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    Informaes de Mercadosobre Guaran

    Consultora: Graciela Montero Cunha

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    GUARANUnidade de Acesso a MercadosConsultora: Graciela Cunha

    SUMRIO

    OBJETIVO GERAL......................................................................................................... 1

    OBJETIVO ESPECFICO................................................................................................ 1PBLICO-ALVO............................................................................................................. 1SELEO DO SETOR E COLETA DE INFORMAES ........................................... 1DIAGNSTICO SETORIAL .......................................................................................... 2FICHA TCNICA............................................................................................................ 31. INTRODUO............................................................................................................ 42. EVOLUO HISTRICA.......................................................................................... 53. PANORAMA ATUAL DO MERCADO..................................................................... 54. CADEIA PRODUTIVA............................................................................................... 75. ESTRUTURAS DE APOIO PRODUO.............................................................. 86. PROJETOS DO SETOR .............................................................................................. 9

    7. POLTICAS GOVERNAMENTAIS ......................................................................... 118. VOLUME DE PRODUO...................................................................................... 159. CONSUMO PER CAPITA ........................................................................................ 1710. VOLUME DE VENDAS ......................................................................................... 1811. PREO ..................................................................................................................... 1812. AGROINDSTRIA DO GUARAN ..................................................................... 1913. OFERTA E DEMANDA.......................................................................................... 2114. DIMENSO DOS MERCADOS DE DESTINO .................................................... 2315. EXPORTAES E IMPORTAES..................................................................... 2516. CONCORRNCIA................................................................................................... 2617. INVESTIMENTO INICIAL E RECUPERAO DE CAPITAL........................... 26

    18. EXIGNCIAS LEGAIS DE MERCADO................................................................ 2919. PADRO DE QUALIDADE SANITRIA ............................................................ 3420. MERCADO CONSUMIDOR .................................................................................. 4421. POLTICAS DE CONQUISTA DE NOVOS MERCADOS................................... 4422. MARCAS ................................................................................................................. 4523. PROMOO: ESTRATGIAS E MTODOS DE COMUNICAO ................. 4724. TENDNCIAS......................................................................................................... 4725. ANLISE SWOT..................................................................................................... 4826. CONSIDERAES FINAIS ................................................................................... 4927. REFERNCIAS ....................................................................................................... 52

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    LISTA DE ILUSTRAES

    FIGURAS

    FIGURA 1: Modelo do Agronegcio.............................................................................. 8

    TABELAS

    TABELA 1: Guaran: Produo, rea colhida e rendimento mdio............................... 16TABELA 2: Produo de guaran em sementes............................................................. 17TABELA 3: Guaran: Preos Mnimos Safras de 2004/2005..................................... 18TABELA 4: Destinao da produo de guaran........................................................... 24TABELA 5: Canais de comercializao do guaran de Maus 1999.......................... 24TABELA 6: Investimento total na produo anual do guaran...................................... 27TABELA 7: Padres microbiolgicos sanitrios para alimentos.................................... 40

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    OBJETIVO GERAL

    Tornar disponvel para o empresrio do Setor de Guaran informaes Setoriais de

    Mercado, consolidadas com base em dados secundrios, em mbito nacional e

    referentes ao mercado interno.

    OBJETIVO ESPECFICO

    a) Fornecer ao empresrio do setor um diagnstico nacional do mercado de

    Guaran que lhe permita ter uma viso geral do mercado, enxergar as

    oportunidades e incrementar a produo e comercializao de seu produto.

    b) Consolidar um banco nacional de informaes setoriais, atualizado e acessvel

    ao empresrio e instituies relacionadas ao setor.

    c) Contribuir para a disseminao de informaes atualizadas e confiveis sobre o

    setor.

    PBLICO-ALVO

    O estudo ser apresentado em formatos diversos, conforme segue, de acordo com a

    necessidade do pblico-alvo:

    Este sumrio executivo;

    Relatrio completo;

    Boletim de mercado setorial para empresrios estabelecidos ou interessados no

    setor.

    SELEO DO SETOR E COLETA DE INFORMAES

    A seleo do setor Guaran foi realizada pela Unidade de Acesso a Mercados do

    SEBRAE e Unidade de Atendimento Coletivo Agronegcios e TerritriosEspecficos, segundo critrios definidos internamente.

    As informaes constantes da Anlise de Mercado foram integralmente obtidas em

    fontes secundrias, de acesso pblico.

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    DIAGNSTICO SETORIAL

    O diagnstico aborda uma viso global do mercado para produtos e derivados do

    guaran:

    Ressalta as caractersticas, vantagens, oportunidades, valores de produo e

    comercializao, bem como os pontos crticos existentes na cadeia produtiva.

    O estudo aponta ainda as tendncias para o mercado e faz recomendaes estratgicas

    para o setor.

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    FICHA TCNICA

    O guaranazeiro uma planta nativa da Amaznia, pertencente famlia das sapindceas

    e encontrada em estado nativo nas regies compreendidas entre os rios Amazonas,Maus, Paran dos Ramos e Negro (estado do Amazonas e na bacia do Rio Orinoco -

    Venezuela).

    Seu nome cientfico Paullnia cupana, uma espcie vegetal da famlia das

    sapindceas, nativa da Amaznia, cujo nome provm do termo indgena varan, que

    significa rvore que sobe apoiada em outra.

    A planta um arbusto semi-ereto, trepadeira, lenhosa, que no seu habitat natural seapia s rvores da floresta, atingindo altura de 9 a 10 metros. Frutifica em cachos, que,

    primeira vista, se parecem com ramos de caf maduro.

    O fruto uma cpsula deiscente de 1 a 3 vlvulas, com uma semente cada; quando

    maduro, torna-se vermelho ou amarelo, rompendo a casca, fazendo aparecer uma

    substncia branca que envolve parte da semente, que arredondada, preta e brilhante,

    constituindo-se no produto utilizvel da planta, aps sofrer beneficiamento primrio,

    que consiste na torrefao e limpeza.

    Propriedades teraputicas: em 1946 foram divulgados os seguintes resultados sobre as

    propriedades medicinais do guaran: antitrmico, antineurlgico, antidiarrico,

    estimulante, analgsico e antigripal.

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    1. INTRODUO

    Um dos produtos tpicos da regio amaznica mais conhecidos no Brasil e no exterior, o

    guaran ainda um produto exclusivamente brasileiro e muito apreciado por suasqualidades energticas e gastronmicas. Entretanto, sua origem amaznica (e no estado

    do Amazonas, em particular) no impediu que a concentrao espacial de sua produo

    se transferisse desta regio para a Bahia, hoje o maior e mais produtivo estado

    guaranaicultor do Brasil. A diferena de produtividade se explica pela utilizao, pelos

    produtores baianos, de tcnicas bsicas de cultivo, ainda pouco utilizadas pelos seus

    pares no Amazonas. Mesmo assim, o cenrio atual indica o crescimento sustentado da

    produo e da produtividade do guaran em sementes no Amazonas, com base nadistribuio de mudas de guaran resistentes a doenas e de alta produtividade pela

    EMBRAPA-AM e na implantao de projetos empresariais de cultivo que tendem a

    adotar padres agrcolas tecnificados.

    A comercializao do guaran feita em ramas (sementes torradas), seja para

    exportao, seja para a sua agroindustrializao. Desta ltima pode-se obter: a) xarope

    (concentrado) para consumo direto como bebida energtica (ao ser misturado gua),

    ou para a produo industrial de bebidas refrigerantes gaseificadas; b) o basto (tambm

    denominado de rolo ou barra) para ralar e obter o p para misturar gua e beber, ou c)

    o prprio p j acondicionado em frascos, cpsulas gelatinosas ou sachs, tambm

    utilizado na preparao caseira de uma bebida energtica ou ingerido puro como tnico.

    Os produtos finais de maior difuso e aceitao pelos mercados brasileiro e estrangeiro

    ainda so os refrigerantes gaseificados base de guaran. Porm, a transformao

    industrial do guaran em xarope, basto, artesanato e, principalmente, em p, abre

    amplas perspectivas mercadolgicas para investidores com foco no crescente mercado

    regional e brasileiro.

    Em torno de 70% da produo de sementes absorvida pelas indstrias de bebidas em

    Manaus. O guaran em p e em basto so produzidos em 20 moinhos instalados em

    Maus, sendo que o p embalado em Manaus pela indstria de fitofrmacos.

    Diante do grande potencial comercial que estes produtos apresentam, a

    Superintendncia da Zona Franca de Manaus - Suframa tem intensificado sua

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    divulgao nos eventos que participa, para auxiliar na abertura de novos mercados e

    identificao de oportunidades de negcios. Tudo que a Suframa puder fazer para

    facilitar a gerao de empregos e de riqueza na regio, assim como fortalecer a cadeia

    de produo existente e melhorar a distribuio de produtos, ser feito, pois esta umapoltica de governo, disse o analista da Suframa, Joo Carlos Jr.

    O objetivo deste estudo tornar disponvel para o empresrio do Setor de Guaran

    informaes Setoriais de Mercado, consolidadas com base em dados secundrios, em

    mbito nacional e referentes ao mercado interno.

    2. EVOLUO HISTRICA

    O guaran (Paullinia cupana) ocorre principalmente na regio de Maus, no leste do

    estado do Amazonas, prxima da divisa com o Par. Ali as sementes da planta vm

    sendo consumidas h sculos pelas populaes indgenas, que as utilizam

    principalmente no preparo de uma bebida energtica. A obteno de sementes manteve-

    se como atividade essencialmente extrativista at no mais de 40 anos atrs, quando

    comearam a surgir os primeiros cultivos comerciais. A planta foi ento levada para

    alm das reas de ocorrncia natural, sobretudo a partir da dcada de 1980, estando

    presente hoje tambm nos estados da Bahia, Mato Grosso, Par, Rondnia e Acre.

    Embora as pesquisas com o guaran sejam relativamente recentes, a lapidao das

    tcnicas de plantio, manejo e beneficiamento vm evoluindo graas iniciativa de

    rgos como o Sebrae Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas, de Mato

    Grosso, que editou no ano passado o Manual de Produo de Guaran, e a Embrapa

    Amaznia Ocidental, sediada em Manaus, AM. Esse rgo mantm um programa demelhoramento da planta e j lanou uma srie de clones mais produtivos e mais

    resistentes a doenas.

    3. PANORAMA ATUAL DO MERCADO

    O Brasil , praticamente, o nico produtor de guaran do mundo. A produo

    concentrou-se durante muito tempo no estado do Amazonas, em razo de ser a terra

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    natal da espcie.

    No mbito da Amaznia brasileira, expandiu-se o plantio, numa etapa posterior, para os

    estados do Par, Acre e Rondnia, e, nos ltimos anos, para os estados do Mato Grosso

    e Bahia, que tambm dinamizaram suas plantaes comerciais visando principalmente

    ao atendimento da demanda pelo xarope do guaran pelas indstrias de refrigerantes

    gaseificados.

    O municpio de Maus est trabalhando para retomar sua histrica liderana na

    produo mundial de guaran, ocupada atualmente pela Bahia. Alm de reunir

    condies mais propcias ao desenvolvimento da planta, como boa distribuio de

    chuvas ao longo do ano, solos de maior fertilidade e baixa incidncia de doenas como aantracnose, a Bahia tambm apresenta plantios relativamente mais jovens. Tudo isso

    traduz-se numa produtividade mdia superior a 500 quilos por hectare, contra 300

    no Amazonas.

    Estima-se que a produo atual de ramas de guaran no pas gire em torno de 4.300

    toneladas/ano. Tambm se estima que dessa produo, 70% seja absorvido pelas

    indstrias de refrigerantes gaseificados, enquanto que os 30% restantes so

    comercializados sob a forma de xarope, p, basto, extrato para consumo interno e para

    a exportao.

    Dentro do estado do Amazonas, s o municpio de Maus, a 356 km de Manaus,

    produziu cerca de 200 toneladas em 2001, concentrando 37% da produo estadual do

    guaran neste mesmo ano. Esta produo de Maus est distribuda por,

    aproximadamente, 2.600 produtores, em 2.427 ha de rea plantada, destacando-se a

    Fazenda Santa Helena, de propriedade do grupo AMBEV (titular da marca Antarcticade bebidas gaseificadas), 1070 hectares, dos quais 430 s de campos de cultivo. Alm

    disso, recentemente a AMBEV iniciou um projeto de plantio de mais 450 ha de guaran,

    em parceria com produtores locais.

    No municpio de Presidente Figueiredo, a Agropecuria Jayoro iniciou em 2000 um

    projeto de guaran que totaliza 600 hectares, dos quais j foram plantados mais de 150.

    Ainda neste municpio, a Santa Claudia possui 80 hectares e a Arosucos S/A adquiriu,

    em 2000, mudas suficientes para o plantio de 100 hectares. A EMBRAPA trabalha,

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    desde o fim dos anos 90, com pesquisas experimentais de clonagem de mudas de

    guaranazeiro resistentes a doenas e de alta produtividade (entre 400 e 600 kg/hectare),

    as quais esto sendo distribudas, desde 2000, para os guaranaicultores. Delineia-se,

    pois, um cenrio de elevao consistente da oferta de sementes de guaran em umfuturo prximo, e com maior produtividade por hectare.

    4. CADEIA PRODUTIVA

    As diversas etapas do processamento para a obteno do produto final aqui considerado,

    com alto grau de qualidade, so descritas como se seguem:

    Recepo e pesagem: os sacos com as ramas so recepcionados na fbrica e pesados. Se

    a empresa recepcionar o guaran j beneficiado de outros produtores, ou seja, em ramas

    acondicionadas em sacos de aniagem, estes sacos so pesados e conduzidos diretamente

    etapa de moagem.

    Descascamento mecanizado: consiste na retirada do pericarpo ou casquilho da semente

    torrada do guaran, o qual representa 20% de seu peso, em mquina despolpadeira (a

    mesma empregada no descascamento da mamona, com rendimento deaproximadamente 800 kg/dia). As sementes torradas com aspecto de baixa qualidade

    so descartadas.

    Moagem mecanizada: as amndoas (sementes torradas e descascadas) so

    transformadas em p por esmagamento em um moinho de martelo, com peneiras finas

    (o mesmo utilizado no beneficiamento do urucum, com rendimento nesta etapa de 70%,

    ou seja para cada 1Kg de semente produz-se 700 g de guaran em p). Para a produo

    do xarope e do basto, as sementes so encaminhadas para a finalizao do

    procedimento de preparao do produto final.

    Embalagem mecanizada: o acondicionamento do guaran em p ou em xarope em (a)

    frascos de plstico transparentes, no caso do p e do xarope ou (b) cpsulas gelatinosas,

    no caso do p, processadas em mquinas de encapsular. Os tipos de frascos so

    embalados em caixas de papelo e seguem para comercializao.

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    A seguinte figura representa a cadeia produtiva do negcio agrcola. O guaran se

    encaixa nesta cadeia por pertencer ao grupo Sementes:

    Figura 1. Modelo de Agronegcio.

    Fonte: Pinazza e Arajo, 1993.

    5. ESTRUTURAS DE APOIO PRODUO

    Com o objetivo de munir os produtores de tcnicas e conhecimentos necessrios para

    uma administrao auto-suficiente na produo e comercializao de seus produtos,

    podemos citar os seguintes exemplos de entidades de apoio:

    - Superintendncia da Zona Franca de Manaus (Suframa):elaborou um termo decooperao que, a partir de um diagnstico elaborado por sua equipe tcnica, constatou

    a necessidade de aperfeioar as habilidades gerenciais dos cooperados, de forma a

    preparar o setor para atuar de maneira competitiva no mercado. Atua em conjunto com

    as demais entidades de apoio.

    - Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE): promove

    aes de capacitao gerencial, difuso de tcnicas mercadolgicas e orientao quanto

    utilizao de mudas, entre outras atividades de capacitao por meio de treinamentos.

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    - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA):sua representao no

    Amap, em parceria com o Instituto de Pesquisas Cientficas e Tecnolgicas do Estado

    do Amap-IEPA,

    - Agncia de Promoo das Exportaes APEX

    - Agncia Nacional de Exportao ARCO-BR, ARCO-Europa, ARCO-Amaznia

    (Tucum-RO, Marab-PA, Imperatriz-MA, Belm, Manaus, ...)

    - Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estudos Ambientais (PR-NATURA);

    - Ministrio do Desenvolvimento Agrria MDA.

    - Ambev: atua permanentemente no estmulo produtividade do guaran e no

    desenvolvimento econmico, social e ambiental do municpio amazonense de Maus, de

    onde vm todas as sementes utilizadas na produo do Guaran Antarctica. O projeto

    Compromisso com a Amaznia foi idealizado pela Prefeitura de Maus e patrocinado

    pela AmBev, com a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    (Embrapa) e do Instituto de Desenvolvimento do Amazonas (Idam). At 2013, 61

    milhes de reais sero investidos no projeto, com um desembolso mdio de 5,4 milhes

    anuais.

    6. PROJETOS DO SETOR

    Atualmente, muitos projetos esto sendo desenvolvidos ou foram recentemente

    concludos no setor. Abaixo, alguns exemplos:

    Projeto de Recuperao de Guaranazais (AMBEV) fomenta a recuperao deguaranazais em reas de pequenos produtores, atravs da introduo de mudas de

    alta produtividade e adoo de procedimentos bsicos de manejo, resultando no

    aumento da produo, da produtividade e da renda mdia das famlias rurais, sem a

    incorporao de novas reas;

    Projeto de Expanso do Cultivo de Guaran (AMBEV) visa implantar novos

    plantios de guaran, sob procedimentos tcnicos atualizados, de baixo custo para o

    produtor, em cultivos solteiros e policultivos, com plantas clonadas e de sementes

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    selecionadas. O projeto ainda oferece assistncia tcnica intensiva e fomenta novos

    plantios, realizando operaes de preparo de rea sob mecanizao;

    Projeto de Implantao de Viveiros Comunitrios nos Plos de Desenvolvimento

    (AMBEV) promove a implantao de 12 viveiros comunitrios, nas 12

    comunidades-sedes dos plos de desenvolvimento rural de Maus, especializa as

    comunidades na produo de mudas de culturas, transfere tecnologias de produo,

    supre os produtores rurais com mudas selecionadas e de qualidade comprovada e

    ainda capacita os produtores rurais e seus familiares para a produo de mudas

    diversas.

    O SEBRAETEC (SEBRAE) atua, prioritariamente, em aes coletivas com foco nos

    territrios de forte presena de pequenos empreendimentos (arranjos produtivos

    locais, redes, agrupamentos, cadeias produtivas, plos, consrcios de exportao,

    ncleos empreender e projetos setoriais), atravs de solues integradas.

    Projeto: Anlise genmica de Paullinia culpana: o guaranazeiro. Coordenador:

    Spartaco Astolfi Filho UFAM. O objetivo deste projeto organizar uma rede de

    laboratrios na Regio da Amaznia Legal que se dedicar num primeiro momento

    ao Seqenciamento do genoma do guaranazeiro. Entidades participantes: UFAM

    Universidade Federal do Amazonas, EMBRAPA Amaznia Ocidental, INPA

    Instituto de Nacional de Pesquisa da Amaznia, UFAC Universidade Federal do

    Acre, UNIFAP Universidade Federal de Amap, UFMA Universidade Federal

    do Maranho, UFPA Universidade Federal de Par (trs grupos), UFRR

    Universidade Federal de Roraima, UFTO Universidade Federal de

    Tocantins/UNITINS, CEPEM (RO) Centro de Pesquisa em Medicina Tropical.

    Projeto Amaznia Ocidental: Experincia da Empresa Brasileira de Pesquisa

    Agropecuria (Embrapa) para desenvolvimento de clones do guaran. Os testes

    mostraram que, pelo sistema de clonagem, em que as mudas so criadas a partir do

    enraizamento de ramos, cada planta produz cerca de 1,5 quilo de frutos, enquanto o

    mtodo convencional garante no mximo 220 gramas.

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    7. POLTICAS GOVERNAMENTAIS

    - Governo Federal

    1) Incentivos administrados pela Superintendncia da Zona Franca de Manaus

    (SUFRAMA):

    Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), sob a forma de iseno:

    a) Na entrada de mercadorias nacionais ou estrangeiras (desde que listadas na Portaria

    Interministerial 300/96) destinadas Zona Franca de Manaus e demais localidades da

    Amaznia Ocidental, para consumo interno, industrializao em qualquer grau

    agropecuria, pesca, instalaes e operaes de indstrias e servios de qualquer

    natureza e estocagem para reexportao;

    b) Aos produtos fabricados fora da Zona Franca de Manaus, mas consumidos e

    fabricados na rea da Amaznia Ocidental;

    c) s mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus, quer se destinem ao consumo

    interno, quer comercializao em qualquer ponto do mercado nacional;

    d) E direito gerao de crditos, como se devido fosse, para os produtos elaborados

    com matrias-primas agrcolas e extrativas vegetais de produo regional, exclusive as

    de origem pecuria, sempre que empregados na industrializao em qualquer ponto da

    Amaznia Ocidental.

    Imposto sobre Importao (II), incluindo:

    a) Iseno para mercadorias estrangeira entradas na Zona Franca de Manaus, destinadasao consumo interno, agropecuria, pesca e a instalao e operao de indstria e

    servios de qualquer natureza. Este incentivo estende-se Amaznia Ocidental nos

    casos de importao de bens de produo e de consumo de primeira necessidade assim

    discriminados:

    a.1) Motores martimos de centro e de popa, seus acessrios e pertences bem

    como outros utenslios empregados na atividade pesqueira, exceto explosivos e

    produtos utilizados em sua fabricao;

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    a.2) Mquinas, implementos e insumos utilizados na agricultura, na pecuria e

    nas atividades afins;

    a.3) Mquinas para construo rodoviria;

    a.4) Mquinas, motores, acessrios para instalao industrial;

    a.5) Materiais de construo;

    a.6) Produtos alimentares;

    a.7) Medicamentos.

    b) Iseno para produtos intermedirios e materiais de embalagem que utilizem insumos

    estrangeiros e hajam sido empregados por estabelecimento industrial local com projetos

    aprovados pela SUFRAMA;

    c) Reduo de 88% quando o bem final se destinar a qualquer ponto do territrio

    nacional.

    Iseno do Imposto sobre Exportao (IE):

    a) Na exportao de mercadorias da Zona Franca de Manaus para o estrangeiro,

    qualquer que seja a sua origem.

    2) Incentivos administrados pela ADA . Agncia de Desenvolvimento da Amaznia

    Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurdica (IRPJ), incluindo:

    a) Iseno total para projetos empresariais (agropecuria, servios e indstria) de

    implantao e/ou diversificao de suas linhas de produo, no mbito de todo o

    territrio da Amaznia Legal;

    b) Concesso de financiamento a projetos empresariais com recursos do FINAM -

    Fundo de Investimentos da Amaznia, formado por fundos decorrentes da opo de

    pessoas jurdicas pela aplicao de parcelas do IRPJ devido e em depsito para

    reinvestimento.

    - Governo do Estado do Amazonas

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    Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS), administrado pela

    Secretaria de Estado da Fazenda, corresponde a iseno total ou parcial do tributo

    dentro dos seguintes nveis e para empreendimentos que atendam os requisitos abaixo:

    a) 100% para os bens produzidos por empresas de base tecnolgica de micro e pequeno

    porte; ... e bens produzidos no interior do Estado pertencentes a setores prioritrios.

    b) At 100% para os bens intermedirios que utilizem matrias-primas regionais; e

    produtos agropecurios pertencentes a setores prioritrios.

    c) 55% para bens de capital e bens de consumo destinados alimentao, vesturio e

    calados.

    d) Demais bens de consumo no enquadrados nos itens anteriores.

    Financiamentos disponibilizados pela Agncia de Fomento do Estado do Amazonas -

    AFEAM, nas seguintes condies:

    AFEAM Agrcola

    a) Financia:

    a.1) Investimentos fixos: construo, reforma ou ampliao de benfeitorias e instalaes

    permanentes; aquisio de mquinas e equipamentos; formao de lavouras

    permanentes; eletrificao rural.

    a.2) Investimentos semifixos: aquisio de tratores e implementos agrcolas de pequeno

    e mdio porte.

    a.3) Custeio: despesas normais que se destinem ao atendimento do ciclo produtivo de

    lavouras peridicas e da entressafra de lavouras permanentes.

    b) Beneficirios:

    Produtores rurais (pessoas fsicas e jurdicas), associaes/cooperativas de produtores

    rurais, pessoas fsicas ou jurdicas que, mesmo no sendo produtores rurais, se

    dediquem a atividades vinculadas ao setor.

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    AFEAM Industrial

    a) Financia:

    a.1) Investimentos fixos: todos, com exceo de terrenos e veculos de passeio.

    a.2) Investimentos mistos: parcela do capital de giro associada ao investimento fixo

    (limitada a 30% deste ltimo), inclusive todas as despesas pr-operacionais (com

    exceo de passagens e dirias de qualquer natureza e despesas com elaborao de

    projeto).

    Porte Inv. Fixos Custeio Limites financiveis:

    Mini-produtor R$ 40.000,00 R$ 30.000,00 At 90%;

    Pequeno produtor R$ 60.000,00 R$ 50.000,00 At 90%;

    Mdio produtor R$ 200.000,00 R$ 80.000,00 At 80%;

    Grande produtor R$ 500.000,00 R$ 150.000,00 At 80%;

    Tipo Itens de Investimento Financiveis:

    Mnimo Mximo Carncia Total:

    Fixos Mini e pequeno 3% 6% at 6 12;

    Mdio e grande 4% 8% at 6 12;

    Semifixos Mini e pequeno 3% 6% at 3 6;

    Mdio e grande 4% 8% at 3 6;

    Custeio Mini e pequeno 3% 6% at 2 2;

    Mdio e grande 4% 8% at 2 2 de carncias (meses);

    a.3) Capital de giro puro: como complemento dos investimentos comprovadamente

    realizados com recursos prprios ou de outras fontes, respeitando-se o nvel de

    participao permitido no programa (at 30% do investimento fixo realizado).

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    b) Beneficirios:

    Pessoas jurdicas de direito privado, de qualquer porte, que se dediquem explorao de

    qualquer atividade industrial de relevante interesse ao desenvolvimento do estado do

    Amazonas.

    e) Taxa de juros utilizada:

    Taxa de Juros de Longo Prazo . TJLP, que inclui a atualizao monetria.

    8. VOLUME DE PRODUO

    O Amazonas j h muito tempo deixou de ser o maior produtor nacional, sendo

    ultrapassado pela Bahia nos quesitos produo e produtividade, e pelo Mato Grosso

    em produtividade somente. Tais diferenas substantivas de produtividade, que podem

    ser vistas na Tabela 1, referem-se ao fato de o sistema de produo adotado na Bahia e

    Mato Grosso utilizar a combinao de grandes reas de monocultivo, irrigao, uso

    intensivo de defensivos agrcolas etc.

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    Dentro da produo do guaran em sementes, o maior potencial para o cultivo est no

    Amazonas, conforme ilustra a tabela abaixo.

    Tabela 2. Brasil: Produo de guaran em sementes.

    9. CONSUMO PER CAPITA

    No h dados sobre o consumo per capita de guaran disponveis, porm sabe-se que o

    guaran tem uma produo nacional de aproximadamente 4 mil toneladas/ano. Desse

    total, 90% absorvido pelo mercado interno.

    Dividindo o volume da produo e distribuio do guaran destinado ao mercado

    nacional pelo nmero de habitantes do pas em 2004, obtemos um consumo per capita

    de aproximadamente 20 gramas de guaran, conforme abaixo:

    - VT: Volume da produo e distribuio do guaran: 3.600 toneladas.

    - HB: Nmero de habitantes do Brasil em 2004 (Dados do IBGE): aproximadamente

    180 milhes de habitantes.

    - PC: Consumo per capita.

    VT/HB = PC

    3.600.000 = 0,020Kg, ou 20 gramas ao ano.180.000.000

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    10. VOLUME DE VENDAS

    O guaran brasileiro rende R$ 3,4 bilhes anuais em vendas. Hoje o pas j exporta para

    pases como Portugal, Espanha, Porto Rico e Japo.

    Adicionalmente, a Bahia produz o guaran orgnico, um artigo muito valorizado para

    exportao. Esse nicho de mercado vem sendo tambm explorado na regio do Baixo

    Sul, que envia guaran em p para a Alemanha, desde 1995. Nos ltimos quatro anos,

    as remessas anuais tm somado 4,5 toneladas, com remunerao de at 14 dlares por

    quilo. Na atual temporada, a expectativa a de repetir o volume de vendas de gros no

    mercado interno e embarcar para a Europa 6 toneladas de p.

    Em relao ao canal de comercializao das bebidas gaseificadas, atingiram um

    faturamento conjunto em 2001 de, pelo menos, R$ 644 mil (= R$ 4,60/kg x 140.000

    kg). Esta fatia de mercado tende a crescer, conforme a elevao da demanda de

    refrigerantes base de guaran, particularmente em outros pases de renda per capita

    mais elevada.

    11. PREO

    Para a categoria preo, foram aqui relacionados os valores gerais do negcio. Os

    preos das diferentes formas de comercializao do guaran esto dispostos no item 12

    (Agroindstria do Guaran).

    Os preos registrados para a safra do guaran referente aos anos de 2004/2005 no

    mostraram nenhuma variao, conforme ilustra a tabela abaixo:Tabela 3. Preos mnimos Safras de vero e de produtos regionais 2004/2005 e doNorte e Nordeste 2005 Produtos amparados por EGF (R$/unidade).

    Fontes: SPA-MAPA e MF.

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    J a semente torrada procedente de plantios tradicionais vendida entre R$ 3,00 a R$

    7,00 o quilo no Amazonas. O guaran orgnico, na avaliao dos pesquisadores, pode

    atingir o patamar de R$ 20,00 o quilo, tamanho o interesse do mercado por esse tipo

    de produto.

    O cultivo de guaran importante para o baixo sul da Bahia, onde proliferam as

    pequenas e micropropriedades, por ser uma atividade tpica de agricultura familiar, de

    acordo com a avaliao da agrnoma Ana Cristina dos Santos, chefe do escritrio da

    EBDA Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrcola, em Camamu. "Mas como os

    preos no cobrem o custo de produo, muitos agricultores esto abandonando as

    plantaes ou, no mnimo, deixando de lado os tratos culturais e a aplicao de

    insumos", conta ela. "Embora ainda no existam dados oficiais sobre a ltima safra,

    possvel que a produo baiana tenha sido reduzida metade por conta dessa situao",

    afirma Barachisio Casali, chefe do escritrio da Ceplac Comisso Executiva do Plano

    da Lavoura Cacaueira, em Ituber. A principal reivindicao de agricultores e entidades

    locais que o governo federal faa valer o preo mnimo estabelecido para o guaran,

    no valor de 4,36 reais por quilo de semente. Entre outras providncias, tambm

    propem ao governo estadual a instalao de unidades agro-industriais na regio para o

    aproveitamento e obteno de extratos do produto.

    12. AGROINDSTRIA DO GUARAN

    O produto apresenta grande potencial para os mercado internos e externo e vem sendo

    comercializado sob as formas de refrigerantes, basto, p e xarope. Estudos mostram

    que tem sido crescente a participao relativa do produto no mercado, nas formas derefrigerante e guaran em p, enquanto tem decrescido sensivelmente o consumo de

    basto.

    - P

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    O gro torrado, ao ser modo, fornece o guaran em p. Esta forma pouco usada pelos

    agricultores, porm uma das mais correntes no comrcio varejista.

    A industrializao do p de guaran pode ser em: a) frascos de plstico transparentes

    com tamanhos variados e b) cpsulas gelatinosas de 500mg, processadas em mquinas

    de encapsular e colocadas em frascos.

    O guaran em p vendido em frascos de 50g, 150g e 300g, alm de caixas de isopor

    de 20kg. Em Manaus, os preos do p variam de R$ 4,90 (frasco com 50g) a R$ 15,90

    (frasco com 200g), sendo a mdia observada em torno de R$ 13,00 o quilo (kg) do

    guaran em p embalado.

    - Xarope de Guaran

    Em forma de xaropes e essncias para refrigerantes, predominantemente utilizada por

    indstrias de considervel tecnologia e nvel de capitalizao.

    uma bebida produzida a partir do extrato e do aroma natural extrado das sementes de

    guaran, dentro das melhores tcnicas de fabricao de xarope.

    Muito embora a produo de xarope tenha sofrido incremento de mais de 70% nas

    ltimas duas dcadas, sua participao relativa no mercado tem cado.

    O xarope comercializado em garrafinhas tipo pet de 500ml, 900ml, 2 litros e 5 litros e

    seus preos variam de R$ 2,00 a R$ 20,00 no varejo. No foram encontrados dados de

    preo no atacado.

    - Basto

    Aps torrado, o gro triturado, pilado e misturado com gua, formando uma pasta,

    moldada em forma de basto. Ocorre, ento, um processo de panificao por

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    defumao, que consolidar o formato comercial. Este processo usado tambm para

    trabalhos em artesanato.

    A fabricao do basto ainda incipiente e os mais tradicionais so os de cores escuras,

    que ficam cerca de 30 dias defumando.

    Seu preo de venda atinge R$ 10,00 por barra, o que permitiu estimar uma receita

    mdia, durante o ano de 2000, de R$ 500 mil por empresa beneficiadora, ou R$ 42 mil

    por ms, aproximadamente.

    Deve-se observar que se trata de um produto cujo mercado consumidor aparece como

    economicamente restrito, formado pelos habitantes de Maus e Mato Grosso, de renda

    per capita reduzida e que prefere adquirir o basto para posterior obteno do p por

    ralagem em decorrncia de um entendimento de que este seria um produto mais puro, de

    difcil falsificao, o que no aconteceria com o guaran em p, adultervel pela adio

    de p de serragem de madeira.

    - Ramas

    o gro torrado, a forma mais utilizada pelos agricultores amazonenses, para a venda

    cooperativas, indstrias ou intermedirios, principais consumidores do produto neste

    formato.

    Os guaranaicultores de Maus vendem, hoje, seu guaran em ramas por preos que

    variam entre R$ 4,60 e R$ 5,00 o quilo.

    13. OFERTA E DEMANDA

    A diversificao dos subprodutos do guaran tem refletido na expanso da demanda por

    p e extrato lquido. Isso se deve ao crescente interesse por parte dos laboratrios,

    farmcias e lojas de produtos naturais na utilizao de bases pricas (cafena,

    teobromina e teofilina) do guaran, para a fabricao de produtos diversos, a exemplo

    de alguns energizantes que se encontram no mercado. Atualmente a demanda no est

    sendo suprida pela oferta, que tem diminudo em funo de problemas fitossanitrios naprincipal regio produtora de guaran, Maus, no estado do Amazonas.

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    Assim, muito embora nos ltimos anos a economia do guaran tenha decado, o

    mercado continua vido pelo produto. Segundo os pesquisadores da rea, a atual

    estagnao vivida pelo mercado consumidor est diretamente relacionada com a

    reduo da oferta, que vem inviabilizando a realizao de inmeros contratos decomercializao, por falta de condies para assumir encargos contratuais relativos

    no-entrega do produto.

    Apesar do Brasil ser o maior produtor de guaran do mundo, alguns fatores

    desestimulam a cultura do guaran no Amazonas, como perda de mercado, baixo

    retorno financeiro e produtividade inexpressiva. O domnio do mercado pela Bahia a

    partir da dcada de 80 e a sua elevada produo, que, segundo o IBGE, em 2002 foi de

    2.680 toneladas, equivalente a 66,0% da produo brasileira (4.032 toneladas), contra

    713 toneladas do Amazonas (17,7%), alm de outras distores na comercializao do

    produto, tm provocado a queda no preo da semente. Ainda de acordo com o IBGE, o

    valor pago pelo guaran vem caindo desde 1994, ano em que foi vendido, em mdia, a

    cerca de US$ 5,00 o quilo da semente seca, caindo para US$ 0,80 em 2001, ou seja,

    perda real de mais de 80% de seu valor. Alm disso, a produo do Amazonas alterna

    perodos de maior e menor quantidade de sementes colhidas, o que no interessante

    para a indstria, que necessita de oferta contnua do produto.

    Como conseqncia, os empresrios buscam fornecedores mais consistentes, tendo, ao

    final, perda do mercado de grande escala pelos produtores do Amazonas.

    Na Bahia, a semente seca do guaran vendida por um valor muito baixo, que mal

    cobre os custos de produo. O preo praticado na Bahia to baixo porque quase toda

    indstria de xarope de guaran para a confeco de gaseificados, a grande consumidora

    da semente, est localizada em Manaus. Assim os produtores baianos no tm para

    quem vender toda a produo, a no ser para o Amazonas. Mesmo com preos em

    baixa, a produo constante, com leve tendncia de aumentar, pois o clima e o solo da

    Bahia so altamente propcios cultura (com os produtores fazendo os tratos culturais

    adequados) e so mais resistentes que as pragas e doenas do guaranazeiro encontrados

    no Amazonas.

    Mas apesar disso tudo, a oferta de guaran continuar alta, pois grandesempreendimentos esto sendo montados no Amazonas; uma nica empresa j possui

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    mais de 400 hectares plantados de guaranazeiros clonados. Parte desse plantio j est

    sendo colhido e estima-se que a produo total no ano de 2008 atinja por volta de 160

    mil quilos de sementes secas. Alm disso, o Estado do Mato Grosso tambm desponta

    como um grande competidor, pois sua produo passou de 173 toneladas em 1992 para432 toneladas em 2002, aumento de 150%, enquanto a rea plantada passou de 791 para

    893 hectares, aumento de 10%, ou seja, aumento expressivo da produtividade em

    detrimento dos custos.

    A produtividade do Amazonas baixa (cerca de 150 kg/ha), e a dos pequenos

    produtores menor ainda, sendo comum colheitas de 30 a 50 kg/ha. Se os produtores

    adotassem as tecnologias que envolvem o manejo correto da cultura, aliado ao uso de

    mudas originadas de plantas melhoradas, tecnologia que a Embrapa j disponibilizou

    para a regio, a produtividade seria de pelo menos 400 kg/ha.

    Tudo isso indica que no ir faltar guaran no mercado, e mesmo que falte, a indstria

    pode utilizar cafena artificial, como j foi ventilado h alguns anos. provvel que haja

    excesso de guaran, com tendncia de pelo menos manuteno dos preos atuais da

    semente, a no ser que haja uma exploso nos prximos anos de seu consumo,

    principalmente na forma de refrigerantes, o que provavelmente no acontecer em razoda forte concorrncia e diversificao de produtos neste setor.

    Desta forma, se a guaranaicultura familiar do Amazonas no der um salto de qualidade

    nos prximos anos e diversificar as culturas plantadas, com forte apoio do governo

    atravs de uma assistncia tcnica competente, uso de tecnologia, conquista e criao de

    novos mercados, o pequeno agricultor amazonense de guaran, em sua maioria, ir

    desaparecer.

    14. DIMENSO DOS MERCADOS DE DESTINO

    Do total da produo de guaran que o pas produz, verifica-se a seguinte destinao

    aproximada:

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    Tabela 4. Destinao da produo de guaran.

    MercadoQuantidade(toneladas)

    Participao(%)

    Indstria de refrigerantes 1.250 44

    Indstria de extratos, xaropes, p, etc. 700 24,5

    Laboratrios 600 21

    Exportao "in natura" 300 10,5

    Total 2.850 100

    J os produtores de guaran em rama de Maus encaminham sua produo, atualmente,

    para quatro canais distintos de comercializao (Tabela 5). O primeiro deles a venda

    para as indstrias de bebidas localizadas em Manaus, especialmente a AMBEV, que

    manufatura o xarope a ser consumido em suas fbricas de refrigerantes em Manaus

    (marcas BRAHMA e ANTARCTICA). S esta empresa absorve aproximadamente 70%

    do guaran em sementes anualmente produzidas em Maus, equivalente, em 2000, a

    168 toneladas e, em 2001, a 140 toneladas de matria-prima processada.

    Tabela 5. Canais de comercializao de Maus - 1999

    Produto Canal / Destino Quantidade (em Kg) % do total

    Sementes

    torradas (ramas)

    Indstria de refrigerantes /

    Manaus-AM 200.000 71,4Sementestorradas (ramas) Exportaes / Japo 1.342 0,5

    PExportaes oficiais / MatoGrosso 2.452 0,8

    BastesExportaes oficiais / MatoGrosso 15.398 5,5

    Ramas + P +Bastes

    Exportaes no declaradas(estimativa) / Mato Grosso 60.808 21,8

    TOTAIS 280.000 100

    Fonte dos dados brutos: Ministrio da Agricultura - Manaus/AMElaborao: ISAE/FGV

    O segundo canal de comercializao a exportao direta das sementes para o Japo.

    A exportao no oficial para Mato Grosso das sementes o terceiro canal de

    comercializao e o quarto a venda das ramas para os cerca de vinte moinhos

    beneficiadores de guaran em Maus, sendo que todos produzem bastes e somente

    trs produzem o p. Os bastes so destinados ao consumo interno do prprio

    municpio, revenda para Manaus e ao estado do Mato Grosso. Ofertaram, em 2000,

    um volume aproximado de 100 toneladas de guaran em bastes, o que representou

    cerca de 1 milho de unidades (1 basto = 100 gramas). J o p de guaran destina-se

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    a Manaus, sendo embalado pela indstria de fitofrmacos. Este canal representa 30%

    da oferta anual de guaran em rama, assim dividido: os bastes absorveram 20%, ou

    seja, 48 toneladas em 2000 e 40 toneladas em 2001; j o p absorveu 10%, isto , 24

    toneladas em 2000 e 20 toneladas em 2001. Os principais problemas da produo deguaran devem-se : a) elevado preo das mudas clonadas de guaran para os

    pequenos produtores e b) baixa produtividade dos plantios, tendo em vista a

    resistncia dos guaranaicultores em aplicar as modernas tcnicas de cultivo

    (especialmente a seleo de boas mudas e a aplicao dos tratos culturais

    recomendados). Os produtores condicionam a adoo dessas tcnicas elevao do

    preo de mercado do guaran em sementes.

    15. EXPORTAES E IMPORTAES

    O guaran j um produto certificado pela Associao de Certificao Instituto

    Biodinmico IBD (empresa brasileira que desenvolve atividades de inspeo e

    certificao agropecuria, de processamento e de produtos extrativistas, orgnicos e

    biodinmicos), e caiu no gosto dos americanos, europeus e asiticos. Segundo

    informaes do programa de melhoria gentica do guaranazeiro da Embrapa, a

    produo ter que dobrar nos prximos trs anos para atender demanda do mercado

    externo. A produo se mantm estvel h dez anos, com um volume, em mdia, de 3,5

    mil toneladas/ano, mas, com as exportaes, esse volume ter que dobrar. Os embarques

    para os pases da Amrica, Europa e sia crescem cerca de 20% ao ano.

    O Brasil exporta, no total, cerca de 300 a 500 toneladas de guaran por ano, o que

    representa aproximadamente R$ 21 milhes. O valor quase insignificante quandocomparado aos R$ 4,1 bilhes lucrados, por exemplo, com a exportao do acar em

    2003.

    O projeto Ona Organizao Ncleo de Comunidades Agrcolas, de Tapero, envia

    guaran em p para a Alemanha desde 1995; nos ltimos quatro anos, as remessas

    anuais tm somado 4,5 toneladas, com remunerao de at 14 dlares por quilo. A

    expectativa a de repetir o volume de vendas de gros no mercado interno e embarcar

    para a Europa pelo menos 6 toneladas de p, embora o valor oferecido pelos

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    importadores tenha cado para 7 dlares pelo quilo do produto.

    O guaran, por ser um produto 100% brasileiro, no apresenta a necessidade de

    importao da semente, sendo este crescentemente produzido para fins de exportao.

    16. CONCORRNCIA

    No foram identificados concorrentes diretos da semente de guaran nos mercados

    nacional e internacional.

    Quanto aos produtos industrializados, somente possvel relacionar mercadosconcorrentes para os refrigerantes, onde podemos destacar aqueles elaborados base de

    cola, laranja, limo, entre outros.

    Dentro do segmento de produtos substitutos, podemos relacionar o caf e o ginseng.

    O teor da cafena, substncia conhecida pelo seu efeito estimulante, encontrado na

    semente do guaran varia de 2,0 a 4,8% . Estes teores so bem superiores aos do caf (1

    a 2 %), mate (1%) e cacau (0,4%). O ndio utiliza o guaran em substituio ao caf damanh (costume do povo mato-grossense tambm) e como alimento em outras

    refeies, porque possui alto teor protico que contribui para reduzir a necessidade de

    ingesto de massa alimentar.

    Pesquisadores do Instituto de Botnica da USP comprovaram que o Guaran em p

    substitui com vantagens o Ginseng, utilizado como estimulante psicomotor e

    afrodisaco, importado a custos elevados da Coria e EUA.

    17. INVESTIMENTO INICIAL E RECUPERAO DE CAPITAL

    A tabela abaixo ilustra o investimento total na produo anual do guaran e a

    rentabilidade (em %).

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    Tabela 6. Investimento total na produo anual do guaran.Produto Produo anual Investimento

    totalCusto total(Em milUS$)

    Receitatotal

    Margemdelucro %

    Rentabilidade%

    Perodode retorno

    Guaran 107 mil sachs de

    100g, 57 milfrascos com 70cpsulas e 7 milfrascos de 50gguaran em p

    136,5 319,7 438,9 20,16 64,84 1 ano e 7

    meses

    Para os diferentes tipos de negcios, foram encontradas as seguintes informaes:

    Tipo de negcio: cultivo de guaranazeiro

    Produto: produo comercial de ramas (sementes de guaran torradas)

    rea de plantio: 114 hectares.

    Produtividade: 400 kg/ano de ramas por hectare.

    Necessidade de mo-de-obra: 20 trabalhadores.

    Mercado consumidor: agroindstria de guaran em p.

    Investimento Total: R$ 912.201,31.

    Receita Total Mdia: R$ 225.420,28.

    Custo Total Mdio: R$ 196.427,15.

    Custo Total Mdio por kg de produto: R$ 4,31.

    Lucro Lquido Mdio: R$ 28.993,13.

    Margem de Lucro Mdia (Lucro Lquido Mdio / Receita Total Mdia): 12,86 %.

    Rentabilidade Mdia (Lucro Lquido Mdio / Investimento Total): 3,07 %.

    Ponto de Nivelamento (quantidade mnima que a empresa deve produzir para a receita

    igualar-se despesa): 30.762 kg/ano (= 67,55 % da Produo Comercial).

    Taxa Interna de Retorno (custo de oportunidade do capital comparado a qualquer outra

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    aplicao financeira): 3,41 % ao ano.

    Tempo de Retorno do Capital investido: 16,67 anos.

    Valor Presente Lquido (considerando uma taxa externa de retorno no mercado

    financeiro de 19% ao ano): R$ 548.813,03.

    Tipo de negcio: agroindstria

    Produto: guaran em p.

    Capacidade Instalada: 65.000 kg de guaran em rama.

    Produo anual: 45.455 kg de guaran em p.

    Nmero de funcionrios: 19 funcionrios.

    rea de plantio necessria para o abastecimento da indstria: 162,50 hectares.

    Mercado consumidor: mercado nacional e regional.

    Investimento Total: R$ 205.971,84.

    Receita Total Mdia: R$ 579.090,91.

    Custo Total Mdio: R$ 545.017,08.

    Lucro Lquido Mdio: R$ 34.073,83.

    Margem de Lucro Mdia (Lucro Lquido Mdio / Receita Total Mdia): 5,88 %.

    Rentabilidade Mdia (Lucro Lquido Mdio / Investimento Total): 16,54 %.

    Ponto de Nivelamento (quantidade mnima que a empresa deve produzir para a receita

    igualar-se despesa): 31.845,77 kg/ano (= 70,06 % da Produo Comercial Mxima).

    Taxa Interna de Retorno (custo de oportunidade do capital comparado a qualquer outra

    aplicao financeira): 20,6 % ao ano.

    Tempo de Retorno do Capital investido: 5,11 anos.

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    Valor Presente Lquido (considerando uma taxa externa de retorno no mercado

    financeiro de 19% ao ano): R$ 16.854,27.

    18. EXIGNCIAS LEGAIS DE MERCADO

    Um conjunto de exigncias legais garante ao consumidor brasileiro um alimento seguro,

    dentro de um padro mnimo de qualidade e um ambiente seguro e saudvel para o

    trabalhador responsvel pela sua produo e preparao para o mercado, um

    PRODUTO EM ORDEM.

    Um conjunto de rgos federais, estaduais e municipais responsvel pelo

    estabelecimento dos procedimentos corretos:

    1. ANVISA Agncia de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade, que tem o

    objetivo de Proteger e promover a sade da populao garantindo a segurana sanitria

    de produtos e servios. A ANVISA trabalha em estreita parceria com agncias

    estaduais e municipais, responsveis pela fiscalizao da obedincia s leis federais e

    que podem estabelecer regulamentos prprios, desde que no firam as leis federais.

    2. MTE Ministrio do Trabalho e do Emprego, que tem o objetivo de garantir

    relaes justas de trabalho e condies de sade e segurana no trabalho. A CLT -

    Consolidao das Leis do Trabalho, foi estabelecida pelo Decreto-Lei 5.452 de 1 de

    maio de 1943.

    3. MAPA Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, que tem o objetivo

    de Formular e implementar as polticas para o desenvolvimento do agronegcio,integrando os aspectos de mercado, tecnolgicos, organizacionais e ambientais, para o

    atendimento dos consumidores do Pas e do exterior, promovendo a segurana

    alimentar, a gerao de renda e emprego, a reduo das desigualdades e a incluso

    social. Dois de seus principais programas so o de Classificao e o de Registro de

    Agrotxicos. O Programa de Classificao visa estabelecer os padres de qualidade dos

    produtos, estabelecer regulamentos tcnicos de identidade e qualidade dos produtos na

    sua comercializao (as normas de classificao) e fiscalizar a sua adoo. O Programa

    de Registro de Agrotxicos tem por objetivo regulamentar o uso dos defensivos

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    agrcolas nas diversas culturas para as quais foram recomendados e aprovados. No

    estado de So Paulo, esse programa desenvolvido em parceria com a Coordenadoria

    de Defesa Agropecuria da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

    4. INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial.

    Autarquia federal, vinculada ao Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio

    Exterior. Um dos seus principais objetivos Verificar a observncia das normas

    tcnicas e legais, no que se refere s unidades de medida, mtodos de medio, medidas

    materializadas, instrumentos de medio e produtos pr-medidos. O INMETRO

    trabalha em estreita parceria com o IPEM (Instituto de Pesos e Medidas) de cada estado,

    que se responsabiliza pela fiscalizao das leis federais.

    5. IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

    Renovveis, rgo do Ministrio do Meio Ambiente. A sua atividade de fiscalizao

    objetiva garantir que os recursos naturais do pas sejam explorados racionalmente, em

    consonncia com as normas e regulamentos estabelecidos para a sua sustentabilidade,

    visando diminuir a ao predatria do homem sobre a natureza. O IBAMA trabalha em

    estreita parceria com os rgos estaduais de fiscalizao no Estado de So Paulo,

    atravs do Departamento Estadual de Proteo aos Recursos Naturais da SecretariaEstadual de Meio Ambiente, que tem como um de seus braos operacionais a Polcia

    Florestal.

    2. QUALIDADE DO PRODUTO

    2.1. Microbiolgica

    A anlise microbiolgica permite a identificao dos microorganismos eventualmente

    presentes em um dado produto, o tamanho da sua populao e a verificao de sua

    potencialidade em causar uma DTA (Doena transmitida por alimentos). A DTA

    causada pela ingesto de um alimento contaminado por um agente infeccioso especfico,

    ou pela toxina por ele produzida, por meio da transmisso desse agente ou de seu

    produto txico. Entre as DTAs esto: amebase, nusea, vmito, diarria, clera, febre,

    febre tifide, giardase, hemorragia gstrica, hepatite A, leptospirose, tifo e outras.

    Para avaliar a qualidade microbiolgica so avaliados dois tipos de microorganismos:Salmonella spp e os coliformes fecais. A ocorrncia desses microorganismos em

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    alimentos evidencia contaminao pscolheita e prticas de higiene aqum dos padres.

    A ocorrncia ou no de coliformes fecais um timo indicativo dos procedimentos

    higinicos utilizados no manuseio do alimento e da ocorrncia de outros

    microorganismos patognicos sade humana, pois um indicador de contaminaofecal. A ocorrncia de Salmonella indica a presena de uma das mais importantes

    bactrias que causam intoxicaes alimentares.

    Alm disso, a identificao de Salmonella e coliformes fecais requer, do ponto de vista

    laboratorial, tcnicas simples e econmicas, ao contrrio daquelas necessrias

    identificao de outros microorganismos patognicos. A fiscalizao da obedincia aos

    padres microbiolgicos competncia das agncias de vigilncia sanitria municipal.

    estadual e federal. No existe tolerncia para a ocorrncia de Salmonella em frutas,

    hortalias (legumes, verduras e cogumelos) e razes e tubrculos. Existe tolerncia para

    uma pequena ocorrncia de coliformes fecais para frutas frescas, cogumelos e razes e

    tubrculos. No existe tolerncia para a ocorrncia de coliformes fecais nas hortalias

    frescas - Base Legal (1).

    2.2. Resduo de agrotxico

    Os defensivos agrcolas ou agrotxicos surgiram ao longo do desenvolvimento

    tecnolgico da agricultura. A concentrao de plantas com as mesmas caractersticas,

    num mesmo local, gerou o aumento de pragas e doenas e da a necessidade de

    control-las, para garantir a produtividade e a qualidade do produto agrcola e o

    abastecimento da populao.

    Ao longo do tempo, o homem passou a compreender que os agroqumicos podem ter

    efeitos nocivos ao meio ambiente, sade humana e aos inimigos naturais das pragas.Por essa razo, foram criados mecanismos de segurana, para prevenir problemas

    sade humana e ao meio ambiente, para evitar o surgimento de resistncia aos

    princpios ativos utilizados e para incentivar o uso do manejo integrado de pragas e

    doenas e o uso de produtos menos txicos.

    A legislao brasileira muito exigente. Existe um sistema complexo de registro de

    agrotxicos, especfico para cada cultura. O produto precisa atender s exigncias de

    eficincia agronmica, do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, de

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    inocuidade sade humana, do Ministrio da Sade e ao meio ambiente, do Ministrio

    do Meio Ambiente. O desenvolvimento de um novo princpio ativo muito caro e

    demorado.

    A utilizao de agrotxicos sem registro um grande problema da horticultura. Fica

    impossvel garantir a segurana de um alimento quando ele mostra resduo de um

    princpio ativo no testado para aquela cultura.

    A competncia para a fiscalizao do registro do agrotxico para a cultura do

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento em parceria com a Coordenadoria

    de Defesa Agropecuria da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de So

    Paulo. A verificao de resduos nos alimentos de responsabilidade do Ministrio daSade - Base Legal (2).

    2.3. Classificao

    Classificao a comparao do produto com padres preestabelecidos.

    O julgamento obtido dessa comparao que permite fazer o enquadramento do

    produto em grupo, classe e categoria, tornando possvel uma interpretao nica. Um

    produto classificado um produto separado por tamanho, cor, qualidade de modo a se

    obter no final, lotes homogneos e caracterizados de maneira clara e mensurvel.

    A lei que instituiu a classificao de produtos vegetais, subprodutos e resduos de valor

    econmico, determinou a obrigatoriedade de classificao quando destinados

    diretamente alimentao humana; nas operaes de compra e venda do poder Pblico;

    nos portos, aeroportos e postos de fronteiras, quando da importao. Os padres oficiais

    so estabelecidos pelo Ministrio da Agricultura e do Abastecimento, que tambm orgo responsvel pela fiscalizao do produto. Todo o produto vegetal destinado ao

    consumo humano possui uma norma de classificao oficializada, e deve ser

    acompanhado pelo seu certificado de classificao - Base Legal (3).

    2.4. Embalagem

    A embalagem instrumento de proteo e de movimentao do produto da produo ao

    consumo. A funo primordial da embalagem de proteo do produto, preservando asua qualidade original. Permitir e facilitar a movimentao do produto, o seu transporte

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    e a sua exposio so outras das funes das embalagens. A embalagem deve ser

    adequada s peculiaridades do produto, reduzindo danos e perdas, oferecendo

    resistncia no empilhamento e umidade, boa capacidade de ventilao, bom efeito

    para exposio visual, higiene e respeito ao ambiente.

    A embalagem deve permitir a paletizao, isto , um sistema de unitizao de cargas, no

    qual as embalagens so empilhadas sobre uma plataforma mvel, usualmente

    constituda por um estrado de madeira retangular com medidas de 1,00 x 1,20m (palete),

    movimentada atravs de empilhadeiras. A unitizao de cargas requer embalagens

    padronizadas em tamanhos modulares, tanto em relao s medidas da base quanto em

    altura, para permitir o empilhamento estvel. Finalmente, as embalagens devem atender

    a critrios de economicidade, que levem em conta no s o custo unitrio das

    embalagens, mas tambm a equao final de custo/benefcio, considerando-se a reduo

    de perdas e as economias advindas da movimentao de cargas unitizadas.

    A fiscalizao da legislao que regulamenta as embalagens executada em ao

    conjunta entre os Ministrios da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, da Sade e da

    Indstria e Comrcio - Base Legal (4).

    2.5. Rotulagem

    A rotulagem identifica o produto, a sua quantidade, a sua origem e o responsvel por

    sua produo. uma exigncia legal a ser obedecida pelos fornecedores de alimentos e

    outros produtos industrializados. um direito do consumidor e imprescindvel

    garantia da segurana alimentar da populao. A ausncia ou deficincia de rotulagem

    na grande maioria das embalagens de frutas, legumes e verduras, sem dvida, um fator

    de atraso nas relaes comerciais do setor. A falta de rotulagem do produto na origemdificulta sua identificao nas etapas posteriores de comercializao. Por outro lado, a

    rotulagem, compreendida pela inscrio ou aposio, sob quaisquer formas, das

    informaes sobre o produto e sua procedncia, poder contribuir decisivamente para a

    melhoria da qualidade dos produtos vegetais frescos. O produtor, ao se identificar e

    informar as caractersticas do produto assume sua responsabilidade pela colocao desse

    produto no mercado. Essa responsabilidade diz respeito obrigao em oferecer para o

    consumo um alimento que atenda aos padres de qualidade minimamente aceitveis,tanto no que se refere s caractersticas aparentes, quanto aos atributos ocultos. Essa

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    exigncia fiscalizada pelo Ministrio da Sade, Base Legal (5), e a indicao

    quantitativa na rotulagem de competncia de fiscalizao do Ministrio da Indstria e

    Comrcio - Base Legal (6).

    19. PADRO DE QUALIDADE SANITRIA

    O rgo responsvel pelo controle da qualidade dos alimentos a Agncia Nacional de

    Vigilncia Sanitria ANVISA. Para o mercado de aa (fruta, palmito, polpa, suco)

    foram encontradas as seguintes normas:

    REGULAMENTO TCNICO SOBRE OS PADRES MICROBIOLGICOS

    PARA ALIMENTOS

    1. ALCANCE

    1.1 OBJETIVO:

    Estabelecer os Padres Microbiolgicos Sanitrios para Alimentos especificados no

    Anexo I e determinar os critrios para a Concluso e Interpretao dos Resultados dasAnlises Microbiolgicas de Alimentos Destinados ao Consumo Humano especificados

    no Anexo II.

    5. PROCEDIMENTOS E INSTRUES GERAIS

    5.1. As metodologias para amostragem, colheita, acondicionamento, transporte e para

    anlise microbiolgica de amostras de produtos alimentcios devem obedecer ao

    disposto pelo Codex Alimentarius; "International Commission on MicrobiologicalSpecifications for Foods" (I.C.M.S.F.); "Compendium of Methods for the

    Microbiological Examination of Foods" e "Standard Methods for the Examination of

    Dairy Products" da American Public Health Association (APHA)"; "Bacteriological

    Analytical Manual" da Food and Drug Administration, editado por Association of

    Official Analytical Chemists (FDA/AOAC), em suas ltimas edies e ou revises,

    assim como outras metodologias internacionalmente reconhecidas.

    5.1.1. Caso sejam utilizados outros mtodos laboratoriais, ou suas modificaes, que

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    no estejam referendados nos dispostos indicados no item 5.1., os mesmos devem ser

    validados por estudos comparativos intra e inter laboratoriais que certifiquem que os

    resultados obtidos por seu uso sejam equivalentes aos das metodologias citadas. Os

    registros dos processos de validao das metodologias tambm devem estar disponveissempre que necessrio e devem cumprir com os expostos em 5.1.

    5.2. Deve-se proceder a colheita de amostras dos alimentos em suas embalagens

    originais no violadas, observando a quantidade mnima de 200g ou 200mL por unidade

    amostral. Quando se tratar de produtos granel, ou de pores no embaladas na

    origem, deve-se cumprir as Boas Prticas de Colheita constantes nas referncias do item

    5.1. Respeitando-se a quantidade mnima necessria. Aceitam-se excees para os casos

    relacionados elucidao de DTA, e de rastreamento de microrganismos patognicos.

    No caso de investigao de DTA devem ser colhidas as sobras dos alimentos

    efetivamente consumidos pelo(s) afetado(s).

    5.2.1. No caso de alimentos comercialmente estreis, cada unidade da amostra

    indicativa deve ser composta de no mnimo 3 (trs) unidades do mesmo lote, para fins

    analticos. Da mesma forma, quando se tratar da aplicao do plano de amostragem

    estatstica, deve-se efetuar a colheita de, no mnimo, 3 conjuntos de unidades amostrais.

    5.3. Dispensa-se a colheita da amostra sempre que o produto estiver alterado e ou

    deteriorado.

    Entende-se por produto alterado ou deteriorado o que apresenta alterao(es) e ou

    deteriorao(es) fsicas, qumicas e ou organolpticas, em decorrncia da ao de

    microrganismo e ou por reaes qumicas e ou fsicas.

    5.3.1.Nestes casos, as intervenes legais e penalidades cabveis no dependem das

    anlises e de laudos laboratoriais. Excetuam-se os casos em que a amostra estiver

    implicada em casos de DTA para rastreamento de microrganismos patognicos ou

    toxinas.

    5.4. As amostras colhidas para fins de anlise de controle e fiscal devem atender aos

    procedimentos administrativos estabelecidos em legislao especfica.

    5.5. A amostra deve ser enviada ao laboratrio devidamente identificada e em condies

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    adequadas para anlise, especificando as seguintes informaes: a data, a hora da

    colheita, a temperatura (quando pertinente) no momento da colheita e transporte, o

    motivo da colheita, a finalidade e o tipo de anlise, as condies da mesma no ponto da

    colheita e outros dados que possam auxiliar as atividades analticas.

    5.5.1. Na emisso do laudo analtico, a concluso e interpretao dos resultados das

    anlises microbiolgicas devem seguir o disposto no Anexo II.

    5.6. No laboratrio, a amostra submetida inspeo para avaliar se apresenta

    condies para a realizao da anlise microbiolgica. Nas seguintes situaes, a anlise

    no deve ser realizada, expedindo-se laudo referente condio da amostra:

    a) quando os dados que acompanham a amostra revelarem que a mesma, no ponto de

    colheita, se encontrava em condies inadequadas de conservao ou

    acondicionamento;

    b) quando a amostra embalada apresentar sinais de violao;

    c) quando a amostra no embalada na origem tiver sido colhida e ou acondicionada e ou

    transportada em condies inadequadas;

    d) quando a amostra apresentar alteraes ou deteriorao visvel;

    e) quando a identificao da amostra no cumprir com o disposto no item 5.5. destes

    Procedimentos e Instrues Gerais.

    5.6.1.Excees so aceitas quando a amostra estiver implicada em casos de DTA para

    rastreamento de microrganismos patognicos ou toxina. A amostra deve vir

    acompanhada de relatrio adicional com informaes que permitam direcionar a

    determinao analtica pertinente.

    5.7. Para fins analticos, os padres microbiolgicos descritos no Anexo I deste

    Regulamento referem se aos resultados de anlise de alquotas obtidas da amostra, de

    acordo com as referncias que constam do item 5.1 deste Regulamento.

    5.8. Planos de amostragem

    5.8.1. Para fins de aplicao de plano de amostragem entende-se:

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    a) m: o limite que, em um plano de trs classes, separa o lote aceitvel do produto ou

    lote com qualidade intermediria aceitvel.

    b) M: o limite que, em plano de duas classes, separa o produto aceitvel do

    inaceitvel. Em um plano de trs classes, M separa o lote com qualidade intermediria

    aceitvel do lote inaceitvel. Valores acima de M so inaceitveis.

    c) n: o nmero de unidades a serem colhidas aleatoriamente de um mesmo lote e

    analisadas individualmente. Nos casos nos quais o padro estabelecido ausncia em

    25g, como para Salmonella spe Listeria monocytogenese outros patgenos, possvel

    a mistura das alquotas retiradas de cada unidade amostral, respeitando-se a proporo

    p/v (uma parte em peso da amostra, para 10 partes em volume do meio de cultura emcaldo).

    d) c: o nmero mximo aceitvel de unidades de amostras com contagens entre os

    limites de m e M (plano de trs classes). Nos casos em que o padro microbiolgico seja

    expresso por "ausncia", c igual a zero, aplica-se o plano de duas classes.

    5.8.2. Tipos de plano

    a) Duas classes: quando a unidade amostral a ser analisada pode ser classificada como

    aceitvel ou inaceitvel, em funo do limite designado por M, aplicvel para limites

    qualitativos.

    b) Trs classes: quando a unidade amostral a ser analisada pode ser classificada como

    aceitvel, qualidade intermediria aceitvel ou inaceitvel, em funo dos limites m e

    M. Alm de um nmero mximo aceitvel de unidades de amostra com contagem entre

    os limites m e M, designado por c. As demais unidades, n menos c, devem apresentarvalores menores ou iguais a m. Nenhuma das unidades n pode apresentar valores

    superiores ao M.

    5.8.3. Situaes de aplicao dos planos de amostragem:

    5.8.3.1. Para os produtos relacionados no Anexo I do presente Regulamento no caso de

    avaliao de lotes e ou partidas, adotam-se os planos estatsticos mnimos (planos de

    trs classes), conforme constam no referido Anexo.

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    5.8.3.2. Nos casos onde o plano estatstico mencionado no item anterior no conferir a

    proteo desejada, devidamente justificada, pode-se recorrer a complementao de

    amostra, conforme as referncias indicadas no item 5.1. destes Procedimentos.

    5.8.3.3. Quando nos pontos de venda ou de qualquer forma de exposio ao consumo, o

    lote ou partida do produto alimentcio estiver fracionado ou de alguma forma no

    disponvel na sua totalidade ou quando o nmero total de unidades do lote for igual ou

    inferior a 100 (cem) unidades, ou ainda, o produto estiver a granel, pode-se dispensar a

    amostragem estatstica e proceder a colheita de uma amostra indicativa, aplicando-se o

    plano de duas classes.

    5.8.3.4. Quando da existncia do plano de duas classes onde o c igual a zero, o resultadopositivo de uma amostra indicativa interpretado para todo o lote ou partida. O mesmo

    se aplica quando for detectada a presena de toxinas em quantidades suficientes para

    causar doena no consumidor.

    5.9. Consideraes sobre os grupos de microrganismos pesquisados

    5.9.1. A denominao de "coliformes a 45C" equivalente denominao de

    "coliformes de origem fecal" e de "coliformes termotolerantes". Caso seja determinadaa presena de Escherichia coli, deve constar no laudo analtico.

    5.9.2. A determinao de clostrdio sulfito redutor a 460C tem por objetivo a indicao

    de Clostridium perfringens. Caso seja determinada a presena de C.perfringens, deve

    constar o resultado no laudo analtico. Este critrio consta como "C.sulfito redutor a

    460C" no Anexo I do presente Regulamento.

    Nota: No que se refere metodologia para clostrdios sulfito redutores a 460C, adotam-se os meios de cultura para isolamento de Clostridium perfringens dos textos constantes

    no item 3.1. destes Procedimentos. So caracterizados por bactrias do grupo clostrdio

    sulfito redutor as que apresentarem desenvolvimento de colnias sulfito redutoras a

    460C por 24 horas; anaerbios; bastonetes Gram positivos.

    5.9.3. A enumerao de estafilococos coagulase positiva tem por objetivo substituir a

    determinao de Staphylococcus aureus. A determinao da capacidade de produo de

    termonuclease e quando necessrio, a de toxina estafiloccica das cepas isoladas podem

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    ser realizadas a fim de se obter de dados de interesse sade pblica. Este critrio

    consta como "Estaf.coag.positiva" no Anexo I do presente Regulamento.

    5.9.4. A determinao de Pseudomonas aeruginosa consta como P.aeruginosa nos

    padres especficos constantes no Anexo I.

    5.9.5. A determinao de Vibrio parahaemolyticus consta como V. parahaemolyticus

    nos padres especficos constantes no Anexo I.

    5.9.6. Quando os resultados forem obtidos por contagem em placa, estes devem ser

    expressos em UFC/ g ou mL (Unidades Formadoras de Colnias por grama ou

    mililitro). Da mesma forma, devem indicar NMP/ g ou mL (Nmero Mais Provvel por

    grama ou mililitro), quando forem obtidos por esta metodologia.

    5.9.7. Nos padres constantes no Anexo I, a abreviatura "aus" significa "ausncia". A

    abreviatura "pres" significa "presena". O smbolo "

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    produtos alimentcios, constantes no presente anexo, para fins de registro e fiscalizao

    de produtos alimentcios. Estes limites e critrios podem ser complementados quando

    do estabelecimento de programas de vigilncia e rastreamento de microrganismos

    patognicos e de qualidade higinica e sanitria de produtos (consultar Princpios eProcedimentos Gerais e os Anexos II).

    2. No caso de anlise de produtos no caracterizados nas tabelas especificadas neste

    Anexo, considera-se a similaridade da natureza e do processamento do produto, como

    base para seu enquadramento nos padres estabelecidos para um produto similar,

    constante no referido Anexo I deste Regulamento.

    Tabela 7. Padres microbiolgicos sanitrios para alimentos.

    Grupos de Alimentos MicrorganismosTolerncia para

    AmostraIndicativa

    Tolerncia paraAmostra

    Representativan c m M

    c) outros produtos em p,cpsulas, drgeas e similares,como gelatina, guaran,catuaba, marapuama, lecitinae outros, isolados ou emmistura

    Coliformes a 45C/g

    Estaf.coag.positiva/g

    Salmonella sp/25g

    10 5x102Aus 5 5 5 2 2 0 5 102Aus

    105x102

    f) xaropes e preparadolquido para refrescos Coliformes a 35oC/g10 5 2 1 10

    ANEXO II

    CONCLUSO E INTERPRETAO DOS RESULTADOS DAS ANLISES

    MICROBIOLGICAS DE ALIMENTOS DESTINADOS AO CONSUMO HUMANO

    1. Interpretao dos resultados:

    Para interpretao dos resultados, compara-se os valores encontrados nas anlises

    realizadas com os valores estabelecidos no Anexo I. De acordo com essa comparao,

    temos:

    1.1. Produtos em condies sanitrias satisfatrias.

    So aqueles cujos resultados analticos esto abaixo ou igual aos estabelecidos para

    amostra indicativa ou amostra representativa, conforme especificado no Anexo I do

    presente Regulamento.

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    1.2. Produtos em condies sanitrias insatisfatrias.

    1.2.1.So aqueles cujos resultados analticos esto acima dos limites estabelecidos para

    amostra indicativa ou amostra representativa, conforme especificado no Anexo I do

    presente Regulamento.

    1.2.2.So aqueles cujos resultados analticos demonstram a presena ou a quantificao

    de outros microrganismos patognicos ou toxinas que representem risco sade do

    consumidor.

    2.Concluso

    2.1. "PRODUTO OU LOTE (se amostra indicativa ou representativa, respectivamente)

    DE ACORDO COM OS PADRES LEGAIS VIGENTES" para as situaes

    enquadradas no item 1.1 do Anexo II deste Regulamento.

    2.2."PRODUTO OU LOTE (se amostra indicativa ou representativa, respectivamente)

    IMPRPRIO PARA O CONSUMO HUMANO POR APRESENTAR ..." (citar o(s)

    resultado(s) analtico(s) e o(s) parmetro(s) no atendido(s) do Anexo I) para as

    situaes enquadradas no item 1.2.1. do Anexo II deste Regulamento.

    2.3. "PRODUTO OU LOTE (se amostra indicativa ou representativa, respectivamente)

    IMPRPRIO PARA O CONSUMO HUMANO POR APRESENTAR

    ...(microrganismo patognico ou toxina que representa perigo severo a sade do

    consumidor).

    Art. 1 Aprovar o REGULAMENTO TCNICO PARA PRODUTOS DE VEGETAIS,

    PRODUTOS DE FRUTAS E COGUMELOS, constante do Anexo desta Resoluo.

    Art. 2 As empresas tm o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da

    publicao deste Regulamento para adequarem seus produtos.

    Art. 3 O descumprimento aos termos desta Resoluo constitui infrao sanitria

    sujeitando os infratores s penalidades previstas na Lei n 6.437, de 20 de agosto de

    1977 e demais disposies aplicveis.

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    Art. 4 Revogam-se as disposies em contrrio, em especial as Resolues CNNPA 13,

    14 e 15/77; CNNPA 12/78, itens referentes a: Cogumelos comestveis ou Champignon;

    Compota de Fruta em Calda; Doce de Fruta em Calda; Doce de Leite; Frutas; Frutas

    Liofilizadas; Frutas Secas ou Dessecadas; Guaran; Hortalias, Legumes; Polpa deFrutas; Razes, Tubrculos e Rizomas; e Verduras; Resolues Normativas CTA 9/78,

    15/78 e 5/79; Resoluo Anvisa RDC 17/99; Resolues Anvisa RDC 83 e 84/00;

    Resolues Anvisa RDC 228 e 276/03.

    Art. 5 Esta Resoluo de Diretoria Colegiada entra em vigor na data de sua publicao.

    RESOLUO RDC N 272, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005

    ANEXO

    REGULAMENTO TCNICO PARA PRODUTOS DE VEGETAIS, PRODUTOS DE

    FRUTAS E COGUMELOS.

    1. ALCANCE

    Fixar a identidade e as caractersticas mnimas de qualidade que devem obedecer os

    Produtos de Vegetais, Produtos de Frutas e Cogumelos Comestveis.

    2. DEFINIO

    2.1. Produtos de Vegetais: so os produtos obtidos a partir de partes comestveis de

    espcies vegetais tradicionalmente consumidas como alimento, incluindo as sementes

    oleaginosas, submetidos a processos de secagem e ou desidratao e ou coco e ou

    salga e ou fermentao e ou laminao e ou floculao e ou extruso e ou

    congelamento, apresentados com ou sem lquido de cobertura. Podem ser adicionados

    de sal, acar e tempero(s) ou especiaria(s), desde que no descaracterizem o produto.

    Exclui-se desta definio os produtos de frutas e produtos de cereais.

    2.2. Produtos de fruta: so os produtos elaborados a partir de fruta(s), inteira(s) ou em

    parte(s) e ou semente(s), obtidos por secagem e ou desidratao e ou laminao e ou

    coco e ou fermentao e ou concentrao e ou congelamento, apresentados com ou

    sem liquido de cobertura. Podem ser adicionados de acar, sal e tempero(s) ou

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    especiaria(s) e recobertos com acar e ou outro(s) ingrediente(s), desde que no

    descaracterize(m) o produto.

    3. DESIGNAO

    3.1. Produtos de Vegetais e os Produtos de Frutas: devem ser designados por

    denominaes consagradas pelo uso, seguida de expresso(es) relativa(s) ao(s)

    ingrediente(s) que caracteriza(m) o produto. A designao pode ser seguida de

    expresses relativas ao processo de obteno e ou forma de apresentao e ou

    caracterstica especfica.

    3.1.1. A designao Guaran deve ser utilizada para o produto obtido,

    exclusivamente, de sementes dePaulinia cupanaouPaulinia sorbilis, seguida da forma

    de apresentao: semente, basto, p.

    5. REQUISITOS ESPECFICOS

    5.1. pH: Produtos de Vegetais com lquido de cobertura acidificado: mximo 4,5.

    5.2. Umidade:

    - Produtos de Vegetais secos ou desidratados (exceto produtos embalados a vcuo ou

    em atmosfera modificada): mxima 12 g/100g.

    - Produtos de Frutas secos ou desidratados (exceto frutas secas tenras): mxima 25

    g/100g.

    5.3. No rtulo do guaran deve constar a seguinte advertncia em destaque e em negrito:

    Crianas, gestantes, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades devem consultar omdico ou nutricionista antes de consumir o produto.

    6. REQUISITOS GERAIS

    6.1. Os produtos devem ser obtidos de ingredientes sos, limpos e isentos de impurezas,

    processados, embalados, armazenados, transportados e conservados em condies que

    no produzam, agreguem ou desenvolvam substncias fsicas, qumicas ou biolgicas

    que coloquem em risco a sade do consumidor. Deve ser obedecida a legislao vigentede Boas Prticas de Fabricao.

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    6.2. Os produtos devem atender aos Regulamentos Tcnicos especficos de Aditivos

    Alimentares e Coadjuvantes de Tecnologia de Fabricao; Contaminantes;

    Caractersticas Macroscpicas, Microscpicas e Microbiolgicas; Rotulagem de

    Alimentos Embalados; Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados; InformaoNutricional Complementar, quando houver; e outros Regulamentos pertinentes.

    6.3. A utilizao de vegetal(is) ou parte(s) de vegetal(is), que no (so) usada(s)

    tradicionalmente como alimento(s), pode ser autorizada desde que seja comprovada a

    segurana de uso, em atendimento ao Regulamento Tcnico especfico.

    20. MERCADO CONSUMIDOR

    O perfil do consumidor de guaran hoje mais amplo - abrange pessoas de diversas

    idades e usado para os mais variados fins -. utilizado at mesmo por atletas que

    desejam um melhor desempenho na atividade fsica e passou a ser largamente utilizado

    por freqentadores de academias de ginstica, de praias, esportistas e turistas, gerando

    um novo e rentvel campo de negcios para produtores e exportadores. O consumo do

    guaran tornou-se um hbito e est formando um mercado de grande importncia para o

    produto.

    Com respeito ao consumidor do basto, como j mencionamos anteriormente,

    composto pelos habitantes de Maus e Mato Grosso, que preferem adquirir o basto

    para posterior obteno do p por ralagem.

    De acordo com uma pesquisa da Coca-Cola para o refrigerante Kuat, o consumidor da

    bebida de guaran tem um perfil jovem, de classe mdia-alta.

    21. POLTICAS DE CONQUISTA DE NOVOS MERCADOS

    A globalizao da economia e a busca da inovao e da produtividade implicaro

    mudanas tcnicas e gerenciais nos sistemas de produo, com a reconfigurao do

    agronegcio nacional, envolvendo melhoria da qualidade de produtos e processos,crescente reestruturao patrimonial, ingresso de novos atores e produo sob relaes

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    contratuais formais.

    O agricultor tornar-se- cada vez mais especializado; crescer a informatizao da

    produo e o beneficiamento de produtos agropecurios antes da distribuio ao

    consumidor final.

    As orientaes estratgicas do governo continuaro a priorizar a democratizao do

    acesso aos fatores produtivos (por exemplo: crdito, assistncia tcnica, insumos e

    terras) e fortalecimento da agricultura familiar.

    O mercado externo tem perspectivas favorveis de crescimento dada poltica de

    atuao das grandes, mdias e pequenas empresas e tambm de alguns laboratrios que

    esto conquistando e investindo em novos nichos de mercado.

    Tambm diante do grande potencial comercial que o guaran apresenta, entidades como

    a Suframa tem intensificado a divulgao do guaran em eventos, para auxiliar na

    abertura de novos mercados e identificao de oportunidades de negcios.

    22. MARCAS

    Como a matria-prima do guaran distribuda pelos produtores diretamente para

    pequenos comerciantes e lojas de produtos naturais, existem diversas marcas

    disponveis no mercado. Em decorrncia dos problemas fitossanitrios na produo do

    guaran, atualmente existem poucas marcas consolidadas no mercado, dentre as quais

    pode-se citar:

    - Guaran Globo

    A DUARTE FONSECA & CIA. LTDA., fabricante dos Produtos Globo, uma

    empresa paraense atuando no ramo de bebidas desde 1934, em Belm do Par, cidade

    localizada na Amaznia Brasileira. Comercializa guaran em p, em gros, extrato,xarope natural e refrigerantes. Possui dez representantes nacionais e internacionais -

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    Estados Unidos, Frana, Sua, Blgica, Japo, Portugal, Sucia -

    .http://www.produtosglobo.com.br

    - Natus Alimentos Naturais

    Fundada em 1980, a Natu`s uma empresa que prioriza sade e qualidade de vida.

    Durante esses anos vem comercializando uma diversificada linha de produtos naturais,

    integrais, light, diete orgnicos. http://www.natus.com.br

    - Guaranapis

    Fundada em agosto de 1986 na cidade de Ituber, interior do estado da Bahia pelo Sr.

    Luciano Orrico de Arajo e a Sra. Ana Cludia Queiroz Pereira. Fabrica 12 produtos

    base de guaran. http://www.arrebite.com.br/.

    - Agrorisa

    Desde a sua constituio, em 1994, trabalha com produtos naturais como o guaran em

    p. Hoje, seus produtos chegam a pases como Itlia, Frana, Alemanha, Estados

    Unidos e Japo.

    - Guaran Tibiri

    Iniciou suas atividades na cidade de Cuiab, estado de Mato Grosso, em 1971, e

    comercializa o guaran em bastes, em p, sementes, ralado, xarope e modo.

    http://www.guaranatibirica.com.br/.

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    23. PROMOO: ESTRATGIAS E MTODOS DE COMUNICAO

    No h dados disponveis para consulta para as estratgias e mtodos de comunicao.

    24. TENDNCIAS

    O aumento do consumo em praticamente todas as regies do pas tem interessado vrias

    empresas que passaram a incentivar a exportao do produto, ao firmar parcerias com

    cooperativas. O mercado externo tambm representa um potencial bastante significante,

    criando possibilidades concretas de se tornar uma realidade extremamente promissora.

    Regies como o Cen