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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
A IMPORTÂNCIA DO OLHAR PSICOLÓGICO NO AMBIENTE EDUCATIVO.
CONFORTIN, Cristina Fernandes¹*LEMOS, Taíse Fortuna de¹
SOLIGO, Diana Sara¹VITALI, Andiara Aline¹
ZABOTI, Sissa¹ ALGERI, Vanessa²*
BARAZETTI, Patrícia Carla²CALCING, Jordana²
COSTA, Gisele Maria Tonin da²LONGO, Patrícia di Francesco²
PILOTTO, Nadine Fabiane²
RESUMO: O presente artigo do curso de psicologia do oitavo semestre da faculdade IDEAU tem como objetivo teorizar problemáticas que são oriundas da infância e que podem vir a acarretar inúmeros danos na vida adulta do sujeito, tais como as doenças psicossomáticas, que pode iniciar nos primeiros anos de vida e vir a eclodir na adolescência ou vida adulta. Dentro desse contexto conta-se com a atuação do psicólogo que pode ser no período escolar ou fora dele, voltando-se mais a área social como a atuação nos CRAS e nos CREAS, o intuito desse profissional se mantém, evitar maiores danos emocionais e amenizar causas dos mesmos dentro das suas possibilidades. A intervenção realizada no contexto social ocorreu no Lar da Menina, Getúlio Vargas, com o objetivo de inserir a arteterapia através de pinturas no pátio e calçadas da instituição como forma de recurso terapêutico, visando à harmonização do ambiente socioeducativo e focando no lúdico para o desenvolvimento das habilidades de aprendizagem motora e cognitiva.
Palavras-chave: Social, psicossomática, arteterapia.
ABSTRACT: The present article of the psychology course of the eighth semester of the IDEAU college has the objective to theorize problems that come from childhood and that can emply innumerable damages in the adult subject life, such as the psychosomatics, that can begin in the first years of life and come to hatch in adolescence or adulthood. Within this context, the psychologist works in the school period or outside it, turning more to the social one as the performance in the CRAS and CREAS, the intention of this professional is maintained, to avoid greater emotional damages and to soften causes within their means. The intervention carried out in the social context took place at Getúlio Vargas' Home, with the objective of inserting art therapy through paintings in the courtyard and sidewalks of the institution as a therapeutic resource, aiming at the harmonization of the socio-educational environment and focusing on the ludic for development of motor and cognitive learning skills.
Keywords: Social, psychosomatic, art therapy.
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A psicologia é uma ciência que estuda o comportamento e os processos mentais das
pessoas através de um modelo científico. Os profissionais da psicologia usam esse
conhecimento cientifico para melhorar a vida dos seres humanos em todos os aspectos, tais
como saúde, trabalho, família, educação entre outros. Por tanto é fundamental examinar o
sujeito em uma perspectiva comportamental, individual e psicodinâmica acerca de sua história
de vida e suas questões intrínsecas.
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Porém, apesar de todos os avanços conquistados, muitos ainda associam o trabalho do
psicólogo somente ao modelo clínico, de consulta psicológica, em que existe um terapeuta e
um paciente para ser ouvido no divã. No entanto, a psicologia tem expandido muito em
diversas direções. O fazer do psicólogo hoje se encontra nas mais diversas instituições.
O profissional de psicologia se encontra atuando na educação, trabalhando no
departamento de Recursos Humanos (RH) de grandes empresas, trabalhando em
comunidades, em prefeituras, hospitais. Além disso, a psicoterapia não se aplica somente a
abordagem psicodinâmica, existem e são utilizadas outras abordagens como a cognitiva
comportamental, a abordagem centrada na pessoa, entre outras.
Da mesma maneira em que a sociedade ainda pensa um profissional de psicologia
moldado para atender somente em consultório, também se pode perceber as dificuldades que
ainda permeiam o profissional e as instituições em que ele vai atuar. Esse fato apresenta uma
necessidade de reavaliação com relação ao lugar e ao papel do profissional de psicologia em
instituições sociais, escolares, entre outros. Nem sempre ao chegar nesses locais os
profissionais encontrarão boas condições para trabalho, algumas vezes podem não encontrar a
orientação necessária para desenvolver um trabalho satisfatório e é nesses casos que
precisamos aprender a nos adaptar conforme as possibilidades.
A arterapia também pode ser um método utilizado pelo profissional de psicologia com
finalidade terapêutica. Esse processo se usa das várias expressões do ser humano para tratar,
resolver questões, melhorar vivências através da arterapia os pacientes são vistos como seres
criativos, com capacidade para transformar situações, e serem autores de sua história. Para o
psicólogo que pode trabalhar este recurso em vários contextos distintos fica o compromisso da
ética contribuindo assim para a reconstrução das histórias dos seus pacientes.
2 DESENVOLVIMENTO
Nesta parte do trabalho será detalhado o referencial teórico, a metodologia
empregada e os resultados encontrados. Contém a exposição ordenada e pormenorizada do
assunto tratado do estudo.
2.1 Avanços no contexto histórico
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Alguns anos antes da fase da Grécia hipocrática iniciaram-se os estudos sobre o corpo
humano através de experimentações e observações. Protágoras usa uma frase que se ecoa até
os dias de hoje “O homem é a medida de todas as coisas”. Apesar da riqueza de fragmentos
não se foi contestado por muitos séculos a medicina, até surgir Hipócrates onde toda a sua
sabedoria era voltada ao sofrimento humano, sendo assim o pai da medicina. Hipócrates além
de examinar seus pacientes questionava-os sobre quando surgiu a doença, quais eram suas
circunstancias de vida, e ainda questionava familiares sobre o que eles sabiam sobre a doença
do paciente. Desmistificou teorias mágicas, se preocupava com doenças físicas e mentais, a
partir dai a doença para Hipócrates seria um desequilíbrio nos humores. (MELLO FILHO,
2002).
Hipócrates via o homem como uma unidade organizada, a qual a desorganização
poderia ser a doença, descrevia as doenças através de pesquisas etimológicas e prognósticas,
dava muita importância ao passado presente e futuro do paciente, assim previa possíveis
desdobramentos, as vivencias e as perspectivas são elementos preciosos que ajuda a elucidar o
processo da doença, considerando não somente os sintomas, mas também a natureza do
doente assim contribuindo para o sucesso de um tratamento. (VOLICH, 2000).
No momento atual de desenvolvimento científico nota-se que a experiência emocional
é capaz de influenciar e mudar o funcionamento e em certos casos até a anatomia cerebral, o
sofrimento psíquico fica evidente no corpo e no seu funcionamento, uma das abordagens
médicas da psicossomática que se desenvolveu no ramo da Medicina considera que a doença
ou um conjunto de sintomas são psicossomáticos quando não há nenhuma explicação
científica que esclareça tais mecanismos e suas simbolizações. (SCHILLER, 2000).
A psicossomática é a relação entre corpo e mente a saúde o adoecer e as práticas de
saúde, ela abrange uma gama de atividades como relação dentro de uma família, relação
profissional e paciente, doenças crônicas e agudas, relações adaptativas como invalidez,
morte. A psicossomática vem sendo exercida por profissionais da saúde como psicólogos,
médicos e psiquiatras, no Brasil se proliferou a partir de trabalhos de psicanalistas em
hospitais de ensino. (MELLO FILHO, 2010).Só nos últimos anos o estudo das influências sociais e culturais sobre as doenças têm merecido particular atenção. Este interesse, por outro lado, ainda se acha muito voltado apenas para o campo das doenças mentais. Em relação ao aspecto que mais nos concerne, das doenças de exteriorização somática, o estudo destas interações é ainda mais recente, apesar de terem sido muito profícuas as investigações feitas. (MELLO FILHO, 2002, p. 195).
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Verifica-se que a psicossomática não é algo exclusivo de adultos, as crianças também
sofrem, mas muitas vezes suas reações são relacionadas à birra ou má educação, são tratados
os sintomas e não as causas, entre os sintomas estão a anorexia, insônias, mau aproveitamento
escolar entre outras. (MELLO FILHO, 2010).
As doenças e as manifestações psicossomáticas na infância e na adolescência surgem a
partir da experiência da clínica de Psicanálise no enfoque do estudo da criança. É possível
perceber de forma clara a incidência da realidade psíquica no corpo e observar as várias
formas que a criança coloca seu corpo em evidência, isso desde os primórdios de sua
constituição enquanto sujeito. Grande parte das divergências que chamamos de doenças que a
criança enfrenta são expressas de forma psíquica e somática, para que então só dessa forma
possa ter a oportunidade ser ouvida. (MYSSIOR, 2007).
Hoje é claramente visto que o vínculo entre corpo biológico e sua representação
psíquica é estabelecido no tempo primário da vida e está presente nas relações do bebê com o
meio ambiente, nas complicadas relações daqueles que estão em sua volta e que muitas vezes
cumprem o papel de cuidador. Verifica-se que nessa fase pouco se compreende que os
sintomas físicos podem ter origem psicossomática e é nesse momento que o pediatra ocupa
um lugar central e importante, visto que, em primeiro lugar é ele que se depara com os
momentos decisivos da vida da criança e em vários casos o mesmo possui mais conhecimento
que os cuidadores. (MYSSIOR, 2007).
O médico-pediatra que ocupa uma posição-chave no momento da abordagem
psicossomática da criança, que então é dividida em três aspectos: A detecção da doença,
tratamento médico e o encaminhamento para o tratamento psíquico, caso julgue necessário.
Segundo os pediatras, as doenças consideradas psicossomáticas mais frequentemente
diagnosticadas nas crianças são a asma e o eczema (dermatite atópica caracterizada por
vermelhidão advindo de uma erupção cutânea e é notado normalmente atrás dos joelhos e nos
braços), distúrbios de sono e do apetite, infecções respiratórias e adoecimentos frequentes.
(KREISLER, 1999).
2.2 A importância da Psicologia Social Comunitária e seus Programas
A psicologia Social Comunitária tem por objetivo promover e intervir na qualidade de
vida do indivíduo em sua totalidade, considerando o ambiente social o qual se está inserido.
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As atividades desenvolvidas dentro da Psicologia social consistem em um trabalho de equipe,
pois, o psicólogo social necessita da intervenção de outros profissionais de áreas tais como:
medicina, enfermagem, assistência social, psiquiatria etc. É de responsabilidade destes
profissionais da saúde a elaboração de projetos e propostas que possibilitem a redução de
situações de riscos aos indivíduos dentro da comunidade. (FREITAS,1998).
Buscando atender o público em geral que apresenta algum problema psicológico, o
Sistema Único de Saúde (SUS) criou os CAPS, que são os Centros de Desenvolvimento
Psicossocial. No CAPS os pacientes que necessitam de algum tipo de tratamento psicológico
são atendidos de forma gratuita buscando assim a reintegração desse individuo na sociedade,
na comunidade onde vive, procurando uma melhora nos vínculos com suas famílias.
Esses centros são uma importante ferramenta para os indivíduos que estão em situação
de vulnerabilidade social, estes receberão um tratamento adequado para que possam se
inseridos na comunidade capazes de lidar com seus problemas, e conviver de maneira
saudável com suas famílias.
O CRAS é uma unidade pública estatal descentralizada da política de assistência social
que tem a responsabilidade pela geração e organização dos serviços socioassistenciais da
Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) onde possam ser
atendidos indivíduos dos municípios e também do DF.
Dentre tantos programas sociais, existe também o Programa de inclusão produtiva e
projetos de enfrentamento da pobreza, centros de Convivência para Idosos, atendimentos para
crianças de 0 a 6 anos, visando o fortalecimento dos vínculos familiares e procurando manter
o direito da criança de brincar, de se socializar e de sensibilizar aos direitos das crianças,
praticamente com os mesmos serviços socioeducativos para crianças, os adolescentes e jovens
com idade entre 6 a 24 anos podem também serem incluídos nesses serviços, mantendo o
intuito de visar a proteção, a socialização e o fortalecimento dos vínculos familiares e sociais
tanto dos necessitados quanto do sistema que o cercam. (SILVA, 2011).
2.3 Psicologia Social e Escolar
Com o passar dos anos e a melhor aceitação da psicologia no Brasil, utilizou-se de
muitas pesquisas e diferentes formas de atuação do psicólogo que passa olhar também para o
campo da psicologia escolar, aonde as queixas são referentes à dispersão a desatenção,
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desinteresse, agitação, baixo rendimento, agressividade, assim como também dificuldades na
relação professor-aluno e entre os alunos. A tendência geral da escola é de centralizar as
causas das dificuldades nos alunos. As medidas que vêm sendo utilizadas para reduzir essas
dificuldades são de encaminhamentos para psicólogos e demais profissionais, nomear regras
mais rígidas e até buscar a ajuda dos pais quando que as demais tentativas não produzem o
resultado almejado. (ANDALÓ, 1984).
Nenhuma pessoa é igual à outra, a psicologia se preocupa com os comportamentos
que individualizam o ser humano, a psicologia social estuda o individuo conforme as suas
influências sociais, as influências sociais ocorem antes mesmo do nascimento do indivíduo, o
grupo no qual é inserido que vai definir o que é reforçador ou punitivo, sendo assim não
podemos encontrar comportamentos humanos, sem a influência dos componentes sociais,
pois, a psicologia social é a relação de individuo e sociedade. A educação é institucionalizada,
ou seja, têm direitos e deveres, princípios, objetivos produzindo relações sociais. (LANE,
1981).
Segundo Valle (2003) o psicólogo escolar precisa ser aceito e estar inserido no corpo
escolar participando ativamente na organização de atividades preventivas que interferem no
desenvolvimento da criança. Desta maneira o trabalho do profissional de Psicologia será mais
acertivo. Para Valle (1994 apud DIMENSTEIN p. 8-9), “A criança é o elo mais fraco e
exposto da cadeia social. Nenhuma nação conseguiu progredir sem investir na infância. A
viagem pelo conhecimento da infância é a viagem pela profundeza de uma nação. A situação
da infância é um fiel espelho de nosso estágio de desenvolvimento econômico, político e
social”.
As crianças mostram por vezes como é o funcionamento da família. Quando
somatizam nem sempre são o real problema, mas podem estar nos dando sinais de que essa
família não vai bem. Por outras vezes a somatização por parte dos filhos faz com que essa
família permaneça unida, focando no problema da criança e deixando de lado problemas
conjugais, financeiros, entre outros. (VALLE, 2003).
Novos desafios surgem a todo o momento, deixando claro a crescente necessidade da
Psicologia Social e Escolar andarem juntas, trabalhando de maneira interdisciplinar
entendendo como funciona o processo da comunidade escolar, possibilitando um trabalho
mais comprometido com propostas de intervenções alternativas e realistas, que realmente
possam atender aos desafios apresentados. Assim como os profissionais de Psicologia
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precisam acompanhar as transformações que estão acontecendo nas diversas áreas de atuação,
como escolar, social, clínica, as instituições também necessitam buscar adaptações as novas
demandas que vão surgindo, assim buscando se beneficiar desses novos espaços que a área da
psicologia pode atuar e render resultados muito positivos. (BOSCHETTI, 2006).
Enquanto psicólogos atuantes na área escolar, vizando ser um agente de mudanças,
necessita-se voltar para a constituição de grupos operativos tanto com alunos, professores e
toda equipe técnica, no sentido de fazer uma reflexão crítica sobre a própia instituição,
incluindo o processo de possíveis alterações no ensino-aprendizagem, até a forma de relação
professor-aluno, relação com as mudanças sociais que estão ocorrendo, para então
compreender a defasagem cada vez maior que se estabelece entre a escola e a vida de cada
sujeito. Com isso, procura-se desfocar a atenção sobre o aluno como a única fonte de
dificuldades e como o único responsável pelo momento pelo qual a escola está passando, no
intuito de propiciar uma visão mais global e compreensiva desta fase, contudo, procura-se
considerar todos os aspectos e em conjunto encontrar formas e alternativas de enfrentamento.
(ANDALÓ, 1984).
É na sociedade que muitas medidas vão sendo tomadas a partir da inserção da criança
no ambiente escolar, percebe-se que essa nova sistemática de assistência social que é
configurada por um tipo particular de integração, visando olhar as necessidades humanas, de
modo geral e particular, a partir de um jeito único e singular, muito mais profissional e
humano de dar suporte de forma integral a quem dela necessitar, dentro do seu ambiente de
inserção buscando não fragmentá-los e sempre respeitando-os em sua totalidade. (SILVA,
2011).
2.4 A interferência da escola no processo do desenvolvimento
Algumas das funções do Psicólogo Escolar é sustentar políticas que visem práticas que
“ajudem ao próximo”, no sentido de torná-lo feliz, adaptado, equilibrado nesse ambiente,
comprometido com a construção de concepções críticas sobre o homem, seu
desenvolvimento, sua subjetividade, seus processos de aprendizagem, empenhando-se em
intervenções que levem em conta as influências socioculturais desse indivíduo e que sejam
respaldadas por opções teóricas que levam em consideração: a interdependência entre
desenvolvimento e aprendizagem; a relação entre pensamento e linguagem, afeto e cognição,
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consciência e emoção; a função da imitação e de processos lúdicos e criativos como
mediadores importantes no desenvolvimento de funções psicológicas complexas, trabalhando
também com orientação vocacional, auxiliando os alunos em momentos de transição e
indefinições. (Bock, 1997, 2002).
Estas são algumas das muitas contribuições do Psicólogo escolar em seu campo
específico, podendo também fazer uso da arte como recurso terapêutico, a arte é o transmissor
não só das emoções, mas também das ideias do artista, o qual se utiliza de certos recursos
formais de maneira apropriada, para dar ênfase ou força ao pensamento, e que, por si mesmos,
não são parte do significado da obra. (Nunes, 1991).
2.5 Metodologia
A arteterapia trata-se de um processo terapêutico lúdico que engloba desenhos, figuras
ou símbolos que visa qualidade de vida ao indivíduo por meio da arte, com isto, através desta
abordagem é possível construir um ambiente harmonioso e tranquilo para que os pacientes
consigam trazer suas demandas naturalmente. (WINNICOTT, 2009)
O objetivo da intervenção a ser realizada na instituição social é possibilitar a resolução
de conflitos, liberação de sentimentos bem como pensamentos reprimidos e melhorar o
desenvolvimento psicomotor por meio da arteterapia. O projeto contará com diversas
atividades tais como: pintura nas calçadas da escola, pintura de amarelinhas; pintura de
alfabeto, linhas numéricas, linhas retas e em zig zag, estas pinturas alem de uma proposta
ludica auxiliam nas habilidades motoras.
O intuito maior do grupo é a inserção do modelo arteterapêutico à instituição,
possibilitando maiores estímulos às funções cognitivas e psicomotoras das crianças, obtendo
as melhorias como resultado em longo prazo, ou seja, o projeto necessita de continuação e
atualização por parte do grupo educacional para que seja eficaz à educação infantil.
2.6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A proposta de trabalho foi escolhida após visar a necessidade do ambiente escolar e fazer
uma pesquisa com o grupo de funcionários do local, verificando também algo que pudesse ser
utilizado a longo prazo. Posteriormente, após a escolha da atividade, foi apresentada e
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aprovada pelo grupo diretivo da instituição. Tendo o aval dos mesmos, foi posto em prática
pelas acadêmicas de psicologia.
A instituição escolhida para diagnóstico e intervenção é uma instituição Social
titulada como Lar da Menina que atua desde 1967, é cadastrada no Conselho Nacional de
Assistência Social e no Conselho Estadual de Educação, atende crianças e adolescentes na
faixa etária de 0 à 14 anos de idade, conta com aproximadamente 170 alunos, oferecendo para
as de 0 à 5 anos de idade atendimento integral na Escola de Educação Infantil; e para as de 6 à
12 anos de idade o atendimento no projeto Apoio Sócio Educativo em Meio Aberto –
ASEMA no turno inverso ao da escola regular. O Serviço tem por objetivo auxiliar no
processo ensino-aprendizagem e contribuir para o desenvolvimento Integral dos usuários.
Infelizmente, em muitos casos, as crianças mais carentes encontram muitas vezes na
escola, a única alimentação, também a principal referência humana, onde alguns depositam
admiração e muito amor pelo professor, como se este fosse seus verdadeiros pais. Alguns,
apesar da carência familiar ser semelhante, não conseguem reagir amorosamente, e é aí que os
professores encontram os maiores problemas: de revolta, agressividade e até sérios vícios e
ameças. Para que tal processo seja desarticulado, os pais devem estimular seus filhos com
elogios, fazendo com que se sintam valorizados através de seus esforços e não dizendo ao
filho quando tira uma nota boa a famosa frase: “Não fez mais do que sua obrigação”. Esse é
um dos motivos pelos quais muitos filhos sentem-se desestimulados a aprender e a se
desenvolver.
Se tratando do protagonismo infantil, ficou claro que para a criança se tornar
protagonista do seu conhecimento é preciso que esteja inserida em um ambiente social, em
intercâmbio com outras crianças e adultos, participando de práticas sociais historicamente
construídos, internalizando experiências vividas que lhe propiciam dominar conceitos, valores
e formas de se comportar.
Muitas crianças da instituição estão em vulnerabilidade social, e é em suas
brincadeiras que externalizam suas emoções e sentimentos, o brincar estimula a criação e é
um processo terapêutico que ajuda no desenvolvimento social, emocional e cognitivo da
criança apesar de ser um entretenimento, aprendem a seguir caminhos e respeitar regras.
(VYGOSTSKY 1998)
A intervenção aplicada na instituição foi escolhida com base de que o brincar estimula a
criatividade o desenvolvimento cognitivo e motor da criança, assim também como seu
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desenvolvimeto social, e interação com outras crianças. Após observações feitas na
instituição, percebeu-se que o pátio onde as crianças brincam e fazem atividades é amplo e
coberto. Portanto, a intervenção proposta se deu por meio da arteterapia que consistiu
na pintura do pátio para que as crianças consigam aprender brincando, foram desenhadas
amarelinhas, linhas retas e em zig zag que estimulam a cordenação motora e equilíbrio,
também foi pintado o alfabeto em forma de centopéia e as numerações.
A arteterapia trata-se de um processo terapêutico lúdico que engloba desenhos, figuras
ou símbolos que visa qualidade de vida ao indivíduo por meio da arte, com isto, através desta
abordagem é possível construir um ambiente harmonioso e tranquilo para que os pacientes
consigam trazer suas demandas naturalmente. (WINNICOTT, 2009).
O espaço se encheu de vida, as crianças da instituição ficaram facinadas e contentes
com as novas oportunidades de atividades, uma intervenção que ficara na instituição por
longos anos e que fará a diferença no brincar de muitas crianças, auxiliando em seu
desenvolvimento de diferentes maneiras e possibilitando aos professores fazerem recreações
diferentes das quais os alunos estão acostumados.
As acadêmicas demandam mais disponibilidade para poder auxiliar em atividades com
as crianças e com os monitores no intuito de sempre inovar as formas de aprendizagem,
fazendo com que os alunos se mantenham motivados e aprendam de diferentes métodos, de
acordo com que cada um melhor se identifica.
Depois de feita a intervenção na instituição social por meio da arteterapia se evidenciou
a importância e a eficácia de desenvolver atividades que possibilitem o criar, brincar e
imaginar das crianças. Pois, à medida que as atividades foram sendo executadas ficou visível
a espontaneidade dos mesmos em trazer sentimentos, emoções e pensamentos a cerca de suas
questões pessoais.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A arteterapia é um modelo terapêutico utilizado por diferentes profissionais
especializados nas áreas da saúde, tais como enfermeiros, médicos, psiquiatras, psicólogos e
atualmente vem sendo aplicada também no âmbito educacional por pedagogos. Sua prática
ocorre por meio de atividades artísticas, literárias, pinturas, desenhos, musicais etc. E seu
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objeto principal é promover a saúde e uma melhor qualidade de vida ao sujeito ou instituição.
(CARVALHO,1995).
Recordando, que a prática aplicada no espaço escolar foi baseada em técnicas de
arteterapia, sendo moldado e fixado no piso do Lar da Menina jogos pedagógicos (alfabeto,
sequência numérica, amarelinha zig zag e linha reta visando desenvolver motricidade,
equilíbrio e raciocínio). Objetivando propor às crianças um ambiente educativo e
descontraído, ou seja, brincar dirigido, podendo ser praticado com ou sem a presença de um
adulto.
Assim como é de extrema importância à criação de programas que possibilitem essa
experiência para os alunos, se faz necessário que os mesmos sejam mantidos e renovados ao
longo do tempo. Para que esta ação seja possível, é preciso uma atualização do sistema
educacional visando um melhor preparo por parte dos professores que enfatizem a
importância do cuidado da saúde emocional e psicológica das crianças.
Este aprimoramento aos professores pode ser realizado por meio de palestras
informativas à cerca da saúde mental, especializações com ênfase na educação infantil,
inserção da arte terapia nas escolas bem como outros instrumentos terapêuticos que
promovam a qualidade de vida na escola.
E por fim e não menos importante, informar aos pais os programas que a escola
possuí ou poderá adquirir futuramente e os incluir em algumas atividades, realizando uma
integração entre comunidade e grupo familiar visando o melhor rendimento escolar e saúde
psicológica do indivíduo.
O aprendizado enquanto acadêmicas foi notável, pois estar em contato com o dia-a-
dia e as possíveis intervenções no ambiente institucional propicia uma visão mais ampla e real
dos acontecimentos, percebeu-se a necessidade de estar sendo realizadas mais intervenções
em prol de incentivar o aprendizado e o desenvolvimento dos alunos, visto que a instituição é
carente e em partes depende muito do auxílio voluntário de pessoas que possibilitem que as
atividades sejam realizadas.
REFERÊNCIAS
ANDALÓ, Carmem Silvia de Arruda O PAPEL DO PSICÓLOGO ESCOLAR revista psicologia ciência e profissão (1984). Acesso em 19 de Agosto de 2017.file:///C:/Users/Windows/Downloads/Dialnet-OPapelDoPsicologoEscolar-6057186.pdf__________________________________________________________________________________________
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