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Faculdade de Comunicao Social Csper Libero
MOVIMENTOOPEN SOURCEA importncia da comunicao e da relao entre
empresas e comunidades para o mercado
Eliane Yumi Iwasaki
So Paulo
2008
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Eliane Yumi Iwasaki
MOVIMENTOOPEN SOURCEA importncia da comunicao e da relao entre
empresas e comunidades para o mercado
Monografia apresentada Faculdade Csper
Lbero, como parte dos requisitos para a obteno
do ttulo de Especialista em Marketing, sob a
orientao do Professor Dr. Srgio Amadeu da
Silveira.
So Paulo
2008
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DEDICATRIA
Dedico este trabalho a meus pais, irms, namorado
e amigos verdadeiros, grandes incentivadores e
exemplos de vida, pelo apoio nos momentos de
sucesso e angstia.
E tambm a todos aqueles que acreditam e apostam
na liberdade, colaborao e compartilhamento do
conhecimento.
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AGRADECIMENTOS
Aos professores e demais profissionais da
Faculdade Csper Lbero, em especial Professores
Srgio Amadeu da Silveira, orientador deste
projeto, e Tnia Cmara Baitello, orientadora demeu trabalho acadmico de concluso de curso na
graduao, pela grande contribuio para minha
formao acadmica e profissional.
minha famlia e aos meus amigos, que sempre
apoiaram, torceram por minhas realizaes e
contriburam para a minha formao pessoal.
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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo compreender o modelo de produo do
software livre, motivaes de colaboradores de comunidades open source e sua
influncia no mercado de TI.
Para a realizao deste estudo, a internet foi amplamente utilizada como fonte
de informaes sobre comunidades, mercado de TI, tecnologia e de duas grandes
entidades representando empresa e comunidade: Red Hat e Fedora. Complementei
esta pesquisa bibliogrfica com meus conhecimentos obtidos por meio de
participao em palestras e eventos, alm do acesso a informaes e pessoasdentro das entidades citadas, devido a minha atual posio no departamento de
Marketing da empresa Red Hat Brasil.
A concluso obtida a partir dos resultados da pesquisa afirma ou contesta
hipteses levantadas no incio do estudo, esclarecendo muitas questes a respeito
deste movimento revolucionrio e inovador. Pode ainda contribuir para a relao
entre empresa e comunidade open source, visando a continuidade e crescimento
deste mercado.
Palavras-chave: Internet, Colaborao, Comunicao, Comunidades open source
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ABSTRACT
This monograph aims to provide a better understanding about the free
software production, open source community members motivation and their
influence on the IT market.
In order to write it, I made use of websites to search for information about
communities, IT market, technology and two entities that represent open source
company and community: Red Hat and Fedora. Due to the fact I work for Red Hat at
the Marketing department, I have been able to obtain relevant information from
people, presentations and events.The conclusion, obtained from the research results, answers the questions
asked in the beginning of the monograph, in order to address issues concerning this
revolutionary and innovative movement. It can also contribute to enhance the
relationship between open source companies and communities, providing this market
with growth and continuity.
Keywords: Internet, Collaboration, Communication, Open source communities
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SUMRIO
1. INTRODUO..........................................................................................................1
2. CONCEITOS.............................................................................................................3
2.1. O que Open Source................................................................................................. 3
2.2. Histrico...................................................................................................................... 3
2.3. Licenciamento............................................................................................................ 5
2.4. Comunidades.............................................................................................................. 6
2.5. Modelo de produo.................................................................................................. 7
3. CENRIO OPEN SOURCE....................................................................................11
3.1. Mercado.................................................................................................................... 11
3.2. Nmeros do setor..................................................................................................... 14
3.3. Evoluo do mercado.............................................................................................. 16
3.4. Vantagens e desvantagens...................................................................................... 18
4. EVOLUO HISTRICA: RED HAT E FEDORA.................................................22
5. CONSIDERAES FINAIS...................................................................................26
REFERNCIAS..........................................................................................................30
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1. INTRODUO
Os softwares open source (cdigo aberto) baseiam-se no compartilhamento
de informaes, permitindo o uso de tecnologias sem a cobrana de licenas de
software, o oposto do que feito pelo sistema proprietrio, o que inovou o mercado
de TI.
Esse movimento de softwares com cdigo aberto conta com o apoio e
participao de comunidades compostas por pessoas espalhadas por todo o mundo.
Muitas empresas j comercializam servios relacionados a estes produtos,
como suporte tcnico e treinamentos, com foco no mercado corporativo. No Brasil,
este mercado recente e tem muito a ser explorado.
Este trabalho visa averiguar se a relao existente entre as comunidades e
estas empresas exerce influncia na construo da imagem de marcas e divulgao
de produtos.
As hipteses a serem estudadas nesta pesquisa so:
A colaborao de muitas pessoas no processo de desenvolvimento deproduto, inclusive clientes (ou usurios) do sistema, contribui para a
adequao de lanamentos s necessidades do mercado.
Este modelo de produo permite a customizao do produto, de acordo com
o perfil e necessidades dos clientes.
A comunidade distribui o produto gratuitamente e alimenta um ecossistema,
ampliando o nmero de clientes potenciais de empresas.
As comunidades so formadoras de opinio e influenciam a tomada dedeciso de empresas.
O papel das comunidades essencial para o modelo de negcios open
source, pois constitui um diferencial competitivo perante concorrncia
(modelo proprietrio).
Para averiguar estas hipteses, sero estudadas a empresa Red Hate sua
relao com a comunidade Fedora, no Brasil. Esta escolha deve-se representatividade destas instituies para o mercado, ao acesso facilitado a
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informaes e contatos na empresa, uma vez que atuo na rea de Marketing de sua
subsidiria brasileira, alm de grande interesse pelo tema e simpatia pelos princpios
defendidos pelo movimento open source.
As inmeras descobertas feitas durante todas as pesquisas realizadas para
este trabalho foram surpreendentes e motivadoras; todo o processo de
desenvolvimento dos softwares open source repleto de inovao, liberdade e
respeito, podendo ser utilizado como referncia de valores, organizao,
comunicao e mobilizao de pessoas em prol de um objetivo comum.
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2. CONCEITOS
2.1. O que Open Source
A traduo do termo em ingls open source cdigo aberto. Um software
com o cdigo aberto pode ser executado, copiado, distribudo, modificado e
aperfeioado por todos seus usurios segundo conceitos encontrados no site do
Projeto Software Livre Brasil.
O software open source tambm conhecido como free software. Neste
caso, a palavra free no indica gratuidade, mas sim, liberdade. A liberdade um
dos valores defendidos pelo movimento open source, alm da colaborao e o
compartilhamento do conhecimento. Devido ambigidade do significado do termo
free software, foi criada a expresso open source.
Estes softwares so desenvolvidos por pessoas espalhadas em todo o
mundo, em funo do acesso ao cdigo fonte. Em torno de um software, os
colaboradores formam uma comunidade. Atualmente, existem comunidades opensource no mundo todo, em torno de diversos tipos de software.
2.2. Histrico
Na dcada de 1960, os softwares eram distribudos gratuitamente, uma vezque haviam poucos computadores no mercado. Fabricantes como IBM e HP
vendiam mquinas e entregavam gratuitamente os programas, com cdigos fonte
abertos, livres para distribuio. Dez anos mais tarde, com o crescimento da
indstria de TI e conseqente aumento de usurios, os softwares comearam a ser
vendidos separadamente. Com a concorrncia acirrada, as empresas do setor
comearam a patentear seus softwares, protegendo sua propriedade intelectual,
originando o modelo proprietrio, que limitou a distribuio do software.
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No incio da dcada de 1980, o programador Richard Stallman iniciou o
Projeto GNU e posteriormente criou a FSF Free Software Foundation em reao
s limitaes impostas pelo modelo proprietrio, dedicando-se ao desenvolvimento
de um sistema operacional completo que seria distribudo como software livre. Ao
publicar o Manifesto GNU, em 1984, Stallman definiu os conceitos de software livre,
posicionando o cdigo fonte como conhecimento cientfico, que deve ser
disseminado, compartilhado. Neste manifesto, convocou a participao de outros
programadores para contribuir com o projeto. Como fruto deste esforo, foram
produzidos: o editor de textos emacs, o compiladorgcce vrias outras ferramentas e
utilitrios.
No incio da dcada de 1990, grande parte dos sistemas de apoio j haviasido criada, mas faltava o ncleo do sistema operacional. Este ncleo foi
desenvolvido por Linus Torvalds, o que originou o nome Linux. Torvalds publicou
sua contribuio em 1991 e convocou outros programadores para que ajudassem a
finalizar as partes faltantes. Com a colaborao de muitos desenvolvedores, em
menos de dois anos a verso Linux podia ser considerada estvel. Segundo Linus
Torvalds, o Linux contribuiu definitivamente para o movimento open source. Apesar
de no ter sido o primeiro projeto a seguir este modelo, mudou a forma como aspessoas enxergavam o open source, agregando s ideologias do projeto a
percepo de que este modelo de produo de tecnologias complexas realmente
funcionava.
Em 1998, foi fundada a Cygnus Solutions a primeira empresa open source
do mercado dedicada a promover e prover suporte aos softwares oriundos da
GNU e FSF. Seu fundador, Michael Tiemann, teve a idia de criar a empresa aps
ler o Manifesto GNU, tendo visto um plano de negcios, segundo o qual omovimento open source rene esforos de programadores de todo o mundo
enquanto empresas de servios (como customizaes, melhorias e suporte)
poderiam se beneficiar deste tipo de software.
No ano de 1999, o nmero estimado de usurios do sistema GNU/Linux era
de 7.5 milhes de pessoas, tendo evoludo para 30 milhes no ano de 2001.
Atualmente existem mais de 140 mil projetos registrados em um dos
repositrios de cdigo aberto o site SourceForge.net.
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A Red Hat empresa lder do mercado open source surgiu em 2003, tendo
posteriormente comprado a Cygnus Solutions. A histria da empresa est descrita
no captulo 4.
2.3. Licenciamento
O copyleft o conceito que norteia a distribuio do software livre. Este nome
indica oposio ao copyright, quegarante os direitos autorais, impedindo cpia e
distribuio sem aprovao do autor.Para regulamentar a produo e distribuio do software livre, de forma a
garantir que seus conceitos e valores sejam preservados, foram criadas algumas
licenas, com caractersticas distintas, conforme descries a seguir:
GPL (General Public License): regras que impedem uma empresa de
apropriar-se do cdigo aberto e comercializar o software seguindo o modelo
proprietrio. Para promover a colaborao, a GPL impe ao programador quedivulgue as alteraes que fizer ao cdigo fonte, de forma a melhorar o
trabalho divulgado anteriormente, beneficiando todos os envolvidos no
projeto. O ncleo do Linux, tambm chamado de kernel, distribudo sob a
GPL.
OSD (Open Source Definition): em 1997, a OSI (Open Source Initiative), que
considerava a GPL uma limitao difuso do software livre, criou a OSD,
que no obrigava a publicao de alteraes no cdigo-fonte de umprograma. Esta licena favorece as iniciativas que agrupam software livre e
proprietrio.
BSD (Berkeley System Distribution): licena que impe poucas restries
para cpia, uso e distribuio do software livre, no obrigando a liberao do
cdigo fonte e, consequentemente, possibilitando sua incluso num software
proprietrio, como por exemplo, o sistema operacional MAC OS X, da
empresa Apple.
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Estas licenas devem ser consultadas por usurios, programadores e
empresas que desejarem utilizar ou distribuir um software livre. Assim como muitas
licenas de software proprietrio, no oferecem ao usurio garantias de
funcionamento.
2.4. Comunidades
A respeito da produo colaborativa, Lvy (1999) aborda a forma de produo
caracterstica das comunidades open source:
Quanto mais os processos de inteligncia coletiva se desenvolvem [...],melhor a apropriao, por indivduos e por grupos, das alteraes tcnicas,e menores so os efeitos de excluso ou de destruio humana resultantesda acelerao do movimento tecno-social. (Lvy, 1999: 29).
Castells (1999) indica que a internet favoreceu a organizao de
comunidades que mudam processos produtivos e de experincia, poder e cultura,
caracterizando as redes como instrumentos voltados para a inovao, globalizao e
concentrao descentralizada; para o trabalho, trabalhadores e empresas voltadas
para a flexibilidade e adaptabilidade; define a comunidade virtual como rede
eletrnica autodefinida de comunicaes interativas e organizadas ao redor de
interesses ou fins em comum... (CASTELLS, 1999, p. 442.) .
Segundo Foster, a Internet a principal tecnologia de informao que exerce
influncia determinante sobre relaes sociais convencionais. A Internet [...] permite
a cada usurio ter igual voz ou, pelo menos, a mesma chance de falar.(FOSTER,
pgina eletrnica)1. Este recurso, somado facilidade de estar em contato com
nmero crescente de pessoas com interesses comuns, fortalece o sentimento de
comunidade.
Os relacionamentos dentro de uma comunidade virtual so facilitados, pois
quando um membro expe uma questo, a resposta pode ser recebida com rapidez.
1 Disponvel em: , acesso em
20/01/08.
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Isto pode ser importante quando a eficincia e a rapidez so necessrias
(WELLAN, pgina eletrnica)2
Esses conceitos permitem a compreenso do surgimento e do trabalho das
comunidades open source, compostas por pessoas separadas fisicamente, porm
interligadas atravs da internet, trabalhando em prol de um objetivo comum.
2.5. Modelo de produo
Aproximadamente 100 mil programadores e projetistas integram acomunidade open source, trabalhando voluntariamente em algum projeto e estima-
se que existem mais de 10 milhes de usurios regulares de sistemas operacionais
e aplicativos distribudos como software livre, segundo estudo de Roberto Hexsel
(2002).
Como a colaborao feita atravs da internet, envolvendo grande nmero
de desenvolvedores, a qualidade tcnica do sistema GNU/Linux atrai novos
usurios, vrios dos quais passam a agir como testadores e desenvolvedores do
sistema, o que contribui ainda mais com a qualidade tcnica. Isso atrai mais
desenvolvedores e usurios, ciclo que garante a evoluo e continuidade do
software livre.
Castells (2003) resume o processo de produo open source e atribui seu
sucesso internet:
S uma rede de centenas de milhares de crebros trabalhando
cooperativamente, com diviso do trabalho espontnea, e coordenaomalevel, mas eficiente, poderia levar a cabo a tarefa extraordinria de criarum sistema operacional capaz de lidar com a complexidade decomputadores cada vez mais potentes interagindo por meio da Internet.(Castells, 2003, p.41).
Cezar Taurion (2004) descreve o processo de produo comunitrio,
apontando os personagens de um projeto e suas motivaes para contribuio, que
, na maioria das vezes, voluntria e no remunerada. Os principais agentes e
passos deste processo so:
2 Disponvel em: , acesso em20/01/08.
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Mantenedor: idealizador de um projeto que exerce o papel de lder e publica a
primeira verso do software e seu cdigo-fonte. Responsvel por divulgar o
trabalho em listas de discusso.
Contribuidores: voluntrios que acessam o cdigo fonte para avaliar se tero
interesse em contribuir.
Trabalho: aqueles que considerarem a proposta desafiadora comeam a
trabalhar no projeto, identificando problemas e propondo correes.
Essas correes so implantadas e enviadas ao mantenedor, via email.
A comunidade discute quais correes devem ser implantadas, por meio de
mailing list, tendo o mantenedor e alguns contribuidores como moderadoresda discusso. Aps a definio das mudanas, estas so incorporadas ao
software pelo prprio mantenedor.
A nova verso do software liberada. Os contribuidores acessam a nova
verso e reiniciam o ciclo, buscando novas possveis contribuies para
determinado projeto.
Existe tambm uma mailing list separada, exclusiva para suporte aos
usurios.
O primeiro passo para o incio de um projeto open source dado pelo
mantenedor, um desenvolvedor que idealiza um software, desenvolve seu cdigo
fonte e o publica na internet. A partir de ento, inicia-se um processo de divulgao,
a fim de despertar o interesse de outros colaboradores para que seu projeto possa
ser executado. Esta divulgao feita em newsgroups3 e listas de discusso.
Geralmente, o mantenedor inicia esse processo pois tem interesse emdesenvolver um software para suprir alguma deficincia do mercado ou para que
haja uma verso open source para um programa j existente e distribudo sob o
modelo proprietrio. Quanto mais desafiador, mais atraente para os contribuidores
torna-se o projeto.
Essa popularidade do projeto, ou seja, a capacidade de despertar o interesse
de um grande nmero de colaboradores, resulta num rpido desenvolvimento do
software. Os contribuidores voluntrios acessam a web para trabalhar no cdigo
fonte do programa, a fim de implementar correes e modificaes. Feito isso,
3Grupos de usurios cadastrados que recebem notcias
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devolvem a nova verso ao mantenedor. Essas mudanas so analisadas pelo
idealizador do projeto, juntamente com outros membros da comunidade mais
prximos ao mantenedor. Essa anlise toda feita via internet, por meio de listas de
discusso. responsabilidade do mantenedor manter a comunidade em volta de
seu projeto sempre integrada e motivada a continuar a colaborar. Isso porque muitas
vezes existe uma competio entre os contribuidores pelo desenvolvimento da
melhor soluo. Portanto, todo o processo colaborativo, mesmo que coordenado
pelo mantenedor, que libera a nova verso do software. Aps esse release, o
processo se inicia novamente.
O mantenedor implementa as sugestes feitas pelos colaboradores de acordo
com o que havia sido idealizado inicialmente. Isso cria a identidade do projeto einfluencia o modelo de produo. Conseqentemente, os membros envolvidos neste
projeto acabam criando uma sub-comunidade, com interesses comuns, organizados
sob uma hierarquia. Os nveis desta hierarquia so definidos pelos prprios
integrantes, fundamentados na meritocracia: pode depender do conhecimento,
reputao, participao no projeto, tempo de participao, entre outros fatores.
Obtendo o reconhecimento dos colaboradores, o mantenedor, como lder do projeto,
ter suas decises respeitadas.Por ser este um reconhecimento tcnico, a estrutura da comunidade no
favorvel nem atrativa participao de usurios finais, o que transforma o software
produzido sob essa organizao num produto tcnico, que demanda melhorias em
usabilidade. Os elementos grficos que facilitam a utilizao do software so
implementados posteriormente, sob demanda de usurios e geralmente copiados de
modelos proprietrios que j so utilizados. Isso significa que nem todo software
pode ser desenvolvido neste modelo open source.Geralmente, este processo de desenvolvimento de um software livre segue a
Lei de Pareto, que segundo consta no livro de Cezar Taurion, tambm conhecido
como regra 80-20, pois 80% do resultado advm de 20% das suas causas. como
afirmar que 80% do lucro de uma empresa gerado por 20% de seus clientes. Isso
significa dizer que 80% do trabalho executado por apenas 20% de contribuidores,
que so mais ativos durante o desenvolvimento do projeto.
A contribuio individual e no caracteriza um trabalho em equipe.
Conhecer a motivao de cada colaborador pode contribuir para o entendimento da
sustentabilidade deste modelo de produo.
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Alm do incentivo do mantenedor, uma das motivaes do colaborador est
em ser reconhecido como pea chave do projeto, o que lhe prov reputao e
prestgio. E quanto maior o projeto, maior essa reputao, o que incentiva os
contribuidores mais ativos a apoiar a divulgao do projeto para o qual esto
trabalhando. Outro fator comum a todos os participantes da comunidade a
simpatia ou apoio filosofia do software livre e de todos os conceitos que
fundamentam o seu desenvolvimento, como a liberdade, o compartilhamento de
informaes, entre outros j mencionados no incio deste estudo.
O desafio do projeto no qual o contribuidor ir trabalhar, a ausncia de
cobranas e presso, somados ao fato de exercer uma atividade que ele considera
agradvel tambm so fatores incentivadores. Alm disso, o trabalho contribui paraevoluo profissional e tcnica, aumentando a empregabilidade dos
desenvolvedores.
Um grande nmero de pessoas envolvidas no desenvolvimento tambm
amplia as chances de continuidade de um projeto, pois permite que dois pilares de
sustentao continuem a existir: suporte aos usurios e desenvolvimento de
melhorias constantes.
Para isso, alm de muitos colaboradores, o projeto precisa atingir grandenmero de usurios, que sero os responsveis por identificar falhas e fazer
sugestes por meio das mailing lists de suporte. O desenvolvimento feito com
base nestes indicadores.
O Linux e o Apache, por exemplo, foram adotados por muitas empresas, que
comearam a remunerar alguns colaboradores de forma a garantir a continuidade
dos projetos. Assim, evitaram que os mesmos fossem extintos por no haver mais
pessoas envolvidas no desenvolvimento.
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3. CENRIO OPEN SOURCE
3.1. Mercado
O mercado open source pode ser dividido em duas partes: Projetos open
source em geral, que abrange diversos tipos de software, e Projetos Linux, que por
sua vez podem se dividir em distribuies corporativas e comunitrias.
3.1.1. Projetos open source
Os projetos open source mais conhecidos e bem sucedidos so:
Mozilla Firefox: Navegador para internet com grande nmero
de usurios.
Apache: Atualmente o servidor Apache utilizado em mais de
50% dos servidores web do mundo
Perl: linguagem de programao e ferramenta responsvel
pela maioria do contedo dinmico na rede mundial de
computadores.
BrOffice.org: uma verso brasileira do OpenOffice.org, que
por sua vez a verso open source do Microsoft Office,
reunindo aplicativos utilizados por milhares de pessoas.
Linux: sistema operacional, que surgiu em 1991, derivando de
outros sistemas j existentes, mas com o cdigo aberto e,
conseqentemente, desenvolvido por membros de
comunidades espalhadas em todo o mundo.
Quadro 2: Projetos open source
Fonte: Wikipedia
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3.1.2. Distribuies Linux: comunitrias e corporativas
As distribuies Linux podem ser divididas em 2 categorias: as que so
comercializadas por empresas de TI e as mantidas por comunidades.
O que as diferencia que a primeira possui uma empresa que suporta a
distribuio, oferecendo suporte tcnico e respondendo legalmente pelo software,
enquanto as comunitrias grupo ao qual pertence a maioria das distribuies tm
todo suporte e desenvolvimento feito por membros da comunidade. A escolha entre
elas pelo cliente se d em funo das necessidades de sua infra-estrutura de TI.
Red Hat, SuSE e Mandriva esto concentrados no mercado corporativo,
oferecendo solues open source para servidores. Segundo matria publicada na
Info Online (2005), o market share da Red Hat de 62%, SuSE 21% e a Mandriva,
17%.
Entre as distribuies comunitrias, a mais antiga a Slackware, tendo sua
primeira verso lanada em 1993. Segundo dados do Distrowatch4, a grande maioria
deriva do Debian (129) e KNOPPIX (50) que tambm derivada do Debian. Em
seguida esto Fedora (63), Slackware (28) e Mandriva (14). Apenas cinco derivam
da Kurumin.
A tabela a seguir apresenta uma relao e breve descrio das distribuies
Linux, tanto corporativas quanto comunitrias, com maior popularidade no Brasil:
Debian: Distribuio que segue toda filosofia doprojeto GNU, oficialmente contendo apenas pacotescom programas de cdigo-fonte livre, feito porvoluntrios espalhados pelo mundo, e sem finslucrativos. O Debian conta com mais de 3.950 pacotes,
que facilitam muito a instalao e gerenciamento deprogramas no sistema.
Fedora: Distribuio de desenvolvimento abertopatrocinada pela Red Hat e pela comunidade. Surgidaem 2002 e baseada em verso da antiga linha deprodutos Red Hat Linux, ela s tem suporte dacomunidade e tem como prioridade o uso docomputador como estao de trabalho. Alm de contarcom uma ampla gama de ferramentas de escritrio,possui funes de servidor e aplicativos paraprodutividade e desenvolvimento de softwares.
4 Site cujas informaes so inseridas por colaboradores, para realizar comparaes entre
distribuies Linux. Disponvel em http://distrowatch.com/
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KNOPPIX: Live CD baseado no Debian, pode serusado para recuperar arquivos e dados do HD,demonstrar as possibilidades do Linux a novos usurios,testar compatibilidade do sistema operacional com o
hardware em computadores antes da compra, conectarem internet cafs ou usar como um sistema Linux,pronto para as tarefas do dia-a-dia.
Kurumin: Uma distribuio baseada em Debian queroda diretamente a partir do CD (Live CD), ideal paraquem deseja testar uma distribuio Linux. Caso goste,pode ser instalada diretamente no disco rgido. Suportaquantidade significativa de hardwares disponveis. Averso instalada possui suporte maioria doswinmodens mais encontrados no Brasil.
Mandriva: Fuso do Mandrake com a brasileira
Conectiva (distribuio baseada em Red Hat Linux), aMandriva adotou o modelo de desenvolvimento abertomuito antes de outras distribuies populares, comtestes intensivos nas fases beta e freqenteslanamentos estveis.
SuSE: Pertencente Novell desde 2004, uma dasmaiores influncias do Linux no mundo, junto com a RedHat. No incio, a SuSE baseava sua distribuio noSlackware, mas logo depois tomou rumo diferente,comeando a implementar os pacotes com o RPM, efazendo mudanas na forma de organizao do sistema.Criaram tambm uma ferramenta de configurao do
sistema chamada YaST, que facilita o acesso sconfiguraes da distribuio.
Red Hat: Uma das principais distribuies e queinfluenciou um grande nmero de outras distribuiesLinux. Apesar do foco no mercado corporativo, bastante indicada para uso domstico, devido facilidade de manuseio, pacotes atualizados, entreoutros.
Slackware: uma das mais famosas distribuies. Assuas prioridades so estabilidade e simplicidade: possuiuma interface de instalao bem amigvel, alm de uma
srie de scripts que ajudam na instalao edesinstalao de pacotes, o que a torna uma alternativatanto para usurios iniciantes como os j experientes.
Em pouco mais de um ano, o Ubuntu se tornou umadas distribuies Linux mais populares. Ele baseadono Debian Sid (uma verso "instvel"), incorporandomelhorias e correes, de forma a proporcionar umsistema bastante estvel e fcil de usar.
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Yellow Dog Linux (Para Mac): Sistema operacionalideal para escritrios, estaes e servidores.Desenvolvido especialmente para usurios da Apple, o
Yellow Dog baseado no Fedora Core.
Quadro 3 : Distribuies Linux mais populares no Brasil
Fonte: PCWorld, 2007
3.2. Nmeros do setor
Conforme apontado pelo Ncleo de Informao e Coordenao do Ponto br -
NIC.br, na pesquisa TIC Empresas 2006, realizada com 2.569 empresas com 10 ou
mais funcionrios sobre o ano de 2005, a adoo do software livre maior entre as
grandes e mdias empresas:
Quantidade defuncionrios
Percentual que usaSoftware Livre
Mais 1000 61%500 a 999 59,67%
250 a 499 62%
100 a 249 58%
50 a 99 43,13%
20 a 49 30,66%
10 a 19 19,33%Quadro 1: Porte de empresas x adoo de software livre
Fonte: Pesquisa TIC Empresas 2006
Um estudo realizado pela consultoria Evans Data, publicado na edio 21 da
revista Info Canal revela que o Linux vem ganhando mercado, afirmando que a
adoo entre as grandes corporaes segue acelerada: o Linux est presente em
73% das companhias com mais de mil funcionrios, revelando aumento significativo
com relao ao ano anterior.
Ainda neste estudo, desenvolvedores de aplicativos open source apontam asempresas consideradas lderes de mercado: 11,7% mencionaram a Red Hat, 10,5%
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a Novell; outras empresas citadas foram IBM e Sun. A concluso do estudo afirma
que no h um lder claro, algo tpico de mercados ainda em formao.
O estudo mais recente deste mercado foi realizado pelo Instituto Sem
Fronteiras, em Dezembro de 2007, patrocinado por IBM, Intel, Itautec e Red Hat, a
fim de averiguar Tendncias de Investimentos e Utilizao de Software Livre nas
Empresas Brasileiras. Os resultados obtidos aps entrevistar 1090 executivos de TI
de empresas brasileiras, de diversos segmentos e tamanhos, provaram que as
organizaes de grande porte so responsveis pelo maior percentual de utilizao
do software livre, por este ser mais adequado s especificaes e expectativas
tcnicas de ambientes caracterizados por grande volume de transaes e
processamento de dados. Analistas afirmam ainda que as grandes empresas somenos permeveis pirataria, pois possuem recursos para optar entre adquirir
software proprietrio ou utilizar software livre de maneira eficiente.
Esta pesquisa mostra a evoluo do uso de software livre como sistema
operacional em servidores: 54% das empresas ampliaram a utilizao de software
livre, 44% mantiveram o mesmo volume de utilizao e 2% reduziram.
A regio Centro-Oeste tem o maior percentual de utilizao do software livre,
por concentrar grande nmero de rgos federais: o Governo o segmento quepossui a maior quantidade de servidores com software open source instalado,
seguido de Educao e Comrcio. Os autores deste estudo afirmam que o sucesso
do software livre no governo deve-se segurana, interoperabilidade e
disponibilidade que ele oferece.
As principais distribuies Linux presentes nas empresas brasileiras, de
acordo com os entrevistados, so Red Hat, Debian, Novell-Suse, Ubuntu, Fedora e
Mandriva.Atualmente, segundo estudo da FGV (Fundao Getulio Vargas), 16% dos
servidores instalados em empresas nacionais rodam Linux.
Segundo estudos da consultoria IDC, no terceiro trimestre de 2006, a base de
sistemas operacionais Linux instalados no Brasil cresce 30% ao ano, j est em
64% das empresas brasileiras e o mercado mundial de servidores gerou 12,9
bilhes de dlares. A maior parte desse dinheiro mais exatamente 4,8 bilhes
ficou com mquinas equipadas com Windows. O Unix apareceu em segundo, com
3,9 bilhes. O Linux, por sua vez, ficou com 1,5 bilho de dlares. E h uma
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previso para o ano de 2008 de que produtos e servios que tenham alguma relao
com o Linux iro movimentar 35 bilhes de dlares no mundo.
Com base em estudos do instituto Gartner, as linhas de receita do Unix vo
se manter estveis, enquanto as do Windows e do Linux iro crescer, at 2010. Em
2011, o estudo prev que 80% de softwares corporativos conter pores
significativas de cdigos abertos.
3.3. Evoluo do mercado
A evoluo do mercado Linux e as conseqentes oportunidades de lucros
atraram a ateno de grandes empresas de TI, como IBM, Novell, Dell, Oracle e
Sun. Os investimentos destas companhias no que tange a pesquisa e
desenvolvimento contriburam definitivamente para o crescimento deste mercado,
fazendo com que o Linux ficasse mais conhecido, estvel e ganhasse credibilidade.
Sem a interferncia destas grandes corporaes, a entrada do Linux no mercado
corporativo seria muito difcil.Taurion (2006) afirma que o crescimento do Linux est diretamente
relacionado queda do valor da marca Microsoft, defende a Wikipedia5 como um
fantstico uso de inteligncia coletiva e cita o Linux como um exemplo de como o
processo colaborativo pode transformar uma indstria.
Alguns fatores contribuem significativamente para o crescimento constante e
projees de evoluo do mercado Linux, como a busca das empresas por reduo
de custos e tecnologias que ofeream melhor custo-benefcio, segurana em funodas falhas de sistemas que esto sendo utilizados, alm do aumento constante do
nmero de usurios. E os fatores considerados por empresas na escolha do
distribuidor Linux so: a sustentabilidade deste distribuidor, suporte a arquiteturas de
processadores e hardware e qualidade de servios (suporte tcnico e treinamento).
Este suporte tcnico deve ser efetuado de maneira profissional, com contratos
estabelecendo um compromisso com tempos de resposta e prazos, o que no
ocorre quando o suporte prestado pela comunidade. O fato de haver muitos outros
5 Enciclopdia virtual que conta com a colaborao dos usurios no envio de contedo. Site oficial:http://www.wikipedia.org/
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usurios desta determinada distribuio tambm influencia a deciso: alm de
contar com casos de sucesso como referncia, atrai mais desenvolvedores,
fornecedores de hardware e software, que iro certificar seus produtos para que
funcionem com este sistema, beneficiando o usurio final.
As distribuies corporativas tm o foco em empresas de grande porte. Aos
poucos, vm sendo desenvolvidas estratgias para o mercado de empresas de
mdio e pequeno porte (SMB - Small and Medium Business). Porm, no Brasil, este
mercado bastante incipiente, devido a alguns fatores como o dficit de
profissionais especializados nas tecnologias abertas, consequentemente, pouco
conhecimento das solues e seus benefcios, o que impede as empresas de adotar
software livre, segundo dados de um estudo do Grupo Impacta.Segundo o relatrio de 2002-2003 da Sociedade Brasileira para Promoo da
Excelncia do Software Brasileiro (Softex), a formao de profissionais essencial
para alavancar a competitividade da indstria brasileira de software.
Outro fator que impulsionou o mercado open source brasileiro foi a adoo de
padres abertos pelo governo. Em muitos pases, como Espanha, Alemanha, China,
Filipinas, Frana, tm como procedimento a utilizao do sistema operacional Linux
e pacote de escritrio Open Office. Estes casos tornam-se exemplos de sucesso aserem seguidos por outros rgos governamentais e empresas. Alm da reduo de
custos, o software livre, por permitir o acesso ao seu cdigo fonte, viabiliza ao
usurio a manuteno dos sistemas, aumentando a segurana ao possibilitar a
identificao e correo de falhas por tcnicos ou desenvolvedores do governo.
Como conseqncia do aumento da demanda por software livre, houve um incentivo
pblico em treinamentos, que profissionalizou os tcnicos, habilitando-os a
implementar solues personalizadas.Este um mercado promissor pois ainda existem muitos rgos no Brasil com
projetos de informatizao, alm de alguns projetos de incluso digital apoiados pela
iniciativa pblica, como a Acessa Livre, desenvolvido pelo Prodesp que tem como
objetivo adequar e adotar software livre para centros de acesso internet destinados
populao de baixa renda.
O governo, alm de usurios / consumidores, pode impulsionar uma
tecnologia, em funo de sua aprovao, utilizao e definio de regras, que
contribuem com a disseminao da mesma na comunidade.
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Alm disso, existe um projeto de incluso digital Um computador por aluno
(OLPC, em ingls, one laptop per child) apoiado pelo governo brasileiro, que
pretende adquirir este laptop para ser utilizado na educao de crianas carentes. O
projeto deste laptop estima um custo de 100 a 200 dlares por equipamento, que
ter um sistema Linux instalado o que proporciona reduo do custo do mesmo,
em funo da iseno do pagamento de licenas de software.
3.4. Vantagens e desvantagens
Segundo Silveira (2007), o cdigo aberto do software permite que a
comunidade envolvida com seu desenvolvimento o atualize, teste, corrija e estabilize
para seu lanamento, sendo esta uma das vantagens mercadolgicas deste modelo:
As chances de ter suas falhas mais rapidamente encontradas e superadas bem maior do que no modelo proprietrio e fechado. A qualidade dasverses est diretamente vinculada a quantidade da inteligncia coletivaagregada na rede mundial de computadores. (SILVEIRA, 2007:3)
Um estudo publicado por Coverity Inc. revela que a densidade de defeitos do
software proprietrio que possui como maior representante a empresa Microsoft -
a mesma desde a dcada de 1960: 20 a 30 defeitos a cada mil linhas de cdigo.
Ao avaliar a qualidade do Kernel Linux (e posteriormente o software open source),
foram encontrados os seguintes resultados: a densidade de defeitos por linha de
cdigo 99.3% menor do que a mdia; enquanto o tamanho do cdigo do Linux
cresceu 4.7%, os defeitos nele apresentados reduziram 2.2%, o que significa dizerque os defeitos mais srios identificados foram corrigidos em seis meses.
Um forte argumento a favor do Linux a reduo do TCO custo total de
propriedade calculado com base nos custos de aquisio, manuteno e operao
de sistemas, que incluem licenas de software, atualizaes, suporte tcnico,
treinamento, profissionais, alm de clculos de possveis prejuzos ocasionados por
falhas ou indisponibilidade no sistema. Como no existem os custos com licenas, o
Linux oferece grande vantagem, no s no momento da aquisio, mas em casos dereplicar o sistema em grandes quantidades de mquinas. Muitos estudos j foram
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publicados sobre estes clculos, mas importante ressaltar que o TCO varia de
acordo com o pas no qual a empresa se encontra e suas polticas. Nos pases em
desenvolvimento, por exemplo, h uma tendncia de que os custos de licenciamento
se destaquem no TCO, uma vez que os salrios so bem inferiores se comparados
aos pagos por empresas de pases desenvolvidos.
Existem ainda vantagens com relao aos custos de desenvolvimento para
empresas mantenedoras de um projeto. Apenas uma pequena parcela dos
desenvolvedores remunerada e contribui com a maior parte do projeto. Os demais
contribuidores so voluntrios e, portanto, no resultam em custos adicionais para
desenvolvimento. Esse modelo permite a empresas que no possuem muito capital
desenvolverem softwares de qualidade.Algumas distribuies so vendidas por preo de custo e ainda oferecem a
opo de downloadgratuito. Alm da mdia para instalao, existe muito material
disponvel (documentao para guiar instalao e administrao de sistemas). Com
o sistema proprietrio, os custos de manuteno aps a aquisio so elevados,
pois o servio de instalao e administrao depende do prprio fornecedor,
parceiros ou consultores individuais. Estima-se que os custos de manuteno de
software livre e sistemas proprietrios sejam similares; porm, em alguns casos, osuporte necessrio pode ser obtido gratuitamente, sendo prestado por integrantes
de comunidades open source por meio da Internet, o que torna o investimento inicial
do software livre mais baixo do que o proprietrio.
Ainda no que se refere s questes de reduo de custos, o diretor-
presidente do SERPRO (Servio Federal de Processamento de Dados), Marcos
Mazzoni, afirma que a utilizao de software livre por ministrios e rgos estaduais
e municipais no Brasil pode gerar uma economia de at 20% por ano, o que equivalea R$ 1,4 bilho.
Devido ao modelo de produo do software livre, h maior foco no usurio, se
comparado ao sistema proprietrio, uma vez que os lucros decorrentes das vendas
do software proprietrio so sempre privatizados, enquanto que os frutos da
produo de software livre tornam-se disponveis para a comunidade (Hexsel,
2002). Portanto, o custo social baixo na maioria dos casos.
Ao utilizar o software proprietrio, uma empresa fica refm desta tecnologia,
sendo obrigada a utilizar atualizaes e novas verses daquele determinado
fabricante. Tambm existe o risco do fabricante extinguir seu produto do mercado.
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Ao utilizar o software livre, a empresa no fica dependente de um mesmo
fornecedor, pois existem vrias empresas com produtos similares, que podero
substituir aquele que no mais fabricado ou mantido. Alm desta opo, o fato do
cdigo fonte estar disponvel na internet permite que um grupo de programadores
possa prestar suporte, ou ainda, ser contratado por tal empresa para efetuar a
manuteno necessria.
O modelo de produo do Linux, alm de ser mais barato por contar com
vrios contribuidores voluntrios, pode ter em paralelo o desenvolvimento de
inovaes e correo de bugs, enquanto dentro de uma empresa, a equipe deve
estar focada em uma das duas tarefas, o que retarda o lanamento de uma nova
verso.O software livre oferece algumas oportunidades de lucros, que dependem da
modalidade de licenciamento que o software adotou. Pode-se comercializar o
software, modificando-o e licenciando-o como um programa proprietrio, desde que
esteja sob a licena BSD; oferecer suporte, treinamento e outros servios
agregados; aproveitar-se do baixo custo e ser agregado a hardware ou mesmo um
software proprietrio, aumentando sua competitividade no que se refere a preos.
No modelo proprietrio, o preo do software composto pelo custo de seudesenvolvimento e seu direito de uso, de acordo com as funcionalidades que
oferece. Quanto maiores as restries de acesso e compartilhamento, mais barato
o produto, porm, menor ser seu valor agregado para o usurio. Isso ocorre pois,
aumentando o acesso ao cdigo fonte e possibilidades de compartilhamento, o
produto venderia menos e o preo unitrio deveria ser elevado para sustentar a
empresa.
O modelo open source quebra este paradigma: por no cobrar a licena deuso, oferece maior valor agregado, pois aumenta o acesso do usurio ao software.
Quanto maior o acesso, menores sero os preos. Como os custos de produo
ficam dispersos na comunidade, torna-se possvel reduzir o preo que o usurio
paga por servios ou funcionalidades adicionais. Ento empresas com fins lucrativos
que distribuem o software livre tm suas receitas oriundas de treinamento e suporte,
alm de outras possibilidades, como empacotamentos de software, documentao e
at mesmo venda de camisas e outros materiais com smbolos conhecidos na
comunidade, como o Tux o pingim mascote do Linux.
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Segundo empresas brasileiras entrevistadas na pesquisa realizada pelo ISF,
as principais vantagens de solues open source com relao s proprietrias so:
TCO, melhor aproveitamento de hardware, estabilidade e segurana.
E quando questionadas sobre os principais motivos para no utilizar software
livre, apontam: padronizao e polticas da empresa, incompatibilidade, falta de
conhecimento sobre o assunto e comodismo.
Outras desvantagens perante os softwares proprietrios, alm das questes
tcnicas muitos apresentam menos funcionalidades os custos de mudana
(quando o cliente realiza uma migrao) e suas complicaes como treinamento de
pessoal, adaptao de hardware, entre outros, podem inviabilizar a adoo.
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4. EVOLUO HISTRICA: RED HAT E FEDORA
Em 1991, Linus Torvalds lanou o cdigo fonte do Linux, o Kernel. Dois anos
mais tarde, Bob Young adquiriu a empresa ACC Corporation, que comercializava
acessrios e livros sobre Linux e Unix e tambm distribua uma revista chamada
New York Unix. Em outubro de 1994, Marc Ewing apresentou sua prpria verso do
Linux, nomeada Red Hat Linux. Um ano depois, Bob Young comprou o negcio de
Marc Ewing e uniu ACC Corporation, criando a empresa Red Hat Software.
Inicialmente, Marc Ewing e Bob Young distribuam material de divulgao da
marca brindes e cds de instalao do software contribuindo bastante para o
incio da histria da empresa e fixao de sua marca. O destaque com relao
outras distribuies j existentes na poca era o contedo dos cds: totalmente
compostos por softwares open source, livres para instalao, ao contrrio do que
acontecia com outras empresas do mercado, como SuSE e Caldera. Em 1996 foi
estabelecida a sede da Red Hat, na Carolina do Norte, acrescentando os
departamentos comercial e administrativo operao.
Em 1999, a Red Hat comprou a Cygnus Solutions primeira empresa aprestar servios para softwares open source do mercado. Seu fundador, Michael
Tiemann, tornou-se CTO (Chief Technology Officer) e atualmente Vice-presidente
de Open Source Affairs.
A Red Hat sempre foi fiel aos princpios e valores sob os quais foi fundada
produzindo software livre, contribuindo para projetos open source e lanando
produtos sob a licena GNU-GPL.
Em 2002, ao decidir se posicionar como provedora de solues open sourcepara o mercado corporativo, a Red Hat dividiu sua distribuio Linux em: Red Hat
Enterprise Linux e Fedora Core, criando o Projeto Fedora. A Red Hat comeou a
concentrar-se na venda de servios que agregassem valor ao atendimento ao
cliente, como suporte tcnico, consultoria, implementao, atualizao de software,
treinamentos, alm de outras solues que complementam o sistema operacional
Linux, que continua sendo o carro chefe da empresa. Os servios podem ser
contratados por um perodo de 1 a 3 anos e so comercializados sob o modelo de
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subscrio uma assinatura de servios essenciais para o melhor aproveitamento
do software.
A partir deste momento, as empresas usurias de Red Hat Linux foram
aconselhadas a migrar para a verso Red Hat Enterprise Linux, para ter acesso ao
suporte tcnico oferecido pela empresa, alm dos outros servios agregados.
Esta segmentao no foi facilmente compreendida pelo pblico em geral.
Segundo ponto de vista das comunidades, a empresa estava contrariando o
movimento por visar lucros com a venda de servios para o software livre e muitos
clientes no compreendiam as razes pelas quais deveriam pagar para utilizar um
software livre, at que o conceito de servios agregados fosse absorvido. E
justamente para manter a relao com a comunidade open source, o Projeto Fedorafoi criado e patrocinado, com investimento em pessoas, eventos, divulgao, entre
outros fatores que levaram a comunidade de colaboradores do Fedora a crescer.
A empresa tem a misso e grande interesse em fomentar o mercado,
complementando aes de Marketing por meio do patrocnio de um projeto de
incluso digital (OLPC), tendo desenvolvido o sistema operacional para um laptop
educacional, e do desenvolvimento de programas acadmicos (Red Hat Academy),
com objetivo de incluir seu programa de treinamento no Red Hat Enterprise Linuxem grades curriculares de universidades, ciente de que a formao de profissionais
especializados em Linux essencial para que as empresas aceitem a migrao para
este sistema, pois ter equipes capacitadas para esta tarefa.
Atualmente, a Red Hat est presente em 35 pases, conta com mais de 2000
funcionrios e possui mais de 200 clientes ao redor do mundo.
A empresa possui muitos profissionais na rea tcnica, responsveis pela
Engenharia de software, suporte tcnico, treinamentos, marketing de produto eapoio rea comercial. Muitos deles esto diretamente ligados a comunidade
Fedora.
O Projeto Fedora, segundo definies do Lder do Projeto Max Spevack
uma parceria entre a Red Hat e a comunidade Open Source. O mais alto nvel de
tomadores de deciso do Fedora o Fedora Project Board, um grupo com poder de
deciso sobre polticas do Fedora, que define prioridades e mantm os demais sub-
projetos do Fedora. O Fedora Board tem 9 membros, sendo 5 deles funcionrios
Red Hat e os outros 4 so membros da comunidade. Espera-se que com o tempo,
este quadro seja composto apenas por lderes da comunidade Fedora.
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Alm disso, este quadro tem um Presidente, exercendo a funo do Lder do
Projeto Fedora posto atualmente ocupado por Max Spevack.
O projeto conduzido de acordo com um consenso do Fedora Advisory Board
(Equipe de assessoria), composto por aproximadamente 50 contribuidores mais
ativos do Fedora. Esta uma lista aberta, que disponibiliza acesso a arquivos e
participao em discusses, tanto a pessoas da Red Hat quanto da comunidade.
No Brasil existem outros sub-projetos que contribuem com o crescimento do
Fedora, que contam com contribuies em traduo do software, criao e traduo
de documentao, participao e execuo de atividades de Marketing, distribuio
de mdias e incentivo utilizao do Fedora e outras ferramentas livres no meio
acadmico.A comparao das duas distribuies demonstra as diferenas principais
entre os modelos proprietrio e comunitrio:
Aspectos observados Fedora Red Hat Enterprise Linux
Modelo de desenvolvimentoComunidade open source +Engenheiros Red Hat
Engenheiros Red Hat
SuporteOferecido por membros dacomunidade em fruns e chats
Oferecido por experts RHCE,24x7 via web e telefone
Hardware certificado pelofabricante
No IBM, HP, Dell e Fujitsu
Software de terceiroshomologado pelo fabricante
NoOracle, SAP, Sybase, Symantec,Vmware
Ciclo de verses A cada 6 meses A cada 18 meses
Tempo de manuteno Aproximadamente 18 meses 7 anos do lanamento da verso
Garantia legal NoPrograma Open SourceAssurance
Download GratuitoSubscrio para suporte,updates e Red Hat Network
Site http://projetofedora.org http://www.br.redhat.com
Quadro 4: Comparao Red Hat x FedoraFonte: Revista Arquivo Linux 28, Ano 3
24
http://projetofedora.org/http://www.br.redhat.com/http://projetofedora.org/http://www.br.redhat.com/8/7/2019 movimento_open_source
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Pode-se observar neste quadro que as principais diferenas entre as duas
distribuies evidenciam o foco da Red Hat no mercado corporativo. Alm do
downloaddo Fedora ser gratuito e o RHEL depender da compra de uma subscrio,
as condies de suporte e tempo de manuteno so fatores importantes a serem
considerados. A Red Hat oferece algumas opes diferenciadas de suporte tcnico,
de acordo com a cobertura e tempo de resposta a chamados.
O Fedora, lanado a cada seis meses, testa e aperfeioa recursos para que
sejam ento incorporados ao Red Hat Enterprise Linux (RHEL), lanado a cada 1
ano e meio. No caso da verso corporativa, a Red Hat oferece suporte tcnico por 7
anos, enquanto a comunidade suporta at 2 verses anteriores.
Para lanar a verso seguinte, feita a seleo de recursos que seroadicionados. Para eleger as prioridades, so consultados engenheiros de software
da Red Hat e a comunidade, que participa por meio de wikis e listas de contato
pblicas. A deciso tomada pelo Fedora Advisory Board, que por sua vez se
baseia na disponibilidade de seus contribuidores para desenvolver cada uma das
novas funcionalidades propostas. Quando no h um voluntrio para desenvolver e
a funcionalidade considerada importante, a Red Hat pode disponibilizar um de
seus engenheiros para se dedicar a este trabalho.A certificao de software e hardware indica que determinados fabricantes
homologaram seus produtos para serem compatveis com o software. A quantidade
de hardware e software certificados uma vantagem para a Red Hat em relao
distribuies comunitrias e at mesmo outras corporativas, uma vez que os
processos de homologao so longos, o que favorece a distribuio mais antiga e
estvel.
Segundo Max Spevack, o Projeto Fedora um laboratrio de inovao,pesquisa e desenvolvimento, que age como fora multiplicadora, possibilitando que
mais coisas sejam feitas num curto espao de tempo.
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5. CONSIDERAES FINAIS
O modelo de negcios da Red Hat revolucionrio. Qualquer empresa tem
acesso ao cdigo-fonte do software que leva sua marca e poderia vender por preos
bem menores, uma vez que no se incluiriam custos de desenvolvimento, por
exemplo. Mas a Red Hat se mantm na posio de liderana, tendo conquistado
cada vez mais espao no mercado de TI. Este estudo permitiu compreender como a
empresa se beneficia do movimento open source para evoluir e consolidar sua
liderana num mercado dinmico, competitivo e exigente.
Conhecero modelo de produo open source torna possvel a compreenso
da influncia das comunidades no mercado. O modelo colaborativo favorece a
adequao de produtos s necessidades do mercado, pois o sistema de produo
baseado em sugestes e indicaes de falhas por parte dos usurios, que
voluntariamente se manifestam em prol da melhoria do software.
Este processo pode ainda suprir a necessidade que as empresas tm de
realizar pesquisas para avaliar grau de satisfao e expectativa de clientes, que so
impessoais e requerem altos investimentos, uma vez que o usurio interagediretamente com o desenvolvedor do produto. Outra vantagem da produo
colaborativa o fato de milhares de desenvolvedores acessarem o cdigo fonte de
um software ao mesmo tempo, o que facilita e agiliza correes e atualizaes
necessrias.
Alm disso, importante ressaltar os motivos que levam um mantenedor a
iniciar o projeto, que pode ser o desejo de criar uma alternativa sob o modelo aberto
a algum software j existente no modelo proprietrio ou criar algo que ainda noexiste e pode ser til para muitas pessoas. Quando o software atrai a ateno e
interesse de muitos colaboradores, fica evidente que o mantenedor estava correto
quando iniciou o projeto, mantendo o foco da produo no usurio, o que ir resultar
num produto adequado s necessidades e ao perfil do mercado. Ainda assim, por ter
o cdigo fonte acessvel, o software pode ser customizado pelo usurio.
A comunicaoexerce um papel fundamental em todo o contexto, no ficando
limitada divulgao de produtos e servios.
No caso de um projeto open source, de interesse dos contribuidores que
este seja popular, atraindo cada vez mais usurios e mais contribuidores. Quanto
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mais contribuidores, mais rpidas e eficazes sero as atualizaes e o
aperfeioamento do sistema. Quanto maior o nmero de usurios, mais rpidas so
as percepes e indicaes de falhas e possibilidades de melhorias. Portanto,
essencial que o projeto seja divulgado, bem como seus benefcios e vantagens, que
motivem colaboradores a participar do desenvolvimento.
A comunicao tambm essencial para que o software livre ganhe espao
no mercado, pois isto ocorre em funo do aumento de sua credibilidade e do
reconhecimento de seus benefcios e vantagens pelos tomadores de deciso na
rea de TI. A divulgao de argumentos a favor do software livre feita por
empresas que a distribuem, pela mdia especializada e pelas comunidades. Em
geral, muitos contribuidores da comunidade defendem os princpios do movimentoopen source e assumem uma postura a favor do software livre, independentemente
do nome da distribuio para a qual contribuem. Assim, podem apoiar outras
comunidades de outros tipos de software livre. Isso favorece a disseminao e o
fortalecimento dos conceitos do movimento open source no mercado.
Pode-se afirmar que os atributos do modelo de negcios descritos neste
estudo so atualmente bastante conhecidos pelo mercado, principalmente no que se
refere reduo de custos, maior segurana, alta qualidade de produtos e servios,entre outros. Estas caractersticas diferenciam o software livre do proprietrio.
Servios como treinamento, suporte tcnico, consultoria e outras solues
convenceram o mercado de forma definitiva de que o software livre no sinnimo
de software gratuito. O valor agregado proporcionado por estes servios, a
divulgao de casos de sucesso, a comunicao destes atributos ao mercado e o
importante apoio do governo e outras grandes corporaes do setor de TI so
estratgias essenciais para a evoluo do movimento open source no Brasil.A comunicao tambm importante para esclarecer alguns pontos do
relacionamento. Para muitos, as duas distribuies concorrem entre si, uma vez que
a empresa no obtm receita quando um cliente opta pela instalao do Fedora.
Mas ao observar as diferenas existentes entre os dois modelos de distribuio,
possvel concluir que ambas possuem um pblico alvo especfico. Por exemplo, para
alguns clientes, o Fedora suficiente, com suporte oferecido pela comunidade e
menor intervalo de tempo entre lanamento de verses; para empresas com
aplicaes de misso crtica, cujos prejuzos em casos de falhas no sistema podem
ser significativos, imprescindvel que haja suporte tcnico oferecido por diversos
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canais, comprometidos com tempos de resposta, entre outros servios necessrios
para manter a estrutura de TI adequada sua demanda. Ao comparar os dois
sistemas, observa-se que, apesar das caractersticas em comum, como cdigo fonte
aberto, caractersticas e recursos, softwares open source instalados, os servios
agregados pela comunidade e pela Red Hat so determinantes para diferenciar o
foco dos softwares. Este o argumento mais adequado para esclarecer esta
questo.
Outro conflito a interpretao de que o Fedora uma verso de testes da
Red Hat, instvel e imprpria para utilizao. Um dos benefcios para a Red Hat
ter seu produto aprimorado com recursos j testados e aprovados por usurios do
Fedora. Mas, muitas vezes, este fato mal interpretado pela comunidade opensource. Segundo o lder do Projeto Fedora, apesar de patrocinada pela empresa,
este constitui uma distribuio independente, que possui diversas verses
derivadas, inclusive o RHEL. Existe uma relao de troca entre os sistemas open
source em geral e, da mesma forma que outras distribuies usufruem deste modelo
de produo, a Red Hat tambm o faz, sem usar o Fedora como um teste.
Apesar de todas as especificidades deste mercado, a fora da marca tambm
essencial. um dos fatores que contribuem para a liderana de mercado exercidapela Red Hat, uma vez que qualquer empresa pode copiar sua distribuio, mudar o
nome e comercializar.Prova disso foi um anncio feito em meados de Novembro de
2006, pela empresa Oracle, de que lanariam um Linux nomeado Unbreakable
Linux com suporte a custos muito inferiores aos da Red Hat. Porm, um produto
sem valor agregado em nada influenciou o desempenho da lder de mercado. Outra
estratgia que fortaleceu a marca foi sua associao com grandes empresas, como
IBM e HP, estabelecendo parcerias que favorecem ambos os lados e aumentou acredibilidade da Red Hat.
Outro fator que contribuiu para a empresa manter a liderana de mercado a
qualidade de seus produtos e servios, resultante do bom desempenho e
comprometimento dos desenvolvedores do software, o que comprova o sucesso do
modelo de produo do Linux. A Red Hat emprega cerca de 700 profissionais
dedicados ao desenvolvimento de produtos e depende ainda de centenas de outros
desenvolvedores que contribuem com o Projeto Fedora. Para manter a maior parte
desta equipe, basta continuar sendo honesta e verdadeira com a comunidade.
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