês. Com o passar do tempo a educação física evoluiu no campo escolar,
vivendo diversas fases, o movimento ginástico europeu, o movimento esportivo
(quando a educação física passa ser denominada de educação física e não mais de
ginástica), a psicomotricidade e a cultura corporal, física e/ ou de movimento
(SOARES, 1996).
De acordo com a ementa do Projeto Político Pedagógico do curso de
Educação Física da Universidade Estadual do Pará – UEPA 2007, a disciplina
Fundamentos e Métodos da Dança têm por objetivo contribuir para o conhecimento
técnico científico da dança, na formação do professor de Educação Física para sua
prática pedagógica no contexto formal, com ênfase também no ensino não formal,
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elegendo assim, metodologias que estimulem a criatividade, dando relevância à
cultura corporal do educando, assegurando no processo pedagógico da disciplina.
Os conteúdos a serem desenvolvidos são:
Estudo sociocultural da dança.
Discussão das teorias, conceitos e classificações.
Conhecimento dos fundamentos, métodos e técnicas.
Significados e possibilidades da dança para a formação humana de
crianças, jovens e adultos.
Processo criativo e estético em dança.
Possibilitar a práxis pedagógica crítico-reflexiva e investigativa.
Tomando a dança como referência.
Organização de eventos lúdico-esportivos.
Os conteúdos trabalhos têm por objetivo perceber a dança com o papel social
de renovação da cultura, da arte e da sociedade pela aplicação prática no ensino
aprendizagem (NANNI, 2003). Discutir as definições e noções sobre os aspectos
históricos: Dança na era primitiva; Dança na antiguidade; Dança na Grécia; Dança
em Roma e Dança Idade Média. Quanto à classificação: dança clássica; dança
moderna; jazz; contemporâneo; dança de salão; danças regionais e dança de rua. O
processo criativo leva em conta a expressão corporal e a criatividade do praticante
de dança.
4 METODOLOGIA
A pesquisa é do tipo bibliográfico com caráter descritivo, pois são ideais para
responder o presente estudo. A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a
partir do registro disponível decorrentes de pesquisas anteriores, em documentos
impressos, como livros, artigos e teses (SEVERINO, 2007). Utiliza-se de dados ou
de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente
registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados
(SEVERINO, 2007).
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Quanto ao enfoque de pesquisa é fenomenológico, que pensada por
(HUSSERL,1986) propõe descrever o fenômeno, e não explicá-lo ou buscar
relações causais, volta-se para como elas se manifestam.
Quanto ao objetivo a pesquisa será descritiva, pois segundo (GIL, 2008)
propõe descrever as características de determinadas populações ou fenômenos.
Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de coleta
de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
Quanto à abordagem a pesquisa será qualitativa, não se preocupa com
representatividade numérica e sim com o aprofundamento da compreensão de um
grupo social, os pesquisadores recusam o modelo positivista aplicados ao estudo da
vida social uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que
seus preconceitos e crenças interfiram na pesquisa (GOLDENBERG, 1997).
Quanto à coleta de dados foram realizadas nas revistas cientificas
Movimento, Motriz e Motrivivência, com artigos dos últimos cinco anos utilizando as
palavras chaves: dança, educação física escolar, contribuições e literaturas
especificas de dança no contexto escolar.
A coleta de dados é o ato de pesquisar, juntar documentos e provas, procurar
informações sobre um determinado tema ou conjunto de temas correlacionados e
agrupá-los de forma a facilitar uma posterior análise (GIL, 1995).
A apresentação de dados ocorre com a demonstração dos quadros síntese
dos estudos encontrados constando título, ano e autores a respeito das perguntas:
Qual enfoque da disciplina dança na grade curricular do curso de educação física
UEPA? Quais os conteúdos utilizados para o desenvolvimento das atividades de
dança na educação física escolar? Quais as metodologias utilizadas para o trabalho
com a dança no contexto da educação física escolar? Ajuda a analisar ponto a ponto
os fatos ou fenômenos que estão ocorrendo em uma organização, sendo o ponto de
partida para a elaboração e execução de um trabalho científico.
Sobre a análise de dados foi feita a descrição da catalogação e detalhamento
das informações dos autores a respeito das questões investigativas do estudo
contextualizando com o marco teórico da pesquisa.
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5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS
TABELA I
QUAL ENFOQUE DA DISCIPLINA DANÇA NA GRADE CURRICULAR DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA UEPA?
ANO 2013
AUTOR MONTEIRO
FALA DO AUTOR “Contribuir para o conhecimento técnico científico da dança na formação do professor de educação física para sua prática pedagógica formal e não formal. Discussão das teorias, conceitos e classificação de dança. Conhecimento dos fundamentos, métodos e técnicas de dança. Estudo sócio cultural da dança. Significados e possibilidades da dança para formação de crianças, jovens e adultos. Processos criativos estéticos em dança”.
ANO 2003
AUTOR NANNI
FALA DO AUTOR “Através dos conteúdos tem por objetivo perceber a dança com o papel social de renovação da cultura, da arte e da sociedade pela aplicação prática no ensino aprendizagem”.
Conforme o exposto na tabela acima, compreendemos que a dança, é uma
manifestação cultural, social e corporal com potencialidades educativas. O enfoque
no curso de educação física uepa é dá subsídios para que os futuros professores
possam atuar pedagogicamente em espaços escolares e não escolares.
Os resultados encontrados se articulam com os estudos de (NANNI, 1995),
este processo de educação é para o desenvolvimento integral do ser humano, pela
formação corporal, desenvolvimento da criatividade, aspectos estéticos e talentos.
Além disso, a dança possibilita o desenvolvimento da autonomia, da consciência
critica e do potencial criativo dos educandos.
Articulando os resultados com os PCNs, a dança é uma prática corporal que
deve ser vivenciada nas aulas de educação física. Através da dança, o individuo
pode buscar a conhecer a si próprio, sua capacidade expressiva para se comunicar
e construir seu processo de aprendizagem e desenvolvimento humano.
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TABELA II
QUAIS OS CONTEÚDOS UTILIZADOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS
ATIVIDADES DE DANÇA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR?
ANO 2016
AUTOR SENA et al
FALA DO AUTOR A primeira proposta que trazemos é a de Freire e Scaglia (2009) que apresentam uma sugestão de organização curricular desde a educação infantil até os anos finais do ensino fundamental, a partir de 22 temas, que correspondem aos conteúdos, e subtemas subdivididos em seis categorias, da seguinte forma: motores, sociais, afetivos, intelectuais, perceptivos e simbólicos.
ANO 2016
AUTOR SENA et al
FALA DO AUTOR Palma, Oliveira e Palma (2010) trouxeram outra proposta de organização curricular, também objetivando subsidiar a prática dos professores de educação física, estabelecendo conteúdos compatíveis com os níveis escolares, com uma visão que consideram ser mais ampla que os PCNs, apontando o movimento humano culturalmente construído como objeto de estudo da educação física, portanto, como referência na seleção dos conteúdos: a corporeidade, os jogos, os esportes, a expressão, o ritmo e a saúde.
No que se refere aos conteúdos, verificamos que a dança inserida nas aulas
de educação física, oferecem possibilidades de trabalhar os tipos de dança, ritmos,
brincadeiras cantadas, valorização da cultural local e do conhecimento que os
alunos possuem.
Dessa forma articulamos o estudo de acordo com o que está proposto nos
PCNs (1997), que abrange a construção de um currículo que envolva os aspectos
cognitivos, motor, social, cultural e afetivo a serem explorados no ensino
fundamental e ensino médio.
A dança nas aulas de educação física pode ser trabalhada em vários
aspectos trazendo benefícios para o educando emocionalmente, fisicamente,
intelectualmente, cultura corporal do movimento e promoção de saúde.
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TABELA III
QUAIS AS METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA O TRABALHO COM A DANÇA NO
CONTEXTO DA EDUCAÇAO FÍSICA ESCOLAR?
ANO 1995
AUTOR NANNI
FALA DO AUTOR “O SUD (Sistema Universal de Dança) pelo uso qualitativo e
quantitativo dos movimentos, proporciona uma aplicação efetiva para o professor de educação física no processo da dança/educação. É um sistema válido de dança porque contém os requisitos fundamentais que caracterizam um sistema de dança: linguagem própria, elementos estruturais e funcionalidade”
ANO 2011
AUTOR MARQUES
FALA DO AUTOR “A coreologia é uma espécie de gramática da linguagem do movimento,
pode ser entendida como um tipo de leitura de educação em dança. O aprendizado do aluno está relacionado ao acesso a subtexto da dança, permitindo que o mesmo tenha diferentes pontos de vista do texto a ser aprendido. O aprendizado do subtexto tem o potencial de fazer com que o aluno melhor entenda, discrimine e avalie a qualidade daquilo que está interpretando e/ou criando (repertórios, composições coreográficas)”.
ANO 2011
AUTOR MARQUES
FALA DO AUTOR “O método Rudolf Laban tem por objetivo fazer do ensino de dança um
meio de desenvolvimento das capacidades humanas de expressão e criação. A partir da compreensão das qualidades de movimento, implícitas nas diversas formas de expressão humana, o aluno, harmonicamente pode ser educado essencialmente através da dança”.
Conforme se observa na tabela acima, a dança pode ser trabalhada através
de três tipos de metodologias. A partir do que foi exposto no presente estudo
acredita-se que a dança no ambiente escolar não deve ter a intenção de formar
profissionais, bailarinos, e sim possibilitar ao educando um contato mais afetivo de
se expressar através do movimento.
Relacionamos os resultados encontrados com as explicações de NANNI
(2001), as ações estabelecidas nas aulas de dança na escola devem ser
progressões pedagógicas. Além disso, as atividades devem abranger as diversas
habilidades motoras de andar, correr, saltar, equilibrar, rodopiar, girar, rolar, deslizar.
Partindo do simples para o complexo, do espontâneo para o construído.
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CONCLUSÃO
Os objetivos e as questões norteadoras do presente estudo foram alcançados
e respondidos a partir de análises feitas sobre os conteúdos e metodologias que
melhor se aplicam no ambiente escolar. Deste modo, o presente trabalho teve como
objetivo analisar as possibilidades de trabalhar a dança nas aulas de educação física
a partir dos PCN’s, oferece parâmetros para os professores consultarem os
conteúdos, elencando os tipos de dança, ritmos, brincadeiras cantadas e valorização
da cultural local, além disso, verificamos que as atividades de dança desenvolvidas
nas aulas é sem dúvida enriquecedora para os alunos, propicia a formação
simultânea de processos cognitivos, motor e sócio-afetivo.
Ao desenvolver o conteúdo dança nas aulas de educação física, os
professores devem repassar com a devida importância assim como qualquer outra
aula, considerando o educando como um todo, que se movimenta, pensa age e
sente. Com a prática das atividades o aluno libera suas emoções e ao mesmo tempo
percebe o que seu corpo é capaz de fazer, para a partir de então, desenvolver suas
potencialidades.
Este trabalho enriquece a formação dos alunos de maneira que quanto mais
cedo há esse contato com a dança, melhor aceitação do público em relação a esta,
pois se o ensino da dança se fizer presente de uma forma agradável e não
intimidadora, quando se tornarem mais velhos não terão problemas quanto a isso. O
contato com essa arte traz inúmeros ganhos para os alunos, não apenas com as
habilidades físicas, mas também na questão social.
Constatou-se que embora a dança esteja inserida nos PCN’s, ainda é
possível perceber sua ausência nas escolas é vista de forma superficial, continua
sendo negligenciada e lembrada apenas nas datas comemorativas. (MARQUES,
2010).
Os resultados encontrados vêm contribuir com a literatura, com o intuito de
dar suporte na prática pedagógica do professor de educação física no trato do
ensino do conteúdo dança em suas aulas. Por fim, sugerem-se mais estudos que
impulsionem novas ideais e discussões para fundamentar sua inclusão na ambiente
escolar.
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ABSTRACT The present study consists of a research on the content of dance and its contributions for school Physical Education. Having as a methodological procedure, a bibliographic research with a descriptive nature and a phenomenological focus, which, through the literature review, aims to find the basis to discuss the theme proposed. The objective of the research has a descriptive nature and a qualitative approach. In which it was investigated what is the approach of the subject Dance in the curriculum of the Physical Education Course at UEPA; What content is used for the development of the dancing activities in School Physical Education; What methodologies are used to work with the dance in the context of School Physical Education. Therefore, the present work had the objective of analyzing the possibilities of working the dance in the classes of Physical Education, having as the basis, the National Curriculum Parameters (PNP), which offers parameters for the teachers to consult the contents, listing the types of dance, rhythms, sung jokes and valorization of the local culture. In addition, we noticed that the dance activities developed in the classes provide simultaneous formation of cognitive, motor and socio-affective processes. Although it is inserted in the PCN's, it is still possible to notice its absence in the schools, being remembered only in the commemorative dates. Keywords: Dance. Physical school education. Contributions.
REFERÊNCIAS
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20
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