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SALVADOR SALVADOR SÁBADO 12/3/2011 A10 REGIÃO METROPOLITANA [email protected] Editor-coordenador Cláudio Bandeira EDUCAÇÃO Dever de casa é dilema ou compromisso? Opine. www.atarde.com.br/cidadaoreporter DEBATE Apesar de a atividade ter sido autorizada no País por lei federal de 2009, projeto da lei municipal necessária para legalizar serviço está parado na Câmara Mototáxis circulam em Salvador na clandestinidade ARIVALDO SILVA E HIEROS VASCONCELOS O comerciário Carlos José Souza, 38, trabalha em Itinga, Lauro de Freitas (Grande Sal- vador), e utiliza diariamente mototáxis, regularizados há dois anos na cidade. Anteon- tem, ele precisou resolver pendência com documenta- ção no Centro Empresarial Iguatemi, em Salvador. Para voltar, ligou para o motota- xista Jurandir Souza, 28, que cobrou R$ 20 pela viagem de 22 km. "É mais rápido e, como conheço o profissional, fica mais garantido", diz Carlos. Como ele, cerca de 30 mil passageiros são atendidos diariamente por quase qua- tro mil mototáxis na capital, mesmo sem a regulamenta- ção, segundo estima o Sindi- cato de Motoboys, Motociclis- tas e Mototaxistas do Estado da Bahia (Sindmoto-BA). A bancária Gleide Macedo, 45, precisou do serviço para chegar a tempo na Faculdade Jorge Amado, na Av. Paralela. Ela estava em Pirajá e fez o trajeto com rapidez. "Foi a única vez que usei. Sentiria mais segurança se o serviço fosse regular", ela ressalta. Mesmo clandestinamente, eles fazem parte da rotina dos soteropolitanos. O Sindmo- to/BA luta pela regularização há mais de cinco anos. Em 2009, o presidente Lula san- cionou a Lei 12.009, autori- zando a atividade, cabendo aos municípios regular o ser- viço com lei própria. A polêmica gira em torno dos riscos, como acidentes e até assaltos na modalidade saidinha bancária, praticada por motociclistas. A lei tam- bém não detalha quais me- didas de segurança devem ser adotadas. Na ocasião, o ex-ministro da Saúde, José Temporão, mostrou-se preo- cupado. O presidente do Sindmo- to-BA,HenriqueBalthazar,re- clama que, apesar da lei fe- deral, em Salvador o assunto “não é discutido”. Para ele, co- mo consequência, “milhares de pais de família atuam na ilegalidade e sem direitos tra- balhistas”. Anteontem, a ca- tegoria protestou contra a apreensão de 115 motos no Carnaval. Conforme ele, há em Salvador cerca de cinco mil mototaxistas, três mil sindicalizados, que transpor- tam cerca de 20 mil pes- soas/dia, principalmente em bairros periféricos, onde “o transporte coletivo é ruim”. O mototaxista Nilton Go- mes, 46, diz que a regulari- zação “trará mais segurança”. Os valores das corridas em Salvador variam de R$ 3 a R$ 25, conforme a distância. Não há tabela seguida por todos. Ainda não Para o médico e perito em acidentes de trânsito Eduardo Sampaio, é preferível que o serviço “não se regulamente brevemente, a não ser que Sal- vador passe por uma trans- formação viária”, o que, para ele, iria requerer alguns anos. “Para essa atividade, são pre- ciso motovias. Como farão is- so, em avenidas tão saturadas como as nossas?”, questiona. As motovias, diz Sampaio, serão necessárias, pois o Có- digo de Trânsito Brasileiro (CTB) não permite o que cos- tumeiramente se vê: motos transitando entre as faixas e fazendo ziguezague. “A moto não é um veículo especial. De- ve andar na faixa, atrás de um carro, ocupando o mesmo es- paço”, lembra. Com a regulamentação da profissão, Sampaio acredita que haveria um grande nú- mero de pessoas, muitas de- sempregadas, querendo atuar na área, o que pode au- mentar os riscos de acidente. “A quantidade de acidentes de moto praticamente duplicou depois que surgiram os mo- toboys, em 1990, para agilizar serviços. Sabemos que o mo- toboy ganha pela quantidade de entregas por dia e isso é aplicado ao mototaxista”, ad- verte o especialista. Fotos Haroldo Abrantes / Ag. A TARDE Com ponto fixo na região da Av. Tancredo Neves, mototaxista Nilton Gomes acha que a lei trará “mais segurança” Este mototaxista leva toucas para higiene do passageiro Regular em Lauro de Freitas, Jurandir leva Carlos Souza REQUISITOS PARA PRESTAR O SERVIÇO 1 Ter completado 21 anos 2 Possuir habilitação, por pelo menos dois anos, na categoria A 3 Carteira de autorização para a prestação do serviço expedida pelo órgão municipal de trânsito e transportes 4 Ter concluído curso especializado, nos termos da regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) 5 Uso de colete de segurança com dispositivos retrorrefletivos e alças laterais, aprovado por órgão credenciado ao Inmetro 6 Apresentar certidões negativas da Vara das Execuções Criminais 7 Seguro de vida para piloto e passageiro, com cobertura mínima no valor de R$ 10 (dez mil ), em caso de morte ou invalidez 8 Oferecer toucas descartáveis para os passageiros, como garantia de higiene 9 Apresentar extrato de pontuação expedido pelo Detran, referente ao ano do cadastramento 10 Apresentar certidões negativas da Justiça Federal – Distribuição Criminal 11 Apresentar atestado médico de que está apto a desempenhar a atividade Feira e Jequié têm serviço regular ALEAN RODRIGUES E JUSCELINO SOUZA Duas das maiores cidades baianas, Feira de Santana e Jequié (a 109 km e 359 km da capital, respectivamente), têm o serviço de mototáxi já regulamentado. Feira foi a primeira, mas o presidente da Associação dos Mototaxistas, Luiz Santana, aponta como uma das maiores dificulda- des o aumento desordenado de clandestinos. Em Jequié, há mais de 6,5 mil pessoas atuando como mototaxistas, no município com pouco mais de 151 mil habitantes. Segundo Luiz Santana, Fei- ra é a segunda cidade do País em número de motos, só per- dendo para Goiânia (GO). No final de 2010, foram cadas- tradas 64 mil motos, mas o sindicalista crê em número maior, com veículos de outros estados e cidades. Segundo Santana, cerca de 80% dos mototaxistas são clandesti- nos: “Mais de 10 mil motos atuam de forma clandestina e constante, o que traz sérios riscos para a população”. Em Jequié, o número de motos equivale a 40,5% da frota total de veículos – de 38.854. O índice de acidentes chama a atenção: 90% envol- veram motos, segundo dados do Samu 192. Juazeiro Em Juazeiro (a 500 km de Sal- vador), há 540 mototaxistas regulamentados, desde ju- nho de 2009. Um acordo en- tre prefeitura, Associação de Mototaxistas e órgãos de se- gurança definiu a viabilidade e localização dos pontos e a quantidade de motos. Segundo o diretor adminis- trativo da Associação dos Condutores Autônomos e Profissionais de Motoboys e Mototáxis, George Almeida, desde que o serviço foi re- gulamentado, a procura só tem crescido. “Iniciamos com 45 pontos, porém tivemos que ampliar o número para 54, devido ao aumento de usuários”, informou. COLABOROU LUCIANA PASSOS 10 mil motos, aproximadamente, atuam clandestinamente em Feira de Santana, segundo o sindicato dos mototaxistas. Cidade foi a primeira na Bahia a regulamentar o serviço Projeto de lei está parado na Câmara Municipal A regulamentação dos moto- táxis na capital depende de lei municipal, mas o projeto está parado na Câmara de Verea- dores, na Comissão de Cons- tituição e Justiça. “Há ques- tionamento sobre a constitu- cionalidade do projeto, que deve ser encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal). Aqui, como em outras capi- tais, há dificuldade em regu- lamentar”, diz o presidente em exercício da Câmara, Pau- lo Magalhães Jr. (PSC). Para ele, “a categoria conta com nosso apoio, mas não pode- mos deliberadamente colo- car quatro mil mototaxistas no trânsito, que hoje requer muita preocupação”. Integrante da Comissão de Transportes, o vereador Pa- lhinha (PSB) acha necessário regulamentar para “evitar o uso indiscriminado de mo- totáxis pela cidade”. Ele de- fende a normatização, com estudos de viabilidade no trânsito e com regras de se- gurança, cursos e qualifica- ção para os condutores. “Na clandestinidade, eles colo- cam as vidas em risco”, opina Palhinha. Segundo o diretor-executi- vo de transporte da Transal- vador, Marcos Flores, se a ati- vidade for legalizada, serão necessários mais 160 agentes para dar conta de fiscalizar. ARIVALDO SILVA E HIEROS VASCONCELOS

Mototáxis circulam em Salvador na clandestinidade

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Matéria publicada na página A10 do jornal A Tarde, do dia 12/3/2011. Arivaldo Silva e Hieros Vasconcelos. Fotos: Haroldo Abrantes. O comerciário Carlos José Souza, 38, trabalha em Itinga, Lauro de Freitas (Grande Salvador), e utiliza diariamente mototáxis, regularizados há dois anos na cidade. Anteontem, ele precisou resolver pendência com documentação no Centro Empresarial Iguatemi, em Salvador. Para voltar, ligou para o mototaxista Jurandir Souza, 28, que cobrou R$ 20 pela viagem de 22 km. "É mais rápido e, como conheço o profissional, fica mais garantido", diz Carlos. Como ele, cerca de 30 mil passageiros são atendidos diariamente por quase quatro mil mototáxis na capital, mesmo sem a regulamentação, segundo estima o Sindicato de Motoboys, Motociclistas e Mototaxistas do Estado da Bahia (Sindmoto-BA).

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Page 1: Mototáxis circulam em Salvador na clandestinidade

SALVADORSALVADOR SÁBADO 12/3/2011A10

REGIÃO METROPOLITANA

[email protected]

Editor-coordenadorCláudio Bandeira

EDUCAÇÃO Dever de casa é dilema oucompromisso? Opine. www.atarde.com.br/cidadaoreporter

DEBATE Apesar de a atividade ter sido autorizada no País por lei federal de 2009,projeto da lei municipal necessária para legalizar serviço está parado na Câmara

Mototáxis circulam emSalvador na clandestinidade

ARIVALDO SILVA EHIEROS VASCONCELOS

O comerciário Carlos JoséSouza, 38, trabalha em Itinga,Lauro de Freitas (Grande Sal-vador), e utiliza diariamentemototáxis, regularizados hádois anos na cidade. Anteon-tem, ele precisou resolverpendência com documenta-ção no Centro EmpresarialIguatemi, em Salvador. Paravoltar, ligou para o motota-xista Jurandir Souza, 28, quecobrou R$ 20 pela viagem de22 km. "É mais rápido e, comoconheço o profissional, ficamais garantido", diz Carlos.

Como ele, cerca de 30 milpassageiros são atendidosdiariamente por quase qua-tro mil mototáxis na capital,mesmo sem a regulamenta-ção, segundo estima o Sindi-cato de Motoboys, Motociclis-tas e Mototaxistas do Estadoda Bahia (Sindmoto-BA).

A bancária Gleide Macedo,45, precisou do serviço parachegar a tempo na FaculdadeJorge Amado, na Av. Paralela.Ela estava em Pirajá e fez otrajeto com rapidez. "Foi aúnica vez que usei. Sentiriamais segurança se o serviçofosse regular", ela ressalta.

Mesmo clandestinamente,eles fazem parte da rotina dossoteropolitanos. O Sindmo-to/BA luta pela regularizaçãohá mais de cinco anos. Em2009, o presidente Lula san-cionou a Lei 12.009, autori-zando a atividade, cabendoaos municípios regular o ser-viço com lei própria.

A polêmica gira em tornodos riscos, como acidentes eaté assaltos na modalidadesaidinha bancária, praticadapor motociclistas. A lei tam-bém não detalha quais me-didas de segurança devem seradotadas. Na ocasião, oex-ministro da Saúde, JoséTemporão, mostrou-se preo-cupado.

O presidente do Sindmo-to-BA,HenriqueBalthazar,re-clama que, apesar da lei fe-deral, em Salvador o assunto“não é discutido”. Para ele, co-mo consequência, “milharesde pais de família atuam nailegalidade e sem direitos tra-balhistas”. Anteontem, a ca-tegoria protestou contra aapreensão de 115 motos noCarnaval. Conforme ele, háem Salvador cerca de cincomil mototaxistas, três milsindicalizados, que transpor-tam cerca de 20 mil pes-soas/dia, principalmente embairros periféricos, onde “otransporte coletivo é ruim”.

O mototaxista Nilton Go-mes, 46, diz que a regulari-zação “trará mais segurança”.Os valores das corridas emSalvador variam de R$ 3 a R$25, conforme a distância. Nãohá tabela seguida por todos.

Ainda nãoPara o médico e perito emacidentesdetrânsitoEduardoSampaio, é preferível que oserviço “não se regulamentebrevemente,anãoserqueSal-vador passe por uma trans-formação viária”, o que, paraele, iria requerer alguns anos.“Para essa atividade, são pre-ciso motovias. Como farão is-so, em avenidas tão saturadascomo as nossas?”, questiona.

As motovias, diz Sampaio,serão necessárias, pois o Có-digo de Trânsito Brasileiro(CTB) não permite o que cos-tumeiramente se vê: motostransitando entre as faixas efazendo ziguezague. “A motonão é um veículo especial. De-ve andar na faixa, atrás de umcarro, ocupando o mesmo es-paço”, lembra.

Com a regulamentação daprofissão, Sampaio acreditaque haveria um grande nú-mero de pessoas, muitas de-sempregadas, querendoatuar na área, o que pode au-mentar os riscos de acidente.“A quantidade de acidentes demoto praticamente duplicoudepois que surgiram os mo-toboys, em 1990, para agilizarserviços. Sabemos que o mo-toboy ganha pela quantidadede entregas por dia e isso éaplicado ao mototaxista”, ad-verte o especialista.

Fotos Haroldo Abrantes / Ag. A TARDE

Com ponto fixo na região da Av. Tancredo Neves, mototaxista Nilton Gomes acha que a lei trará “mais segurança”

Este mototaxista leva toucas para higiene do passageiro Regular em Lauro de Freitas, Jurandir leva Carlos Souza

REQUISITOS PARAPRESTAR O SERVIÇO

1Ter completado 21 anos

2Possuir habilitação, porpelo menos dois anos, nacategoria A

3Carteira de autorizaçãopara a prestação doserviço expedida peloórgão municipal detrânsito e transportes

4Ter concluído cursoespecializado, nos termosda regulamentação doConselho Nacional deTrânsito (Contran)

5Uso de colete de segurançacom dispositivosretrorrefletivos e alçaslaterais, aprovado porórgão credenciadoao Inmetro

6Apresentar certidõesnegativas da Vara dasExecuções Criminais

7Seguro de vida para pilotoe passageiro, comcobertura mínima novalor de R$ 10 (dez mil ),em caso de morte ouinvalidez

8Oferecer toucasdescartáveis para ospassageiros, comogarantia de higiene

9Apresentar extrato depontuação expedido peloDetran, referente ao anodo cadastramento

10Apresentar certidõesnegativas da JustiçaFederal – DistribuiçãoCriminal

11Apresentar atestadomédico de que está apto adesempenhar a atividade

Feira e Jequié têm serviço regularALEAN RODRIGUES EJUSCELINO SOUZA

Duas das maiores cidadesbaianas, Feira de Santana eJequié (a 109 km e 359 km dacapital, respectivamente),têm o serviço de mototáxi járegulamentado. Feira foi aprimeira,masopresidentedaAssociação dos Mototaxistas,Luiz Santana, aponta comouma das maiores dificulda-des o aumento desordenadode clandestinos. Em Jequié,há mais de 6,5 mil pessoasatuando como mototaxistas,no município com poucomais de 151 mil habitantes.

Segundo Luiz Santana, Fei-

ra é a segunda cidade do Paísem número de motos, só per-dendo para Goiânia (GO). Nofinal de 2010, foram cadas-tradas 64 mil motos, mas osindicalista crê em número

maior,comveículosdeoutrosestados e cidades. SegundoSantana, cerca de 80% dosmototaxistas são clandesti-nos: “Mais de 10 mil motosatuam de forma clandestina econstante, o que traz sériosriscos para a população”.

Em Jequié, o número demotos equivale a 40,5% dafrota total de veículos – de38.854. O índice de acidenteschama a atenção: 90% envol-veram motos, segundo dadosdo Samu 192.

JuazeiroEm Juazeiro (a 500 km de Sal-vador), há 540 mototaxistasregulamentados, desde ju-

nho de 2009. Um acordo en-tre prefeitura, Associação deMototaxistas e órgãos de se-gurança definiu a viabilidadee localização dos pontos e aquantidade de motos.

Segundo o diretor adminis-trativo da Associação dosCondutores Autônomos eProfissionais de Motoboys eMototáxis, George Almeida,desde que o serviço foi re-gulamentado, a procura sótem crescido. “Iniciamos com45 pontos, porém tivemosque ampliar o número para54, devido ao aumento deusuários”, informou.

COLABOROU LUCIANA PASSOS

10 milmotos, aproximadamente,atuam clandestinamenteem Feira de Santana,segundo o sindicato dosmototaxistas. Cidade foi aprimeira na Bahia aregulamentar o serviço

Projeto de leiestá paradona CâmaraMunicipal

A regulamentação dos moto-táxisnacapitaldependedeleimunicipal, mas o projeto estáparado na Câmara de Verea-dores, na Comissão de Cons-tituição e Justiça. “Há ques-tionamento sobre a constitu-cionalidade do projeto, quedeve ser encaminhado ao STF(Supremo Tribunal Federal).Aqui, como em outras capi-tais, há dificuldade em regu-lamentar”, diz o presidenteem exercício da Câmara, Pau-lo Magalhães Jr. (PSC). Paraele, “a categoria conta comnosso apoio, mas não pode-mos deliberadamente colo-car quatro mil mototaxistasno trânsito, que hoje requermuita preocupação”.

Integrante da Comissão deTransportes, o vereador Pa-lhinha (PSB) acha necessárioregulamentar para “evitar ouso indiscriminado de mo-totáxis pela cidade”. Ele de-fende a normatização, comestudos de viabilidade notrânsito e com regras de se-gurança, cursos e qualifica-ção para os condutores. “Naclandestinidade, eles colo-cam as vidas em risco”, opinaPalhinha.

Segundo o diretor-executi-vo de transporte da Transal-vador, Marcos Flores, se a ati-vidade for legalizada, serãonecessários mais 160 agentespara dar conta de fiscalizar.

ARIVALDO SILVA EHIEROS VASCONCELOS