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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII COLEGIADO DE MATEMÁTICA O MÉTODO GEO-ELÉTRICO: UMA ABORDAGEM METODOLOGICA DA DETERMINAÇÃO DA RESISTIVIDADE ELÉTRICA DO SUBSOLO VISANDO A LOCALIZAÇÃO DE AQUÍFEROS MARCELO REIS DOS SANTOS SENHOR DO BONFIM MAIO DE 2009

Monografia Marcelo Matemática 2009

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Matemática 2009

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

COLEGIADO DE MATEMÁTICA

O MÉTODO GEO-ELÉTRICO: UMA ABORDAGEM METODOLOGICA

DA DETERMINAÇÃO DA RESISTIVIDADE ELÉTRICA DO SUBSOLO

VISANDO A LOCALIZAÇÃO DE AQUÍFEROS

MARCELO REIS DOS SANTOS

SENHOR DO BONFIM

MAIO DE 2009

Page 2: Monografia Marcelo Matemática 2009

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MARCELO REIS DOS SANTOS

O MÉTODO GEO-ELÉTRICO: UMA ABORDAGEM METODOLOGICA

DA DETERMINAÇÃO DA RESISTIVIDADE ELETRICA DO SUBSOLO

VISANDO A LOCALIZAÇÃO DE AQUÍFEROS

Monografia apresentada ao Departamento de Educação, Campus VII da Universidade do Estado da Bahia, como avaliação parcial do componente curricular Trabalho de conclusão de curso (TCC) III para obtenção do grau de Licenciado em Matemática.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Prof. Orientador Msc Ivan Souza Costa

______________________________________________

Prof. Msc. Hélcio Moreira Perin

______________________________________________

Prof. Especialista Wagner Ferreira de Santana

______________________________________________

Profª. Msc. Mirian Brito de Santana

Page 3: Monografia Marcelo Matemática 2009

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

COLEGIADO DE MATEMÁTICA

LICENCIATURA EM MATEMATICA

ESTUDO DO MÉTODO GEO-ELÉTRICO: UMA ABORDAGEM

METODOLOGICA DA DETERMINAÇÃO DA RESISTIVIDADE

ELÉTRICA DO SUBSOLO VISANDO A LOCALIZAÇÃO DE

AQUÍFEROS

MARCELO REIS DOS SANTOS

ORIENTADOR PROF. MSc. IVAN SOUZA COSTA

Monografia apresentada ao Departamento de Educação, Campus VII da Universidade do Estado da Bahia, como avaliação parcial do componente curricular Trabalho de conclusão de curso (TCC) III para obtenção do grau de Licenciado em Matemática.

SENHOR DO BONFIM

2009

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelas graças concedidas.

Aos meus familiares e minha namorada Lidian pelo apoio e motivação durante este

período.

À Universidade do Estado da Bahia pelo compromisso com a Educação de

qualidade por todo o Estado.

Aos colegas do Campus especialmente a turma de Matemática de 2004.1.

Ao Campus VII da UNEB e todo seu corpo de professores e funcionários.

Ao Professor M. Sc. Ivan Souza Costa pela valiosa orientação.

A todos que contribuíram para a realização deste trabalho.

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5

“Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio”

SALMO 16

Page 6: Monografia Marcelo Matemática 2009

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RESUMO

O estudo e avaliação de águas subterrâneas têm sido uma das grandes

preocupações na área de geociências, exigindo constante aprimoramento das

técnicas e métodos de prospecção. Estes estudos fazem parte da geofísica e da

geoquímica, os quais se constituem numa consagrada área de investigação do meio

ambiente. Os conhecimentos destas duas áreas acumulados através de anos de

pesquisa são amplamente empregados na determinação indireta das propriedades

físicas e químicas do meio em questão para o diagnóstico da subsuperfície. Dentre

estes métodos indiretos a eletrorresistividade é uma das ferramentas mais

comumente utilizada em pesquisas ligadas à prospecção e captação de água

subterrânea. Este trabalho trata do estudo do método eletrorresistivo a partir de uma

revisão bibliográfica descrevendo, sua importância para a localização e captação de

água com baixo teor salino, bem como os métodos de interpretação, sendo nesta

fase dado enfoque a interpretação quantitativa, que se baseiam principalmente na

aplicação de métodos numéricos (mínimos quadrados, elementos finitos, diferenças

finitas, entre outros) a fim se chegar à caracterização de um modelo geoelétrico final.

Deste modo ter-se-á em mãos uma visão geral da geologia de estudo,

proporcionando assim as devidas ações área referida.

Palavras-chave: águas subterrâneas, eletrorresistividade, métodos numéricos.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS 08

LISTA DE TABELAS 09

LISTA DE ABREVEATURAS E SIMBOLOS 10

INTRODUÇÃO………………………………………………………….. 11

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA………………………………………….. 14

1.1 Águas subterrâneas......................................................................... 14

1.1.1 Os Aqüíferos.................................................................................... 15

1.2 Fundamentos do método geo-elétrico............................................. 17

1.2.1 Conceitos fundamentais................................................................... 17

1.2.2 Histórico e a natureza dos métodos geo-elétricos........................... 18

1.3 O Método da eletrorresistividade..................................................... 20

1.3.1 A resistividade elétrica..................................................................... 21

1.3.2 Conceito e aplicação do método eletrorresistivo............................. 23

1.3.3 Formas de arranjo dos eletrodos..................................................... 30

1.3.4 Tipos de levantamento..................................................................... 31

2 DESENVOLVIMENTO DA TECNICA EM CAMPO......................... 34

2.1 Tipo de pesquisa.............................................................................. 34

2.2 Desenvolvimento dos ensaios......................................................... 34

2.3 Equipamentos utilizados nos ensaios.............................................. 37

2.4 A Embreagem.................................................................................. 37

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................... 39

3.1 Interpretação dos dados geoelétricos.............................................. 39

3.1.1 Interpretação Qualitativa.................................................................. 39

3.1.2 Interpretação Quantitativa................................................................ 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................. 45

REFERÊNCIAS................................................................................ 46

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 Aqüíferos: (A) Granular; (B) Carstico; e (C) Fraturado (VALLEJO

et al., 2002) apud (COSTA, 2008).................................................... 08

FIGURA 02 Ilustração da manifestação da Lei de Ohm e por seguinte a

resistividade elétrica ρ de um cilindro homogêneo e isotrópico,

(FACHIN, 2007)............................................................................... 21

FIGURA 03 Subdivisão dos métodos geofísicos aplicados (COSTA, 2008)....... 24

FIGURA 04 Fluxo de corrente de um eletrodo na superfície (GODOLFO,

2007)................................................................................................ 26

FIGURA 05 Figura 5: Disposição dos eletrodos de corrente (A e B) e potencial

(M e N) (FACHIN, 2007)................................................................... 27

FIGURA 06 Configuração dos eletrodos no arranjo Schlumberger (PALMA,

2004)................................................................................................ 28

FIGURA 07 Ilustração de subsolo heterogêneo (modificado de ORELLANA,

1972 apud Silva 2008)..................................................................... 29

FIGURA 08 Desenvolvimento da técnica da sondagem elétrica em várias

fases Braga 2007............................................................................. 36

FIGURA 09 Figura 9: Aparelho geofísico – SYSCAL R2..................................... 37

FIGURA 10 Figura 10: Processo de embreagem a partir de uma SEV

realizada em campo, representação em um gráfico bilogarítmos

(CAVALVANTI, 1999)....................................................................... 38

FIGURA 11 Figura 11: Exemplos de morfologia de curvas de resistividade

(BRAGA, 1999)................................................................................ 41

FIGURA 12 Figura 12: (a) Métodos dos mínimos quadrados, (b) método

elementos finitos e (c) método das diferenças finitas...................... 43

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Classificação dos aqüíferos quanto às rochas e suas respectivas

discrições modificadas de (Braga, 2006)......................................... 16

TABELA 2 Métodos geoelétricos com seus respectivos parâmetros físicos

SILVA 2008...................................................................................... 20

TABELA 3 Formas de propagação de corrente elétrica nos materiais e

rochas Braga, 2006.......................................................................... 22

Page 10: Monografia Marcelo Matemática 2009

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LISTAS DE ABREVEATURAS E SÍMBOLOS

ρ - Resistividade elétrica

σ - Condutividade elétrica

AB - Eletrodos de corrente

MN - Eletrodos de potencial

Jur

- Vetor densidade de corrente

Eur

- Vetor campo elétrico

∇ - Operador nabla

aρ - Resistividade aparente

Ι - Intensidade de corrente elétrica

V∆

- Diferenca de potencial

Κ - Fator geométrico

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INTRODUÇÃO

A possibilidade concreta da escassez de água doce começa a tornar-se

grande ameaça para a população mundial. A água subterrânea como recurso hídrico

assume importância fundamental neste início de século (ELIS, s/d).

Praticamente todos os países do mundo, desenvolvidos ou não, utilizam água

subterrânea para suprir suas necessidades, seja no atendimento total ou

suplementar do abastecimento público, seja em outras atividades como irrigação,

produção de energia, indústria, entre outras (Associação Brasileira de Águas

Subterrâneas - BRASIL, 2001).

No Brasil, 15,6% dos domicílios utilizam exclusivamente água subterrânea,

77,8% usam rede de abastecimento de água e 6,6% usam outras formas de

abastecimento (Agência Nacional das Águas - ANA, 2005).

Segundo relatórios da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS)

de 2001 estima-se que hoje em todo o Nordeste existam por volta de 150.000 poços

tubulares mas os escassos registros encontram-se dispersos e/ou inacessíveis,

sendo que esses poços são quase sempre construídos sem acompanhamento por

profissional habilitado. Proporcionando assim a captação de águas com

composições químicas que apresentam alto teor de salinidade também conhecidas

como água salobra, inviabilizando o consumo humano.

Uma solução viável e econômica, tanto para a localização de aquiferos bem

como na obtenção de poços com baixa salinidade é a aplicação dos métodos

geoeletricos de investigação. Segundo Elis (s/d) estes utilizam as propriedades e

parâmetros elétricos de solos e rochas, como condutividade, resistividade, potencial

espontâneo, campo eletromagnético, para investigar a geologia de subsuperfície.

A utilização de métodos de geofísica elétrica no estudo de casos envolvendo

questões hidrogeológicas, ambientais, geotécnicas e de mineração já é bastante

difundida e utilizada no mundo inteiro (XAVIER, 2004).

Page 12: Monografia Marcelo Matemática 2009

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No caso especifico do parâmetro resistividade elétrica, segundo Braga (2006)

é função decrescente da quantidade de água, e da natureza dos sais dissolvidos.

Esta condição viabiliza aplicação de métodos elétricos de investigação nas

pesquisas ligadas à hidrogeologia.

Pertencente ao grupo dos métodos geoelétricos, a eletro-resistividade, é um

método geofísico cujo principio está baseado na determinação da resistividade

elétrica do subsolo (COSTA, 2008). Este usa a resposta da terra à passagem, em

sua superfície, de correntes elétricas geradas artificialmente na sua superfície. As

zonas de fratura estão geralmente associadas a anomalias condutivas da

resistividade (SILVA, 2000). Sendo que estas medidas podem ser obtidas sob a

forma de sondagem elétrica vertical (SEV) para procurar camadas permeáveis

(aqüíferos granulares) ou sob a forma de caminhamento elétrico para identificar

zonas menos resistivas que podem estar associadas a fraturas preenchidas com

água (ELIS, s/d).

Sua interpretação segundo Costa (2008) pode ser de forma quantitativa, que

tem por base a caracterização dos domínios geoelétricos, observando a morfologia

das curvas segundo características comuns da geologia e hidrogeologia local; e

quantitativamente que se baseia nas informações geológicas e modelagem

numérica dos dados (mínimos quadrados, diferenças finitas, elementos finitos, entre

outros), estabelecendo assim um modelo geoelétrico final.

O presente trabalho abordará, a partir de ampla revisão bibliográfica, o

método eletrorresistivo, com o objetivo de descrever as nocões básicas de

funcionamento do método, destacando as várias fases de processamento, bem

como relacionar as ferramentas matemáticas e físicas essenciais para o desenrolar

dos ensaios e consequente obtenção de dados seguros, contribuindo para o

aprimoramento da aplicabilidade na investigação de subsuperfície visando à

prospecção e captação de águas subterrâneas com baixo teor salino, viabilizando

assim o melhor local para a locação de poços tubulares propícios para

abastecimento humano.

Tendo como objetivos específicos: discutir que relação existe entre a

resistividade elétrica e a salinidade da água; mostrar a importância socioeconômica

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da aplicação do método para as populações do semi-árido nordestino; descrever as

bases físicas e matemáticas implícitas no método.

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1 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Segundo a definição da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a

NBR – 9896 de 1993, “água subterrânea é a água que ocupa a zona saturada do

subsolo ou num sentido mais amplo, toda a água situada abaixo da superfície do

solo na litosfera”.

As águas subterrâneas estão disponíveis em todas as regiões da Terra,

constituindo importante recurso natural. Essas são utilizadas freqüentemente para

abastecimento doméstico, irrigações em áreas rurais e fins industriais (TUNDISI,

2003).

A utilização das águas subterrâneas remonta os primórdios das civilizações,

sendo exploradas através de poços rasos escavados, cujos vestígios mais antigos

datam de 12.000 a.C. (BONGANHA, 2005).

Os 8.512.000 km² do território nacional podem armazenar um volume superior

a 112.000 km³ de água subterrânea. Esta colossal quantidade poderia abastecer a

população do planeta durante 250 anos. Infelizmente, nem toda a água subterrânea

pode ser extraída, tampouco a sua distribuição é eqüitativa em todo o país

(TEIXEIRA et al, 2008).

Em geral, as águas subterrâneas apresentam características físicas

perfeitamente compatíveis com os padrões de água potável, sendo uma fonte rica

para o abastecimento hídrico das cidades, diante do aumento populacional

(VELOSO, 2006).

As tendências mundiais mostram um forte crescimento do uso da água

subterrânea principalmente pela população rural, sobretudo em países de

economias periféricas, que estão encontrando na água subterrânea uma alternativa

de baixo custo, devido a sua fácil obtenção e boa qualidade natural (TEIXEIRA et al,

2008).

Page 15: Monografia Marcelo Matemática 2009

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O uso racional e a gestão dos recursos hídricos subterrâneos tornam-se cada

vez mais importantes, principalmente pela crescente demanda de água e dos

problemas de escassez e mau uso, os quais já ocorrem em diversas partes do

mundo (MOTA, 2004).

1.1.1 Os Aqüíferos

As formações ou camadas da zona saturada nas quais se podem obter água

para uso proveitoso são chamadas formações, aqüíferas, lençóis aqüíferos,

reservatório de águas subterrânea ou, simplesmente, aqüíferos (MONTEIRO, 1999).

Teixeira et al (2008) denomina aqüíferos como sendo unidades rochosas ou

de sedimentos, porosos e permeáveis, que armazenam e transmitem volumes

significativos de água subterrânea passíveis de ser explorados pela sociedade.

Para ser classificada como aqüífero, uma formação geológica deve conter

poros ou espaços abertos repletos d’agua; além disso, esses poros devem ser

suficientemente grandes em ordem a permitirem à água mover-se através deles, em

direção aos poros e nascentes, com uma vazão apreciável (MONTEIRO, 1999).

Segundo Costa (2008), em função da composição dos materiais geológicos e

a forma como as águas são armazenadas, os aqüíferos podem ser classificados em

Granulares, Cársticos e Fraturados (FIGURA 1).

Figura 1: Aqüíferos: (A) Granular; (B) Carstico; e (C) Fraturado (VALLEJO et al., 2002) apud (COSTA,

2008).

Braga (2006) complementa esta classificação tabelando os aqüíferos

supracitados em relação às suas rochas constituintes (TABELA 1):

Excluído: ¶¶

¶¶¶¶

O Nordeste Brasileiro compreende uma área de aproximadamente 1.600 mil km quadrados, dos quais 937 mil km quadrados constituem uma região de características semi-áridas, conhecida como “Polígono das secas”(MEDEIROS, 1987).¶¶Para Marinho (1997), a escassez de água superficial de água no Nordeste é um fenômeno mais ligado a irregularidades das precipitação pluviométricas e a fatores geológicos do que propriamente às medias pluviométricas anuais.¶¶Para Mota (2004), diversos métodos podem ser utilizados na pesquisa de água subterrâneas para obter informações das condições hidrológicas de subsuperficie. ¶¶¶¶¶

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Tabela 1: Classificação dos aqüíferos quanto às rochas e suas respectivas

discrições.

Rocha Aqüíferos Descrição

Granulares

Compostos por materiais granulares (solos, rochas sedimentares, etc.), em que a água ocorre ocupando os espaços intergranulares.

Sedimentares

Cársticos

Compostos por rochas duras ou materiais granulares, em que a água ocorre ocupando espaços vazios formados pela dissolução do material original.

Cristalinas Fraturados Compostos por rochas compactas, em que a água ocorre ocupando fissuras, fendas ou fraturas dessa rocha.

Fonte: Modificado de Braga 2006

Segundo Teixeira et al (2008) muito embora os aqüíferos formem o maior

reservatório de água líquida do mundo, sua distribuição não é igual no planeta.

Algumas áreas possuem uma abundância deste recurso enquanto em outras é

quase inexistente.

Lima (1979) menciona que o volume de águas subterrâneas no polígono das

secas é bastante elevado, sendo que a exploração destas águas subterrâneas é,

sem duvida, a solução mais apropriada ao problema do suprimento de água na

região nordeste. Sendo que em algumas regiões as análises químicas disponíveis

indicam águas altamente mineralizadas e não utilizáveis para o consumo humano.

O grande problema no gerenciamento da quantidade dos recursos hídricos

subterrâneos é estabelecer o volume total explorável de um aqüífero ou parte dele,

sem que isso esgote o recurso (TEIXEIRA et al, 2008).

As abordagens usualmente utilizadas para prospecção de água subterrânea

ainda carecem de fundamentação técnico-científica, tendo como reflexo uma grande

quantidade de poços improdutivos ou salinizados (CPRM, 2001).

Estudos realizados mostraram que a proporção de insucessos medida pelo

número de poços secos é muito elevada (cerca de 35%). Do ponto de vista químico,

as águas são dominantemente cloretadas, com salinidades variando entre 195 mg/l

e 18.600 mg/l e com média de 3.000 mg/l de sólidos dissolvidos (CERB, 1983 apud

LIMA, 2003).

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1.2 FUNDAMENTOS DO MÉTODO GEO-ELÉTRICO

1.2.1 Conceitos Fundamentais

Segundo Braga (2007) os fundamentos teóricos desses métodos baseiam-se

na determinação de propriedades físicas que caracterizam os diferentes tipos de

materiais que se encontram no ambiente geológico, e nos contrastes que estas

propriedades podem apresentar. Sendo assim, os métodos geofísicos elétricos

utilizam a relação construtiva expressa pela lei de Ohm e o acoplamento dos dois

campos vetoriais eletromagnéticos dados pelas equações de Maxwell, na presença

de cargas elétrica (SILVA, 2002).

Para Palma (2004) esta lei constitui uma relação experimental entre a

densidade de corrente elétrica (taxa de deslocamento de cargas por unidade de

área), e um campo elétrico aplicado. Tal relação, quando um meio é isotrópico e

linear tem a seguinte equação:

J Eσ=ur

(1.0)

Onde σ é denominada condutividade elétrica e, sua inversa, ρ = 1/σ, a

resistividade elétrica.

Silva (2002) menciona em condições estacionárias, as derivadas em relação

ao tempo são nulas e a equação de Maxwell para o campo elétrico, assim como a

da conservação de carga elétrica se reduzem a:

0∇× Ε = (1.1)

0J∇ × = (1.2)

Segundo Godolfo (2007) quando o rotacional do campo elétrico é nulo, faz

com que este seja conservativo, existindo assim uma função escalar V, chamada de

potencial, tal que,

(1.3)

Jur

VΕ=−∇

Excluído: ¶Diferentes rochas têm

diferentes capacidades de armazenar e transmitir água. Em certas áreas, o regime climático limita a recarga dos aqüífero, reduzindo sua produção. Teixeira et al, 2008.¶

O grande problema no gerenciamento da quantidade dos recursos hídricos subterrâneos é estabelecer o volume total explorável de um aqüífero ou parte dele, sem que isso esgote o recurso. Teixeira et al, 2008.¶

Excluído: para meios homogêneos

Excluído: forma

Excluído: <sp><sp>

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18

A partir destas equações segundo Silva (2002), considerando a lei de Ohm

para meios isotrópicos e lineares, pode-se escrever que,

( ) 0J σ∇ ⋅ = ∇ ⋅ Ε = (1.4)

Substituindo na equação (1.4) o E dado em (1.3), obtêm-se que o potencial

elétrico V deve satisfazer a

( ) 0Vσ∇ ⋅ ∇ = ou (1.5)

20V Vσ σ∇ ⋅∇ + ∇ = (1.6)

Se a região de interesse apresentar uma condutividade constante e diferente

de zero, a equação satisfeita pelo potencial é a equação de Laplace,

20V∇ = (1.7)

A solução desta equação diferencial tem sua complexidade controlada pela

geometria (condições de contorno) admitida para o modelo de superfície adotado.

Diversos esquemas de resolução existem, desde aqueles totalmente numéricos

(diferenças finitas, elementos finitos) até os analíticos (SATO, 1996; OLDENBURG,

1978 apud CAVALCANTI, 1999).

1.2.2 Histórico e a natureza dos Métodos Geo-Elétricos

Segundo Borges (2007), os métodos geo-elétricos possuem sua origem no

século XVIII, com a descoberta da resistividade das rochas e da condutividade do

solo.

Contribuições significativas em relação aos métodos foram dadas pelo

engenheiro francês Conrad Schlumberger e o norte-americano Frank Wenner

(FACHIN, 2006). Eles foram responsáveis pela introdução do arranjo de quatro

eletrodos para medidas de resistividade em superfície (BORGES, 2007).

Muitas das metodologias e técnicas desenvolvidas por estes são utilizadas

nos dias atuais e algumas até aprimoradas e modificadas através do

Page 19: Monografia Marcelo Matemática 2009

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desenvolvimento de novas tecnologias, tanto de equipamentos geofísicos quanto de

métodos interpretativos (FACHIN, 2007).

Mota (2004) menciona que diversos métodos podem ser utilizados na

pesquisa de água subterrânea para obter informações das condições hidrológicas de

subsuperfıcie. Dependendo de como as informações subsuperficiais são obtidas,

eles se classificam em métodos diretos ou indiretos.

Para Borges (2007), os métodos diretos são caracterizados pela ação de

invasão no solo, ou seja, o subsolo é escavado para a localização do alvo como

poços de investigação ou furos de sondagem e trincheiras.

Já os métodos indiretos permitem avaliar as condições geológicas locais

através dos contrastes das propriedades físicas dos materiais de superfície, com a

vantagem da rápida avaliação de grandes áreas com custo relativamente menor

(VELOSO, 2006). Segundo Borges (2007), os métodos indiretos são baseados

exclusivamente em parâmetros físicos captados em subsuperfície que possibilitam

muitas aplicações em locais onde se tem restrições a perfurações e a escavação do

solo. Sendo que a natureza não invasiva dos métodos indiretos (não afeta e não

destrói camadas selantes naturais ou artificiais) aliada a rapidez e facilidade de

aplicação dos ensaios, torna-se uma excelente ferramenta para ser aplicada em

estudos ambientais (FACHIN, 2007).

A aplicação destes métodos elétricos indiretos pode contribuir para melhor

avaliação dos recursos de água subterrânea disponíveis, proporcionando a escolha

dos melhores locais para perfuração e a estimativa da salinidade da água

(MEDEIROS, 1987).

Para Gallas (2003) o emprego da eletrorresistividade na prospecção de água

subterrânea proporciona uma considerável diminuição de custos na perfuração de

poços tubulares, uma vez que o método detecta com precisão a existência de

estruturas potencialmente aqüíferas.

Este tem demonstrado bons resultados e permitiu que ao longo dos anos os

pesquisadores desenvolvessem um bom conhecimento das condições geoelétricas

Page 20: Monografia Marcelo Matemática 2009

20

que determinam as melhores possibilidades para a locação de poços tubulares no

semi-árido nordestino (FEITOSA, 2001 apud OLIVEIRA, RIBEIRO, FILHO, 2003).

Os métodos elétricos têm a função de estudar o comportamento do fluxo de

corrente elétricas no ambiente geológico. Tornando possível determinar a geometria

e a resistividade elétrica dos materiais geológicos em subsuperficie, usando fontes

artificiais (PALMA, 2004).

A condutividade, a permeabilidade magnética e a permissividade dielétrica

são características mensuráveis dos métodos geo-elétricos. Os métodos que

compõem este grupo são: a eletrorresistividade, a polarização, o potencial

espontâneo e o eletromagnético (BORGES, 2007).

Portanto fica possível tabelar os seguintes métodos geoelétricos e os

parâmetros físicos correspondentes analisados (TABELA 2).

TABELA 2: Métodos geoelétricos com seus respectivos parâmetros físicos.

MÉTODOS GEOELETRICOS

PARAMETROS FISICOS UNIDADES DE MEDIDA

Eletrorresistividade Resistividade elétrica ohm.metro Radar de penetração Constante dielétrica/permissividade cm/ns

Polarização induzida Variação de voltagem mV/V Potencial espontâneo Potencial natural mV

Eletromagnético Condutividade mS/m

Fonte: SILVA (2008)

1.3 O MÉTODO ELETRORRESISTIVO

1.3.1 Resistividade Elétrica

A resistividade baseia-se na Lei de Ohm, que define uma relação empírica

entre a corrente fluindo através de um condutor e o potencial de voltagem requerido

para conduzir esta corrente (BRAGA 2005).

Excluído: O parâmetro

Page 21: Monografia Marcelo Matemática 2009

21

Segundo Koefoed (1979) apud Nascimento et al (2004), a resistividade

elétrica de uma substância pode ser definida como a resistência à passagem de

corrente, sendo expressa em unidade de resistência multiplicada por unidade de

comprimento Ohm.m (FIGURA 2).

Figura 2. Ilustração da manifestação da Lei de Ohm e por seguinte a

resistividade elétrica ρ de um cilindro homogêneo e isotrópico (FACHIN, 2007).

Considerando-se o corpo cilíndrico exposto acima um material homogêneo, a

resistividade elétrica deste corpo segundo Godolfo (2007) será dada por:

R S

⋅=

(2.0)

Onde:

= Resistividade Elétrica (Ohn)

= Comprimento do cilindro (metros)

= Resistência Elétrica (Ohn)

= A área da secção transversal do cilindro, em metros quadrados.

A resistividade é uma propriedade física de cada substância medida e

tabelada para vários materiais. No entanto, as rochas e principalmente os solos, são

meios passíveis de grandes variações laterais e verticais de propriedades físicas e

químicas, as quais se refletem nos valores da resistividade (COSTA, 2008).

DE acordo com Godolfo (2007), nestes a resistividade depende, dentre

outros, dos seguintes fatores predominantes: porosidade, composição mineralógica,

S

R

L

ρ

Excluído: <sp>

Excluído: <sp>

Excluído: <sp>

Excluído: <sp>

Excluído: <sp>

Excluído: <sp>

Excluído: <sp>

Excluído: <sp>

Page 22: Monografia Marcelo Matemática 2009

22

grau de saturação, resistividade do fluido que preenche os vazios (que é função da

concentração de sais dissolvidos).

Em solos e rochas o mecanismo pelo qual a corrente elétrica se propaga, são

caracterizados pela sua condutividade , que numericamente pode ser expressa

como o inverso da resistividade, dado por Costa (2008) por:

ρ= (2.1)

Segundo Silva (2008) nas rochas, os mecanismos de propagação da corrente

elétrica podem ser: as conduções eletrônica (ôhmica), eletrolítica (iônica) e

dielétrica, as duas primeiras são governadas pelo parâmetro físico resistividade

elétrica (TABELA 3).

Tabela 3: Formas de propagação de corrente elétrica nos materiais e rochas (BRAGA, 2006).

Condutividade

eletrônica

Metais e

Semicondutores

Deve-se ao transporte de elétrons na matriz da

rocha, sendo sua resistividade governada pelo

modo de agregação dos minerais e o grau de

impurezas.

Condutividade

Iônica ou

eletrolítica

Eletrólitos sólidos

(dielétricos)

e líquidos

Deve-se ao deslocamento dos íons existentes

nas águas contidas nos poros de uma massa

de solo. Este tipo de mecanismo é o que

interessa a Hidrogeologia.

Na grande maioria das litologias encontradas na natureza a condução será

eletrolítica, sendo o meio condutor uma solução de água e sais comuns distribuídos

de maneira complexa na estrutura dos poros da rocha (GALLAS, 2000).

No que tange a materiais geológicos de subsuperfície a propriedade elétrica

mais significativa é a resistividade, esta é inversamente proporcional à condutividade

elétrica (OLIVA, KIANG, 2007). Sendo que a resistividade mede a dificuldade de

transporte de cargas livre pelo meio (MOTA, 2004).

Para Gallas (2000), uma vez que a grande maioria das rochas e solos são

maus condutores, suas resistividades deveriam ser extremamente altas, não fosse

pelo fato que usualmente elas apresentam interstícios que estão preenchidos por

σ

Excluído: Em se tratando de

Excluído: subsuperficie

Page 23: Monografia Marcelo Matemática 2009

23

fluidos, principalmente água. A rocha porosa que é saturada em água salgada

permitirá que a eletricidade flua com relativa facilidade, pois o líquido em seus poros

possui baixa resistividade (COSTA, 2008).

Godolfo (2007) comenta que solos com texturas mais finas tendem a conduzir

melhor a corrente elétrica. A argila, por exemplo, conduz melhor a corrente do que a

areia, devido às características do sistema de suas partículas que mantém a água

por adesão (em situações onde o eletrólito apresenta baixa concentração de sais).

Com isso para Elis (s/d) a resistividade dos solos e rochas que possuem

condutividade eletrolítica é afetada principalmente por quatro fatores: Composição

mineralógica; porosidade; teor em água; quantidade e natureza dos sais dissolvidos.

Sendo assim, dentre esses fatores, os mais importantes são, sem dúvida, a

quantidade de água contida nos poros e a salinidade dessa água. Culminando

portanto com a Lei de Archie, obtida empiricamente, que expressa a relação da

resistividade do meio poroso na ausência de argila, dada por Baessa (2007) da

seguinte forma:

.

n

Fr wt

Sw

ρρ = (2.2)

Nesta equação: ( tρ ) - representa a resistividade total do meio poroso; ( Fr ) -

o fator de formação; ( Sw ) - a saturação em água ou fração dos poros contendo

água; ( wρ ) - a resistividade do fluido e ( n ) - o expoente de saturação.

1.3.2 Conceito e aplicação do método eletrorresistivo

Pertencente ao grupo dos métodos geoelétricos este trabalho destaca a

aplicação do método da eletrorresistividade. Onde Iezzi (2008) o conceitua como um

método artificial, ou seja: o campo físico a ser estudado é criado por meio de

equipamentos apropriados que introduzem uma corrente elétrica em subsuperficie

através de eletrodos pontuais ou linhas de contato. Sendo subdividido por Costa

(2008) da seguinte forma (FIGURA 3):

Formatado: Fonte: Negrito

Page 24: Monografia Marcelo Matemática 2009

24

Figura 3: Subdivisão dos métodos geofísicos aplicados (COSTA 2008).

O método geofísico da eletrorresistividade é usado para determinar o

parâmetro físico da resistividade elétrica real ou aparente de materiais em

subsuperfície como os solos, as rochas, águas subterrâneas, etc. (SILVA, 2008).

Costa (2008) menciona que o emprego desse método é devido às rochas, em

função de suas composições mineralógicas, texturais e disposições apresentarem a

propriedade elétrica da resistividade, resistência que o material oferece à passagem

da corrente elétrica.

Segundo Ferreira (1999), o método da eletrorresistividade procura identificar

a distribuição da resistividade elétrica no solo e utilizá-la como subsídio no estudo do

interior da Terra.

Tendo assim a capacidade de avaliar as condições geológicas de

subsuperfície fornecendo a geometria e os valores de resistividade de suas

diferentes regiões, as quais variam com vários fatores, tais como constituição

mineralógica, textura, conteúdo de fluidos, entre outros (PALMA, 2004).

Page 25: Monografia Marcelo Matemática 2009

25

Ele tem sido empregado intensamente em aplicações de problemas

geotécnicos, águas subterrâneas e ambientais, devido ao seu baixo custo relativo

em comparação com outros métodos (CARRASQUILLA, PORSANI, TAVARES,

1997).

A eletrorresistividade destaca-se pelo baixo preço relativo dos equipamentos

e por ser um procedimento de fácil aplicação (BORGES, 2007). Seu conjunto de

técnicas é muito utilizado em diversas áreas tais como: investigações ambientais,

estudos hidrológicos, contaminações de solos e águas, variações litológicas entre

outras (FACHIN et al, 2006; SILVA, 2002;MONTEIRO & PORSANI, 2001; BRAGA

2008; BRAGA et al 2006; CAVALCANTI, SATO & LIMA, 2001; TAIOLI et al, 2006;

GALLAS et al, 2005; SHIRAIWA et al, 2002; BORGES, 2002)

O método emprega uma corrente elétrica artificial que é introduzida no terreno

através de dois eletrodos (denominados de A e B), com o objetivo de medir o

potencial gerado em outros dois eletrodos (denominados de M e N) nas

proximidades do fluxo de corrente, permitindo assim calcular a resistividade real ou

aparente em subsuperfície (SILVA, et al 2002).

Sendo assim o uso da eletrorresistividade em campo, é baseado na

capacidade do equipamento em introduzir uma corrente elétrica no subsolo a

diferentes profundidades de investigação e calcular as resistividades dos materiais

geológicos a estas várias profundidades (BRAGA, 2006).

A partir disto, conhecendo a intensidade da corrente elétrica transmitida, a

diferença de potencial medida e através da geometria de distribuição dos eletrodos

de corrente e de potencial, é possível calcular-se as resistividades laterais e/ou

verticais do semi-espaço em subsuperfície (SILVA, 2008).

� Potencial em meio homogêneo

A Terra é caracterizada por um modelo físico-matemático no qual a atmosfera

é o semi-espaço superior e o subsolo é descrito pelas grandezas ρ e g (MEDEIROS,

1987).

Page 26: Monografia Marcelo Matemática 2009

26

Desprezando-se sua curvatura este modelo trata-se do problema elétrico

associado a um elétrodo instalado na interface de um semi-espaço condutor de

resistividade (BORGES, 2007) representado pela (FIGURA 4).

Figura 4: Fluxo de corrente de um eletrodo na superfície (GODOLFO, 2007).

Partindo da suposição dada na figura acima, para um eletrodo pontual, em um

semi-espaço homogêneo e isotrópico de resistividade ( )aρ , com o potencial

produzido por uma fonte pontual de corrente V∆ a uma distancia r da fonte,

segundo Parasnis (1986 apud MARINHO, 1997) temos a seguinte expressão:

( )2

V rr

ρ

π

Ι=

r (2.3)

Palma (2004) descreve que havendo mais de um eletrodo de corrente é

aplicado o principio da superposição, pelo qual o potencial total é avaliado como a

soma dos potenciais individuais de cada eletrodo. Num arranjo Schlumberger, ao ser

aplicado este princípio (FIGURA 5), observa-se o deslocamento da corrente elétrica

de forma equipotencial pelo terreno, sendo que à medida que os eletrodos de

corrente são distanciados um do outro a corrente alcança maiores profundidades.

Erro! Não

é possível

criar

Erro! Não

é possível

criar

Excluído: <sp>

Excluído: <sp>

Excluído: <sp><sp><sp><sp><sp><sp><sp><sp>

Page 27: Monografia Marcelo Matemática 2009

27

Figura 5: Disposição dos eletrodos de corrente (A e B) e potencial (M e N) (FACHIN, 2007).

Onde podemos matematicamente equacionar da seguinte forma,

( )1 1

2V r

r r

ρ

π

Ι = −

Α Β

r (2.4)

Por conseqüência da equação anterior temos que:

1 1

2

ρ

π

Ι ∆Μ = −

ΑΜ ΒΜ , e (2.5)

1 1

2

ρ

π

Ι ∆Ν = −

ΑΝ ΒΝ (2.6)

A diferença de potencial entre dois pontos M e N será dada por:

Erro! Não é possível

criar objetos a

partir de códigos de

Erro! Não é possível

criar objetos a

partir de códigos de

Excluído: <sp><sp><sp><sp><sp><sp><sp><sp>

Page 28: Monografia Marcelo Matemática 2009

28

1 1 1 1

2V V V

ρ

π

Ι ∆ = Μ − Ν = − − +

ΑΜ ΑΝ ΒΜ ΒΝ (2.7)

Pode-se calcular a resistividade do meio através de:

1

1 1 1 12

Vρ π

−∆

= − − + ΑΜ ΑΝ ΒΜ ΒΝ Ι

(2.8)

A partir disto podemos formular assim a seguinte equação:

(2.9)

Podendo-se perceber o formato a partir do esquema abaixo proposto por

Figura 6: Configuração dos eletrodos no arranjo Schlumberger (PALMA, 2004).

Onde o parâmetro K é um fator geométrico que depende das distâncias entre

os eletrodos de corrente (A e B) e de potencial (M e N), I é a corrente gerada entre

os eletrodos de corrente e a diferença de potencial estabelecida entre M e N

(GALLAS et al, 2005).

A resistividade em um meio homogêneo e isotrópico pode ser determinada a

partir da equação (2.9). Para meios heterogêneos e anisotrópicos, a resistividade

assim calculada irá variar com a posição e com a orientação do arranjo de eletrodos

(SILVA, 2002). Como na realidade as rochas em subsuperfície não constituem um

meio homogêneo e isotrópico, a resistividade calculada não é verdadeira, sendo

denominada de resistividade aparente (MARINHO,1997).

∆=Κ

Ι

Excluído: <sp>

Excluído: <sp>

Excluído: ¶<sp>

Excluído: <sp>

<sp>

Page 29: Monografia Marcelo Matemática 2009

29

Essas heterogeneidades e anisotropias dos materiais geológicos do subsolo,

que geralmente estão distribuídas tanto lateralmente como em profundidade, são

causadoras das distorções no campo elétrico, e são na superfície, traduzidas por

anomalias de resistividade aparente (COSTA, 2008)

� Potencial em meio não homogêneo

Para o caso geral de uma terra não-homogênea (FIGURA 7) o valor calculado

com a equação anterior constitui uma função matemática denominada de

resistividade aparente dado por aρ (PALMA, 2004).

FIGURA 7: Ilustração de subsolo heterogêneo modificado de (ORELLANA, 1972 apud SILVA, 2008).

Esta resistividade não será mais a resistividade de uma rocha ou de uma

camada e sim uma resistividade média do pacote de rochas (incluindo o solo) abaixo

dos pontos de medidas (BORGES, 2007).

Normalmente, a função aρ é representada na forma de gráficos bilogarítmos

e através da interpretação de seu comportamento, é possível estabelecer os

parâmetros elétricos e geométrico-estruturais que caracterizam a seção geológica

de uma determinada área particular (PALMA, 2004).

Excluído: <sp><sp>

Page 30: Monografia Marcelo Matemática 2009

30

1.3.3 Formas de Arranjo dos eletrodos

Os quatro eletrodos podem assumir qualquer disposição geométrica sobre a

superfície do terreno. As diferentes disposições recebem o nome de “arranjos”.

Muitos destes, comumente utilizados nos levantamentos de campo, recebem nomes

especiais - Schlumberger, Wenner, dipolo-dipolo, entre outros (OTÁVIO, 2007).

Arranjo Schumberger

Na configuração Schumberger, a diferença de potencial, é medida entre dois

pontos o mais próximo possível um do outro; e estes pontos são mantidos fixos para

várias aberturas de AB (MONTEIRO, 1999).

Segundo Costa (2003) neste arranjo os quatro eletrodos A, M, N, B são

dispostos linearmente na superfície, os eletrodos de corrente A e B apresentam uma

separação crescente e os eletrodos de potencial M e N permanecem fixos, a uma

distancia MN ≤ AB/5, durante o desenvolvimento do ensaio.

As vantagens da configuração Schlumberger residem no fato de que os

eletrodos de potencial não são movidos ou são movidos um mínimo de vezes

durante a sondagem (MONTEIRO, 1999).

Sendo que as leituras, neste tipo de arranjo, estão menos sujeitas às

variações laterais no parâmetro físico medido, irregularidades na superfície

topográfica e ruídos produzidos por fontes artificiais (BRAGA, 2006)

Arranjo Wenner

É um arranjo robusto e foi popularizado pelos seus pioneiros na técnica da

tomografia por Frank Wenner da Escola Francesa (BORGES, 2007). É normalmente

utilizada para a perfilagem elétrica horizontal que é a determinação da variação

lateral da resistividade a uma profundidade constante (NASCIMENTO et al, 2004).

É um arranjo robusto e foi popularizado pelos seus trabalhos pioneiros na

técnica da tomografia elétrica por Frank Wenner (BORGES, 2007). É composto por

quatro eletrodos apresentando uma separação “a”, crescente e constante durante

todo o desenvolvimento do ensaio, sendo, deslocados simultaneamente, mantendo

Page 31: Monografia Marcelo Matemática 2009

31

sempre a relação AM=MN=NB=a, e o centro do arranjo “o” permanece fixo

(HATAE, 2005).

Neste arranjo a diferença de potencial é sempre medida em pontos distintos,

correspondendo sempre a 1/3 da separação dos eletrodos de corrente AB

(MONTEIRO, 1999).

Ele é muito utilizado em áreas com níveis de ruídos mais elevados porque,

entre os arranjos atuais, consegue-se captar o sinal com maior intensidade

(BORGES, 2007).

De acordo com o objetivo da prospecção há duas modalidades básicas de

investigação, as sondagens e as perfilagens elétricas. Respectivamente conhecidas

também como sondagem elétrica vertical (SEV) e caminhamentos elétricos

(FERREIRA, 1999).

Arranjo Dipolo-Dipolo

Este arranjo apresenta uma boa sensibilidade em mudanças horizontais de

resistividade, mas relativamente insensível a variações verticais (BORGES, 2007).

Sendo que os eletrodos de corrente A e B e os eletrodos M e N de potencial ou de

recepção são alinhados sobre um mesmo perfil. O arranjo é definido pelos

espaçamentos X=AB=MN (GALLAS et al, 2002).

O arranjo dipolo-dipolo é o mais utilizado na investigação de contaminantes,

pela precisão nos resultados e rapidez na execução em campo (COSTA, 2003).

1.3.4 Tipos de Levantamento

De acordo com o objetivo da prospecção há duas modalidades básicas de

investigação, as sondagens e as perfilagens elétricas. Respectivamente conhecidas

também como sondagem elétrica vertical (SEV) e caminhamentos elétricos

(FERREIRA, 1999).

A diferença básica entre elas está na disposição dos eletrodos na superfície

do solo ou interior de furos de sondagens e na forma que como será desenvolvida a

Excluído: ¶

Page 32: Monografia Marcelo Matemática 2009

32

investigação para se obter os dados de campo, ligada aos objetivos da pesquisa e

geologia da área (BRAGA 2001 apud COSTA, 2008).

a) O Caminhamento Horizontal

Segundo Monteiro (1999) no caminhamento horizontal, os eletrodos são

movidos em conjunto, a distâncias fixas um do outro e os valores de resistividade

aparente obtidos são plotados em função da posição.

A técnica está baseada na realização de medidas de resistividade aparente

ao longo de uma linha, com o objetivo de investigar variações em um ou mais níveis

em profundidade (SHERRIF, 1989 apud MOREIRA, DOURADO, BRAGA, 2006).

A profundidade investigada depende do espaçamento entre os eletrodos, e é

necessário saber de antemão a faixa de profundidade onde se encontra um possível

alvo, ou corre-se o risco de não imageá-lo (MONTEIRO, 1999).

Na técnica do caminhamento elétrico, o dipolo-dipolo é certamente o mais

difundido dentre os diversos arranjos existentes, sendo largamente utilizado em

diversas aplicações, a saber: mineração, prospecção de água subterrânea, estudos

ambientais, etc (GODOLFO, GALLAS, 2007)

b) Sondagem vertical (SEVs)

A resistividade elétrica dos materiais terrestres está intima e diretamente

relacionada com a presença de água. As SEVs permitem obter a variação da

resistividade com a profundidade. Encontrando aplicações na prospecção de água

subterrânea e problemas geotécnicos (FERREIRA, 1999).

Para avaliar o comportamento da resistividade aparente com a profundidade

são realizadas medidas com os eletrodos a vários espaçamentos, sendo mantido o

mesmo ponto central (MONTEIRO, 1999).

Page 33: Monografia Marcelo Matemática 2009

33

À medida que se expande à distância entre os eletrodos de emissão de

corrente AB em relação aos eletrodos de recepção de potencial MN, aumenta a

profundidade investigada (SILVA, 2008).

Os ensaios de sondagem elétrica são aplicados quando é desejada uma

informação pontual com observação vertical da resistividade. O arranjo mais

utilizado para os ensaios é o Schlumberger (ELIS, BARROSO, KIANG, 2004).

A interpretação é realizada, a partir de um ábaco com várias curvas padrão,

ou através de métodos computacionais de inversão da equação não linear que

relaciona a resistividade aparente com o meio de múltiplas camadas

(MONTEIRO,1999).

Page 34: Monografia Marcelo Matemática 2009

34

2 DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA EM CAMPO

2.1 TIPO DE PESQUISA

Cervo (2007) menciona que a pesquisa bibliográfica procura explicar um

problema a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros dissertações e

tese. Pode ser realizada independente ou como parte da pesquisa descritiva ou

experimental. A análise realizada neste trabalho tem como base principal a ampla

revisão bibliográfica (em livros, teses e dissertações, artigos, relatórios, entre outras)

e de material oriundo do desenvolvimento de vários projetos de pesquisa na área da

aplicação dos métodos geoelétricos, em especial a eletrorresistividade, aplicado ao

estudo de águas subterrâneas, apresentando neste capitulo os métodos utilizado

nos ensaios, os equipamentos, definições e conceitos fundamentais no que tange a

aplicabilidade deste método.

2.2 DESENVOLVIMENTO DOS ENSAIOS

Para Marinho (1997) o método da resistividade elétrica em busca de

aqüíferos tem sido utilizado com sucesso em inúmeras regiões (ZOHDY et al., 1974;

RIJO et al., 1977; PORSANI et al., 1980; VASQUES et al., 1980; MEDEIROS, 1987;

ANDRADE, 1991; LIMA, 1993).

Como se sabe, duas técnicas principais são utilizadas no método da

eletrorresistividade: a sondagem elétrica vertical (SEV) e o caminhamento elétrico.

Neste capítulo dar-se-á referencia fundamentalmente à técnica da SEV acoplada ao

arranjo Schlumberger.

Arranjo este que segundo Elis et al, (2008) é o mais utilizado em SEVs,

devido à boa resolução vertical (fornecendo, em geral ótimas curvas de campo),

facilidade e rapidez na execução do ensaio e menor susceptibilidade as variações

laterais de resistividade e ruídos, como correntes naturais no subsolo.

Page 35: Monografia Marcelo Matemática 2009

35

Antes do levantamento dos dados em campo é imprescindível segundo Braga

(2006) se efetuar uma correlação adequada com a geologia, em uma determinada

área de estudo, sendo fundamental a localização geográfica e o entendimento da

geologia local em termos estratigráficos.

Em outra publicação Braga (2007) complementa mencionando que, além de

uma visita previa na área de estudo, é importante dispor de alguns dados gerais, tais

como: mapas topográficos, mapas e seções geológicas, informações de

subsuperfície (poços, cacimbas, etc.), geologia em detalhe e outras informações

sobre infra-estrutura, tais como: vias de comunicação, clima rios, redes de energia

elétrica, etc.

Na pratica inicialmente é colocado os eletrodo AMNB de forma linear e para a

obtenção dos parâmetros de resistividade, uma corrente elétrica contínua ou

alternada de baixa freqüência (inferior a 10Hz) é introduzida no subsolo por um par

de eletrodos (AB) localizados na superfície do terreno, ligado a uma fonte artificial de

corrente (MOURA, 2002 apud BAESSA, 2007).

Através dos eletrodos A e B aplica-se uma diferença de potencial, criando-se

um campo elétrico, de modo que uma corrente elétrica contínua começa a percorrer

o terreno. O valor da corrente é medido e registrado. Utilizando os eletrodos M e N,

mede-se uma diferença de potencial que se estabelece no terreno e que está

associada à passagem da corrente. Deve-se notar que o solo já possui um potencial

elétrico natural, potencial espontâneo, o qual deve ser descontado da medição feita

com os eletrodos M e N. Metodologia esta utilizada por (VELOSO, 2006).

Segundo Silva (2008) à medida que se expande à distância entre os eletrodos

de emissão de corrente (AB) em relação aos eletrodos de recepção de potencial

(MN), aumenta a profundidade investigada.

A Figura 8 mostra a técnica da sondagem elétrica vertical em campo.

Observa-se que o deslocamento dos eletrodos é feito de forma linear e em

contrapartida à medida que de distancia de MN aumenta-se a profundidade de

investigação.

Page 36: Monografia Marcelo Matemática 2009

36

Figura 8 - Desenvolvimento da SEV em campo, (BRAGA, 1999).

Segundo Braga (1999) recomenda-se, que os espaçamentos AB/2 e MN/2

utilizados, devam manter o limite da relação MN ≤ AB/5, pois, desta maneira, iremos

trabalhar com potenciais mais elevados, reduzindo os efeitos dos potenciais

indesejáveis.

A B

C D

Page 37: Monografia Marcelo Matemática 2009

37

2.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NOS ENSAIOS.

Os componentes necessários para estas medições incluem uma fonte de

corrente, medidores de corrente e de potencial, além de eletrodos, cabos e bobinas.

Preferencialmente, a fonte de corrente; a alimentação é comumente feita por uma

bateria de 12 V (MARINHO, 1997).

Normalmente para a leitura dos dados de resistividade aparente, é utilizado o

aparelho denominado de resistivímetro. Na literatura o resistivímetro Syscal R2

(FIGURA 9) fabricado pela Íris Instruments, merece destaque em relação ao uso,

podendo citar como exemplo os estudos realizados por: Fachin (2007); Borges

(2007); Cavalcanti (1999); Veloso, Silva (2002); Palma (2004), dentre outros.

Figura 9: Aparelho geofísico – SYSCAL R2

2.4 A APLICAÇÃO DA EMBREAGEM

Ao aumentar sucessivamente a distância AB com objetivo de aumentar a

profundidade investigada, a diferença de potencial, dependendo da sensibilidade do

equipamento, torna-se muito pequena, acentuando assim a imprecisão da medida

(SILVA, 2008).

Realiza-se então a operação chamada de embreagem, que segundo Costa

(2008) consiste em aumentar a distância MN em relação à AB, ou seja, adota-se um

Page 38: Monografia Marcelo Matemática 2009

38

intervalo inicial MN e realizam-se várias medições com diferentes AB, em seguida

aumenta a distância MN conservando constante para outra série de deslocamentos

AB, sobrepondo dois ou três pontos da série anterior. Evitando-se deslocar ao

mesmo tempo os eletrodos de corrente e de potencial e mantendo a relação

MN≤AB/5 conforme se verifica na Figura 10 (ELIS, 2005 apud BAESSA, 2007).

Figura 10: Processo de embreagem a partir de uma SEV realizada em campo, representação em um

gráfico bilogarítmos (CAVALVANTI, 1999).

Page 39: Monografia Marcelo Matemática 2009

39

3 INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

3.1 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS GEOELÉTRICOS

Os dados de resistividade aparente correspondentes a uma SEV são

frequentemente apresentados na forma de um gráfico bilogarítmos (NIRALDO,

1999). A interpretação dos dados pode ser qualitativa e quantitativa. A primeira

segundo Rija (1977, apud Silva, 2008) baseia-se em caracterizar domínios

geoelétricos, observando a morfologia das curvas que representa as características

comuns da geologia e hidrologia do local.

Já a interpretação quantitativa consiste em usar a modelagem numérica,

utilizando os métodos direto e inverso em conjunto com informações diretas das

litologias, profundidades do nível das águas dos poços e dados de condutividade

elétrica das amostras de águas dos poços e nascentes (COSTA, 2008).

3.1.1 Interpretação Qualitativa - Tem como objetivo identificar, diferenciar e

delimitar zonas anômalas em dados de resistividade elétrica. Sendo que os

resultados obtidos são plotados graficamente em “Pseudo-seção” de resistividade

(FACHIN, 2007).

Para Borges (2007), esta interpretação permite ao intérprete realizar uma

análise inicial da qualidade dos dados, verificando o comportamento estratigráfico do

subsolo e amplitude dos valores de resistividade aparente do meio.

Para este tipo de interpretação é imprescindível o uso da integração de

informações diretas para se diminuir as ambigüidades geofísicas (FACHIN, 2007).

3.1.2 Interpretação Quantitativa - A interpretação quantitativa leva em

consideração um modelo geoelétrico isotrópico e homogêneo, onde as resistividades

Page 40: Monografia Marcelo Matemática 2009

40

variam somente com a profundidade. Usam-se os métodos comparativos, direto e

inverso (SILVA, 2008).

No método comparativo método consiste em reduzir artificialmente o

número de camadas da curva de campo, substituindo as duas (ou três) primeiras por

uma camada equivalente, e assim sucessivamente, a partir de uma ou mais cartas

da família das curvas teóricas auxiliares, cartas H, A, Q e K (COSTA, 2008).

Analise morfológica - Esta deve ser efetuada de maneira visual, com todas as

SEV’s em conjunto, procurando identificar as camadas geoelétricas e seus

comportamentos em termos espaciais ao longo da área estudada, considerando,

sempre, a geologia local (BRAGA, 2007).

É neste momento que o intérprete tem a possibilidade de separar as curvas

em grupos, gerar modelos geoelétricos e apresentar uma primeira idéia ou

aproximação da estrutura do subsolo (OLIVA, KIANG, 2007).

Uma questão importante na interpretação das SEV’s, é a familiaridade com a

morfologia das curvas de campo e a relação que sua variação têm com as seções

geoelétricas que representam (BRAGA, s/d)

Estas seções podem ser classificadas em função do numero de camadas

identificadas, onde segundo Costa (2008), podem ser denominadas de:

• Para duas camadas: ascendente 1 2

( )ρ ρ< e descendente 1 2

( )ρ ρ> ;

• Para três camadas: K 1 2 3

( )ρ ρ ρ< > ; H 1 2 3

( )ρ ρ ρ> < ; Q1 2 3

( )ρ ρ ρ> > e A

1 2 3( )ρ ρ ρ< < ; e

• Mais de três camadas: neste caso, são obtidas a partir da combinação de

curvas de três camadas. A curva 1 2 3 4

( )ρ ρ ρ ρ< > < , do tipo KH, é a

combinação das curves K1 2 3

( )ρ ρ ρ< > e H 1 2 3

( )ρ ρ ρ> < . Sendo assim temos

abaixo uma ilustração destas curvas (FIGURA 11).

Page 41: Monografia Marcelo Matemática 2009

41

Figura 11: Exemplos de morfologia de curvas de resistividade (BRAGA, 1999).

A partir da analise morfológica obtém-se o modelo geoelétrico inicial, procede-

se a analise das curvas por processo de refinamento, usando o método direto e

inverso, que em conformidade como a geologia resulta um modelo geoelétrico final

(COSTA, 2008).

No método direto, admite-se um modelo inicial (curva teórica inicial) e

calcula-se a curva teórica correspondente com auxílio de programas

computacionais, comparando-se com a curva de campo, Silva 2008. Sendo assim a

modelagem direta consiste em computar a curva de resistividade para uma dada

sucessão de camadas (CAVALCANTI, 1999).

A modelagem direta somente é possível quando há informações diretas ou

indiretas sobre as características físicas do meio ou do alvo a ser investigado, como

espessura de camadas geológicas, geometria e profundidade do alvo (FACHIN,

2007)

O software IX1D v.3, produzido pela ITERPEX Limited (USA) é um exemplo

de programa computacional empregado neste método, utilizado por Costa (2008);

Page 42: Monografia Marcelo Matemática 2009

42

Branco et al. (s/d). Outro software é o RES2DMOD (GEOTOMO SOFTWARE, 2002)

que utiliza o método por diferenças finitas e elementos finitos, sendo trabalhado por

Fachin (2007) e Souza Filho et al (2005).

O método inverso pode ser definido como o processo matemático que

determina um modelo idealizado de subsuperfície com base em um conjunto finito

de dados observados, cuja resposta esteja em concordância com estes valores

medidos (GODOLFO, 2007).

Com a aplicação dos processos automáticos de inversão, ou seja, as

interações entre todos os blocos e dos valores de resistividade das vizinhanças,

chega-se a um modelo matemático representativo do meio (LOKE apud MACHADO,

2008).

O processo de inversão, por envolver um grande número de cálculos

matemáticos, também se utiliza de softwares especiais que permitem variar o

numero de iterações ate que se chegue a um resultado aceitável e relativamente

coerente com o prévio conhecimento geológico (MACHADO, 2008).

Hoje em dia praticamente toda a interpretação é feita de forma automática,

através da “inversão” dos dados de campo (MONTEIRO, 1999). O processo inverso

é descrito como 1'X

−= Τ (y) onde “y” é o vetor contendo os dados observados

(medidas de campo) e 'X é o vetor contendo o conjunto dos parâmetros do modelo

estimados (calculados) 1−Τ é uma transformação inversa (GODOLFO, 2007).

Os problemas inversos mais simples são aqueles que envolvem modelos que

podem se representado por uma função linear e no qual o número de medidas é

superior ao número de parâmetros, isto é, problemas sobre-determinados

(CAVALCANTI, 1999).

No caso da eletrorresistividade, o problema inverso é claramente não linear e

sobre-determinado. A função resistividade aparente pode ser aproximadamente

linearizada através de sua expansão em serie de Taylor (MARINHO, 1997). Sendo

que a solução dos problemas lineares ou linearizáveis pode ser obtido por diversos

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métodos, dentre eles o dos mínimos quadrados e dos mínimos absolutos conforme

FIGURA 12 (MARINHO, 1997).

Inman (apud Oliva & Kiang, 2007) define que o processo de inverão baseia-se

no método dos mínimos quadrados simples:

1( )

t tp aρ−∆ = Α Α Α ∆

Onde: p∆ é o vetor de variação entre os vetores ρ e oρ ; tΑ é a matriz transposta;

1( )

t −Α Α é o inverso da matriz; aρ∆ é o vetor de variação entre as resistividades

aparentes observadas e calculadas pelo método direto.

Na figura 12 é dado a representação de alguns métodos numéricos utilizados

em softwares que lidam com a interpretação de dados geofísicos.

Figura 12: (a) Métodos dos mínimos quadrados, (b) método elementos finitos e (c) método

das diferenças finitas, estes três métodos numéricos são bastante utilizados na interpretação de

dados geofísicos, principalmente no tocante ao método direto e ao método de inversão.

C)

A)

B)

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Com estes métodos de suavização de curvas obtêm-se o modelo geoelétrico

final, sendo fundamental para este processo segundo Braga (1999), a conjugação

tanto da interpretação qualitativa como da quantitativa e da correlação com a

geologia, chegando assim em um modelo geoelétrico final, que caracteriza a área de

estudo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos elementos discutidos neste trabalho, procurou-se apresentar e

discutir a aplicação dos métodos geoelétricos com ênfase no método eletrorresistivo

na localização de aqüíferos, sendo que o foco central é a análise de curvas de

resistividade obtida por meio da determinação da resistividade elétrica do subsolo.

Sendo assim conclui-se que:

O método se configura uma ótima opção para a análise de perfis

hidrogeológicos sejam a atingir objetivos em relação a profundidade ou através de

perfis laterais, visto que se trata de um método não evasivo, relativamente barato de

fácil execução e decisivo para atingir os mais variados fins. Sendo de fundamental

importância, antes de qualquer sondagem em campo, ter em mãos amplas

informações a respeito da caracterização geológica e hidrológica da área de estudo,

bem como a vegetação e clima predominante.

Fica observado também que a utilização por se só do método geoelétrico não

é suficiente para estabelecer e inferir a qualidade da água subterrânea. Este método

tem apenas um papel auxiliar, determinista e que se torna necessário análises de

diversos cunhos sejam elas físico-químicas, microbiológicas, dentre outras. E ainda

que para uma melhor excursão de ensaios com métodos geoelétricos na

caracterização de algum elemento, é ideal a integração de mais de um método

simultaneamente, otimizando assim o levantamento, tendo em vista uma maior

precisão e detalhamento dos dados.

A respeito do assunto Borges (2007) menciona que há muito que se fazer

ainda pela buscar de novos e mais rápidos algoritmos de obtenção de imagens na

proposta de novos métodos de medidas e no estudo de novas configurações

eletródicas, ficando a sugestão de possíveis investigações como aprofundamento

deste estudo a fim de se desenvolver e aprimorar métodos de modelagem

matemática no que se refere à área de prospecção de águas subterrâneas a partir

do método eletrorresistivo.

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