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As aves representam um dos mais contingentes entre os vertebrados sendo encontrada no Brasil cerca de 1.901 espécies(GILL;DONSKER,2014). A expressão “aves de rapina” tem sido amplamente utilizada para caracterizar as aves carnívoras diurnas e noturnas que apresentam garras e bicos fortes. Entretanto, esse grupo aparentemente não forma um táxon monofilético, pois agrupa aves pertencentes a linhagens distintas. Com base nos dados existentes, as corujas (Strigiformes, famílias Tytonidae e Strigidae, 185 espécies) não são diretamente relacionadas aos gaviões, águias, abutres do Velho Mundo e falcões (Falconiformes, famílias Pandionidae, Accipitridae, Falconidae e Sagittariidae, 301 espécies). Os tipos de alimentos consumidos por falconiformes em vida livre são tão variados quanto o número de espécies existentes nessa ordem,a maioria dos rapinantes diurnos é exclusivamente carnívora,com alguns dos representantes sul- americanos complementando ocasionalmente sua alimentação com frutas ou outros vegetais,já os estrigiformes,em virtude de seus hábitos crepusculares,baseiam boa parte de sua alimentação em insetos e outros invertebrados independendo de seu tamanho. Pequenas corujas(gêneros Otus,Glaucidium e Aegolius)podem capturar pequenos mamíferos anfíbios,répteis e pássaros,enquanto espécies de porte maior(gênero Pulsatrix e Bubo)são capazes de caçar marsupiais,morcegos,lagartos e até mesmo aves de médio porte;como os filhotes de falcão peregrino.

Nutrição de Aves de Rapina Em Cativeiro

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As aves representam um dos mais contingentes entre os vertebrados sendo encontrada no Brasil cerca de 1.901 espcies(GILL;DONSKER,2014).A expresso aves de rapina tem sido amplamente utilizada para caracterizar as aves carnvoras diurnas e noturnas que apresentam garras e bicos fortes. Entretanto, esse grupo aparentemente no forma um txon monofiltico, pois agrupa aves pertencentes a linhagens distintas. Com base nos dados existentes, as corujas (Strigiformes, famlias Tytonidae e Strigidae, 185 espcies) no so diretamente relacionadas aos gavies, guias, abutres do Velho Mundo e falces (Falconiformes, famlias Pandionidae, Accipitridae, Falconidae e Sagittariidae, 301 espcies).Os tipos de alimentos consumidos por falconiformes em vida livre so to variados quanto o nmero de espcies existentes nessa ordem,a maioria dos rapinantes diurnos exclusivamente carnvora,com alguns dos representantes sul-americanos complementando ocasionalmente sua alimentao com frutas ou outros vegetais,j os estrigiformes,em virtude de seus hbitos crepusculares,baseiam boa parte de sua alimentao em insetos e outros invertebrados independendo de seu tamanho.Pequenas corujas(gneros Otus,Glaucidium e Aegolius)podem capturar pequenos mamferos anfbios,rpteis e pssaros,enquanto espcies de porte maior(gnero Pulsatrix e Bubo)so capazes de caar marsupiais,morcegos,lagartos e at mesmo aves de mdio porte;como os filhotes de falco peregrino.Com extraordinria diversidade alimentar,parece razovel assumir que rapinantes em cativeiro devam ser mantidos com dietas similares quelas observadas em vida livre,essa importncia do tipo de alimento oferecido a um rapinante foi comprovada por Barton e Houston,ao observar que falces-peregrinos( Falco peregrinus,predadores especializado em aves)alimentados com coelhos perderam peso,ao mesmo tempo em que gavies-europeus(Buteo buteo,predadores generalistas)submetidos mesma dieta obtiveram um resultado contrrio.Alm disso,Graham e Halliwell apontaram a subnutrio como a causa primria ou fator significativo na morte de 127(23,6%) de um total de 537 aves de rapina necropsiadas;por essa razo,os tcnicos tema a obrigao de levantar informaes sobre a ecologia alimenta das aves de rapina mantidas em suas respectivas instituies,a fim de evitar problemas nutricionais futuros.Opes simples de serem criadas em biotrios e que podem substituir os diferentes itens alimentares dos rapinantes incluem larvas(Tenebrio spp),grilos,baratas,camundogons,Hamsters,gerbos,ratos,pintinhos,codornas,porquinhos da ndia e coelhos.O fornecimento de presas inteiras aconselhvel uma vez que as exigncias de vrias espcies no so bem conhecidas o que dificulta a suplementao mineral-vitamnica nos casos de alimentao com carne crua e/ou pescoo de frango.Tambm importante salientar que esses dois alimentos,freqentemente oferecidos(na falta das opes citadas),no podem ser as nicas fontes de alimento de aves de rapina devido aos desequilbrios nutricionais que podem originar a mdio e longo prazo.Uma alternativa intercalar os dias de alimentao entre presas inteiras e carne crua,reduzindo assim a possibilidade de problemas.Apenas das espcies piscvoras(gneros Pandion e Busarellus)aceitarem em cativeiro dietas compostas de mamferos e aves,elas so beneficiada quando alimentadas com peixe fresco(especialmente em termos reprodutivos).A utilizao de pombos no recomendvel em funo das inmeras enfermidades fatais que esse grupo pode carrear s aves de rapina(herpes vrus,tricomonase,candidase,etc).O oferecimentos de presas vivas ou recm abatidas mostra-se vantajoso quando comparado s presas congeladas,no s pela palatabilidade como tambm pela maior disponibilidade de vitaminas lipossolveis.Outra questo fundamental a ser considerada no manejo nutricional em cativeiro a incluso de jejuns semanais,em razo de alta prevalncia de obesidade em aves de rapina devido falta de exerccios em cativeiro.Durante a poca reprodutiva,a dieta pode ser suplementada com carotenides,objetivando o aumento da pigmentao de cera e patas(um dos sinais de corte nos rapinantes) e com vitaminas E e selnio,para estimulao de comportamentos reprodutivos e maior produo de ovos e smem.

A necessidade diria de alimento das aves de rapina varia de acordo com a estao do ano e com a massa corprea (Calder; King, 1974). Espcies de pequeno porte (< 370g), durante o inverno nas regies temperadas, necessitam de um aporte dirio de alimento, em biomassa, que representa 25% de sua prpria massa corporal. J os gavies de tamanho mdio/grande (700 g a 1.200 g), em regies semelhantes, necessitam entre 10% e 15%, enquanto as grandes guias (> 3.000 g), em condies de cativeiro, consomem cerca de 5% de sua massa em presas. A mdia de consumo no inverno de 20% a 30% maior do que no vero (Del Hoyo et al., 1994).Podem-se alimentar abutres, gavies, falces e corujas com dietas constitudas por animais inteiros. Os itens comumente oferecidos incluem pintos com at 5 semanas de idade, codornizes, codornas, camundongos, ratos e pombos. Prefere-se o oferecimento de vrios itens de presa, embora algumas espcies aceitem mais facilmente determinados tipos de presa, dependendo de seus hbitos alimentares naturais. Podem-se incluir peixes na dieta das espcies piscvoras (por exemplo, guiaspescadoras, guias-marinhas, guias-americanas) e podem-se administrar insetos reforados para francelhos e falces pequenos. Se se fornecer pintos de 1 dia, recomenda-se uma suplementao de tiamina (30mg/kg, na base de como oferecido) em dias alternados. Para se assegurar uma dieta nutricionalmente completa, no se devem eviscerar os itens de presa antes da alimentao. Tambm se podem utilizar, com sucesso, raes comerciais para aves de rapina em muitas espcies e essas raes freqentemente proporcionam uma alternativa mais simples e econmica para as dietas de presas vivas. Uma rao comercial adequada para vrias espcies possui 55 a 60% de umidade e contm (base de matria seca) 45 a 50% de protena bruta, 18 a 20% de extrato etreo, 2,2 a 2,5% de fibra bruta e 1 a 1,5% de clcio e 0,7 a 1% de fsforo. Devido consistncia amolecida dessas raes, torna-se geralmente desejvel fornecer itens de presa inteira duas vezes por semana para ajudar a evitar a impactao do alimento e o supercrescimento do bico, assim como tambm providenciar uma segurana adicional de uma dieta completa. As aves de rapina pequenas podem comer tanto quanto 25% de seu peso corporal/dia; as espcies grandes podem comer to pouco quanto 4%. Devem-se pesar regularmente as aves de rapina cativas para se monitorar os ganhos e perdas de peso, e deve-se ajustar o consumo alimentar de acordo com seus resultados.Concluso

O Estudo de aves silvestres ou exticas ainda muito restrito principalmente quando se diz respeito a espcies como os Falconiformes e Strigiformes.A importncia da energia para as aves essencial,pois alm de efetuarem o vo,existem espcies que ocupam o topo da cadeia alimentar e outras que so predadas.Sendo assim necessitam de muita energia para exercer tais funes de vo sendo para caa ou fuga.

Introduo interessante entender que a energia se resulta da interao de todos os nutrientes,quer na matria total do alimento ou nas trocas metablicas.De fato,todos os constituintes orgnicos de um alimento,ou seja,as protenas,os lipdios e os glicdios,representam uma energia qumica de constituio potencial a ser utilizada pelo organismo animal,enquanto as vitaminas,os microelementos e alguns macroelementos minerais,como o fsforo,representam os meios de viabilizao desta energia.Assim a energia qumica de constituio de um alimento,passando por transformaes no organismo,ir constituir energia qumica potencial do desenvolvimento animal,aps atendidas as outras necessidades energticas dos mesmos,tais como a energia gasta nos processos metablicos,de atividade,etc.,onde se exterioriza como energia trmica(calor),energia mecnica(trabalho muscular).A energia de um alimento medida em calorias,bem como as necessidades energticas dos animais so,evidentemente,expressas em calorias.