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SOBRE ESCRITOS E PUBLICADOS Sábado 14/11/2015 MERCADO EDITORIAL. Publicar um livro no país não é tarefa fácil. Escritores iniciantes estão recorrendo a alternativas para ver suas obras ao alcance do público. Autopublicação e plataformas digitais são as opções do momento. E num mercado que movimenta bilhões anualmente, tem autor que na verdade não escreve o próprio livro. Há receita infalível para ser um escritor best-seller? FELIPE MIRANDA * ESTAGIÁRIO Com livros de ficção sendo publicados diaria- mente em todas as partes do globo é difícil acredi- tar que histórias realmente inéditas ainda possam ser contadas. Aquela sensação de que já conhecemos tal desenrolar dos fatos é fre- quente. Nos romances, pri- meiro amor, paixões proi- bidas e relacionamentos a distância são temáticas co- muns. Nos suspenses, in- vestigações policiais e até assassinatos em série po- dem ser previsíveis. Tudo depende da forma como é contado cada uma dessas aventuras. O que realmen- te prende o leitor por ho- ras a fio e faz de um livro um best-seller é a escrita. A imprevisibilidade inseri- da nas entrelinhas. A for- ça que a narrativa tem e os elementos fantásticos inse- ridos em coisas banais do dia a dia. Com vários livros já pu- blicados, Felipe Colbert é também editor do grupo editorial Novo Conceito. Ele defende esse ideia e acredita que despertar a curiosidade alheia é a me- lhor técnica para crescer no meio. “Já criei um ilu- sionista cego, escrevi sobre uma montanha-russa e re- alizei a fantasia de ter lan- ternas orientais que apare- cem e desaparecem confor- me o relacionamento en- tre duas pessoas acontece dentro de um livro”, conta. Fórmula secreta não existe. Ninguém vai en- contrar um roteiro infa- lível de como escrever uma história bem amarra- da, com personagens inte- ligentes, diálogos marcan- tes e desfechos de tirar o fôlego. Ter um conceito ini- cial em mente é o primei- ro passo. “Não existe uma estrutura básica, mas exis- tem técnicas básicas. A me- dida que o autor amadure- ce, pode criar ou adaptar suas melhores técnicas. O importante é que o concei- to inicial estará sempre em mente. É uma porta que se abre e não se fecha. Se existisse uma fórmula pa- ra se escrever um roman- ce, todos obteriam sucesso, e isso é impossível.” Col- bert também atua como coaching literário, uma es- pécie de assessor em tem- po integral para os escri- tores de primeira viagem. A principal função de um coaching está no ensina- mento de técnicas inter- nacionais de estruturação de romance. “É um pas- so além da Escrita Criati- va. São poucos os profissio- nais que atuam nessa área. A procura é grande e a de- manda ainda é pequena.” Prática comum no exte- rior, os ghosts writers divi- dem opinião. Dá para ima- ginar o que mudaria na sua vida ao saber que aque- le livro que marcou uma fase da sua existência foi na verdade escrito por ou- Escritor português Mia Couto lança no Brasil Mulheres de cinzas. B5 tra pessoa e não o au- tor que você tanto admi- ra? Isso é mais comum do que podemos imaginar e os boatos envolvendo au- tores best-sellers internaci- onais são incessantes. Fal- ta de talento ou precon- ceito nosso? “Normalmen- te são profissionais utiliza- dos para escrever biografi- as, mas existem casos de romances ficcionais desen- volvidos por autores fan- tasmas. Eu creio que de- va ser decisão de cada um. Acho difícil impor o seu estilo se o projeto foi de- senvolvido por outro. En- tretanto, é uma opção pa- ra quem não possui tem- po para escrever ou tem problemas com os famosos bloqueios criativos”, defen- de Felipe. Além dos esforços en- volvidos na criação de um texto, o processo de pu- blicação não é nada fácil ou simples. O número de obras traduzidas do exte- rior é bem maior que li- vros escritos por pessoas da nossa terra, pelo menos é o que encontramos nas livrarias mais próximas. A avaliação de originais feito por editoras leva algo em torno de seis meses. Mui- to tempo? Há outras pos- sibilidades. A autopublica- ção é uma delas. Seja em plataformas digitais ou pa- gando para ver seu livro impresso. “Hoje a autopu- blicação é altamente viá- vel para quem não quer depender de uma edito- ra. Mas normalmente es- te recurso esbarra na fal- ta de distribuição e isso pode criar uma certa de- cepção para o autor. Além do quê, a probabilidade de não se encontrar profissio- nais ideais para realizar es- sa tarefa é grande. Por is- so, meu conselho é investir em treinamento com pro- fissionais qualificados e op- tar pelas editoras que pu- blicam o gênero que você escolheu.” As plataformas digitais, como a Amazon, por exemplo, vêm sendo vitrines maravilhosas para autores desconhecidos. Vo- cê não paga nada, publi- ca sua obra e pode chamar atenção não só do público, como das casas editoriais. “Existem casos reversos em que autores se destacam desta forma e são procura- dos por grandes editoras.” Em “Para continuar”, su- cesso de vendas mais re- cente de Colbert, lanter- nas orientais aparecem e desaparecem conforme ca- da relacionamento se cons- trói ou se desfaz no bairro da Liberdade, em São Pau- lo, cenário escolhido pa- ra a aventura romântica. “Quis contar uma história de amor que se passa em um lugar próximo de qual- quer um de nós. Tem dado muito certo. Foi uma his- tória que tive um enorme prazer em escrever, justa- mente porque experimen- tei técnicas novas e que fizeram efeito.” Com pro- jetos confidenciais para o próximo ano, o autor e editor pretende continuar revelando grandes nomes da literatura nacional. Ta- lentos como Vanessa Bosso e Renan Carvalho, que já possuem um caminho rela- tivamente longo nesse uni- verso mágico e repleto de dificuldades, como numa aventura repleta de surpre- sas. ‡ * Sob supervisão da editoria de Cultura Continua na página B2 Hiperativa Fantástico Em cinco anos ela publicou 11 livros. A maioria deles de forma independente atra- vés da autopublicação – que a colocou entre as es- critoras mais co- mentadas da in- ternet. Não é para menos. Vanessa Bosso não esconde sua hiperati- vidade. “Estou escrevendo três livros ao mesmo tempo. Um deles está praticamente pronto e é uma comédia romântica ao esti- lo chick lit”, revela. A au- tora, que já se aventurou em temáticas sobrenaturais, apocalípticas e românticas, afirma que ainda não é sus- tentada por sua maior pai- xão. “Ainda não é possí- vel viver exclusivamente da renda dos livros, mas estou no caminho para isso.” Com uma carreira forte e recen- te, ela destaca a dificul- dade em encontrar portas abertas para publicações tra- dicionais. “Isso acabou acon- tecendo após o suces- so que tive de forma indepen- dente. Não vale a pena pagar por publica- ções, salvo algumas ex- ceções. Os valores são im- pronunciáveis e o retorno é muito peque- no mediante o investimen- to.” Para quem está começando ela aconselha: “Sugiro a au- topublicação num primeiro momento. Após resultado de vendas e resenhas dos lei- tores, o escritor deve come- çar a entrar em contato com as editoras que publicam o gênero literário em questão para uma abordagem. Com resultados satisfatórios, na- turalmente qualquer editor se interessará pela publica- ção do original.” Narrado em terceira pessoa, “A aposta” é o livro mais re- cente de Vanessa. Pelos lei- tores a obra é definida como divertida e viciante. “Conta a história de um bando de jovens rumo a tão sonhada viagem de formatura do en- sino médio. Mas, antes da vi- agem, as apostas começam a rolar no colégio. A trama gira em torno de Nina, a menina de ferro que desacredita no amor, e Lex ,o grande pega- dor que morre de medo de se envolver emocionalmente. Será que Lex, com todo o seu poder de sedução, será capaz de derreter o congela- do coração de Nina?”. VANESSA BOSSO INDICA 1- Perdida (Carina Rissi – Verus) 2- Arma de Vingança (Danilo Barbosa - Universo dos Livros) 3- Trilogia das Cartas (Bianca Carvalho - Era Eclipse) Hoje em dia Renan Carvalho transfor- ma inspi- ração em texto. As histórias malucas que registrou em cadernos du- rante toda a infância foram sua principal fonte de inspiração para “Supernova”, sua série de livros cuja temá- tica mágica vem arrastando uma legião de fãs. “Quando escrevi meu primeiro livro busquei o mundo que criei quando jovem. Personagens, conitos. Depois comecei a lapidar tudo, deixando mais interessante. Quando eu era adolescente, não conhecia nada de técnicas de escrita. Hoje, após fazer cursos e estudar bastante, ela está mais uída e madura.” Em “O encantador de echas”, Carvalho apresentou ao seu público a cidade de Acigam, um lugar isolado do resto do mundo, no qual o governo controla tudo de forma tirana. Um lugar onde é proibido fazer magia. O personagem principal, por conhecer sobre essa arte proibida, acaba se envolvendo em uma rebelião organizada por magos para tentar mudar essa situação. Sobre o conceito do que é novo hoje em dia ele defende que o termo é algo relativo. “Muitos autores conseguem escrever livros maravilhosos fazendo releituras de temas já usados, ou simplesmen- te dando uma roupagem diferente a algo desgastado. Se basear em obras que você gosta é um excelente começo para desenvolver a escrita. Muitos autores que fazem sucesso hoje come- çaram com fancs de livros que gostavam. Treinaram, construíram público e depois criaram sua própria história.” Prometendo contar a história de Supernova em seis livros, o autor dedica-se ao terceiro livro no momento. “Se tudo der certo, ele vem em breve.” Segundo ele, sonhar com grandes editoras e esperar apoio das mesmas é um gran- de erro. Quem está começan- do sua carreira literária agora precisa crescer sozinho. Se destacar com esforços pró- prios. “A construção de um público prévio é fundamental. Wattpad e Amazon estão aí para facilitar o acesso de milhares de leitores ao texto de qualquer pessoa. Isso sem contar blogs, redes sociais e outras innitas possibilida- des que a internet oferece. Com isso, é possível iniciar um nome e depois usar seus resultados para traçar voos mais altos. Um passo de cada vez, sempre.” RENAN CARVALHO INDICA 1- Filhos do Éden (Eduardo Spohr) 2- O Legado Folclórico (Felipe Castilho) 3- A Arma Escarlate (Renata Ventura) REPRODUÇÃO FOTOS: DIVULGAÇÃO FELIPE COLBERT EDITOR “(..) existem casos de romances ficcio- nais desenvolvidos por autores fantas- mas. Eu creio que deva ser decisão de cada um. Acho difícil impor o seu estilo se o proje- to foi desenvolvido por outro. Entretan- to, é uma opção para quem não pos- sui tempo para es- crever ou tem pro- blemas com os famosos bloqueios criativos”

Mulheres de cinzas. B5 14/11/2015 SOBRE ESCRITOS E … · 2015-11-18 · em treinamento com pro-fissionais qualificados e op-tar pelas editoras que pu-blicam o gênero que você

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SOBRE ESCRITOS E PUBLICADOS

Sábado 14/11/2015

MERCADO EDITORIAL. Publicar um livro no país não

é tarefa fácil. Escritores iniciantes estão recorrendo

a alternativas para ver suas obras ao alcance

do público. Autopublicação e plataformas digitais

são as opções do momento. E num mercado que

movimenta bilhões anualmente, tem autor que na

verdade não escreve o próprio livro. Há receita

infalível para ser um escritor best-seller?

FELIPE MIRANDA *

ESTAGIÁRIO

Com livros de ficção sendo publicados diaria-mente em todas as partes do globo é difícil acredi-tar que histórias realmente inéditas ainda possam ser contadas. Aquela sensação de que já conhecemos tal desenrolar dos fatos é fre-quente. Nos romances, pri-meiro amor, paixões proi-bidas e relacionamentos a distância são temáticas co-muns. Nos suspenses, in-vestigações policiais e até assassinatos em série po-dem ser previsíveis. Tudo depende da forma como é contado cada uma dessas aventuras. O que realmen-te prende o leitor por ho-ras a fio e faz de um livro um best-seller é a escrita. A imprevisibilidade inseri-da nas entrelinhas. A for-ça que a narrativa tem e os elementos fantásticos inse-ridos em coisas banais do dia a dia.

Com vários livros já pu-blicados, Felipe Colbert é também editor do grupo editorial Novo Conceito. Ele defende esse ideia e acredita que despertar a curiosidade alheia é a me-lhor técnica para crescer no meio. “Já criei um ilu-sionista cego, escrevi sobre uma montanha-russa e re-alizei a fantasia de ter lan-ternas orientais que apare-cem e desaparecem confor-me o relacionamento en-tre duas pessoas acontece dentro de um livro”, conta.

Fórmula secreta não existe. Ninguém vai en-contrar um roteiro infa-lível de como escrever uma história bem amarra-da, com personagens inte-ligentes, diálogos marcan-tes e desfechos de tirar o fôlego. Ter um conceito ini-cial em mente é o primei-ro passo. “Não existe uma estrutura básica, mas exis-tem técnicas básicas. A me-dida que o autor amadure-ce, pode criar ou adaptar suas melhores técnicas. O importante é que o concei-to inicial estará sempre em mente. É uma porta que se abre e não se fecha. Se existisse uma fórmula pa-ra se escrever um roman-ce, todos obteriam sucesso, e isso é impossível.” Col-bert também atua como coaching literário, uma es-pécie de assessor em tem-po integral para os escri-tores de primeira viagem. A principal função de um coaching está no ensina-mento de técnicas inter-nacionais de estruturação de romance. “É um pas-so além da Escrita Criati-va. São poucos os profissio-nais que atuam nessa área. A procura é grande e a de-manda ainda é pequena.”

Prática comum no exte-rior, os ghosts writers divi-dem opinião. Dá para ima-ginar o que mudaria na sua vida ao saber que aque-le livro que marcou uma fase da sua existência foi na verdade escrito por ou-

Escritor português Mia Couto

lança no Brasil Mulheres de

cinzas. B5

tra pessoa e não o au-tor que você tanto admi-ra? Isso é mais comum do que podemos imaginar e os boatos envolvendo au-tores best-sellers internaci-onais são incessantes. Fal-ta de talento ou precon-ceito nosso? “Normalmen-te são profissionais utiliza-dos para escrever biografi-as, mas existem casos de romances ficcionais desen-volvidos por autores fan-tasmas. Eu creio que de-va ser decisão de cada um. Acho difícil impor o seu estilo se o projeto foi de-senvolvido por outro. En-tretanto, é uma opção pa-ra quem não possui tem-po para escrever ou tem problemas com os famosos bloqueios criativos”, defen-de Felipe.

Além dos esforços en-volvidos na criação de um texto, o processo de pu-blicação não é nada fácil ou simples. O número de obras traduzidas do exte-rior é bem maior que li-vros escritos por pessoas da nossa terra, pelo menos é o que encontramos nas livrarias mais próximas. A avaliação de originais feito por editoras leva algo em torno de seis meses. Mui-to tempo? Há outras pos-sibilidades. A autopublica-

ção é uma delas. Seja em plataformas digitais ou pa-gando para ver seu livro impresso. “Hoje a autopu-blicação é altamente viá-vel para quem não quer depender de uma edito-ra. Mas normalmente es-te recurso esbarra na fal-ta de distribuição e isso pode criar uma certa de-cepção para o autor. Além do quê, a probabilidade de não se encontrar profissio-nais ideais para realizar es-sa tarefa é grande. Por is-so, meu conselho é investir em treinamento com pro-fissionais qualificados e op-tar pelas editoras que pu-blicam o gênero que você escolheu.” As plataformas digitais, como a Amazon, por exemplo, vêm sendo vitrines maravilhosas para autores desconhecidos. Vo-cê não paga nada, publi-ca sua obra e pode chamar atenção não só do público, como das casas editoriais. “Existem casos reversos em que autores se destacam desta forma e são procura-dos por grandes editoras.”

Em “Para continuar”, su-cesso de vendas mais re-cente de Colbert, lanter-nas orientais aparecem e desaparecem conforme ca-da relacionamento se cons-trói ou se desfaz no bairro da Liberdade, em São Pau-lo, cenário escolhido pa-ra a aventura romântica. “Quis contar uma história de amor que se passa em um lugar próximo de qual-quer um de nós. Tem dado muito certo. Foi uma his-tória que tive um enorme prazer em escrever, justa-mente porque experimen-tei técnicas novas e que fizeram efeito.” Com pro-jetos confidenciais para o próximo ano, o autor e editor pretende continuar revelando grandes nomes da literatura nacional. Ta-lentos como Vanessa Bosso e Renan Carvalho, que já possuem um caminho rela-tivamente longo nesse uni-verso mágico e repleto de dificuldades, como numa aventura repleta de surpre-sas. ‡* Sob supervisão da editoria de Cultura

Continua na página B2

Hiperativa

Fantástico

Em cinco anos ela publicou 11 livros. A maioria deles de forma independente atra-vés da autopublicação – que a colocou entre as es-critoras mais co-mentadas da in-ternet. Não é para menos. Vanessa Bosso não esconde sua hiperati-vidade. “Estou escrevendo três livros ao mesmo tempo. Um deles está praticamente pronto e é uma comédia romântica ao esti-lo chick lit”, revela. A au-tora, que já se aventurou em temáticas sobrenaturais, apocalípticas e românticas, afirma que ainda não é sus-tentada por sua maior pai-xão. “Ainda não é possí-vel viver exclusivamente da renda dos livros, mas estou no caminho para isso.” Com uma carreira forte e recen-

te, ela destaca a dificul-dade em encontrar portas abertas para publicações tra-dicionais. “Isso acabou acon-

tecendo após o suces-so que tive de

forma indepen-dente. Não vale a pena pagar por publica-ções, salvo

algumas ex-ceções. Os

valores são im-pronunciáveis e o

retorno é muito peque-no mediante o investimen-to.” Para quem está começando ela aconselha: “Sugiro a au-topublicação num primeiro momento. Após resultado de vendas e resenhas dos lei-tores, o escritor deve come-çar a entrar em contato com as editoras que publicam o gênero literário em questão para uma abordagem. Com resultados satisfatórios, na-

turalmente qualquer editor se interessará pela publica-ção do original.” Narrado em terceira pessoa, “A aposta” é o livro mais re-cente de Vanessa. Pelos lei-tores a obra é definida como divertida e viciante. “Conta a história de um bando de jovens rumo a tão sonhada viagem de formatura do en-sino médio. Mas, antes da vi-agem, as apostas começam a rolar no colégio. A trama gira em torno de Nina, a menina de ferro que desacredita no amor, e Lex ,o grande pega-dor que morre de medo de se envolver emocionalmente. Será que Lex, com todo o seu poder de sedução, será capaz de derreter o congela-do coração de Nina?”.

VANESSA BOSSO INDICA

1- Perdida (Carina Rissi – Verus)

2- Arma de Vingança (Danilo

Barbosa - Universo dos Livros)

3- Trilogia das Cartas (Bianca

Carvalho - Era Eclipse)

Hoje em dia Renan Carvalhotransfor-ma inspi-ração em texto. As histórias malucas que registrou em cadernos du-rante toda a infância foram sua principal fonte de inspiração para “Supernova”, sua série de livros cuja temá-tica mágica vem arrastando uma legião de fãs. “Quando escrevi meu primeiro livro busquei o mundo que criei quando jovem. Personagens, confl itos. Depois comecei a lapidar tudo, deixando mais interessante. Quando eu era adolescente, não conhecia nada de técnicas de escrita. Hoje, após fazer cursos e estudar bastante, ela está mais fl uída e madura.” Em “O encantador de fl echas”, Carvalho apresentou ao seu público a cidade de Acigam, um lugar isolado do resto do mundo, no qual o governo

controla tudo de forma tirana.

Um lugar onde é proibido fazer magia. O personagem principal,

por conhecer sobre essa arte

proibida, acaba se envolvendo em

uma rebelião organizada por magos para tentar mudar essa situação.Sobre o conceito do que é novo hoje em dia ele defende que o termo é algo relativo. “Muitos autores conseguem escrever livros maravilhosos fazendo releituras de temas já usados, ou simplesmen-te dando uma roupagem diferente a algo desgastado. Se basear em obras que você gosta é um excelente começo para desenvolver a escrita. Muitos autores que fazem sucesso hoje come-çaram com fanfi cs de livros que gostavam. Treinaram, construíram público e depois criaram sua própria história.” Prometendo contar a história

de Supernova em seis livros, o autor dedica-se ao terceiro livro no momento. “Se tudo der certo, ele vem em breve.” Segundo ele, sonhar com grandes editoras e esperar apoio das mesmas é um gran-de erro. Quem está começan-do sua carreira literária agora precisa crescer sozinho. Se destacar com esforços pró-prios. “A construção de um público prévio é fundamental. Wattpad e Amazon estão aí para facilitar o acesso de milhares de leitores ao texto de qualquer pessoa. Isso sem contar blogs, redes sociais e outras infi nitas possibilida-des que a internet oferece. Com isso, é possível iniciar um nome e depois usar seus resultados para traçar voos mais altos. Um passo de cada vez, sempre.”

RENAN CARVALHO INDICA

1- Filhos do Éden (Eduardo

Spohr)

2- O Legado Folclórico (Felipe

Castilho)

3- A Arma Escarlate (Renata

Ventura)

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FELIPE COLBERT

EDITOR

“(..) existem casos de romances ficcio-nais desenvolvidos por autores fantas-mas. Eu creio que deva ser decisão de cada um. Acho difícil impor o seu estilo se o proje-to foi desenvolvido por outro. Entretan-to, é uma opção para quem não pos-sui tempo para es-crever ou tem pro-blemas com os famosos bloqueios criativos”

GAZETA DE ALAGOAS, 14 de novembro de 2015, Sábado 2 Caderno BB

ANIVERSARIANTES Os aniversariantes em des-taque hoje são os amigos Mariana Monteiro, Lucia-na Toledo, Juliana Angéli-ca, Jaqueline Mendes Li-ma, Manú Ponciano, Si-mone Araújo de Almeida, Roxana Armstrong Soares e Jade Magalhães. Felicidades, galera, e tudo de bom!

PENSAMENTO DO DIA Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.

SMART FIT EM AL A pr ime i ra academia Smart Fit de Alagoas foi inaugurada no Shopping Pátio Maceió com equipa-mentos de última geração. A Smarf Fit possui mais de 200 unidades espalhadas no Brasil, e presença no Chile, México e República Dominicana.

LIKES À VONTADE Ontem estava vendo que tem anúncio novo nos classificados da internet: ‘Vendo likes, compartilha-mentos, comentários posi-tivos e pageviews. Topo permutas!’.

JOSÉ BENIGNO PORTELA Foi ao lado da esposa Ceo-ni e da família, que o pro-curador de estado José Be-nigno Viana Portela, cele-brou mais um aniversário na última quarta feira. Felicidades mil!

WILMA ARAÚJO: LUIZ GONZAGA E GONZAGUINHA Wilma Araújo homenageia Luiz Gonzaga e Gonzagui-nha no último Quintas no Poço de 2015. Será dia 26/11, na Unidade Sesc Poço. Acesso Gratuito.Para encerrar a temporada de 2015, o Projeto Quintas

no Poço preparou uma ho-menagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga, e a seu fi-lho, Gonzaguinha.

ECONOMIA LOUCA A China decidiu acabar com política do filho único para ver se o PIB volta a crescer...

Catharina

Iris comemora

neste dia seus

15 anos com

uma megafesta

com a produção

de Lamarry

Eventos

Hoje está

completando

mais um ano

de vida o amigo

Marcus Nobre,

meus parabéns,

desejo muita

paz e muitas

felicidades,

Deus te ilumine

e te proteja

sempre

Toda beleza em alta de Tatyanne Araújo, clicada

com estilo pela amiga Dressa Mello

PALMEIRA

EDILSON OMENA

DIVULGAÇÃO

DRESSA MELLO

[email protected]

DIVULGAÇÃO

A jornalista,

Sidléia

Vasconcelos

celebra hoje

mais um ano

de vida, ao

lado de amigos

e familiares.

Parabéns!

ADELE DIZ A JORNAL QUE SE EMOCIONA COM SUAS PRÓPRIAS MÚSICAS Principalmente quando o dinheiro cai na conta.

Eu que me emociono quando acho 10 reais no

bolso da calça, se ganhasse o que a Adele ganha

iria chorar tanto que não conseguiria nem cantar.

CURIOSIDADES

Alagoana

oriundas de alguma inquietação do meu período adolescente, eu sentava e o fazia. Quando as pessoas passaram a elogiar as coisas juvenis que eu escrevia, e quando passei a perceber que amava pôr para fora o que me incomodava, foi que entendi que havia nascido para aquilo”, explica.Nos livros “A mais bela melo-dia” e “Acorde fi nal”, ambos publicados em plataformas de leitura online, ela chama aten-ção para temas como violência familiar e religiosa. “Comecei escrevendo um livro sobre uma fi lha de um pastor ortodoxo e disfuncional, e acabei com um livro Jovem Adulto que fala sobre como conviver com algo ruim que não dá para superar. Acho que nem tudo na vida é superável. Às vezes a gente só convive com o que dói.” A duologia gira em torno de ado-lescentes problemáticos que encontram na música um modo de escapar das atrocidades que a vida lhes reservou.Sobre o mercado editorial ela faz duras críticas. Sinceras, acima de tudo. Com uma série de recusas de editoras no currí-culo, Carol afi rma que o maior problema enfrentado por escri-tores iniciantes é o fato de se-

CONTINUAÇÃO DA PÁGINA B1.

viável? Ela julga ser um assunto delicado. “Incontáveis vezes eu recebi recusas de editoras. Recusas tão rápidas que eu tinha certeza de que ninguém tinha ao menos tocado no manuscrito. E quando eu era aceita, tinha que pagar cerca de R$ 10.000 para ver meu livro em uma livraria. Acredito que se eu tivesse dinheiro de sobra na minha conta, talvez também embarcasse na ideia. É uma forma de tornar o nome conhecido e que pode facilitar que alguém queira te publicar sem te cobrar nada no futuro. Por outro lado acho extrema-mente injusto que autores tão bons deixem de ser publicados porque não tem um contato forte numa editora, ou porque não possuem tanto dinheiro sobrando na conta bancária”, conclui.Para o futuro, seus planos como escritora são simples. “Pretendo nunca parar de escrever. A gente continua porque gosta e porque precisa. Escrever é quase como oxigê-nio para mim.” No momento ela trabalha em seu novo livro, intitulado de “Improváveis deslizes”. “ É bem mais pesado do que o livro anterior. Nesse eu levanto um tema mais político, envolvendo distúrbios mentais, o que estou adorando escrever.”

CAROL TELES INDICA

1- O Evangelho Segundo Hitler

(Marcos Peres)

2- Da Minha Terra à Terra

(Sebastiao Salgado)

3- Todos Nós Adorávamos

Caubois (Carol Bensimon)

Aos 29 anos, Carol Teles divide seu tempo entre ser mãe, agente de Saúde, blogueira literária e escritora. Alagoana que produz crônicas desde os dez, resolveu se arriscar nos ro-mances recentemente e acabou descobrindo uma nova vocação. Segundo ela, essa paixão veio junto do prazer encontrado na leitura. “Eu me sentia desafi ada a fazer mais do que ler, e quan-do as oportunidades apareciam para escrever, normalmente

rem completos desconhecidos. “É aquela mesma ideia de você começar a procurar o primeiro emprego e alguém chegar para te dizer que não pega ninguém sem experiência. Como ter experiência se ninguém te der oportunidade?”. Segundo ela, o que está faltando nesse meio é editoras que assumam riscos. “Eles querem vender e não é um rosto desconhecido que vai fazer isso acontecer, pelo menos não tão rápido quanto eles querem. Mas acredito que seja uma coisa até humana enquanto editor, arriscar vez ou outra em escritores novos. Falta um pouco disso: humanidade.”Pagar para ser publicado é uma alternativa realmente

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