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Castro Marim NOTíCIAS DE #15 PUBLICAçãO DA CâMARA MUNICIPAL # MAIO 12 Distribuição gratuita PLANO PLURIANUAL DE INVESTIMENTOS PARA 2012 RICARDO MESTRE CONQUISTA 73ª VOLTA A PORTUGAL EM BICICLETA UNIDADE DE CUIDADOS CONTINUADOS DO AZINHAL AVENIDA POENTE DE CASTRO MARIM

Notícias de Castro Marim #15

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Revista Notícias de Castro Marim #15, de maio de 2012

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CastroMarim

notíCias de#15

publiCação da CâMara MuniCipal # Maio 12

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plano plurianual de investiMentos para 2012

riCardo Mestre Conquista 73ª volta a portugal eM biCiCleta

unidade de Cuidados Continuados do azinhal

avenida poente de Castro MariM

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ÍndiceMensageM do presidenteplano plurianual de investiMentos para 2012oBras MuniCipaisunidade orgÂniCa de eduCaÇÃo e aÇÃo soCialentrevista CoM o padre vÍtor MelÍCiasFestival internaCional do CaraCol4.ª Feira da “terra de Maio”dia Mundial da CrianÇa3ª ediÇÃo das Férias ativaseduCaÇÃo vaivéM do oCeanário de lisBoaeXposiÇÃo de Manuel CaBanasentrevista À Jornalista alMerinda roMeiraFestas religiosas

Xiv ediÇÃo dos dias Medievaisentrevista À Fiadeira Claudina BrásverÃo total da rtpCultura e MÚsiCa no ConCelHoinatel proMove turisMo séniorentrevista de José Manuel CavaCo CaBritasaÚdedesenvolviMento eConÓMiCosal de Castro MariMaMBienteentrevista ao CiClista riCardo MestredesportoleiturasreCeita de ensopado de CaBrito

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FiCHa téCniCa

revista MuniCipalda CÂMara MuniCipal de Castro MariM

rua dr. José alves Moreira, nº 108950-138 Castro MariM

tel: 281 510 740 # Fax: 281 510 743e-mail: [email protected]

direção: José Fernandes estevenstiragem: 5 mil exemplaresperiodicidade semestraldistribuição gratuita

depósito legal: 313047/10Maio 2012

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abertura 5#

José Fernandes Estevens

Mensagem do presidente

as palavras de abertura de mais um número da Notí-cias de Castro Marim são o melhor pretexto para refletir sobre a atuação do executivo que lidero nos destinos do concelho. O grande objetivo, quando assumi as fun-ções como Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, era o de libertar o concelho de um certo cin-zentismo que se tinha abatido sobre ele e reconciliar a população com as perspetivas de futuro que este oferecia em termos de desenvolvimento e de qualidade de vida. Hoje, Castro Marim está um concelho extraordinaria-mente diferente, para muito melhor. Num tempo de incertezas, decorrentes da crise financeira generalizada que determinou grandes restrições e cortes nas despesas, o objetivo principal tem sido continuar a estratégia de crescimento e desenvolvimento sustentado do conce-lho. Tem havido uma contenção nas despesas, de modo proporcional, com cortes na despesa mais improdutiva e mais dispensável. As prestações sociais, as refeições esco-lares e os apoios na área da saúde são mais importantes do que concertos de música e fogos de artifício. Por esse motivo, a ação social, que procura dar resposta a situa-ções particulares, como incentivos aos alunos mais des-favorecidos, a melhoria das condições de habitabilidade das famílias mais carenciadas ou o apoio na aquisição de medicamentos aos portadores de doenças crónicas, tem merecido particular atenção. Mesmo nesta época difícil, Castro Marim é, cada vez mais, um concelho equili-

brado para todos, graças à política de ação social e aos equipamentos e apoios criados para preparar as crianças e jovens para o futuro, assim como para apoiar a terceira idade, a quem o concelho muito deve, proporcionando--lhe um envelhecimento digno. A nossa estratégia cen-tra-se igualmente no investimento, nas acessibilidades, habitação social, saneamento básico, ordenamento do território, património, educação e cultura. Na área da saúde e bem-estar, a Unidade de Cuidados Continu-ados do Azinhal e o Lar e Centro de Dia de Altura e Odeleite são projetos importantes. Num combate sem tréguas contra a desertificação, especialmente, no inte-rior do concelho, a Câmara Municipal tem realizado investimentos muito relevantes na requalificação e re-cuperação do património histórico e na construção de equipamentos culturais. Uma nova Castro Marim liga-da a uma atividade âncora que é o turismo, tanto o de quatro ou cinco estrelas como o cultural, o desportivo e até o ecológico, tem já as estruturas lançadas. Deste modo, pretendemos criar postos de trabalho, para quem está na vida ativa, gerados pelo turismo, pelo património histórico e pelos eventos culturais, tornando a nossa terra num concelho promissor para os jovens. A recuperação da nossa memória coletiva, tanto do património histó-rico e material, como do imaterial, dos monumentos à natureza envolvente, do artesanato ao folclore, traduziu--se na realização de eventos como a 4.ª edição da “Terra de Maio”, o “Festival Internacional do Caracol”, as festas religiosas em honra das Santas Padroeiras do concelho, os festivais de Acordeão e Música e na “XIV edição dos Dias Medievais” que, com os seus 60 mil visitantes, re-gistou a maior adesão de sempre. E, por último, mas não em último, algumas palavras para o desporto, que per-mite manter um corpo são e dá alegrias à alma, como a vitória do castromarinense Ricardo Mestre na 73.ª edição da Volta a Portugal em Bicicleta e que mereceu honras de capa. Todos estes acontecimentos encontram--se reunidos neste novo número e reforçam o orgulho pelo sentimento de pertença a esta comunidade e a esta terra com uma história inimitável: a nossa, hoje.

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6# desenvolvimento

nuMa conjuntura de grande austeridade eco-nómica e financeira que o país atravessa e a obrigatoriedade do cumprimento escrupuloso do memorando de entendimento assinado com a troika, de consequências gravosas para a vida das autarquias, nomeadamente na perda de receitas arrecadadas e nos cortes sucessivos das verbas do Orçamento Geral do Estado para os Municípios, a Assembleia Municipal votou favoravelmente a proposta de orçamento do executivo para 2012. O Plano Plurianual de Investimentos do Mu-nicípio de Castro Marim atinge o valor global de € 28 479 035, com o investimento a fixar--se nos € 15 356 411, o que equivale a 54% do orçamento aprovado. As Grandes Opções do Plano (GOP) espelham, nitidamente, cortes acentuados nas despesas cor-rentes, sem contudo fazerem perigar a estratégia de crescimento e desenvolvimento sustentados delineada pelo executivo para o concelho na úl-tima década e que se traduz na atenção colocada nas funções sociais de que são exemplo as acessi-

bilidades, a habitação social, o saneamento básico, o ordenamento do território, o património e a cultura: a prová-lo estão os 10,2 milhões de euros aprovados em orçamento, representando 67% do investimento total.

aBasteCiMento de água e saneaMento BásiCoCompreendendo a importância de lutar contra a desertificação e o despovoamento registados no concelho, em especial no interior, a Câmara Municipal continua a canalizar grandes investi-mentos para as áreas do abastecimento de água e saneamento básico, como indicam os 5 milhões de euros aprovados, a maior fatia do orçamento para 2012. Com a conclusão das redes de abastecimento de água e esgotos em 9 localidades das freguesias de Azinhal e Odeleite, a Autarquia procura reunir os meios financeiros necessários para iniciar a 1ª fase do Subsistema Central, obra estruturante e cofinanciada pelo POVT, com uma taxa de 80%,

plano plurianualde investiMentos para 2012

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desenvolvimento 7#

num investimento de 3,8 milhões de euros, e que irá garantir água e esgotos a 11 localidades do inte-rior do concelho: Piçarral, Eira Grande, Sentinela, Murteira de Cima, Murteira de Baixo, Portela Alta de Cima, Portela Alta de Baixo, Quebradas, Corujos, Casa Branca e Choça Queimada. Outra das obras prioritárias neste setor é a cons-trução das redes de abastecimento de água e esgotos das localidades de Cabeço de Junquei-ra, Casinhas e Montes Castelhanos, orçada em 2 milhões de euros, dando assim resposta a uma necessidade efetiva há muito reclamada pelas po-pulações locais. Também no campo do saneamento básico deve ser realçada a construção da Estação e Conduta Elevatória da Bernarda. aCessiBilidadesUm dos fatores de modernização e progresso do concelho é a rede viária, entretanto construída, dotando Castro Marim de acessibilidades muni-cipais de grande qualidade no contexto da região que, decerto, vão rasgar os horizontes do desen-volvimento económico desta terra.As Grandes Opções do Plano para 2012, em ma-téria de comunicações, contemplam uma verba de 4,8 milhões de euros. Com adjudicação definitiva, terá início no pri-meiro trimestre de 2012 a obra de conclusão da Estrada Municipal Altura-Furnazinhas, numa ex-tensão de 34 km, com a construção do troço Eira Verde-Monte Novo/Furnazinhas, que inclui a edificação de uma Ponte que irá atravessar a ribei-ra de Odeleite, na povoação de Fortes, num custo total de 4 milhões de euros.Ainda no capítulo das vias de comunicação, há a destacar uma obra de grande relevo que está a ser construída na malha urbana de expansão da vila: o reperfilamento da Avenida Poente de Castro Ma-rim (E.M.125-6).

ordenaMento do territÓrio Atenta à necessidade de dotar o concelho de instru-mentos de gestão do território eficazes que facilitem o planeamento e um urbanismo de qualidade, o exe-cutivo aprovou uma fatia de 2,3 milhões de euros,

no orçamento para o Ordenamento do Território. Das ações a levar a cabo em 2012, temos a consi-derar a execução do Plano de Pormenor da Área de Negócios do Sotavento Algarvio (ANESA); a Revisão do Plano Diretor Municipal e o Plano de Pormenor n.º 1 de Altura.

CulturaProsseguindo uma política de reforço das bases sócioeducativas para que Castro Marim se trans-forme num dos pólos culturais de eleição do Algarve, a Câmara Municipal tem realizado in-vestimentos muito relevantes na requalificação e recuperação do património histórico e na cons-trução de equipamentos culturais no concelho. Assim, e para 2012, o orçamento aprovado prevê uma verba de 1 milhão de euros, que contempla a conclusão da obra do Centro Interpretativo do Sal de Castro Marim e a recuperação e consolidação do troço da muralha do Forte de S. Sebastião de acesso ao Castelo.

HaBitaÇÃo A habitação social é uma das áreas particular-mente sensíveis do poder local, à qual a Câmara Municipal tem dispensado recursos financeiros muito significativos da comunidade castromari-nense, para que as famílias mais desfavorecidas do concelho possam dispor de condições de habitabi-lidade condignas, com a construção da habitação

plano de porMenor nÚMero 1 de altura

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8# desenvolvimento

social nas freguesias de Castro Marim e Altura, tendo em curso as obras de conclusão dos últimos oito apartamentos no lote 6 da Urbanização das Laranjeiras em Altura. Quanto às atividades mais relevantes nas Grandes Opções do Plano para 2012 (GOP), continuam a ocupar um lugar cimeiro atendendo à forte com-ponente social e cultural que encerram. No plano social, a Autarquia procura acudir aqueles que estão em maior situação de carên-cia, como é o caso dos idosos, disponibilizando para o efeito o Cartão do Idoso, que permite a um número cada vez maior de castromarinenses ter benefícios na obtenção de medicamentos, na sequência do protocolo celebrado com as farmá-cias do concelho, assim como no transporte para consultas ao médico. Nas políticas sociais em desenvolvimento, refira-se ainda a atribuição de bolsas de estudo aos alunos do concelho e os apoios às IPSS com a construção da Unidade de Cuidados Continuados do Azi-nhal, a conclusão da obra do Lar e Centro de Dia

de Altura e a construção do Centro Comunitário de Odeleite. Também é de salientar o investimento que está a ser realizado no programa de recuperação de habitações degradadas, de acordo com o Regula-mento de Ação Social do Município, permitindo que um conjunto de famílias em situação de precariedade social, possa ter conforto e comodi-dades no seu lar. Ao nível da Proteção Civil e combate a incêndios, é de destacar a continuidade do Protocolo de Co-laboração com os Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António.

Cultura e desportoRelativamente à cultura e ao desporto, o enfoque vai para realizações como os “Dias Medievais”, o “Pro-grama Férias Ativas”, que durante as férias de verão ocupa mais de duas centenas de crianças do concelho e ainda a assinatura de Contratos-Programa com as associações locais, no sentido de incentivar as ativida-des culturais e desportivas em Castro Marim.

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obras Municipais 9#

avenida poentede Castro MariM

a oBra da Avenida Poente (Estrada Muni-cipal 125-6) caminha a passos largos para a sua conclusão. A nova Avenida fica situada na E.M. 125-6, entre a entrada Poente de Castro Marim e a Espargosa, numa extensão de 650 metros. Com um custo de 750 mil euros, esta infraestrutura dispõe de duas faixas de rodagem de 7 metros por sentido com separador central, englobando

passeios laterais, duas rotundas, uma ciclovia no passeio com 2,5 m de largura e iluminação em toda a extensão. A nova artéria de penetração na vila de Castro Marim é um fator de desenvolvi-mento e modernidade para a sede de concelho, não só na melhoria das acessibilidades, mas tam-bém enquanto elemento estruturador de elevada qualidade da vivência urbana.

CoM uM Custo de 750 Mil euros, esta inFraestrutura dispõe de duas FaiXas de rodageM de 7 Metros por sentido CoM separador Central

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10# obras Municipais

a intervenÇÃo visa a repaviMentaÇÃo do piso daniFiCado e a reMoÇÃo das raÍzes das árvores, que sÃo eM grande parte responsáveis pela sua degradaÇÃo

repavimentação do acessoÀ praia verde

CoMpreendendo a crescente necessida-de de garantir qualidade e segurança às vias de comunicação existentes no concelho, a Câmara Municipal adjudicou a empreitada de repavimen-tação do acesso à Praia Verde. A intervenção visa a repavimentação do piso danificado e a remoção das raízes das árvores, que são em grande parte responsáveis pela degradação do mesmo. O custo da obra de acesso a uma das três praias do conce-lho é de 70 mil euros e um prazo de execução de um mês.

integrada no projeto da Ecovia do Litoral Algarvio, infraestrutura vocacionada para a utili-zação preferencial da bicicleta, a Câmara Muni-cipal tem em fase de conclusão a Ecovia, entre o Ribeiro do Álamo e a Rotunda Nascente de Al-tura (limite da Avenida 24 de Junho). A interven-ção teve um custo de 121 mil euros e contempla trabalhos de pavimentação, sinalização específica e desenvolvimento de passadiços. O restante tra-çado ficará concluído com a execução do troço na EN 125 e a travessia da Retur. A Ecovia do Litoral Algarvio, que resulta de uma parceria entre a Co-munidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR) e o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade – Par-que Natural da Ria Formosa, percorre todo o li-toral Algarvio numa extensão de 214 Km, desde o Cabo de São Vicente até Vila Real de Santo António, atravessando doze concelhos.

ecovia do litoral algarvio

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obras Municipais 11#

nuM investimento que rondou os 100 mil eu-ros, a Câmara Municipal procedeu ao restauro e requalif icação dos altares da Igreja de Santo António. Os trabalhos de restauro foram rea-lizados pela Fundação Ricardo Espírito Santo que, observando todas as técnicas e rigor cientí-fico, tornaram mais belo um dos exemplares do património religioso edificado da vila de Castro Marim. A Igreja de Santo António situa-se na

Colina do Revelim, data de 1640 e foi mandada construir por D. João IV durante as Guerras da Restauração. Trata-se de uma construção bar-roca com um altar ao mártir S. Sebastião, que sofreu alterações ao longo do tempo. O interior é composto por uma nave longitudinal com co-bertura em abóbada de berço e tem dois retá-bulos laterais de meados do XVIII dedicados à Nossa Senhora da Conceição e a Santa Isabel.

a igreJa de santo antÓnio situa-se na Colina do reveliM, data de 1640 e Foi Mandada Construir por d. JoÃo iv durante as guerras da restauraÇÃo

restauração e requalificaçãodos altares da igreJa de santo antÓnio

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12# obras Municipais

Castro MarimseM antenas de televisÃo

a CÂMara Municipal tem praticamente conclu-ído o projeto de remoção das antenas de televisão dos telhados das casas da vila de Castro Marim. A inter-venção, a cargo da empresa ZON, visa garantir aos residentes da vila histórica o acesso gratuito por cabo aos quatro canais portugueses e 20 canais espanhóis. António Salvador, residente na vila, é perentório. “A Câmara Municipal terminou com uma floresta de alumínio, que ensombrava o seu património histó-rico edificado. É uma ação muito positiva também para a população, que agora, com o digital, passa a ter uma receção de televisão com mais qualidade.” A desmontagem das antenas de televisão, bem como as taxas de ligação e os equipamentos coletivos e in-dividuais necessários à receção dos canais em sinal aberto, foram custeados pela Autarquia, rondando os 100 mil euros. Também Maria Isabel Pena Bandarra, residente no Largo de Santo António, considera que a retirada das antenas de televisão dos telhados, “foi uma boa medida da Autarquia, pois veio melhorar a qualidade da receção dos canais e, ao mesmo tempo, valorizar turisticamente a vila”.

iluminação da igrejade nossa senHora dos Mártires

na prossecução da política de promoção e va-lorização do património religioso edificado, a Autarquia finalizou o projeto de iluminação da Igreja de Nossa Senhora dos Mártires. Esta in-tervenção teve um custo de 26 mil euros, e veio permitir a iluminação das fachadas da igreja ma-triz, com a instalação de três dezenas de projeto-res, dando um toque de beleza com a luz noturna a este templo, onde são bem visíveis as marcas da fé. A Igreja de Nossa Senhora dos Mártires foi construída no século XVI, sendo alvo de obras de restauro e ampliação nos finais do século XVIII e início do século XIX.

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obras Municipais 13#

CoM um investimento de aproximadamente 60 mil euros, a Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim procedeu à conservação e restauro da Igreja de São Sebastião. A intervenção, cujo prazo de execução foi de três meses, contemplou a conservação da pintura mural da Igreja, que cobre as paredes e abóbada da nave, minimizan-do o avançado estado de degradação, através do tratamento de limpeza, dessalinização, fixação e consolidação da pintura, assim como o restauro do retábulo em madeiras policromadas e dou-radas do arco triunfal e dos dois altares que o ladeiam. Relativamente ao retábulo e aos dois

restauroda igreJa de sÃo seBastiÃo

a intervenÇÃo ConteMplou a ConservaÇÃo da pintura Mural da igreJa, que CoBre as paredes e aBÓBada da nave.

altares, a conservação e o restauro tiveram em consideração a acumulação de sujidade, poeiras e vernizes oxidados. Para o efeito, foram realizados trabalhos de desinfestação, tratamento dos ele-mentos ferrosos, reintegração cromática e apli-cação de folha de ouro de lei e a substituição do pavimento por ladrilho de Santa Catarina. A Igreja de São Sebastião foi mandada construir por D. João IV, em 1650. A partir de 1838, pas-sou a ser a nova Igreja da Misericórdia, integran-do com a Igreja de Nossa Senhora dos Mártires e a Igreja de Santo António, a arquitetura religiosa da Vila de Castro Marim.

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14# serviços Municipalizados

a aÇÃo social e de intervenção comunitária são, pela sua natureza, das áreas de maior visibi-lidade numa Autarquia, considerando a sua inte-ração com o meio e as pessoas a quem se dirigem. Neste número da Notícias de Castro Marim va-mos conhecer a Unidade Orgânica de Educação e Ação Social e Intervenção Comunitária (UO-EASIC) e os rostos que a constituem. Mais de duas dezenas de pessoas, entre técnicos superio-res, assistentes técnicos e operacionais, têm como missão apoiar a política da Câmara Municipal nos domínios da ação social, habitação, saúde e educação, exercendo com brio e diligência as ta-refas das quais depende o êxito e o sucesso alcan-çados por esta Unidade.

unidade orgânicade eduCaÇÃo e aÇÃo soCial

No vasto campo de intervenção da UOEASIC no território castromarinense destacam-se alguns serviços pela sua importância no seio da comu-nidade. O Serviço de Ação Social e Intervenção Comunitária dá corpo aos programas municipais nas áreas da Ação Social, Habitação e Saúde e nos apoios aos idosos, aos jovens e às famílias. A título de exemplo, refira-se a atribuição do Cartão do Idoso, o apoio à recuperação de habi-tações degradadas e a rede de circuito de trans-porte social. A existência deste serviço permite o desenvolvimento sociocultural e recreativo do concelho, em articulação com instituições locais e organismos dirigidos a faixas da população que favoreçam a sua integração social.

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serviços Municipalizados 15#

O Serviço de Educação baliza o planeamento educativo do Município em parceria com os vá-rios agentes educativos a nível local e regional, onde se incluem os apoios à comunidade educati-va, a ação social escolar e os transportes escolares. O Serviço de Bibliotecas / Centro de Docu-mentação é um instrumento essencial ao serviço público, enquanto pólo de desenvolvimento da política cultural da Autarquia, e que tem no seu horizonte a promoção da leitura, o tratamento documental, os serviços de informação à comu-nidade e a animação cultural. Finalmente, uma outra área nuclear na vida da Unidade Orgânica de Educação, Ação Social e Intervenção Comunitária (UOEASIC) é o Ser-viço de Apoio Administrativo, que integra as valências do expediente e do atendimento, as quais são responsáveis pela eficiência e eficácia da atividade administrativa e da f lexibilidade no relacionamento com os cidadãos.

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16# entrevista

padre vítor Melícias

nCM: Quando é que descobriu que queria ser padre? pvM: Já na escola primária, aí pelos 8 ou 9 anos, comecei a dizer que queria ser padre. Se-guramente por inf luência do ambiente familiar e da imagem muito positiva que tinha de um tio padre franciscano, que nos visitava de vez em quando, bem como do prior da freguesia, mui-to popular e amigo dos pobres, pelo qual nutria uma verdadeira veneração. Fui para o seminário com 11 anos. Aí fui sempre um estudante feliz e plenamente integrado, mas a vocação, que só gradualmente vai ganhando forma, apenas ob-viamente a confirmei em definitivo ao chegar à idade adulta com a profissão na Ordem Francis-cana e a ordenação sacerdotal, faz precisamente 50 anos no próximo dia 29 de julho. Estou em bodas de oiro sacerdotais. E muito feliz com a opção vocacional que tão cedo começou.nCM: De que modo é que a aldeia do Ameal, Ramalhal, no concelho de Torres

Frei vÍtor José MelÍCias lopes deseMpenHa inÚMeros Cargos eM portugal e no estrangeiro, FundaMentalMente nas áreas da solidariedade soCial, do MutualisMo, BoMBeiros e proteÇÃo Civil, ensino e Junto de instituiÇões de utilidade pÚBliCa seM Fins luCrativos. nas ÚltiMas déCadas, teM desenvolvido MÚltiplas atividades de apoio e sensiBilizaÇÃo nas áreas da seguranÇa soCial e da solidariedade soCial, HuManitária e Mutualista, que FazeM dele uMa Figura adMirada pela sua oBra. Foi CoM grande alegria e orgulHo que a notÍCias de Castro MariM esCutou as palavras sáBias e iluMinadas desta Figura ÍMpar ConHeCida por padre vÍtor MelÍCias.

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entrevista 17#

Vedras, onde nasceu, o inf luenciou na pro-cura dos caminhos da fé e na vocação de sacerdote franciscano?pvM: O ambiente na freguesia e em minha casa era de gente crente e muito devota. A professora primária, D. Alice, e o prior, P. Joaquim Rebelo, e toda a vizinhança de um modo geral, acarinhavam os seminaristas e os rapazes e raparigas que de al-guma maneira manifestassem vontade de ir para o seminário ou para o convento. A freguesia deu, por isso, naquele tempo bastantes vocações sacerdotais e religiosas. Tenho todas as razões para agradecer às pessoas da minha terra e da minha família o apoio e carinho que sempre me deram para que nesta voca-ção de padre e de franciscano me sinta plenamente realizado e felicíssimo. Devo-lhes muito, bem como aos companheiros e aos mestres que fui encontrando pela vida fora. nCM: No seu entender, de que modo é que a Igreja Católica pode contribuir para o desen-volvimento social e humano do nosso país?pvM: Sendo inequívoco e universalmente reco-nhecido o papel fulcral do cristianismo e da Igreja católica na formação da identidade cultural e histó-rica de Portugal, o contributo dos valores de que é portadora, bem como a ação social e a capacidade moralizadora que fazem parte essencial da sua mis-são constituem, sobretudo nestes tempos de globali-zação e de mudanças civilizacionais, um contributo valiosíssimo para o desenvolvimento humano e in-tegral de Portugal e da sua vocação de humanismo universalista. Numa palavra, reafirmando e vivendo valores com sentido de abertura e de tolerância pro-activa e, por outro lado, estimulando e praticando a solidariedade humana e cristã, a Igreja - que não é apenas hierarquia mas todo o povo cristão - pode e deve ajudar Portugal a ser um país e um povo huma-namente desenvolvido e universalmente solidário. nCM: Foi Presidente da União das Miseri-córdias Portuguesas (UMP) durante 15 anos. Que balanço faz desta missão que travou no apoio às pessoas idosas e às obras de caridade?pvM: Da minha atividade de várias décadas ao serviço de instituições de solidariedade, desde bom-beiros a mutualidades e misericórdias, faço o balanço positivo de reconhecer que o povo português é um

povo solidário e generoso. Nas últimas décadas de-ram-se passos importantes para que a sociedade civil possa organizar e ser apoiada na sua missão de reali-zar a solidariedade segundo os princípios da subsidia-riedade e da proximidade. O Estado tem que criar condições e dar apoios, não tem que ser executante direto. O Pacto de Cooperação para a Solidariedade entre o Estado português e as organizações da socie-dade civil e solidária são um modelo a prosseguir.nCM: Em 2011, ano dedicado à atividade vo-luntária pela União Europeia, o Presidente da República, Cavaco Silva, distinguiu a União das Misericórdias Portuguesas com uma me-dalha de mérito. Qual a importância desta distinção? pvM: Durante mais de uma década como Chan-celer das Ordens Honoríficas e durante mais de quatro como dirigente nacional de bombeiros, mi-sericórdias e outras instituições, entreguei condeco-rações e coloquei medalhas em peitos valorosos. Sei, por isso, o sentido destas distinções e o sentimento de quem as recebe. Se é, pois, verdade que condeco-rações não se pedem nem se recusam, também deve ser verdade que quem tem a responsabilidade de as conceder não as deve regatear nem banalizar. Elas são reconhecimento e estímulo. Como tal, a União destas ínclitas instituições bem mereceu este galardão enquanto reconhecimento de uma das melhores coi-sas que Portugal tem, as suas Misericórdias.nCM: A Procissão do Adeus no Santuário da Cova da Iria, que marca o fim da peregrina-ção, é uma imagem esmagadora à qual nin-guém é indiferente. Como avalia o fenómeno religioso que é Fátima? pvM: Fátima é precisamente isso mesmo, um fe-nómeno. E um fenómeno religioso. Conjugando fé e emoção coletiva, a procissão do Adeus diz muito do povo que somos e da fé que praticamos. Merece--me muito respeito.nCM: Qual o papel das congregações reli-giosas em Portugal? pvM: O papel que sempre tiveram e para o qual nasceram e se multiplicaram, isto é, para serem espa-ço humano adequado à vivência da consagração de pessoas generosas ao serviço, pluriforme e empenha-do, da salvação de todos. Praticando e testemunhan-

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18# entrevista

do a contemplação ou a ação, segundo uma imensa diversidade de formas e de carismas, os institutos religiosos prestam a Portugal um serviço ímpar na solidariedade e na saúde, na educação e na cultura, na promoção dos valores e do bem estar social, so-bretudo na defesa dos mais pobres e mais fracos. São um pouco o rosto e a alma do Portugal solidário que somos. Sem elas muito se perderia. nCM: Ao longo da sua vida sacerdotal, o padre Vítor Melícias sentiu seguramente tentações. Sempre conseguiu o autocontro-lo necessário para refrear as emoções?pvM: Se, como diz a sabedoria bíblica, um padre é um homem tirado do meio dos homens para orar e se sacrificar pelos seus pecados e pelos pecados dos outros, muito mau seria se não se sentisse homem nem fosse sujeito às humanas tentações. Pior seria, porém, se pura e simplesmente se deixasse cair ne-las, sem pejo nem controlo. É para esse autocon-trolo que somos educados e treinados e usamos os meios espirituais e psicológicos possíveis. Seja qual for a área da vida ou o tipo de tentação de que se trate. No meu caso não tenho especiais razões de queixa. Sinto-me equilibrado e feliz.nCM: Aconselharia a um jovem que estives-se a iniciar a vida de sacerdote, a leitura do li-vro “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, do Nobel da literatura José Saramago?pvM: Por que não? Teria, é claro, o cuidado de ponderar também da maturidade e capacidade de leitura crítica do próprio jovem. Sou absolu-tamente contrário a todas as formas de censura, mas igualmente defensor do máximo de respon-sabilidade. José Saramago é um grande escritor, mas cada coisa tem o seu tempo e o seu lugar. Não se deve dar pérolas aos porcos nem veneno aos inocentes. nCM: Como encara a crise das vocações na Igreja? Acredita que se o celibato fosse opcional, isso levaria ao aumento do núme-ro de sacerdotes? pvM: Encaro-a com preocupação mas sem de-sespero. Também nesta matéria sou um homem de esperança. Sou acérrimo defensor do celibato opcional e preferencial, ou seja, que não funcione como requisito obrigatório mas que possa ser pre-

ferencial para o exercício dos vários ministérios na Igreja. Tenho há muito esta posição, não por qual-quer interesse pessoal mas por pura convicção ecle-sial e não uso como argumento o eventual aumen-to de vocações. Noutros tempos já o celibato era obrigatório e as vocações não escasseavam. O atual problema vocacional é muito mais complexo.nCM: Que mensagem gostaria de deixar aos leitores da Notícias de Castro Marim, neste momento de crise que Portugal atravessa? pvM: A minha mensagem é a mensagem de S. Francisco de Assis e do Concílio Vaticano II: ale-

gria e esperança. Tanto na crise como na pujança. A mensagem desse extraordinário Concílio, de que estamos a comemorar o primeiro cinquentenário, dirigindo-se a um mundo em profunda crise foi precisamente Gaudium et Spes (Alegria e Esperan-ça) e não luctus et angor (luto e angústia) como chegou a constar como título dos primeiros pro-jetos dessa mensagem final. Sim, esta é a minha mensagem: firmes e solidários, haveremos de ven-cer mais esta crise. Como Deuladeu Martins e o Decepado, é nas crises que Portugal é mais forte. Com um abraço às boas gentes de Castro Marim.

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Festival internacional do Caracol

nuMa realização da Câmara Municipal, o Revelim de Santo António acolheu o Festival Internacional do Caracol, que decorreu entre 10 e 12 de junho. Ao longo de três dias, milhares de visitantes tomaram de assalto a Colina do Reve-lim de Santo António, para saborear os melhores caracóis confecionados no Algarve, mas também por chefs de cozinha espanhóis, franceses, italia-nos e marroquinos, que surpreenderam com no-vas receitas. Nas tasquinhas, os visitantes, além dos caracóis e da cerveja, deliciaram-se ainda com o melhor da doçaria regional, desde as tradicionais filhós até ao dom Rodrigo, passando pela torta de alfarro-ba tão característica da nossa região.O cartaz musical foi rico e bastante diversificado, com os sons e os ritmos da música portuguesa, espanhola, francesa, italiana e marroquina. A abertura do festival coube à Banda Musical Castromarinense, seguida da música italiana com a participação do grupo Malicanti, terminando com um espetáculo da Banda del Pepo, de Es-panha. A música de expressão francesa marcou presença com o grupo “Les Voyageurs” e, mais tarde, foi a vez da artista Dina subir ao palco do

Revelim para um grande concerto. O último dos três dias do festival começou com a música do Ziryab Ensemble vindo de Marrocos, terminan-do a noite com os portugueses “Marenostrum”. Afirmar Castro Marim como a capital dos cara-cóis do Algarve e promover a cozinha e cultura mediterrânicas é o grande desígnio da Câmara Municipal com a realização do Festival Interna-cional do Caracol.

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4ª. Feira da terra de Maio

soB o lema “porque a terra tem os seus ciclos, os segredos e a sua sabedoria”, a Câmara Munici-pal e a Junta de Freguesia de Azinhal realizaram a 4.ª edição da “Terra de Maio”, de 13 a 15 de maio. Esta feira tem como objetivo a promoção e o incremento dos produtos tradicionais de qua-lidade, dos saberes que a memória ainda guarda, da gastronomia, dos vinhos do Algarve, do sal de Castro Marim, da Cabra de Raça Algarvia, do folclore e da música popular portuguesa. A abertura do certame realizou-se com uma ar-ruada pela Banda Musical Castromarinense, a que se seguiu a inauguração da exposição “ReCria a Cabra”, uma das novidades da 4ª edição da “Terra de Maio”. Esta exposição consistiu num desafio à criatividade e ao talento dos jovens da região que, a partir de um molde da Cabra de Raça Algar-via pintaram e recriaram, na sala de aula, motivos que definem esta espécie de mamífero ruminante tão característico do Nordeste Algarvio. Outro dos pontos fortes da feira foi a Grande Mostra de Vinhos do Algarve que prendeu as atenções dos visitantes e incluiu uma prova de vinhos da Quinta dos Vales de Lagoa.

No segundo dia, esta magnifica montra de pro-dutos regionais foi palco de atividades como o Workshop de Gastronomia e Fotografia, o Semi-nário “A Vinha e o Vinho” – O Caso do Sotaven-to Algarvio da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, a apresentação do Projeto Operação de Charme – Sal de Castro Marim, a Mostra de Pratos Típicos e Degustação de Atum pela Confraria do Atum de Vila Real de San-to António e a grande Operação de Marketing, “Live Cooking” com o Chef Chakall, seguida de uma Sessão de Autógrafos do livro “Portugal Re-visitado” que é um sucesso literário. A fechar o dia, houve um concerto com o Grupo “Flor-de--Lis”, vencedor do Festival da Canção de 2010.O último dia da 4ª edição da “Terra de Maio” começou com o Seminário “Marketing Criati-vo na Promoção dos Produtos Tradicionais” pela Direção Regional de Agricultura e Pescas do Al-garve. A jornada culminou com a cerimónia da entrega de prémios do Concurso Cabra de Raça Algarvia, organizado pela Associação Nacio-nal de Criadores de Caprinos de Raça Algarvia (ANCCRAL).

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Comemoraçõesdo dia do MuniCÍpio

“os castromarinenses são uma comunidade de gente simples e humilde, caldeada no sofrimento, na coragem e na esperança, e estou certo que não se vão deixar abater nem cair na desesperança do amanhã. É num ambiente de dificuldades que hoje se comemora o Dia do Município de Cas-tro Marim. Dificuldades que devem funcionar como catalisador das nossas melhores energias para levarmos de vencidas as adversidades com que nos confrontamos”. Foi com a seriedade e a responsabilidade que estas palavras encerram que José Estevens se dirigiu aos convidados presentes no auditório da Biblioteca Municipal, na Sessão Solene do Dia do Município. No seu discurso, colocou o acento tónico no tra-balho realizado pelo executivo nos últimos tre-ze anos, nas estratégias delineadas para alcançar níveis de satisfação às populações - “tomámos

como objetivos maiores da nossa ação a fixação de melhores condições de vida no território de Castro Marim, a captação de fatores que permi-tam a criação de postos de trabalho, o combate ao despovoamento e à desertificação do interior, o estabelecimento de condições que possibili-tem o crescimento das nossas crianças e jovens de modo saudável, favorecendo os meios que os conduzam a uma melhor formação, educação e desenvolvimento”.Outro dos aspetos realçados pelo presidente da câmara foi a importância dos patrimónios de Castro Marim - “A vasta valorização do patri-mónio cultural, natural e paisagístico tem con-tribuído para o desenvolvimento económico do concelho, para o aumento da sustentabilidade do mesmo, bem como para os reforços da nossa identidade e autoestima”.

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Na sua intervenção, José Estevens não deixou de lembrar as dificuldades que estamos a atravessar – “A crise colheu-nos num momento em que, finalmente, um conjunto de iniciativas de natu-reza privada e maioritariamente na área do turis-mo tinham logrado a obtenção das suas licenças e vinham sendo já fontes importantes de oferta de emprego e de acentuados investimentos. As di-ficuldades que estes investidores atravessam têm ref lexos na vida do concelho, designadamente o desemprego de um número importante de pes-soas.” A encerrar a sessão comemorativa, o pre-sidente da câmara municipal distinguiu com a medalha de mérito do concelho, grau ouro, José Armando Viegas Madeira e a Associação de Bem Estar Social da Freguesia de Azinhal. As comemorações do feriado municipal de-correram de 22 a 25 de junho, com um di-versif icado programa de animação cultural e musical, em especial dirigido à juventude,

procurando também fazer desta efeméride uma ref lexão consciente e empenhada sobre a longa história e o futuro deste promissor concelho. Das várias atividades que animaram Castro Marim nestes dias de festa, destacam--se: o Grande Arraial de São João, na Praça 1º de Maio, a inauguração das obras de requa-lif icação da Igreja de São Sebastião, da Santa Casa da Misericórdia, pelo Bispo do Algarve Dom Manuel Neto Quintas e as “Tardes Di-gitais” dedicadas aos mais jovens, no Revelim de Santo António, com Consolas PS3, Xbox 360, Nintendo Wii e ainda o torneio “Evolu-tion Soccer”.No dia 24 de junho, feriado municipal, ao cair da noite, o Revelim de Santo António foi in-vadido pela música. Primeiro, foram os sons e os tons da música dos Allmariados, seguindo--se o concerto com os “Virgem Suta” e o Af-ter Hours com o famoso DJ Sérgio Delgado.

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26# Biografia

a assoCiaÇÃo de Bem Estar Social da Fre-guesia de Azinhal (ABESFA) surgiu da necessi-dade de construir um Centro de Dia na sede de freguesia daquela aldeia do concelho de Castro Marim visto que, em 1984, o Plano Integrado de Desenvolvimento do Nordeste Algarvio (PIDR) preconizava a existência deste equipamento de apoio à Terceira Idade.Animado pela rija têmpera que domina os ho-mens corajosos, António Manuel Martins Pereira, consciente da importância de uma unidade com estas características numa freguesia com um ele-vado grau de envelhecimento, deu sem tibiezas o primeiro passo. No longínquo dia 24 de outubro de 1984 fundou a Associação de Bem Estar So-cial da Freguesia de Azinhal que viria a sustentar a obra material que se propôs construir. Cinco anos mais tarde, foi possível concretizar um dos grandes sonhos da recém-criada instituição particular de solidariedade social (IPSS), a cons-trução de um Centro de Dia no Azinhal, com a valência de Serviço de Apoio Domiciliário que, numa primeira fase, prestava apoio a duas dezenas de utentes na freguesia de Azinhal. Entretanto, alargou a sua esfera de ação a todo o concelho e, desde 2002, responde apenas na va-lência de Serviço de Apoio Domiciliário com um universo atual de 80 utentes. A ABESFA procura assegurar a prestação de cuidados individualizados no domicílio a indivíduos e famílias que, por mo-tivos de doença ou incapacidade, não consigam assegurar as suas necessidades básicas.No seu horizonte de ação, esta IPSS visa assegurar a satisfação de necessidades básicas, prestar cuidados de ordem física e apoio psicossocial aos indivíduos e famílias e colaborar na prestação de cuidados de saúde, prosseguindo um desiderato que é o apoio nas 24 horas do dia e uma atuação de emergência em caso de necessidade. Em 2009, a ABESFA deu mais um passo impor-

BiografiaassoCiaÇÃo de BeM estar soCial da Freguesia de azinHal (aBesFa)

tante na afirmação e na aproximação à comuni-dade com a sua integração nos Contratos Locais de Desenvolvimento Social do concelho de Cas-tro Marim/Alcoutim. Neste projeto tem à sua responsabilidade a Unidade Móvel de Animação e Acompanhamento Psicossocial (ANIMART) que, de forma itinerante e com uma equipa mul-tidisciplinar, se desloca pelos diversos lugares do concelho, proporcionando aos idosos um conjun-to variado de serviços na área da Saúde, Ação So-cial, Psicologia e Animação. Em 2011, a Associação de Bem Estar Social da Fre-guesia de Azinhal deu o maior passo da sua histó-ria com a construção de uma Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração e Manutenção, de âmbito regional, um projeto da autoria do Arquiteto José Alberto Alegria. Trata-se dum investimento de dois milhões e du-zentos mil euros, sendo que 59% do investimento total é financiado pela Câmara Municipal e 41% pelo Programa Modelar do Ministério da Saúde. Esta unidade, com uma área de 9.000 m2, foi construída num terreno anexo ao Centro Multiu-sos do Azinhal, cedido para o efeito pelo muni-cípio. Tem capacidade para 32 utentes, aos quais serão prestados cuidados de saúde e ainda prevê a reintegração de doentes crónicos e pessoas em si-tuação de dependência. A ABESFA dispõe de três dezenas de funcionários e seis viaturas que, diaria-mente, percorrem o concelho num total de 1.000 quilómetros. A Câmara Municipal distingue a Associação de Bem Estar Social da Freguesia de Azinhal, na pessoa do Fundador e Presidente António Manuel Martins Pereira, com a Medalha de Honra do Município, Grau Ouro, pelo trabalho meritório que tem de-senvolvido na área social, assumindo-se como um pólo de desenvolvimento do Nordeste Algarvio e, ao mesmo tempo, abrindo um sorriso de felicidade e esperança aos idosos que acompanha.

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Biografia 27#

Corria o ano de 1946 quando, no lugar de Montinho da Conveniência, na freguesia de Al-tura, nasceu um menino a quem os pais, Serafim Madeira e Otília da Encarnação Viegas, deram o nome de José Armando Viegas Madeira. Com al-guma nostalgia recorda os amigos da infância fe-liz e as vivências de então. Desse tempo ficaram as memórias de um punhado de amigos do peito como José João Corvo, Manuel Júlio Afonso, José Armando ou Manuel Simões, que com ele cresce-ram e partilharam histórias de vida, como as idas à praia, as primeiras namoradas, a apanha das uvas e dos melões no sítio da Aroeira e as paragens na barbearia do Saramago em Altura, que lhe valeram a alcunha de “o rei da marmelada”.Foi em Altura que este castromarinense desper-tou para o mundo do ciclismo, uma das maiores paixões da sua vida, tendo começado a correr em provas como ciclista popular, de que são exemplo uma corrida numa pista improvisada, aquando dos festejos das Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires. Já aqui José Madeira deixava trans-parecer as credenciais de um ciclista com bons predicados: inteligente, astuto, determinado e que o tempo e as equipas por onde passou haviam de rubricar, fazendo dele um líder ou «Chefe de fila». As primeiras pedaladas a sério começam em 1964, com 18 anos, quando enverga a camisola do Giná-sio Clube de Tavira, clube pelo qual, um ano de-pois, viria a participar, pela primeira vez, na Volta a Portugal em Bicicleta. Em 1966, uma queda aparatosa na Volta a Portugal quase fazia terminar precocemente a sua carreira. Em 1967 cumpre serviço militar na Póvoa de Var-zim, onde conheceu a mulher da sua vida e mãe dos seus três filhos sendo, mais tarde, mobilizado para Moçambique, onde participou em várias pro-vas velocipédicas, inclusive, na África do Sul.No regresso da vida militar, José Madeira volta a vestir a camisola do Ginásio Clube de Tavira, onde se mantém até 1977, tendo, nesse ano, conquistado o 6º lugar, na Volta ao Algarve em Bicicleta. Ainda,

BiografiaJosé arMando viegas Madeira

em 1977, obtém o 7º lugar na Volta a Portugal em Bicicleta. Numa das edições da Volta ao Algarve, com uma meta instalada em Altura, que José Ma-deira conquistou, foi surpreendido com um prémio de 250 escudos pelos amigos da terra que, assim, quiseram homenagear o seu herói.Em 1972, integra o pelotão do Sport Lisboa e Ben-fica, onde se mantém por alguns anos, correndo com grandes ciclistas do Benfica como Fernando Mendes e Venceslau Fernandes. Já em 1976, fixa residência em Loulé, ingressando na equipa do Louletano (devido a algumas dificuldades verifica-das na equipa do Ginásio de Tavira) que o catapul-tou para o ciclismo. Um ano depois, corre na equi-pa do Campinense ao lado de nomes como Manuel Gonçalves, Joaquim Colaço, Carlos Vitorino e José Afonso, equipa onde, em 1979, põe um ponto final na sua carreira.Neste palmarés invejável no ciclismo, o castro-marinense José Madeira conquistou também, em provas internacionais, lugares muito honrosos, como foi o caso da Volta à Espanha em 1975, onde alcançou o 12º lugar na classificação geral, sendo o terceiro melhor português. Em 1975, ao serviço do Benfica, na Clássica da África do Sul, Rapport Toer, o corredor Fernando Mendes foi o vencedor e José Madeira evidencia uma nobreza de cará-ter singular quando, na etapa decisiva para o seu camarada, apoia Venceslau Fernandes para este a vencer, permitindo a vitória na prova a Fernando Mendes e à equipa do Benfica. Participou, ainda, no Campeonato do Mundo em 1973, na Suíça, integrado na Seleção Nacional, correndo ao lado de grandes ciclistas, entre eles, o saudoso Joaquim Agostinho. José Armando Viegas Madeira, que a Câmara Municipal hoje distingue com a Medalha de Honra do Município, Grau Ouro, é um exem-plo da tenacidade física e nobreza de espírito que o desporto, em geral, e o ciclismo, em particular, se orgulham e onde o espírito de solidariedade e os gestos desportivos são os verdadeiros vencedores de medalha.

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28# educação

dia Mundial da Criança

“de Castro MariM levo a iMageM do pavilHÃo MuniCipal CHeio de CrianÇas, todas BeM dispostas, todas Muito Felizes, por passareM esta ManHÃ na CoMpanHia do seu avô Cantigas”, Carlos alBerto vidal

o pavilHÃo Municipal encheu-se de crian-ças e muitas brincadeiras, para assinalar o Dia Mundial da Criança, dia 01 de junho, com um espetáculo do Avô Cantigas. Neste programa da Câmara Municipal, repleto de animação e ale-gria para mais de 500 crianças do pré-escolar e 1º ciclo do concelho, Carlos Alberto Vidal, o Avô Cantigas, encantou os mais pequenos com as mú-sicas que acompanharam gerações de jovens. “O Dia Mundial da Criança tem vários significados para mim. Um deles, talvez o mais importante, é que celebrando este dia, celebramos as crianças, e por consequência lembramos os adultos da-quilo que devemos fazer nos outros dias do ano,

para que elas possam ter um crescimento melhor, mais saudável, ajudando-as a ser, no futuro, bem formadas. O outro, é que, para mim é um dia de trabalho, sendo eu o Avô Cantigas, tenho a felicidade de conviver com as crianças neste dia que é o delas, como aconteceu aqui em Castro Marim”, confidenciou Carlos Alberto Vidal à Notícias de Castro Marim. A Festa do Dia Mundial da Criança incluiu tam-bém a distribuição de brindes e de um lanche aos meninos, com o objetivo de criar um momento de partilha e de amizade entre todos os participantes, alunos e professores. Para a Unidade Orgânica de Educação e Ação Social da Autarquia constitui um orgulho poder associar-se às comemorações do Dia Mundial da Criança. Mais do que celebrar a data em que foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos da Criança, é fundamental que haja uma responsabilização, cada vez maior, dos dife-rentes estados e da comunidade em geral, na defe-sa intransigente dos Direitos da Criança.

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reCria a Cabratendo como pano de fundo a Feira “Terra de Maio”, a Câmara Municipal desafiou os alu-nos do 1º, 2º e 3º ciclos das escolas do Algarve a realizarem trabalhos artísticos sobre um molde de cabra de raça algarvia. A iniciativa denomi-nada “Recria a Cabra” estimulou a criatividade e o talento dos jovens que desenvolveram ver-dadeiras obras de arte, colocando sobre o molde temas relacionados com as paisagens, a arqui-tetura popular, os usos e costumes, a fauna e a f lora que caracterizam a região do Algarve. Foram cerca de 400 alunos, das escolas de Castro Marim, Altura, Vila Real de Santo António, Martinlongo, Tavira, Loulé, Olhão

e Albufeira, cujos trabalhos artísticos deram origem à exposição coletiva “Recria a Cabra”, apresentada no Centro Multiusos do Azinhal, durante a realização da 4ª Feira “Terra de Maio”. A exposição foi um dos atrativos do certame dedicado aos produtos da terra e à cabra de raça algarvia, ao qual acorreram cen-tenas de visitantes, entre os dias 13 e 15 de maio. A ação “Recria a Cabra” conferiu reconheci-mento e visibilidade à cabra de raça algarvia jun-to da comunidade escolar, permitindo a trans-missão do conhecimento sobre esta espécie, cuja criação tem uma origem secular na região.

os traBalHos artÍstiCos deraM origeM À eXposiÇÃo Coletiva “reCria a CaBra”, apresentada no Centro Multiusos do azinHal

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3.ª edição das Férias ativasCoM o objetivo de garantir a ocupação saudável das crianças do concelho durante a interrupção le-tiva de verão e, ao mesmo tempo, apostar no seu desenvolvimento cultural, social e pessoal, a Autar-quia realizou, de junho a setembro, a 3ª edição das “Férias Ativas”. A alegria e o entusiasmo dos 230 alunos ( 1º, 2º e 3º ciclos) participantes contagiaram os diferentes cenários onde decorreu esta operação, como a Quinta do Vale no Monte Francisco, a Bi-blioteca Municipal, a Companhia das Culturas em São Bartolomeu do Sul, o Centro de Ciência Viva em Tavira, o Pavilhão Municipal, a Marina de Vila Real de Santo António, a Piscina Municipal e a Casa da Música em Castro Marim.Ao longo de mais de dois meses, crianças e jovens participaram num vasto e diversificado leque de atividades desportivas e culturais, que os levou a conhecer ainda melhor o seu concelho, desde os saberes tradicionais ao seu riquíssimo património histórico e natural, passando pelo projeto educativo “Champimóvel – O Futuro da Ciência”.Com o sentimento de missão cumprida, a propó-sito da iniciativa, o presidente da Câmara Munici-pal, José Estevens, afirmou “As férias ativas corre-ram muito bem e a adesão tem vindo a aumentar

de ano para ano. O envolvimento das famílias e o entusiasmo da miudagem são, de facto, maiores e temos um duplo objetivo: por um lado, apoiar as famílias no momento em que mais se trabalha no Algarve e os pais não sabem com quem deixar os filhos, que estão de férias da escola; por outro, dar a oportunidade a estas crianças de ter um conjunto de experiências que são fundamentais para o seu desenvolvimento intelectual e a sua formação”. A título de exemplo, na Biblioteca Municipal, as mais de duas centenas de crianças participaram em ações de promoção da leitura, na estante dos livros ativos, no bingo de leitura e no jornal de parede. Ateliês de trabalhos manuais, sessões de cinema e killing foram outras das atividades com as quais se procurou desenvolver a criatividade e as capacidades cognitivas das crianças e dos jo-vens participantes.Em São Bartolomeu do Sul, na Companhia das Culturas, os alunos tomaram o pulso ao mundo ru-ral, através do desenvolvimento de atividades agrí-colas no ecossistema do barrocal, da manutenção da horta, da produção de pão, de esculturas doces e objetos do imaginário, de artes e ofícios e, ainda, passeios a cavalo.

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a BiBlioteCa Municipal promoveu a apresen-tação do livro «Eu Sei um Segredo». Trata-se de um livro de poesia, de 36 páginas, com dez poemas da autoria de José Guedes, ilustrados por Carla Mourão, ambos professores da Escola EB, 2 -3 de Castro Ma-rim. «Eu Sei um Segredo» remete-nos para uma es-crita narrativa dirigida a um público infantojuvenil, onde o leitor é interpelado acerca de valores como a amizade, a paz, a tolerância ou a multirracialida-de. Paralelamente, o livro convoca-nos para questões fundamentais à existência do ser humano como o nascimento, a nostalgia ou a criação artística, de que são exemplo os poemas “O Menino” e “Garça e a Raposa”. A propósito dos dez segredos/poemas/his-tórias que compõem o livro, editado pela Estratégias Criativas, o autor, referindo-se ao poder que a escrita tem, afirmou “que ela é capaz de levar a cultura de diferentes povos ao mundo inteiro e eternizar algu-mas mensagens através dos livros que todos lemos.”

“eu sei um segredo”

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tendo como ponto de partida a biblioteca es-colar e o grupo de teatro da EB.2,3 de Castro Marim, há cinco anos atrás, a professora Graça Corvinho, animada pela criação de hábitos de leitura e a promoção das artes cénicas junto dos alunos e apoiada nas atividades extraescolares, criou a TeaTroTeca de Castro Marim. Hoje, e passados estes anos, a TeaTroTeca cresceu com o apoio de outros docentes como Pedro Tavares, Cristina Felício e António Cavaleiro, e o entu-siasmo de um número muito significativo de alu-nos, que durante o ano letivo dão vida em palco a obras de autores portugueses. Os 41 pequenos atores envolvidos no projeto, alunos do 5º ao 9º ano de escolaridade, ensaiam duas vezes por se-mana na biblioteca escolar e já pisaram os palcos do Teatro Maria Matos e Teatro Aberto em Lis-boa, do Teatro das Figuras em Faro, da Casa da

teatrotecaMarioneta em Vila Real de Santo António, da Biblioteca Municipal e do Auditório da Escola EB. 2,3 de Castro Marim. A TeaTroTeca, um caso sério no mundo da representação, no último ano letivo levou à cena o “Auto da Curandeira”, baseado na obra de António Aleixo, e “Ataque a Santarém”, a partir do livro “Reis de Portugal”, de Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães. “Ataque a Santarém” venceu três prémios, na sequência do concurso promovido pela Edito-ra Caminho. A TeaTroTeca conquistou os pré-mios para melhor adaptação textual, melhor ator (Gonçalo Pereira) e melhor representação ex-ae-quo com o Colégio S. Martinho em Coimbra.A TeaTroTeca foi também um dos sete grupos de escolas do 1º, 2º e 3º ciclos selecionados, a nível nacional, para participar na mostra final da mo-dalidade de teatro no Maria Matos.

a teatroteCa levou À Cena, no ÚltiMo ano letivo, o “auto da Curandeira”, Baseado na oBra de antÓnio aleiXo, e “ataque a santaréM”, a partir do livro “reis de portugal”, de isaBel alÇada e ana Maria MagalHÃes

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da Janela da minha escolaveJo uM MonuMento

uMa das políticas sociais de maior relevo da Au-tarquia é a atribuição de bolsas de estudo aos alunos do concelho. É entendimento do executivo que a situação de carência das famílias não pode constituir um óbice para que os alunos deixem de prosseguir ou completar com sucesso os seus estudos. Assim, e em função das candidaturas apresentadas na Unida-de Orgânica de Educação e Ação Social, foi atribu-ído um conjunto de 28 bolsas de estudo a alunos do ensino secundário e superior, 12 e 16 respetivamen-te, para o ano letivo de 2011/2012, no valor de € 33.475,00. Quanto às condições de acesso às bolsas de estudo, conforme o Regulamento Municipal de Ação Social, os candidatos têm de ser naturais ou re-sidentes no concelho, não disporem, nem o seu agre-gado familiar, de meios económicos para suportarem os encargos correspondentes à frequência do ensino, não terem reprovado no ano anterior e não benefi-ciarem de outra bolsa para o mesmo fim.

Câmara MunicipalatriBui Bolsas de estudo

durante o ano letivo de 2010/2011, decorreu nas escolas do 1.º ciclo da região o concurso escolar “Da janela da minha Escola… vejo um monumen-to”, desafiando os alunos a apresentarem trabalhos artísticos associados aos monumentos, nas áreas da literatura, artes visuais e performativas. Os alunos dos 3.º/4.º anos de escolaridade da turma E da E.B.1 de Castro Marim participaram e produziram um vídeo publicitário sobre o Forte de S. Sebastião. Este projeto permitiu uma maior sensibilização para o património cultural e deu a conhecer o Forte de S. Sebastião, estrutura militar preponderante para o património histórico algarvio. O desempenho demonstrado e o envolvimento dos alunos, apoiados pelos encarrega-dos de educação e professores, valeu à turma E o 2.º lugar no domínio das artes performativas, galardão recebido na cerimónia de entrega de prémios, reali-zada a 3 de junho, na Fortaleza de Sagres.

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ilustração do livro“os valores da MinHa terra”

atenta à necessidade de valorizar os pro-dutos da terra e os saberes tradicionais, estimu-lando a criatividade e a imaginação dos mais novos na criação de uma história, a Biblioteca Municipal de Castro Marim lançou o desafio aos poetas, crianças do ensino pré-escolar e alu-nos do 1º ciclo do concelho, de escreverem um livro a duas mãos. “Os Valores da Minha Terra” é um livro, no mínimo, original, onde a escrita balança entre a poesia e a prosa e as ilustrações dão vida às histórias que retratam fielmente os sabores e tradições de Castro Marim. Com a inspiração própria dos poetas, António Salva-dor, Manuel Vicente Palma e Maria Felicida-de Viegas escreveram os textos, discorrendo de forma poética acerca dos produtos que a terra nos dá, sem esquecer o valioso património das artes tradicionais.

CoM vista a dinamizar a Biblioteca Munici-pal enquanto espaço de promoção do conheci-mento e da cultura, “Conto Contigo!” surge no âmbito de outra atividade permanente, a “Hora do Conto”, com créditos firmados junto dos pe-quenos leitores. Esta nova ação decorre duran-te o ano letivo e é destinada especialmente às crianças dos 3 aos 12 anos. Uma vez por mês, às terças feiras, é selecionado um livro de acordo com o tema escolhido. Os participantes vão ou-vir, ler e interpretar um conto ou uma história, desenvolvendo a criatividade, a imaginação e ci-mentando o gosto pela descoberta do universo maravilhoso dos livros. A atividade visa ainda contribuir para o desenvolvimento das capacida-des cognitivas da criança.

“Conto Contigo!”na BiBlioteCa MuniCipal

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Tendo por objetivo celebrar o espírito do Na-tal, lembrar os valores como a amizade, a frater-nidade e o desejo de paz no mundo, a Câmara Municipal assinalou a quadra natalícia junto das crianças do concelho com “Os Segredos do Na-tal”. Na segunda semana do mês de Dezembro, mais de 500 crianças das escolas do ensino pré--escolar e 1º ciclo do concelho descobriram “Os Segredos do Natal” que se escondiam atrás de 25 janelas e porta de uma casa, construída para o efeito, que trouxe consigo mensagens de espe-rança, canções, belos poemas, chaves mágicas e, como não podia deixar de ser, presentes. Percor-rendo as escolas do concelho, a “Casa do Natal” e a equipa da Seção Infantil da Biblioteca Mu-nicipal transportaram a cor e beleza natalícias, criando momentos de animação que perduram na memória das crianças.

escolas de Castro MarimdesCoBreM “os segredos do natal”

“Cem histórias sem palavras”aos sáBados na BiBlioteCa MuniCipal

nuMa política de interação com a comunidade, a Biblioteca Municipal de Castro Marim promo-ve desde novembro, aos sábados de manhã, “Cem histórias sem palavras”. Esta atividade, sempre com um tema diferente sobre a mesa, é dirigida às crian-ças com mais de 3 anos de idade, em que os mais pequenos desafiam os pais, avós, ou mesmo ami-gos, a participarem na construção de uma história. Ao contrário das histórias que conhecemos, aqui a escrita chama os materiais recicláveis, os jornais e revistas, com os quais as crianças vão construir narrativas, dando vida a personagens do maravi-lhoso e do fantástico, à medida da sua imaginação e criatividade. Para a Biblioteca Municipal, trata-se de uma excelente oportunidade para as crianças desenvolverem as suas capacidades de aprendiza-gem e de aquisição de novos conhecimentos.

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vaivém do oceanário de lisboao vaivéM do Oceanário de Lisboa é um pro-jeto que percorreu Portugal de Norte a Sul. Desti-nado a um público heterogéneo, com experiências educativas originais, visa uma tomada de consciên-cia dos cidadãos para a proteção do património na-tural. Os alunos das escolas do concelho entraram no Vaivém para assistir a diversas sessões durante as quais houve abordagens sobre temas ambientais da atualidade, com o propósito de consciencializar os mais jovens para a necessidade de um novo para-digma, tendo em vista a conservação e sustentabili-dade dos recursos naturais. No interior do Vaivém do Oceanário foi exibido um documentário alusi-vo ao ambiente, enquanto que no exterior funcio-nou um espaço de atividades lúdico-pedagógicas. Este projeto teve o apoio da Câmara Municipal de Castro Marim e para a Unidade Orgânica de Educação e Ação Social da Autarquia, o Vaivém do Oceanário é uma ação muito importante no contexto da educação ambiental.

aproveitando a itinerância do projeto “Champimóvel – O Futuro da Ciência” da Fun-dação Champalimaud, a Câmara Municipal apoiou a sua vinda a Castro Marim, em julho passado. O “Champimóvel – O Futuro da Ciência” é um pro-jeto educativo de grande interesse, apresentado atra-vés de um simulador móvel em forma de cápsula, que permite uma viagem em 4D ao corpo humano, durante a qual o visitante pode testemunhar os pro-blemas mais relevantes da ciência médica, tais como células estaminais, as nanotecnologias, o ADN e a terapia genética. Durante os cinco dias em que a atividade decorreu, os jovens que integraram a ação “Férias Ativas” assistiram à apresentação do “Cham-pimóvel”, assim como adultos e idosos. A ação “Champimóvel” contribuiu para o incremento do conhecimento científico e sobretudo para captar a atenção das novas gerações relativamente ao mundo da ciência e da investigação.

Champimóvel em Castro Marim

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Cultura 37#

a BiBlioteCa Municipal apresentou “Elas sou Eu!!!” (O que a gente não faz para pagar a renda), no mês de junho, pela Companhia O Teatro Novo do Brasil. Trata-se de uma divertida comédia musical, em que Lucineide, uma perigosa empregada domés-tica, consegue convencer o seu patrão, na véspera de uma estreia, de que ele é um péssimo ator. Ela pró-pria foi, em tempos remotos, atriz e tem a certeza de que talento é uma coisa que não se perde. Contudo, Lucineide não teve sorte e agora está disposta a ir até às últimas consequências para se tornar uma estrela internacionalmente reconhecida. “Elas sou Eu” é um espetáculo cómico polvilhado de humor cáustico e mordaz, que tem vindo a percorrer o país de Norte a Sul, e que passou por Castro Marim, para levar ao pal-co noventa minutos, de grande teatro e gargalhadas...

“elas sou eu!!!”

exposição de Manuel Cabanas

no desenvolviMento de uma política cultural de apoio às artes e às letras levada a cabo pelo Município de Castro Marim, e de forma a assinalar o Dia do Autor Português, a Biblioteca Municipal recebeu no verão passado a exposi-ção “Manuel Cabanas e os Intelectuais e Artistas do seu Tempo”, que esteve patente ao público. Através desta exposição, os visitantes ficaram a conhecer uma plêiade de personalidades que in-f luenciaram a vida deste insigne algarvio, nome-adamente de pessoas que conviveram diretamen-te com ele ou simplesmente foram referências na sua formação como homem informado e culto. Em muitas delas encontramos o gosto pela arte, a defesa do Republicanismo, a busca das liber-dades fundamentais, o gosto pela história, pelo jornalismo, a maçonaria, mas, principalmente, um humanismo, um espírito de tolerância e um desejo de saber que os torna diferentes e gran-des exemplos para os dias que correm. Manuel Cabanas (11 de fevereiro de 1902 – 25 de maio

na BiBlioteCa MuniCipal

de 1995) foi uma figura de exceção a todos os títulos. Um homem de bem, impoluto e de uma seriedade irrepreensível, de boa e reta consciên-cia, de um só rosto e uma só palavra e de incom-parável generosidade, que a todos fascinou.

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38# entrevista

almerinda romeiraJornalista

nCM: Há uma crítica recorrente aos pro-fissionais da comunicação que é o facto de produzirem um jornalismo centraliza-do nas redações, apoiado no trabalho das agências de comunicação e na pesquisa da internet, deixando o palco privilegiado da notícia que é a rua. Como é que vê o jorna-lismo em Portugal?ar: O jornalismo é uma das atividades mais no-bres da nossa sociedade. A meu ver, tão impor-tante como a justiça. Os jornalistas são os princi-pais defensores da liberdade de informação. Não penso que se tenham acomodado nem perdido a ousadia, mas já não digo o mesmo da sua capaci-dade de intervenção e de inf luência. Uma coisa é certa e a sua pergunta vai nesse sentido: tanto o jornalismo, como os jornalistas em Portugal não vivem dias fáceis.

sÃo MulHeres e proFissionais CoMo a Jornalista alMerinda roMeira que FazeM o ConCelHo de Castro MariM ter orgulHo nas gentes da sua terra. natural de sÃo BartoloMeu do sul, Foi eM lisBoa que alMerinda roMeira se aFirMou CoMo Jornalista, tendo traBalHado nos Mais ConHeCidos Jornais da Capital, CoMo o independente e o Correio da ManHÃ, onde esCreveu relevantes artigos de Cariz soCial. eterna apaiXonada pelo ConCelHo que a viu nasCer, Falou À notÍCias de Castro MariM da sua inFÂnCia na terra natal, da sua Carreira de Jornalista, do atual estado do JornalisMo eM portugal e das saudades que teM da sua terra.

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entrevista 39#

nCM: “Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo…”Partindo das palavras de Alberto Caeiro, de que modo é que São Bartolomeu do Sul, a terra que a viu nascer, a inf luenciou como mulher e como jornalista?ar: Não seria quem sou se não tivesse sido tão acarinhada por S. Bartolomeu do Sul e pela sua honrada gente! Poucas pessoas na aldeia sabiam ler e escrever em 1959 quando eu nasci, mas a gene-ralidade sabia que só a educação, o “estudo”, como se dizia então, nos conduz à liberdade de tomar decisões, de fazer escolhas, de definir caminhos. Mal aprendi a ler e a escrever, tornei-me escriba das mães analfabetas (homenageio aqui a Maria Helena, a Teresa, a ti Serafina) que tinham filhos na guerra em África, ou filhos que tinham ido para Lisboa. Sem saber, escrevia já os meus pri-meiros apontamentos de reportagem!... Na Escola Primária brilhei e a professora Maria José Fortes Rebelo apontou o caminho. Foi na sequência de uma primeira conversa entre duas mulheres extra-ordinárias, a minha querida Mãe e a minha Gran-de Professora, e de uma segunda conversa entre a minha Mãe e o meu querido Pai que, aos 10 anos, fui para Vila Real de Santo António, para a Escola Industrial e Comercial. Segui depois para o Liceu Nacional de Faro e, mais tarde, para Lisboa, para me formar em Comunicação Social, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Guiaram--me a determinação e a alegria do corredor da maratona que sabe que o estádio se levantará para aplaudir a sua vitória. O meu “estádio” é S. Bar-tolomeu do Sul… De alguma forma, protagonizo o cumprimento de um sonho coletivo, que é o do filho do povo que pelo seu mérito ascendeu à elite. Definitivamente, não seria o que sou se não tivesse começado a ver o Mundo na Biblioteca Iti-nerante da Fundação Calouste Gulbenkian, que, periodicamente, atravessava montes e vales para chegar a este punhado de casinhas brancas a 1,5 km do mar, no concelho de Castro Marim.nCM: Nos 24 anos que leva como profis-sional da comunicação, tem um currículo invejável, com passagens por grandes jor-nais como A Capital, o semanário O Inde-

pendente, o Correio da Manhã e a Revista Fortuna & Negócios. Lembra-se qual foi a primeira notícia que escreveu no extinto vespertino, A Capital? ar: Jamais esquecerei! Fui admitida nos quadros de A Capital no dia 18 de outubro de 1988, logo a ter escrito esta notícia e duas semanas depois de ter sido admitida como estagiária pelo novo Di-retor, Mário Crespo. Edite Esteves, chefe de Re-dação-Adjunta do jornal, e uma grande jornalista também ela algarvia, foi a minha fada-madrinha. Depois de duas semanas passadas a ler jornais, ela mandou-me aos Alunos de Apolo, uma coletivi-dade muito conhecida pelas danças de salão, que o proprietário do prédio na Rua Silva Carvalho, na zona das Amoreiras, onde ainda hoje se en-contra, estava a querer despejar…. “É uma injus-tiça!”, exclamava Rui Valoroso, o dirigente que entrevistei e que fez a manchete de A Capital. Só soube quando vi publicado. Ia morrendo de susto e de alegria.nCM: Um dos desafios mais exigentes que teve até hoje foi, seguramente, escrever o livro “Portugal Entre Gerações”, que assi-nala os 40 anos da SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social), a convite do Presidente da Associação, Luís Campos e Cunha, e do grupo Babel. Como foi entrevistar uma plêiade de personalida-des de áreas tão diversas como a política, a economia, a investigação e as artes?ar: Extremamente enriquecedor e gratificante. O que eu aprendi! “Portugal Entre Gerações” é um conjunto de ref lexões em forma de entrevistas a 12 homens e mulheres, de seis gerações (a mais jovem tinha 24 anos e o mais velho 75), com di-ferentes origens e profissões. Há lá uma consulto-ra (Inês Black Henriques), um jurisconsulto (José Miguel Bettencourt), uma empresária, antiga bai-larina clássica (Matilde Ferreira de Almeida), dois politólogos (Pedro Magalhães e Marina Costa Lobo), uma pintora (Sofia Areal), um quadro da banca (Luís Barata) e um gestor banqueiro (Artur Santos Silva), um economista (Vítor Bento) e dois antigos ministros (Guilherme d’ Oliveira Martins e João Salgueiro) e uma médica (Maria Perpétua

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Rocha). O livro celebra os 40 anos da SEDES, fundada por um grupo de cidadãos liderados pelo Dr. João Salgueiro e tem como objetivo contri-buir para ajudar a pensar Portugal. Apesar de ser um livro de ideias, foi intencionalmente redigi-do para ser acessível. Basta saber ler para o poder compreender. Acredito que as entrevistas que o integram transmitem mensagens que poderão aju-dar Portugal a ser um país melhor.nCM: A Almerinda Romeira tem a “pa-ternidade” do suplemento juvenil na área do Emprego e Formação Profissional “O Primeiro Emprego” do jornal Correio da Manhã. Qual a importância do jornalismo social para os cidadãos? ar: O exercício do jornalismo, além do com-promisso fundamental com a verdade e com o leitor, implica um compromisso com a responsa-bilidade social inerente à profissão. A ideia de um jornal popular como o Correio da Manhã lançar uma publicação para jovens na área da formação e do emprego, apontando caminhos e dando exem-plos de outros jovens que se distinguiram pelo estudo e pelo seu empreendedorismo, foi muito meritória. Por outro lado, uma parceria realizada com o Instituto de Emprego e Formação Profis-sional permitia divulgar 500 ofertas de emprego existentes em todo o país. O suplemento que eu editava era quase serviço público. nCM: Que significado tem para si o facto de ter sido agraciada pela Fundação Inatel, em 1999 (Ano Internacional das Pessoas Ido-sas) com o prémio de Melhor Reportagem, publicada no semanário O Independente? ar: Foi muito honroso! Por duas razões. Por se tratar de um trabalho sobre a terceira idade, con-siderada pelos jornais pouco fotogénica e por ser um daqueles prémios em que não se concorre, que é atribuído. Foi o próprio Inatel que comu-nicou à Direção de O Independente. Eu só soube da distinção pela Mónica Belo, que era Diretora--Adjunta da Inês Serra Lopes, que uma manhã ir-rompeu na Redação a gritar: “Parabéns!...” “Mas parabéns de quê, se já estamos em maio?!...”, ainda exclamei. Aquilo não fazia sentido, pois faço anos em abril. Recebi o prémio das mãos do, então, ministro da Solidariedade Social, Ferro Rodri-

gues, na presença do Primeiro-Ministro, Antó-nio Guterres, e de 30 mil idosos que lotaram o Pavilhão Atlântico, em Lisboa. nCM: Como jornalista, qual a notícia que gostaria de ter dado e ainda não deu?

ar: Tantas!... Na área da Saúde, a cura para o cancro seria a mais importante. Com esta doença, perdi há pouco tempo a minha prima Natalinha, que era da minha idade, e mais recentemente uma grande amiga, a Elza Norberto, que pôs toda a S. Bartolomeu do Sul de lágrimas nos olhos. nCM: A partir de Lisboa, pode traçar um olhar sobre o seu concelho?ar: Da janela da sala do prédio onde moro, no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa, avista-se a serra de Monsanto, que não sendo tão bela como o pinhal do Gancho tem o condão de me transportar até ele e, mais além, até às praias Verde e da Retur, onde cresci, e no seguimento do mar até à Alagoa. Já viajei alguma coisa e areia como a nossa não vi em lado nenhum.

alMerinda roMeira na presenÇa do presidente da sedes, luÍs CaMpos e CunHa, aquando da apresentaÇÃo do livro “portugal entre geraÇões”

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integrada na estratégia de valorização cultural e turística da vila de Castro Marim, a Câmara Municipal e a Empresa Municipal NovBaesuris realizaram, nos meses de julho e agosto, o programa de animação “Noites do Revelim”, na Colina do Revelim de Santo An-tónio. As Noites do Revelim apresentaram um cartaz de animação diversif icado: “Fado & Fla-menco” e “Revelim Club”, dirigidos a públi-cos-alvo distintos. As noites de Fado & Flamen-co, acolheram estilos musicais eruditos, pela mão dos artistas “Sara Gonçalves e os Alma”, “Raquel Peters e os Al-Buhera”, “Chanela de

noites do revelim

Badajoz” ou os “Al-Mouraria, proporcionando momentos únicos de fruição cultural. Por seu turno, as noites do “Revelim Club” produzi-ram animação noturna com música de dança, onde se destacaram as performances dos DJ s Christian F. e Nuno Dourado que atraíram centenas de jovens.A iniciativa procurou dinamizar o Revelim de Santo António, dotado de infraestruturas adaptadas à realização de eventos, revitalizando e promovendo Castro Marim no contexto da oferta cultural e turística do Algarve, durante a época estival.

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Festas em Honrado CoraÇÃo iMaCulado de Maria

CeriMÓnias religiosas, artesanato e es-petáculos musicais integraram o cartaz das Festas em Honra do Coração Imaculado de Maria, em Altura, de 1 a 3 de julho. O pro-grama das festas iniciou com uma arruada pela Banda Musical Castromarinense, segui-da da abertura da 12ª Feira de Artesanato de Altura, no parque de estacionamento junto à praia, certame que se assume como a montra dos saberes tradicionais nas artes e ofícios e onde os visitantes puderam apreciar os afa-mados dom Rodrigo, as tradicionais f ilhós e o bolo de alfarroba. Ao cair da tarde, a mú-

sica subiu ao palco com os sons e os ritmos dos “No Mazurka Band”. A fechar a noite, foi a vez da Banda “Sem Efeito” contagiar os espetadores com as sonoridades do pop/rock. No sábado, dia principal das festas, realizou--se a procissão em Honra do Coração Imacu-lado de Maria que, numa manifestação de fé, percorreu as ruas da localidade. A noite en-cerrou com um grande concerto dos “Quin-ta do Bill”. As Festas em Honra do Coração Imaculado de Maria tiveram a organização da Câmara Municipal, da Comunidade Católica local e do Clube Recreativo Alturense.

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Festas em Honrade nossa senHora da visitaÇÃo

nos dias 3 e 4 de setembro, a aldeia de Odeleite (aldeia presépio) celebrou as Festas em Honra de Nossa Senho-ra da Visitação. Cerimónias religiosas, folclore e música deram vida a esta manifes-tação de fé que, anualmente, ocorre em Odeleite. As ati-vidades iniciaram-se sábado com o tradiciona l Jogo da Ma lha, segu ido de out ros ent reten imentos como os insuf láveis e o touro mecâ-nico. Mais tarde, foi a vez da música através da partici-pação do Rancho Folclórico do Azinha l , da música de baile e, ainda, a atuação da ar t i sta Diana Gi l. No do-m ingo, a s comemoraçõe s in ic ia ram-se pela mão do Grupo Etnográf ico da Serra do Ca ldeirão e prossegui-ram com a Missa na Igreja de Odeleite e a Proci s são em Honra de Nossa Senhora da Visitação pela s ruas da aldeia. A terminar as come-morações, rea l i zou-se um espetáculo com o humorista Seraf im, cuja alegria e boa d i spos ição cont ag i a r am a comun idade de Odeleite. Esta celebração teve a or-ganização conjunta da Jun-ta de Freguesia de Odelei-te e Assoc iação Socia l da Freguesia e contou com o apoio da Câmara Municipal.

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Festas em Honrade nossa senHora dos Mártires

a CÂMara Municipal celebrou, de 12 a 15 de agosto, as Festas em Honra de Nossa Senho-ra dos Mártires, uma das cerimónias religiosas mais emblemáticas da terra, com um programa diversif icado que incluiu tauromaquia, música cubana e um concerto do grupo “Os Anjos”. O programa das festas teve início com as “Noi-tes do Revelim”, que assinalaram o Dia Inter-nacional da Juventude, através de um espetáculo de pop rock, pelos “Bubblebath”, terminando a noite com o DJ Nuno Dourado. O segundo dia das festas foi dedicado ao Al-garve Taurino com uma monumental Corrida de Toiros à Portuguesa, no Campo de Futebol de Castro Marim, composta pelos cavaleiros Joaquim Bastinhas, Rui Fernandes, João Ma-ria Branco e os forcados amadores de Cascais, Arronches e Beja que, na presença de milhares

de espetadores, enfrentaram 6 soberbos toiros da Ganadaria de Inácio Ramos. No dia 15 de agosto, as Festas em Honra de Nossa Senhora dos Mártires, começaram cedo com a Alvorada pela Banda Musical Castromarinense, seguida de uma missa solene na Igreja de Nossa Senhora dos Mártires. O momento mais intenso das cerimónias reli-giosas aconteceu com a procissão da imagem veneranda de Nossa Senhora dos Mártires que, numa grande manifestação de fé, saudou os mi-lhares de fiéis que a acompanharam ao longo das ruas da vila. Nesta noite de grandes emo-ções e sentimentos, o concerto do grupo “Os Anjos” encerrou com chave de ouro as come-morações que tiveram a organização da Câmara Municipal, da Paróquia de Santiago e contaram com o apoio das associações locais.

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Xiv edição dos dias Medievais

Já é da tradição. Todos os anos, no último f im de semana do mês de agosto, a vila de Castro Marim recua até à Idade Média, a uma realidade perdida e fascinante que não dei-xa ninguém indiferente. A prová-lo estão os 60 mil visitantes que acorreram à XIV Edição dos Dias Medievais, que registou a maior ade-são de sempre. Motivo de orgulho para Cas-tro Marim e para os castromarinenses, os Dias Medievais levam os seus visitantes numa via-gem espantosa por uma época da humanidade repleta de personagens mitológicas, monstros, fábulas, castelos, guerreiros, princesas e ban-quetes. Esta visita de quatro dias e quatro noi-tes à misteriosa Idade Média iniciou-se com o grandioso desf ile medieval onde participaram milhares de pessoas e centenas de f igurantes, todos eles vestidos a rigor, exibindo os trajes característicos de cada uma das classes sociais de então: o clero, a nobreza, a burguesia e o povo. As ruas da vila foram estreitas para rece-

ber todos aqueles que assistiram à passagem do desf ile, assim como às performances ao ar li-vre de bobos, equilibristas, cuspidores de fogo, malabaristas, encantadores de serpentes, con-tadores de histórias e contorcionistas. A Liça do Castelo de Castro Marim foi o palco privi-legiado de emotivas exibições encenadas pela Companhia de Teatro “Vivarte” com os tor-neios medievais de Armas a Cavalo. As armas e os combates medievais foram, igualmente, encenados com a arte e a destreza no mane-jo da espada, pelos “Lobos Negros”, a Esgri-ma Lusitana pela Escola Santo Condestável e o Torneio Medieval a Cavalo pelo Esquadrão de Cavalaria da GNR do Alentejo e Algarve, que encantaram os espectadores, tal como os espetáculos de destreza e cor com coreograf ia de bandeiras. A música esteve presente com as deambulações musicais medievais pelas ruas e praças do castelo, as Arruadas pelo Grupo de Pastores da Serra da Estrela e os espetáculos de

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música e dança do Norte de África, Andaluza, Magrebi e do Médio Oriente. Durante os fes-tejos, foram recriados no interior das muralhas as artes e ofícios de então, sendo a maior par-te destas recriações executadas por habilido-sos artesãos do concelho que f izeram ao vivo demonstrações das antigas prof issões da épo-ca como tosador, barbeiro, ferreiro, sapateiro, tanoeiro e peleiro. Sempre aguardados com grande expectativa, os banquetes reuniram centenas de comensais no interior do Castelo

Velho, deliciando todos aqueles que provaram a gastronomia da época e as suas iguarias. À luz misteriosa das tochas e ao som da guitarra clássica, os convidados deleitaram-se com uma ementa medieval onde não faltaram os pra-tos e sobremesas da época, acompanhados de vinho, cerveja preta e cidra. Os participantes nesta viagem ao mundo misterioso e fascinan-te que foi a Idade Média foram despertos do sonho com o espetáculo de fogo de artif ício que encerrou os festejos.

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Concursode estaBeleCiMentos aderentes

organizado pelo Centro de Cultura e Des-porto do Pessoal da Autarquia (CCD), o júri do con-curso avaliou o bom gosto e a qualidade do traba-lho desenvolvido pelos estabelecimentos aderentes, tendo atribuído a seguinte classificação: 1.º lugar, Mini-Mercado Rita Pena ; 2.º lugar, Restaurante Típico - Tasca Medieval; 3.º lugar, Restaurante Os Dois Irmãos; 4.º lugar ex-aequo, Restaurante o Poço e a Imobiliária Casas do Sotavento. O 1º classificado conquistou um prémio de 1.250,00 euros, o 2º clas-sificado alcançou um prémio no valor de 1.000,00 euros e os restantes concorrentes obtiveram um pré-mio de participação no valor de 400 e 200 euros, respetivamente. 1º. lugar - MiniMerCado rita pena

4º. lugar eX-aequo - restaurante o poÇo

4º. lugar eX-aequo - Casas do sotavento

2º. lugar - restaurante tÍpiCo — tasCa Medieval

3º. lugar - restaurante os dois irMÃos

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o regiMento de Infantaria nº 1 de Tavira, em estreita colaboração com a Câmara Munici-pal, promoveu um Ciclo de Exposições do Insti-tuto Geográfico Português do Exército, na Igreja do Castelo de Castro Marim, durante os meses de fevereiro, março, abril e outubro de 2011. O ciclo iniciou com a exposição “Operações Militares no Norte de Portugal durante as in-vasões Francesas”, em fevereiro, enquadrada nas comemorações do bicentenário da Guerra Peninsular realizadas pelo Exército Português, mostra que retrata as efemérides ocorridas no período da segunda Invasão Francesa, entre fe-vereiro e maio de 1809. Nos meses de março e abril, a Igreja do Caste-lo abriu portas à mostra “Finis Portugalliae” que

instituto geográfico portuguêsproMove eXposiÇões eM Castro MariM

aborda acontecimentos determinantes na delimi-tação da fronteira terrestre e os conf litos ineren-tes, divulgando o excelente trabalho a nível da cartografia e da arquitetura militar em Portugal.A encerrar o ciclo de exposições, esteve patente, no mês de outubro, a exibição “Cursos e Percur-sos para o Mar Oceano”, elucidativa da impor-tância dos rios portugueses e do seu contributo na delimitação natural e consolidação da nossa região fronteiriça. Esta iniciativa do Regimento de Infantaria nº 1 do Exército é da maior importância para dar a conhecer o país do ponto de vista cartográfico e militar, estando a sua mostra devidamente en-quadrada no seio do património histórico e mili-tar de Castro Marim.

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Claudina BrásFiadeira

“passáMos noites Muito alegres. ContavaM-se HistÓrias de vida, os naMoros, os Bailes de aCordeÃo e ConCertina, e tantas outras Coisas. sentÍaMo-nos satisFeitas. HoJe, as pessoas CoM MelHores CondiÇões andaM aBorreCidas e indispostas”.

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entrevista 55#

no concelho de Castro Marim, quando falamos na arte e no engenho de fiar a lã somos, inevita-velmente, conduzidos ao monte das Furnazinhas, onde Claudina Maria Pereira Brás vai fiando os fios de lã, que noutros tempos deram forma a mantas, camisolas e meias para agasalhar famílias inteiras. Num misto de emoções e nostalgia, a fiadeira da freguesia de Odeleite falou à Notícias de Castro Marim com gosto e autoridade daquilo que sabe fazer bem: fiar a lã na roda sem esconder a tristeza que sente pelo facto de não estar assegurada a con-tinuidade do seu saber.Numa manhã de primavera, com o sol a raiar entre as nuvens, o cheiro intenso a rosmaninho, o branco da f lor de esteva e o chilrear dos pássaros anunciam--nos que estamos em pleno monte das Furnazinhas, na freguesia de Odeleite, onde a fiadeira Claudina Maria Pereira Brás, de 77 anos de idade, no pátio da casa onda mora, fia na roda de modo incessante e cujo movimento ritmado só é quebrado pelo ron-ronar do seu gato, que aproveita para brincar com as maçarocas de lã. As mãos calejadas e as rugas do rosto denunciam as marcas de uma vida de traba-lho. Claudina Brás, quando questionada com quem aprendeu a arte de fiar na roda, dá resposta rápida. “Aprendi com a minha mãe. Nos intervalos em que se afastava da roda, lá estava eu a mexer nos fios de lã, o que a levava a ralhar comigo, tinha receio que os partisse. Comecei a fiar era ainda criança, teria os meus dez anos. Contudo, passei a fiar mais após o nascimento dos meus filhos, pois precisava da lã para as tecedeiras fazerem as mantas. Hoje, eles não as querem porque dizem que são muito pesadas”, assevera com um sorriso nos lábios. A arte antiga de fiar a lã começa com a tosquia das ovelhas, seguindo-se a preparação da lã, a fiação, até ao tricotar das várias peças de vestuário. Na sua narrativa, Claudina Brás assegura-nos que depois da tosquia, a lã da ovelha é transportada em canastras para a ribeira, onde é lavada dentro de um tacho de zinco com água a ferver, durante hora e meia. A se-guir, a lã é colocada de novo numa canastra e lavada com água até ficar bem limpa, sendo estendida no cascalho da ribeira para escorrer. No dia seguinte, é estendida ao Sol para enxugar. Concluída a tarefa de lavar e secar a lã, é tempo de carmiar, desfazer os

nós da lã para cardar, uma vez enzeitada, o carda-dor começa a trabalhar a lã, até ficar pronta para ser fiada na roda. A finalizar este ciclo, a lã passa pelo sarilho onde se enrolam os fios das maçarocas para formar as meadas, terminando com os novelos nas mãos da tecedeira, que irá produzir as mantas, as camisolas e as meias. Com a mesma cadência que vai fiando na roda, Claudina Brás desfia as memórias do seu tempo de menina e moça para nos dizer, “olhe! aqui no monte eram muitas as mulheres que fiavam para fora. Nós íamos ao concelho de Alcoutim ou à Foz de Odeleite, montadas em burros entregar os nove-los de lã para as tecedeiras fazerem as mantas. Sabe quanto é que ganhávamos? Cinco escudos e um pão de trigo. Uma vida de miséria”, remata. Quan-to aos serões passados à volta da fogueira a fiar a lã, Claudina Brás, num tom de voz nostálgico, lembra “Passámos noites muito alegres. Contavam-se his-tórias de vida, os namoros, os bailes de acordeão e concertina, e tantas outras coisas. Sentíamo-nos sa-tisfeitas. Hoje, as pessoas, com melhores condições, andam aborrecidas e indispostas”. A propósito dos locais onde tem mostrado a arte e o engenho de fiar na roda, Claudina Brás não contém o entusiasmo e faz saber, “graças à Câmara Municipal, ao Dr. José Estevens, e ao saber fiar a lã, tenho conhecido muitas pessoas e outros lugares, não só no país, mas também no estrangeiro. Já fui às festas medievais de Guérande, em França, e a Espa-nha. Os visitantes ficam com os olhos arregalados quando me veem a fiar os fios de lã na roda e dizem isto é muito bonito e interessante.” Com o aproximar do fim da entrevista, pergunta-mos à nossa fiadeira como é que as moças olham para a arte de fiar na roda: “Não têm interesse ne-nhum. Na última edição dos “Dias Medievais”, no Castelo de Castro Marim, uma jovem transmitiu--me que gostava de aprender a arte e que viria a mi-nha casa... até hoje! Mas, sempre lhe digo que ainda quero ensinar a minha filha a fiar a lã, embora ela possa não fazer uso, mas fica a saber, porque o saber não ocupa lugar. É com tristeza e mágoa que vejo desaparecer o ofício. Não há quem queira continu-ar”. Atirando o olhar para o firmamento, exclama: “Não vê como eu estou velha?”

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dia internacionaldos MonuMentos e sÍtios

a autarquia assinalou o Dia Internacional dos Monumento e Sítios, 18 de abril, associando-se ao programa nacional de comemorações promovido pelo IGESPAR. O dia foi marcado pela atividade “Água, Cultura e Património – Uma Aventura no Moinho das Pernadas”, realizada neste moinho, na Ribeira de Odeleite, onde se reuniram as cerca de duas centenas de crianças do projeto “Férias Ativas da Páscoa”. Esta actividade proporcionou um con-tacto mais próximo com a natureza e com o moinho de maré, num espaço amplo onde todos puderam realizar jogos tradicionais, passeios de burro e tomar conhecimento dos processos associados ao ciclo do pão. O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, instituído em 1982, tem como principal objetivo “sensibilizar o público para a diversidade e vulnera-bilidade do património, bem como, o esforço envol-vido na sua valorização e conservação”.

associação odianaConquista préMio turÍstiCo

a odiana – Associação para o Desenvolvimento do Baixo Guadiana, conquistou o prémio de “Pro-duto Internacional de Turismo” na Feira de Interior de Jaén, uma das mais importantes feiras da vizinha Andaluzia. O galardão turístico foi concedido pela Institución Ferial de Salamanca (IFESA) e Junta de Andaluzia, organizadores da «Terra Adientro», cer-tame que decorreu de 7 a 9 de outubro e contou com um total de 163 expositores. A promoção em feiras turísticas surge na sequência de uma estratégia da Associação Odiana para promoção da sub-região do Baixo Guadiana na vizinha Espanha, dando a co-nhecer a serra, o barrocal e o litoral dos concelhos algarvios de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António, com realce para o turismo rural, a natureza, o património histórico edificado, os per-cursos pedestres, as praias e o rio Guadiana.

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proCurando manter vivas as tradições no concelho, a Autarquia, com o apoio das associações locais, promoveu nos meses de junho e julho, o XII Concurso de Mastros. As associações e clubes orga-nizaram diversos arraiais populares onde recriaram tradições como as quadras populares, os manjericos, as marchas populares e os altares com a imagem dos santos. Todos eles foram elementos valiosos para a avaliação do júri composto por representantes da Câmara Municipal, do Agrupamento Vertical de Escolas de Castro Marim, da Associação ODIANA e do Centro de Cultura e Desporto do Pessoal da Autarquia (CCD). Em 2011, além do mérito de cada associação pelo empenho demonstrado na dinami-zação dos arraiais e mastros, os vencedores da XII edição do Concurso de Mastros foram o Clube de Junqueira em 1º lugar, a Casa do Povo do Azinhal em 2ª lugar e a Associação Recreativa e Cultural dos Amigos de Alta Mora em 3ª lugar, premiados com 700 euros, 500 euros e 400 euros, respetivamente.

Concurso dos santos populares

são João na MalhadaeM odeleite

preservando uma das festas populares mais antigas da Freguesia de Odeleite, a Asso-ciação Recreativa, Cultural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora (ARCDAA) comemo-rou o São João no sítio da Malhada, que contou com largas centenas de participantes. Durante a Festa de S. João da Malhada, decorreu o II Encontro de Ciclomotores, levando os proprie-tários destes veículos a concentrarem-se junto à sede social da associação, para realizarem um passeio até à Malhada, onde colocaram os seus veículos em exposição. A associação premiou o ciclomotor mais antigo, o melhor conserva-do e o mais original. O S. João da Malhada contou com o apoio da Câmara Municipal, da Junta de Freguesia de Odeleite e da Junta de Freguesia de Vaqueiros.

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Castro MariM-guérandeassociação de geminação

no mês de outubro, a Associação para a Gemina-ção de Castro Marim e Guérande promoveu uma visita ao Baixo Guadiana a um grupo de 16 franceses da Vila de Guérande. Os elementos da Comissão de Geminação de Guérnade descobriram, ao longo de uma semana, os concelhos de Mértola, Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António. Para Alexandre Laurent, Presidente desta associação cons-tituída em maio de 2011, resultado de um desafio do Dr. José Estevens, visa aprofundar o processo de geminação com a vila francesa. No âmbito do inter-câmbio juvenil, possibilitou que, nas férias da Pás-coa, 16 alunos do 2º e 3º ciclos da Escola EB. 2,3 de Castro Marim se deslocassem a Guérande para uma estadia em casa de famílias de acolhimento.

Castro Marim recebe visita

integrada num conjunto de deslocações a municípios algarvios, Sua Excelência o Senhor Embaixador de França em Portugal, Pascal Tei-xeira da Silva, visitou a vila de Castro Marim tendo sido recebido, no edifício dos Paços do Concelho, pelos vereadores do executivo, Fi-lomena Pascoal Sintra e Nuno Pereira. Neste frutuoso encontro em Castro Marim, o Embai-xador de França em Portugal inteirou-se acerca da realidade sócioeconómica do concelho, tendo sido igualmente passados em revista alguns temas da atualidade política, nomeadamente a reforma em curso da administração autárquica e os ref le-xos da crise na vida municipal. Outra das ques-tões abordadas com Pascal Teixeira da Silva, foi a importância da geminação dos municípios do Baixo Guadiana com a região de Loire Atlân-tique, no caso vertente, a geminação de Castro Marim com Guérande, desde maio de 2004, que tem permitido reforçar os laços de amizade e a

do eMBaiXador de FranÇa eM portugal

promoção de intercâmbios culturais com aquele município francês ao nível das escolas, dos “Dias Medievais”, mas também do sal, que é a sua prin-cipal atividade económica.

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eventos 59#

noites de Cinema

pelo 12.º ano consecutivo, a Praça 1º de Maio em Castro Marim e o Cine-Estúdio de Altura foram a plateia de eleição para assis-tir às Noites de Cinema em Castro Marim e Altura. As sessões cinematográf icas f ize-ram parte da agenda cultural promovida pela Autarquia para os meses de verão. Grandes f ilmes apaixonaram os amantes da sétima arte: “Engana-me que Eu Gosto”, “A Pro-fessora Baldas”, na f icção “X-Men: O Iní-cio”, “Piratas das Caraíbas por Estranhas Marés”, “Velocidade Furiosa 5”, “O Turis-ta” e “A Rapariga do Capuz Vermelho”, nos f ilmes infantis “Gnomeu e Julieta” “Rio” e “O Panda do Kung Fu 2”. A adesão tradu-ziu-se no numeroso público que garantiu o sucesso de mais uma edição das Noites de Cinema no concelho.

eM Castro MariM e altura

animaçãode verÃo eM altura

tendo em vista garantir bons momentos de convívio e lazer aos residentes e turistas que, durante a época de verão, elegem a localidade de Altura para passar férias, a Câmara Muni-cipal organizou, nos meses de julho, agosto e setembro, um programa de animação no espaço de lazer junto à Avenida 24 de Junho. O car-taz de animação foi pontuado por um conjunto de espetáculos de dança e teatro, assim como musicais, onde as atuações do Duo Popular, da banda pop-rock Allmariados, dos fadistas Pedro Viola e Aurora Gonçalves, do grupo “Modas à Campaniça” e da “Banda Musical Castromari-nense”, possibilitaram a representação dos vá-rios estilos musicais.

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no dia 18 de agosto, a Rádio e Televisão de Por-tugal (RTP) transmitiu o programa “Verão Total”, em direto, a partir da Colina do Revelim de Santo António, na vila de Castro Marim. O programa, transmitido durante os meses de verão na RTP 1 e RTP Internacional, foi conduzido pelos apresenta-dores Hélder Reis e Diamantina Rodrigues ao lon-go de cinco horas de emissão, mostrou e desven-dou o melhor de Castro Marim, desde a história ao rico património natural e humano que dispõe, passando pelos saberes tradicionais e oferta turística. Temas como a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, o patrimó-nio histórico edificado da vila, o artesanato, o sal, a gastronomia, a cabra de raça algarvia, a Unidade de Cuidados Continuados do Azinhal e os empre-endimentos turísticos em desenvolvimento foram motivo de um conjunto de entrevistados em direto e outras tantas reportagens que constituíram uma boa oportunidade para promover Castro Marim e as suas gentes. O Presidente da Câmara Municipal,

José Estevens, falou das perspetivas de desenvolvi-mento do concelho para o futuro. Na sua interven-ção, passou em revista algumas das obras essenciais à qualidade de vida e bem-estar das populações realizadas pelo executivo, de que são exemplo: as acessibilidades, o abastecimento de água e o sanea-mento básico, os equipamentos culturais, a requa-lificação do património histórico ou as políticas sociais. No “Verão Total” marcaram presença, en-tre outros convidados, o historiador Hugo Cavaco, o arquiteto José Alegria, o presidente da Tradisal, Fernando Reis, o diretor executivo da Associação Odiana, Valter Matias, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, José Cabrita e o diretor do Jornal do Baixo Guadiana, Carlos Luís Figueira. Igualmente, mereceu destaque o evento “Dias Medievais” pela sua importância cultural e turística para Castro Marim. Outro dos pontos for-tes do programa foi a entrevista ao castromarinense, Ricardo Mestre, vencedor da 73ª Volta a Portugal em Bicicleta.

Castro Marim no programaverÃo total da rtp

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Feira do livroeM altura

na Festa do eMigrante

no âmbito da Agenda Cultural, a Câmara Mu-nicipal promoveu, entre 7 e 17 de agosto, a 5ª edição da Feira do Livro em Altura, na Zona de Lazer junto à Avenida 24 de Junho. Este certa-me, que contou com a presença de várias editoras é já uma marca cultural do verão em Altura. Os visitantes puderam tomar contacto com as obras de grandes autores nacionais e estrangeiros e, ao mesmo tempo, adquirir bons livros a preços mais reduzidos. O programa de animação da 5ª Feira do Livro incluiu a apresentação da peça de teatro “Varredor de Marés” pelo grupo de Teatro Te--Atrito e uma sessão de autógrafos com a escrito-ra Helena Palma, autora da obra “Orquídea”. O objetivo da Feira do Livro é a promoção do livro e da leitura junto da comunidade residente, mas também dos milhares de turistas que, nesta época do ano, procuram Altura para passar as férias.

CoM a chegada do mês de agosto, em que os emigrantes regressam ao seu país de origem para gozarem umas merecidas férias junto das famílias e amigos, o Campesino Recreativo Futebol Clube realizou a XVII edição da Festa do Emigrante, no Monte Francisco, entre os dias 5 e 7 de agosto. O convívio teve início na sexta-feira com um bai-le pelo grupo “+ 2”, no qual os emigrantes e os visitantes deram um pé de dança e reencontraram amigos. No dia 6 de agosto, a festa foi dedicada à juventude e a noite começou com um concer-to do grupo “Uns & Outros”. Uma das surpresas desta edição da Festa do Emigrante aconteceu com a participação do DJ Filip D Palm, da Antena 3, que trouxe consigo o melhor da música, animan-do os jovens até altas horas da manhã. A encerrar realizou-se um mega almoço no Largo do Parque, no coração do Monte Francisco.

dj Filip d palm da antena 3

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pelo 6º. ano consecutivo, o acordeão foi anfitrião na vila de Castro Marim durante a realização do Fes-tival “Castro Marim, Palco do Acordeão”. O festival, organizado pelo Centro de Cultura e Desporto do Pessoal da Autarquia (CCD), teve lugar no mês de ju-lho, na Praça 1º. Maio, atraindo centenas de aprecia-dores deste instrumento. Os alunos da Escola de Acor-deão de Castro Marim abriram o evento, mostrando ao público o fruto de muitas horas dedicadas ao estudo da música e do acordeão. A segunda parte do festival foi marcada pela atuação de um conjunto de acordeo-nistas portugueses como Leonel Mateus, Sérgio Con-ceição, Valter Ó, João Pereira, Francisco Conceição, Silvino Campos e Miguel Pereira. O ponto alto de “Castro Marim Palco de Acordeão” aconteceu com a participação especial de René Sopa, um dos mais ca-rismáticos acordeonistas franceses e do Trio São Peter-sburgo da Rússia, trio galardoado internacionalmente que tem percorrido o mundo em tournées.

a CÂMara Municipal promoveu uma nova temporada dos “Serões de Acordeão”, de julho a setembro, nas diversas localidades do concelho. O calendário contemplou atuações em Corte Peque-na, Pisa Barro de Cima, Cerro do Enho, Furna-zinhas, Cortelha, Alcaria de Odeleite, São Bar-tolomeu do Sul, Vale do Pereiro, Portela Alta de Baixo e Funchosa de Cima, conquistando castro-marinenses e turistas com grandes peças musicais, algumas delas responsáveis pela internacionaliza-ção deste instrumento musical tão genuinamente português. Os “Serões de Acordeão” animaram as aldeias típicas e lugares do concelho, com a música tocada pelos acordeonistas João e Miguel Pereira, entusiasmando as sucessivas gerações que admi-ram a arte de bem tocar acordeão. Esta iniciati-va da Câmara Municipal contou com o apoio das Juntas de Freguesia e das Associações Locais.

serões de acordeão

rené sopa e trio s. petersburgono palCo de aCordeÃo

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encontro de Cultura Cubana

tendo em vista descobrir os valores e iden-tidade cultural do povo cubano, de 22 a 25 de julho, a Câmara Municipal promoveu um En-contro de Cultura Cubana, em Altura e Castro Marim. O programa incluiu uma conferência, uma exposição de pintura contemporânea e ainda espetáculos de música cubana. No Auditório da Biblioteca Municipal realizou-se uma Conferên-cia intitulada “A Cultura Cubana na Revolução” por Roly Peña, lançando um olhar atento acerca da revolução cubana. Na Igreja da Misericórdia, no Castelo da Vila, esteve patente uma exposi-ção de pintura contemporânea cubana “Color Cuba”. Integrado nas “Noites do Revelim”, no dia 22 de julho, teve lugar um espetáculo com o grupo Contratiempo, onde os sons e os ritmos da música cubana contagiaram os presentes.

no ConCelHo de Castro MariM

Xv Festival de BandaseM Castro MariM

CoM o objetivo de preservar a tradição secular das filarmónicas em Portugal e promover o apare-cimento de novos músicos, a Banda Musical Cas-tromarinense realizou no mês de julho, o “XV Fes-tival de Bandas” no Revelim de Santo António. A edição de 2011 arrancou com o tradicional desfile das bandas pelas ruas da vila, seguindo-se a exe-cução musical dos hinos da Sociedade Filarmónica União Piedense (Cova da Piedade), da Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba (Alcácer do Sal), da Sociedade Filarmónica Portimonense (Por-timão) e da Banda Musical Castromarinense. Após a execução de peças musicais por cada um dos par-ticipantes, aconteceu um dos momentos mais em-blemáticos deste festival: a execução de uma peça em conjunto com as bandas participantes. O “XV Festival de Bandas” terminou com um concerto realizado pelas bandas, sob o olhar maravilhado de centenas de pessoas.

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arCdaa comemorao dia de s. MartinHo

no âmbito das atividades programadas para o outono, a Associação Recreativa, Cultural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora (AR-CDAA) comemorou o Dia de São Martinho,

em Alta Mora, com a realização do 7º Con-vívio dedicado ao «Santo do inverno que traz o verão». A iniciativa dedicada à prova do vi-nho novo e às castanhas iniciou-se com a rea-lização do Passeio Pedestre e do 1º Passeio de BTT pelos trilhos da Cumeada de Alta Mora, num percurso de 8 Km que contemplou a des-cida à ribeira do Beliche e passagem por al-gumas povoações da freguesia. A tarde trouxe o Magusto de São Martinho, oferecido pela ARCDAA, com as castanhas assadas, o vinho novo e a jeropiga. Paralelamente, houve uma mostra de produtos da terra, onde se destaca-ram o pão caseiro, o mel, os frutos secos e os doces tradicionais e, como não poderia deixar de ser, o baile com a participação do artista Pedro Relvas.

a aldeia do Azinhal acolheu, no mês de julho, a 17ª. edição do Festival de Folclore, numa organização do Rancho Folclórico da-quela freguesia do nordeste algarvio. A jornada de folclore nacional teve início com a receção dos grupos participantes, seguida de um jantar convívio e da Missa no Largo de Santa Bárba-ra. O Centro Multiusos de Azinhal foi o pal-co onde, ao longo de mais de quatro horas, os ranchos convidados apresentaram o melhor do nosso folclore e etnografia. Nesta edição do fes-tival, além do rancho anfitrião, marcaram pre-sença o Rancho Folclórico Regional de Foros de Salvaterra, o Rancho da União Folclórica da Bobadela, o Rancho Folclórico “Paranhos da Beira” (Seia) e o Rancho Folclórico “Os Cam-peiros de São Francisco” (Alcochete). O já tra-dicional Festival de Folclore do Azinhal teve os apoios da Câmara Municipal, da Junta de Fre-guesia de Azinhal e da Casa do Povo.

Xvii Festival de Folcloredo azinHal

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Castro Marim homenageiaeugénia liMa

no passado dia 27 de novembro, o audi-tór io da Bibl ioteca Municipal foi pequeno para acolher e homenagear a art ista Eugé-nia Lima, uma das maiores acordeonistas de sempre, numa iniciativa levada a cabo pela Escola de Acordeão de Castro Marim, com o apoio da autarquia. Eugénia Lima é detentora de uma carreira notável no acordeão e do seu invejável pal-marés constam vár ios prémios e dist inções dos quais se destacam o Diploma Honorí-f ico em 1984, atr ibuído pela União Nacio-nal de Acordeonistas de França, a medalha de Mérito Cultural em 1986, no Dia Mun-dial da Música, atr ibuída pelo ministro da cultura, o grau de Dama da Ordem Militar de Santiago de Espada em 1980, confer i-do pelo Presidente da República, General Ramalho Eanes e o grau de Grande Of icia l da Ordem do Infante D. Henrique, atr i-buído pelo Presidente da República, Dr. Mário Soares. A homenagem à ar t ista decorreu durante três horas animadas pelas atuações de Ca-tar ina Br i lha, Francisco Conceição, Le-onel Mateus, João Pereira, José Cláudio, Miguel Pereira, Sérg io Conceição e Si l-vino Campos, acordeonistas que não qui-seram fa ltar a este acontecimento e cujas atuações foram interca ladas com uma en-trevista a Eugénia Lima. A acordeonista encantou o públ ico com a sua histór ia de vida, baseada na humildade, ot imismo e amor à música.O espetáculo de homenagem à embaixa-dora do acordeão na Europa e no mundo terminou com a sua atuação. Eugénia Lima demonstrou, aos 85 anos, uma invejável destreza na arte de tocar acordeão e pro-vou aos castromarineneses por que motivo é uma referência na música portuguesa.

eugénia liMa é detentora de uMa Carreira notável no aCordeÃo e do seu inveJável palMarés ConstaM vários préMios e distinÇões

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natal de Músicaos concertos de Natal são uma marca do Muni-cípio nesta quadra festiva. O auditório da Biblioteca Municipal e a Igreja de Altura acolheram os Grupos Corais e Etnográficos da Universidade do Tempo Livre e a Orquestra do Conservatório de Vila Real de Santo António. Também a Banda Musical Cas-tromarinense realizou o tradicional concerto de Na-tal, na Igreja de Nossa Senhora dos Mártires, que contou com a participação da Escola de Música da Banda, cujos jovens músicos despertaram a atenção dos espectadores com a execução de grandes peças de autores clássicos. Com esta iniciativa, a Banda Musical Castromarinense quis dar o seu contributo para que, no Natal, o espírito de paz, fraternidade e amor ao próximo, mais do que nunca, estivessem bem presentes em todos os lares castromarinenses, fazendo rejubilar a alegria deste tempo de advento. Os concertos de Natal da Câmara Municipal e da Banda Musical Castromarinense contaram com o apoio das Paróquias de Altura e Castro Marim.

Festa de natal dos idososCoM o intuito de dar atenção e carinho aos idosos do concelho na quadra natalícia, a Câmara Municipal realizou a Festa de Natal dos Seniores do concelho, no mês de dezembro, na Quinta do Sobral.O convívio juntou à mesa cerca de quatrocentos habitantes do nosso concelho, para uma refeição de confraternização, paz e amizade, seguida da atuação do Rancho Folclórico do Azinhal e de música popular, que permitiram ainda dar um “pé de dança” nesta jornada de convívio. Em tempo de dificuldades e de austeridade para as famílias, foi motivo de particular orgulho e contentamento, para a Câmara Municipal, ter reunido a população menos jovem dos quatro cantos do concelho, fazendo renascer a esperança na partilha dos valores da solidariedade, da fra-ternidade e da generosidade.

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inatel promove turismo sénior

CoM o objetivo de incentivar os cidadãos com 60 ou mais anos de idade à prática do turismo, a Fundação Inatel levou a cabo o Programa Go-vernamental «Turismo Sénior 2011/2012», que decorreu entre outubro de 2011 e abril de 2012. O programa visa obter um grande alcance so-cial, dando a possibilidade às pessoas com baixos rendimentos de usufruírem de um período de férias sociais e de um convívio em regime de pensão completa e, ao mesmo tempo, promo-ver e desenvolver o turismo e as economias das várias regiões do país. Neste sentido, a Câma-ra Municipal estabeleceu uma pareceria com a Fundação INATEL, que contemplou a visita de centenas de pessoas, nos períodos de época mé-dia e baixa, ao património histórico edificado da vila. É de salientar o êxito registado nas visitas realizadas a Castro Marim pelos participantes da Fundação INATEL, ao abrigo do programa Tu-rístico-Cultural. A Autarquia, em colaboração com a Empresa Municipal – NovBaesuris, pro-

eM Castro MariM

porcionou aos participantes da “Rota dos Musi-cais” visitas guiadas aos patrimónios de Castro Marim, nomeadamente o património histórico, natural e dos saberes tradicionais. Aos partici-pantes do «Turismo Sénior 2011/2012» foram asseguradas deslocações ao Centro de Interpre-tação do Território, no Revelim de Santo Antó-nio, com provas gastronómicas que incluiram o queijo de cabra, o pão caseiro de Odeleite, o mel de rosmaninho e a doçaria regional, destacan-do-se o bolo das Três Delícias da Pastelaria “A Prova” no Azinhal, que tem na sua composição amêndoa, alfarroba, figo e f lor de sal. A Câmara Municipal entende que esta parceria com a Fun-dação INATEL é bastante frutuosa na medida em que permite a divulgação da nossa riqueza patrimonial e natural sendo, igualmente, uma alavanca para a dinamização do tecido econó-mico do concelho, criando boas oportunidades de negócio ao nível da gastronomia e dos saberes tradicionais locais.

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programa de excursõestendo em vista aprofundar a política social nas suas diferentes componentes, de modo a garantir que o bem-estar e a qualidade de vida cheguem a um maior número de pessoas, a Câmara Municipal tem em curso o novo pro-grama de excursões para 2012. Não obstante as restrições orçamentais que foram introdu-zidas na vida municipal por força da crise, a autarquia não quis deixar de proporcionar aos munícipes, e em especial à população mais idosa do concelho, um programa de excursões que vá ao encontro das suas legítimas expe-tativas. Entre abril e novembro, o programa contempla deslocações a alguns destinos tu-rísticos nacionais, como Lisboa, Fátima e Guimarães – Capital Europeia da Cultura, que vão permitir aos castromarinenses descobrir o

património português, conhecer centros his-tóricos e apreciar o Fado, património cultural e imaterial da humanidade.

Calendário das eXCursões

JunHo: Kidzania — lisBoa — 3 e 10seteMBro: santuário de FátiMa — 8 e 9; 15 e 16outuBro: guiMarÃes — Capital da Cultura — 5, 6 e 7noveMBro: Matiné de Fado — 4 e 11

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José Manuel Cavaco Cabritaprovedor da sta. Casa da MiseriCÓrdia de Castro MariM

nCM: Gostaria que desse a conhecer aos leitores a Santa Casa da Misericórdia de que é provedor.JC: Constitui para mim um orgulho e, ao mes-mo tempo, um prazer enorme mostrar à Notí-cias de Castro Marim o trabalho abnegado que a Santa Casa da Misericórdia local desenvolve em prol da nossa comunidade. Trata–se de uma ir-mandade secular, criada em 1491, fundada nos princípios que originaram as Misericórdias Por-tuguesas e desde então, tem desempenhado um papel de relevo na proteção e solidariedade social no nosso território. A Santa Casa da Misericór-dia tem uma capacidade instalada de 49 utentes de lar, prestando apoio domiciliário a dezenas de pessoas em todo o concelho de Castro Marim.

“uM dia vou voltar À santa Casa da MiseriCÓrdia e vou ser provedor para transForMar esta Casa”. é deste Modo desassoMBrado que José Manuel CavaCo CaBrita Fala À notÍCias de Castro MariM da paiXÃo e deterMinaÇÃo CoM que dirige os destinos da irMandade da vila de Castro MariM, desde Janeiro de 2011. José CaBrita, uM HoMeM do povo, HuMilde Mas direto, e de uM HuManisMo que nos Conquista, Mostra-nos a aMBiÇÃo que teM para a santa Casa da MiseriCÓrdia: de alargar as instalaÇões do lar para aJudar os idosos do ConCelHo.

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entrevista 71#

nCM: Em 1988 foi construído o Lar da San-ta Casa da Misericórdia de Castro Marim, do qual o Senhor é um dos irmãos funda-dores. Que transformações ocorreram nes-ta instituição de solidariedade social, desde então até aos nossos dias? JC: Justamente, o meu primeiro contato com a San-ta Casa da Misericórdia aconteceu nesse momento, integrava a Mesa Administrativa, quando foi cons-truído o Lar da Terceira Idade e Centro de Dia. Pouco depois da sua abertura, afastei-me da vida interna da instituição, visto que a minha esposa era aqui funcionária, e como determinam os estatutos, no artigo 68, os mesários não podem ter contacto com a irmandade. Regressei alguns anos mais tarde e pude inteirar-me, de modo mais intenso, da vida interna da instituição que, com as quatro valências de que dispõe, Lar e Centro de Dia, Apoio domi-ciliário e Centro de Dia de Odeleite, presta apoio a mais de uma centena de castromarinenses. Con-tudo, reconheço que o Centro Infantil de Altura, que era gerido por nós, nos faz bastante falta. Ainda assim, queremos viver com aquilo que temos e não criar guerras com ninguém. Quando em novem-bro de 2010, fui eleito provedor, os utentes do apoio domiciliário não recebiam refeições aos domingos e feriados, porque o Centro Regional da Segurança Social não comparticipa as refeições nesses dias. Eu e a Mesa Administrativa entendemos que esta situ-ação era insustentável, falámos com os utentes para a necessidade de reajustar os valores pagos, medida que foi prontamente aceite, permitindo que, desde há quase um ano a esta parte, e sem o apoio da Se-gurança Social, possamos garantir refeições todos os dias da semana, uma conquista importante para a Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim. nCM: No mapa social de Castro Marim, qual a importância da Santa Casa da Mi-sericórdia no apoio aos idosos e desprote-gidos do concelho, tendo em consideração que existem mais cinco instituições parti-culares de solidariedade social (IPSS)? JC: O que posso afirmar é que a Santa Casa da Mi-sericórdia não concorre diretamente com as outras IPSS que, de modo empenhado e dedicado, operam no concelho. Por exemplo, a ABESFA intervem no

apoio domiciliário, enquanto a Associação Cegonha Branca dirige a sua ação na educação à primeira in-fância. Não obstante prestarmos apoio domiciliário, dispomos de uma valência distinta que é o interna-mento em Lar. O que nos anima é verificar que a Santa Casa da Misericórdia, com o esforço e o traba-lho dos seus técnicos e funcionários, procura todos os dias ser melhor. Hoje, quando os idosos entram naquela casa não sentem que estão à espera que um dia a morte os leve. Temos vindo a fazer um grande investimento na melhoria das instalações mas, também, nas condi-ções que propiciamos aos utentes, de que é um bom exemplo a atividade física adaptada aos utentes, gra-ças à Câmara Municipal de Castro Marim. nCM: Segundo julgamos saber, a Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim tem uma capacidade instalada de 45 utentes. Num concelho com 300 quilómetros, maioritaria-mente envelhecido, a capacidade de resposta da vossa instituição é suficiente? JC: Não. Veja, neste momento, temos uma lista de espera com mais de 150 pessoas. Gostaríamos de dar resposta a todos aqueles que nos procuram, mas não nos é possível. Repare, o acordo que temos com a Segurança Social abrange 45 utentes e nós tivemos necessidade de adaptar duas salas para podermos re-ceber mais quatro pessoas. Para nós, as pessoas estão primeiro. Porque tenho uma visão de futuro para o Lar de Castro Marim, há pouco tempo, a Mesa Administrativa endossou uma proposta aos sócios da Casa do Povo para doação do espaço da sua sede so-cial à Santa Casa da Misericórdia, proposta que foi aceite e que nos permitirá solucionar o problema da falta de espaço. Acreditamos que se conseguir-mos reunir os meios financeiros, num prazo de dois anos, poderemos estar em condições de proceder ao alargamento das instalações e ter um Lar capaz de responder às necessidades de um concelho com uma elevada taxa de envelhecimento. nCM: Uma pergunta sacramental: a Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim vive de quê? Quais as maiores dificuldades com que se depara? JC: As nossas maiores dificuldades são de ordem financeira. Nós vivemos dos apoios da Seguran-

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ça Social e das contribuições dos utentes. Num tempo de crise como aquele que estamos a viver, em que muitas famílias estão sem emprego, torna--se mais difícil o pagamento dos utentes à Santa Casa da Misericórdia. Nalguns casos de incum-primento nos pagamentos, a Mesa Administrativa tem baixado as contribuições para evitar que os idosos fiquem sozinhos em casa. Para compensar aquilo que deixamos de receber, temos realizado algumas ações de beneficência, nomeadamente espetáculos musicais, contando para o efeito com o inestimável apoio da Câmara Municipal. nCM: Enquanto provedor, como encara o facto de haver, cada vez mais, famílias a irem aos lares buscar os idosos, como for-ma de poderem beneficiar das suas pensões, afim de fazerem face a problemas financei-ros. Tem registo de alguns casos? JC: Até ao momento, na Santa Casa da Misericór-dia de Castro Marim, não temos qualquer registo. Como disse anteriormente, tudo faremos para que qualquer idoso não seja obrigado a abandonar o Lar por falta de meios financeiros para pagar a res-petiva contribuição.

nCM: Acha que no concelho de Castro Marim existe miséria envergonhada? JC: Infelizmente, há muitos anos que existe. Em virtude de ter sido funcionário da Segurança So-cial, conheço bem a situação sócioeconómica de muitas famílias do concelho e, quando a minha esposa no final do mês me dá conta das dificul-dades em gerir o orçamento familiar, questiono--me como conseguem viver alguns casais com fi-lhos, que apenas dispõem de um ordenado. Posso assegurar-lhe que a Santa Casa da Misericórdia, nos dias que correm, está a dar refeições a um número significativo de pessoas e isso tem cus-tos. No entanto, as pessoas não devem ter vergo-nha de pedir. Conhecem-me desde sempre, dos tempos em que fui presidente da Junta de Fre-guesia, e sabem que a única coisa que pretendo é ajudar as pessoas da minha terra. nCM: Em matéria de emprego, qual o pa-pel que a Santa Casa da Misericórdia de-sempenha no concelho? JC: Neste momento, devemos ser a segunda ou ter-ceira entidade empregadora no concelho. Presen-temente, dispomos de um quadro de pessoal com

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43 funcionários, 2 ou 3 contratados e, ainda, temos connosco duas jovens a fazer voluntariado, uma ex-periência feliz e enriquecedora para todos nós. nCM: “As IPSS são essenciais em tempos de crise. É preciso que o Estado tenha a hu-mildade de pedir ajuda às instituições so-ciais”. As palavras são de Pedro Mota Soa-res, Ministro da Solidariedade e Segurança Social, em entrevista ao Jornal Solidarieda-de. Acredita no Programa de Emergência Social proposto pelo Governo? JC: Tenho de acreditar e no dia em que deixar de acreditar na política social do Governo deixarei de ser provedor. Eu entendo que todos os Governos têm vontade de fazer o melhor possível para resol-ver as crises e este não é exceção. nCM: Uma das marcas do seu mandato en-quanto provedor é a recuperação e revita-lização do valioso espólio literário e arqui-tetónico da Santa Casa da Misericórdia, de que é um bom exemplo o restauro dos in-teriores da Igreja de São Sebastião. Acredita que a vivência de autarca ao longo de 24 anos contribuiu para que o senhor manifes-te uma maior sensibilidade para as questões do património, que os seus antecessores não tiveram? JC: É um facto que, desde o primeiro dia em que assumi as funções de provedor, tive a preocupa-ção de desenvolver uma política de recuperação e revitalização do património da Santa Casa da Misericórdia. O restauro dos interiores da Igreja de São Sebastião é uma intervenção que nos en-che de orgulho a nós e à comunidade castromari-nense, pela beleza das pinturas que aquele templo religioso encerra. Mas queremos ir mais longe. Com o apoio da Câmara Municipal estamos a de-senvolver um projeto para a construção de uma nova casa mortuária, visto que a atual já não res-ponde às necessidades. Recuperámos igualmente a Procissão dos Painéis, vulgo “do chinelo”, uma manifestação religiosa que há muito tinha caído no esquecimento. Admito que os meus 24 anos de autarca me ajudaram a conhecer com mais profundidade os problemas do concelho, espe-cialmente no campo social. Esperei muito tempo

para cumprir uma promessa que fiz no momento em que saí da Santa Casa da Misericórdia: “Um dia vou voltar para ser provedor e transformar por completo esta casa” – e é isso que estou a fazer. Com a Mesa Administrativa trabalho todos os dias com o mesmo gosto e empenho para que os nossos serviços tenham mais qualidade e os nos-sos idosos se sintam mais felizes. nCM: No campo da política, um dos tro-féus que o senhor legitimamente ostenta é o facto de nenhum adversário político o ter destronado da cadeira de presidente da Jun-ta de Freguesia de Castro Marim. Quais as grandes diferenças entre o autarca e o pro-vedor José Manuel Cavaco Cabrita? JC: Não há quaisquer diferenças. O presidente da Junta de Freguesia de Castro Marim e o provedor José Manuel Cavaco Cabrita são uma e a mesma pessoa. O meu único pensamento foi e é ajudar os meus concidadãos. Para mim, a família é um dos valores mais importantes e custa-me imenso não poder ajudar as pessoas que não têm famí-lia. Quando algum dos nossos utentes está doente, desloco-me da minha casa a qualquer hora do dia ou da noite para o ajudar. É evidente que o traba-lho na Santa Casa da Misericórdia é um trabalho de equipa. Digo com orgulho, tenho um leque de funcionários do melhor que há no país. nCM: Estamos a menos de dois anos das próximas eleições autárquicas. Gostaria de vir a ter uma participação política em Cas-tro Marim, a partir de 2013? JC: Deixe-me ser sincero. Quando saí da presi-dência da Junta de Freguesia de Castro Marim pensei nunca mais voltar à política. Hoje, e aten-dendo ao comportamento de certos e determi-nados autarcas, não me custa admitir que um dia volte a exercer os meus deveres de cidadania. Ao longo de muitos anos, como presidente de Junta de Freguesia, tudo fiz para que todos fossem tra-tados da mesma maneira. Neste momento, não sinto que as pessoas sejam respeitadas, pelo que estou tentado a regressar à política para restabe-lecer a ordem e fazer com que todos, indepen-dentemente do partido a que pertençam, sejam respeitados e considerados.

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74# sociedade

“Castro Marim Mais perto”das populaÇões

tendo em vista quebrar o isolamento das populações do interior do concelho e melho-rar signif icativamente as condições de mobi-lidade, a Câmara Municipal colocou em fun-cionamento, a partir de 19 de março, uma rede de circuitos de transporte social denominada “Castro Marim Mais Perto”. Trata-se de um serviço de transporte público mais f lexível, gratuito e complementar à rede de transpor-tes coletivos existente no Município. “Castro Marim Mais Perto” é o resultado de um es-tudo levado a cabo pela Unidade Orgânica de Ação Social e Pelouro de Transportes da Autarquia com o intuito de garantir a acessi-bilidade da população aos diferentes serviços públicos do Município, nomeadamente às ex-

tensões do Centro de Saúde de Castro Marim ou uma simples deslocação por um motivo de interesse pessoal. Para o efeito, a Autarquia disponibiliza cinco itinerários, com dias e ho-rários f ixos, de modo a permitir o acesso da população mais dispersa às sedes de Freguesia e do Concelho. A partir de agora, a título de exemplo, os habitantes de Fortes na freguesia de Odeleite ou os residentes da Cortelha na freguesia de Azinhal, podem deslocar-se com mais facilidade à sede do concelho. O exe-cutivo acredita que o desenvolvimento desta medida de política social irá contribuir para a melhoria da qualidade de vida das popula-ções, permitindo um aumento da coesão da comunidade castromarinense.

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diagnostiCar o cancro, antes que seja tarde, é uma preocupação da sociedade actual. Perante esta palavra, as reações são de medo e angústia! Olhar para o problema de frente, de-sabafar com os mais próximos e interrogar o médico permitem maior serenidade.O cancro digestivo é o que mais mata em Por-tugal, o que o torna um problema de saúde pública. No nosso país, o tumor mais frequente é o do intestino, ocupando o do estômago o 5º. lugar. A evolução da doença é longa e complexa e existe a possibilidade de a prevenir e de a ras-trear numa fase precoce.

O cancro digestivo é uma doença multifatorial onde intervêm fatores genéticos, comporta-mentais e ambientais. Os comportamentais são controláveis. Alimentação saudável e exercício

físico são de implementar. Evitar dietas ricas em sal, fumados, gorduras, carnes vermelhas e be-bidas alcoólicas. Promover dietas ricas em frutas e legumes.Os pólipos, elevações na mucosa do intesti-no, podem predispor ao desenvolvimento do cancro. A colonoscopia permite a deteção e a remoção dos pólipos. Estima-se que a sua re-moção evite até 85% das mortes por cancro do intestino. O rastreio permite inverter a tendên-cia crescente de mortalidade por esta doença.No cancro do estômago, o fator de risco mais implicado é a inf lamação do órgão pelo He-licobacter pylori (H. pylori), uma bactéria considerada carcinogénio pela OMS.Estar atento a sinais de alarme: diarreia, obs-tipação, dor abdominal, sangue nas fezes, emagrecimento, cansaço e vómitos, e a rea-lização de exames como a colonoscopia ou a endoscopia alta são a pedra basilar para o diag-nóstico precoce do cancro digestivo.A História é rica em ilustres atingidos por esta do-ença. O diagnóstico precoce permitiu o sucesso terapêutico no cancro do intestino que acometeu o Papa João Paulo II. Todos nos lembramos dos quadros onde Napoleão Bonaparte surgia com a sua mão apoiada no ventre. O motivo ainda é um enigma. Preocupações relacionadas com o poder? Problemas digestivos? Alguns autores pensam que o seu gesto aliviava a dor no estôma-go provocada pela úlcera que lhe foi fatal. Seria um ilustre infetado pelo H. pylori? Se fosse hoje, Napoleão poderia ter sido tratado? As queixas te-riam levado à realização de uma endoscopia com o diagnóstico de úlcera, deteção de H. pylori e respetivo tratamento. Se se tratasse de cancro gástrico, e se diagnosticado atempadamente, a ci-rurgia teria salvo o Imperador.Hoje a abordagem do cancro digestivo per-mite olhar para esta doença com uma maior tranquilidade.

o Cancro digestivoCrÓniCa do MédiCo diaMantino do CarMo de sousa

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76# saúde

aniMart cuida do Colesterol

CoM o propósito de continuar a trabalhar empenhadamente nos cuidados de saúde e qua-lidade de vida dos idosos do concelho, a As-

dos CastroMarinenses

Castro MarimCoMBate a oBesidade

de acordo com o protocolo de colaboração celebrado entre o Município de Castro Marim e a Administração Regional de Saúde do Al-garve (ARS), foi criado o Gabinete de Aconse-lhamento e Prescrição de Exercício Físico des-tinado ao combate da obesidade no concelho. O Gabinete, instalado na Unidade de Saúde do Guadiana, em Castro Marim, funciona em ar-ticulação com o médico de família, o Gabinete de Saúde Familiar, o Gabinete de Saúde Escolar e uma nutricionista. A sua ação é dirigida a toda a população, em especial a pessoas que se en-contrem em risco de pré-obesidade e obesidade, aos quais será aconselhado e prescrito exercí-cio físico de acordo com as suas característi-cas. Semanalmente, realizam-se duas sessões de aconselhamento, às quintas e sextas-feiras, que visam combater a obesidade, despertando os castromarinenses para os benefícios da prática de atividade física, do enriquecimento da auto-estima e do combate ao sedentarismo.

sociação de Bem Estar Social da Freguesia de Azinhal (ABESFA) realizou, nos meses de se-tembro e outubro, um rastreio ao colesterol dos castromarinenses através da Unidade Móvel de Animação e Acompanhamento Psicossocial (ANIMART). Para o efeito, uma equipa da as-sociação constituída por uma enfermeira, uma assistente social e um motorista, deslocou-se às quatro freguesias do concelho, tendo propicia-do a 500 idosos o rastreio ao colesterol. Esta importante ação de prevenção ao nível da saú-de, foi desenvolvida no âmbito dos Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS) e contou com o apoio da Câmara Municipal.

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saúde 77#

unidade de Cuidados Continuados

“é um projeto importante, até porque está inserido numa zona desprotegida, com po-pulação idosa e enquadra-se nos objetivos da Rede Nacional de Cuidados Continuados. Tem excelentes condições, quer do ponto de vista arquitetónico, quer do bem-estar que os futuros ocupantes desta instituição irão ter”. Foi de modo entusiasmado que Martins dos Santos, Presidente da Administração Regio-nal de Saúde do Algarve, se pronunciou acerca das obras da Unidade de Cuidados Continu-ados do Azinhal que estão concluídas, como

pôde testemunhar numa visita de trabalho re-alizada ao local. A obra da Associação de Bem Estar Social da Freguesia do Azinhal (ABES-FA), que tem a chancela do arquiteto José Al-berto Alegria, graças ao prof issionalismo e à dedicação da empresa de construção Ramos & Catarino, S.A., f icou pronta antes da data inicialmente prevista, que eram 18 meses. O projeto representa um investimento total de dois milhões e duzentos mil euros, sendo que 41% do investimento total é f inanciado pelo Programa MODELAR do Ministério da Saú-

do azinHal

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78# saúde

atividade física adaptadano lar da santa Casa da MiseriCÓrdia de Castro MariM

nuMa política de proximidade e coopera-ção com as instituições particulares de solida-riedade social do concelho, a Câmara Muni-cipal tem em desenvolvimento, pelo segundo ano consecutivo, um Programa de Atividade Física Adaptada de Apoio ao Lar da Santa Casa da Misericórdia. O Programa contempla um conjunto bastante diversif icado de atividades f ísicas, que tem como f inalidade o desenvol-vimento da massa muscular, da f lexibilidade e da coordenação geral e ainda o aumento da autoestima e o reforço das relações afetivas entre os utentes daquela instituição da vila de Castro Marim. Esta ação, na qual participam quatro dezenas de idosos, realiza-se às se-gundas e quartas-feiras, sendo ministrada por um técnico da Unidade Orgânica de Cultura e Desporto da Autarquia.

de e os restantes 59% pela Câmara Municipal. Este equipamento, que foi construído a pensar nos utentes e nas famílias, integra espaços de convívio e dois pátios de inf luência arquitetó-nica mediterrânica, com três alas de quartos: 10 quartos individuais de internamento, 10 quartos duplos de internamento, um quarto individual de isolamento e um quarto de pes-soal de serviço. O piso inferior é composto inteiramente por uma zona de serviços, no-meadamente cozinha, refeitório, lavandaria, instalações sanitárias e instalações técnicas. Para o Presidente da Câmara Municipal, José Estevens, o projeto da Unidade de Cuidados Continuados do Azinhal “É um avanço gran-de para nós do ponto de vista das necessidades que se propõe satisfazer e também da maior importância para o desenvolvimento desta freguesia e do concelho.”

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desenvolvimento económico 79#

plano de pormenor

nuMa aposta clara no desenvolvimento sus-tentável da região, a Assembleia Municipal por proposta da Autarquia aprovou, em abril de 2011, o Plano de Pormenor da Área de Ne-gócios do Sotavento do Algarve, ancorada no Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (PROT-Algarve) e Plano Diretor Municipal (PDM). Com localização a Sueste da Via do Infante (A22) e a Oeste da Urbaniza-ção da Quinta do Sobral, o Plano de Pormenor desenvolve-se numa área de 76 hectares, em terrenos maioritariamente municipais, com-portando 5 unidades territoriais num total de 265 lotes e 240.283 m2 de área total de constru-ção, que inclui alguns equipamentos de apoio à atividade principal desenvolvida, designada-mente um Hotel, uma Unidade de Saúde, um Centro de Formação Profissional, um Pavilhão de Exposições e Feiras, e um Equipamento de Segurança Pública. A Área de Negócios do Sotavento do Algarve (ANESA) assenta numa estrutura que visa a instalação e o desenvolvi-mento de atividades económicas de indústria, comércio e serviços, nomeadamente, of icinas, atividades de armazenagem e logística e turis-mo, obedecendo a padrões de qualidade que garantam uma solução equilibrada de aprovei-tamento urbanístico, enquadrada por valores paisagísticos, ecológicos e patrimoniais, com a valorização dos espaços não infraestruturados e não edif icados. Ao integrar, no mesmo espaço, a indústria transformadora, comércio, serviços, turismo e logística, viabilizando o emparcela-mento de lotes, o Plano de Pormenor ref lete uma grande f lexibilidade e complementari-dade quanto às suas utilizações futuras, numa lógica dinâmica face à evolução da estrutura económica do país e da região, permitindo o seu desenvolvimento progressivo com um grau de liberdade signif icativo relacionado com a dimensão das instalações das empresas que, com maior probabilidade, poderão constituir a

procura de solos na área de intervenção. A Câ-mara Municipal entende que o projeto da Área de Negócios do Sotavento do Algarve (ANE-SA) é fundamental para potenciar um novo mercado de trabalho e de desenvolvimento económico, criando sinergias na economia municipal ao setor do turismo, prevendo-se a criação de 2.600 postos de trabalho.

da área de negÓCios do sotavento do algarve

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80# desenvolvimento económico

(plano de urBanizaÇÃo da Herdade de Corte velHo)alteração do puHCv

a asseMBleia Municipal de Castro Marim aprovou recentemente a proposta de alteração do Plano de Urbanização da Herdade de Corte Ve-lho (PUHCV), apresentada pela Autarquia. Situa-do junto à margem esquerda do rio Guadiana, na freguesia de Azinhal, o Plano de Urbanização da Herdade de Corte Velho ocupa uma extensão de 130 hectares. Com a aprovação desta alteração ao Plano de Urbanização, o empreendimento turísti-co da Herdade de Corte Velho vê assim substan-cialmente transformada a sua natureza, deixando cair a componente do golfe, como inicialmente estava previsto, para dar lugar a um novo conceito de turismo ecológico, centrado na salvaguarda e valorização da natureza e da temática ambiental. O Plano de Urbanização da Herdade de Cor-te Velho prevê uma área urbanizável de 320.000 m2, com 6 Unidades Operativas de Planeamento

e Gestão (UOPG). Comportando aproximada-mente 101.000 m2 de área bruta de construção, esta encontra-se distribuída por 573 unidades de alojamento com 1.869 camas, 69,50% das quais destinadas ao uso turístico. Prevê-se igualmente a construção de 3 unidades hoteleiras de cinco estrelas, cuja componente habitacional é caracte-rizada por moradias e edifícios multifamiliares, incluindo equipamentos desportivos, de lazer e de comércio e serviços. Representando um investimento de 100 milhões de euros, o projeto da Herdade de Corte Velho integra um conjunto de cinco empreendimentos turísticos de grande qualidade em desenvolvi-mento no concelho. De primordial importância para o futuro de Castro Marim, estes empreen-dimentos têm como fatores de sustentabilidade o crescimento da economia e a criação de emprego.

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desenvolvimento económico 81#

integrada numa política de desenvolvi-mento económico e de valorização dos produtos agroalimentares de qualidade do Baixo Guadia-na, a Câmara Municipal lançou, no passado ve-rão, uma ação de charme denominada “Sal de Castro Marim, o melhor Sal do Mundo”, desti-nada à promoção do Sal e Flor de Sal nos estabe-lecimentos de restauração desta sub-região. Nesta operação, que teve a monitorização da Em-presa Municipal NovBaesuris, a Autarquia con-vidou os profissionais da restauração a colocar à disposição dos seus clientes o saleiro “Sal de Cas-tro Marim – Flor de Sal”, em substituição dos saleiros existentes, levando à mesa este produto de elevada qualidade. A NovBaesuris, enquanto entidade responsável pelo acompanhamento desta ação de charme do Município, distribuiu pelos estabelecimen-

sal de Castro Marim

tos aderentes os saleiros e a Flor de Sal. Com a colocação de saleiros nas mesas dos restauran-tes do Baixo Guadiana, pretende-se valorizar o Sal e a Flor de Sal de extração manual levada a cabo nas salinas de Castro Marim e, ao mes-mo tempo, potenciar esta marca distintiva do concelho nos mercados consumidores, incenti-vando a sua prova e consumo a residentes e vi-sitantes. Acreditamos que estamos a dar passos seguros para a introdução de um produto de qualidade superior de produção local, como é o Sal de Castro Marim, nos principais circuitos da restauração e hotelaria. Quanto ao Sal tradicional, é conhecido o empre-endedorismo da Câmara Municipal no processo de certificação deste produto agroalimentar que agora conquista novos mercados nacionais e es-trangeiros, afirmando a marca “Castro Marim”.

o MelHor sal do Mundo

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82# ambiente

nas praias do ConCelHo

Concurso “Construções na areia”CoM o sol a raiar os cristais de areia da Praia Ver-de, o Diário de Notícias realizou, no último dia de julho, uma das etapas da 54ª edição do concurso “Construções na Areia”, naquela praia do concelho. O concurso percorreu as praias de Norte a Sul do País e Ilhas, envolvendo milhares de crianças e de espetadores. A criatividade, o empenho e o entusias-mo estiveram estampados nos rostos das dezenas de crianças que esculpiram corpos de areia dos seus he-róis e das espécies marinhas, ao longo de uma hora, num espaço de 4m2. Debaixo de um calor intenso, despontou na areia um conjunto de trabalhos que surpreendeu o júri, desde sereias, crocodilos, tarta-rugas, flores, coelhos, uma guitarra, castelos e barcos e até um boneco de neve. No escalão A (seis aos dez anos), Ana Catarina Marçal obteve o primeiro lugar com um barco à vela. Por seu turno, Tomé Sequeira foi o vencedor do escalão B (onze aos catorze anos) ao esculpir um corpulento cão da serra-da-estrela.

Workshops ambientais

no desenvolvimento de uma política sustentada em termos ambientais, que preconiza a defesa in-transigente dos recursos naturais e de uma consciên-cia ecológica, a Câmara Municipal realizou, no mês de agosto, Workshops de Educação Ambiental nas praias do concelho, destinados aos jovens em idade escolar. Os ateliês contemplaram 18 sessões distribu-ídas pelas praias de Alagoa/Altura, Verde e Retur. As crianças e os jovens frequentadores da praia fo-ram convidados a desenvolver atividades tão diversi-ficadas como a pintura de tecidos, jogos educativos relacionados com a poupança de água e reciclagem. Também se reutilizaram latas e cartões para elabora-ção de utensílios. Para a Autarquia, os ateliês de edu-cação ambiental constituem um espaço de ativida-des lúdico-pedagógicas para os jovens e, ao mesmo tempo, contribuem para defender o meio ambiente, consciencializando-os da sua importância vital.

na praia verde

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ambiente 83#

vigilância Móvel

pelo quinto ano consecutivo, a Autarquia, ao abrigo do Plano Operacional Municipal (POM) desenvolveu, entre julho e setembro, o Programa de Vigilância Florestal cuja finalidade é a deteção de fogos f lorestais no concelho em estreita ligação com as populações. A equipa de Sapadores Flo-restais Municipais realizou o patrulhamento do município através de percursos aleatórios, duran-te este período crítico de incêndios. A campanha saldou-se por uma vigilância de 10.000 Km, cum-prindo, deste modo, uma tripla função de preven-ção, persuasão e primeiro combate a eventuais fogos f lorestais que pudessem def lagrar no nosso território.

É ainda de salientar o facto da equipa promo-ver igualmente ações pedagógicas de vigilân-cia junto das populações, com a distribuição de folhetos informativos que incluem recomenda-ções e medidas de minimização de riscos con-tra incêndios. Para a Câmara Municipal, a prevenção, a sen-sibilização e a vigilância continuadas são o melhor combate à problemática dos incêndios f lorestais. A prová-lo estão os resultados al-cançados nesta campanha, tendo-se regista-do apenas a deteção e o combate a dois focos de incêndio de pequenas dimensões em todo o concelho.

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84# entrevista

ricardo MestrevenCedor da 73ª. volta a portugal eM BiCiCleta

Este castromarinense humilde, tímido, de sorriso franco, que respira ciclismo por todos os poros, já pedalava aos 11 anos por montes e vales. Um dia o pai inscreveu-o na Escola do Ciclismo de Tavira, o seu clube de sempre, no qual se formou ciclista profissional. Ricardo Mestre foi o segun-do algarvio a vencer a prova rainha do ciclismo português, concretizando “um sonho de miúdo”. nCM: Que significado tem para si a con-

nuMa longa Conversa CoM a notÍCias de Castro MariM, riCardo Jorge Correia Mestre, natural da CortelHa, Freguesia do azinHal, onde nasCeu Há 28 anos, Falou-nos da iMportÂnCia de ter Conquistado a 73ª volta a portugal eM BiCiCleta e o deseJo de Conquistar outras vitÓria no CiClisMo.

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entrevista 85#

nha terra. Tanto a homenagem aqui em Castro Marim, como aquela que as gentes de Tavira me prestaram a mim e à equipa do Clube de Ci-clismo de Tavira foram importantes. A Câmara Municipal e os cidadãos de Castro Marim reali-zaram um jantar em Altura e prestaram-me uma bonita homenagem na Praça 1º de Maio. Esta é a prova que não fui esquecido na terra onde nas-ci, onde frequentei a escola e fiz muitos amigos. É deveras reconfortante reencontrar amigos que não víamos há muito tempo. nCM: O Ricardo Mestre é o segundo al-garvio a conquistar a principal prova do ciclismo nacional e foi o primeiro corredor formado nas Escolas do Clube de Ciclismo de Tavira a conseguir esse feito. Que im-portância tem o Tavira para si, enquanto homem e ciclista? rM: Tem uma grande importância. Foi com eles que cresci e me formei ciclista profissional. Con-seguir retribuir deste modo todo o apoio incon-dicional que me têm dado, é muito bom. nCM: Que sentimentos acompanham um profissional de ciclismo no selim da bi-cicleta, na solidão da estrada, pedalando milhares de quilómetros na preparação de uma prova? Onde é que se esconde a fadiga e o cansaço? rM: Às vezes esconde-se, outras vezes não se consegue esconder. A preparação das provas aca-ba por ser mais violenta que a própria competi-ção. Em prova estamos mais concentrados, fisi-camente mais bem preparados. O que mais custa são os dois, três meses antes da competição, o intensificar da preparação física, os treinos, a ali-mentação e a gestão do stress. Esta é a parte mais dura do ciclismo. nCM: Em que medida é que a difícil con-juntura económica do país pode condicio-nar o desenvolvimento do ciclismo e a vida das equipas e dos corredores? rM: Totalmente. O ciclismo vive de patrocí-nios e se estes não existirem, o ciclismo morre. O Clube de Ciclismo de Tavira, há dois anos, teve bastantes dificuldades, atendendo ao orçamento reduzido, o que nos obrigou a juntar as escolas de Sub-23 à equipa de Loulé, e isso é condicionante

quista da 73ª Volta a Portugal em Bicicleta? rM: Como facilmente imagina, esta vitória tem um sabor muito especial para mim. Tratou-se de concretizar um sonho de miúdo. Tal como na vida, no desporto temos metas, sonhos que queremos cumprir. Primeiro foi a batalha para atingir a profissionalização, depois a conquista da Volta a Portugal em Bicicleta e outros desafios se seguirão. Porque tenho ambições, acredito que, no futuro, poderei vir a alcançar mais vitórias. O facto de me ter sagrado vencedor da 73ª Volta a Portugal em Bicicleta é um grande feito.nCM: Qual o momento em que percebeu que podia arrebatar a camisola amarela e atingir o triunfo na Volta? rM: Desde o princípio, percebi que tinhas con-dições para lutar pela vitória, sentia-me bastante bem. Numa corrida como esta, todas as etapas são importantes. O contra-relógio foi muito im-portante, a etapa da Serra Estrela pôs à prova a minha capacidade e da equipa e acho que nos conseguimos defender. A seguir à etapa da Sertã, a chegada a Lisboa, sendo a última etapa e por isso a da consagração, acabou por ser dura. Mas com a vantagem que tinha sobre os mais diretos perseguidores, soube gerir as coisas até à vitória. nCM: O que é que mudou na sua vida, a partir do momento em que se sagrou cam-peão da prova rainha do ciclismo português? rM: Continuo a ser a pessoa que sempre fui. Não escondo que, a seguir à conquista da 73ª Volta a Portugal em Bicicleta, houve mais curiosida-de por parte do público em me conhecer. Prova disso são as entrevistas que dei a diversos órgãos de comunicação social. Quando vou na rua, as pessoas cumprimentam-me, outras sussurram, “olha o vencedor da Volta a Portugal”, mas lido bem com a notoriedade. Não é por isso que vou mudar a minha atitude ou o meu caráter. nCM: Desde que foi consagrado vencedor da Volta a Portugal em Bicicleta tem sido alvo de várias homenagens. Uma delas de-correu na Praça 1º de Maio, em Castro Ma-rim, reunindo à sua volta um milhar de pes-soas. Pelo facto de ter acontecido na terra que o viu nascer, teve um sabor especial? rM: Tem um significado especial por ser a mi-

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86# entrevista

na formação dos jovens. Se não existirem ciclistas jovens, não haverá futuro para a modalidade. nCM: Como é que se explica que o Al-garve continue, teimosamente, afastado da Volta a Portugal em Bicicleta? Os poderes públicos e os empresários da região estão a desprezar o ciclismo? rM: Não creio que no Algarve haja grandes empresas capazes de patrocinar uma equipa de ciclismo profissional, considerando os custos que envolve. Depois, há ainda o desprezo de algumas instituições. A Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA) é das entidades que mais re-torno acaba por ter com o ciclismo, contudo não dá nada à modalidade. nCM: Em 2006, em entrevista à Notícias de Castro Marim, o Ricardo Mestre afirmou, “O ciclismo é a minha vida. Espero que um dia mais tarde venha a ser uma grande referência no ciclismo”. Esse sonho de me-nino está mais próximo de acontecer? rM: Ano após ano, tenho vindo a conquistar o meu estatuto. Julgo que evolui, significativa-mente, em relação a 2006, e como tal melhorei o meu palmarés, e isso deixa-me orgulhoso. nCM: Aos 28 anos de idade, como é que encara a possibilidade de alcançar o pas-saporte para uma equipa de elite mundial? rM: Neste momento é difícil sair para o es-trangeiro. Há vários motivos para que isso assim seja e um deles são os pontos Pro Tour, isto é, as equipas que fazem um calendário internacional conseguem bastantes pontos, e nós em Portugal estamos limitados para obter pontos e isso difi-culta-nos a vida. nCM: Lance Armstrong, Eddy Merckx, Miguel Indurain, Greg Lemond e Joaquim Agostinho são verdadeiras lendas do ciclis-mo. Enquanto profissional da modalidade, o que lhe diz a memória destes homens? rM: Não sou muito de ídolos. Cada homem é um homem. Cada um de nós tem os seus obje-tivos e bate-se por eles. É isso que me dá força para continuar. Creio que não é possível fazer comparações com grandes nomes que f izeram história no ciclismo mundial. Em todo o caso, Jan Ullrich é uma das minhas referências. Foi

um ciclista que ganhou um “Tour” e obte-ve cinco ou seis segundos lugares. Pelo modo como corria, entendo que foi um ciclista que marcou uma geração. nCM: Que mensagem gostaria de transmi-tir aos jovens que agora começam a dar as primeiras pedaladas no ciclismo? rM: Eu não digo aos jovens que pratiquem ci-clismo. Quem gosta de ciclismo deve praticar, do mesmo modo, quem gosta de futebol deve jogar, o importante é que façam desporto e procurem ter uma vida o mais saudável possível. nCM: Na Volta a Portugal em Bicicleta, ao cortar a meta em Lisboa, confidenciou que tinha sido muito emocionante ver a sua mulher e a sua filha. Um ciclista tam-bém chora? Qual a importância da família na sua vida? rM: Chorar, isso varia de pessoa para pessoa, mas que me emocionou, emocionou. As emo-ções expressam-se de modo diferente. A família sabe bem os sacrifícios que fazemos e os momen-tos difíceis que vivenciamos. Podemos sempre contar com o seu apoio, é ela que nos dá a moti-vação para lutar e é também por ela que temos o maior carinho e afeto.

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desporto 87#

a 73ª. volta a portugal eM BiCiCletaricardo Mestre conquista

“o ciclismo é uma corrida em que até ao último quilómetro tudo pode acontecer, às vezes há im-previstos, a etapa de consagração é bastante dura e se nos afetarmos podemos sofrer mossas”. Foi assim que Ricardo Mestre de 28 anos, natural de Cor-telha, freguesia de Azinhal, se referiu a propósito da conquista da 73ª. Volta a Portugal em Bicicle-ta, ao serviço da equipa Tavira-Prio, no dia 15 de agosto de 2011. Este castromarinense é o segundo algarvio a conquistar a principal prova de ciclis-mo e foi o primeiro corredor formado nas Escolas do Ciclismo de Tavira a alcançar este feito. Para o conseguir, teve de lutar tenazmente ao longo das 11 etapas que constituíram a 73ª Volta a Portugal em Bicicleta de Fafe a Lisboa e bater-se com gran-

des ciclistas como David Bernabéu da equipa Caja Granada, Hernâni Brôco da Alumínios-Antarte ou Oleg Chuzda da Caja Rural. Ricardo Mestre assumiu o estatuto de favorito do pelotão, com uma magnífica vitória no contra-relógio da 7ª eta-pa e a consequente conquista da camisola amarela, que não mais largaria até ao final da competição. A 8ª etapa, na subida à Torre, foi decisiva no seu bom desempenho e no triunfo na prova rainha do ci-clismo português. Na Praça 1º de Maio em Castro Marim, no mês de agosto, mais de um milhar de pessoas assistiram a uma homenagem que os ami-gos quiseram prestar ao campeão, durante a qual foi exibido um filme sobre a sua carreira velocipé-dica e partido um gigantesco bolo.

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88# desporto

38ª. volta ao algarveeM BiCiCleta

no dia 17 de fevereiro, a vila de Castro Ma-rim deu o ponto de partida para a terceira etapa da 38ª Volta ao Algarve em Bicicleta, que li-gou Castro Marim a Loulé, numa distância de 194Km, tendo como vencedor o ciclista aus-traliano Richie Porte da equipa inglesa Sky, que também viria a conquistar a Volta. A 38ª. Volta ao Algarve em Bicicleta realizou-se de 15 a 19 de fevereiro, nas estradas do Algarve, de Castro Marim a Portimão, com a parti-

cipação de várias equipas e com mais de 150 atletas de renome nacional e internacional. A equipa Sky dominou a 38ª edição desta clássi-ca do ciclismo português, conquistando a geral individual por intermédio de Richie Porte, a classif icação coletiva e três das cinco etapas. A Volta ao Algarve em Bicicleta contou com a organização da Associação de Ciclismo do Algarve e o apoio de vários Municípios do Al-garve, entre eles o de Castro Marim.

a equipa sKy doMinou a 38ª ediÇÃo desta ClássiCa do CiClisMo português, Conquistando a geral individual por interMédio de riCHie porte

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desporto 89#

“Castro Marim sobre rodas”no mês de junho, o Grupo Desportivo, Re-creativo e Cultural Leões do Sul Futebol Clu-be realizou o Festival de Verão de Patinagem Artística “Castro Marim sobre Rodas”, no Pa-vilhão Municipal. Neste festival participaram os clubes Card – Portimão, Grupo Desportivo Diana – Évora, Grupo Desportivo Fabril – Bar-reiro, Clube Futebol Sassoeiros – Torres Novas, Sociedade Filarmónica Recreativa União Alhos Verdense – Alhos Vedros, Patinagem Clube de Tavira e Roller de Lagos Clube de Patinagem, com mais de uma centena de atletas entre os 6 e os 12 anos de idade. Para os Leões do Sul, a Escola de Patinagem é um elemento essencial na estratégia de intervenção do clube no concelho, a qual visa a formação e o desenvolvimento dos jo-vens na patinagem artística, modalidade que tem vindo a conhecer um crescimento exponencial em todo o país. Esta agremiação, a única no con-celho que dispõe de uma Escola de Patinagem Artística,desenvolve desde 2011 o projeto “Va-mos Patinar”.

vii passeio

tendo como cenário a Cumeada da Alta Mora e o branco das amendoeiras em f lor, a Associação Recreativa, Cultural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora (ARCDAA) promoveu, no mês de fe-vereiro, o VII Passeio Pedestre Amendoeiras em Flor. Os mais de duzentos participantes, aman-tes do pedestrianismo e da natureza, contempla-ram o espetáculo único das amendoeiras em f lor, ao longo das povoações e encostas da ribeira do Beliche, desfrutaram da paisagem verdejante da serra algarvia, desenvolvendo a atividade física e, ao mesmo tempo, partilharam bons momentos de amizade e convívio. O VII Passeio Pedestre Amendoeiras em Flor teve o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Odeleite.

aMendoeiras eM Flor

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90# desporto

Castro Marim dinamiza

CoM a finalidade de promover os percursos pedestres no concelho e criar hábitos desporti-vos na população, a Câmara Municipal organi-zou um Programa de Dinamização de Percur-sos Pedestres “Concelho a Caminhar”. O mapa das marchas-passeio realizou-se de abril a junho de 2011, num total de 5 percursos: “As Terras da Ordem–Odeleite”; “Uma Janela para o Gua-diana –Azinhal”; “O Sapal de Venta Moinhos--Monte Francisco/ Castro Marim”; “A Reserva Natural - Castro Marim” e o “Urbano / Praia – Altura”. Com esta ação, garante-se aos adep-tos das Marchas/Passeio um calendário de ati-vidades no município, evitando, assim, longas

deslocações para poderem usufruir das mesmas e, paralelamente, elucidarem-se sobre os Per-cursos Pedestres existentes em Castro Marim. Para a Unidade Orgânica de Cultura e Despor-to da Autarquia, realizar uma marcha-passeio é uma forma saudável de ocupar os tempos livres que não envolve dificuldades, sendo apenas ne-cessário vestir roupa confortável, de preferência roupa desportiva e reunir alguns mantimentos como água e fruta. “Concelho a Caminhar” é uma iniciativa da Autarquia e conta com o apoio da Associação ODIANA e da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim / Vila Real de Santo António.

perCursos pedestres

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desporto 91#

escola do real Madrid

CoM o objetivo de contribuir para a democra-tização do desporto e permitir o acesso à prática desportiva de crianças e jovens alvo de exclusão social, a Fundação “Realmadrid” abriu as portas em setembro, uma Escola Sócio-Desportiva em Vila Real de Santo António e Castro Marim. Esta escola intermunicipal integra um universo de 120 alunos, de ambos os sexos, com idades compreen-didas entre os 6 e os 12 anos, iniciando a aprendi-zagem nas modalidades do futebol e do basquete-bol que a Fundação dispõe. Esta escola, que tem o apoio das respetivas Câmaras Municipais, da As-sociação Odiana e das Terras do Baixo Guadiana, será a primeira escola da Fundação madrilena em Portugal, a qual se insere numa política de expan-são que tem levado à abertura de cerca de uma centena de escolas pelo mundo.

eM Castro MariM

CoMo forma de premiar o empenho e a dedi-cação das associações locais em prol da comuni-dade castromarinense, através das ações levadas a cabo no plano cultural e desportivo, que muito têm contribuído para a coesão social, a Câma-ra Municipal atribuiu subsídios no montante de €128.625,00, ao abrigo dos Contratos-Progra-ma. Mais do que nunca, na atual conjuntura de grandes dificuldades económicas para o país, as associações locais desempenham um papel cru-cial no desenvolvimento de atividades que, direta ou indiretamente, intervêm na qualidade de vida e na fruição de bens culturais das populações para as quais dirigem a sua intervenção, substi-tuindo com êxito assinalável os poderes públicos.

associação de pesca desportiva de Castro Ma-rim 1.875.00 // associação recreativa Cultural

Contratos-programaCoM assoCiaÇões loCais

e desportiva dos amigos de alta Mora 3.750.00 // associação recreativa e Cultural “azinhal” 2.625.00 // Campesino recreativo Futebol Clube 15.000,00 // Casa do povo do azinhal 5.625.00 // Clube de Junqueira 1.875.00 // Clube recre-ativo alturense 22.500,00 // grupo desportivo e Cultural de rio seco 1.875.00 leões do sul Futebol Clube 5.625,00 // putos da rua Futebol Clube 5.625.00 // seção Columbófila Castroma-rinense 1.125.00 // seção Columbófila do Clu-be recreativo alturense 1.125.00 // sociedade recreativa Banda Musical Castromarinense 7.500,00 // união desportiva Castromarinense 52.500,00

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92# desporto

10ª. prova de natação de Marno mês de agosto, os Leões do Sul Futebol Clube realizaram na Praia da Alagoa / Altura a 10ª. Pro-va de Natação de Mar “Vila de Castro Marim”. A prova, que integra o 19º Circuito de Natação de Mar do Algarve, teve a participação de 185 atletas federados e não federados, representando grandes clubes da modalidade. A competição na Praia da Alagoa / Altura teve duas vertentes, a oficial e a de divulgação. Na prova oficial, em masculinos o ven-cedor foi Diogo Filipe Carvalho do Clube “Gali-tos” e em femininos a vencedora foi Adriana Alves Nunes, do “Portinado”. Por seu turno, na prova de divulgação triunfaram, em masculinos Plabo Her-rera, e nas senhoras Yaiza Pilar Parada, ambos do “Clube de Natação de Huelva”. Esta iniciativa dos Leões do Sul visa o incremento de uma modalida-de desportiva com a qual Portugal tem conquistado títulos muito importantes a nível internacional e, ao mesmo tempo, constituí um bom cartaz turísti-co para o concelho e para a região do Algarve.

“parque aventura em odeleite”ao abrigo do Programa de Cooperação Trans-fronteiriça Espanha – Portugal e do projeto Bai-xo Guadiana Desporto, fruto de uma parceria entre várias entidades, a Câmara Municipal ins-talou o “Parque Aventura em Odeleite”, junto ao Moinho das Pernadas. Num custo total de 140 mil euros, 75% dos quais financiados pelo FE-DER, este equipamento dispõe de uma estrutura multiatividades, constituída por um sistema de pontes suspensas com meios para escalada e sli-des. Esta estrutura permite desenvolver o arbo-rismo, uma atividade direcionada para o turismo de aventura, baseada nos desportos radicais com as componentes do lazer e recreação. Integram igualmente o “Parque Aventura de Odeleite” um conjunto de elementos que irão potenciar o desenvolvimento de outras modalidades despor-tivas, tais como o Tiro com Arco, a Canoagem, o BTT, o Paintball e a Orientação.

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leituras 93#

leiturasdulCe Maria Cardoso, uma das maiores revelações da sua ge-ração, foi ela própria, vinda de Angola, um dos 500 mil retor-nados que aterraram em Portu-gal em 1975. A obra conta-nos a história de uma das muitas fa-mílias que se viram obrigadas a deixar o passado, condenadas a “regressar” a um território onde nunca tinham estado. Muitos não têm para onde ir nem do que viver. Rui tem quinze anos e é um deles. Durante mais de um ano, Rui e a família vivem num quarto de um hotel de 5 estrelas a abarrotar de retornados — um improvável purgatório sem sal-vação garantida que se degrada de dia para dia. A adolescência torna -se uma espera assustada pela idade adulta: aprender o de-sespero e a raiva, reaprender o amor, inventar a esperança, com África sempre presente, mas cada vez mais longe.

o retornodulCe Maria Cardosotinta-da-CHina

“ir e Vir” acompanha as via-gens extraordinárias das ando-rinhas-árticas, das borboletas--monarca ou dos gnus africanos e desafia-nos a ref letir sobre o modo pouco discreto como vi-vemos e nos movimentamos, muitas vezes pondo em risco o frágil equilíbrio do planeta. Na Terra, não somos os únicos a percorrer grandes distâncias. Tal como nós, muitas aves, pei-xes e mamíferos deslocam-se centenas de quilómetros, em busca de alimento, terras ame-nas ou de um bom lugar para ter as suas crias. Estes viajantes incríveis deixam-nos espanta-dos com as distâncias que per-correm, mas não só. Há mais qualquer coisa no modo como viajam que nos pode fazer abrandar e pensar...

ir e virteXto de isaBel MinHÓs MartinsilustraÇões de Bernardo CarvalHoplaneta tangerina

o novo livro de Miguel Sou-sa Tavares, Cozinha d’Amigos, reflete o gosto e a filosofia de alguém que se habituou a cozi-nhar com aquilo que Portugal tem de melhor: o peixe e o ma-risco, a caça e o porco, as ervas, o azeite, as batatas. O seu autor acredita que a cozinha é uma arte que aproxima os amigos, reúne a família e dá um sentido à casa e às coisas do mundo. Cozinha d’Amigos é um pouco a memó-ria das horas, dias, anos passados a cozinhar sozinho e contra a solidão ou para uma mesa cheia de amigos do coração. Com foto-grafias de José Pedro Monteiro, a cada umas das 33 receitas, “todas simples, ao alcance de qualquer um”, corresponde uma boa histó-ria, uma viagem ou uma memó-ria. O livro visita pratos diversos que passam pelos salmonetes gre-lhados, pelo “Cantaril no forno à Sophia”, o “Spaghetti à Santola” e por muitas receitas de caça.

CozinHa d’aMigosMiguel sousa tavaresoFiCina do livro

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94# provérbios

provérbios do Mundo

Dinheiro emprestado sai rindo e volta chorando.provérBio português

Aceitou dinheiro, perdeu a liberdade.provérBio aleMÃo

Dinheiro adiantado, dinheiro mal paradoprovérBio português

O dinheiro do vizinho não faz barulho, mas tira-te o sono. provérBio espanHol

O dinheiro fala mais alto.provérBio inglês

Ladrão endinheirado não morre enforcado.provérBio Brasileiro

Quem não gasta, o pouco lhe basta.provérBio português

Homem sem dinheiro, folha sem árvores.provérBio áraBe

O dinheiro é um bom servidor, mas um mau amo. proverBio FranCês

Não case por dinheiro, pode conseguir empréstimo mais barato. provérBio esCoCês

O dinheiro compra pão, mas não compra gratidão. provérBio Brasileiro

Quem economiza tem o que precisa.provérBio português

Amigo verdadeiro vale mais do que dinheiro. provérBio português

O avarento perde mais do que aquilo que gasta o generoso. provérBio turCo

Quando a esmola é grande, o Santo desconfia.provérBio português

Um tolo e seu dinheiro são separados logo.provérBio inglês

Boca de rico, bolsa de pobre.provérBio português

Ganhar dinheiro é como cavar com um alf inete na areia, perder dinheiro é como deitar água na areia. provérBio Japonês

O dinheiro é mais afiado do que uma espada. provérBio aFriCano

É preferível ser dono de uma moeda do que escravo de duas. provérBio grego

soBre dinHeiro

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Correio do leitor 95#

Correio do leitoreXMª senHora dr.ª FiloMena pasCoal sintra vereadora do pelouro da Cultura do MuniCÍpio de Castro MariM viMos pelo presente meio agradecer a colaboração prestada pelo Município de Castro Marim, no âmbito da Visita Temá-tica “Moinhos de Maré do Ocidente Euro-peu: Algarve e Andaluzia”, que teve lugar dia 30 de abril e que incluiu uma visita ao Moinho das Pernadas em Odeleite, onde o grupo foi muito bem acolhido pela técni-ca da vossa autarquia, tendo ficado muito sensibilizado quer pela beleza paisagística do local como pela importância do património aí preservado. A adesão dos participantes à iniciativa, ma-nifestando grande interesse pela temática proposta, constitui um incentivo à organi-zação futura de novas atividades neste do-mínio, no âmbito das quais gostaríamos de poder dar continuidade à colaboração com o Município de Castro Marim. Da mesma forma, colocamos à vossa dispo-sição os espaços museológicos existentes no concelho do Seixal e que se encontram sob gestão do Ecomuseu Municipal do Seixal para realização de atividades que conside-rem oportunas e pertinentes, quer sejam di-rigidas aos vossos técnicos, quer se orientem para os vossos públicos. Com os melhores cumprimentos,

a vereadora do pelouro da eduCaÇÃo, Cultura e Juventude do MuniCÍpio do seiXal drª. vanessa silva

eXMº. senHor dr. José Fernandes estevens presidente da CÂMara MuniCipal de Castro MariM

senHor presidente, um pouco receosa e acanhada, tomei a liberdade de lhe escrever umas linhas, não sei se devido ao peso da idade ou à opinião das vizinhas aqui do monte. Quando dei a saber a vontade de man-dar uma carta aí para a Câmara Municipal, disseram-me que eu não estava boa da cabeça! Mas como sou teimosa que nem uma porta, estou a dirigir-me ao Senhor Presidente da Câmara, para lhe agradecer o grande serviço que está a prestar às pessoas do concelho e da localidade de Fortes. A rede de circuitos de transporte social que pôs em funcionamento no mês de março, veio ajudar-nos muito. Para quem está longe de tudo, quando as for-ças já vão faltando, termos alguém como o se-nhor, que compreende e se preocupa com as nossas dificuldades, é uma bênção de Deus. Até agora, por falta de camioneta, era um en-fado irmos ao médico, aviar os medicamentos à farmácia, receber a pensão aos Correios ou mesmo ir à vila fazer as compras para a casa. O Senhor Presidente, não faz ideia da ale-gria e da satisfação que sentimos, quando às quartas-feiras a carrinha da câmara assoma à entrada do monte. Entra-nos uma alma nova, ficamos com vontade de ir por aí e estar com outras pessoas. Quero ainda agradecer à Câmara Municipal a ajuda que nos dá com o Cartão do Idoso e as viagens que fazemos a vários lugares do país, através das excursões. Para pessoas de uma certa idade, isto é uma beleza.Bem haja!

Maria palMa, Fortes — odeleite

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96# poesia

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gastronomia 97#

ensopado de Cabrito

4 kg de cabrito 2 kg de batata2 kg de cebola 1 ramo de salsa 1 ramo de hortelã2 cabeças de alho 4 folhas de louro 1 dl de azeite 1 colher de banha2 l de vinho branconoz moscada e pimenta branca q.B. 4 cravinhos 1 pão de quilo

Coloque no fundo do tacho a cebola cor-tada às meias luas. Junte 5 ou 6 dentes de alho, salsa picada, 2 folhas de louro partidas ao meio e 4 cravinhos. Depois, coloque uma camada de carne de cabrito cortada aos bocados. Coloque uma segunda camada de ingredientes, polvilhe com um pouco de pimenta branca, noz moscada, regue a carne com o azeite e por fim adicione o vinho. Leve a cozinhar ao lume e quando le-vantar fervura, deixe a cozer em lume brando durante hora e meia, num tacho que vede bem. Acompanhe o cabrito com batata frita à parte, junte a hortelã e sirva este pitéu da cozinha do Baixo Guadiana guarnecido com as fatias de pão frito. Bom apetite.

Modo de ConFeCionar ingredientes para 8 pessoas

reCeita de Maria da ConCeiÇÃo goMes - azinHal

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98# poesia

o Canto da poesia

Castro Marim tu tens festa Estou a gostar de ver Essas colchas nas janelas Que te fazem reviver

É dia da procissão Vai o andor a passar A banda que tão bem toca Também a vai acompanhar

Muitas promessas são pagas De todo o bem recebido Toda a tristeza que houve Nesse dia é esquecida

Nossa Senhora dos Mártires És a mãe de todos nós Pois são tantos os que pedemE são ouvidos por vós

Há festa, há romaria Vai sair a procissão Há gente de todo o lado Com fé e com devoção

Lá no alto do castelo Vê-se o povo a passar Todos com velas acesas Junto à Virgem a rezar.

natália palMa

a proCissÃo

paiXões da MinHa terra

As muralhas do Forte estão fixas Não olhando para o passado além Mas hoje podemo-nos orgulhar Obra que devemos a alguém

O passado tem a sua história A sua riqueza tudo importa A maior obra neste momento É que conseguimos uma nova prova

Para maior seguimento da obra Vamos seguindo a sua traça Não vamos perder a carreira Desta vez queremos tudo de graça

Lá diz o velho ditado Daqui veremos tudo pronto Dando prazos para as obras Só temos que ficar gratos antÓnio viCtor severo Martins

Castro MariM

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