Montagem Por Bloco

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA.

PROCESSOS CONSTRUTIVOS NA INDSTRIA NAVAL

A CONSTRUO POR BLOCOS

JAIR DA SILVA DIAS JNIOR

TRABALHO DE CONCLUSO DO CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL

MECNICA

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Estevam Coelho

Salvador, 2012

JAIR DA SILVA DIAS JNIOR

PROCESSOS CONSTRUTIVOS NA INDSTRIA

NAVAL

A CONSTRUO POR BLOCOS

Trabalho de concluso de curso apresentado

como parte das atividades para obteno do

ttulo de Engenheiro Mecnico, do curso de

Engenharia Mecnica Industrial do Instituto

Federal de Educao, Cincia e Tecnologia da

Bahia.

Professor orientador: Rodrigo Estevam Coelho

Salvador, 2012

Jair da Silva Dias Jnior

Processos Construtivos na Indstria Naval

A construo por Blocos.

Trabalho de concluso de curso submetido ao

corpo docente do departamento de Engenharia

Mecnica Industrial do Instituto Federal de

Educao, Cincia e Tecnologia da Bahia

como parte dos requisitos necessrios par

obteno do ttulo de Engenheiro Mecnico,

do curso de Engenharia Mecnica industrial.

Aprovado por:

Prof. Dr. Rodrigo Estevam Coelho

Prof. Msc. Paulo Chaves

Prof. Msc. Joo Batista Menezes Barbosa

Salvador, 02 de abril de 2012.

Dedico este trabalho aos meus pais pelo amor,

carinho e incentivo.

Agradecimentos

Ao professor Rodrigo pela orientao cedida durante a execuo do projeto e os de-

mais demandados pela graduao.

Aos meus amigos Murilo Kielmann, Marcos Augusto, Marcos Patrcio pelo apoio e

companheirismo ao longo da graduao.

Aos meus pais, minha irm Juscilia e familiares pela compreenso e ajuda durante

o perodo de graduao.

Aos amigos e colegas de graduao, pelo companheirismo mostrado durante a jor-

nada de concluso do curso, que tantas vezes pareceu inacabvel.

s vezes preciso se dedicar, sonhar e acreditar para se alcanar um objetivo.

Resumo

Ao longo dos ltimos 10 anos a indstria naval brasileira vem obtendo um forte aumento

na demanda de pedidos. Com isso, os estaleiros de grande e mdio porte vm, cada vez mais,

se modernizando e ampliando suas instalaes e ao mesmo tempo, podemos perceber o sur-

gimento de novos projetos (Estaleiros) por todo o territrio nacional. E com essa ideia que,

o presente trabalho expe de maneira clara, os processos construtivos hoje aplicados inds-

tria naval brasileira, os requisitos mnimos necessrios para a construo de uma embarcao,

como a infraestrutura de um estaleiro, onde so apresentadas suas oficinas e alguns maquin-

rios, as fases e a gesto de seu projeto, onde ser enfatizado o ganho de produtividade alcan-

ado na construo integrada, possibilitando assim que o leitor tenha uma melhor percepo

da complexidade da construo naval.

Palavras-chave: construo naval, bloco estrutural, dique de construo, painel de chapas,

carreira de construo.

Abstract

Over the past 10 years the Brazilian shipbuilding industry has achieved a strong increase

in demand for applications. Thus, the yards are large and medium-sized, increasingly modern-

izing and expanding its facilities and at the same time, we can see the emergence new projects

(Shipyards) throughout the country. It is with this idea, this paper sets out clearly, the con-

struction processes currently applied to the Brazilian shipbuilding industry, the minimum re-

quired for the construction of a vessel such as the infrastructure of a yard, where they present-

ed their workshops and some machinery, and management phases of your project, which will

emphasize the productivity gains achieved in building integrated, thus enabling the reader to

have a better understanding of the complexity of shipbuilding.

keywords: shipbuilding, Structural Block, Building Dock, Place PaneI, Building Berth.

Lista de ilustraes

Figura 1 - - N/T Jahre Viking.. ................................................................................. 16

Figura 2 - Seco de um Petroleiro com Duplo Casco.. ...................................... 17

Figura 3 Navio Graneleiro Berge Nord.I. ............................................................ 18

Figura 4 - M/V "ANIARA" o maior navio RO/RO do mundo.I. .............................. 20

Figura 5 - Navio de carga geral Yu Sung.. ............................................................. 21

Figura 6 Navio Qumico. Fonte:. ......................................................................... 22

Figura 7 Navio Gaseiro. Fonte: . ......................................................................... 22

Figura 8 Dique Seco com dois navios docados. ............................................... 26

Figura 9 - Esquema de seco transversal de um dique flutuante. .................... 26

Figura 10 - Dique Flutuante.. .................................................................................. 27

Figura 11 Panormica do Dique Seco e Flutuante.. .......................................... 27

Figura 12 Carreira de Lanamento Lateral. ........................................................ 28

Figura 13 - Carreira de Lanamento de Popa. ...................................................... 28

Figura 14 - Prticos Sobre Dique Seco. ................................................................ 30

Figura 15 - Guindastes tipo JIB. ............................................................................. 30

Figura 16 Guindastes de Lana Trelia. ............................................................. 31

Figura 17 - Maquete eletrnica parque industrial. ................................................ 32

Figura 18 - Estoque de Chapas.. ............................................................................ 33

Figura 19 - Esquema de uma mesa de tratamento de chapas. ............................ 33

Figura 20 - Mquina de Corte CNC para Chapa de Ao Tipo Prtico ................. 34

Figura 21 - Mquina de Fieira para Desempeno de Chapas. ............................... 35

Figura 22 - Montagem de Redes de Tubulaes em um Bloco. .......................... 36

Figura 23 Esquema de uma Cmara de Pintura e Jateamento ......................... 37

Figura 24 - Manuteno no Eixo Propulsor e Motor Propulso a Diesel. ........... 38

Figura 25 - Sala de Comando com Equipamentos Eltrico-Eletrnicos............. 39

Figura 26 - Linha de Painis Planos e Curvos. ..................................................... 40

Figura 27 - Bloco Montado.. ................................................................................... 40

Figura 28 - Montagem de Blocos. .......................................................................... 41

Figura 29 - Exemplos de construo por Sistemas.. ........................................... 45

Figura 30 - Construo de Navio por Blocos (Instalao da Proa Bulbosa). ..... 46

Figura 31 Construo Integrada.. ....................................................................... 47

Figura 32 - Diviso do Navio em Sees. .............................................................. 48

Figura 33 - Exemplo de Diviso de Bloco. ............................................................ 48

Figura 34 - Fluxo Geral do Processo de Construo de um Navio. .................... 49

Figura 35 - Fabricao de Tubulaes. .................................................................. 50

Figura 36 - Linha de Fabricao de Painis. ......................................................... 51

Figura 37 - Linha de Painis Planos. ..................................................................... 51

Figura 38 - Linha de Fabricao de Painis Planos. ............................................ 52

Figura 39 - Mesa para Soldagem de Painis Curvos. ........................................... 52

Figura 40 - Linha de Painis Curvos. ..................................................................... 53

Figura 41 - Mquina de soldagem automtica. ..................................................... 53

Figura 42 - Montagem de Blocos. .......................................................................... 54

Figura 43 - Trolley utilizado para o transporte de blocos. ................................... 54

Figura 44 - Processo de Edificao. ...................................................................... 55

Figura 45 - Processo de Edificao. ...................................................................... 56

Figura 46 - Inicio de Acabamento de um Compartimento ................................... 57

Figura 47 - Compartimento com Acabamento Final ............................................. 57

Lista de tabelas

Tabela 1 - Gerao de Empregos na Construo Naval ....................................... 13

Tabela 2 - Classificao dos Petroleiros. .............................................................. 16

Tabela 3 - Classificao dos Graneleiros. ............................................................. 18

Tabela 4 - Classificao dos Porta-Contentores. ................................................. 19

Tabela 5 - Fases de Projeto .................................................................................... 42

Tabela 6 - Construo Integrada x Construo por Blocos ................................. 58

Sumrio

Agradecimentos ........................................................................................................ 5

Resumo ...................................................................................................................... 6

Abstract ...................................................................................................................... 7

Lista de ilustraes ................................................................................................... 8

Lista de tabelas ....................................................................................................... 10

Sumrio .................................................................................................................... 11

1 Introduo ............................................................................................................. 13

2 Reviso Bibliogrfica ........................................................................................... 15

2.1 Classificao dos Navios ............................................................................................... 15

2.2 Tipos de Navios ............................................................................................................. 16

2.2.1 Navios Tanque ou Petroleiros ....................................................................................................... 16

2.2.2 Navios Graneleiros ........................................................................................................................ 18

2.2.3 Navios Porta-Contentores ............................................................................................................. 19

2.2.4 Navios de Carga Modular Rolante (RO/RO)Porta-Contentores ................................................... 19

2.2.5 Navios de Carga Geral .................................................................................................................. 20

2.2.6 Navios Qumicos ........................................................................................................................... 21

2.2.7 Navios de Transporte de Gs liquefeito ........................................................................................ 22

2.2.8 Navios Auxiliares ........................................................................................................................... 23

3 Estaleiro ................................................................................................................ 24

3.1 Definio ........................................................................................................................ 24

3.2 Histria .......................................................................................................................... 24

3.3 Estrutura Fsica .............................................................................................................. 25

3.3.1 Diques e carreiras ......................................................................................................................... 25

3.3.2 Beros de Acabamento ................................................................................................................. 29

3.3.3 Guindastes .................................................................................................................................... 29

3.3.4 rea do parque Industrial .............................................................................................................. 32

3.3.4.1 Oficina de Processamento de Chapas e Perfis ......................................................................... 33

3.3.4.2 Oficina de Tubulao .................................................................................................................. 35

3.3.4.3 Oficina de Pintura ....................................................................................................................... 36

3.3.4.4 Oficina Mecnica ........................................................................................................................ 37

3.3.4.5 Oficina Eltrica / Eletrnica ........................................................................................................ 39

3.3.4.6 Oficina de Submontagem e Montagem ...................................................................................... 39

3.3.4.7 Edificao ................................................................................................................................... 41

4 Construo Naval ................................................................................................. 42

4.1 Projeto ........................................................................................................................... 42

4.2 Gesto de Projeto .......................................................................................................... 43

12

4.3 Processos Construtivos ................................................................................................. 44

4.3.1 Construo por Sistemas (Mtodo tradicional) ............................................................................. 44

4.3.2 Construo por Blocos .................................................................................................................. 45

4.3.3 Construo Integrada .................................................................................................................... 46

4.4 Construo de Navios Metlicos .................................................................................... 47

4.4.1 Etapas do Processo de Construo .............................................................................................. 49

4.4.2 Nveis de Operao ....................................................................................................................... 49

4.4.2.1 Fabricao de Partes ................................................................................................................. 50

4.4.2.2 Fabricao de Painis ................................................................................................................ 50

4.4.2.3 Montagem de sub-blocos, blocos e sees. .............................................................................. 53

4.4.2.4 Edificao ................................................................................................................................... 54

4.4.2.5 Acabamento (Outfitting).............................................................................................................. 57

5 Consideraes finais ........................................................................................... 58

Referncias bibliogrficas ...................................................................................... 60

1 Introduo

A construo naval vem crescendo ao longo dos ltimos 10 anos. Esta retomada decor-

rente das recentes descobertas do Pr-sal e das politicas pblicas de incentivo a indstria, co-

mo o Programa de Modernizao e Expanso da Frota (PROMEF) que no primeiro momento

encomendou 26 navios e liberou cerca de R$ 6,2 bilhes em financiamentos para moderniza-

o e construo e de embarcaes. Este crescimento proporcionou a modernizao de alguns

estaleiros j instalados e a implantao de outros. Segundo dados do Sindicato Nacional da

Indstria da Construo e Reparao Naval e Offshore (SINVAL) 1, atualmente existem 11

novos estaleiros em implantao em diversas regies do pas, o que resulta no aumento do

numero de oportunidades de trabalho no setor, a indstria da construo naval emprega hoje

mais de 59 mil trabalhadores.

O objetivo deste trabalho demonstra o ganho de produtividade em estaleiros de mdio e

grande porte, que tem como processo construtivo a construo integrada. A metodologia apli-

cada a este trabalho baseou-se em pesquisas na literatura tcnica, analise de estudos especfi-

cos da rea.

O segundo captulo descreve a classificao e os principais tipos de navios mercantes

atuante no mercado.

O terceiro captulo relata um pouco da histria da construo naval, com a fundao do

primeiro estaleiro no Brasil, da infraestrutura de um estaleiro necessria para a construo de

uma embarcao com o detalhamento de cada oficina contida no processo.

1 SINVAL. Disponvel em:< http://www.sinaval.org.br/docs/ SINAVAL-VisaoGeral-Mar2012.pdf.

Tabela 1 - Gerao de Empregos na Construo Naval. Fonte: SINVAL, 2012.

14

O quarto captulo trata da construo naval, onde so demonstradas as fases do projeto, a

complexidade de sua gesto, os processos construtivos e a metodologia de construo de um

navio metlico, como forma de comprovar o ganho de produtividade com o processo de cons-

truo integrada.

A abordagem deste assunto de grande relevncia para o aprimoramento de nossos co-

nhecimentos em uma rea que pouco abordada no meio acadmico do IFBA. Pois junto com

o crescimento da indstria da construo naval, surgiram novos postos de trabalhos que no

esto sendo preenchidos em sua totalidade, uma vez que as empresas esto tendo uma grande

dificuldade em encontrar profissionais especializados no mercado, isto esta provocando at a

importao de mo-de-obra. Meu intuito ao propor a indstria naval como tema do meu TCC

alm de gerar uma fonte literria para o auxilio de outros trabalhos, fomentar o interesse e a

ateno dos leitores, a este mercado que se encontra em ampla expanso.

15

2 Reviso Bibliogrfica

2.1 Classificao dos Navios

A maneira mais comum de classificar os navios de acordo com a finalidade a que ele se

destina, sendo comumente classificados como (Almeida J.A).

De guerra;

Mercantes;

De recreio;

De servios especiais.

H ainda a classificao de navios de acordo com a natureza do trfego, a forma do cas-

co, o sistema de movimentao de carga, o tipo de sistema propulsor e etc.

Quanto ao material de construo do casco

Madeira;

Ao ou ferro;

Concreto armado.

Quanto ao sistema de propulso

Vela

Remos

Propulso mecnica

Sem propulso

Quanto s guas que navegam

Navios de longo percurso;

Destinam-se a navegao em longos percursos atravs dos oceanos.

Navios de Cabotagem;

Destinam-se a navegao costeira ou em reas limitadas.

Navios fluviais e de lagos

Para navegao em rios e lagos

16

Classificao por Produto Classificao por Porte

CRUDE (petrleo bruto) HANDYSIZE (15-50,000 dwt)

CLEAN PRODUCTS (prod. brancos) PANAMAX (60-80,000 dwt)

DIRTY PRODUCTS(prod. pretos) AFRAMAX (80-120,000 dwt)

SUEZMAX (120-170,000 dwt)

VLCC (200-300,000 dwt)

ULCC (>300,000 dwt)

Tabela 2 - Classificao dos Petroleiros. Fonte: Gordo, 2006.

2.2 Tipos de Navios

Dentro deste captulo apresentaremos os principais tipos e subtipos de navios

2.2.1 Navios Tanque ou Petroleiros

So destinados aos transportes a granel de petrleo e seus derivados. Eles constituem o

maior segmento do mercado mundial, representando cerca de 50 por cento do porte da frota

martima. dentro deste grupo que encontraremos os maiores navios existente no mundo, do

tipo ULCC (ultra large crude carrier). O maior navio j construdo no mundo foi o petrolei-

ro Jahre Viking (1976) com 564.739 dwt2, retratado na Figura 1 - N/T Jahre Viking. Fonte:

Blogmercante. (GORDO, 2006)

Os navios tanques ou petroleiros so habitualmente classificados por produto e por porte

como se mostra na Tabela 2 - Classificao dos Petroleiros

2 DWT - Dead Weigth Tonnage ou tonelagem de peso morto a medida que o navio est projetado para trans-

portar.

Figura 1 - N/T Jahre Viking. Fonte: Blogmercante.

17

Figura 2 - Seco de um Petroleiro com Duplo Casco. Fonte: Blogmercante.

Em maro de 1989, houve um acidente com o petroleiro Exxon Valdez que resultou em

um desastre ambiental, o derrame de 40 milhes de litros de petrleo no Prince William

Sound no Alaska. Isto provocou uma comoo publica mundial e fez com que o governo dos

EUA decretasse a obrigatoriedade de utilizao de petroleiros com duplo casco, segundo um

calendrio definido (OPA- Oil Pollution Act - 90). Em 1992 a IMO (International Maritime

Organization), por presso de vrios pases, adoptou uma alterao ao MARPOL (Conveno

Internacional para a Preveno da Poluio por Navios) que obriga todos os petroleiros com o

mnimo de 5,000 dwt, cuja construo tenha sido iniciada aps Janeiro de 1994, a ter duplo

casco ou um sistema de convs intermdio. A Figura 2 mostra uma seco tpica de um petro-

leiro moderno com duplo casco (GORDO, 2006).

18


HANDYSIZE (15-50,000 dwt) MINERALEIROS

HANDYMAX (35-50,000 dwt CIMENTEIROS

PANAMAX (60-80,000 dwt) CONBULKERS

CAPESIZE (120-170,000 DWT) OBOs (Ore/Bulk/Oil)

OOs (Ore/Oil)

Figura 3 Navio Graneleiro Berge Nord. Fonte: Transportes XXI.

Tabela 3 - Classificao dos Graneleiros. Fonte: Gordo, 2006.

2.2.2 Navios Graneleiros

So destinados aos transportes de carga seca a granel. So navios de grandes dimenses

com capacidade para mais de 200.000 toneladas de carga. Os navios graneleiros slidos (ou

simplesmente graneleiros, j que os graneleiros lquidos so mais conhecidos por navios tan-

ques) so classificados segundo o porte, havendo que distinguir alguns subtipos especialmente

desenhados para certas cargas, conforme mostra a Tabela 3 (GORDO, 2006).

Na Figura 3 podemos observar o navio BERGE NORD, de 300 metros de comprimento e

capacidade para 218.283 toneladas de carga.

19


Feeder 100 499

Feedermax 500 999

Handy 1.000 1.999

Sub-Panamax 2.000 2.999

Panamax 3.000 4.500

Post-Panamax > 4.500

Tabela 4 - Classificao dos Porta-Contentores.Fonte: Gordo, 2006.

2.2.3 Navios Porta-Contentores

So navios em que a carga vem acondicionada em containers de ao. As medidas de ca-

pacidade de um navio porta-contentores o TEUs (twenty foot equivalent units) unidade

para contar container, correspondente a um container de 20 ps ou em FEUs (forty foot equi-

valent units) correspondente a um container de 40 ps, j que so esses os contentores mais

comuns. A largura padro dos contentores de 8 ps, enquanto a altura mais comum de 8.5

ps. Contentores com 9.5 ps de altura so tambm utilizados, para cargas de baixa densidade

(GORDO, 2006).

Abaixo segue Tabela 4 com os tamanhos mais comuns de porta-contentores.

2.2.4 Navios de Carga Modular Rolante (RO/RO)Porta-

Contentores

So navios transportadores de veculos, servindo tambm ao transporte de containers so-

bre rodas. Neste tipo a carga entra e sai dos pores e cobertas, na horizontal ou quase horizon-

tal, geralmente sobre rodas (automveis, nibus, caminhes) ou sobre veculos (geralmente

carretas, trailers, estrados volantes, etc.). H vrios tipos de ROROs, como por exemplo, os

porta-carros, porta-carretas, multi-propsitos e outros, todos com a mesma caracterstica, a

grande altura do costado e a rampa na parte de r da embarcao (GORDO, 2006).

O maior Navio RO-RO do mundo o ANIRA (Figura 4),

20

Figura 4 - M/V "ANIARA" o maior navio RO/RO do mundo. Fonte: Transportes XXI.

2.2.5 Navios de Carga Geral

Estes navios transportam vrios tipos de cargas, na maioria das vezes em pequenos lotes -

sacarias, caixas, veculos encaixotados ou sobre rodas, bobinas de papel de imprensa, verga-

lhes, barris, barricas, etc. Possuem entradas retangulares no convs principal e cobertas de

carga (escotilhas de carga), por onde se embarca as cargas que sero estocadas nas cobertas e

pores. A movimentao da carga do cais para bordo ou vice-versa efetuada pelo equipa-

mento de movimentao de carga do navio (paus de carga e ou guindastes) ou pelo existente

no porto (GORDO, 2006).

A utilizao de navios especializados (porta-contentores e outros) no servio de linhas

afetou diretamente os cargueiros em seu mercado tradicional, fazendo com que hoje estes

navios sejam utilizados quase exclusivamente em funes de tramp (Vagabundo) que se ca-

racteriza como um servio em que o navio oferecido para transportar qualquer tipo de carga

em qualquer parte do mundo. Em contraste com a especializao dos outros tipos de navios, o

navio de carga geral distingue-se pela sua flexibilidade (GORDO, 2006).

21

2.2.6 Navios Qumicos

Desenvolvidos para o transporte de uma vasta gama de diferentes produtos qumicos, os

navios qumicos possuem uma capacidade mdia de 37 000 DWT e um comprimento de 180

metros (GORDO, 2006).

Existem trs tipos de navios para o transporte de produtos qumicos, divididos de acordo

com o Chemical Carrier Code da IMO (International Maritime Organization), em funo do

perigo que as suas cargas oferecem ao meio ambiente, para os quais se estipulam critrios de

arranjo e proteo dos tanques (GORDO, 2006).

Navio de tipo I - substancias perigosas com efeitos graves para alm da vizinhana

imediata do navio;

Navio de tipo II - substancias perigosas que no tm efeitos graves para alm da vizi-

nhana imediata do navio;

Navio de Tipo III - substancias menos perigosas para o meio ambiente.

Figura 5 - Navio de carga geral Yu Sung. Fonte: Transportes XXI.

22

Figura 6 Navio Qumico. Fonte: Transportes XXI.

Figura 7 Navio Gaseiro. Fonte: Transportes XXI.

2.2.7 Navios de Transporte de Gs liquefeito

Estes navios so destinados ao transporte de gases liquefeitos. Comumente chamados de

Gaseiros, eles se caracterizam por apresentarem acima do convs principal tanques tpicos de

formato arredondado (Figura 7) (GORDO, 2006).

23

2.2.8 Navios Auxiliares

So todas as embarcaes responsveis por prestar apoio a atividades martimas, tais co-

mo (GORDO, 2006) :

Rebocadores

Embarcaes de Pilotos

Supply Vessels

Salvamento

Combate a Incndios

Combate Poluio

Quebra-Gelos

Pesquisa

24

3 Estaleiro

Neste capitulo faremos uma assertativa sobre os estaleiros tanto no contexto histrico

como em sua estruturao fsica.

3.1 Definio

Estaleiro considerado o local onde se constroem, guardam e se desenvolvem "grandes -

reparos" nas embarcaes e os seus derivados, para todos os fins, militares, transporte, polcia,

lazer, pesca, como por exemplo, quando se quer "aumentar o tamanho de um navio" (trans-

formando-o como se costuma dizer, numa quase nave), divide-se ento, ao meio o dito na-

vio e "se reconstri", com a "ampliao do meio". Naturalmente, que isso s ocorre depois de

muitos clculos matemticos e de exames em prottipos e/ou modelos, para se verificar a via-

bilidade do Projeto3.

3.2 Histria

O primeiro estaleiro brasileiro foi fundado pelo Baro de Mau, em 1846, na localidade

de Ponta da Areia, em Niteri (Rio de Janeiro). Construdo com grande mobilizao de recur-

sos privados de terceiros nacionais e internacionais , assim como todos os demais projetos

do Baro de Mau, o estaleiro teve seu destino atrelado falncia do prprio empresrio, de-

rivada muito mais do clima antiindustrializante (principalmente contra os empreendedores

nacionais) existente no Imprio do que do gigantismo e de eventuais inabilidades administra-

tivas de seu empreendedor.

A construo naval somente conseguiu se reerguer um sculo depois, em um cenrio

completamente distinto, de apoio e proteo governamental irrestrito indstria renascida. O

Plano de Metas do governo Kubitschek previa estmulos s empresas do setor de bens de ca-

pital, como a indstria naval. Neste intuito, nasceram o Fundo de Marinha Mercante (FMM) e

um tributo especfico, o Adicional de Frete para Renovao da Marinha Mercante (AFRMM),

aps estes, outros planos nacionais foram lanados. Isto possibilitou que o Brasil conseguisse

nos anos 70 a condio de segundo parque mundial de construo naval4

3 Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Estaleiro. Acesso: 02 out. 2011

4 LIMA, Erikson Teixeira; VELASCO, M. O. Luciano. Construo naval no Brasil: existem perspectivas?

Disponvel em: http://www.bndes.gov.br/conhecimento/revista/rev1010.pdf. Acesso: 10 out. 2011.

25

3.3 Estrutura Fsica

Dentro das instalaes de um estaleiro, podemos citar quatro principais ativos que deter-

minam a sua capacidade produtiva:

Diques e carreiras;

Beros de Acabamento;

Guindastes;

rea do parque industrial.

As principais caractersticas de cada ativo sero apresentadas resumidamente neste capi-

tulo.

3.3.1 Diques e carreiras

So os principais ativos em um estaleiro, pois as suas dimenses refletem diretamente na

capacidade de produo de um estaleiro. H diques que possui dimenses capazes de compor-

tar a construo de mais de um navio ao mesmo tempo. Podemos com isso afirmar que as

dimenses do dique reflete a capacidade de produo de um estaleiro, j que limita a produ-

o de navios de forma concomitante.

Segundo sua forma construtiva os diques podem ser divididos em:

Dique Seco

Dique Flutuante

Dique seco ou doca seca - uma construo encravada ao solo e junto as costa martima

e abaixo do nvel do mar, possibilitando assim a recepo de embarcaes para reparo, cons-

truo, vistoria, limpeza e etc.

Dentro do dique a embarcao construda. Quando o casco estiver pronto para o lana-

mento, o dique preenchido at igualar o nvel de gua interno e externo. A comporta ento

aberta e o casco, lanado. A retirada do navio de dentro do dique demora algumas horas (at

um dia, dependendo do caso) e realizada com o auxlio de rebocadores. (Colin, Pinto, 2006)

26

Figura 8 Dique Seco com dois navios docados. Fonte: Collin, Pinto, 2006.

Figura 9 - Esquema de seco transversal de um dique flutuante. Fonte: Wikipedia.

Disponvel em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Doca.

Dique flutuante - diferente do dique seco no uma estrutura fixa em terra e sim mvel

no mar. Construdo em estrutura em forma de U possui a habilidade de ser imerso ou sub-

merso (Figura 9) dependendo de seus tanques de lastreamento, que podem ser preenchidos ou

no por gua (Colin, Pinto, 2006.).

Quando seus tanques esto vazios o dique fica acima do nvel do mar, o que apropriado

para construir ou reparar uma embarcao. Quando seus tanques se enchem de gua, o dique

desce abaixo do nvel do mar. O movimento de descida e subida realizado pelos tanques de

lastro permite que se lance uma embarcao que tenha sido feita no dique, ou que seja coloca-

do sobre ele uma embarcao que vai ser reparada (Colin, Pinto, 2006.).

27

Figura 11 Panormica do Dique Seco e Flutuante. Fonte: Collin, Pinto, 2006.

Figura 10 - Dique Flutuante. Fonte: Panoramio.

28

Carreira - construdo acima do nvel do mar e em posio inclinada, sendo o casco sus-

tentado por trilho. Na carreira existem dois tipos de lanamento do casco ao mar (Colin, Pin-

to, 2006.):

Lanamento lateral, onde o navio apoia-se lateralmente, no plano inclinado, sendo

lanado lateralmente ao mar no fim da construo;

Lanamento de popa, o navio posiciona-se na direo do plano inclinado, paralelo aos

trilhos, sendo lanado de popa ao mar.

Figura 12 Carreira de Lanamento Lateral. Fonte: Soalagoas.

Figura 13 - Carreira de Lanamento de Popa. Fonte: Collin, Pinto, 2006.

29

3.3.2 Beros de Acabamento

Os beros de acabamento (ou de outfitting5) so os locais onde so realizadas tarefas co-

mo a instalao da rede de distribuio eltrica, do HVAC (Heating, Ventilation and Air Con-

ditioning) ou sistema de aquecimento, ventilao e ar condicionado, das tubulaes, junes,

pintura, isolamento e itens estruturais. Ou seja, os beros de acabamento so locais do estalei-

ro que recebem os cascos aps o lanamento, para que o navio seja acabado.

Hoje em dia o outfitting pode ser dividido em duas prticas de utilizao: o pr- outfitting

e o outfitting avanado. O pr- outfitting a prtica mais antiga, caracterizada pela execuo

de tarefas de outfitting que precisam ser realizadas antes da carreira / dique. Como exemplo

pode-se citar a instalao de tubulaes em navios de duplo casco. J no outfitting avanado,

ocorre a realizao de outfitting em estgios anteriores carreira ou ao dique, ainda nas uni-

dades, blocos ou sees. uma tcnica adotada para melhorar nveis de produtividade, aper-

feioada especialmente pelos japoneses. Aps todo o trabalho de outfitting ser realizado, a

embarcao pode passar para a prxima fase de inspeo e testes, antes de ser entregue (Co-

lin, Pinto, 2006.).

3.3.3 Guindastes

Os guindastes so de suma importncia para a produtividade de um estaleiro, pois durante

a montagem das embarcaes h a necessidade de movimentao e elevao de equipamen-

tos, materiais e sistemas. Portanto, quanto maior a quantidade de guindaste em um dique,

mais produtivo ele se torna (Colin, Pinto, 2006.).

Definiremos abaixo os tipos de guindastes mais importantes na indstria naval (Colin,

Pinto, 2006.).

O guindaste prtico so estruturas autossustentadas e suportadas sobre trilhos. Estes tri-

lhos possibilitam a sua movimentao ao redor do dique, cobrindo uma grande rea, facilitan-

do assim a elevao e movimentao de cargas. Os prticos podem ser radio-controlados ou

possuem cabines para o operador.

5 Trata-se do processo de acabamento (instalao da tubulao, pisos, parte eltrica e etc.) no bloco em vez

da embarcao, reduzindo tempo de ocupao do dique e cais para esse processo.

30

Figura 14 - Prticos Sobre Dique Seco. Fonte: Poder Naval.

Figura 15 - Guindastes tipo JIB. Fonte: Collin, Pinto, 2006.

Outro tipo de guindaste o JIB.

31

Figura 16 Guindastes de Lana Trelia. Fonte: Consrcio Rio Paraguau.

O guindaste de lana treliada usualmente utilizado na construo de plataformas mar-

timas, onde se h a necessidade de lanamento de cargas elevadas a grande altura.

A caracterstica principal deste guindaste possuir um tipo de lana com comprimento

fixo, aps sua montagem, o que impede que a mesma seja esticada ou recolhida sem ser des-

montada.

32

Figura 17 - Maquete eletrnica parque industrial. Fonte: Estaleiro Atlntico Sul.

3.3.4 rea do parque Industrial

Todo o processo de produo de um navio (fabricao de peas e etapas iniciais da cons-

truo, at sua montagem final nos diques e carreiras) comportado dentro da rea do parque

industrial.

Dentro do que usualmente praticado nos parques industriais dos estaleiros, podemos di-

vidi-lo em sete oficinas ou reas, que so:

Processamento de chapas e perfis;

Tubulao;

Pintura;

Mecnica;

Eltrica /Eletrnica;

Sub-montagem e montagem;

Edificao.

33

Figura 19 - Esquema de uma mesa de tratamento de chapas.

Fonte: Catlogo da CMV.

Figura 18 - Estoque de Chapas. Fonte: Collin, Pinto, 2006.

3.3.4.1 Oficina de Processamento de Chapas e Perfis

Nesta oficina so executadas as seguintes etapas (FAVARIN, et al 2010):

Estocagem

O ao geralmente estocado ao ar livre e em uma rea prxima da entrada do estaleiro.

Tratamento superficial

Tratamento utilizado para a retirada de impurezas e imperfeies das chapas e perfis.

34

Figura 20 - Mquina de Corte CNC para Chapa de Ao Tipo Prtico

Fonte: Catalogo TAYOR.

Corte e marcao

Aqui as peas so cortadas, marcadas, selecionadas e distribudas para as outras oficinas.

Tratamento de deformaes

As chapas de ao ao sarem da siderurgia, normalmente apresentam deformaes resul-

tantes dos arrefecimentos desiguais a que esto sujeitos aps a laminao e tambm o trans-

porte e a manipulao das mesmas causam outras deformaes, por isso os aos de construo

naval, antes de serem inseridos no processo produtivo, devem passar previamente por etapas

que corrijam as distores em sua geometria. Estas distores so reparadas atravs do uso de

equipamentos como fieiras, prensas, grampos, clipes e macacos hidrulicos e por processos

trmicos e martelamento.

35

Figura 21 - Mquina de Fieira para Desempeno de Chapas. Fonte: Hugh Smith

a. Processo de Desempeno

b. Desenho Descritivo Tpico de uma Mquina

c. Mquina de Fieira em Operao

3.3.4.2 Oficina de Tubulao

Oficina responsvel pela fabricao dos trechos de rede de distribuio de gua, esgoto,

incndio, descarga de gases e outros. Dentro dos processos dentro da fabricao de tubulao

temos a soldagem e a conformao (curvatura) mecnica dos tubos (FAVARIN, et al 2010).

(a)

(b)

(c)

36

Figura 22 - Montagem de Redes de Tubulaes em um Bloco.

Fonte: Estaleiros Navais de Viana Castelo S/A.

3.3.4.3 Oficina de Pintura

Responsvel pela proteo das superfcies metlicas. A consultoria Mckinsey constatou,

em estudo divulgado pela Transpetro, que o custo de tintas 3,8% do total do navio e repre-

senta 10% do trabalho (em horas-homem) num navio de 350 metros (FAVARIN, et al 2010).

Cada setor do navio recebe uma pintura diferenciada e com caractersticas especficas

(resistncia ao atrito, proteo anti-fouling, resistncia extra corroso, resistncia ao ataque

qumico). Estes setores so diferenciados em (STUPELLO, et al 10/2007):

Parte submersa e fundo;

Linha dgua e pontal emerso;

Casco superior;

Superestrutura e reas internas;

Deque principal;

Tanques e dutos;

Equipamentos.

37

Figura 23 Esquema de uma Cmara de Pintura e Jateamento

Fonte: CEGN.

3.3.4.4 Oficina Mecnica

a oficina responsvel pela coordenao das montagens de componentes e artefatos de

mecnica do navio. A partir de informaes tcnicas fornecidas pelos fabricantes e armadores,

a oficina elabora um plano de montagem, alinhamento e testes dos principais equipamentos

dos navios (Bombas, Turbinas, Motores).

38

Figura 24 - Manuteno no Eixo Propulsor e Motor Propulso a Diesel.

Fonte: Arsenal da Marinha.

39

Figura 25 - Sala de Comando com Equipamentos Eltrico-Eletrnicos.


3.3.4.5 Oficina Eltrica / Eletrnica

A oficina responsvel pela fabricao e montagem de painis eltricos, teste de equipa-

mentos e componentes eltricos, lanamento de cabos eltricos, ligao de fiaes e tambm

pela instalao do sistema de automao, superviso e controle (FAVARIN, et al 2010).

3.3.4.6 Oficina de Submontagem e Montagem

Os processos de submontagem e montagem fecha o ciclo da construo estrutural do na-

vio. nesta oficina que acontecem construo dos painis (planos e curvos) e pela monta-

gem dos blocos e sees finais, respectivamente.

Estes blocos, depois de construdos, so levados a oficina de pintura e em seguida, para

regies anexas ao dique para montagem dos blocos e sees. Os processos de montagem po-

dem variar suas caractersticas de acordo o grau de automao, terceirizao e grau de pr-

outfitting do estaleiro (FAVARIN, et al 2010).

40

Figura 26 - Linha de Painis Planos e Curvos.


Figura 27 - Bloco Montado. Fonte: Collin, Pinto, 2006.

41

Figura 28 - Montagem de Blocos. Fonte: Collin, Pinto, 2006.

3.3.4.7 Edificao

No processo de edificao, ocorre unio dos blocos atravs da soldagem dos mesmos,

isso de acordo com uma sequencia pr-definida. Todo o processo ocorre no dique ou na car-

reira do estaleiro e para a movimentao dos blocos e sees, empregam-se prticos com ca-

pacidade de at 100 t (FAVARIN, et al 2010).

42

4 Construo Naval

4.1 Projeto

Na elaborao do projeto de um navio, deve-se buscar a melhor combinao entre as suas

qualidades tcnicas (Solidez, Flutuabilidade, Estanqueidade, Resistncia mnima a propulso

e outras.). Segundo Brito & Gordo (2006), as fases da construo de um navio metlico que

devem ser consideradas no seu projeto so:

Fase Processos / Observaes

Projeto detalhado

Partindo do anteprojeto do navio, realiza-se o projeto de detalhe que

permite o estabelecimento da configurao do navio e a definio

pormenorizada de todos os componentes a adquirir, a manufaturar e a

montar; esta fase tambm permite a definio das necessidades do material

a adquirir, permitindo a sua encomenda.

Estudo e preparao do

trabalho

Elaborao dos documentos tcnicos que permitem ordenar a execuo

dos trabalhos com o uso extensivo do apoio informtico no projeto de

engenharia; esta fase confunde-se cada vez mais com a anterior.

Traagem e planificao

Obteno de elementos informativos que permitem a definio geomtrica

dos componentes estruturais (painis, reforos a outros); obteno das

dimenses antes das deformaes; execuo do aninhamento (nesting),

que o processo de decidir sobre o modo de aproveitamento do material.

Marcao

Operao onde se define de forma indelvel a forma e as dimenses dos

componentes a fabricar. Trata-se da operao fsica de inserir marcas nas

superfcies externas do material atravs do uso de riscadores e punes.

Com o uso cada vez mais extensivo do computador para apoiar o

projeto e a manufatura possvel prescindir da marcao em operaes

fabris, designadamente o corte por meios automticos; os elementos

informativos so enviados diretamente do projeto para a mquina

ferramenta, maaricos automticos de corte, etc.

Manufatura

Fabricao de componentes individualizados a partir da matria-prima;

recorre-se sobretudo ao corte (trmico ou mecnico, sendo o primeiro

mais generalizado) e deformao plstica ou conformao. Por vezes, no

caso de ser necessrio fabricar perfis de dimenses no comercializadas,

usa-se tambm a soldagem.

Pr-fabricao

Corresponde unio entre si de peas ou componentes simples, formando

painis reforados e blocos bidimensionais (pavimentos, anteparas, etc.).

Usa-se principalmente o processo de soldagem.

Montagem de blocos

Ligaes de peas simples, de painis e blocos bidimensionais entre si,

formando blocos tridimensionais de diversas dimenses e complexidade

consoante a estratgia de fabrico. Usa-se principalmente o processo de

soldagem.

Montagem do navio

Posicionamento, alinhamento e ligao de blocos entre si. Usam-se

principalmente os processos de soldagem e os meios de movimentao e

elevao.

Controle de qualidade

Uso de tcnicas de medio linear e de forma, de verificao de

soldaduras, de pinturas, de estanqueidade e outras no mbito da

verificao de qualidade. Estas atividades tem em vista verificar a

conformidade das peas e dos seus conjuntos com o que consta nos

desenhos construtivos e na especificao tcnica do navio.

Proteo superficial

Decapagem e pintura das peas e dos seus conjuntos; estes trabalhos so

feitos em todas as fases. A pintura total do navio feita no final da

construo.

Tabela 5 - Fases de Projeto (Fonte: BRITO; GORDO 2006)

43

4.2 Gesto de Projeto

A gesto do projeto e da construo de navios complexa, pois a industrial naval possui

algumas caractersticas singulares, que so a sua elevada complexidade tecnolgica e admi-

nistrativa, como exemplo, pode-se citar a construo de um navio petroleiro com 250 metros

de comprimento que segundo Pinto (2007), geraria em torno de 18.000 itens a serem contro-

lados. Isto implica no gerenciamento de vrios fornecedores, prestadores de servios, tecnolo-

gias de sistemas e etc.

Como vimos no Capitulo dois, os navios se dividem em grupo e esses grupos se diferen-

ciam por sua complexidade tecnolgica construtiva. Esta complexidade provm das tecnolo-

gias dos equipamentos e sistemas instalados, o que reflete diretamente nos projetos e nas

construes destes navios, isso faz com que haja a necessidade de adotarmos um dos padres

usuais para dividir em partes os componentes de cada navio.

Dentro da indstria naval esta diviso segue dois caminhos:

A diviso do navio segundo seus sistemas (System Work Breakdown Structure -

SWBS), que basea-se nos sistemas do navio (propulso, sistema eltrico e outros). Siste-

ma adotado pela Marinha do Brasil, dada complexidade dos sistemas envolvidos de um

navio de guerra, tais como os sistemas de comunicao, armamentos, sensores e outros,

geralmente em redundncia6.

A diviso do navio segundo a construo do produto (Product Oriented Work

Breakdown Structure - PWBS), esta est fundamentada nos processos construtivos de

um navio, fazendo sua diviso em blocos contendo a parte estrutural do casco, os dutos,

fiao e tubulao que passaro por aquele local. Este sistema aplicado usualmente na

construo de navios mercantes.

6 ESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO. Centro de Estudos em Gesto Naval

CEGN. Metodologia para definio de estrutura de produto de um navio. So Paulo: set. 2007.

44

4.3 Processos Construtivos

A construo de grandes navios metlicos tem uma caracterstica peculiar, a necessidade

do estaleiro est localizado em um ponto estratgico, beira do mar, isso essencial para a

sua montagem, s que este espao limitado e caro. Por isso, atualmente os grandes navios

so construdos em blocos, sees ou anis, tornando sua montagem mais rpida e a ocupao

do espao mais curto.

Esta construo consiste na fabricao dos blocos nas oficinas do estaleiro, em terra, e

depois os blocos so soldados, entre si, no local de edificao do casco, que pode ser o dique

ou a carreira. Os tamanhos destes blocos esto diretamente ligados produtividade do estalei-

ro, quanto maior forem estes blocos, menor ser o trabalho na montagem do navio, o que im-

plica em uma reduo do tempo de entrega do navio e no aumento da produtividade do esta-

leiro. Sendo assim, podemos perceber que na construo de grandes navios metlicos, as ins-

talaes das oficinas tem um papel muito importante na produtividade de um estaleiro, quanto

maior forem as instalaes, maiores sero os blocos fabricados, menor ser o tempo de entre-

ga dos navios e maior ser produtividade do estaleiro.

A seguir trataremos dos processos construtivos aplicveis na construo de grandes navi-

os metlicos.

4.3.1 Construo por Sistemas (Mtodo tradicional)

efetuada a montagem de diversas peas estruturais em pequenos grupos e estes so le-

vados para a carreira de construo, onde o navio montado parcialmente. Aps a concluso

de uma boa parte estrutural do navio, alguns acessrios so instalados (Leme, eixos e algumas

maquinas) e o navio lanado ao mar, ficando num bero de acabamento (Instalao de redes,

cabos eltricos, moblias e outros) onde ser finalizado. Este mtodo no mais aplicado na

construo de grandes embarcaes, visto que um sistema com baixa produtividade e alto

custo, sendo assim s aplicvel nos estaleiros de pequeno porte, na construo de pequenas

embarcaes (BRITO; GORDO 2006).

45

Figura 29 - Exemplos de construo por Sistemas. Fonte: CEGN.

4.3.2 Construo por Blocos

Neste procedimento os blocos so executados na oficina e simultaneamente so fabrica-

das as partes estruturais, as mquinas, as redes e outros e instalados dentro dos blocos e em

seguidas so transportados para a carreira ou dique de construo.

A evoluo tecnolgica nos processos de soldagem e tambm na capacidade dos meios de

elevao e movimentao dos estaleiros possibilitaram a aplicao deste tipo de construo,

pois a unio dos blocos necessita uma maior preciso e controle das juntas soldadas e ao

mesmo tempo sua movimenta necessita de equipamentos com grande capacidade de carga e

de preciso (BRITO;GORDO, 2006).

46

4.3.3 Construo Integrada

Evoluo direta do procedimento por blocos, neste tipo de procedimento a construo es-

trutural, montagem e pintura so executados simultaneamente, mas dentro das limitaes es-

truturais do estaleiro.

Com esta metodologia, execuo simultnea de varias frentes de trabalho, a construo

integrada permite (BRITO; GORDO 2006):

O aumento da produtividade do estaleiro;

A reduo do perodo de construo de um navio;

A reduo de custo;

Melhoria nas condies de trabalho;

Mais eficcia na coordenao entre tarefas;

Melhoria de qualidade, associada melhoria das condies de execuo.

Na figura abaixo podemos observar a montagem pelo procedimento da construo inte-

grada. Perceba que diferente da Figura 30 - Construo de Navio por Blocos (Instalao da

Proa Bulbosa). Fonte: CEGN, o bloco possui um acabamento mais refinado.

Figura 30 - Construo de Navio por Blocos (Instalao da Proa Bulbosa).

Fonte: CEGN.

47

Figura 31 Construo Integrada. Fonte: Collin, Pinto, 2006.

4.4 Construo de Navios Metlicos

Ser exemplificado neste capitulo a construo de um navio metlico, pelo processo

construtivo de construo integrada e com uma gesto baseada na construo do produto

(Product Oriented Work Breakdown Structure - PWBS).

Como visto antes, a gesto do projeto e da construo de um navio complexa, isto faz

com que sua estrutura de produto (PWBS) tambm o seja, dificultando assim, a possibilidade

de um planejamento detalhado de sua construo. De acordo com Stupello (11/2007), deve-se

dividir um navio em sees (quebra do navio), para que seja possvel um planejamento mais

detalhado da sua construo, esta diviso deve observar a seguinte metodologia:

Um navio composto por sees ou blocos;

Sees so divididas em blocos;

Blocos so compostos por sub-blocos;

Sub-blocos so compostos por painis;

Painis so compostos por chapas e perfis;

Considerada a primeira etapa do Work Breakdown, a quebra do navio, tem como maior

objetivo a reduo da mo-de-obra na construo do casco, e para que isso ocorra, a definio

48

Figura 32 - Diviso do Navio em Sees Fonte: Brito et al 2006.

Figura 33 - Exemplo de Diviso de Bloco. Fonte: Stupello, 11/2007.

das sees dever ser feita de forma inteligente, almejando sempre a reduo na quanti-

dade de trabalho e unio das mesmas. Aps esta definio, as sees so divididas em blocos

que sero construdos nas oficinas do estaleiro (STUPELLO, et al, 11/2007; BRITO, et al,

2006).

Com a definio das sees, dar-se incio a etapa da diviso das sees em blocos e sub-

blocos. Algumas regras bsicas so levadas em conta na definio dos blocos, como a facili-

dade construtiva, alinhamento dos blocos, a autossustentao e a capacidade dos equipamen-

tos de movimentao de carga e a estrutura fsica das oficinas do estaleiro. A figura abaixo

exemplifica a diviso de um bloco (STUPELLO, 11/2007).

49

Figura 34 - Fluxo Geral do Processo de Construo de um Navio. Fonte: Stupello, 11/2007.

4.4.1 Etapas do Processo de Construo

A padronizao e sincronizao das etapas do processo construtivo de um navio, propicia

um fluxo de trabalho otimizado, resultando assim, em uma diminuio de tempo de monta-

gem na carreira ou no dique. Pode-se verificar na figura abaixo, um exemplo de fluxo geral do

processo construtivo otimizado (STUPELLO, et al, 11/2007).

4.4.2 Nveis de Operao

A construo do navio faz-se em cinco nveis de operaes que so (STUPELLO, et al,

11/2007):

Fabricao de Partes (Oficinas);

Chapas, Reforadores, Perfis, Tubos.

Fabricao de Painis (Oficinas);

Painis Planos e Painis Curvos.

Montagem de sub-blocos, blocos e sees (Oficinas);

Edificao (dique/ carreira);

Acabamento (cais de acabamento).

50

Figura 35 - Fabricao de Tubulaes.


4.4.2.1 Fabricao de Partes

Este processo produtivo consta da fabricao perfis, spool de tubulaes, reforadores,

perfis e outros.

Os grandes estaleiros fabricavam a maior parte das peas e equipamentos em sua planta

industrial, mas aps a dcada de 80, os estaleiros se concentraram em suas reas de compe-

tncia terceirizando a maior parte deste processo onde os fornecedores entregam, a partir das

especificaes do estaleiro, estes componentes semiacabados. No momento em que se com-

pram chapas, perfis e outras peas j tratados e cortados, como tambm os sistemas e equipa-

mentos de um navio, o estaleiro torna o seu fluxo construtivo mais gil (STUPELLO, et al,

11/2007).

4.4.2.2 Fabricao de Painis

Os painis so basicamente constitudos de chapas e perfis que so trabalhados e solda-

dos. Existem dois tipos de painis: planos ou curvos.

comum dentro do layout de um estaleiro, ter-se a linha de construo dos painis pla-

nos e curvos paralelos, tendo-se ao final um espao dedicado montagem dos blocos. Isto se

justificada pelo fato de que, tendo estes processos prximos, haver a otimizao do seu fluxo

construtivo. Os painis so montados segundo projeto, com o auxlio de pontes rolantes e

guindastes. (FAVARIN, et al 2010).

51

Figura 36 - Linha de Fabricao de Painis. Fonte: Stupello, 11/2007.

Figura 37 - Linha de Painis Planos. Fonte: Favarin, 2010.

Painis Planos

Os painis planos respondem pela grande maioria dos painis (compem o fundo, costa-

dos retos, convs e decks do navio). Em seu processo construtivo existem algumas etapas

como, roteiros de processos, lista de materiais, equipamentos requeridos e tempos de proces-

samento, que so parecidos, podendo haver diferenas quanto ao nmero e tamanho de perfis

ou partes de ao que so soldadas s chapas (FAVARIN, et al 2010).

52

Figura 38 - Linha de Fabricao de Painis Planos. Fonte: Stupello, 11/2007.

Figura 39 - Mesa para Soldagem de Painis Curvos. Fonte: Favarin, 2010.

Painis Curvos

Os painis curvos compem as sees de proa, popa e blocos que unem os costados ao

fundo do navio. Como cada painel possui curvaturas diferenciadas, em sua construo h a

necessidade de uso de dispositivos especiais (FAVARIN, et al 2010).

53

Figura 40 - Linha de Painis Curvos. Fonte: Favarin, 2010.

4.4.2.3 Montagem de sub-blocos, blocos e sees.

Depois de serem tratadas superficialmente (jateamento e pintura), as placas so transpor-

tadas at a oficina de soldagem, geralmente so transportadas por guindaste ou rolo transpor-

tador. Na oficina so unidas, trs a trs, e depois fixadas umas as outras por pontos de solda e

em seguida sofrem uma soldagem final por MIG/MAG em toda sua juno. No estgio se-

guinte as placas recebem os perfis leves e transversais, formando assim os painis (planos e

curvos). Estes painis so agrupados entre si e so montados, juntos com os conjuntos de tu-

bulaes e com outros sistemas, formando os sub-blocos e blocos. Que so transportados a

reas prximas ao dique ou carreira onde so soldados uns aos outros, formando as sees do

navio (FAVARIN, et al 2010).

Figura 41 - Mquina de soldagem automtica. Fonte: Favarin, 2010.

54

O transporte dos blocos/sees entre as oficinas e o dique/carreira, executado por

trolleys (FAVARIN, et al 2010).

4.4.2.4 Edificao

A edificao o processo de montagem final da embarcao que consta da juno de blo-

cos e/ou sees ao navio em construo no dique/carreira. Este se diferencia dos outros, pois

na edificao h uma forte relao de interdependncia entre os processos produtivos. A mon-

tagem dos blocos respeita certa sequncia, por exemplo, a edificao de um bloco de convs

s ser executada aps a edificao do bloco do fundo e costado. A edificao tem algumas

caractersticas que seguem (STUPELLO, et al, 11/2007):

Figura 42 - Montagem de Blocos. Fonte: Favarin, 2010.

Figura 43 - Trolley utilizado para o transporte de blocos. Fonte: Favarin, 2010.

55

um processo lento, que ocorre simultaneamente construo de blocos e outras ati-

vidades no estaleiro;

A possibilidade de ocorrer, em paralelo, ao longo da edificao, subprocessos como a

montagem de blocos em pontos diferentes do comprimento do navio ou em bordos di-

ferentes;

Processo de soldagem de difcil execuo, demorado e composto por atividades pouco

padronizadas, como soldas de tipos, direes e comprimentos diferentes.

Ao final do processo de edificao, o casco do navio lanado ao mar para dar-se inicio

ao acabamento.

Figura 44 - Processo de Edificao. Fonte: Base Militar.

56

Figura 45 - Processo de Edificao. Fonte: Base Militar.

57

4.4.2.5 Acabamento (Outfitting)

O lanamento do casco do navio na gua marca o inicio de uma serie de atividades dife-

renciadas, a instalao de encanamentos, de bombas, sistema eltrico, equipamentos de apoio

habitao, jateamento, pintura, entre outros. Sendo que alguns processos podem ser execu-

tados simultaneamente. Algumas destas atividades so terceirizadas, pois so atividades que

requerem diferentes competncias que geralmente um estaleiro no as tem em totalidade no

seu escopo de recursos humanos (STUPELLO, et al, 11/2007).

Figura 46 - Inicio de Acabamento de um Compartimento.


Figura 47 - Compartimento com Acabamento Final.


58

Const. Tradicional (Blocos) Construo Integrada

Estrututra 90 99

Casa de Mquinas 30 92

Redes de encanamentos 30 93

Condutos 30 97

Habitabilidade 10 64

Cabos eltricos 5 40

Grau de Avano no Lanamento ao Mar 39% 75%

5 Consideraes finais

Este trabalho teve como enfoque, o uso da construo integrada como ferramenta para o

aumento de produtividade de um estaleiro.

De acordo com Brito 2006, a construo integrada proporciona a reduo do tempo, com

a realizao simultnea de maior nmero de trabalhos, e a reduo do custo, com a reduo do

prazo de construo e estes fatos contribuem para o aumento da produtividade do estaleiro.

Na tabela abaixo pode-se comparar o ganho produtivo do processo de construo integra-

da em relao ao processo de construo tradicional(por blocos), na altura do lanamento do

navio gua:

Isto fica claro com a aplicao da etapa inicial do Work Breakdown, a quebra do navio.

Pois a diviso do navio em sees e blocos possibilita a acelerao das etapas construtivas de

um navio e este fato ocorre com a transferncia de grande parte do processo que seria execu-

tado no dique/carreira (em geral o gargalo da produo do estaleiro) para a oficina de monta-

gem (STUPELLO et al, 11/2007).

Como um exemplo da acelerao proporcionada por esse mtodo, podemos citar o pro-

cesso de soldagem, que quando executada na fase de edificao (no dique ou carreira) torna-

se um processo difcil, demorado e com soldas de tipos, direes e comprimentos diferentes.

Ao se transferir o processo de soldagem para as oficinas, obtemos um controle maior das va-

riveis que possam comprometer a qualidade e ou produtividade deste processo, obtendo as-

sim uma acelerao na construo e por consequncia um ganho de produtividade.

Outro fator comprovado de aumento de produtividade a substituio de parte do traba-

lho de outfitting aps o lanamento do navio, por trabalhos executados nas oficinas de monta-

gem, que pode ser realizado em paralelo com a edificao - muito mais fcil e rpido montar

Tabela 6 - Construo Integrada x Construo por Blocos. Fonte: Brito; Gordo 2006.

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sistemas, como tubulaes, sobre o bloco que sobre o navio edificado-(STUPELLO et al,

11/2007).

Atravs do que foi exposto neste trabalho, conclui-se que a aplicao da construo inte-

grada nos estaleiros, possibilita, realmente, um crescimento da produtividade na construo de

um navio.

Existe um vasto leque de assuntos ligados indstria naval que poder ser abordada para

futuros trabalhos, como um estudo mais profundo na gesto do projeto de navios, deforma-

es em chapas e perfis aps soldagem, estudo sobre layout de um estaleiro, estudo de proces-

sos que aumente a produtividade em um estaleiro e etc. Espero que este trabalho seja uma

fonte de pesquisa para outros colegas e que seja uma semente que brote novas discurses.

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Montagem Por Bloco