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Natural de Wladimir, na Volhynia, descendente de família nobre, Josafá Kuncewitcz, com vinte anos de idade, abraçou a vida monástica entre os religiosos da Ordem de São Basílio.
Ouvindo, criança ainda, sua mãe com muito fervor falar da Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor, seu coração se inflamou num grande amor a este mistério.
Este mesmo amor levou-o a achar sua delícia na oração e na prática de boas obras, causando assim admiração aos seus companheiros e servindo-lhes de exemplo. Aluno no Mosteiro de São Basílio, fez rápidos progressos na perfeição evangélica. Obrigava o seu corpo às mais duras penitências; sendo rigorosíssimo o inverno, andava descalço; não
comia carne, e do vinho fazia uso só quando a obediência a isto o obrigava; o cilício era seu constante companheiro.
Conservou em toda a sua frescura a flor da castidade, que tinha consagrado à Santíssima Virgem. Embora muito jovem, foi-lhe entregue o governo do mosteiro de Byténe; veio a ser
arquimandrita de Vilna, e por fim, bem a contragosto, arcebispo de Polotsk. Revestido de tão alta dignidade, outro interesse não conhecia senão rodear de todo brilho o culto divino, e
tratar do bem-estar espiritual das ovelhas do seu rebanho.
Empenhou todas as energias no trabalho da unificação das Igrejas, em remover o cisma, e reconduzir os hereges e cismáticos à união à Cátedra de São Pedro. O poder e dignidade do Santo Padre tiveram nele um defensor contra vis calúnias dos ímpios e acusações injustas.
Incansável no púlpito e como escritor se achava sempre ao lado dos direitos da Igreja. Das mãos de leigos arrogantes arrancava direitos e bens eclesiásticos por eles usurpados. Seu
apostolado foi coroado de êxito, pois muitos hereges voltaram ao seio de Igreja.
Aos pobres estavam abertas sempre as portas da sua casa e do seu coração. Sua caridade aos necessitados chegou a tal ponto, que certa vez, para socorrer uma pobre viúva,
penhorou seu pálio episcopal. O zelo do jovem arcebispo não podia deixar de provocar as iras ao inferno. Os inimigos da união aspirada por Josafá decretaram-lhe a morte, e ele
mesmo em sermão ao povo predisse o seu martírio.
Estando em Vitepsk em visita pastoral, de repente viu sua residência atacada, e diversas pessoas da sua comitiva covardemente massacradas. Corajosamente o arcebispo enfrentou
os sicários, e com toda a mansidão lhes disse: “Meus filhos, porque matais os meus familiares? Se procurais a mim, aqui estou”. Mal tinha ele proferido a última palavra, quando
se precipitaram contra a sua pessoa, maltrataram-no horrivelmente e por fim deram-lhe o golpe de morte.
O cadáver atiraram ao rio. Assim aconteceu aos doze de Novembro de 1623, quando Josafá perfazia apenas 43 anos. O corpo do mártir, rodeado de misteriosa luz e boiando à mercê das ondas, foi retirado das águas. Os assassinos, condenados que foram à morte, quase
todos abjuraram o cisma e se converteram, dando assim testemunho à verdade e glorificaram o túmulo de sua santa vítima.
Numerosos milagres foram observados por intercessão do grande arcebispo, o que determinou sua beatificação por Urbano VIII. Em 1876 o Papa Pio IX com extraordinária solenidade inseriu seu nome no Catálogo dos Santos. Leão XIII estendeu a festa de São
Josafá, seu Ofício e Missa a toda a Igreja.
Em 1875 foi suprimida a última diocese na Rússia. Com isto as relíquias do Santo foram transferidas para um outro lugar. No decorrer da guerra 1914-1918 chegaram a Viena, onde se acham depositadas na igreja dos “Unidos” dedicada a Santa Bárbara. O corpo, em parte
intacto, vê-se revestido dos paramentos episcopais, deitado num esquife de vidro.
12/11/2010