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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁCURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
FELIPE DE AQUINO SILVA
PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA A ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO
MUNICÍPIO DE VIGIA, PARÁ
BELÉM / PARÁ 2018
FELIPE DE AQUINO SILVA
PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA A ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO
MUNICÍPIO DE VIGIA, PARÁ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal do Pará, para obtenção do Certificado de Especialista.
Orientadora Profa. Msc. Claudia Marques Santa Rosa Malcher
BELÉM / PARÁ 2018
FELIPE DE AQUINO SILVA
PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA A ADESÃO AO TRATAMENTO NO DIABETES EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO
MUNICÍPIO DE VIGIA, PARÁ
Banca examinadora
Profa. Msc. Claudia Marques Santa Rosa Malcher – Universidade Federal do Pará
Profa. Dra. Mary Elizabeth de Santana - Universidade Federal do Pará
Aprovado em Belém, em ___ de________________ de 2018.
RESUMO
Existe uma significativa prevalência de diabetes na Comunidade de Porto Salvo, no município de Vigia, Pará, onde percebe-se que estes pacientes não aderem satisfatoriamente ao tratamento farmacológico e não-farmacológico, para o controle desta doença. Assim, esse trabalho tem por objetivo apresentar um projeto de intervenção para melhoria da adesão dos pacientes diabéticos ao tratamento farmacológico e às mudanças do estilo de vida necessárias à sua qualidade de vida. Para a elaboração deste projeto foram utilizados os conceitos relativos ao Planejamento Estratégico Situacional (PES) para estimativa rápida dos “nós” críticos observados. Os dados utilizados na realização do diagnóstico situacional serviram então para a definição do problema prioritário e planejamento das ações a serem desenvolvidas. O problema prioritário definido foi “a má adesão ao tratamento pelos pacientes portadores de diabetes mellitus” onde foram delineadas operações com o intuito de efetivar o cuidado continuado e a atenção integral aos pacientes diabéticos através da implementação de um grupo educativo, favorecendo a participação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família e capacitação da equipe de saúde. Conclui-se que o diabetes mellitus é uma doença altamente prevalente e que necessita de uma abordagem integral e multidisciplinar para a efetivação da adesão ao tratamento pelos pacientes portadores dessa patologia.
Palavras-chave: Diabetes mellitus. Adesão ao tratamento. Dieta. Estratégia Saúde da Família. Vigia.
ABSTRACT
There is a significant prevalence of diabetes in the community of Porto Salvo, in the city of Vigia, Pará, where it is noticed that these patients do not adhere satisfactorily to the pharmacological and non-pharmacological treatment, for the control of this disease. Thus, this study aims to present an intervention project to improve the adherence of diabetic patients to pharmacological treatment and lifestyle changes required for their quality of life. For the elaboration of this project, the concepts related to Strategic Situational Planning (PES) were used to quickly estimate the critical "nodes" observed. The data used to perform the situational diagnosis served then to define the priority problem and plan the actions to be developed. The priority problem defined was "poor adherence to treatment by patients with diabetes mellitus", where operations were designed with the purpose of effecting the continued care and integral care of diabetic patients through the implementation of an educational group, favoring the participation of the Nucleus Family Health Support and training of the health team. It is concluded that diabetes mellitus is a highly prevalent disease and requires a comprehensive and multidisciplinary approach
Keywords: Diabetes mellitus. Adherence to treatment. Diet. Family health strategy. Vigia.
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 07
1.1 Aspectos gerais do município 07
1.2 Aspectos da comunidade 07
1.3 O sistema municipal de saúde 08
1.4 A Unidade Básica de Saúde 08
1.5 A Equipe de Saúde da Família Porto Salvo, da Unidade Básica de Saúde Porto Salvo
09
1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe 09
1.7 O dia a dia da equipe 09
1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade (primeiro passo)
10
1.9 Priorização dos problemas – a seleção do problema para plano de intervenção (segundo passo)
10
2 JUSTIFICATIVA 12
3 OBJETIVOS 13
3.1 Objetivo geral 13
3.2 Objetivos específicos 13
4 METODOLOGIA 14
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 15
6 PLANO DE INTERVENÇÃO 18
6.1 Descrição do problema selecionado (terceiro passo) 18
6.2 Explicação do problema (quarto passo) 18
6.3 Seleção dos nós críticos (quinto passo) 19
6.5 Desenho das operações (sexto passo) 19
7 RESULTADOS ESPERADOS 23
8 CRONOGRAMA 24
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS 25
REFERÊNCIAS 261
7
2 INTRODUÇÃO1.1 Aspectos gerais do município
Vigia de Nazaré é uma cidade com 52.216 (estimativa do IBGE para o ano de
2017), localizada na região nordeste do Pará e distante 87,7 km da capital Belém. O
nome de Vigia originou-se de um posto para proteger, fiscalizar e vigiar as
embarcações que abasteciam Belém, evitando o contrabando. Limita-se com os
municípios de São Caetano de Odivelas, Santo Antônio do Tauá e Colares, todos
desmembrados da Vigia de Nazaré, e com o Oceano Atlântico. Seu clima é
equatorial, muito úmido com chuvas abundantes de janeiro a junho (IBGE, 2017).
A principal atividade econômica de Vigia é o pescado e a atividade rural
juntamente com o centro comercial que movimentam praticamente toda a economia
da cidade. Podemos citar também a implantação de lojas de grandes redes de
farmácias, perfumaria, eletroeletrônico e móveis, entre outras. O município se
destaca por ter uma das mais ricas culturas do Pará, tendo como principais
manifestações culturais, o Carnaval. A população é bastante religiosa e preserva a
Festa de Nossa Senhora das Neves e o Círio de Nossa Senhora de Nazaré (o mais
antigo do Estado).
Quanto à educação, em 2015, os alunos dos anos iniciais da rede pública da
cidade tiveram nota média de 3.6 no IDEB. Para os alunos dos anos finais, essa
nota foi de 3.2. Na comparação com cidades do mesmo estado, a nota dos alunos
dos anos iniciais colocava esta cidade na posição 112 de 144 (IBGE, 2017).
Em 2014, as maiores causas de mortes hospitalares ocorreram devido a
doenças do aparelho circulatório (16 óbitos), seguidas de doenças do aparelho
respiratório (10 óbitos). A taxa de mortalidade infantil é de 16,04 óbitos por mil
nascidos vivos, semelhante ao de Belém de 15,38 de acordo com o IBGE (2017).
1.2 Aspectos da comunidadeVila de Porto Salvo é uma comunidade com cerca de 2.331 habitantes. A Vila de
Porto Salvo é a mais antiga e mais populosa, distante 18 km de Vigia pela PA-140 e
mais 9,6 km pelo ramal. Hoje, a maioria das famílias das comunidades conta apenas
com pequenos terrenos nos vilarejos que residem, onde geralmente possuem um
quintal agroflorestal com finalidades sociais e econômicas importantes como a
implantação de horta caseira, formação de pequenos sistemas agroflorestais e
criação de animais (IBGE, 2017).
8
O sistema de abastecimento de água é feito através das caixas da água
presentes na comunidade. Quanto à rede de esgotamento sanitário, o distrito não
possui esgoto tratado. O monitoramento de resíduos sólidos é realizado pela
Prefeitura Municipal, que coleta o lixo semanalmente na comunidade.
Existem várias iniciativas de trabalho na comunidade por parte do conselho de
saúde, escola e da igreja. A população conserva hábitos religiosos como o Círio e
realiza o Festival do Marisco.
1.3 O sistema municipal de saúdeA saúde do município é voltada principalmente para a atenção primária, com a
equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF) funcionando na zona urbana e
zona rural. O acesso à zona rural é dificultado pelas estradas não pavimentadas e a
distância do centro urbano.
O Hospital Municipal de Vigia possui recursos muito precários e em certos casos
não realiza a internação dos pacientes quando necessário. O município possui
alguns especialistas, dentre eles: pediatra, cirurgião geral, mastologista,
ginecologista, obstetra, dermatologista, cardiologista.
Não existe uma coordenação da saúde e a contra referência do especialista não
é efetuada, o que dificulta a elucidação diagnóstica e seguimento dos pacientes.
Outro problema é a falta de exame radiográfico pelo SUS no município.
O modelo de atenção é principalmente curativo e centralizado no médico, preza
pela demanda espontânea e casos agudos; valoriza pouco a prevenção e promoção
da saúde, rede de atenção à saúde precária, desintegrada e que dificulta um
atendimento de qualidade à população.
1.4 A Unidade Básica de Saúde A Unidade de Saúde da Família Porto Salvo está localizada na vila de Porto
Salvo, na zona rural de Vigia, distante cerca de 12 km da PA. Possui boa estrutura,
no qual os pacientes podem aguardar sentados, porém não existe sala de reuniões,
por isso a equipe de saúde se reúne na sala do enfermeiro que possui ar
condicionado, entretanto se torna um ambiente tumultuado e desconfortável. Não
existe fogão na unidade nem ambiente adequado para o almoço e as palestras para
a comunidade ocorrem no salão de espera da unidade de saúde.
9
A unidade de saúde possui os equipamentos básicos: glicosímetro, otoscópio,
nebulizador, instrumental cirúrgico para pequenas cirurgias e curativos, mesa
ginecológica.
1.5 A Equipe de Saúde da Família Porto Salvo A ESF está composta por:
L., 26 anos, administrativo e organização da agenda de consultas;
F., 38 anos, enfermeira. Também trabalha em um centro de saúde em
Ananindeua;
J.R., 45 anos, agente comunitário de saúde, também trabalha em uma rádio
local como locutor;
A., 34 anos, agente comunitário de saúde;
H., 63 anos, agente comunitária de saúde, fazia parte do conselho de saúde;
J., 40 anos, agente comunitário de saúde;
E., 50 anos, serviços gerais;
R., 63 anos, motorista há mais de 10 anos da comunidade, possui um
mercantil no local.
1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe A Unidade de Saúde funciona das 07h30 min às 15 horas e, para tanto, é
necessário o apoio dos agentes comunitários, que se revezam durante a semana,
segundo uma escala, em atividades relacionadas à assistência, como recepção e
arquivo. O auxiliar de enfermagem é responsável pela triagem dos pacientes com
registro de dados antropométricos e sinais vitais, além de suas atribuições como
curativos e vacinas.
A enfermeira realiza atendimentos principalmente de pacientes agendados, pré-
natal, preventivos, entre outros. Também se responsabiliza pela organização da
unidade de saúde. O médico realiza atendimentos da demanda espontânea e dos
programas, visitas domiciliares, reunião com a equipe, entre outras atribuições.
1.7 O dia a dia da equipeO tempo da equipe está voltado para o atendimento dos programas: hipertensos
e diabéticos, pré-natal, puericultura, saúde mental, doenças crônicas, rastreamento
do câncer de mama e colo de útero.
10
Há uma dificuldade em reconhecer e diferenciar pacientes que precisam ser
atendidos imediatamente dos que podem aguardar para outro dia. Logo existe uma
pressão para o atendimento da demanda espontânea mesmo que não seja um
paciente de urgência, algumas vezes sendo realizadas visitas domiciliares
desnecessárias.
Existia um problema quanto ao registro no prontuário dos dados do paciente
como: identificação, peso, altura, pressão arterial, que no momento foi solucionado.
Atualmente há um problema quanto a organização das consultas agendadas e de
urgência, o que torna dificultoso o atendimento dos usuários que em alguns casos
não aceitam a ordem de chegada para a triagem.
1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade (primeiro passo)
Má adesão dos diabéticos ao tratamento
Acolhimento inadequado
Número insuficiente de ACS’s
Dificuldade com transporte do médico
Acesso à comunidade dificultoso
1.9 Priorização dos problemas – a seleção do problema para plano de intervenção (segundo passo)O trabalho surgiu através da estimativa rápida de problemas da população da
Unidade de Saúde da Família Porto Salvo (Vigia – Pará) que definiu como problema
prioritário a má adesão dos pacientes diabéticos ao tratamento farmacológico e/ou
mudanças no estilo de vida.
A partir do problema eleito foi construído um plano de ação. Os planos vão
depender do cenário e contexto em que se está inserido e podem ser conjunturais
(geralmente, em curto e médio prazo) ou estruturais (em longo prazo). É nesse
sentido que se pode verificar a importância que o planejamento dá a quem toma
decisões e tem o poder de mudar a realidade (GENTILINI, 2014).
11
Quadro 1 - Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde Porto Salvo, Unidade de Saúde da Família de Porto Salvo, município de Vigia - Pará Problemas Importância* Urgência** Capacidade de
enfrentamento***
Seleção/
Priorização****
Má adesão dos
diabéticos ao
tratamento
Alta 8 Total 1
Acolhimento
inadequado
Alta 6 Parcial 2
Número
insuficiente de
ACS’
médio 6 Parcial 3
Dificuldade com
transporte do
médico
Alta 6 Fora 4
Acesso à
comunidade
dificultoso
Alta 4 Fora 5
Fonte: Arquivo pessoal.*Alta, média ou baixa** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30***Total, parcial ou fora****Ordenar considerando os três itens
12
2 JUSTIFICATIVA
Os trabalhadores de saúde, incluindo o pesquisador do projeto de intervenção,
perceberam que os pacientes com diabetes não realizam atividade física com
frequência e a alimentação dos mesmos não é adequada. Dos pacientes
diagnosticados com diabetes, existe uma parcela que não frequenta a unidade de
saúde para receber orientações, mudança do esquema terapêutico, avalição da
adesão (ou não adesão) ao tratamento proposto, entre outras medidas.
Existem inúmeros fatores que favorecem a adesão ao tratamento dos pacientes,
dentre eles: individual, sociocultural, econômico, organização do sistema de saúde.
Ao lidar com a população adscrita a USF Porto Salvo, notou-se que os pacientes
não conhecem o diabetes e suas complicações, em alguns casos fazendo uso de
chás caseiros para o tratamento da doença. Logo, medidas na transmissão de
informações precisam ser avaliadas e melhoradas para que os pacientes tenham
conhecimentos satisfatórios para o autocuidado de sua doença.
A má adesão ao tratamento influencia no prognóstico e no surgimento de
complicações do diabetes, que demandam maiores recursos e oneram o sistema de
saúde público. Portanto, um projeto de intervenção que atue nessa problemática é
de suma importância para a melhoria da assistência na atenção primária à saúde e
prevenção de agravos.
13
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Propor melhoria para a adesão dos pacientes diabéticos ao tratamento
farmacológico e às mudanças do estilo de vida, na Unidade de Saúde da Família
Porto Salvo, no município de Vigia, Pará.
3.2 Objetivos específicos
Implementar grupo operativo para diabéticos;
Favorecer a participação da equipe multiprofissional no atendimento aos
diabéticos;
Efetivar o cuidado continuado e programado aos pacientes diabéticos.
14
4 METODOLOGIA
Para elaboração do projeto de intervenção foram utilizados os conceitos
relativos ao Planejamento Estratégico Situacional (PES) para estimativa rápida dos
problemas observados de acordo com a proposta da disciplina Planejamento e
Avaliação em Saúde. Os dados utilizados na realização do diagnóstico situacional
serviram para a definição do problema prioritário, dos nós críticos e das ações
(CAMPOS; FARIAS; SANTOS, 2017).
Através da discussão com equipe foram definidos os problemas mais
relevantes para a comunidade e realizado uma ordem de prioridade. Foi constatado
que a má adesão dos pacientes diabéticos ao tratamento é problema prioritário. Os
nós críticos dessa problemática foram definidos e são: pacientes com
conhecimentos insuficientes sobre diabetes e seu cuidado; equipe multiprofissional
pouco atuante; falta de organização da agenda programada.
As operações obtidas com esses dados objetivaram: efetivar o cuidado
continuado e a atenção integral aos pacientes diabéticos, implementar grupo
operativo, favorecer a participação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e
capacitação da equipe de saúde.
Será feito uma apresentação do projeto de intervenção para a equipe de
saúde da família, a comunidade e gestão para que compreendam a sua importância
e possam se comprometer em efetivá-lo. O médico e a enfermeira terão papel
fundamental nesse processo e se responsabilizarão pelas palestras sobre “O
autocuidado em diabetes mellitus” direcionadas à comunidade e à equipe de saúde
da família.
15
5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O diabetes mellitus (DM) é um problema de saúde emergente e ocorre em
variados países com diferentes níveis socioeconômicos. Em 2015, a Federação
Internacional de Diabetes estimou que 8,8% da população mundial com 20 a 79
anos de idade (415 milhões de pessoas) estava com diabetes. Se as tendências
atuais continuarem, há uma previsão de crescimento dramático deste número nos
próximos 20 anos para mais de 642 milhões de pessoas (OLIVEIRA, JUNIOR;
VENCIO, 2017).
É uma doença caracterizada por um grupo de distúrbios metabólicos comuns
que compartilham semelhanças quanto à hiperglicemia, ou seja, essa doença
apresenta como base fenotípica a homeostasia anormal da glicose. Essa
hiperglicemia persistente está associada a complicações crônicas micro e
macrovasculares, aumento de morbimortalidade e diminuição da qualidade de vida.
Essa patologia apresenta duas ramificações mais prevalentes, o diabetes tipo 1 e o
tipo 2. O diabetes tipo 1 é causado pela ausência de secreção da insulina, enquanto
o tipo 2 é devido principalmente a diminuição da sensibilidade dos tecidos-alvos ao
efeito insulínico (LONGO et al., 2013; OLIVEIRA; JUNIOR; VENCIO, 2017).
O diagnóstico precoce do diabetes é importante para prevenir e tratar o
diabetes e as complicações crônicas. Para diagnosticá-la é necessário um dos três
critérios: glicemia plasmática de jejum (GPJ) >/ = 126 mg/dL, teste oral de tolerância
à glicose (TOTG) de 2 horas >/= 200 mg/ dL ou glicemia plasmática aleatória >/=
126 com presença de sinais e sintomas. Um segundo exame deve ser realizado para
confirmação diagnóstica, sendo a glicemia em jejum de 8 horas a mais utilizada na
prática clínica (LOTTENBERG, 2010).
O estilo de vida moderno, em que os indivíduos fazem uso predominante dos
meios de transporte, tem levado a diminuição dos exercícios físicos regulares. Isso
torna os indivíduos mais propensos ao sedentarismo e vulneráveis à obesidade, que
são os fatores principais associados ao surgimento do diabetes tipo 2 (TORRES et
al., 2009).
O aumento da obesidade também tem ocorrido em populações de países em
desenvolvimento que apresentaram uma transferência da população rural para
grandes centros urbanos e adquiriram novos hábitos alimentares, ingerindo
16
alimentos de maior densidade calórica e realizando menor esforço físico nas
atividades diárias (MALTA et al., 2014).
Nas grandes cidades, essas mudanças de hábitos decorrem da maior oferta
de produtos alimentícios seja nos supermercados ou nos lanches rápidos - os “fast
food”. As propagandas utilizam o estímulo visual para estimular e potencializar o
consumo de alimentos, principalmente os industrializados. E, com frequência as
pessoas vêm mudando seus padrões alimentares em função do tempo e da
distância do ambiente onde trabalham ou estudam, substituindo as refeições
tradicionais por refeições ligeiras, constituídas por sanduíches, sucos, refrigerantes e
salgados fritos, que geralmente são ricas em gorduras e calorias (LOTTEMBERG,
2010).
A obesidade pode ser definida como uma doença caracterizada pelo acúmulo
excessivo de gordura na região do abdômen causado por um balanço energético
positivo resultante do aporte energético de origem alimentar maior que o gasto
energético. Um marcador utilizado para verificar se o indivíduo está ou não dentro
dos limites de normalidade é o índice de massa corpórea, que é calculado como:
IMC= Peso (kg) /Altura (m²), sendo denominado um IMC entre 25 e 29,9 kg/m² de
sobrepeso, e um IMC maior ou igual 30 kg/ m² de obesidade (LONGO et al., 2013).
A OMS estabelece como ponto de corte para risco cardiovascular aumentado
medida de circunferência abdominal igual ou superior a 94 cm em homens e 80 cm
em mulheres caucasianos. A identificação da obesidade abdominal (visceral) é
essencial, pois o risco de agravamento do DM2 é cerca de duas vezes maior com a
obesidade abdominal do que com a obesidade que predomina nas coxas e quadris,
denominada ginecóide (ABESO, 2009).
O tratamento do diabetes mellitus tipo 2 consiste na adoção de hábitos de
vida saudáveis, como uma alimentação balanceada, prática frequente de atividade
física, moderação no uso de álcool e abandono do tabagismo, associado ou não ao
tratamento medicamentoso. Essa modificação do estilo de vida é a base do
tratamento do diabetes, e possui uma importância essencial no controle glicêmico,
além de atuar no controle de outros fatores de risco para doenças cardiovasculares
(BRASIL, 2013).
A terapia nutricional para indivíduos com diabetes mellitus (DM) tem como
objetivo atingir e manter valores de glicemia e pressão arterial normais ou mais
próximo do normal possível, assim como um perfil lipídico que reduza os riscos de
17
doenças cardiovasculares. Além do mais, o tratamento dietético visa prevenir, ou
mesmo reduzir, o desenvolvimento de complicações crônicas do DM, tudo isso
levando em consideração as necessidades nutricionais, os hábitos alimentares e a
motivação de cada paciente (LOTTENBERG, 2010).
Outro enfoque na dieta é a necessidade de individualizar a prescrição
dietética, permitindo maior flexibilidade, com o intuito de tornar as recomendações
mais realistas e adaptáveis, de acordo com a necessidade e os hábitos alimentares
de cada paciente (OLIVEIRA et al., 2017).
A mudança no estilo alimentar pode reduzir a hemoglobina glicada entre 1-
2%. Recomenda-se que a quantidade energética ingerida deve ser adequada à
atividade física e ser fracionada em 5 a 6 refeições/lanches diários, e que a ingestão
diária de alimento deve conter de 50 a 60% de carboidratos. Para tanto, os
pacientes devem ser encorajados a comer alimentos ricos em fibras, como frutas,
verduras, legumes, feijões e cereais integrais (ibidem).
A alimentação deve conter no máximo 30% de gorduras e não exceder
300mg/dia de colesterol. Os alimentos que contêm sacarose devem ser evitados
para prevenir oscilações acentuadas de glicemia e quando consumidos o limite é de
20 a 30 gramas por dia de açúcar. E também, a recomendação não é desencorajá-
los a comer doces, mas auxiliá-los como usar esses açúcares. A ingestão de álcool,
se consumido, deve ser moderada e de preferência com as refeições. O limite diário
é de uma a duas doses, isto é, 10-20g de álcool/dia (BRASIL, 2013).
O diabetes está entre as doenças que apresentam insuficiente taxa de
adesão à terapia proposta pelos profissionais de saúde, principalmente por sua
natureza crônica que gera necessidade de mudança comportamental relacionada à
dieta e a atividade física, ou seja, o indivíduo precisa ter em mente o autocuidado
(TORRES, 2009).
Para que ocorra a adesão efetiva ao tratamento do diabetes, o indivíduo deve
ter informação e maior conhecimento sobre a doença para que o autocuidado ocorra
de maneira competente e eficaz. A educação para a saúde é uma das estratégias
mais adequadas e indicadas para o tratamento dos indivíduos, proporcionando
alcançar níveis normais ou quase normais de glicose sanguínea. Esses programas
educativos são necessários na medida em que favorecem o controle e a prevenção
de complicações microvasculares e macrovasculares do diabetes (COSTA et al.,
2008)
18
6 PLANO DE INTERVENÇÃO
Essa proposta refere-se ao problema priorizado “má adesão dos diabéticos
ao tratamento”, para o qual se registra uma descrição do problema selecionado, a
explicação e a seleção de seus nós críticos, de acordo com a metodologia do
Planejamento Estratégico Simplificado (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2017).
6.1 Descrição do problema selecionado (terceiro passo)
Além da significativa prevalência de diabetes na Comunidade de Porto
Salvo, percebe-se que estes pacientes não aderem satisfatoriamente ao tratamento
farmacológico e não-farmacológico da doença. A maioria dos pacientes não realizam
atividades físicas com frequência adequada e possuem uma dieta rica em
carboidratos (farinha de mandioca), sódio e gorduras.
Uma parcela importante não faz uso regular dos medicamentos, o que
interfere no controle metabólico e na prevenção de complicações micro e
macrovasculares do diabetes. Além disso, os pacientes detêm informações
escassas sobre prevenção, mudança do estilo de vida e importância do tratamento
dessa doença.
6.2 Explicação do problema selecionado (quarto passo)
A Unidade de Saúde da Família de Porto Salvo se localiza na zona rural do
município de Vigia-Pará e a população apresenta um nível socioeconômico baixo e
nível educativo insuficiente. Tais fatores interferem na adesão ao tratamento devido
a limitações financeiras para fazer uma dieta adequada, fazendo uso de alimentos
inadequados encontrados na região.
Muitos pacientes não compreendem a necessidade de se realizar atividade
física e consideram o trabalho na lavoura ou cotidiana como uma forma de não
serem sedentários. Não existem locais pavimentados para caminhadas, academias
de saúde públicas ou particulares. Além disso, devido à dificuldade de acesso,
distância e transporte, o NASF não possui atividade no local.
Na USF Porto Salvo não existe uma organização da agenda para pacientes
com cuidado continuado e, consequentemente, o acompanhamento dos diabéticos
para verificação da adesão ao tratamento é ineficaz. Soma-se a isso o fato de a ESF
19
não possuir conhecimentos satisfatórios sobre o diabetes e suas complicações e não
existir grupos para educação em saúde dos pacientes.
6.3 Seleção dos nós críticos (quinto passo)
Pacientes com conhecimentos insuficientes sobre diabetes e seu cuidado;
Equipe multiprofissional pouco atuante;
Falta de organização da agenda programada;
6.4 Desenho das operações (sexto passo)
Quadro 2 – Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “Pacientes com conhecimentos insuficientes sobre diabetes e seu cuidado”, na população da Equipe de Saúde da Família de Porto Salvo, do município de Vigia, estado do Pará.Nó crítico 1 Pacientes com conhecimentos insuficientes sobre diabetes e seu cuidado
Operação (operações)
Implementar grupo operativo para diabéticos
Projeto Conhecer o diabetes
Resultados esperados
Melhor sensibilização dos pacientes para a adesão ao tratamento e prática do autocuidado
Produtos esperados
Grupos operativos bimestrais para troca de receitas e educação em saúde sobre diabetes e autocuidado
Recursos necessários
Estrutural: local para o grupo operativo
Cognitivo: conhecimento sobre o tema abordado
Financeiro: disponibilização de material informativo e audiovisual
Político: mobilização social
Recursos críticos Estrutural: local para o grupo operativo
Cognitivo: conhecimento sobre o tema abordado
Financeiro: disponibilização de material informativo e audiovisual
Controle dos recursos críticos
Estrutural: Secretaria Municipal de Saúde (favorável)
Cognitivo: equipe de saúde da família (favorável)
Financeiro: Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura (favorável)
Ações estratégicas Definição de local para realização do grupo; apresentar projeto; renovação de receitas
Prazo Janeiro a março de 2019
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Enfermeira, médico
20
Processo de monitoramento e avaliação das ações
Reuniões bimestrais entre médico e enfermeira para avaliação e modificações no processo educativo
21
Quadro 3 – Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “Falta de organização da agenda programada”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família de Porto Salvo, do município de Vigia, estado do Pará.Nó crítico 2 Falta de organização da agenda programada
Operação (operações)
Efetivar o cuidado continuado e a atenção integral aos pacientes diabéticos
Projeto Melhor saúde
Resultados esperados
Melhor acompanhamento dos pacientes diabéticos para reforço da adesão ao tratamento
Produtos esperados
Retorno dos pacientes diabéticos a cada três meses e de acordo com estratificação de risco do Ministério da Saúde
Recursos necessários
Organizacional: sala para consultas, reorganização da agenda programada
Cognitivo: capacitação da equipe da ESF
Político: mobilização da equipe e apoio da gestão
Recursos críticos Organizacional: sala para consultas, reorganização da agenda programada
Político: mobilização da equipe e apoio da gestão
Controle dos recursos críticos
Organizacional: Secretaria Municipal de Saúde, equipe de saúde (indiferente)
Político: Secretaria Municipal de Saúde e equipe de saúde (indiferente)
Ações estratégicas Apresentação da proposta e de seus benefícios
Prazo Janeiro a março de 2019
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Enfermeira, agente administrativo, médico
Processo de monitoramento e avaliação das ações
Reuniões mensais com os integrantes da equipe de saúde da família; avaliação do número de consultas dos pacientes diabéticos
22
Quadro 4 – Operações sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema “Equipe multiprofissional pouco atuante”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família de Porto Salvo, do município de Vigia, estado do Pará.
Nó crítico 3 Equipe multiprofissional pouco atuante
Operação (operações)
Favorecer a participação do Núcleo de Apoio de Saúde da Família
Capacitação da equipe da ESF para busca ativa dos pacientes
Projeto Unindo forças
Resultados esperados
Melhor adesão para tratamento farmacológico e mudança de estilo de vida
Produtos esperados
Atuação do NASF uma vez por mês na USF
Recursos necessários
Estrutural: sala para consultas, transporte da equipe
Cognitivo: capacitação da equipe
Financeiro: material informativo e audiovisual
Político: apoio e logística da secretaria municipal de saúde
Recursos críticos Estrutural: sala para consultas, transporte da equipe
Político: apoio e logística da secretaria municipal de saúde
Controle dos recursos críticos
Estrutural: Secretaria Municipal de Saúde (indiferente)
Político: Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura (indiferente)
Ações estratégicas Apresentação da proposta e de seus benefícios
Prazo Janeiro a março de 2019
Responsável (eis) pelo acompanhamento das ações
Enfermeira
Processo de monitoramento e avaliação das ações
Reuniões mensais entre equipe de saúde da família e NASF
23
RECURSOS NECESSÁRIOS
Para implementação do projeto será necessário capacitação da eSF para
informações sobre o diabetes mellitus, sua etiologia, importância da terapia
farmacológica e mudanças no estilo de vida. Solicitar material informativo impresso,
audiovisual e local apropriado para realização das palestras para educação em
saúde. Faz-se necessário também organização da equipe para que ocorra facilitação
no agendamento dos pacientes diabéticos, principalmente os usuários pouco
participativos nas consultas e sem adesão ao tratamento.
O apoio logístico da gestão municipal é essencial na medida em que dispõe o
transporte para a equipe do NASF e facilita o atendimento multidisciplinar aos
pacientes idosos com diabetes.
7 RESULTADOS ESPERADOSAtravés desse projeto de intervenção espera-se que os pacientes idosos com
diabetes tenham maiores informações sobre sua enfermidade e assim possam
participar ativamente do processo de autocuidado. Isso será possível com o apoio do
NASF e sua integração efetiva no processo de trabalho na Unidade de Saúde da
Família de Porto Salvo, resultando no atendimento multidisciplinar aos pacientes.
24
8 CRONOGRAMA
Atividades /2019 Janeiro Fevereiro MarçoApoio e logística da secretaria municipal de saúde
x
Divulgação do local para realização do grupo; apresentar projeto
x x x
Realização das atividades do grupo operativo
x x x
Avaliação do processo educativo x x x
25
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O diabetes mellitus é uma doença crônica não-transmissível de notável
relevância epidemiológica e clínica, com elevada prevalência no mundo e aumento
de incidência nos países em desenvolvimento, como por exemplo, o Brasil. O
diabetes mellitus tipo 2, forma clínica mais prevalente, se correlaciona às mudanças
no estilo de vida, tanto no aspecto etiológico quanto terapêutico. O tratamento do
DM2 é feito através de dieta, atividade física e medicamentos, o qual requer um
processo de ensino-aprendizagem contínuo e mudança de comportamento efetiva.
Ao efetivar a adesão ao tratamento dos pacientes portadores de diabetes
através deste Projeto de Intervenção, possibilita-se um maior conhecimento sobre
essa doença.
A equipe de saúde precisa ter informações sobre essa patologia e maneiras
de como abordá-la, sendo o médico e enfermeiro referências para a transmissão de
informações. A gestão municipal irá viabilizar este projeto através de recursos
financeiro, logístico e estrutural, como por exemplo disponibilizando o local
apropriado para as atividades do grupo educativo e garantindo o transporte do
NASF.
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REFERENCIAS
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